Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA
NO DECLÍNIO FUNCIONAL DO
PACIENTE CRÍTICO
ANTONIO DUARTE
BRUNO PRATA MARTINEZ
■ INTRODUÇÃO
A funcionalidade é o novo desafio das unidades de terapia intensiva (UTIs). Especialista do
desempenho funcional, o fisioterapeuta se insere no contexto da responsabilidade social, objetivando
resultados funcionais.
■ OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, o leitor poderá:
■ ESQUEMA CONCEITUAL
Funcionalidade
Declínio funcional
Caso clínico 1
Caso clínico 3
Conclusão
■ FUNCIONALIDADE
A evolução tecnológica e científica da assistência à saúde no paciente crítico vem aumentando a
sua sobrevida. Associado a esse resultado, porém, observa-se, nos sobreviventes, uma elevada
taxa de comprometimento do desempenho funcional que se estende por longo tempo além da alta.
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
Funcionalidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma
denominação que engloba todas as funções e estruturas do indivíduo, as atividades
que ele é capaz de realizar e a sua participação na sociedade.9 Esse conceito
modifica a assistência centrada nas consequências das doenças para a observação
da funcionalidade como um componente de saúde, podendo ter o ambiente como um
facilitador ou uma barreira para o desempenho das atividades.10
Na UTI, a atuação do fisioterapeuta fica mais direcionada aos dois primeiros domínios da
funcionalidade, mas influencia diretamente a participação social do indivíduo no período pós-alta,
por meio de uma melhor condição de independência e desempenho funcional.
As funções do indivíduo relevantes para o fisioterapeuta podem ser definidas como a força e a
resistência muscular periféricas, o tônus muscular, a amplitude de movimento articular, a coordenação
e o equilíbrio estático e dinâmico para realização dos movimentos corporais. Essas funções sofrem
influência direta dos aspectos anatômicos das estruturas corporais, que podem ser alteradas por
algumas doenças e pelo tempo de internação.
A participação é a condição do indivíduo em ter uma vida social ativa, a qual poderá
ser influenciada pela assistência fisioterapêutica na UTI.2 O indivíduo poderá ter
uma melhor condição funcional na alta, o que permitirá maior inserção na sua vida
social, no lazer, no trabalho e outros, com menor sobrecarga para sua família, para
a assistência de saúde domiciliar e para o Estado.
Alguns poucos estudos já demonstraram que a mobilização leva a aumento da frequência cardíaca
(FC) neste grupo de pacientes,13,14 mas ainda existe carência de estudos que determinem os limites
de segurança para essa mobilização.
Stiller e Phillips relatam que indivíduos com alta FC de repouso (acima de 50-60% da FC máxima
predita para idade) podem limitar a realização de atividades que aumentem ainda mais essa
FC, em função da baixa reserva cardíaca.15 Esses autores afirmam também que a FC não deve
ser o único parâmetro a ser avaliado, pois, no seu estudo, mais de 80% dos indivíduos fizeram
exercícios com FC superior a esse limite e não apresentaram efeitos adversos. Outros sintomas,
como dispneia, sudorese excessiva, respiração encurtada, arritmias e dor torácica, devem ser
considerados para auxiliar na identificação de maior estresse cardiovascular e maior segurança
nas condutas fisioterapêuticas.
Três estudos demonstraram que a mobilização do doente crítico levou a elevações na PA, chegando
a até 10% acima em relação à basal.13,14,16 Stiller e Phillips relatam que aumento ou queda superior
a 20% na PA pode indicar instabilidade hemodinâmica durante a conduta, a qual deve ser
alterada para uma conduta de menor intensidade.
Para a avaliação da reserva respiratória, alguns autores costumam utilizar o índice de oxigenação da
pressão arterial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (PaO2/FIO2) superior a 300 para identificar
pacientes com boa tolerância às mobilizações, diferentemente de uma PaO2/FIO2 entre 200 e 300,
em que o paciente é caracterizado com uma reserva respiratória marginal; inferior a 200, o paciente
é considerado com uma baixa reserva.15
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
LEMBRAR
O índice de oxigenação PaO2/FIO2 não limita as mobilizações, mas requer maior
atenção à saturação periférica de oxigênio (SpO2) e à percepção do esforço quando
o paciente apresentar baixa reserva. Dois estudos demonstram que a mobilização,
mesmo em pacientes com baixa reserva respiratória, não levou a grandes alterações
nos gases sanguíneos, e pode ser mais um parâmetro objetivo que contribui para a
segurança da conduta.13,17
A SpO2 igual ou superior a 90%, com variação menor do que 4%, pode ser indicativa de tolerância
às mobilizações. No doente crônico, a SpO2 deve ser monitorizada continuamente.11 O padrão
muscular ventilatório por meio de frequência respiratória, assincronia ou movimento paradoxal da
caixa torácica e do abdome, uso de musculatura acessória, expiração prolongada e chiado também
devem ser utilizados como indicativo da reserva respiratória.15
■ DECLÍNIO FUNCIONAL
Além do resultado primário adverso da função reduzida, o declínio funcional também está associado
a:20,22,23
Inúmeras tentativas têm sido realizadas objetivando a criação de uma ferramenta eficaz na
identificação de pacientes de elevado risco para declínio funcional durante a hospitalização, embora
os resultados não tenham se mostrado satisfatórios.
LEMBRAR
No que se refere à internação na UTI, existe maior atenção destinada à população que
se destaca como sendo de risco aumentado para desenvolver declínio funcional, ou
seja, pacientes com 65 anos ou mais, aqueles que apresentam disfunções cognitivas,
os que tenham apresentado redução nas habilidades de realização das atividades de
vida diária antecedendo a internação, os que apresentam depressão e os que sejam
submetidos a longos períodos de internação.26
Levando em conta a população citada anteriormente como de risco aumentado para o declínio
funcional, em seu planejamento e processo de avaliação e diagnóstico, o fisioterapeuta deve
identificar esse perfil de pacientes com especial atenção no controle e gerenciamento desse risco,
iniciando estratégias de combate à imobilidade e ao delirium.27,29
Outro estudo realizado em uma UTI com 54 sobreviventes demonstrou perda funcional de 25,9%
durante a internação, comparando o estado funcional prévio com o momento da alta, principalmente
nos pacientes com tempo de internação superior a 48 horas.32
A condição de alta do doente crítico é fundamental, uma vez que estudos demonstram que 26 a
63% dos pacientes morrem após um ano de alta da UTI33 e que o risco de morte é de 2 a 5 vezes
maior entre o 3º. e o 15º. ano após a alta da UTI no Canadá, nos Estados Unidos e na Austrália
em relação à população com sexo e idade equivalentes.34-36
LEMBRAR
As complicações podem perdurar por longo prazo, mesmo após a alta da UTI.
Dentre estas, encontram-se alterações da função pulmonar, física, neuromuscular,
psiquiátrica, cognitiva e na qualidade de vida.7
Outro estudo recente também corrobora esses dados, evidenciando que pacientes com síndrome
do desconforto respiratório agudo (SDRA) perduram com alterações psíquicas e físicas, limitação
da capacidade de realização de exercício, diminuição da qualidade de vida e maiores custos com
a saúde mesmo cinco anos após a alta.37
A alteração na função pulmonar é considerada moderada, com melhora no primeiro ano, mas
pode persistir até o quinto ano. Do ponto de vista neuromuscular, a polineuropatia pode apresentar
recuperação mais lenta do que a miopatia, podendo durar até cinco anos.
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
vistos até um ano depois; nas atividades instrumentais, até dois anos depois, com alterações de
longo prazo na distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos em comparação com
indivíduos normais. O desempenho cognitivo melhora no primeiro ano, com déficits residuais até
o sexto ano.7
Essas complicações sugerem que, quanto melhor for a condição funcional na alta,
melhor prognóstico pós-alta o indivíduo pode ter. O fisioterapeuta deve ter impacto nesse
desfecho pós-alta.
1. Qual é o principal objetivo terapêutico do fisioterapeuta que lida com pacientes críticos?
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
8. Marque a alternativa INCORRETA sobre os fatores de risco para declínio
funcional.
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
A função física é a dimensão da funcionalidade que recebe maior atenção por parte
dos fisioterapeutas. Caminhar, subir escadas, realizar trabalhos domésticos servem de
exemplos para demonstrar o espectro da dimensão física.38 O esquema geral de avaliação
fisioterapêutica e direcionamento do tratamento pode ser visualizado nas Figuras 1 e 2.
Inadequado
■ Força e resistência muscular
■ Amplitude de movimento articular
■ Coordenação
■ Equilíbrio
■ Cuidado com o membro amputado
Presença de:
■ Dor
■ Espasmo muscular
■ Tônus anormal
■ Edema Função:
■ Congestão pulmonar ■ Mobilidade na cama
■ Desvios posturais ■ Conseguir sentar
■ Lesões de partes moles ■ Equilíbrio sentado
■ Anormalidades na marcha Manter ou a ■ Transferências
■ Contraturas perda ■ Controle da cadeira de rodas
■ Deformidades ■ Manejo da órtese/prótese
■ Drenos e cateteres ■ Conseguir ficar de pé
■ Ventilação mecânica ■ Deambulação
■ Hemodiálise e diálise peritoneal
■ Contenção física
■ Sedação inadequada
■ Delirium
■ Ambiente da UTI
■ Reserva cardiovasular ↓
■ Reserva respiratória ↓
■ Restrição clínica
Figura 2 - Sumário de problemas e metas funcionais usados para estabelecer a avaliação funcional.
Fonte: Adaptada de Zuck e Singer (1980).39
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
de suas três dimensões e são, com facilidade, diferenciadas dos distúrbios relacionados a órgãos
e sistemas do corpo. As razões mais usuais para a avaliação da funcionalidade são:
■ descrição – dados descritivos normalmente são utilizados para estabelecer padrões de referência
que podem ser usados para determinar necessidades da comunidade, estabelecer metas para
tratamento do paciente ou estabelecer benchmarks para testar hipóteses sobre a eficácia das
intervenções específicas em saúde;
■ triagem e avaliação – referem-se a uma detalhada revisão de dados com a função de orientar
decisões sobre a natureza do problema e sobre o tratamento específico. As medidas destinadas
à triagem e à avaliação da deficiência funcional devem ser mais detalhadas do que aquelas
destinadas a descrever o fenômeno. O significado clínico das pontuações diferentes normalmente
deve ser especificado na triagem e nos instrumentos de avaliação;
■ monitoramento – envolve repetidas medições para detectar mudanças nos fenômenos ao longo
do tempo. O monitoramento da incapacidade funcional raramente exige o mesmo nível de detalhe
do que a avaliação. Espera-se que a mudança seja identificada. Instrumentos de monitoramento
devem ser suficientemente adequados para detectar o nível ou o grau de mudança que é de
interesse.
LEMBRAR
A mensuração da força muscular periférica para pacientes cooperativos pode ser feita
por meio do teste manual Medical Research Council (MRC), o qual apresenta boa
reprodutibilidade e alto valor preditivo para identificação da disfunção neuromuscular
no paciente crítico.40,41
Quadro 1
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL
Continua
■ ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
LEMBRAR
A hospitalização e a internação em UTI têm sido associadas à redução da mobilidade
e à piora do desempenho cognitivo, fatores relacionados ao declínio funcional.
A manutenção da mobilidade e da deambulação são elementos essenciais na
preservação da independência funcional.43-45 Pacientes de risco que apresentam
declínio funcional têm menor probabilidade de recuperação da independência.46
O treinamento funcional consiste de exercícios que irão preparar o paciente para a demanda de seu
estilo de vida, ocupação e esportes.50 Devem-se buscar, na narrativa dos pacientes, informações
que direcionem o tipo de atividade e integrem sua preferência, sempre que possível, no processo
da escolha terapêutica. Essa atitude propicia aumento de adesão às condutas.
LEMBRAR
Talvez a razão mais importante para prescrever atividades com objetivos funcionais é
a de que o paciente receba maiores ganhos quando a terapia e as metas relacionadas
a ela sejam significativas para ele e gerem diferença em sua vida.51-52
e sugerem a abordagem multidisciplinar, com atenção aos processos de reabilitação como caminho
para a melhoria dos resultados na alta.
Em 2008, uma força-tarefa realizada pela European Respiratory Society and European Society
of Intensive Care Medicine estabeleceu uma sequência de progressão das atividades para
mobilização no ambiente de terapia intensiva, tomando como referência a intensidade dos exercícios
da seguinte forma:54
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
15. Qual é a sequência de progressão das atividades para mobilização na UTI estabelecida
pela European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine?
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................
■ CASOS CLÍNICOS
CASO CLÍNICO 1
Com base nas informações do paciente do caso clínico 1, responda às questões a seguir.
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Respostas no final do artigo
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
Paciente do sexo masculino, 75 anos, está no décimo dia de internação na UTI em
decorrência de IRpA por pneumonia e choque séptico após cirurgia de colecistectomia
(décimo quinto dia de pós-operatório). O paciente já era portador de cardiopatia prévia –
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) = CF II – e evoluiu com neuromiopatia do doente
crítico após internação na unidade.
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Respostas no final do artigo
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
CASO CLÍNICO 3
Do ponto de vista motor, o paciente apresenta ↓ força muscular globalmente (IV para
flexores de ombro e cotovelo, IV- para extensores de quadril e joelho à direita), ↓ diminuição
da ADM em membro inferior esquerdo (flexão de quadril ≤ 90 graus e abdução < 30 graus)
secundário à dor 7/10 (escala visual analógica).
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
25. Identifique quais são os motivos clínicos da internação do paciente na UTI.
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Respostas no final do artigo
■ CONCLUSÃO
As UTIs estão diante de um novo desafio – o de reduzir o impacto deletério da internação sobre
a qualidade de vida de seus sobreviventes. Combater o declínio funcional envolve mudança de
paradigma de toda a equipe multiprofissional. O fisioterapeuta é o especialista que tem, em seu
domínio específico, relação com desempenho funcional.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: A PA que aumenta de forma mais progressiva durante os exercícios é a sistólica; a
diastólica, de início, aumenta levemente.
Atividade 6
Resposta: D
Comentário: Não necessariamente uma PaO2/FiO2 < 300 será limitante de uma conduta de
mobilização. Quando a reserva respiratória for mais limítrofe (PaO2/FiO2 = 200–300 ou < 200),
deve-se usar a SpO2 e a percepção de dispneia para indicação da intensidade da mobilização.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Os fatores de risco para declínio funcional são pacientes com idade de 65 anos ou mais,
aqueles que apresentam disfunções cognitivas, que tenham apresentado redução nas habilidades
de realização das atividades de vida diária antecedendo a internação, que apresentem depressão
e os que sejam submetidos a longos períodos de internação hospitalar.
Atividade 10
Resposta: A
Comentário: Declínio funcional é a perda da capacidade de realização das atividades de vida diária,
comparando o momento atual com o momento pré-morbidade e até três meses após a alta. Não
está totalmente ligado à doença, mas à permanência prolongada no leito, a eventos iatrogênicos,
à presença de cateteres e de linhas intravenosas.
Atividade 12
Resposta: C
Comentário: A escala MIF pode ser usada em ambiente hospitalar, nursing home, comunidade e
ambulatório. O índice de Barthel é usado para o cuidado agudo e reabilitação dos pacientes. O
teste TUG é de fácil aplicação e de curto tempo.
Atividade 14
Resposta: A
Comentário: A análise dos exames laboratoriais e radiológicos é função médica. O fisioterapeuta
deve ter algum conhecimento em relação a eles, mas direcionando seu olhar para os fatores
relacionados ao movimento humano.
Atividade 16
Resposta: Sistema neuromuscular: força muscular grau IV em extensores de joelho e quadril,
preservada em MMSS, com ADMs preservadas. Reserva cardiovascular: ↓ da reserva cardiovascular
por hipertrofia de ventrículo direito. Reserva respiratória: ↓ da reserva respiratória por ↑ da elastância
do sistema respiratório, ↓ da área de troca gasosa e ↑ da resistência em vias aéreas superiores
por secreção.
Atividade 17
Resposta: Os motivos clínicos da internação do paciente são IRpA por instabilidade hemodinâmica
(edema agudo de pulmão → cor pulmonale), pneumectomia prévia à direita + DPOC.
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
Resposta: O paciente apresenta independência funcional quase total para atividades de vida diária
de locomoção e transferência, necessitando de auxílio < 25%.
Atividade 19
Resposta: O plano terapêutico para esse paciente consiste de ganho de força muscular em
extensores de joelho e quadril, preservação da força muscular e ADM global para preservação da
independência funcional; ↑ da reserva respiratória para progressão das atividades motoras com
uso da ventilação mecânica, ou seja, durante a deambulação ou a aplicação de exercícios de
maior intensidade para ganho de musculatura periférica, o fisioterapeuta deve aumentar o nível da
PSV e, se necessário, até a da FIO2 para suprir a maior demanda, evitando que a mobilização seja
interrompida por fadiga respiratória; desobstrução brônquica e treinamento muscular respiratório
para progressão das atividades motoras e tentativa de retirada do suporte ventilatório mecânico.
Atividade 20
Resposta: Sistema neuromuscular: força muscular ↓ globalmente graus II-III em MMII (extensores de
joelho e quadril) e graus III-IV em MMSS, com equilíbrio de tronco preservado e discreto encurtamento
em isquiotibiais. Reserva respiratória: ↓ reserva respiratória e ↓ da área de troca gasosa. Reserva
cardiovascular: ↓ da reserva cardiovascular por ICC = CF II.
Atividade 21
Resposta: O paciente foi internado na UTI por IRpA por pneumonia, choque séptico, cardiopatia
prévia (ICC = CF II), décimo quinto dia de pós-operatório de colecistectomia e neuromiopatia do
doente crítico.
Atividade 22
Resposta: O paciente apresenta restrição ao leito, conseguindo transferir-se de decúbito dorsal para
décubito lateral e necessitando de auxílio 25-50% para sedestação, sem condições de ortostase.
Atividade 23
Resposta: O plano terapêutico para esse paciente consiste de ganho de força muscular em MMII
(extensores de joelho e quadril) e em MMSS, preservação do equílibrio de tronco e ADM global,
alongamento de isquiotibiais, visando a diminuição da perda funcional durante internamento; ↑ da
reserva respiratória para progressão das atividades motoras com uso do suporte ventilatório não
invasivo. Por se tratar de um paciente com padrão muscular ventilatório superficial, com leve uso de
acessórios ao repouso e portador de ICC, o uso do suporte ventilatório mecânico via traqueostomia
por meio de modos assistidos, como o PSV, pode ser benéfico para evitar piora da dispneia e
oxigenação, além de preservar o trabalho para ganho da musculatura periférica.
Atividade 24
Resposta: Sistema neuromuscular: ↓ da força muscular globalmente (IV para flexores de ombro e
cotovelo, IV- para extensores de quadril e joelho à direita), além de ↓ da ADM em membro inferior
esquerdo (flexão de quadril ≤ 90 graus e abdução < 30 graus) secundária à dor 7/10 (escala visual
analógica). Reserva respiratória: ↓ da reserva respiratória por ↓ da elastância do sistema respiratório
e ↓ da área de troca gasosa. Reserva cardiovascular: ↓ da reserva cardiovascular por ICC (CF=II).
Atividade 25
Resposta: Os motivos clínicos de internação do paciente na UTI são tratamento conservador de
fratura de fêmur (1/3 médio), portador de ICC (CF = II) e fibrose pulmonar.
Atividade 26
Resposta: O paciente necessita de 25-50% de auxílio para transferência do decúbito dorsal para
o décubito lateral → sedestação e 75% de auxílio para ortostase com apoio < 25% em membro
inferior esquerdo a pedido do médico cirurgião.
Atividade 27
Resposta: Ganho de força muscular em flexores de ombro e cotovelo, extensores de quadril e
joelho, para preservação da independência funcional; ↑ da reserva respiratória para progressão
das atividades motoras com uso do suporte ventilatório não invasivo. Por se tratar de um paciente
com dispneia aos pequenos e médios esforços, portador de ICC e fibrose pulmonar, o uso do
suporte ventilatório mecânico não invasivo por meio de modos assistidos, como PSV, pode ser
benéfico para evitar piora da dispneia e oxigenação, além de preservar o trabalho para ganho da
musculatura periférica.
■ REFERÊNCIAS
1. Morris PE, Griffin L, Berry M, Thompson CR, Hite RD, Winkelman C, et al. Receiving early mobility during
an intensive care unit admission is a predictor of improved outcomes in acute respiratory failure. Am J
Med Sci. 2011 May;341(5):373-7.
2. Malkoc M, Karadibak D, Yildirim Y. The effect of physiotherapy on ventilatory dependency and the length
of stay in an intensive care unit. Int J Rehabil Res. 2009 Mar;32(1):85-8.
4. Ciesla ND. Chest physical therapy for patients in the intensive care unit. Phys Ther. 1996 Jun;76(6):609-25.
5. Buhop KL. Pulmonary rehabilitation in the intensive care unit. In: Fishman AP, editor. Pulmonary rehabilitation.
New York: Marcel & Dekker; 1996. p. 725-38.
6. Desai SV, Law TJ, Needham DL. Long-term complications of critical care. Crit Care Med. 2011 Feb;39(2):371-9.
7. Kigin C. A System view of physical therapy care: shifting to a new paradigm for the profession. Phys Ther.
2009 Nov;89(11):1117-9.
8. Hirsch CH, Sommers L, Olsen A, Mullen L, Winograd CH. The natural history of functional morbidity in
hospitalized older patients. J Am Geriatr Soc. 1990 Dec;38(12):1296-303.
9. World Health Organization. International classification of functioning, disability and health: ICF. Geneva:
WHO; 2001.
10. Nordenfelt L. Action theory, disability and ICF. Disabil Rehabil. 2003 Sep 16;25(18):1075-9.
11. Stiller K. Safety issues that should be considered when mobilizing critically ill patients. Crit Care Clin. 2007
Jan;23(1):35-53.
12. Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and
occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet.
2009 May;373(9678):1874-82
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
status of intensive care patients. Physiother Theory Pract. 2004 Sep;20(3):175-85.
14. Weissman C, Kemper M, Damask MC, Askanazi J, Hyman AI, Kinney JM. Effect of routine intensive care
interactions on metabolic rate. Chest. 1984 Dec;86(6):815-8.
15. Stiller K, Phillips A. Safety aspects of mobilising acutely ill inpatients. Physiother Theory Pract.
2003;19(4):239-57.
16. Norrenberg M, De Backer D, Moraine JJ. Oxygen consumption can increase during passive leg mobilization
[abstract]. Intensive Care Med. 1995;21(Suppl 1):S177.
17. Chang AT, Boots RJ, Hodges PW, Thomas PJ, Paratz JD. Standing with the assistance of a tilt table improves
minute ventilation in chronic critically ill patients. Arch Phys Med Rehabil. 2004 Dec;85(12):1972-6.
18. Cornette P, Swine C, Malhomme B, Gillet J-B, Meert P, D´Hoore W. Early evaluation of the risk of functional
decline following hospitalization of older patients: development of a predictive tool. Eur J Public Health.
2006 Apr;16(2):203-8.
19. Inouye SK, Bogardus ST Jr, Baker DI, Leo-Summers L, Cooney LM Jr. The Hospital Elder Life Program:
a model of care to prevent cognitive and functional decline in older hospitalized patients. Hospital Elder
Life Program. J Am Geriatr Soc. 2000 Dec;48(12):1697-706.
20. Gillick MR, Serrell NA, Gillick L. Adverse consequences of hospitalization in the elderly. Soc Sci Med.
1982;16(10):1033-8.
21. King BD. Functional decline in hospitalized elders. Medsurg Nurs. 2006 Oct;15(5):265-71; quiz 272.
22. Moritz DJ, Kasl SV, Berkman LF. Cognitive functioning and the incidence of limitations in activities of daily
living in an elderly community sample. Am J Epidemiol. 1995 Jan;141(1):41-9.
23. Narain P, Rubenstein LZ, Wieland GD, Rosbrook B, Strome LS, Pietruszka F, et al. Predictors of immediate
and 6-month outcomes in hospitalized elderly patients: the importance of functional status. J Am Geriatr
Soc. 1988 Sep;36(9):775-83.
24. Ellis G, Langhorne P. Comprehensive geriatric assessment for older hospital patients. Br Med Bull. 2005
Jan 31;71:45-59. Print 2004.
25. Hoogerduijn JG, Schuumans MJ, Korevaar JC, Buurman BM, Rooii SE. Identification of older hospitalised
patients at risk for functional decline, a study to compare the predictive values of three screening instruments.
J Clin Nurs. 2010 May;19(9-10):1219-25.
26. Hoogerduijn JG, Schuurmans MJ, Hoogerduijn MJ, Duijnstee MSH, De Rooi J SE, Grypdonck MFH. A
systematic review of predictors and screening instruments to identify older hospitalized patients at risk for
functional decline. J Clin Nurs. 2007 Jan;16(1):46-57.
27. Covinsky KE, Palmer RM, Fortinsky RH, Counsell SR, Stewart AL, Kresevic D, et al. Loss of independence
in activities of daily living in older adults hospitalized with medical illnesses: increased vulnerability with
age. J Am Geriatr Soc. 2003 Apr;51(4):451-8.
28. Inouye SK, Bogardus ST, Baker DI, Leo-Summers L, Cooney LM. The Hospital Elder Life Program: a model of
care to prevent functional decline in older hospitalized patients. J Am Geriatr Soc. 2000 Dec;48(12):1697-706.
30. Brown CJ, Friedkin RJ, Inouye SK. Prevalence and outcomes of low mobility in hospitalized older patients.
J Am Geriatr Soc. 2004 Aug;52(8):1263-70.
31. Lindenberger EC, Landefeld CS, Sands LP, Counsell SR, Fortinsky RH, Palmer RM, et al. Unsteadiness
reported by older hospitalized patients predicts functional decline. J Am Geriatr Soc. 2003 May;51(5):621-6.
32. Oliveira AB, Martinez BP, Neto MG. Impacto do internamento em uma unidade de terapia intensiva na
independência funcional. Rev Bras Ter Intens. 2010 Sep;2(1 Suppl):S79-S95.
33. Williams TA, Dobb GJ, Finn JC, Webb SA. Long-term survival from intensive care: a review. Intensive Care
Med. 2005 Oct;31(10):1306-15.
34. Wunsch H, Guerra C, Barnato AE, Angus DC, Li G, Linde-Zwirble WT. Three-year outcomes for Medicare
beneficiaries who survive intensive care. JAMA. 2010 Mar;303(9):849-56.
35. Keenan SP, Dodek P, Chan K, Hogg RS, Craib KJ, Anis AH, et al. Intensive care unit admission has minimal
impact on long-term mortality. Crit Care Med. 2002 Mar;30(3):501-7.
36. Williams TA, Dobb GJ, Finn JC, Knuiman MW, Geelhoed E, Lee KY, et al. Determinants of long-term
survival after intensive care. Crit Care Med. 2008 May;36(5):1523-30.
37. Herridge SM, Tansey CM, Matté A, Tomlinson G, Diaz-Granados N, Cooper A, et al. Functional disability
5 years after acute respiratory distress syndrome. N Engl J Med. 2011 Apr;364(14):1293-304.
38. Jette AM, Cleary PD. Functional disability assessment. Phys Ther. 1987 Dec;67(12):1854-9.
39. Zuck D, Singer DL. Standard functional goals. Phys Ther. 1980 Jun;60(6):793-5.
40. Korupolu R, Gifford JM, Needham DM. Early mobilization of critically ill patients: reducing
neuromuscular complications after intensive care. Contemp Crit Care. 2009;6(9):1-12.
41. Bednarik J, Vondracek P, Dusek L, Moravcova E, Cundrle I. Risk factors for critical illness
polyneuromyopathy. J Neurol. 2005 Mar;252(3):343-51.
42. Graf C. Functional decline in hospitalized older adults. AJN. 2006 Jan;106(1):58-67, quiz 67-8.
43. Inouye SK, Peduzzi PN, Robison JT, Hughes JS, Horwitz RI, Concato J. Importance of
functional measures in predicting mortality among older hospitalized patients. JAMA. 1998 Apr
15;279(15):1187-93.
44. Siebens H, Aronow H, Edwards D, Ghasemi Z. A randomized controlled trial of exercise to improve
outcomes of acute hospitalization in older adults. J Am Geriatr Soc. 2000 Dec;48(12):1545-52.
45. Torres OH, Munoz J, Ruiz D, Ris J, Gich I, Coma E, et al. Outcome predictors of pneumonia in
elderly patients: importance of functional assessment. J Am Geriatr Soc. 2004 Oct;52(10):1603-9.
PROFISIO. 2012;2(3):63-87
outcomes of acute medical illness and hospitalization in older persons. Arch Intern Med. 1996
Mar 25;156(6):645-52.
47. Inouye SK, Wagner DR, Acampora D, Horwitz RI, Cooney Lm, Tinetti ME. A controlled trial of
a nursing centered intervention in hospitalized elderly medical patients: the Yale Geriatric Care
program. J Am Geriatr Soc. 1993 Dec;41(12):1353-60.
48. Callen BL, Mahoney JE, Wells TJ, Enloe M, Hughes S. Admission and discharge mobility of frail
hospitalized older adults. Medsurg Nurs. 2004 Jun;13(3):156-63; quiz 164.
49. Kress J. Clinical trials of early mobilization of critically ill patients. Crit Care Med. 2009 Oct;37(10
Suppl):S442-7.
50. Liebenson C. Functional training part 2: integrating functional training into clinical practice. J
Bodywork Mov Ther. 2003;7(1):20-1.
51. Dunn W, Brown C, McGuigan A. The ecology of human performance: a framework for considering
the effect of context. Am J Occup Ther. 1994 Jul;48(7):595-607.
52. Marvel MK, Epstein RM, Flowers K, Beckman HB. Soliciting the patient’s agenda: have we
improved? JAMA. 1999 Jan 20;281(3):283-7.
53. Schaaf VD, Beelen A, Dongelmans A, Vroom M, Nollet F. Functional status after intensive
care: A challange for rehabilitation professionals to improve outcomes. J Rehabil Med. 2009
Apr;41(5):360-6.
54. Gosselink R, Boot J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norremberg M, et al. Physiotherapy for adult
patients with critical illness:recommendations of the European Respiratory Society and European
Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive
Care Med. 2008 Jul;34(7):1188-99.