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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Profa: Tathyane Lucas Simão
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
658.421
P976d Pupo, Marilia Moura de Salles
Desenho de processos / Marilia Moura de Salles Pupo.
Indaial : UNIASSELVI, 2017.
90 p. : il.
ISBN 978-85-69910-66-4
1.Administração Empresarial.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Marilia Moura de Salles Pupo
APRESENTAÇÃO............................................................. ............ 7
CAPÍTULO 1
Introdução ao Desenho de Processos ................................... 9
CAPÍTULO 2
Dimensionamento de Recursos e Processos........................ 37
CAPÍTULO 3
Conceitos de Agregação de Valor......................................... 59
CAPÍTULO 4
Teoria das Restrições.............................................................. 75
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Desenho de Processo surge no intuito de trazer ao aluno
entendimento e ferramentas possibilitando o desenvolvimento de Desenhos de
Processos referentes a qualquer cenário possível. A disciplina busca conscientizar
o aluno sobre a importância da visão dinâmica e iterativa do Desenho do Processo
como ferramenta de administração e gestão empresarial. Dividido em 4 Capítulos,
estima-se que ao final do curso o aluno seja capaz de analisar e desenvolver o
Desenho de Processos de forma simples e abrangente.
Por fim, ao final da disciplina, espera-se que o aluno esteja apto a desenvolver
Desenhos de Processos atuais e suas previsões de forma a contribuir positivamente
na gestão de seu empreendimento e desenvolver pontos de melhorias nos seus
processos.
Bons estudos!
A autora.
C APÍTULO 1
Introdução ao Desenho de
Processos
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Contextualização
Com os avanços tecnológicos e a consolidação da globalização, novos mod-
elos de produção surgiram no cenário industrial focando em sistemas eficientes
que seriam capazes de atender às demandas do consumidor, abrir fronteiras
comerciais, viabilizar a competitividade das empresas e garantir a sustentabilidade
econômica do empreendimento.
11
DESENHO DE PROCESSOS
Contudo, note que nem todo método de gestão proposto é bem aceito ou ex-
ecutado em todos os tipos de empreendimento, é preciso respeitar a sinergia es-
pecífica de cada processo e atender às demandas pontuais de cada setor respeit-
ando suas capacidades e limitações. Para atender a este novo conceito, surge a
linha de gerenciamento consolidada como Business Process Management (BPM),
que aborda a cadeia produtiva como um todo, analisando o trabalho desde o nível
global, aos subprocessos envolvidos em cada etapa e como eles interagem entre
si. Fundamento em que surge o Desenho de Processos, delimitando cada proces-
so essencial à cadeia produtiva, priorizando os recursos envolvidos e como in-
fluem na manutenção da qualidade e sustentabilidade econômica do produto final.
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Definição Autor
Conjunto de atividades inter-relacionadas ou
Norma NBR ISO
interativas que transforma insumos (entradas) em
9000:2000
produtos (saídas).
Conjunto de atividades, funções ou tarefas Integration Definition
identificadas que ocorrem em um período de tempo e for Modeling of Process
que produzem algum resultado. (IDEFO)
*
Entende-se input como entrada da determinada etapa do processo.
**Entende-se output como saída da determinada etapa do processo.
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DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Conceito de BPM
Historicamente, os modelos de gestão baseados na análise e entendimento
dos processos surgiram na década de 1980, com a criação do Ciclo de PDCA
(Plan, Do, Check, Act) e vem evoluindo de forma a adaptar-se a processos de
modernização tecnológicos e mudanças do mercado consumidor, bem como do
seu quadro técnico. Assim, passamos por Theory of Constrains (TOC – Teoria das
Restrições), Six Sigma, Business Process Reengineering (BPR – Reengenharia de
processos de negócios), Capability Maturity Model (CMM – Modelo de maturidade
para software), Balanced Scorecards (BSC – Balanceamento de indicadores de
desempenho), Business Process Improvement (BPI – Melhoria de Processos de
Negócio), Workflow (WFMC – Fluxo de trabalho), e finalmente o Business Process
Management (BPM – Gerenciamento de Processos do Negócio) (COHEN, 2014).
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DESENHO DE PROCESSOS
Planejar
Melhorar Analisar
Processo de
Negócio
Monitorar Desenhar
Implementar
16
Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Monitoramento
Mudar processos Controle
com rapidez
Agilidade Por que Auditoria
Tratar riscos
adotar o
BPM? Padronização
Terceirizar Conformidade Regulação
Transparência
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DESENHO DE PROCESSOS
Para ser possível diagnosticar o estado atual do Sistema é preciso que você
aplique um sequenciamento de passos que definirão de forma lógica o Desenho
do Processo vigente.
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
19
DESENHO DE PROCESSOS
20
Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Estimula participação e
define os relacionamentos
dos principais interessados. Não favorece o estabelecimento
de consenso.
É um método versátil.
Requer desenvolvimento e
Estimula a discussão treinamento para conduta
completa dos temas. adequada.
Permite observar dinâmicas Exige habilidades de escutas
de perfil psicológico do ativas.
Entrevistas participante.
O custo com transcrição e o
Permite a definição clara de dispêndio de tempo é mais
objetivos e acordo entre os elevado do que o ideal.
participantes.
Há possibilidade de indução do
Permite o sigilo e favorece entrevistado.
a manifestação de opiniões
dos participantes (sem o
nível de exposição elevado
de práticas em grupo).
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DESENHO DE PROCESSOS
Atividade de Estudos:
Cultura Organizacional
Neste ponto, a influência do indivíduo dentro da cadeia de processos já se
encontra bem enfatizada. Sabe-se que a garantia de bom funcionamento de cada
processo depende da cooperação saudável e eficaz entre etapas do processo, o
que ocorre por meio de uma correta gestão de pessoas. Assim, quando se busca
implementar uma gestão por processos, é de crucial importância a capacidade de
contribuir para o produto final do fator humano, o que motiva sistemas de gestão
mais participativos (RIBEIRO, 2013).
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
23
DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
25
DESENHO DE PROCESSOS
Atividade de Estudos:
Como você se
Senso Ação sente?
• Remova da mesa todos os livros não
Seiri necessários.
(Senso de • Verifique quais canetas não estão
Uso) funcionando e descarte-as.
• Deixe em mãos apenas o necessário.
• Olhe em volta, organize a sala onde
você está.
Seiton • Devolva ao seu devido lugar tudo que
(Senso de não estiver usando.
Organização) • Arrume sua estante, seu armário,
organize tudo dentro do seu campo
de visão.
• Mantenha o ambiente limpo. Jogue
Seiso fora o lixo.
(Senso de • Descarte os papéis amassados,
Limpeza) os restos de alimentos e objetos
quebrados.
26
Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Lembre-se, por mais que dentro do seu Desenho de Processo a maioria das
atividades sejam automatizadas ou robotizadas haverá sempre o fator humano
envolvido nas etapas de entrada e saída. A forma como cada componente se porta
dentro da equipe influencia diretamente o desempenho do grupo e no processo
global.
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DESENHO DE PROCESSOS
Passos Execução
Engajamento da Evidenciar o comprometimento oficial da empresa com o
Alta Direção programa.
Designar os Atribuir a responsabilidade das ações a um grupo específico
Facilitadores do de pessoas.
5Ss
Uma vistoria informal identificando locais críticos e
Diagnóstico catalogando (por fotos e vídeos) a organização e limpeza
dos setores.
Realização de cursos e capacitações das equipes, em
Divulgação dos cada processo buscando as linguagens e abordagens mais
conceitos adequadas em cada setor.
Listagem das atividades e divulgação das mesmas e da data
estipulada de forma abrangente. É preciso separar de forma
Preparos para o eficaz cada atividade e associá-la ao setor responsável.
“Dia D”
Nesta etapa procura-se criar metas de limpeza para cada
contribuinte, visando ao objetivo comum.
Dia designado exclusivamente à limpeza e organização,
Dia da limpeza a equipe deve ser toda direcionada para atingir as metas
estipuladas.
Etapa final, garante que o colaborador note de forma
drástica a mudança em seu ambiente. A partir deste ponto,
Arrumação a organização deve ser mantida e divulgada como parte dos
requisitos da função de cada equipe.
Níveis do Processo
Para o adequado Desenho de Processos é preciso que ele seja dividido em
subprocessos que organizem de forma lógica o sequenciamento das atividades
executadas visando à obtenção do produto final (PERILLO JÚNIOR et al., 2017).
Assim, subprocesso pode ser entendido como uma atividade que possui em seu
interior a modelagem de outras atividades, eles definem o escopo contextual do
empreendimento podendo ser utilizado para dar ênfase, destacar exceções ou
definir o comportamento transacional de cada atividade desempenhada.
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Para que não haja caráter limitador na definição dos Níveis de Processo
vamos adotar a abordagem de Ribeiro (2013), que de forma objetiva e direta
define os Níveis de Processo de forma universal. Desenho de Processos então
será entendido como a composição vista na Figura 3. Neste ponto, para que não
haja confusão na organização do Desenho de Processos é importante revisar
alguns conceitos úteis, como abordados por Ribeiro (2013).
Atividade de estudos:
a) Identifique o macroprocesso:
b) Qual é a sequência de processos envolvidos?
c) Dentro de cada processo, há seu conjunto de subprocessos, quais
são?
d) Para cada subprocesso haverá uma sequência de atividades
divididas em pequenas tarefas, identifique estas também.
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DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
31
DESENHO DE PROCESSOS
É por conta de problemas como este que o seu processo deve ter alguma
espécie de padronização, feita com base em documentação clara e objetiva
que seja arquivada com consulta disponibilizada por todos os setores do
empreendimento. A partir do ponto em que a responsabilidade é transferida, a
“qualidade” do produto deve ser verificada no seu ponto de saída/entrada para
que não haja comprometimentos em etapas posteriores, ou haja identificação de
falhas em etapas anteriores.
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Hand-off 2 Hand-off 4
Técnica de
Médico
• Descreve seus • Prepara Enfermagem • Analisa quadro
sintomas • Analisa quadro medicação • Aplica • Preparativos
• Descreve suas clínico • Controla uso e medicação para
patologias • Aponta frequência • Reporta estado procedimento
abordagem do paciente
Equipe
Paciente Enfermeira
cirúrgica
Hand-off 1 Hand-off 3
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DESENHO DE PROCESSOS
Fonte: A autora.
Algumas Considerações
Neste capítulo, buscou-se definir de que consistia um Desenho de Processos,
a sua importância para o entendimento orgânico da cadeia de atividades
envolvidas, ressaltando a ligação entre subprocessos; foram analisadas as
principais vertentes de organização de empreendimentos históricas e o conceito
de BPM; a importância e procedimentos de análise do estado atual da empresa,
focando em identificar pontos falhos e possíveis limitações a serem abordadas;
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Capítulo 1 Introdução ao Desenho de Processos
Referências
BRASIL. Procuradoria Geral da República. Manual de gestão por processos.
Ed. MPF/PGR, Brasília, 2013.
COX, J. F.; SPENCER, M. S. Manual da teoria das restrições. Porto Alegre: Ed.
Bookman, 2002.
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DESENHO DE PROCESSOS
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C APÍTULO 2
Dimensionamento de Recursos e
Processos
Redesenhar processos.
�
DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Contextualização
Todo processo é composto de um aglomerado de subprocessos organizados
em sequência lógica buscando a obtenção de um produto final. Com este
conceito já firmado, surge então a necessidade de administrar esse conjunto de
informações de forma a efetivamente gerir o macroprocesso.
É evidente que, por melhor que seu sistema esteja desenhado, detalhando
a sua cadeia de processos, isso não garante qualidade de desempenho. É
preciso manter um olhar atento e crítico a todas as análises possíveis, e uma
mente aberta para ouvir e interagir com o cliente, atendendo às suas crescentes
demandas frente a um mercado constantemente em evolução.
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DESENHO DE PROCESSOS
Definição de Métricas
Usualmente, as empresas focam em indicadores financeiros para determinar
seu desempenho, foca-se em variações estatísticas e padrões de mercado para
delimitar o sucesso de sua atividade. Porém, esta metodologia não permite
analisar o processo como um todo, ela centra-se no macroprocesso, reduzindo
toda a sequência de processos ao simples balanço de insumos gerando produtos.
Além disso, uma vez que se consideram apenas indicadores financeiros, não
é possível estimar e estabelecer a sobrevivência do seu processo frente às
mudanças tecnológicas e conceituais impostas pelo mercado consumidor. Tome
como exemplo situações que envolvem a redução de desperdícios e contaminação
do meio ambiente, apesar destas não estarem diretamente relacionadas com
indicadores financeiros, os empreendimentos podem sofrer represálias e até
queda em suas vendas por conta da sua postura ambientalmente inadequada e
das novas demandas de um mercado consumidor mais consciente.
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Uma vez entendido que o objetivo global do seu processo não determina sua
eficácia, vamos abordar melhor o entendimento de métricas do sistema. Considere
um sistema modelo conforme Figura 7. Cada processo é a composição de outros
subprocessos, os quais são definidos em atividades específicas, compostas de
pequenas tarefas a serem atingidas. As tarefas possuem métricas que servem
para estimar a eficiência com a qual se atingiu a meta, mas para visualizarmos a
mesma é preciso definir o que iremos medir e como iremos medir.
Processo
SubProcesso Subprocesso
Métrica
Medida Medida
Fonte: A autora.
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DESENHO DE PROCESSOS
Ovo (R$)
Farinha (R$)
Obtenção do Compra dos itens
material na lista Fermento (R$)
Obtenção Chocolate (R$)
da matéria- Compras Açúcar (R$)
prima
Tempo Minutos
L de gasolina
Deslocamento / km * R$/L
Custo
= valor do
deslocamento
Combinação Consistência da
Viscosidade/ massa
dos
densidade da massa Homogeneidade
ingredientes
Preparo de
Desenvolvimento
Receita
Metodologia Temperatura do Indicador do
de preparo forno fogão (oC)
Confecção de Bolo para Aniversário
Consistência do
bolo
Desenforme e Integridade e
Altura (cm)
finalização estética
Homogeneidade
Finalização Finalização e
Custo de
do Bolo entrega Deslocamento
Entrega Valor da entrega (R$)
Custo de
embalagens
(R$)
Fonte: A autora.
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Atividade de Estudos:
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DESENHO DE PROCESSOS
Por fim, trabalho que agrega valor ao produto é aquele pelo qual
o cliente estaria disposto a pagar e que colabora para obtenção do
produto desejado.
O desempenho passa então a ser medido ponto a ponto como uma ação
conjunta de todos os responsáveis pela qualidade do processo de forma coesa
e horizontal. É importante que nesta etapa de conscientização todos estejam
cientes dos itens a serem analisados e do propósito de cada medição (OLIVEIRA,
2009). Entende-se que garantir a compreensão completa do processo mantém
os colaboradores ativos e comprometidos com a eficácia da abordagem.
Como descrito no Quadro 2, no Capítulo 1, existe uma variedade de métodos
44
Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
45
DESENHO DE PROCESSOS
Identificação de Atividades
Atividades são tarefas que possuem início e fim determinados como parte
integrante das etapas para atingir o objetivo do processo global. As atividades são
geralmente desenvolvidas por uma pessoa responsável ou por um departamento,
visando a um resultado específico, e podem ser entendidas como atividades
críticas e não críticas. As atividades críticas são aquelas que influem diretamente
na qualidade final do produto, e o seu hand-off é de crucial importância para a
qualidade final do mesmo. Já as atividades não críticas, como o nome sugere,
são aquelas que influem indiretamente com menor seriedade no produto final do
macroprocesso.
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Atividade de Estudos:
47
DESENHO DE PROCESSOS
Figura 8 - Oficina
Objetivo
Parâmetro de Onde Responsável
da Item a medir O que medir Como será medido
Comparação medir pela medição
Medição
Sensores,
Operário
Status Mecânica Funcionamento Válvulas, escape, normas ABNT,
Motor mecânico
Atual veicular padrão pistão etc. monitores veiculares
1/2/3
etc.
Sujeiras,resíduos
Aspectos de óleos e graxas,
Carroceria, Visualmente
Limpeza Checklist de internos e resíduos gerados Operário de
estofados, obedecendo padrões
veicular entrada. externos durante serviço limpeza ½.
tapetes, painel. de limpeza.
do veículo. (fios,cabeamentos
etc.).
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Simplificação de Processos
A simplificação dos processos ocorre de forma natural, uma vez que o
desenho do processo é feito adequadamente. Note que para o exercício anterior,
desenvolvido considerando uma oficina, a distribuição de peças e ferramentas
para manutenção dos veículos, realizada por apenas um funcionário, representou
a etapa de maior gargalo de atendimento. Além disso, a possibilidade de repetição
de trabalho durante as etapas de limpeza e verificação dos veículos também é
ponto facilmente identificado.
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DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Atividades de Estudos:
a) ( ) Ineficiência do processo.
b) ( ) Melhoria no processo.
c) ( ) Reengenharia do processo.
d) ( ) Análise do processo.
a) ( ) Produtividade.
b) ( ) Qualidade.
c) ( ) Capacidade.
d) ( ) Inconformidade.
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DESENHO DE PROCESSOS
Armadilha Solução
Número excessivo de
Usar número limitado de indicadores essenciais.
informações.
Considerar lucro como um indicador de resultado
Foco na geração de dinheiro e
do desempenho como todo e não de etapas
lucro.
individualizadas.
Criar árvores de soluções para os indicadores a
Alta expectativa nos processos
fim de considerar processos que agregam valor ao
de controle da produção.
produto.
Todos os indicadores devem
Análise crítica da contribuição de cada indicador de
ser usados para avaliar o
acordo com seu processo envolvido.
desempenho.
Cada processo possui funções e indicativos
de qualidade diferenciados, sendo inviável a
Todos os indicadores devem
homogeneização das métricas. É necessário,
apresentar métricas similares.
portanto, criar métricas específicas para cada
processo.
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Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Melhorias em Processos
Processos de melhorias são ferramentas inerentes à busca contínua por
processos otimizados e o desenvolvimento competitivo das organizações. Dentre
as abordagens propostas para, de forma prática e simples, otimizar um processo,
a metodologia de maior destaque certamente é o Ciclo de PDCA. Formada pelas
iniciais do inglês Plan (planejar), Do (fazer), Check (checar) e Act (agir), o PDCA
tem sido amplamente aplicado com altos níveis de sucesso na melhoria contínua
de processos. Para começar a entender melhor o PDCA, analise a Figura 9.
53
DESENHO DE PROCESSOS
54
Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Fonte: A autora.
Atividade de Estudos:
55
DESENHO DE PROCESSOS
Contudo, note que nem toda melhoria ocorre de forma pacífica e sem envolver
uma série de problemáticas, o que apenas serve para ressaltar a necessidade
do envolvimento completo da equipe, desde a alta gerência até o operário de
base. O quadro 10, ilustra claramente alguns dos principais pontos problemáticos
encontrados durante a instalação de novas melhorias.
Dificuldade Definição
• Resistência das pessoas.
Humanas • Medo de perder o emprego.
• Descrença no resultado do projeto.
Tempo e • Tempo dispendido para implantação da melhoria.
Recursos • Disponibilidade de recursos financeiros.
Financeiros • Custos associados.
• Aspectos técnicos da mudança.
• Problemas envolvendo TI.
• Dificuldade em dimensionar aspectos organizacionais.
Tecnologia e
• Falta de habilidade para avaliar efeitos de melhoria antes de
Metodologia
implementação.
• Falta de conhecimento sobre os benefícios da melhoria.
• Processos definidos de forma inapropriada.
• Falta de apoio da alta gestão.
• Falta de implementação de mudanças.
Política de • Liderança indecisa.
Gestão • Ausência de objetivos mensuráveis.
• Desconforto no ambiente de trabalho.
• Repetição do trabalho.
Atividade de Estudos:
56
Capítulo 2 Dimensionamento de Recursos e Processos
Algumas Considerações
Por tratar-se de uma metodologia relativamente nova e altamente dinâmica,
o Desenho de Processos por vezes não recebe o destaque e a importância
devida no desenvolvimento e evolução de empreendimentos da atualidade.
Considerando o conteúdo visto neste capítulo, é possível colocar em evidência
algumas vantagens associadas ao desenvolver mesmo um esboço simples do
Desenho de Processos para qualquer empreendimento ou atividade pensada.
Referências
FURLAN, J. D. Guia para o gerenciamento de processos de negócio. Corpo
comum de conhecimento ABPMP BMP CBOK V3.0. 1 ed., ABPMP, 2013.
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DESENHO DE PROCESSOS
58
C APÍTULO 3
Conceitos de Agregação de Valor
60
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
Contextualização
Dentro do Desenho de Processos, notou-se então que era possível dividir
cada processo em uma sequência de subprocessos compostos de atividades e
tarefas bem específicas, todos visando ao mesmo propósito final: a agregação de
valor ao produto. Nenhum processo possui etapas que denigrem, prejudicam ou
destroem o valor final do seu produto, ao menos não intencionalmente.
61
DESENHO DE PROCESSOS
Atividade de Estudos:
Assim, a ideia de agregar valor ao produto vem evoluindo nos últimos anos,
trazendo ao mercado conceitos dinâmicos que perpassam apenas os valores
relacionados à qualidade física e durabilidade do produto gerado. O conceito
tradicional de valor agregado pode ser entendido como: a remuneração do
somatório de todos os fatores usados na fabricação do produto final (insumos,
energia, mão de obra, manutenção etc.) (RIBEIRO, 2013).
Mais interessante, o valor agregado pode ser visto como sendo a percepção
do cliente de um bem capaz de atender suas às demandas considerando a relação
de benefício por seu preço em comparação com um bem da concorrência. É uma
qualidade que nem sempre é tangível, mas que na percepção do cliente justifica a
preferência por um produto em específico.
62
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
Entendimento Moderno
Com isso, o conceito moderno de valor agregado do produto, muito além
do somatório das etapas que atribuem valor ao produto final, agora é entendido
como um conceito inovador, intrínseco ao mercado consumidor. Em princípio
buscava-se um produto que envolvesse o melhor aproveitamento de insumos,
com a menor configuração de desperdícios, capaz de atender satisfatoriamente
à função para o qual foi desenvolvido. Atualmente, associados a isto também se
encontram fatores jurídicos, ambientais, e associados com aceitação social.
63
DESENHO DE PROCESSOS
Conforme apresentado por Furlan (2013) a cadeia de valor pode ser entendida
então como um fluxo simples contínuo que relaciona diretamente os fatores que
contribuem para produzir valores para os clientes. Em busca da correta identificação
das cadeias de valores podem ser desenvolvidas em três frentes:
64
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
Infraestrutura da Empresa
de
isiç
Apoio
ão
Desenvolvimento de Tecnologia
Aquisição
Operações
Interna externa Vendas
rge
m
Atividades Primárias
65
DESENHO DE PROCESSOS
Recebimento Distribuição e
Tratamento Tratamento Finalização Embalagem
da matéria Venda
Químico Físico
prima
Fonte: A autora.
66
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
67
DESENHO DE PROCESSOS
É por meio da identificação dos valores em cada etapa que é possível elaborar
as melhorias contínuas do processo, uma vez que estes são ferramentas para
mensuração de cada etapa. Para obter métricas adequadas para desenvolver o
melhor entendimento dos processos e suas cadeias de valores é preciso adotar
uma sequência de procedimentos sugeridos por Ribeiro (2013), vistos no quadro
a seguir:
68
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
Feedback
Neste ponto, o conceito de evolução contínua com base em uma troca de
informações entre os colaboradores internos e com seu mercado consumidor
encontra-se bem firmado. Com os conceitos modernos de agregação de valor,
elaboração de cadeia de valores e a percepção da importância e influência do
consumidor no direcionamento do seu empreendimento e nas futuras mudanças
propostas no seu Desenho de Processos, surge a percepção do feedback dentro
do seu Desenho de Processos.
69
DESENHO DE PROCESSOS
seu Desenho de Processos. Com isso, note que o feedback ocorre entre o
empreendimento e o mercado consumidor, mas também ocorre entre etapas
do processo, sendo uma ferramenta essencial na troca de informações entre
os diversos grupos de trabalho envolvidos. Contudo, é importante ressaltar a
diferença entre o hand off e o feedback, muitas vezes confundidos devido à sua
natureza sequencial (COHEN, 2014).
70
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
Atividade de Estudos:
Algumas Considerações
Dentro do conteúdo abordado, uma vez que somos capazes de desenhar um
processo, desde a recepção da sua matéria-prima, identificando seus diversos
subprocessos, tarefas e métricas envolvidas em cada etapa, nota-se que é possível
estimar pontos de melhoria contínua em diversos passos da sua cadeia produtiva.
Com o conteúdo abordado no presente capítulo, entende-se a importância de
determinar o que chamamos de “valores” dentro de sua cadeia produtiva, de forma
a identificar pontos onde há desperdícios, retrabalhos e/ou processos ineficazes
que levam à insustentabilidade do empreendimento a longo prazo.
Todos os levantamentos são feitos utilizando-se do recurso de as-is e
to-be, abordados no Capítulo 2, que nos confrontam com a realidade atual do
empreendimento e o cenário desenvolvido na expectativa de sua melhora. Estas
percepções e as possíveis melhorias propostas são identificadas por meio de
feedbacks que agregam conteúdo e informação provinda do mercado consumidor,
identificando suas exigências e tendências, assim como da cadeia produtiva
interna, salientando pontos de melhoria e otimização produtiva.
71
DESENHO DE PROCESSOS
Referências
BRASIL. Procuradoria Geral da República. Manual de gestão por processos.
Ed. MPF/PGR, Brasília, 2013.
COX, J. F.; SPENCER, M. S. Manual da teoria das restrições. Ed. Bookman, 2002.
CIGU, Desafios da Gestão Universitária no Século XXI, Mar del Plata, Argentina,
2015.
72
Capítulo 3 Conceitos de Agregação de Valor
73
DESENHO DE PROCESSOS
74
C APÍTULO 4
Teoria das Restrições
76
Capítulo 4 Teoria das Restrições
Contextualização
Quando as primeiras indústrias e atividades produtivas surgiram com os
modelos Tayloriano e Ford, buscava-se o aumento da produtividade da empresa,
reduzindo o tempo e aumentando a eficiência do processo produtivo. Este modelo
industrial funcionou de forma gloriosa entre os anos 50 e 60, atendendo à demanda
pós II Guerra Mundial e do crescimento populacional que se seguiu. Neste ponto,
a busca das indústrias centrava-se no aumento contínuo de sua produção, não
havia oportunidade para geração de estoques ou saturação do mercado.
77
DESENHO DE PROCESSOS
Conceito de Restrições
O entendimento do conceito de Restrição vem evoluindo nos últimos anos.
Inicialmente, restrição era entendida como os limites orçamentários da atividade,
sendo a cadeia produtiva vista como uma máquina de operação ótima contínua.
Atualmente, restrição é entendida como toda e qualquer etapa onde o escoamento
da demanda seja dificultado (FURLAN, 2013). Ainda, considerando a necessidade
de desenvolver e implementar uma solução para a cadeia produtiva, surgia a
Teoria das Restrições, que, segundo Spencer e Cox (1995), é um conjunto de
informações envolvendo normas e princípios que em conjunto orientam um
processo focado em um gerenciamento otimizado e uma redução contínua de
desperdícios. A Teoria das Restrições possui como princípios básicos, conforme
Corrêa e Gianesi (2007):
78
Capítulo 4 Teoria das Restrições
Atividade de Estudos:
79
DESENHO DE PROCESSOS
De uma forma geral, Castro (2005) define as restrições como processos que
ocorrem entre as etapas de planejamento e controle, tais como:
80
Capítulo 4 Teoria das Restrições
81
DESENHO DE PROCESSOS
Restrições Detalhamento
Técnicas Capacidade técnica de produzir o produto final.
Determinam a possibilidade produtiva comprometida pela capacidade
Capacidade
(mão de obra, equipamento, insumo).
Demanda Não há demanda que justifique o incremento produtivo.
Envolvimento Não há comprometimento ou entendimento da importância dos
da equipe processos envolvidos por parte dos colaboradores.
Tempo de
realização das O tempo de produção é curto considerando as análises necessárias.
tarefas
Mão de obra Número de colaboradores envolvidos com cada procedimento.
Manutenção de A necessidade de manutenção como medida preventiva e periódica
maquinário representa um tempo de inatividade.
Logística Análise da capacidade limitada de estocagem entre as etapas de
interna processo e o alinhamento temporal entre elas.
A gestão de terceiros, envolvendo sua eficácia e comprometimento
Logística
com os serviços prestados, torna-se fator restritivo quando fogem do
externa
planejamento.
Análise de todas as etapas que envolvem custos e associam-se com
Custos
os preços de venda do produto obtido.
As modelagens realizadas em software nem sempre estão em
Softwares concordância com a atividade em campo e o treinamento deficiente
compromete a correta utilização do software.
Fonte: A autora.
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Capítulo 4 Teoria das Restrições
Atividade de Estudos:
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DESENHO DE PROCESSOS
Otimização do Desenho de
Processos
Para auxiliar na identificação e abordagem das restrições e seu
comportamento no seu processo produtivo global, estudiosos como Cox e
Spencer (2002) propõem a metodologia vista no quadro a seguir:
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Capítulo 4 Teoria das Restrições
Etapa Desenvolvimento
Identificação das É analisado o fluxo do processo de forma a apontar a
restrições do sistema etapa que limita o ganho de todo o sistema.
São definidas novas abordagens para as tarefas
Definição da abordagem
restritivas buscando melhorar a eficácia do Desenho de
para as restrições
Processos.
Subordinação de todos Direcionam-se esforços para que todas as tarefas
os outros recursos ao envolvidas com a restrição direcionem atenção para
recurso restritivo melhoria do desempenho da restrição.
Atribui-se capacidade adicional, aumentando assim a
Elevar a restrição importância atribuída à restrição, trazendo a mesma à
tona.
Análise da resposta
às mudanças. Caso o Uma vez sanada a restrição inicial, é possível que surjam
problema seja sanado, novos elementos restritivos que devem ser abordados.
retorne à etapa de Desta forma, implementa-se a melhoria contínua no
identificação de novas sistema.
restrições
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DESENHO DE PROCESSOS
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DESENHO DE PROCESSOS
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Capítulo 4 Teoria das Restrições
Algumas Considerações
Com o fim do presente capítulo encerra-se o módulo de Desenho de
Processos dentro do presente curso. Neste ponto, o aluno encontra-se apto a
realizar o Desenho de Processos para todo e qualquer processo operacional.
Assim, ao final deste curso o aluno reconhece de forma linear o que são tarefas,
atividades, subprocessos e processos na estruturação do fluxograma produtivo
de um Desenho de Processos. O mesmo é também capaz de associar métricas
adequadas para a mensuração de cada tarefa e da conformidade do seu resultado
com o estimado na proposta produtiva inicial.
Além disso, ao fim do curso, o aluno deve estar ciente dos conceitos de
hand-off, gargalo, feedback, valor agregado, indicadores de desempenho e sua
importância no dimensionamento, favorecendo a eficácia e eficiência do Desenho
de Processos.
Referências
CASTRO, R. L. Planejamento e controle da produção e estoques: um survey
com fornecedores da cadeia automobilística brasileira. 2005. Dissertação
(Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
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