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16/08/2017 Calvinismo Moderado: A A Hodge (1823-1886): A Divina Permissão do Pecado

A A Hodge (1823-1886): A Divina Permissão do Pecado

24.Que ensinam as Escrituras sobre a relação da providência com as


ações pecaminosas dos homens?

As Escrituras ensinam:

1º. Que as ações más dos homens estão sob a direção eficaz de Deus no
sentido de que elas só são praticadas com Sua permissão e segundo o Seu
propósito – Gen 37:28, 45:5, 50:20. Confira 1 Sam 6:6. Ex 7:13, 14:17, Is 46:4,
Atos 2:23, 3:18, 4:27, 28; 2 Tess 2:11.

2º. Susta e dirige eficazmente o pecado –Gen. 50:20;Sal. 76:10;Is.10:15.

3º. Domina-o para o bem _Gên.50:20; Atos 3:13.

4º. Deus não causa nem aprova o pecado. Tão somente o permite, o dirige, o restringe, o limita, o
governa. O homem, agente livre, é a única responsável e culpada dos seus próprios pecados.

Turretino expõe do modo seguinte o testemunho das Escrituras a respeito do assunto:

1º. Quanto ao começo do pecado.

(1) Deus o permite livremente. Mas essa permissão nem é moral, isto é, embora o permita, não o
aprova nunca; nem meramente negativa, isto é, Ele não concorda simplesmente com o resultado, mas
determina positivamente que, para certos fins sábios e santos, seja permitido aos maus homens que
ajam segundo suas naturezas más -Sal. 81:12; Atos 4:27,28.

(2) Abandona os que pecam, ou tirando-lhes a graça de que abusaram, ou não lhes dando mais. Esse
abandono pode ser

(a) parcial, para provar o coração do homem - 2 Cron. 32:31, ou


(b) corretivo, ou
(c) penal - Jer. 7:29; Rom. 1:24-26.

(3) Deus ordena as circunstancias de modo que a maldade inerente aos homens se manifeste como Ele
determinou permitir que o faça - Atos 2:23; 3:18.

(4) Deus entrega os homens a satanás,

(a) como tentador - 2 Tess. 2:9-11, ou


(b) como atormentador - 1 Cor. 5:5.

2º. Quanto ao progresso do pecado, Deus limita a sua intensidade, a sua duração e a sua influência
sobre outros. Isso Ele efetua tanto por influências internas sobre o coração, como pela direção das
circunstâncias externas - Sal. 76:10.

3º. Quanto ao fim ou ao resultado do pecado, Deus sempre o domina e o dirige para o bem - Gên.
50:20; Jó1:12; 2:6-10; Atos3:13; 4:27,28 .

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: A A Hodge (1823-1886): A Divina Permissão do Pecado

Fonte: Hodge, Archibald Alexander. Esboços de Teologia. Publicações Evangélicas Selecionadas, pgs
362-363.
Indicado por: http://calvinandcalvinism.com/?p=967

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: A Segunda Confisão Helvética: A Divina Permissão do Pecado

A Segunda Confisão Helvética: A Divina Permissão do Pecado

Deus não é o autor do pecado; e até onde se pode dizer que ele endurece. Está claramente
escrito:

“Tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade. Aborreces a todos que praticam
iniqüidade. Tu destróis os que proferem mentira” (Sal 5.4 ss).

E de novo:

“Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da
mentira” (João 8.44).

Além disso, há em nós suficiente pecado e corrupção, não sendo necessário que Deus em nós infunda
uma nova e ainda maior depravação. Quando, portanto, se diz nas Escrituras que Deus endurece, cega
e entrega a uma disposição réproba de mente, deve-se entender que Deus o faz mediante um justo
juízo, como um Juiz Vingador e justo.

Finalmente, sempre que na Escritura se diz ou parece que Deus faz algo mal, não se diz, por isso,
que o homem não pratique o mal, mas que Deus o permite e não o impede, segundo o seu justo
juízo, que poderia impedi-lo se o quisesse, ou porque ele transforma o mal do homem em
bem, como fez no caso do pecado dos irmãos de José, ou porque ele próprio controla os pecados, para
que não irrompam e grassem mais largamente do que convém. Santo Agostinho escreve em seu
Enchiridion:

“De modo admirável e inexplicável não se faz além da sua vontade aquilo que contra a sua
vontade faz. Pois não se faria, se ele não o permitisse. E, no entanto, ele não o permite
contra a vontade, mas voluntariamente. O bom não permitiria que se fizesse o mal, a não
ser que, sendo onipotente, pudesse do mal fazer o bem”.

É isso o que ele diz.

Questões curiosas. As demais questões - tais como, se Deus quis que Adão caísse, ou se o incitou à
queda, ou por que não impediu a queda e outras semelhantes - nós as reconhecemos como curiosas
(salvo, talvez, se a impiedade dos heréticos ou de outros homens grosseiros nos leve a explicá-las
também, com base na Palavra de Deus, como freqüentemente o fizeram os piedosos doutores da
Igreja), sabendo que o Senhor proibiu o homem de comer do fruto proibido e puniu sua transgressão.
Sabemos também que as coisas que se fazem não são más com respeito à providência, à vontade e ao
poder de Deus, mas com respeito a Satanás e à nossa vontade que se opõe à vontade de Deus.

Fonte: http://www.teuministerio.com.br/BRSPIGBSDCMCMC/vsItemDisplay.dsp&objectID=D0A4B2FA-
BC65-4EFE-8EAFD46869C347FE&method=display.
Obs: A ressaltação em negrito não é original do texto. O texto foi reformatado.
Indicado por http://calvinandcalvinism.com/?p=2526

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: Confissão de Fé de Westminster: A Divina Permissão do Pecado

Confissão de Fé de Westminster: A Divina Permissão do Pecado

Capítulo 5 – Da Providência

IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a bondade infinita de Deus, de tal maneira se manifestam
na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e
dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus
próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, regula e governa em uma múltipla
dispensação; mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede
tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do
pecado nem pode aprová-lo.

Ref. Is 45:7; Rm 11:32-34; At 4:27-28; Sl 76:10; II Rs 19:28; At 14:16; Gn 50:20; Is 10:12; I Jo 2:16; Sl
50:21; Tg 1:17.

Capítulo 6 -Da Queda do Homem, do Pecado e do seu Castigo

I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto
proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado
deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória.

Ref. Gn 3:13; II Co 11:3; Rm 11:32;5:20-21.

Catecismo Maior

19. Qual é a providência de Deus para com os anjos?

Deus, pela sua providência, permitiu que alguns dos anjos, voluntária e irremediavelmente,
caíssem em pecado e perdição, limitando e ordenando isso, como todos os pecados deles, para a sua
própria glória; e estabeleceu os mais em santidade e felicidade, empregando-os todos, conforme lhe
apraz, na administração do seu poder, misericórdia e justiça.

Judas 6; Luc. 10:17; Mar. 8:38; 1 Tim. 5:21; Heb. 12:22; Sal. 103:20; Heb. 1:14.

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis 1:1-3

João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis


1:1-3

1. Neste capítulo, Moisés explica, que o homem, depois de ter sido


enganado por Satanás revoltado com seu Criador, tornou-se totalmente
alterado e muito degenerado, porque a imagem de Deus, na qual ele
havia sido formado, foi obliterada.

Ele,então, declara, que o mundo todo, o qual havia sido criado por causa
do homem, caiu junto com ele de seu estado original, e que desta
maneira muito da sua excelência nativa foi destruída. Mas aqui surgem
muits e árduas questões.

Pois quando Moisés diz que a serpente era mais astuta do que todos os
outros animais, ele parece indicar, que ela tinha sido induzida a enganar o homem, não por instigação
de Satanás, mas por sua própria malignidade.

Eu respondo, que a sutileza inata da serpente não impediu Satã de fazer uso do animal para a
finalidade de realizar a destruição do homem. Porque, uma vez que ele precisava de um instrumento,
ele escolheu, dentre os animais o que viu que seria mais apropriado para ele: enfim, ele
cuidadosamente planejou o método pelo qual a armadilha que estava se preparando poderia ser mais
facilmente apanhar a mente de Eva pela surpresa.

Até então, ele não tinha realizado nenhuma comunicação com os homens, por isso, vestiu-se com a
pessoa de um animal, no qual pode abrir para si o caminho de acesso. Mas sobre isso não há
concordância entre os intérpretes em que sentido a serpente é dita ser (aroom, sutil), palavra pela qual
os hebreus designam os prudentes, bem como ao astuto. Alguns, portanto, tomariam isso num sentido
positivo e outros num sentido ruim.

Eu creio, no entanto, que Moisés não quis apontar isso tanto como uma falha, mas como um atributo
louvável da natureza, porque Deus dotou esta besta com tal habilidade singular, ao dispensar a ela
perspicácia e rápida visão mais do que todas as outras. Mas Satanás perverteu para seus próprios fins
traiçoeiros o dom que tinha sido divinamente comunicado à serpente.

Alguns capciosamente argumentam com sofismas que mais perspicácia é agora encontrada em muitos
outros animais. Para os quais eu respondo que não haveria nada de absurdo em dizer que o dom que
se revelou tão destrutivo para a raça humana tenha sido retirado da serpente, da mesma forma, como
veremos mais adiante, que outras punições também foram infligidas sobre ela.

No entanto, nesta descrição, os escritores sobre a história natural não diferem substancialmente de
Moisés, e a experiência dá a melhor resposta para a objeção, pois o Senhor não ordena em vão os
seus discípulos a serem "prudentes como as serpentes" (Mateus 10:16.) Mas parece que, talvez, pouco
harmônico com a razão, que somente a serpente seria aqui apresentada, todas as referências de
Satanás sendo suprimidas. Reconheço, na verdade, que dessa passagem isolada nada mais pode ser
coletado além de que os homens foram enganados pela serpente.

Mas os testemunhos da Escritura são suficientemente numerosos, nos quais é claramente afirmado que
a serpente era apenas a boca do diabo, porque não é a serpente, mas sim o diabo que é declarado ser
"o pai da mentira ', o criador da falsidade, e o autor da morte. A questão, porém, ainda não está
resolvido, porque Moisés manteve oculto o nome de Satanás.

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis 1:1-3

Eu de bom grado subscrevo a opinião daqueles que afirmam que o Espírito Santo, então, de forma
proposital utilizou figuras obscuras, porque convinha que a luz clara e completa fosse reservada para o
reino de Cristo. Entretanto, os profetas provam que estavam bem familiarizados com o sentido
pretendido por Moisés, quando, em diferentes lugares, jogam a culpa da nossa ruína no diabo.

Nós dissemos em outro lugar, que Moisés, por um rústico e não desenvolvido estilo, acomoda o que ele
transmite à capacidade das pessoas, e por uma ótima razão, pois não ele não só tinha que instruir uma
raça de homens iletrados, mas também a idade da igreja na época era tão pueril, que era incapaz de
receber qualquer instrução mais elevada. Não há, portanto, nada de absurdo na suposição de que eles,
os quais, para o tempo em que viveram, nós sabemos e confessamos terem sido apenas como crianças
e foram alimentadas com leite. Ou (se outra comparação for mais aceitável) Moisés de forma alguma
seria culpado, se, considerando o cargo de mestre como imposto sobre ele, persiste em rudimentos
adequados para as crianças. Eles que têm uma aversão a essa simplicidade, devem necessariamente
condenar toda a economia de Deus no governo da Igreja.

Isso, no entanto, pode nos bastar, porque o Senhor, pela iluminação secreta do seu Espírito, fornece o
que quer que seja necessário de clareza em expressões exteriores; como aparece claramente dos
profetas, que viram Satanás sendo o verdadeiro inimigo da raça humana, o inventor de todos os males,
equipado com todo tipo de fraude e vilania para ferir e destruir. Portanto, embora os ímpios façam uma
barulheira, não há nada que nos ofenda neste modo de falar pelo qual Moisés descreve Satanás, o
príncipe da iniqüidade, sob a pessoa do seu servo e instrumento, no tempo em que Cristo, o Cabeça da
Igreja, e o Sol da Justiça, ainda não tinha abertamente resplandecido.

Adicione a isso, a baixeza da ingratidão humana que aí é mais claramente percebida, pois Adão e Eva
sabiam que todos os animais foram dados, pela mão de Deus, em submissão a eles, mas ainda assim
eles sofreram em si mesmos por terem sido levados por um dos seus próprios servos em rebelião
contra Deus. Sempre que eles vissem um dos animais que estavam no mundo, eles deveriam se
lembrar tanto da autoridade suprema quanto da singular bondade de Deus, mas, de forma contrária,
quando viram na serpente um apóstata seu Criador, não só negligenciaram puni-la, mas, em violação
de toda a ordem legal, eles se sujeitaram e se devotaram a ela, como participantes na mesma
apostasia. O que se pode imaginar como mais desonroso do que esta extrema depravação? Assim,
entendo o nome da serpente, não alegoricamente, como alguns tolamente fazem, mas no seu sentido
genuíno.

Muitas pessoas se surpreendem que Moisés simplesmente, e abruptamente, relata que os homens
caíram pelo impulso de Satanás para a destruição eterna, e ainda assim nunca por uma única palavra
explica como o próprio tentador se revoltou contra Deus. E disso tem se levantado, por alguns homens
fanáticos, o sonho de que Satanás foi criado mau e perverso como ele é descrito aqui. Mas a revolta de
Satanás é provada por outras passagens das Escrituras, e é uma ímpia loucura atribuir a Deus a
criação de qualquer natureza perversa e corrupta, pois quando havia terminado o mundo, Ele mesmo
deu esse testemunho a todas as suas obras: “que elas eram muito boas”.

Portanto, sem controvérsia, devemos concluir que o princípio do mal que Satanás era dotado não era
de natureza, mas de deserção, porque ele se apartou de Deus, a fonte da justiça e de toda retidão.
Moisés, porém, aqui passa por cima da queda de Satanás, porque seu objetivo é brevemente narrar a
corrupção da natureza humana, para nos ensinar que Adão não foi criado para aquela múltiplas
misérias sobre as quais todos os seus descendentes sofrem, mas que ele caiu nelas por sua própria
culpa . Ao refletir sobre o número ea natureza dos males de que são detestáveis, os homens são
frequentemente incapazes de conter-se de fúria e murmuram contra Deus, a quem eles censuram
precipitadamente para a justa punição de seus pecados.

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis 1:1-3

Estas são as suas bem conhecidas queixas de que Deus tem agido mais misericordiosamente para
suínos e cães do que a eles. De onde isso vem a não ser que eles não atribuem o estado miserável e
arruinado, sob o qual definham, ao pecado de Adão como deveriam? Mas o que é muito pior,
arremessam de volta para Deus a acusação de ser a causa de todos os interiores vícios da mente, (tais
como a horrivel cegueira, rebeldia obstinada contra Deus, maus desejos e propensões violentas para o
mal;) como se toda a perversidade de nossa disposição não tivesse sido acidental. 1

O designio, portanto, de Moisés era mostrar, em poucas palavras, como nossa condição atual difere
grandemente do nosso estado original, a fim de que possamos aprender, com a confissão humilde de
nossa culpa, a lamentar nossos males. Não devemos, então, ser surpreendidos, que, enquanto ele se
concentrava na história que propôs relatar, não tenha discutido cada tópico que pode ser desejado por
quem quer que seja.

Nós devemos, agora, entrar nessa questão pela qual as mentes vãs e inconstantes são grandemente
agitadas, a saber: Por que Deus permitiu que Adão fosse tentado, uma vez que o triste resultado não
era de nenhuma maneira oculto a Ele? Porque nós atribuímos ao juízo e à vingança, em consequência
da alienação do homem de Deus, Ele relaxar as rédeas de Satanás, permitindo que nos tente ao
pecado, mas não havia a mesma razão para fazer isso quando a natureza humana era ainda pura e
reta . Deus, portanto, permitiu que Satanás tentasse o homem, o qual era conforme Sua própria
imagem, e ainda assim isso não implicou em qualquer crime, tendo, além disso, nesta ocasião,
permitido a Satanás o uso de um animal³ que de outra forma nunca teria obedecido e ele, e o que mais
era isso, do que uma arma do inimigo para a destruição do homem?

Esse parece ter sido o fundamento sobre o qual os maniqueus sustentaram a existência de dois
princípios. 4 Portanto, eles imaginaram que Satanás, não estando em submissão a Deus, preparou a
armadilha para o homem em oposição à vontade divina, e não foi superior somente ao homem, mas
também ao próprio Deus. Assim, por uma questão de evitar o que temiam como um absurdo, eles
cairam execráveis prodígios de erro, como por exemplo, que existem dois deuses, e não um único
Criador do mundo, e que o primeiro Deus foi superado por seu antagonista. Todos, entretanto, que
pensam piedosamente e reverentemente sobre o poder de Deus, reconhecem que o mal não
ocorreu, exceto por sua PERMISSÃO.

Pois, em primeiro lugar, é preciso reconhecer que Deus não estava na ignorância do evento que
estava prestes a ocorrer, e então, que Ele poderia ter evitado isso, tivesse achado apropriado
fazê-lo. Mas ao falar de PERMISSÃO, eu entendo que Ele tinha designado tudo o que desejava
que fosse feito. Aqui, certamente, uma diferença se levanta por parte de muitos, que supõem que
Adão foi tão entregue ao seu próprio livre arbitrio, que Deus não queria que ele caísse. Eles tomam
como certo, o que eu concedo a eles, que nada é menos provável do que Deus ser considerado como a
causa do pecado, o qual vingou com tantas e tão severas penalidades. Quando digo, porém, que Adão
não caiu sem a ordenação e a vontade de Deus, eu não digo isso como se o pecado alguma vez
tivesse sido agradável a Ele, ou como se Ele simplesmente desejasse que o preceito que tinha dado
fosse violado.

Tanto quanto a queda de Adão foi a subversão da equidade e da ordem bem-constituída, e também a
rebeldia obstinada contra o divino Legislador, e a transgressão da justiça, certamente era contra a
vontade de Deus; ainda assim nenhuma dessas coisas faz impossivel que, por uma certa causa,
embora desconhecida para nós, Ele possa desejar a queda do homem. Ofende os ouvidos de alguns,
quando se diz que Deus quis esta queda, mas o que mais (eu suplico) é a PERMISSÃO Dele, que
tem o poder de evitar e, em cuja mão toda a questão é colocada, senão Sua vontade? Eu anelo
que os homens preferissem sofrer em si mesmos ao ser julgados por Deus, do que, com ousadia
profana, venham a julgar a Deus; mas essa é a arrogância da carne, submeter a Deus ao seu próprio
teste.
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16/08/2017 Calvinismo Moderado: João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis 1:1-3

Eu sustento como um firme axioma, que não há nada mais inadequado ao caráter de Deus do
que ser dito por nós que o homem foi criado por Ele, com o propósito de ser colocado em uma
condição de suspense e dúvida. Portanto, concluo que, como se convinha ao Criador, Ele antes
tinha de determinar consigo mesmo qual seria a condição futura do homem. Disso o inábil
precipitadamente infere que o homem não pecou por LIVRE ESCOLHA. Pois o homem se
percebe sendo condenado pelo testemunho de sua própria consciência, porque ele teve muita
LIBERDADE em pecar. Se ele pecou por necessidade, ou por contingência, é outra questão, a
respeito da qual ver as Institutas e o Tratado sobre a Predestinação.

Fonte: http://www.biblestudyguide.org/comment/calvin/comm_vol01/htm/ix.htm
Tradutor: Emerson Campos Pinheiro

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Oséias 8:4

João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Oséias


8:4

Quanto ao primeiro ele diz:

“Eles vieram a ter rei, mas não através de mim; eles instituíram um
governo, e eu não o soube”

Ou seja, “sem o meu consentimento”; pois é dito que Deus não conhece
o que ele não aprova, ou aquilo sobre o que não é consultado. Mas
alguém pode objetar e dizer que Deus sabia do novo reino, visto que ele
foi o seu fundador. A resposta a isso é que Deus assim opera, que tal
pretexto, todavia, não escusa os ímpios, já que eles aspiram a algo mais,
em vez de executarem o propósito dele.

Por exemplo, quando Deus intentou provar a paciência de seu servo Jó: os ladrões que roubaram a
propriedade dele eram desculpáveis? Em hipótese nenhuma. Pois qual era o objetivo deles, senão
enriquecerem-se pela injustiça e pela rapina? Visto, então, que eles obtiveram seu ganho às expensas
de outro, e injustamente roubaram um homem que nunca os havia lesado, ficaram sem desculpa
alguma.

O Senhor, no entanto, no meio-tempo, executava, por meio deles, o que decretara, e o que já tinha
permitido a Satanás fazer. Ele intentava, como foi dito, que seu servo fosse saqueado; e Satanás, que
influenciava os salteadores, não podia mesmo mover um dedo que não fosse por autorização
divina; ou melhor, a não ser que lhe fosse mandado. Simultaneamente, o Senhor nada tinha em
comum ou em conexão com os ímpios, porque o propósito dele estava mui além da depravada
concupiscência desses.

Assim também se deve dizer do que é aqui dito pelo Profeta. Como Deus pretendia punir Salomão, ele
levou as dez tribos. Ele, deveras, tolerou que Salomão reinasse até o fim de seus dias e
conservasse o governo do reinado; mas Reoboão, que o sucedeu, perdeu as dez tribos. Isso não
aconteceu por acaso; pois Deus assim o decretara; sim, ele declarara que seria de tal modo. Ele
enviou Aías, o silonita, para oferecer o reino a Jeroboão, que nunca sonhou com nada disso. Deus,
pois, a tudo regia pelo seu próprio conselho secreto, para que as dez tribos resignassem a sua
lealdade a Reoboão, e que Jeroboão, sendo feito rei, possuísse a maior parte do reino.

Isso, digo, foi feito pelo decreto de Deus: não obstante, que o povo não pensasse que estava
obedecendo a Deus ao revoltar-se contra Reoboão, pois ele povo desejava algum afrouxamento
quando viu que o jovem rei desejava oprimi-lo tiranicamente; por essa razão, elegeu para si um novo
monarca. Porém, ele devia ter agüentado todo dano em vez de se privar daquela bênção inestimável,
da qual Deus lhe deu um símbolo e um penhor no reinado de Davi; pois esse, como foi dito, não reinou
como um rei comum, mas foi um tipo de Cristo, e Deus prometera sua mercê ao povo enquanto o
reinado de Davi prosperasse, como se Cristo morasse, então, no meio do povo.

Quando, portanto, o povo sacudiu o jugo de Davi, era o mesmo que se houvesse rejeitado ao próprio
Cristo, porque esse, em seu tipo, era desprezadoPor isso, vemos quão vil foi a conduta do povo em se
juntar a Jeroboão. Pois essa sedição não foi meramente uma prova de leviandade, como alguns povos,
com freqüência, precipitadamente subvertem o estado de coisas; não foi meramente uma leviandade
temerária, mas uma ímpia negação do favor de Deus, a mesma coisa que se houvesse rejeitado a
Cristo mesmo.

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Dessa maneira, também ele se dividiu do grêmio da Igreja; e, embora o reino de Israel ultrapassasse ao
de Judá em riquezas e poder, todavia, virou como que um membro pútrido, pois a saúde inteira
dependia da cabeça, da qual as dez tribos se desligaram. Vemos então, agora, por que o Profeta tão
agressivamente repreende os israelitas por estabelecerem um reino sem ser por meio de Deus; e,
ainda, se resolve a questão de como Deus aqui declara que isso não se deu através dele, que, todavia,
havia determinado e atestado pela boca de seu profeta, Aías, o silonita; isto é, que Deus, como foi dito,
não dera uma ordem ao povo, nem permitira a esse sair da fidelidade a Reoboão. Deus, então, nega
que o reino, no que dizia respeito ao povo, fosse estabelecido pelo seu decreto; e diz que o que foi feito
era isto — que o povo fez um rei sem o consultar; pois devia ter prestado atenção ao que aprazava a e
era permitido pelo Senhor; isso, ele não fez, mas, subitamente, seguiu seu impulso cego.

E esse ponto é digno de ser observado; pois, em vista disso, aprendemos que a mesma coisa é e não é
feita pelo Senhor. Os homens tolos dos dias correntes, não versados na Escritura, excitam grandes
distúrbios entre nós acerca da providência de Deus; sim, há muitos cães furiosos que latem para nós,
porque dizemos (o que a Escritura também ensina em toda parte) que nada se realiza que não seja
pela ordenação e pelo secreto conselho divinos, e que tudo o que é mantido neste mundo é governado
pela sua mão. “Como assim? Deus, então, é um assassino? Deus, então, é um ladrão? Ou, em outras
palavras, matanças, roubos e toda sorte de maldade deve ser imputada a ele?”

Tais homens, embora sejam julgados sagazes, provam o quão estúpidos e incongruentes são; mais do
que isso, que loucas bestas selvagens são eles. Pois o Profeta demonstra aqui que a mesma coisa foi
feita e não feita pelo Senhor, mas de um jeito diferente. Deus, aqui, nega expressamente que Jeroboão
fosse feito rei por ele; por outro lado, reportando-se à história sagrada, transparece que Jeroboão foi
feito rei, não pelos sufrágios do povo, mas por ordem de Deus; pois nenhuma coisa tal tinha ainda
entrado na mente do povo quando Aías foi mandado para ir a Jeroboão; e ele próprio não aspirava ao
reino, nenhuma ambição o impelia; ele permanecia sossegado como um homem comum, e o Senhor o
incitou e disse: “Farei com que tu reines”. O povo nada conhecia de tais coisas. Depois que isso foi
feito, quem podia ter negado que Jeroboão foi posto no trono, por assim dizer, pela mão de Deus? Tudo
isso é verdade; porém, no tocante ao povo, ele não foi feito rei por Deus. Por quê? Porque o Senhor
ordenara que Davi e a posteridade desse reinassem perpetuamente.

Por isso, vemos que todas as coisas obradas no mundo estão assim dispostas pelo secreto conselho
de Deus, que ele regula tudo o que o ímpio e, até, Satanás tentam fazer, todavia, ele permanece justo;
e de nada serve diminuir a culpa dos males quando dizem que todas as coisas são governadas pelo
secreto conselho de Deus. Com relação a si mesmos, eles conhecem o que o Senhor determina em
sua lei; que sigam tal norma: quando se desvirem dela, não há fundamento algum para se desculparem
e dizerem que obedecem a Deus; pois o intento deles deve sempre ser levado em conta. Por esse
motivo, vemos como os israelitas nomearam um rei, mas não por Deus; pois foi a sedição que os
impulsionou quando a lei, concomitante, prescrevia que a ninguém deviam escolher como rei senão o
que fora eleito por Deus; e ele delimitara a posteridade de Davi, designando que essa deveria ocupar o
trono real até a vinda de Cristo.

Fonte: Comentário de Oséias de Tradução de Vanderson Moura da Silva disponivel no


www.monergismo.com. A ressaltação em negrito foi adicionada por este blog.

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: Jonathan Edwards (1703–1758): Deus é o Autor do Pecado?

Jonathan Edwards (1703–1758): Deus é o Autor do Pecado?

I. Aqueles que se opõem, porque esta doutrina faz de Deus o autor do


pecado, devem explicar claramente o que querem dizer com essa
frase, "o autor do pecado."

Eu sei que a frase, como é comumente utilizada, significa algo muito


ruim. Se por "o autor do pecado", se entende o pecador, o agente, ou
o protagonista do pecado, ou aquele que faz uma coisa má, assim isso
seria um opróbrio e blasfêmia, supor que Deus seja o autor do pecado.
Nesse sentido, eu nego completamente que Deus seja o autor do
pecado; rejeitando tal imputação ao Altíssimo, como algo infinitamente
abominável, e nego que tal coisa seja conseqüência do que tenho
estabelecido.

Mas se por "o autor do pecado", se entende o permissor, ou um não-impedidor do pecado; e, ao mesmo
tempo, uma disposição do estado dos eventos, de uma tal maneira, para sábios, santos e mais
excelentes fins e propósitos, para que o pecado, se permitido ou não impedido, muito certamente e
infalivelmente aconteça. Eu digo, se isso é tudo o que se entende por ser o autor do pecado, eu não
nego que Deus é o autor do pecado (embora eu não goste e rejeite a frase, pois pelo uso e costume é
capaz de carregar um outro sentido).

Sendo assim, não é vergonha para o Altíssimo ser o autor do pecado. Isto não sendo o protagonista do
pecado, mas ao contrário da santidade. O que Deus faz sobre isso é santo, e é um exercício glorioso da
excelência infinita de sua natureza. E eu não nego que Deus sendo assim o autor do pecado, resulta do
que tenho estabelecido, e afirmo, que também segue igualmente da doutrina que é mantida pela
maioria dos teólogos arminianos.

Fonte: http://edwards.yale.edu
Tradutor: Emerson Campos Pinheiro

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: Zacarias Ursino (1534-1583): As Causas do Pecado - Divina Permissão do Pecado

Zacarias Ursino (1534-1583): As Causas do Pecado - Divina Permissão do Pecado

H. Quais foram as causas do primeiro pecado?

O primeiro pecado do homem teve a sua origem, não em Deus,


mas ocorreu pela instigação do diabo, e pelo livre arbítrio do
homem. O diabo tentou o homem para que este se afastasse de
Deus; e o homem, cedendo a essa tentação, por vontade própria,
se separou de Deus. E embora Deus tenha deixado o homem
por si mesmo nesta tentação, ainda assim Ele não é a causa da
queda, do pecado, ou da destruição do homem; porque, nessa
deserção, ele nem concebeu, nem realizou qualquer uma dessas
coisas. Ele meramente colocou o homem em prova, para
demonstrar que ele é totalmente incapaz de fazer, ou manter
alguma coisa que seja boa, se não for preservado e controlado
pelo Espírito Santo; e com isso (sua prova), Deus, em seu
julgamento justo, permitiu que o pecado do homem viesse a
ocorrer.

A sabedoria do homem raciocina e conclui de forma diferente, como é evidente, da objeção que muitas
vezes ouvimos:

“Aquele que retém essa graça, na hora da tentação, sem a qual não é possível evitar uma
queda, é a causa da queda . Mas Deus reteve sua graça do homem na prova, a qual ele foi
chamado para enfrentar, de forma que o homem não poderia deixar de cair. Portanto, Deus
era a causa da queda do homem”.

Resposta:

A proposição principal é verdadeira somente para aquele que retém a graça, quando é obrigado a não
retê-la; para aquele que a toma de quem é desejoso da mesma e não a rejeita voluntariamente; e para
aquele que a retém por maldade.

Mas não é verdadeira para aquele que não é obrigado a preservar a graça dada inicialmente; e para
aquele que não a retira daquele que a deseja, mas somente daquele que está desejoso por, sua própria
conta, rejeitar a graça que é oferecida a ele; e para aquele que a retém, não devido a inveja pela justiça
e vida eterna do pecador, mas para poder colocar em prova a quem Ele comunicou a sua graça.

Aquele que assim abandona, não é a causa do pecado, embora isso necessariamente tenha se seguido
dessa deserção e retenção de graça. E na medida em que Deus reteve sua graça do homem no tempo
de sua tentação (não da primeira forma, mas da última que acabamos de descrever), Ele não foi a
causa do seu pecado e destruição; apenas o homem foi culpado por intencionalmente rejeitar a
graça de Deus.

E isso é mais uma vez objetado pelos homens de mente carnal:

“Aquele que quer tentar alguém, quando certamente sabe que falhará se for tentado, obtém
o pecado daquele que cai. Deus quis que o homem fosse tentado pelo diabo, quando sabia

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16/08/2017 Calvinismo Moderado: Zacarias Ursino (1534-1583): As Causas do Pecado - Divina Permissão do Pecado

que ele certamente cairia; pois se ele não tivesse desejado isso, o homem não poderia ter
sido tentado. Portanto, Deus é a causa da queda”.

Resposta:

Nós negamos a principal, se ela for compreendida em sua forma crua e simples, pois não é a causa do
pecado, quem deseja que aquele que pode cair fosse tentado com a finalidade de ser posto em prova, e
para a manifestação da fraqueza da criatura, o qual foi o sentido no qual Deus tentou o homem. Mas o
demônio tentou o homem, com o desígnio de que ele pecasse, e fosse separado de Deus; e o homem,
de sua livre vontade, cedeu a essa tentação em oposição ao mandamento de Deus; O demônio e
o homem, ambos, são a causa do pecado, do qual falaremos mais adiante.

Fonte: Zacharias Ursinus, The Commentary of Dr. Zacharias Ursinus on the Heidelberg Catechism,
trans., by G.W.Willard, (Columbus: Scott & Bascom, Printers, 1852), pg 34.

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