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RESPOSTAS :
AUTONOMIA
5 - Lacuna normativa há ausência de lei para o caso concreto, como exemplo,
podemos citar a terceirização trabalhista. Na falta de norma legal, o TST editou
a súmula 331 para suprir a lacuna existente, que regula o instituto em nosso
ordenamento jurídico.
Já a lacuna axiológica há lei para o caso concreto, porém sua aplicação se
revela injusta ou insatisfatória. É o caso do duplo grau de jurisdição obrigatório
no processo do trabalho.
Na lacuna ontológica há lei para o caso concreto, porém a norma está
desligada da realidade social, de modo que não tem aplicação prática.
IMPACTOS DA REFORMA
8 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. PEDIDO JULGADO
IMPROCEDENTE. RESPONSABILIDADE DO RECLAMANTE PARA HONRAR
O PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM
PROL DO CAUSÍDICO ADVERSO. Ainda que o reclamante seja beneficiário
da justiça gratuita, tal concessão não o exime do dever de arcar com o
pagamento da verba honorária da parte contrária, o que deve ser apurado em
execução. A suspensão da medida constritiva ocorrerá apenas após a
exaustão dos meios persecutórios da satisfação integral da obrigação. (TRT da
3.ª Região; PJe: 0010288-26.2018.5.03.0015 (RO); Disponibilização:
19/09/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 902; Órgão Julgador: Quarta Turma;
Relator: Paulo Chaves Correa Filho)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ASSISTENCIAIS. AÇÃO PROPOSTA ANTES
DA LEI 13.467/17. Em se tratando de ação proposta antes da Lei n. 13.467/17,
aplicam-se, em relação aos honorários advocatícios, as regras vigentes
naquela data, em observância do princípio da segurança jurídica, sob pena de
se proferir decisão surpresa às partes. A verba honorária, na seara trabalhista,
era disciplinada pela Lei nº 5.584/70, que previa tão somente
os honorários advocatícios assistenciais nos casos em que o empregado é
beneficiário da Justiça Gratuita e está assistido pelo sindicato de sua categoria
profissional (Súmulas nº 219 e 329 do C. TST). Assim, estando presentes os
pressupostos legais, são devidos
os honorários advocatícios assistenciais. (TRT da 3.ª Região; Pje: 0010585-
44.2016.5.03.0131 (RO); Disponibilização: 07/11/2018; Órgão Julgador:
Décima Turma; Relator: Convocada Olivia Figueiredo Pinto Coelho)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. JUSTIÇA GRATUITA.
Com o advento da Lei 13.467/17 foram modificados diversos dispositivos da
Carta de Vargas e, dentre eles, houve a inserção do art. 791-A, que cuida
dos honorários advocatícios sucumbenciais. A Justiça Gratuita é um instituto
distinto dos honorários sucumbenciais, porquanto tem aplicação restrita a
custas e emolumentos, não abarcando os honorários sucumbenciais que têm
gênese própria. Nessa ordem de ideias, o reclamante, ainda que beneficiário
da justiça gratuita, tem o dever de arcar com os citados honorários, quando
condenado, pena de arrostar o novel dispositivo legal. Lado outro, não se pode
olvidar que o princípio constitucional da isonomia, segundo o qual todos são
iguais perante a Lei, conforme se dessume do art. 5º da Lei das Leis, estaria
sendo vilipendiado, quando não observado. Vale lembrar, por oportuno, que o
Constituinte, com a proverbial sapiência, teve o cuidado e a prudência de
inserir a isonomia no caput do art. 5º, dos direitos e garantias fundamentais.
Diante da falta de observação do mencionado princípio constitucional estar-se-
ia configurando tabula rasa ao aludido princípio de máxima importância e
cumprimento obrigatório. Assim, o reclamante sucumbente, ainda que
beneficiário da justiça gratuita, deve arcar com os ônus a que deu causa, não
sem antes lembrar que a palavra honorários advêm de honra - é o salário,
estipêndio, fonte de renda daqueles que tanto lutam para manter condição de
vida digna. Entendimento contrário, d.m.v., levaria à ilação de que o patrono do
reclamante receberia - em ultima ratio - duas vezes – os honorários contratuais
e os sucumbenciais - esses últimos pagos pela reclamada, e o patrono da
acionada receberia os honorários contratuais, nada percebendo a título de
sucumbenciais, o que demonstra o desequilíbrio das obrigações e
igualdade. (TRT da 3.ª Região; Pje: 0010301-97.2018.5.03.0185 (RO);
Disponibilização: 05/11/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 1689; Órgão
Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho )
REFORMA TRABALHISTA. LEI 13.467/2017. APLICAÇÃO DA LEI
PROCESSUAL NO TEMPO. DIREITO INTERTEMPORAL. INSTITUTOS
PROCESSUAIS HÍBRIDOS. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL SUBSTANTIVO. 1. Em um Estado Democrático
de Direito e por razões de segurança jurídica, restringe-se a eficácia da lei
processual para manter intactos os atos jurídicos processuais perfeitos, os
direitos processuais adquiridos e a coisa julgada (CR/1988, art. 5º, XXXVI;
LINDB, art. 6º). 2. No âmbito de direito intertemporal processual vige, assim, a
regra "tempus regit actum". Por meio dela, os fatos ocorridos e situações já
consumadas no passado não se regem pela lei nova que entra em vigor, mas
continuam valorados segundo a lei ao tempo de sua formação. 3. O art. 14 do
CPC/2015, ao determinar que a norma processual não retroagirá e será
aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadassob a vigência da
norma revogada, aponta para a aplicação mitigada da teoria do isolamento dos
atos processuais. 4. Deve-se proteger as situações jurídicas consolidadas,
especialmente em relação aos institutos processuais híbridos (ou bifrontes),
impedindo-se a aplicação imediata da lei processual nova. 5. Em interpretação
sistemática e teleológica do ordenamento processual (CPC/2015, art. 8º), e em
face dos princípios do devido processo legal e da segurança jurídica, sob
enfoque do ato jurídico processual perfeito, da não surpresa e da proteção da
confiança, não são passíveis de aplicação às ações ajuizadas em data anterior
a 11 de novembro de 2017 os requisitos da petição inicial (liquidação do
pedido), os requisitos e a abrangência da Justiça Gratuita, e em relação
aos honorários advocatícios sucumbenciais (inclusive recíprocos)
e honorários periciais estabelecidos pela Lei 13.467/2017. (TRT da 3.ª Região;
Pje: 0010091-02.2013.5.03.0030 (RO); Disponibilização: 29/10/2018; Órgão
Julgador: Terceira Turma; Relator: Camilla G.Pereira Zeidler)