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O Pai

Goriot
João Nascimento
Características da obra A jornada do herói

Personagens e enredo Temas


Características da obra

• Dezembro 1834 – Fevereiro 1835 (serialização)


• Paris, 1819 (5 anos após a restauração Bourbon)
• Narrador: Terceira pessoa onisciente que não
interage com nenhuma das pessoas da história
"O carro da civilização, semelhante ao do ídolo de Jaggernat,
retardado apenas por um coração menos fácil de triturar que
os outros e que lhe calça a roda, rapidamente o despedaça e
continua sua marcha gloriosa. Assim fareis vós, que, com
este livro em vossas mãos alvas, mergulhais numa
poltrona macia pensando: “Talvez isso me divirta”. Após
terdes lido os secretos infortúnios do pai Goriot, jantareis
com apetite, levando vossa insensibilidade à conta do
autor, tachando-o de exagero, acusando-o de poesia."
Página 21

O narrador oscila entre os papéis


de historiador social e moralista
• Jean-Joachim (Pai Goriot)
• Eugene Rastignac
• Madame Vauquer
• Vautrin
Personagens
• Victorine Taillefar
• Paris
Madame Vauquer
Madame Vauquer é uma viúva que dirige uma
pensão, e está muito concentrada em obter lucros.

"… A senhora é melhor do que nós? Temos


menos infâmia nas costas do que vocês no
coração, membros frouxos de uma
sociedade gangrenada! O melhor de vocês
não me resistia! Seus olhos fixaram-se em
Rastignac, a quem dirigiu um sorriso
amável que contrastava singularmente com
a expressão do rosto. — Nosso negócio
continua de pé, meu anjo! No caso de
aceitar, já sabe!"
Página 173
Jacques Collin (Vautrin)
Vautrin é um homem de quarenta anos que vive como
pensionista na pensão Vauquer. Ele é uma presença
misteriosa e às vezes sinistra; mais tarde é revelado que
ele é um criminoso notório que vive sob um pseudônimo.

Eis a encruzilhada da vida, rapaz; escolha!


Você já escolheu: você foi à casa do nosso
primo de Beauséant e lá farejou o luxo. Foi
à casa da sra. de Restaud, filha do pai
Goriot, e lá farejou a parisiense. Nesse dia,
você voltou para cá com uma palavra
escrita na testa e que eu li muito bem:
Subir! Subir a qualquer preço. “Bravo!”,
pensei. “Eis um sujeito que me agrada.”
Página 101
Eugene Rastignac

Rastignac é um jovem de uma


família modesta comalgumas
ligações aristocráticas duradouras.
Ele vem a Paris para estudar direito
e vive como pensionista nos
alojamentos da Madame Vauquer.
No momento em que o dinheiro escorre para dentro do bolso
de um estudante, ergue-se intimamente nele uma coluna
fantástica, sobre a qual se apoia. Caminha melhor que antes,
sente que tem um ponto de apoio para sua alavanca, fica com
o olhar cheio, reto, e os movimentos ágeis. Na véspera,
humilde e tímido, deixaria que lhe batessem; no dia seguinte,
ele próprio bateria num primeiro-ministro. Passam-se, nele,
fenômenos extraordinários: tudo quer e tudo pode, deseja a
torto e a direito, mostra-se alegre, generoso, expansivo.
Numa palavra, o pássaro até então sem asas recupera sua
envergadura. O estudante sem dinheiro apanha um bocado de
prazer como um cão que furta um osso através de mil perigos,
quebra-o, chupa-lhe o tutano e continua a correr; o rapaz que
faz tilintar no bolso algumas fugitivas moedas de ouro
degusta, porém, os prazeres, corta-os em pedacinhos, delicia-
se com eles, embala-se no céu e já não sabe mais o que
significa a palavra miséria. Paris inteira lhe pertence
Página 94
Jean-Joachim (Pai Goriot)
Goriot começa como um homem de
meios modestos, mas faz sua fortuna
fabricando massas e outros produtos
de grãos. Ele é viúvo com duas filhas
casadas, e seu intenso amor por elas
o torna suscetível à insensatez. Para
dar dinheiro a suas filhas, no início do
romance, Goriot vive em uma pensão
barata.
— É verdade, seu pai, o pai! Um pai — continuou a
viscondessa —, um bom pai que, segundo dizem,
deu a cada uma delas quinhentos ou seiscentos
mil francos para torná-las felizes, casando-as bem,
e não reservou para si mesmo mais que oito ou
dez mil francos de renda, confiando que suas
filhas continuariam sendo suas filhas, certo de que
criara para si duas vidas nas casas delas, onde
seria adorado, mimado. Em dois anos, os genros o
expulsaram de seu convívio como o último dos
miseráveis...
Página 78
Victorine Taillefar
Victorine é uma jovem que foi rejeitada
por seu pai rico, e agora vive na pensão
Vauquer com sua tutora, Madame
Couture. Após a morte de seu irmão, ela
acaba se reconciliando com seu pai e se
torna uma herdeira abastada.
“Eu não julgava que nossa
felicidade devesse causar-me
lágrimas!”.
— Ué, então o senhor é
profeta, sr. Vautrin? —
perguntou a sra. Vauquer.
— Sou tudo — disse Collin.

Página 166
Paris
A bela Paris ignora esses vultos
empalidecidos pelos sofrimentos morais e
físicos. Paris é um verdadeiro oceano.
Sondai-o, jamais conhecereis sua
profundidade. Percorrei-o, descrevei-o: por
maiores cuidados que empregardes em
percorrê-lo, em descrevê-lo; por mais
numerosos e interessados que sejam os
exploradores desse mar, sempre haverá
nele um lugar virgem, um antro
desconhecido, flores, pérolas, monstros,
qualquer coisa inaudita, esquecida pelos
mergulhadores literários.
Página 29
O arquétipo O Inocente
do Herói O Órfão
O Andarilho
O Guerreiro
O Mártir
O Mago
PEARSON,1986
Temas

• Relógio do Eugene (natureza temporária dos afetos da alta


sociedade)
• O prato da falecida Madame Goriot (simboliza a perda de seus
laços familiares e a animalização de seu comportamento)
• Pintura do banquete de Odisseu ( O quadro simboliza como a
maioria dos residentes da Câmara aceita sua posição social e
lote na vida, exceto por Eugene)
• Marca de criminoso do Votrin (Mesmo em um momento em que
a reinvenção e a mobilidade de classe estão se tornando muito
mais possíveis, ainda há consequências para o comportamento
passado.)
As filhas, que talvez ainda amassem o pai, não
quiseram descontentar a este nem aos maridos.
Passaram a receber esse Goriot quando estavam
sós. E inventaram, para isso, os mais carinhosos
pretextos. “Vem quando eu estiver só, papai,
assim ficaremos mais à vontade etc.” Creio,
querida, que os sentimentos sinceros têm olhos e
inteligência: o coração do pobre noventa-e-três
sangrou. Compreendeu que as filhas tinham
vergonha dele e que se elas amavam aos maridos,
ele importunava os genros. Era, pois, necessário
sacrificar-se.
Página 79
Fin

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