Você está na página 1de 2

Direito egípcio

O direito, ou leis egípcias, deve ser visto como um eixo que transcende as
leis materiais. Apesar do abismo temporal que nos separa, o Egito antigo
possuía as operações jurídicas básicas de sempre: regras, punições e justiça.

De forma sintetizada, podemos definir as leis do Egito antigo como


uma reflexão de ma’at, o princípio harmônico instituído por entidades
metafísicas.
Sendo ma’at (harmonia/ordem) um instituto divino, a transgressão
deste mesmo era punida de forma rigorosa.

Apesar do que se sabe hoje do direito egípcio antigo, nenhum código


foi encontrado, como o Código de Hamurabi.

O faraó, como o eixo que ligava os deuses à terra, designava


hierarquicamente um Vizir, que tinha como uma de suas funções,
administrar a parte prática do direito egípcio. Apesar disso, o Vizir não
necessariamente participava de todos casos judiciais, mas designava
também hierarquicamente outros para cuidar das questões da justiça.

De forma prática, podemos explicar o sistema judicial egípcio no


seguinte exemplo:
Se um crime fosse cometido regionalmente, o Seru (grupo hierárquico
de homens mais velhos na região rural) iria tentar resolvê-lo. Caso o
Seru não tivesse êxito, o Kenbet (corte regional e nacional) iria tentar,
e se esse mesmo não tivesse êxito, o caso criminal passaria ao Djadjat
(corte imperial). A maioria dos casos eram resolvidos em Seru.

Seru → Kenbet → Djadjat


(apesar de ser raro os casos que caminhavam ao Djadjat)
O crime era tratado de forma severa, as testemunhas eram agredidas
para garantir a verdade, e alguns historiadores definem o direito do
Egito antigo como “culpado até que se prove o contrário”.

Podemos também notar uma espécie de “direito civil”, e que os


problemas dos camponeses eram levados a sério. Os contratos civis
por exemplo foram mais comuns após o advento da escrita Demótica,
e antes disso eram orais. Não haviam advogados, por este mesmo
motivo, as partes defendiam a si mesmas no litígio.

Você também pode gostar