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Sorocaba, 20 de agosto de 2021

Faculdade de Engenharia de Sorocaba


Engenharia Civil
Fenômenos Elétricos

Eletroscópio

JOSÉ LUIZ G. S.; FRANCINE MARQUES, RENAN ALONSO J.C.; ELIANE C. P. SILVA

Introdução

Fundamentação Teórica:

O eletroscópio foi criado pelo inglês William Gilbert, era médico e físico,
Gilbert é conhecido como "o pai do eletromagnetismo e da eletricidade" graças
a suas grandes contribuições à ciência durante o século XVII.
O experimento consiste na produção de um eletroscópio, seu
funcionamento se baseia nos princípios das Cargas Elétricas, através da
atração e repulsão de seus elementos, e do Processo de Eletrização,
permitindo-se detectar a existência de cargas elétricas em objetos próximos,
identificando cargas negativa ou positiva.

Cargas Elétricas
Carga elétrica é determinada pelas interações eletromagnéticas dos
corpos eletrizados, a partir do atrito entre os corpos, ocorre a eletrização, onde
os corpos possuem a propriedade de se atraírem (cargas de sinais diferentes)
ou se repelirem (cargas de sinais iguais).

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Figura 1 – Cargas elétricas em atração e repulsão.

No Sistema Internacional, a unidade de carga elétrica é o Coulomb (C)


em homenagem ao físico francês Charles Augustin de Coulomb (1736-1806)
pelas suas contribuições nos estudos da eletricidade.

A matéria que conhecemos é formada por moléculas, que é formada de


átomos, que são compostos pelas partículas, prótons, nêutrons e elétrons.

Átomos: são formados por um núcleo, onde ficam os prótons e nêutrons e uma
eletrosfera, onde os elétrons permanecem, em órbita.

Prótons e nêutrons: possuem massas iguais

Elétrons: têm massa milhares de vezes menor.

Figura 2 – Estrutura atômica.

Figura 3- Estrutura Atômica

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Cálculo de Cargas Elétricas

Para calcular a quantidade de cargas elétricas, utiliza-se a seguinte expressão:

𝑸 = 𝒏. 𝒆

Q: carga elétrica
n: quantidade de elétrons
e: 1,6 . 10-19C, chamada de carga elétrica elementar

Processo de Eletrização

Chama-se Processo eletrização quando um corpo não neutro, estiver


com número de prótons e elétrons diferentes, retirando ou acrescentando
elétrons um do outro. Processos de eletrização mais comuns:

Eletrização por atrito: dois corpos feitos de diferentes materiais e neutros são
atritados um no outro, um deles ganha elétrons (carga negativa) e o outro perde
elétrons (carga positiva), os dois corpos ficam com carga de módulo igual, mas
com sinais opostos.

Figura 4- Eletrização por atrito.

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Eletrização por contato: dois corpos condutores, sendo um deles eletrizado,


são colocados em contato a carga elétrica é redistribuída entre os dois, os dois
corpos ficam com a mesma carga.

Figura 5- Eletrização por contato.

Eletrização por indução: consiste em atribuir carga elétrica a um objeto


utilizando outro corpo carregado sem que haja contato entre eles, esse processo
de eletrização ocorre da seguinte forma: aproxima-se um corpo eletrizado de um
corpo neutro, fazendo com que neste haja a separação de cargas; em seguida,
conecta-se um condutor ao corpo neutro, ligando-o a terra, fazendo com que
uma parte do condutor seja neutralizada, e por fim, desconecta-se o corpo da
terra e ele fica eletrizado com mesma carga, porém com sinal oposto .

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Figura 6- Eletrização por indução

Objetivos

 Produzir um eletroscópio;
 Observar e estudar o comportamento das cargas elétricas e corpo
eletrizado com o eletroscópio.
 Identificar a propriedade de condutor ou isolante de diferentes materiais.

Detalhes do Experimento:

Materiais:

Estes são os materiais usados no experimento:

- Cartolina;

- Grampo tipo Bailarina;

- Régua plástica;

- Folha de seda;

- Fita crepe;

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- Massinha para a base.

Procedimento Experimental: Desenvolvimento do Eletroscópio

Atividade 1 – Montagem do eletroscópio

Como explicado no vídeo passado em aula:

Corte os dois pedaços demarcados na cartolina, um com formato circular (com


aproximadamente 5 cm de diâmetro) e outro com um formato oval (com
aproximadamente 5 cm de largura e um comprimento que varia de 12 a 15 cm);

Cole uma fita de folha de seda (bem fina, aproximadamente uns 3 mm), presa
apenas na parte superior da cartolina oval;

No outro lado da cartolina oval, cole a régua utilizando fita adesiva;

Faça um furo no centro da cartolina circular e passe uma perna do colchete de


papel;

Dobre as pernas do colchete;

Encaixe o disco na parte oval, colocando a perna do colchete presa entre a régua
e a cartolina e conclua então o eletroscópio;

Para manter o eletroscópio de pé, faça uma base (de massinha).

Atividade 2

Como utilizar o eletroscópio:

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Atrite o cano de PVC na flanela, depois aproxime ele, sem tocar na régua, logo
em seguida toque na régua.

O que aconteceu?

Na primeira circunstância, a cartolina em formato oval se move e na


segunda, somente a fita de seda se move, se afastando da cartolina.

Por que isso acontece?

Quando atritamos o PVC, ele fica eletrizado positivamente ou


negativamente dependendo do objeto que for atritado no PVC.

Quando aproximamos o corpo eletrizado (nesse caso foi o PVC) do


eletroscópio ocorre uma eletrização por indução, ou seja, o eletroscópio fica
carregado de uma carga diferente do PVC, fazendo com que a cartolina seja
atraída pelo PVC.

E se encostarmos o PVC na régua, fazendo a eletrização por contato, isso


faz com que o eletroscópio inteiro fique eletrizado com a mesma carga do PVC,
fazendo com que a fita de seda se desloque de perto da cartolina, por estar com
a mesma carga, a fita se afasta.

Como sabemos se está eletrizado positivamente ou negativamente?

Há uma série triboelétrica dos materiais, que nos mostra com qual carga o
material ficará;

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Figura 7- Lista de materiais

Na imagem, a lã está mais acima do que o PVC, ou seja, o PVC ficará


com carga negativa após o atrito.

Atividade 3

Condutores ou Isolantes

Complete a lista de materiais testados:

Material Utilizado para verificação: Condutor Isolante

1) Borracha X

2) Isopor X

3) Aço X

4) Alumínio X

5) Algodão X

6) Ferro X

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7) Madeira seca X

8) Plástico X

9) Ouro X

10) Cobre X

11) Vidro X

12) Grafite X

13) Porcelana X

14) Lã X

15) Papelão X

O que são materiais condutores?

São matérias que tem grande quantidade de elétrons livres, isso


possibilita que a passagem de cargas elétricas em seu interior seja bastante fácil.

Os melhores condutores são os metais, por conta da ligação metálica, que


apresenta o “mar de elétrons” na sua estrutura, uma estrutura complexa e muito
“bem organizada” onde os elétrons de cada átomo da superfície metálica estão
livres, facilitando a passagem de cargas elétricas, tornando-os ótimos
condutores.

O que são materiais isolantes?

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Os materiais isolantes são aqueles nos quais os elétrons encontram-se


fortemente ligados aos núcleos e, por esse motivo, não são facilmente
conduzidos.

Por que alguns materiais são isolantes e outros são condutores?

Isso pode ser explicado pela “teoria de bandas”.

De acordo com a teoria de bandas, os materiais condutores apresentam


um nível de energia maior que a energia mínima para que possa haver
condução, como se houvesse uma “barreira” que separa os elétrons quem
podem ser conduzidos daqueles que não podem, para atravessar essa barreira,
necessita-se de uma certa quantidade de energia, essa “barreira” chama-se
“gap”.

Materiais que tem um gap que necessita de uma maior quantidade de


energia são maus condutores de energia, ou seja, isolantes. De acordo com essa
teoria, há também os materiais semicondutores que possuem propriedades
elétricas intermediárias entre condutores e isolantes.

Observando o Gerador de Van de Graaff em funcionamento, você


consegue comparar o princípio de funcionamento com o eletroscópio?

No caso do Gerador de Van de Graaff, uma correia se atrita numa escova


de metal ligada a um eletrodo positivo ou negativo, esse movimento eletriza a
correia, que sobe para uma parte superior numa segunda escova metálica que
está em contato com a parte esférica metálica. Essa esféra metálica fica com
carga elétrica de sinal oposto ao da correia e consegue gerar altas tensões.Ou
seja, em comparação com o eletroscópio, ambos são eletrizados por atrito.

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Figura 8 - Gerador de Van de Graaff

Figura 9-Gerador de Van de Graaff

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Resultados e Discussão

Após a montagem do experimento, realizamos os passos descritos e


fizemos uma sequência de testes com diferentes materiais para conseguirmos
identificar a condutividade elétrica de cada um deles. O primeiro teste foi feito
com o dedo de um dos integrantes do grupo. Após termos aproximado o cano
PVC atritado do papel, o mesmo “transferiu” parte da sua carga elétrica para o
papel, fazendo com que este ficasse em uma posição diferente da inicial, por
estar eletrizado agora. E em seguida aproximamos o dedo indicador da parte
superior do experimento, que é feito de aço, e instantaneamente o filete de seda
se descarregou, pois a pele seca “atraiu” a carga contida no eletroscópio.
Repetimos o mesmo processo 5 vezes, com os seguintes materiais no lugar do
dedo do primeiro teste: copo plástico, copo de vidro, papel alumínio, papelão e
borracha. No decorrer do experimento, notamos que a primeira situação do
objetivo experimental, onde a cartolina oval se atrai na aproximação do cano
atritado, não ocorreu. E apesar de não sabermos o real motivo, algumas
sugestões do porque não ter acontecido como previsto são: a cartolina ser dura
demais para levantar, a fita que prendemos na parte de trás estar muito para
baixo, impossibilitando a atração, algum dos materiais que utilizamos não ser
adequado para o experimento, ou não ter atritado o suficiente para ocorrer a
eletrização por indução. Algumas das observações que fizemos durante o
experimento foi que são materiais isolantes: o plástico, o vidro e a borracha, e
que são materiais condutores: papel alumínio, pele seca e o papelão. Porém,
após pesquisar a condutividade dos materiais utilizados, nos deparamos com o
papelão sendo isolante, o que vai contra o resultado obtido no experimento. E
as hipóteses de erro seguem as mesmas para a justificativa do erro no início do
experimento. Analisando os resultados dos testes, pudemos observar que tal
fato de aproximação e afastamento dos objetos ocorre por conta da diferença de
carga elétrica em cada um deles. Pois ao atritarmos a flanela no cano PVC.

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carregamos o cano eletricamente com a carga negativa, como foi mostrado na


tabela de cargas triboelétricas. E este fator faz com que o filete se atraia ou se
afaste do PVC. E conforme mudamos os materiais que encostamos na parte
superior do eletroscópio, ocorre uma transferência de carga, quando são
materiais condutores, ou o eletroscópio se mantém eletrizado, quando são
materiais isolantes a serem aproximados. A transferência de cargas ocorre nas
duas situações do objetivo experimental por indução e contato, respectivamente.
Pois quando encostarmos o cano eletrizado na régua, que se encontra em
contato com o filete, a transferência de cargas ocorre, fazendo com que o
eletroscópio fique eletrizado, induzindo o afastamento da seda.

Conclusão

Nesse trabalho abordamos sobre a eletrostática, realizando testes com


um eletroscópio (aparelho que identifica a carga elétrica em um corpo),
demonstrando os possíveis comportamentos quando um material maleável é
exposto a outros materiais sendo eles condutores e isolantes.
Na realização do teste é notável a variância quando a amostra é colocada
com diferentes materiais, devido a capacidade de condutibilidade e isolamento
de cada um.
E com o experimento sugerido pelo professor, entendemos sobre
o processo por trás dos fenômenos vistos. Concluindo que o atrito dos elementos
é responsável por uma vadiação das forças elétricas no interior do material e
uma redistribuição das cargas e o processo de provocação de eletrização
permanente, que hoje é conhecido como eletrização.

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Observar-se também os processos no qual se dá a eletrização, seja por


atrito, contato ou indução.
Com tudo, devido fatores desconhecidos, com algumas amostras não
obtivemos resultados esperados, concluindo que por mais que o eletroscópio
caseiro seja eficiente, não possível conseguir resultados certeiros, sendo
necessário realizar os testes com eletroscópio de procedência controlada e
apurada.

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