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Enquadramento tarifário e adequação de demanda contratada: estudo de caso para a

Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Julho/2018

Enquadramento tarifário e adequação de demanda contratada: estudo de


caso para a Associação dos Professores Universitários de Santa Maria
Bernardo Beck Serro - bernardoserro@hotmail.com
MBA em Projeto, Execução e Controle de Engenharia Elétrica
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Porto Alegre, RS, 7 de Outubro de 2017

Resumo
Este artigo apresenta um estudo realizado com a intenção de demonstrar as opções existentes
para adequação do enquadramento tarifário e demanda de energia contratada de um
consumidor que recebe energia em 13,8kV pertencente ao grupo de tarifação A4, por meio da
análise das faturas de energia elétrica e históricos de consumos mensais. Será evidenciada
qual a opção tarifária e demanda de energia contratada melhor se enquadram no perfil de
consumo elétrico da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria – APUSM e
para isso, serão comparadas e elucidadas as diferentes classes tarifárias a qual o mesmo
poderia estar enquadrado. O resultado alcançado com este estudo é uma economia financeira
atingida apenas com correções contratuais realizadas junto à concessionária de energia
elétrica, eliminando assim o consumo irregular contratual e adequando a unidade
consumidora a um eficiente sistema de tarifação. Não foram realizados estudos referentes à
eficiência energética do prédio, por não ser de interesse do cliente, mas este assunto poderia
ser abordado posteriormente para uma economia financeira ainda maior, além dos recursos
energéticos.
Palavras-chave: Consumo. Demanda. Enquadramento Tarifário. Energia elétrica.

1. Introdução
Este trabalho se faz relevante considerando a necessidade de se obter um contrato de energia
elétrica mais eficiente, que vise a redução de gasto com energia elétrica, assim como a revisão
técnica da demanda contratada e do enquadramento tarifário para a sede da APUSM, buscando
eliminar os possíveis desperdícios contratuais com energia elétrica.A APUSM é a Associação
dos Professores Universitários de Santa Maria, cuja sede possui aproximadamente 3500 m² de
área construída, entre salões de festa, salas de reuniões e restaurante.
A eficiência energética em edificações é uma tendência sustentável cada vez mais abordada nos
dias atuais. No entanto, na maioria das vezes se tem o entendimento que seriam necessários
altos investimentos para se alcançar tal objetivo, o que em alguns casos até pode ser verdade,
mas existem ações voltadas para eficiência energética que podem gerar bons resultados, desde
que sejam consideradas políticas internas a serem cumpridas e monitoradas constantemente,
como aponta Oliveira (2015) apudSILVA (2017).Sobre este assunto,Batista (2012)apudSILVA
(2017)acrescenta que a análise do histórico das tarifas mensais de energia elétrica pode ser
apontada com uma dessas ações, e que se enquadrada como uma proposta de eficiência que

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
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envolve diretamente o papel da gestão energética, com a principal finalidade de identificar e
aplicar método que diminua o consumo e custo com energia elétrica.

Muito se fala em eficiência energética nos dias atuais. Normalmente, essa


preocupação está associada ao uso racional dos equipamentos e emprego de
dispositivos mais eficientes. Um ponto menos explorado acerca do assunto é o
gerenciamento de parâmetros dos contratos de energia entre consumidores e
concessionária. Esses parâmetros, nomeadamente, demanda contratada e
enquadramento tarifário, podem alterar de forma predominante o valor da conta final.
(COSER et all, 2014).

O planejamento em que as iniciativas de gerenciamento do lado da demanda, a produção


independente de energia e a valorização do meio ambiente são consideradas juntamente com a
oferta é chamado de Planejamento Integrado de Recurso (PIR), que se apresenta como uma
nova proposta para a obtenção dos serviços de energia a um custo mínimo, segundo Jannuzzi
(1997).
A demanda em um sistema elétrico típico varia consideravelmente ao longo do dia, como pode
ser visto na Figura 1. Comumente verificamos poucas horas de demanda de ponta a cada dia,
quando os usos residenciais, comerciais, industriais, e iluminação pública se sobrepõem no final
do dia. Isso resulta em muitas horas de baixa demanda durante a noite e o início da manhã. A
utilização de um sistema elétrico, por sua vez, afeta tanto sua operação como seu desempenho
econômico, pois este deve ser capaz de atender toda a carga no horário de ponta com sua sub
utilização no restante do período (De Lima et all, s/data). Por este motivo que verificamos
multas altíssimas no caso de ultrapassagem de demanda contrada, no caso de consumidores do
grupo A4.

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Figura 1 – Curva típica de demanda


Fonte: DE LIMA et all, s/data

O único sistema tarifário utilizado no Brasil até o ano de 1981 era o sistema Convencional, que
não tinha como objetivo disciplinar o consumo, sendo que não possuía diferenciação de preços
segundo sua utilização durante as horas do dia e/ou períodos do ano (DE LIMA et all, s/data).
Visando principalmente a racionalização do uso da energia elétrica e a inclusão dos
consumidores na solução dos problemas ocasionados pelos seus maus hábitos de consumo que
foram criadas as Estruturas Tarifárias Horo-Sazonal Verde e Azul. Trata-se de uma sistemática
de aplicação de tarifas diferenciadas de acordo com a utilização dos usuários, do horário do dia
e períodos do ano. Esse enquadramento no sistema pode ser observado do esquema da Figura
2.

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Figura 2 – Aplicação dos sistemas tarifários para o grupo “A”
Fonte: ANEEL (2010)

É importante salientar que para a obtenção dos benefícios deste sistema tarifário Horo-Sazonal,
o consumidor precisa estar atento e tomar alguns cuidados quanto ao gerenciamento de carga.
De acordo com Estremote (2002), a instalação de um controlador automático de demanda e/ou
de um grupo motor gerador quase sempre surgem como opções que necessitam análise
criteriosa devido aos custos envolvidos.

O uso da tarifação e legislação pertinente se caracterizaram como de suma importância


desde o final da década de 80 com a criação da tarifa horo-sazonal nas modalidades
Azul e Verde, conforme Portaria 033 do Departamento Nacional de Água e Energia
Elétrica – DNAEE, colaborando efetivamente com a racionalização de energia elétrica
para consumidores ligados em alta tensão (MANZINE, 2004. p.6)

Segundo Carvalho (1987) apud Manzine (2004), a modernização de tarifas em todo seu
processo, bem como a busca de alternativas da alteração da matriz de energia no Brasil nos
últimos anos, foi motivada pelos dois choques do petróleo: o primeiro ocorridono final de 1973,
marcando o fim da era do petróleo abundante e barato, que fomentou o crescimento da
economia nas décadas de 50 e 60, e o segundo no ano de 1979. Mais recentemente, nos anos
2003 e 2004, a ameaça no corte da produção e também as varaçõesviolentas nos preços,
reforçaram em todo o mundo a intensificação da busca pelo desenvolvimento de tecnologias
que não fossem dependentes do petróleo importado. Assim, continua presente a importância do
assunto tarifa. "O tema tarifas assume cada vez mais uma posição de destaque pois, entre outras
coisas, sinaliza ao consumidor a direção do uso racional e da conservação da energia elétrica"
Bitu e Born (1993) apud Manzine (2004).
O aumento vertiginoso do consumo da energia elétrica é destaque das mudanças profundas
ocorridas na matriz energética brasileira nas ultimas três décadas. Para Faccenda (1997), a
situaçãoé de alerta, pois a expansão do parque gerador atualapresenta dificuldades de várias
naturezas: institucional, financeira, social, ambiental, de recursos naturais, de perdas nas linhas
de transmissão, de armazenamento de resíduo dos reatores nucleares, entre outras. Assim sendo,
a expansão do parque gerador no momento atual é crítica, pois apesar do imenso esforço
tecnológico, realizado nas 7 últimas décadas, não se dominaram novas tecnologias de geração
de energia elétrica segura, barata e sem prejuízo para a humanidade. Segundo Manzine (2004),
se faz necessário salientar o desenvolvimento de tecnologias de medição e manipulação de
dados para auxilar estudos com mais precisão e abrangentes, principalmente na tomada de
decisões envolvendo o uso de energia elétrica. Existe ainda espaço para amelhoria na
modulação da curva de carga, com mais ênfase no horário de ponta, fazendo utilização
deincentivo tarifário, por exemplo. A análise tarifária ainda é importante e muito praticada nos
dias de hoje.

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2. Definições e Conceitos
Para a compreensão dos assuntos tratados neste estudo de caso se faz necessário entender alguns
conceitos e definições, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica.
a) Consumo de Energia Elétrica
É a quantidade de potência elétrica (kW) consumida em um intervalo de tempo, expresso em
quilowatt-hora (kWh) ou em pacotes de 1000 unidades (MWh). No caso de um equipamento
elétrico o valor é obtido através do produto da potência do equipamento pelo seu período de
utilização e, em uma instalação residencial, comercial ou industrial, através da soma do produto
da demanda medida pelo período de integração (ANEEL, 2010).
b) Demanda
Representa a média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico
pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de
tempo especificado (ANEEL, 2010).
c) Demanda Contratada
Representa a demanda de potência ativa a ser obrigatoriamente e continuamente disponibilizada
pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência no contrato de
fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de
faturamento, expressa em quilowatts (kW) (ANEEL, 2010).
d) Demanda de Ultrapassagem
É a parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em
quilowatts (kW) (ANEEL, 2010).
e) Demanda Faturável
É o valor da demanda de potência ativa, identificada de acordo com os critérios estabelecidos
e considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em
quilowatts(kW) (ANEEL, 2010).
f) Demanda Medida
É a maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15
(quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW) (ANEEL,
2010).
g) Energia Elétrica
Basicamente, é o produto da potência elétrica pelo intervalo de tempo de utilização de um
equipamento ou de funcionamento de uma instalação (residencial, comercial ou industrial)
(ANEEL, 2010).

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h) Energia Elétrica
Nota fiscal que apresenta a quantia total que deve ser paga pela prestação do serviço público de
energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando as parcelas
correspondentes (ANEEL, 2010).
i) Horário de Ponta
É o período de 3 (três) horas consecutivas exceto sábados, domingos e feriados nacionais,
definido pela concessionária, em função das características de seu sistema elétrico. Em algumas
modalidades tarifárias, nesse horário a demanda e o consumo de energia elétrica têm preços
mais elevados (ANEEL, 2010).
j) Horário Fora de Ponta
Corresponde às demais 21 horas do dia, que não sejam às referentes ao horário de ponta
(ANEEL, 2010).
k) Período Seco
Período compreendido pelos meses de maio a novembro (7 meses). É, geralmente, um período
com poucas chuvas. Em algumas modalidades, as tarifas deste período apresentam valores mais
elevados (ANEEL, 2010).
l) Período Úmido
Período compreendido pelos meses de dezembro a abril (5 meses). É, geralmente, o período
com mais chuvas (ANEEL, 2010).
m)Período Úmido
Período compreendido pelos meses de dezembro a abril (5 meses). É, geralmente, o período
com mais chuvas (ANEEL, 2010).
n) Potência
Quantidade de energia elétrica solicitada na unidade de tempo. A potência vem escrita nos
manuais dos aparelhos, sendo expressa em watts (W) ou quilowatts (kW), que corresponde a
1000 watts (ANEEL, 2010).
o) Tarifa
Preço da unidade de energia elétrica (R$/MWh) e/ou da demanda de potência ativa (R$/kW)
(ANEEL, 2010).
p) Tarifa Binômia
Conjunto de tarifas de fornecimento, constituído por preços aplicáveis ao consumo de energia
elétrica ativa (kWh) e à demanda faturável (kW). Esta modalidade é aplicada aos consumidores
do Grupo A (ANEEL, 2010).

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q) Tarifa Monômia
Tarifa de fornecimento de energia elétrica, constituída por preços aplicáveis unicamente ao
consumo de energia elétrica ativa (kWh). Esta tarifa é aplicada aos consumidores do Grupo B
(baixa tensão) (ANEEL, 2010).
r) Tarifa de Ultrapassagem da Demanda
Segundo o artigo 93 da resolução 414 da ANEEL (2010), é prevista a aplicação da tarifa de
ultrapassagem sobre a parcela (diferença) da demanda medida que ultrapassar a demanda
contratual, caso esse valor seja superior aos limites mínimos de tolerância conforme descrito a
seguir:
⎯ 5% (cinco por cento) para unidades consumidoras atendidas em tensão de fornecimento
igual ou superior a 69 kV;
⎯ 10% (dez por cento) para unidades consumidoras atendidas em tensão de fornecimento
inferior a 69 kV.
Cabe ressaltar que na modalidade de contrato convencional o valor da tarifa de ultrapassagem
de demanda (kW) é três vezes o valor da tarifa de demanda normal.

3. Classificação dos Consumidores


No Brasil, as unidades consumidoras são classificadas em dois grupos tarifários: Grupo A, que
tem tarifa binômia e Grupo B, que tem tarifa monômia. O agrupamento é definido,
principalmente, em função do nível de tensão em que são atendidos e também, como
conseqüência, em função da demanda (kW).
As unidades consumidoras atendidas em tensão abaixo de 2.300 volts são classificadas no
Grupo B (baixa tensão). Em geral, estão nesta classe as residências, lojas, agências bancárias,
pequenas oficinas, edifícios residenciais, grande parte dos edifícios comerciais e a maioria dos
prédios públicos federais, uma vez que, na sua maioria são atendidos nas tensões de 127 ou 220
volts. O Grupo B é dividido em sub-grupos, de acordo com a atividade do consumidor,
conforme apresentados a seguir:
⎯ Subgrupo B1 – residencial e residencial baixa renda;
⎯ Subgrupo B2 – rural e cooperativa de eletrificação rural;
⎯ Subgrupo B3 – demais classes;
⎯ Subgrupo B4 – iluminação pública.
Os consumidores atendidos em alta tensão, acima de 2300 volts, como indústrias, shopping
centers e alguns edifícios comerciais, são classificados no Grupo A. Esse grupo é subdividido
de acordo com a tensão de atendimento, como mostrado a seguir.
⎯ Subgrupo A1 para o nível de tensão de 230 kV ou mais;
⎯ Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138 kV;
⎯ Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69 kV;

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⎯ Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44 kV;
⎯ Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25 kV;
⎯ Subgrupo AS para sistema subterrâneo.
Os consumidores atendidos por redes elétricas subterrâneas são classificados no Grupo A Sub-
Grupo AS, mesmo que atendidos em tensão abaixo de 2.300 volts (baixa tensão). Para fazer
uso deste benefício é necessário que a unidade consumidora esteja localizada em área servida
por sistema subterrâneo ou previsto para ser atendido pelo referido sistema, de acordo com o
programa de obras da concessionária e que possa ser atendido um dos seguintes requisitos:
I) verificação de consumo de energia elétrica ativa mensal igual ou superior a 30MWh
em, no mínimo, 3 (três) ciclos completos e consecutivos nos seis meses anteriores a
opção; ou,
II) celebração de contrato de fornecimento fixando demanda contratada igual ou s
uperior a 150 kW.

4. Estrutura Tarifária
Define-se estrutura tarifária como sendo o conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de
consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativa, de acordo com a modalidade de
fornecimento. No Brasil, as tarifas do Grupo A são constituídas em três modalidades de
fornecimento, relacionadas a seguir:
⎯ Estrutura tarifária Convencional;
⎯ Estrutura tarifária horo-sazonal Verde; ou,
⎯ Estrutura tarifária horo-sazonal Azul.

a) Estrutura Tarifária Convencional


O enquadramento na estrutura tarifária Convencional exige um contrato específico com a
concessionária, no qual se pactua um único valor da demanda pretendida pelo consumidor -
‘Demanda Contratada’, independentemente da hora do dia (ponta ou fora de ponta) ou período
do ano (seco ou úmido).
Os consumidores do Grupo A, sub-grupos A3a, A4 ou AS, podem ser enquadrados na estrutura
tarifária Convencional quando a demanda contratada for inferior a 300 kW, desde que não
tenham ocorrido, nos 11 meses anteriores, 3 (três) registros consecutivos ou 6 (seis) registros
alternados de demanda superior a 300 kW.
A fatura de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao
consumo, demanda e, caso exista, demanda de ultrapassagem.
A parcela de consumo é calculada multiplicando-se o consumo medido pela Tarifa de
Consumo:

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𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜

A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela Demanda


Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em 10% a
Demanda Contratada:

𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎

A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de


10% a Demanda Contratada. Calcula-se multiplicando a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da
demanda medida que supera a Demanda Contratada:

𝑃𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑈𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑥 (𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 − 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎)

Na estrutura tarifária Convencional, a Tarifa de Ultrapassagem corresponde a três vezes a Tarifa


de Demanda.

b) Estrutura Tarifária Horo-Sazonal Verde


A opção de enquadramento na estrutura tarifária Verde somente é possível para as unidades
consumidoras do Grupo A, sub-grupos A3a, A4 e AS.
Essa modalidade tarifária exige um contrato específico com a concessionária, no qual se pactua
a demanda pretendida pelo consumidor (‘Demanda Contratada’), independentemente da hora
do dia (ponta ou fora de ponta). Embora não seja explícita, a Resolução 456 permite que sejam
contratados dois valores diferentes de demanda, um para o período seco e outro para o período
úmido.
A fatura de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao
consumo (na ponta e fora dela), demanda e ultrapassagem.
A parcela de consumo é calculada através da expressão abaixo, observando-se, nas tarifas, o
período do ano:

𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑎


+ 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎

No período seco (maio a novembro) as tarifas de consumo na ponta e fora de ponta são mais
caras que no período úmido.
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A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela Demanda
Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em mais de 10%
a Demanda Contratada:

𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎

A tarifa de demanda é única, independente da hora do dia ou período do ano.


A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de
10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor
da demanda medida que supera a Demanda Contratada:

𝑃𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑈𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑥 (𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 − 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎)

c) Estrutura Tarifária Horo-Sazonal Azul


Aos consumidores dos sub-grupos A1, A2 ou A3, é obrigatório o enquadramento na estrutura
tarifária horo-sazonal azul e opcional para os consumidores dos subgrupos A3a, A4 e AS.
Essa modalidade tarifária exige um contrato específico com a concessionária, no qual se pactua
tanto o valor da demanda pretendida pelo consumidor no horário de ponta (Demanda
Contratada na Ponta) quanto o valor pretendido nas horas fora de ponta (Demanda Contratada
fora de Ponta). Embora não seja explícita, a Resolução 456 permite que sejam contratados
valores diferentes para o período seco e para o período úmido.
A fatura de energia elétrica desses consumidores é composta pela soma de parcelas referentes
ao consumo e demanda e, caso exista, ultrapassagem. Em todas as parcelas observa-se a
diferenciação entre horas de ponta e horas fora de ponta.
A parcela de consumo é calculada através da expressão abaixo, observando-se, nas tarifas, o
período do ano:

𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑎


+ 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎

As tarifas de consumo na ponta e fora de ponta são diferenciadas por período do ano, sendo
mais caras no período seco (maio a novembro).
A parcela de demanda é calculada somando-se o produto da Tarifa de Demanda na ponta pela
Demanda Contratada na ponta (ou pela demanda medida na ponta, de acordo com as tolerâncias
de ultrapassagem) ao produto da Tarifa de Demanda fora da ponta pela Demanda Contratada

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fora de ponta (ou pela demanda medida fora de ponta, de acordo com as tolerâncias de
ultrapassagem):

𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎


+ 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎

As tarifas de demanda não são diferenciadas por período do ano.


A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa a Demanda
Contratada acima dos limites de tolerância ( 5% para os sub-grupos A1, A2 e A3 e 10% para
os demais sub-grupos). O valor desta parcela é obtido multiplicando-se a Tarifa de
Ultrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a Demanda Contratada:

𝑃𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑈𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 (𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎


− 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎)
+ 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑈𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑥 (𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎
− 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛. 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎)

As tarifas de ultrapassagem são diferenciadas por horário, sendo mais caras nas horas de ponta.

5. Estudo De Caso:
O correto enquadramento tarifário de consumidores de energia elétrica do Grupo A4 (13,8kV)
deve ser reajustado periodicamente, por meio da análise das contas de energia elétrica e
histórico de consumos. A necessidade de um estudo para enquadramento de demanda
contratada e tipo de opção tarifária, neste caso, foi devido a instalação de um restaurante no
interior da edificação. Com isso, o padrão de consumo do prédio como um todo foi alterado.
O restaurante iniciou seu funcionamento no mês de dezembro de 2016. As contas de energia
que servirão para enquadramento de demanda, serão as que foram emitidas da data de abertura
do restaurante até a data do presente estudo em março de 2017. A troca de grupo de consumidor
não é viável neste tipo de empreendimento, pois requer alterações no nível de tensão elétrica de
alimentação, caso que foi vetado pelo consumidor.

As tarifas de energia elétrica (TE) são definidas com base em dois componentes:
demanda de potência e/ou consumo de energia. A demanda de potência é medida em
quilowatt (kW) e corresponde à média da potência elétrica solicitada pelo consumidor
à concessionária distribuidora, durante um intervalo de tempo especificado
normalmente 15 (quinze) minutos e faturada pelo maior valor medido durante o
período de fornecimento, normalmente 30 (trinta) dias. E, o consumo de energia é
medido em quilowatt-hora (kWh) ou em megawatt-hora (MWh) e corresponde ao

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valor acumulado pelo uso da potência elétrica disponibilizada ao consumidor ao longo
de um período de consumo, normalmente 30 dias (CARVALHO et all, 2011, p.2)

a) Metodologia:
O procedimento utilizado na elaboração deste Estudo Técnico foi o de avaliar as contas de
energia da APUSM, antes e depois que o restaurante entrou em funcionamento na edificação e
demonstrar por meio de cálculos matemáticos qual opção tarifária e valor de demanda elétrica
melhor se encaixam para o perfil energético do consumidor em questão.
b) Dados da Unidade Consumidora:
Código de Cliente: 5511462-8
Endereço: Avenida Nossa Senhora das Dores nº 791, HS, Bairro Dores
CEP: 97050531 Cidade: Santa Maria UF: RS
CNPJ: 95628194000180
Tensão Contratada: 13,8 kV Frequência: 60Hz
Classe de Consumo: Comercial, serviços e outras atividades
Modalidade Tarifária: Verde
Demanda Contratada Atual: 70kW
c) Demanda Contratada:
Nesta seção será verificado qual o melhor valor para a nova demanda a ser contratada levando
em consideração as contas de energia elétrica e demonstrado qual seria economia em cada um
dos meses passados, caso a demanda já houvesse sido corrigida.
É muito importante ter em mente que as 4 contas de energia analisadas foram no período de
verão onde o consumo dos aparelhos condicionadores de ar é mais elevado que nas outras
épocas do ano. Por este motivo escolheremos um valor de demanda um pouco abaixo dos
registrados nas contas de dezembro a fevereiro e um pouco acima do valor registrado na conta
de março, isto para que não se pague excesso de demanda não utilizada e muito menos
ultrapassagem de demanda.

Demanda Contrada
Demanda Lida (kW) (kW) Ultrapassagem
PERÍODO
(kW)
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta
dez/16 103 101 70 70 33
jan/17 136 129 70 70 66
fev/17 125 133 70 70 63
mar/17 83 111 70 70 41

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Enquadramento tarifário e adequação de demanda contratada: estudo de caso para a
Associação dos Professores Universitários de Santa Maria

Julho/2018
Tabela 1 – Demandas e ultrapassagens medidas
Fonte: o autor
A tolerância para ultrapassagem de demanda é da ordem de 5%. Sendo assim, estimamos a
nova demanda como o maior valor registrado nas contas de energia menos 5%:

136 − 136𝑥5% = 129,2𝑘𝑊

O valor escolhido para a nova demanda de energia será de 130kW.


Começaremos com este valor um pouco menor do que as demandas máximas registradas e
seguiremos analisando as contas de energia para no caso de ser necessário solicitação de novo
aumento de demanda. Adotaremos este procedimento, pois a aprovação de aumento de
demanda é imediata, já para diminuição existe uma carência de 6 meses.
d) Simulação custos de acordo com o contrato de demanda:
Serão demonstradas nesta seção, simulações do valor total gasto com contrato de demanda
levando em consideração a contratação de 70kW e 130kW, para que com isso possa se verificar
qual a real economia atingida com o aumento do valor de demanda de energia contratada.

Demanda Custo Custo


Ultrapassagem
PERÍODO Demanda Contrada Ultrapassagem Total
(kW)
Lida (kW) (kW) (R$) (R$)
dez/16 103 70 33 937,2 2399,8
jan/17 136 70 66 1874,4 3805,6
fev/17 133 70 63 1789,2 3677,8
mar/17 111 70 41 1164,4 2740,6

Tabela 2 – Simulação custos com contrato de demanda de 70kW


Fonte: o autor

Demanda Custo
Ultrapassagem
PERÍODO Demanda Contrada Ultrapassagem Custo
(kW)
Lida (kW) (kW) (R$) Total (R$)
dez/16 103 130 -27 0 1846
jan/17 136 130 6 0 1931,2
fev/17 133 130 3 0 1888,6
mar/17 111 130 -19 0 1846

Tabela 3 – Simulação custos com contrato de demanda de 130kW


Fonte: o autor

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Custo Custo
PERÍODO Demanda Demanda Economia
70kW (R$) 130kW (R$) (R$)
dez/16 2399,8 1846 553,8
jan/17 3805,6 1931,2 1874,4
fev/17 3677,8 1888,6 1789,2
mar/17 2740,6 1846 894,6

Tabela 4 – Comparativo dos custos com contratos de demanda de energia e demonstrativo de economia
Fonte: o autor
e) Simulação custos de acordo com a opção do grupo tarifário:
Nesta seção será simulado o valor pago em cada uma das distintas opções tarifárias disponíveis
para o grupo de consumidores A4. Na simulação serão usados valores dispostos nas planilhas
de TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA DA RGE SUL - RESOLUÇÃO
HOMOLOGATÓRIA Nº 2.059 no site da RGE SUL e não os valores dispostos na conta de
energia. A demanda será mantida constante e não será levada em consideração ultrapassagem
de demanda.

Valor Demanda Valor Consumo


Estrutura (R$/kW) (R$/KkWh)
Tarifária
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta
Convencional 29,77 0,3374
Azul 21,62 14,2 0,46321 0,32597
verde 14,2 0,98813 0,32597

Tabela 4 – Valores do custo da energia


Fonte: Site RGESUL(2017)

Consumo
PERÍODO Demanda (kW) (KkWh)
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta
dez/16 70 70 1070 9092
jan/17 70 70 1168 11200
fev/17 70 70 2262 15249
mar/17 70 70 1801 14982
Tabela 5 – Dados do consumo retirados da conta de energia
Fonte: o autor

Estrutura Tarifária Convencional


Demanda (R$) Consumo (R$)
PERÍODO
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta TOTAL
dez/16 3870,1 361,018 3067,6408 7298,7588

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jan/17 3870,1 394,0832 3778,88 8043,0632


fev/17 3870,1 763,1988 5145,0126 9778,3114
mar/17 3870,1 607,6574 5054,9268 9532,6842

Tabela 6 – Simulação do custo com contrato de demanda e consumo de energia utilizando


a Opção Tarifária Convencional
Fonte: o autor

Estrutura Tarifária Azul


Demanda (R$) Consumo (R$)
PERÍODO
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta TOTAL
dez/16 2810,6 1846 495,6347 2963,71924 8115,95394
jan/17 2810,6 1846 541,02928 3650,864 8848,49328
fev/17 2810,6 1846 1047,78102 4970,71653 10675,09755
mar/17 2810,6 1846 834,24121 4883,68254 10374,52375

Tabela 7 – Simulação do custo com contrato de demanda e consumo de energia utilizando


a Opção Tarifária Azul
Fonte: o autor

Estrutura Tarifária Verde


Demanda (R$) Consumo (R$)
PERÍODO
Ponta F. Ponta Ponta F. Ponta TOTAL
dez/16 1846 1057,2991 2963,71924 5867,01834
jan/17 1846 1154,13584 3650,864 6650,99984
fev/17 1846 2235,15006 4970,71653 9051,86659
mar/17 1846 1779,62213 4883,68254 8509,30467

Tabela 8 – Simulação do custo com contrato de demanda e consumo de energia utilizando


a Opção Tarifária Verde
Fonte: o autor

Custo Tarifa
PERÍODO Convencional CustoTarifa Custo Tarifa
(R$) Azul (R$) Verde (R$)
dez/16 7298,7588 8115,95394 58119,71274
jan/17 8043,0632 8848,49328 59627,55648
fev/17 9778,3114 10675,09755 63220,40895
mar/17 9532,6842 10374,52375 62702,20795

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Tabela 9 – Comparativo dos custos de acordo com cada opção tarifária disponível para o
grupo de consumidores A4
Fonte: o autor

5. Conclusão

Com este estudo foi possível abordar de forma completa todos os aspectos contratuais que
poderiam ser alterados para um cliente do grupo tarifário A4, com o objetio de se ter um valor
da fatura de enegia elétrica o mais baixo possível. Um paralalelo foi traçado, mostrando através
de cálculos matemáticos qual a opção de estrutura tarifária e demanda contratada mais se
encaixariam no perfil da unidade cosumidora analisada no estudo de caso.

Sendo assim, concluímos que a opção tarifária verde é a que mais se enquadra no perfil de
consumo da APUSM. Esta é a opção tarifária que a unidade consumidora está atualmente
enquadrada no cotrato vigente, e portando, nenhuma alteração neste quesito precisa ser
realizada.

Com relação à demanda contratada, foi verificado que multas de ultrapassagem de demanda
estavam sendo cobradas a partir do inicio da atividade de um novo restaurante, que foi
inaugurado no local em dezembro de 2016. Desta forma, uma verificação das contas de energia
e histórico de consumo foi realizada e uma nova demanda foi prevista para a APUSM. Com
este novo contrato de demanda, foi verifcada que existiria uma considerável economia de
enrgia, conforme observado na tabela 4, exclusivamente por não se estar pagando as multas por
ultrapassagem de demanda cobradas pela concessionária de energia local.

Concluimos com isso, que mesmo não sendo abordadas medidas de eficiência energética para
redução da fatura de energia elétrica paga ao final de cada mês, uma revisão contratual da
demanda contratada, por sua vez já traz uma grande economia com os custos de energia. Por
outro lado, a concessionária de distribuição de energia também é beneficiada, pois no próximo
leilão para compra de energia das centrais geradoras, ela saberá com certeza a quantidade de
energia real que precisará entregar para seus consumidores.

Como sugestão de trabalhos futuros, uma abordagem da eficiência energétia da unidade


consumidora poderia ser realizada com o objetivo de se ter uma instalação eficiente
energéticamente, economizando recursos energéticos importantes para a sociedade como um
todo e ainda resultando e mais economia para a unidade consumidora.

Referências

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de projetos de edificações: atividades técnicas. Rio de Janeiro: ABNT, 1995a.

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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: Sistema


de Gestão da Qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, 2000.

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Nº 414. Estabelece as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma
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