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GRUPO COMPOSTO POR : LUCAS JESUS FERREIRA, ROBERTA

FERNANDES DAMASCENO E HABRAAN LINCOLN LICHTENHELD


7 C – NOTURNO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

RESPOSTAS :
AUTONOMIA

1 – Traçando uma linha conologica o direito do trabalho surgiu, em uma


estrutura das organizações sociais do trabalho e os direitos e deveres dos
trabalhadores e empregadores, logo após diante da necessidade de se
estabelecer regras para a solução dos conflitos trabalhistas pelos órgãos
judiciais, e como todo ramo do direito , veio em seguida o direito processual do
trabalho. Esse esforço de adequação do processo do trabalho para proteger os
valores do Direito do Trabalho fez com que ele conquistasse o estatuto de
ramo autônomo do direito processual. No Brasil, foi adotado o modelo da
Justiça do Trabalho da Itália, sendo integrado pelos juízes classistas,
denominada “JustiçaParitária”.

2 - Na corrente monista todas as subespécies de direitos processuais se


caracterizam por terem em comum a teoria geral do processo, separando-se a
partir dos respectivos direitos materiais porque seus princípios e institutos são
diversos. Enquanto a corrente dualista defende a existência de autonomia do
direito processual do trabalho em relação ao processo civil, enfatizando que o
direito processual do trabalho dispõe de vasta matéria legislativa possuindo
título próprio na Consolidação das Leis Trabalhistas, que, confere ao direito
processual civil o papel de mero coadjuvante (art. 769). No Brasil e em outros
países a corrente dualista reúne maior número de adeptos, e que a maioria dos
juristas que seguem essa corrente defende que como o direito do trabalho não
se confunde com os demais ramos do direito, o direito processual do trabalho
não se confunde com o direito processual comum, processual penal etc.

3 – Afim de resguardar a autonomia do processo do trabalho em face do


processo civil, a Consolidação das Leis Trabalhistas, em seu art. 769, estipulou
uma cláusula de contenção, a qual condiciona a aplicação das normas do
processo civil a uma dupla condição: existência de lacuna no sistema
processual trabalhista e compatibilidade da norma a ser transplantada com os
seus princípios peculiares. Segundo o disposto no art. 769 da CLT, as normas
procedimentais do processo civil só podem ser aplicadas ao processo do
trabalho como complementos que sirvam a sua utilidade e a maior efetividade
da prestação jurisdicional trabalhista.

4 - O art. 15 do CPC estabelece que pela ausência de normas para regular o


processo trabalhista, o Código de Processo Civil é quem deve ser aplicado
supletiva e subsidiariamente.

Observando a jurisprudência do TST, magistrados se baseiam no artigo 15 do


CPC para determinar, que expressões ofensivas sejam riscadas do processo,
conforme determina o art.78, §2o do CPC. Sendo assim, aplicam uma norma
processual civil no processo do trabalho.

5 - Lacuna normativa há ausência de lei para o caso concreto, como exemplo,
podemos citar a terceirização trabalhista. Na falta de norma legal, o TST editou
a súmula 331 para suprir a lacuna existente, que regula o instituto em nosso
ordenamento jurídico.

Baixo julgado TRT-24

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. GRATUIDADE


JUDICIÁRIA. INTERPRETAÇÃO DO ART. 791-A , § 4º DA CLT CONFORME A
CONSTITUIÇÃO . ADOÇÃO DOS USOS E COSTUMES COMO MÉTODO DE
SUPRESSÃO DE LACUNA NORMATIVA. LIMITAÇÃO DA EXIGIBILIDADE DA
VERBA HONORÁRIA AO PATAMAR DE 30% DO CRÉDITO DO
TRABALHADOR. 1. Na interpretação da legislação infraconstitucional dotada
de plurissignificados, o intérprete deve conferir ao texto legal aquele que esteja
de acordo com a Constituição , a fim de preservar a norma. 2. A interpretação
do art. 791-A , § 4º da CLT que se amolda à Constituição Federal é a de
conferir à expressão polissêmica "créditos capazes de suportar a despesa" o
significado de "créditos que o trabalhador possa dispor sem causar
malferimento ao direito à vida ( CF , art. 5º , caput), a sua dignidade e a de sua
família ( CF , art. 1º , III ), à gratuidade judiciária ( CF , art. 5º , LXXIV ) e o
acesso à justiça (CF, art. XXXV)". 3. Não existindo na norma um critério
objetivo para tanto (...)

Já a lacuna axiológica há lei para o caso concreto, porém sua aplicação se
revela injusta ou insatisfatória. É o caso do duplo grau de jurisdição obrigatório
no processo do trabalho.

Abaixo jurisprudência do TST:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA/EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA
DISTRIBUÍDA NO JUÍZO DO DOMICÍLIO DO EXEQUENTE EM
DETRIMENTO DAQUELE EM QUE PROLATADO O PROVIMENTO
CONDENATÓRIO. POSSIBILIDADE. FORO DE ELEIÇÃO DE ESCOLHA DO
CREDOR EXEQUENTE. APLICAÇÃO DAS REGRAS COMPONENTES DO
MICROSSISTEMA DE TUTELA COLETIVA. ART. 877 DA CLT. LACUNA
AXIOLÓGICA. ART. 769 DA CLT. I. As regras oriundas do microssistema de
xtutela coletiva, no que concerne à competência para liquidação e execução
individual de sentenças prolatadas no esteio de ação coletiva, devem ser
aplicadas ao processo do trabalho em detrimento daquela prevista no art. 877
da Consolidação das Leis do Trabalho, mais restritiva, exatamente porque mais
eficazes na promoção do direito constitucional de acesso à justiça (art. 5,
XXXV, da Constituição da República), mormente na fase em que se busca a
efetiva satisfação do bem da vida. II. Considerando-se a previsão legal de ao
substituído ser franqueado liquidar e executar individualmente o título obtido na
ação coletiva em seu próprio domicílio (art. 98, §§1o e 2o, e art. 101, I, da Lei
n° 8.078/90), seria insatisfatória, quiçá injusta, a aplicação da normatividade do
indigitado artigo celetista, imprimindo potencial dificuldade de acesso à
prestação jurisdicional nos casos em que o substituto processual ajuizasse a
demanda longe do domicílio do substituído. Por conseguinte, é razoável
sustentar a existência de lacuna axiológica, com aptidão para atrair a
autorização legal prevista no art. 769 da CLT para utilização das regras
supramencionadas. (... )

Na lacuna ontológica há lei para o caso concreto, porém a norma está
desligada da realidade social, de modo que não tem aplicação prática.

Jurisprudência que segue :

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA


LEI 13.015/2014. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA. CONFISSÃO REAL QUANTO À AUSÊNCIA DE
FISCALIZAÇÃO. DECISÃO EM CONSONÂNCIA COM A SÚMULA 331, V, DO
TST. A leitura das razões expostas no apelo revela a culpa in vigilando do Ente
Público, na medida em que o Estado confessou não possuir competência para
fiscalizar o adimplemento dos encargos trabalhistas assumidos pela empresa
prestadora de serviços. Afirmou pertencer à União a competência exclusiva da
fiscalização da execução dos contratos firmados com a administração pública.
Constatada, portanto, a confissão do Ente Público, resta absolutamente
desnecessária a exibição de qualquer prova da negligência do dever de
fiscalização do contrato de prestação de serviços, bem assim despiciendo o
debate acerca da titularidade do ônus da prova correspondente. Legítima,
portanto, a imputação da responsabilidade subsidiária combatida, nos termos
da Súmula 331, V/TST. Julgados desta Corte.

6 – Com o surgimento do novo CPC reforçar se a inutilidade do recurso à


teoria das lacunas de Maria Helena Diniz – até porque elas deixarão de existir,
quando o foco de observação do processualista trabalhista deixará de ser a
CLT e passará a ser todo o ordenamento jurídico, resultado do acoplamento do
diploma trabalhista com o novo CPC, a Constituição Federal e os Tratados
Internacionais, formando um único objeto de estudo, a partir do qual os
intérpretes construirão as normas processuais e, organizando-as com a
estrutura de sistema, resolverão as antinomias pelo critério da norma mais
efetiva, aplicando-a aos casos concretos, independente da sua posição
topográfica no ordenamento jurídico.

7 - A civitização do processo do trabalho, especialmente devido à necessária e


incessante complementação das regras do processo do trabalho com os
institutos do processo civil, ainda que preservando as bases ideológicas do
processo do trabalho. A civitização permite uma reconstrução do direito
processual do trabalho, significando dizer que a incorporação das normas
processuais civis deve ser guiada pela necessidade de aprimoramento dos
institutos do processo do trabalho, visando à efetividade da jurisdição,
obviamente mediante a preservação de suas bases ideológicas. Assim, se a
aplicação das normas do processo civil implicar a máxima efetividade da tutela
jurisdicional, cumprindo os princípios da celeridade e proteção do trabalhador,
não há razões para rebelar-se contra a denominada civitização, porque, ao fim
e ao cabo, o processo do trabalho promoverá o acesso do trabalhador à
jurisdição justa.

Já os pontos negativos da civitização do processo do trabalho é criticada por


alguns autores mais tradicionais, esse fenômeno acaba por comprometer a
identidade do processo do trabalho, além de alguns operadores jurídicos, por
dominarem o processo civil e com ele terem afinidade, incorporam seus
princípios e os aplicam de forma mais generalizada, em detrimento da
identidade do processo do trabalho. As reformas processuais levadas a efeito
nos últimos anos têm deixado de lado o processo do trabalho, que acaba por
ficar para trás, tendo que se socorrer a “malabarismos” para compatibilizar as
regras processuais da CLT às novas normas do CPC, muitas vezes, quase que
inconciliáveis.

IMPACTOS DA REFORMA
 
8 - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. PEDIDO JULGADO
IMPROCEDENTE. RESPONSABILIDADE DO RECLAMANTE PARA HONRAR
O PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM
PROL DO CAUSÍDICO ADVERSO. Ainda que o reclamante seja beneficiário
da justiça gratuita, tal concessão não o exime do dever de arcar com o
pagamento da verba honorária da parte contrária, o que deve ser apurado em
execução. A suspensão da medida constritiva ocorrerá apenas após a
exaustão dos meios persecutórios da satisfação integral da obrigação. (TRT da
3.ª Região; PJe: 0010288-26.2018.5.03.0015 (RO); Disponibilização:
19/09/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 902; Órgão Julgador: Quarta Turma;
Relator: Paulo Chaves Correa Filho)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ASSISTENCIAIS. AÇÃO PROPOSTA ANTES
DA LEI 13.467/17. Em se tratando de ação proposta antes da Lei n. 13.467/17,
aplicam-se, em relação aos honorários advocatícios, as regras vigentes
naquela data, em observância do princípio da segurança jurídica, sob pena de
se proferir decisão surpresa às partes. A verba honorária, na seara trabalhista,
era disciplinada pela Lei nº 5.584/70, que previa tão somente
os honorários advocatícios assistenciais nos casos em que o empregado é
beneficiário da Justiça Gratuita e está assistido pelo sindicato de sua categoria
profissional (Súmulas nº 219 e 329 do C. TST). Assim, estando presentes os
pressupostos legais, são devidos
os honorários advocatícios assistenciais. (TRT da 3.ª Região; Pje: 0010585-
44.2016.5.03.0131 (RO); Disponibilização: 07/11/2018; Órgão Julgador:
Décima Turma; Relator: Convocada Olivia Figueiredo Pinto Coelho)
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. JUSTIÇA GRATUITA.
Com o advento da Lei 13.467/17 foram modificados diversos dispositivos da
Carta de Vargas e, dentre eles, houve a inserção do art. 791-A, que cuida
dos honorários advocatícios sucumbenciais. A Justiça Gratuita é um instituto
distinto dos honorários sucumbenciais, porquanto tem aplicação restrita a
custas e emolumentos, não abarcando os honorários sucumbenciais que têm
gênese própria. Nessa ordem de ideias, o reclamante, ainda que beneficiário
da justiça gratuita, tem o dever de arcar com os citados honorários, quando
condenado, pena de arrostar o novel dispositivo legal. Lado outro, não se pode
olvidar que o princípio constitucional da isonomia, segundo o qual todos são
iguais perante a Lei, conforme se dessume do art. 5º da Lei das Leis, estaria
sendo vilipendiado, quando não observado. Vale lembrar, por oportuno, que o
Constituinte, com a proverbial sapiência, teve o cuidado e a prudência de
inserir a isonomia no caput do art. 5º, dos direitos e garantias fundamentais.
Diante da falta de observação do mencionado princípio constitucional estar-se-
ia configurando tabula rasa ao aludido princípio de máxima importância e
cumprimento obrigatório. Assim, o reclamante sucumbente, ainda que
beneficiário da justiça gratuita, deve arcar com os ônus a que deu causa, não
sem antes lembrar que a palavra honorários advêm de honra - é o salário,
estipêndio, fonte de renda daqueles que tanto lutam para manter condição de
vida digna. Entendimento contrário, d.m.v., levaria à ilação de que o patrono do
reclamante receberia - em ultima ratio - duas vezes – os honorários contratuais
e os sucumbenciais - esses últimos pagos pela reclamada, e o patrono da
acionada receberia os honorários contratuais, nada percebendo a título de
sucumbenciais, o que demonstra o desequilíbrio das obrigações e
igualdade. (TRT da 3.ª Região; Pje: 0010301-97.2018.5.03.0185 (RO);
Disponibilização: 05/11/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 1689; Órgão
Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho )
REFORMA TRABALHISTA. LEI 13.467/2017. APLICAÇÃO DA LEI
PROCESSUAL NO TEMPO. DIREITO INTERTEMPORAL. INSTITUTOS
PROCESSUAIS HÍBRIDOS. PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA JURÍDICA E DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL SUBSTANTIVO. 1. Em um Estado Democrático
de Direito e por razões de segurança jurídica, restringe-se a eficácia da lei
processual para manter intactos os atos jurídicos processuais perfeitos, os
direitos processuais adquiridos e a coisa julgada (CR/1988, art. 5º, XXXVI;
LINDB, art. 6º). 2. No âmbito de direito intertemporal processual vige, assim, a
regra "tempus regit actum". Por meio dela, os fatos ocorridos e situações já
consumadas no passado não se regem pela lei nova que entra em vigor, mas
continuam valorados segundo a lei ao tempo de sua formação. 3. O art. 14 do
CPC/2015, ao determinar que a norma processual não retroagirá e será
aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadassob a vigência da
norma revogada, aponta para a aplicação mitigada da teoria do isolamento dos
atos processuais. 4. Deve-se proteger as situações jurídicas consolidadas,
especialmente em relação aos institutos processuais híbridos (ou bifrontes),
impedindo-se a aplicação imediata da lei processual nova. 5. Em interpretação
sistemática e teleológica do ordenamento processual (CPC/2015, art. 8º), e em
face dos princípios do devido processo legal e da segurança jurídica, sob
enfoque do ato jurídico processual perfeito, da não surpresa e da proteção da
confiança, não são passíveis de aplicação às ações ajuizadas em data anterior
a 11 de novembro de 2017 os requisitos da petição inicial (liquidação do
pedido), os requisitos e a abrangência da Justiça Gratuita, e em relação
aos honorários advocatícios sucumbenciais (inclusive recíprocos)
e honorários periciais estabelecidos pela Lei 13.467/2017. (TRT da 3.ª Região;
Pje: 0010091-02.2013.5.03.0030 (RO); Disponibilização: 29/10/2018; Órgão
Julgador: Terceira Turma; Relator: Camilla G.Pereira Zeidler)

9 – Sim, a aplicaçao é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas


iniciadas ou consolidadas sob a égide da lei revogada” (art. 1º), de forma que
contratos antigos não serão atingidos, permanecem como estão. As novas
mudanças valem apenas para contratos novos.

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