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Prezados(as) alunos(as),
Inicialmente vamos abordar um pouco sobre a cadeia produtiva dos suínos no Brasil
e no Mundo.
PORCO x SUÍNO
A carne suína enfrenta preconceitos históricos relacionados aos riscos sanitários devido às
condições de higiene em que os antigos “porcos” eram criados, e quanto ao seu teor de gordura,
colesterol e calorias.
Chiqueiros com poças de lama e alimentação com “lavagem” já não são mais a realidade
da carne suína produzida com inspeção sanitária. A lavagem é a mistura de sobras de alimentos dos
humanos com água, em processo de fermentação.
A cisticercose em humanos muitas vezes é causada pela ingestão de vegetais mal lavados,
água contaminada ou autocontaminação após usar o sanitário e não lavar bem as mãos.
O risco destas doenças nos obriga a trabalhar sempre com carne suína inspecionada, de
origem idônea. Suínos oriundos de criações ditas caipiras que não sigam o protocolo de
vacinações, vermifugações e cuidados com higiene nunca devem ser utilizados por profissionais de
gastronomia. Daí confirmada a necessidade do cozinheiro conhecer bem seus fornecedores in loco.
HISTÓRIA
Estima-se que o porco tenha sido domesticado pelo homem por volta de 5000 a.C., na Ásia.
O fato dos suínos serem onívoros facilitou muito sua domesticação que inclusive ocorreu antes da
dos bovinos.
A civilização romana previa penas agravadas para ladrões de porcos.
Na idade média o consumo de carne suína era luxo.
Cristóvão Colombo trouxe para a América porcos que foram soltos na selva em sua
segunda viagem, em 1494. Acabaram por se tornar uma praga já em 1499, pois prejudicavam as
plantações, chegando até o Equador, Peru, Colômbia e Venezuela.
No Brasil os porcos foram trazidos pelo nobre português Martim Afonso de Sousa, então
Governador da Colônia, em 1532.
A domesticação proporcionou grandes mudanças morfológicas e fisiológicas nos suínos
selvagens. O javali selvagem por exemplo, possui enormes dentes expostos para fora da arcada
bucal, tem membros dianteiros fortes, uma cabeça grande e pesada, enquanto que na sua parte
traseira são encontradas musculaturas mais fracas. Esta constituição é obviamente útil para sua
sobrevivência e enfrentamento dos seus predadores naturais.
Os suínos domesticados de hoje, após gradativa seleção genética que privilegia a produção
de carnes nobres, tem uma razão de 30% de massa anterior e 70% de massa posterior, o que seria o
inverso dos porcos selvagens, e sua carne é mais clara, evidenciando a menor capacidade de
oxigenação que é necessária ao javali para fugas e ataques velozes.
Além da nova vida sedentária, recebendo todos os alimentos necessários e ao abrigo de
inimigos naturais, os suínos vinham sendo selecionados para serem fontes de gordura. A banha
suína era um dos principais insumos da cozinha brasileira até a chegada do óleo de soja ao
mercado. Hoje os frigoríficos privilegiam seleções genéticas para produzir suínos com mais carne
do que gordura.
Até que a produção dos óleos vegetais se desenvolvesse e as dietas ricas em gordura fossem
condenadas persistiu a seleção de suínos com grande teor de banha, com espessuras de toucinho
entre 5 e 6 cm.
VALOR NUTRICIONAL
A carne de porco contém todos os aminoácidos considerados essenciais e tem percentual de
digestibilidade entre 95% e 100%, enquanto que as proteínas vegetais são de 65% a 75%
digeríveis.
Sobre índices de gordura, há 7 cortes de carne suína que têm menos gordura que o peito de
frango sem pele. No gráfico abaixo é ilustrada a quantidade média de gordura, em porções de 100g
de carne.
Fonte: www.abcs.org.br
No quadro abaixo também vemos que o teor de colesterol da carne suína também não é
excepcionalmente maior do que o das outras.
Fonte: https://abcs.org.br/wp-content/uploads/2020/11/novo-mercado_agosto.pdf
A seguir estão listados os países que mais recebem carne suína brasileira de janeiro a maio de
2020:
Fonte: https://abcs.org.br/wp-content/uploads/2020/11/novo-mercado_agosto.pdf
CURIOSIDADES
A maçã é associada ao leitão assado devido ao fato de ser
tradicionalmente abatido na época do outono, já que cresciam na
primavera e eram engordados no verão. Na mesma época também eram
colhidas as maçãs.
Há certa similaridade entre os organismos humano e suíno. A medicina
moderna utiliza pele, válvulas cardíacas retiradas de suínos, insulina
produzida por pâncreas suínos, além de ilhotas pancreáticas que podem
ser implantadas em pacientes diabéticos visando a autossuficiência de
produção de insulina.
Também são retiradas substâncias da glândula pituitária e da tireoide do
suíno para tratamentos médicos.
Fonte: https://acsurs.com.br/noticia/consumo-per-capita-de-carne-suina-cresce-14-em-cinco-anos/
PORCIONAMENTO PROFISSIONAL
Em regra, porções individuais de carne suína in natura pesam em torno de:
REFRIGERAÇÃO ABAIXO DE 4 °C
No prazo de refrigeração moderada influi também as condições em que a carne foi
adquirida, ou seja, o tempo de prateleira a que ela foi submetida no fornecedor.
Embalagens herméticas ajudam a impedir o ressecamento pelo ar.
Deve-se atender aos princípios da manipulação mínima, conservando a carne na
embalagem original o quanto possível. Assim, carnes moídas, que foram manipuladas e tiveram
maior quantidade de superfície exposta ao ar tem validade de 1 a 2 dias enquanto que as peças
inteiras podem ficar de 2 a 3 dias refrigerados após a abertura da embalagem.
É altamente aconselhável servir a carne suína cozida na margem de 60 °C, e para
regeneração, é seguro ter como temperatura mínima os 85 °C pelos menos na superfície.
CONGELAMENTO
IMPORTANTE:
Para melhores resultados, o descongelamento deve ser lento, de um dia para o outro, sob
refrigeração.
Um dos defeitos indesejados do congelamento é a “queima pelo frio” que ocorre nas extremidades
das peças onde a embalagem hermética esteja mais frouxa. A porção de carne “queimada pelo frio”
fica dura, sem suculência, com aparência de couro e com sabor descaracterizado. Tais
extremidades devem ser descartadas da peça antes da cocção.
Nunca esqueça de etiquetar corretamente carnes armazenadas.
ALGUMAS RAÇAS SUÍNAS - FONTE: www.porkfoodservice.org
PADRÕES DE QUALIDADE
PADRÕES DE COR
PADRÕES DE MARMOREIRO (ENTREMEAMENTO DE GORDURA)
Existe uma complexa controvérsia em relação às temperaturas exatas para classificar os pontos das
carnes em geral. Vejamos alguns exemplos:
Acima uma tabela dos EUA indicando temperaturas em °F. Há muita discrepância entre as
publicações nacionais e internacionais sobre a temperatura dos pontos de carne suína. Para os
brasileiros são cerca de 5 °C acima dos pontos de carnes bovinas.
O site Mais carne suína promove uma campanha publicitária para incentivar o consumo de carne
suína no Brasil.
http://www.maiscarnesuina.com.br/
SAIBA MAIS:
https://porcine.unl.edu/
1 – Lado de cima de uma costela suína serrada com 15 cm de largura e 8 ossos, estilo Outback.
2 – Lado de baixo (interno) da costela, onde pode ser visto um resíduo da fraldinha.
3 e 4 – Os temperos e ervas descritos na ficha técnica são adicionados e a costela é colocada para
marinar por pelo menos 4 horas sob refrigeração. Depois, a costela é posicionada sobre uma folha
de glaspel (pode ser papel manteiga).
5 e 6 – Embrulha-se a costela na folha de glaspel, derramando os líquidos restantes da marinada
dentro do embrulho, e tentando fechar o mais hermeticamente possível.
7 – O próximo passo é embrulhar em papel alumínio, dando 5 voltas. A costela deve ser assada por
cerca de 3 horas e meia, em temperatura controlada de 125º C a 135º C. Ao se abrir o pacote, se a
costela não estiver corada o suficiente, pode-se terminar o douramento por 4 minutos na função
GRILL do forno (próximo à resistência elétrica incandescente).
9 – Resultado visual, com discreta contratura da carne em relação aos ossos, indicando que a
costela perdeu pouca suculência.
10 – O ponto de carnes com ossos assadas lentamente exige que a carne se solte facilmente dos
ossos, como na imagem, facilitando a refeição do comensal e garantindo a maciez ideal.
Desossa de meia carcaça de suíno:
Carcaça partida