Você está na página 1de 16

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

CRISTIANE ZINN

DÉBORA RYLA FABRES RODRIGUES

FRANCIELI PORTO SANTOS

JACQUELINE CACHOEIRA ANDRADE

KEURY DA CRUZ SILVA

KAROLINE MOURA DA SILVA

POLIANA CEZARIO ALVES

Lucinayra Bertoli Fontenele

ESTUDO DE CASO

PIMENTA BUENO– RO/2021 CRISTIANE ZINN

DÉBORA RYLA FABRES RODRIGUES


FRANCIELI PORTO SANTOS

JACQUELINE CACHOEIRA ANDRADE

KAROLINE MOURA DA SILVA

POLIANA CEZARIO ALVES

Lucinayra Bertoli Fontenele

ESTUDO DE CASO

Trabalho apresentado à Faculdade de


Pimenta Bueno – ESTÁCIO FAP na
disciplina de Estudos de Casos I, como
requisito de avaliação. Professora Dayla
Duarte.

PIMENTA BUENO – RO/2021


INTRODUÇÃO
Esta pesquisa aborda um tema muito discutido no cenário atual, os aspectos da
pandemia covid-19 na equipe multidisciplinar. Diante do contexto vigente na
sociedade brasileira, é explícito as mudanças e consequências físicas e
emocionais em profissionais da saúde, tais consequências serão aprofundadas
a seguir. Também serão discutidos métodos de prevenção da saúde dos
profissionais de nutrição, psicologia e enfermagem, sendo considerado um
cuidado indispensável e de extrema necessidade.

ATIVIDADE PANDEMIA COVID-19

1.1 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS EM PROFISSIONAIS DE


ENFERMAGEM, NUTRIÇÃO, PSICOLOGIA E DEMAIS;

HÁBITOS DE ALIMENTAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA A atividade física é


recomendada à população em geral, sendo considerada uma ferramenta
importante para a melhoria da saúde. Alinhada aos benefícios à saúde, a
atividade física parece exercer www.revista.ufrr.br/boca BOLETIM DE
CONJUNTURA (BOCA) ano II, vol. 3, n. 9, Boa Vista, 2020 35 um efeito positivo
sobre vários processos cognitivos em diferentes populações, como crianças,
adultos idosos (DIAMOND et al., 2020; MADDEN et al., 2010). Assim, a atividade
física se torna uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento humano.
À medida que novos casos da COVID-19 continuam surgindo no mundo, em
especial no Brasil, surge a necessidade de algumas pessoas permanecerem em
casa como medida protetiva ao aumento dos casos. Em alguns países, como no
Brasil, os centros de atividade física foram também fechados, na intenção de
diminuir a proliferação do vírus. Escolas públicas e privadas também foram
fechadas, como medidas para diminuir a proliferação do vírus, e com isso as
aulas de educação física foram interrompidas. Ficar em casa por períodos
prolongados pode representar um desafio significativo para permanecer
fisicamente ativo. Os baixos níveis de atividade física podem ter efeitos
negativos nos processos cognitivos dos indivíduos, adicionados ao próprio
estresse do momento de isolamento social (HALL et al., 2020) Boa parte dos
estudos sobre os impactos da atividade física durante o isolamento social parte
da lógica dos seus efeitos em variáveis fisiológicas, como melhoria do sistema
imunológico (Ladu et al., 2020). No entanto, ao ampliar a compreensão do efeito
da atividade física, é possível, também, observar os seus efeitos em processos
cognitivos. Durante a pandemia, é natural o aumento de sintomas de ansiedade
e depressão, que são fatores de risco para a fome emocional e o comer
compulsivo muito prevalente entre os indivíduos que possuem excesso de peso.
A obesidade é um fator de risco para outras comorbidades e, como já era
esperado, está associada a um pior prognóstico em casos de COVID-19
(SIMONNET et al., 2020). Desse modo, a restrição calórica leve para a perda de
peso, somada à prática de exercício físico moderado, pode contribuir para
melhor resposta imunológica e redução das complicações pela COVID19 entre
aqueles com excesso de peso (Luzi et at., 2020) Nesse cenário, profissionais da
nutrição e educação física podem auxiliar na adaptação da rotina alimentar e de
exercícios e, portanto, prevenir modificações indesejadas no peso corporal e na
saúde do indivíduo. Em outro extremo, existe uma população sob o risco de
desnutrição, o que também compromete de forma importante o sistema imune e
a expectativa de um bom prognóstico em caso de infecção pelo
SARS-CoV-2(Li et al., 2020). A má nutrição, somada a atitudes equivocadas ou
ausência de medidas de prevenção, expõe esse grupo a um maior risco de
infecção e morte pela COVID-19. Considerando todos os fatores discutidos, três
grandes desfechos são prováveis durante a pandemia de COVID-19: aumento
do peso/compulsão alimentar, carência alimentar/desnutrição e manutenção do
peso/ melhora na qualidade alimentar. A ocorrência desses desfechos será
influenciada.

Uma das principais recomendações desde o início da disseminação da COVID-


19, foram a restrição de contato físico e o distanciamento social, fazendo com
que os atendimentos presenciais fossem substituídos pelos online. Os que
mantiveram consultas presenciais precisaram fazer uso de uma série de
materiais de proteção, e redobrar os cuidados de limpeza.

Porém, muitos pacientes ficaram receosos em comparecer a consultas


presenciais e de aderir ao atendimento online, quer seja por desconhecimento
de como funciona, ou até mesmo por acreditar que o modo online não é tão
efetivo quanto o presencial. Além disso, surgiram incertezas, dúvidas,
inseguranças do profissional em lidar com o novo cenário, mas também o receio
de não conseguir manter a mesma conexão com seus pacientes nos
atendimentos à distância.

Os profissionais de psicologia foram remanejados para o atendimento online, já


que uma forma de prevenção ao Covid – 19 é o distanciamento social. Sendo
boa por um lado, após um período essa decisão pode acarretar alguns
problemas na saúde física dos psicólogos, visto que, com essa nova forma de
trabalhar esses profissionais acabam passando horas sentados na frente do
computador, com pouquíssima movimentação. Em relação à inatividade física e
ao comportamento sedentário nas atuais circunstâncias é dito:

No entanto, a nova pandemia de coronavírus (COVID-19)


veio inesperadamente e mudou a vida humana. Medidas
de quarentena para mitigar a propagação do vírus,
incentivando as pessoas a permanecerem em suas casas
têm sido recomendadas como uma medida significativa,
mas também pode apresentar efeitos negativos indiretos
sobre os comportamentos saudáveis, reduzindo as
oportunidades de prática de atividade física ao ar livre, bem
como aumentando as possibilidades de atividades
sedentárias, principalmente por meio de telas (por
exemplo, assistir TV, computador e smartphones). Esse
cenário pode representar risco para transtornos
cardiovasculares, metabólicos e mentais, além de
comprometer o sistema imunológico, diretamente
associado à progressão do COVID-19. (SILVA, 2020,
v.37).

Diante disso, observa-se que a nova forma dos psicólogos trabalharem para
prevenir o contágio do vírus têm os impulsionado para a inatividade física, o que
acarreta diversos problemas, como citado. Por esse motivo é essencial o
constante incentivo ao cuidado corporal e à prática de atividades, mesmo que o
contexto vigente desencoraje o estilo de vida mais saudável.

Devido a pandemia provocada pela covid-19, os profissionais estão sofrendo


uma maior pressão psicológica, que pode resultar em problemas físicos, além
do mais o uso inadequado dos EPI também pode resultar em consequências na
saúde física. O principal problema é o risco de contaminação que tem gerado
afastamento do trabalho, doença e morte, além de intenso sofrimento psíquico,
que se expressa em transtorno de ansiedade generalizada, distúrbios do sono,
medo de adoecer e de contaminar colegas e familiares. A sobrecarga, fadiga,
exposição a mortes em larga escala, frustações relacionadas a qualidade da
assistência, ameaças, agressões e risco aumentado de serem infectados.
Emergem o medo e a incerteza que podem influenciar de forma negativa no
comportamento e bem-estar geral e a saúde física desses profissionais. Foi
observado uma alta incidência de complicações cutâneas relacionadas a
medidas de prevenção entre profissionais de saúde que tratam pacientes com
infecção epidêmica por COVID-19, o que pode levar o profissional a não
continuar usando equipamento de proteção devido a ulceração cutânea. A
prevalência de lesões cutâneas relacionadas aos equipamentos de proteção foi
de 97,0% entre profissionais de saúde da linha de frente e incluíram lesões
cutâneas que afetavam a ponte nasal, as mãos, a bochecha e a testa. Ademais,
a frequente higiene das mãos foi associada a uma maior incidência de dermatite
nessa região. também foi observada propensão de lesões na pele e mucosa,
proveniente do uso inadequado dos EPI na prevenção e no controle do COVID
19, chamando a atenção para que os profissionais de saúde podem desenvolver
dermatite aguda ou crônica, infecções secundárias e outras doenças de pele.

1.2 principais consequências emocionais em profissionais DE

ENFERMAGEM, NUTRIÇÃO, PSICOLOGIA E DEMAIS;

De acordo com o artigo IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 EM


PROFISSIONAIS DA PSICOLOGIA: “Diante dos achados, percebeu-se o
desenvolvimento em profissionais de psicologia sintomas relacionados ao
estresse, ansiedade, depressão e abuso de substâncias. Ademais, o psicólogo
encontra dificuldades com relação ao fluxo, emergência e contato com os
pacientes, de modo a ter também que se adaptar rapidamente a realidade dos
atendimentos online para intervenção psicológica. Essa pesquisa permitiu refletir
sobre a necessidade do olhar cuidadoso com psicólogos no que tange a
problemas traumáticos e sociais gerados pela pandemia. Além disso, constatou-
se a necessidade de novos estudos para ampliar o panorama dos impactos para
além dos psicólogos que atuam na atenção terciária e clínica.” Profissionais de
Psicologia estão diretamente relacionados ao atendimento a pacientes,
familiares e profissionais de saúde do âmbito hospitalar em tempos de pandemia,
atuando na orientação de como lidar com as emoções, sentimentos,
comportamentos e pensamentos diante da situação enfrentada. Com toda essa
responsabilidade o profissional de psicologia também necessita de cuidados pois
também enfrenta grandes desafios. Com essa situação ambos passam pelo
sentimento de medo frente ao incerto, a gravidade da situação atual, ao agravo
pessoal, como será a atuação futura desses profissionais, a ansiedade e o
agravamento do estresse no trabalho, sabendo que esses profissionais ainda
não tem uma devida atenção, sofrendo vários impactos neste momento, se
encontram em total vulnerabilidade, tanto em ambientes hospitalares ou clínicos,
seja frente ao contágio ou a demanda decorrente destes e o cuidado e a atenção
com esses profissionais são de grande importância para que esses possam dar
um atendimento de qualidade, afinal os profissionais de psicologia também
possuem suas limitações. O trabalho na linha de frente pode causar o aumento
da ansiedade, depressão, estresse, até mesmo em profissionais da psicologia
devido a grande carga horária e o aumento dos atendimentos. O risco de
contaminação vem resultando também em vários pedidos de afastamento
desses profissionais. Sabemos que o principal objeto de trabalho desses
profissionais é a dor e o sofrimento dos pacientes, das famílias e dos outros
colegas da área da saúde. “Nesse sentido, a Psicologia Hospitalar trabalha com
tais aspectos psicológicos considerando, cada sujeito individualmente, e
buscando auxiliar a relação entre os componentes da tríade paciente-família-
equipe de saúde (Simonetti, 2004).” O Conselho Federal de Psicologia (CFP
2020), trouxe o atendimento online, assim os profissionais de Psicologia podem
realizar esses tipos de atendimento e se resguardar dos riscos de contaminação
e contribuir para a prevenção, tanto hospitalar como psicológica. “Neste sentido,
encontram-se reais dificuldades acompanhamento virtual, mas reforça-se que o
atendimento clínico on-line mostra como a psicologia se adaptou para não
descuidar da saúde mental da sociedade (Danzmann, Silva & Guazina, 2020).”
Mesmo com os atendimentos online, esses profissionais ainda recebem críticas
e resistência de pacientes que não se acostumam com esse tipo de atendimento,
pois alguns não conseguem estabelecer um vínculo paciente e profissional e em
alguns casos possuem o medo de não haver sigilo da parte do profissional.

Burnout é uma palavra inglesa que se refere a algo que deixou de funcionar por
exaustão. É um problema que atinge profissionais de serviço, principalmente
aqueles voltados para atividades de cuidado com outros, em que a oferta do
cuidado ou serviço freqüentemente ocorre em situações de mudanças
emocionais, levando-se em consideração que enfermeiros, técnicos e auxiliares
de enfermagem, constituem um grupo com grande predisposição ao
desenvolvimento da Síndrome, por serem os profissionais da saúde que mais
tempo passam em contato com o paciente e com seus familiares dentro do
ambiente de trabalho em situações de constantes mudanças emocionais. A
Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é um distúrbio altamente prevalente em
mulheres em idade fértil, caracterizado por um conjunto de sintomas físicos,
emocionais e comportamentais que ocorrem de forma cíclica no período fértil,
podendo ser variáveis na quantidade e na intensidade, os sintomas físicos e
emocionais mais citados foram mamas inchadas e doloridas, irritabilidade,
cólicas e impaciência. As alterações da SPM trazem consequências negativas
no relacionamento familiar e conjugal e no cotidiano laboral ou acadêmico.
1.3 PRINCIPAIS MÉTODOS DE PREVENÇÃO DA SAÚDE FÍSICA E MENTAL
DO PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, NUTRIÇÃO, PSICOLOGIA E
DEMAIS;

No que se refere à saúde física do profissional de psicologia, deve-se adotar


novos hábitos ou realizar estes com uma maior frequência para uma prevenção
primária da saúde. Alguns desses profissionais estão trabalhando com
psicoterapia presencial e/ou on-line, ambas as formas de trabalho são
recomendados cuidados para uma boa saúde física. Os métodos de prevenção
sugeridos é manter uma alimentação saudável e equilibrada, ingestão diária de
pelo menos 2L de água e ter um bom sono. Cuidados com a alimentação devem
proporcionar uma melhor imunidade, na questão do sono, isso pode colaborar
para a redução de estresse e da regeneração muscular. Assim, resulta no
estresse ocupacional prolongado, apresentando três principais características:
exaustão emocional, despersonalização e sentimento de ineficácia profissional.
O equilíbrio da saúde física, mental e social é fundamental para garantir não só
a saúde, mas também o bem-estar e produtividade no ambiente de trabalho.

O desequilíbrio emocional facilita o surgimento de doenças mentais. Podemos


dizer que a saúde mental contempla, entre tantos fatores, a nossa capacidade
de sensação de bem-estar e harmonia, a nossa habilidade em manejar de forma
positiva às adversidades e conflitos, principalmente em tempos de pandemia que
estes profissionais estão isolados de seus amigos e familiares. Um exemplo de
prática que mantém o equilíbrio entre mente-corpo é o Yoga, a meditação
mindfulness, tai-chi entre outras, auxiliam no foco, facilitando o estado de
consciência sobre o que está acontecendo agora, sobre as sensações e
necessidades do corpo e, consequentemente, da mente. É possível encontrar
este estado de conexão em outras práticas como corrida, escutar uma música
que você gosta, ler um bom livro, algo que realmente te traga para o contato
consigo mesmo.

Orientações nutricionais para prevenção da COVID-19 em indivíduos saudáveis


ou para aqueles com sintomas leves da COVID-19 A manutenção ou adoção de
uma dieta balanceada é a recomendação para toda a população e também para
pessoas que foram afetadas pela COVID-19 com sintomatologia leve e/ou
assintomáticas. Nesse sentido, as orientações apresentadas no Guia alimentar
para a população brasileira são válidas para que os indivíduos se alimentem de
modo saudável, de uma forma simples e objetiva. Além disso, seguir as
orientações do Guia alimentar irá estimular a população a ingerir alimentos ricos
em vitaminas, minerais e fibras que, em sinergia, irão favorecer a saúde
imunológica e intestinal. Regra de Ouro do Guia alimentar para a população
brasileira: Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e
preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. A compreensão adequada
da nova classificação dos alimentos a partir do grau de processamento pode
auxiliar a população a fazer escolhas alimentares mais saudáveis. Nesta
perspectiva, conforme o Guia, seguem os três grandes grupos de alimentos, bem
como as características de cada um deles. Alimentos in natura ou minimamente
processados: alimentos obtidos diretamente de plantas ou de animais, que não
sofreram qualquer alteração após deixar a natureza ou que foram submetidos a
processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis,
fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração,
congelamento e processos similares que não envolvam agregação de sal,
açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. Podemos
citar como exemplos: legumes, verduras, frutas, grãos, raízes e oleaginosas.
TERAPIA NUTRICIONAL PARA
PREVENÇÃO, TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM
COVID-19 16 Alimentos processados: alimentos fabricados pela indústria com a
adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário a alimentos in
natura para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. Podemos citar
como exemplos: alimentos em conserva na salmoura, extratos de tomate
concentrados em sal ou açúcar, frutas cristalizadas, carne seca ou de sol, peixes
enlatados, queijos e pães feitos apenas com trigo, água e sal. Alimentos
ultraprocessados: alimentos que possuem em sua composição, basicamente,
óleos, gorduras hidrogenadas, açúcar, amido modificado e substâncias
sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e
carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos
usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes). Podemos
citar como exemplos: biscoitos, sorvetes, macarrão instantâneo, refrigerantes,
iogurtes adoçados e aromatizados e embutidos. Outras orientações para a
adoção de uma alimentação saudável incluem: Utilizar óleos, gorduras, açúcar
e sal em pequenas quantidades nas preparações culinárias. Manter uma boa
ingestão de líquidos ao longo do dia para se manter hidratado. A recomendação
deve ser, em média, 35 ml/kg/dia. A hidratação deve receber atenção especial
em idosos, que podem ter reflexo da sede diminuído e indivíduos acometidos
com COVID-19 com sintoma de febre e tosse.3 A desidratação pode tornar as
secreções respiratórias mais espessas e dificultar a eliminação pelos pulmões,
aumentando o risco de pneumonia. Caldos, sopas, sucos e o consumo de frutas
e verduras também contribuem com a ingestão hídrica. Consumir, ao menos,
três porções de frutas e duas porções de verduras, de preferência regionais e da
safra, além de alimentos integrais. Dar preferência a carnes magras, leite e
derivados com baixo teor de gordura e preferir fontes de gorduras boas como
oleaginosas e azeite extravirgem. Para lactentes, o aleitamento materno deve
ser mantido. Até o momento, não há evidências de que o vírus possa ser
transmitido pelas mães por meio do leite materno. Desse modo, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde orientam que a amamentação
deve ser mantida, em virtude do seu papel na prevenção de diversas doenças.
Ressalta-se que se recomenda amamentar de forma exclusiva até os 06 meses
e, a partir dessa idade, introduzir a alimentação complementar. Para mais
informações sobre a alimentação de crianças, consulte o Guia alimentar para
crianças menores de 02 anos, publicado recentemente pelo Ministério da
Saúde.8 Informações adicionais sobre o grau de processamento dos alimentos
podem ser consultadas no Guia alimentar para a população brasileira, disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileir
a_2ed.pdf. Controlando o estresse na quarentena por meio da alimentação
saudável Para muitos indivíduos, a quarentena está associada à interrupção da
rotina de trabalho, que pode resultar em situações emocionais como tédio,
estresse e ansiedade, que impactam diretamente no consumo de alimentos com
maior ingestão de energia, ricos em gordura e açúcar e TERAPIA
NUTRICIONAL PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DE
INDIVÍDUOS COM COVID-19 18 a chamada comfort food. 1 Contudo, esse
hábito alimentar rotineiro associado ao sedentarismo pode aumentar o risco de
desenvolver obesidade, que, além de ser um estado crônico de inflamação, pode
levar a complicações como doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares
que demonstraram aumentar o risco de complicações mais graves da COVID-
19.9 Nesse sentido, para o manejo dos sintomas emocionais, é importante
estimular o consumo de alimentos que contenham ou promovam a síntese de
serotonina e melatonina a partir do aminoácido triptofano, principalmente
durante a refeição do jantar, tais como: kiwi, banana, cacau, sementes como
amêndoas, cerejas, aveia e alimentos proteicos, como leite e derivados.9 Evite
o consumo de alimentos com alta densidade calórica e ricos em açúcar, gordura
e sódio, que aumentam o risco de desenvolvimento de comorbidades como
obesidade, hipertensão e diabetes, consideradas fatores de risco para COVID-
19.10 Qual o papel de nutrientes específicos na prevenção da COVID-19? Além
das orientações gerais de alimentação saudável, conhecer o papel que
nutrientes específicos e compostos bioativos exercem na saúde imunológica é
importante para prevenção da COVID-19. Porém, uma vez que nenhum nutriente
isolado ou composto bioativo tem eficácia comprovada em evitar a infecção por
SARS-COV2, o ideal é aderir a uma alimentação saudável a fim de fortalecer o
sistema imunológico e combater infecções.11 1 Comfort Food: “Comida
confortável”, que desperta conforto e bem-estar ao ser consumida. TERAPIA
NUTRICIONAL PARA
PREVENÇÃO, TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM
COVID-19 19 A má alimentação também é caracterizada pela baixa ingestão de
micronutrientes, comumente associada a respostas imunes prejudicadas,
particularmente imunidade mediada por células, função de fagócitos, produção
de citocinas, resposta secretora de anticorpos, afinidade de anticorpos e sistema
de complemento, tornando o indivíduo com maus hábitos alimentares mais
suscetível às infecções virais.12 Existem muitos mitos sobre a influência da
nutrição no reforço do sistema imunológico. No entanto, vários estudos de
revisão publicados em revistas científicas apresentam como foco o papel da
dieta no sistema imunológico e a atuação em infecções virais respiratórias.
Essas informações foram sintetizadas a seguir no Quadro 1. Quadro 1 –
Principais nutrientes e compostos bioativos com papel no sistema imunológico
Nutriente Função Principais Alimentos Fontes por 100g13,14 Recomendação
Observação Vitaminas (A, B6, B12, folato, D, E e C) Elementos traços (zinco,
cobre, selênio, magnésio e ferro) Desempenham ação antioxidante, combatendo
os radicais livres. Esses nutrientes têm ação na imunidade inata e adaptativa,
prevenindo contra as infecções respiratórias.15 Verduras, frutas e legumes Leite
e derivados, Carne, Frango Frutos do mar 5 a 9 porções 1 a 2 porções 1 porção
ao dia (carne vermelha 1 a 2x semana) 1x semana15 As necessidades podem
estar aumentadas em situações de estresse por doença e/ou poluição.16 A
suplementação de vitaminas e minerais quelados deve ser considerada em caso
de baixa ingestão e em situações de estresse/inflamação acentuados.15
TERAPIA NUTRICIONAL PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO
E REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM COVID-19 20
Vitamina C Comprovada ação na imunidade celular; melhora
migração dos neutrófilos (quimiotaxia), melhora a fagocitose, elimina espécies
reativas de oxigênio (ROS). Dá suporte a enzima caspase para a apoptose
celular e inibe a necrose celular, atenuando a resposta inflamatória e dano aos
tecidos.16 Acerola 941,4 mg Caju -219,3mg Kiwi -70,8mg Morango - 63,9mg
Laranja - 57,4 mg Pinha - 35,9mg Limão - 38,2mg Maracujá - 19,8mg Crianças -
15 a 25mg Adulto - 45 a 90mg Mulheres - 45 a 75mg Homens - 45 a 90mg
Gestantes - 80 a 85mg17 Doses acima de 200mg/ dia tem demonstrado ação na
prevenção e redução da severidade de doenças infecciosas respiratórias.15
Selênio Antioxidante essencial para uma resposta imune adequada (inata e
adquirida). A deficiência causa redução nos níveis de IgM e IgG, dificultando a
quimiotaxia de neutrófilos, produção de anticorpos por linfócitos e aumentando
as mutações dos vírus para formas mais virulentas.15 Componente essencial de
uma família de selenoproteínas, incluindo a glutationa peroxidase e tioredoxina
redutase, que atuam na proteção contra a replicação viral.18 Castanha-do-brasil
- 1917µg Semente de girassol - 79,3µg Atum - 90µg Farelo de trigo -77µg Fígado
- 54,6 µg Sardinha - 52,7µg Salmão - 31,4µg Camarão 37,5µg Ovo - 31,1µg
Crianças: 1-3 anos - 20 µg; 4-8 anos - 30µg; 9-13 anos – 40 µg Adultos e idosos
de ambos os sexos - 55µg Gestantes - 60µg - Lactantes 70µg16 Em um estudo
realizado na China, identificou-se uma associação positiva significativa entre a
taxa de cura e estado nutricional anterior de selênio, demonstrando maior taxa
de cura em pessoas que tinham melhor status de selênio.19 TERAPIA
NUTRICIONAL PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DE
INDIVÍDUOS COM COVID-19 21
Vitamina D Protege o trato respiratório, preservando as junções epiteliais (tight
junctions), regulação das catelicidinas (envolvidas na eliminação dos vírus).20
Sardinha - 4,8µg Salmão - 10,9 µg Atum - 1,7µg Fígado - 1,2µg Ovos - 2,46µg
Leite - 1,3µg Crianças: 0-12 meses - 10 µg; 1-8 anos - 15µg Adultos (homens e
mulheres) - 15µg Idosos (>70 anos) - 15µg Gestantes e lactantes - 15µg21 Meta-
análises demostraram que a suplementação (50µg/dia) reduz doenças
respiratórias em crianças e adultos.20 Zinco Importante para imunidade inata e
adaptativa. A deficiência de zinco prejudica a formação, maturação, ativação dos
linfócitos e, em crianças, tende aumentar a suscetibilidade a diarreia e infecções
respiratórias.15 Camarão - 1,24mg Ovo - 1,29mg Leite - 1,2mg Amendoim -
3,7mg Castanha-de-caju -5,78mg Crianças: 1-3 anos - 3mg; 4-8 anos - 5mg; 9-
13 anos - 8mg Adolescentes: 14-18 anos - 11mg (sexo masculino); 9mg )(sexo
feminino Mulheres acima de 19 anos - 8mg Homens acima de 19 anos - 11mg
Gestantes - 11 a 13mg22 Autores observaram que a cloroquina e a
hidroxicloroquina, duas das drogas utilizadas no tratamento da COVID-19,
podem induzir a absorção de zinco no citosol da célula, possibilitando a inibição
da RNA polimerase dependente de RNA e, finalmente, causando a interrupção
da replicação do coronavírus no hospedeiro. Sendo assim, sugere-se ensaios
clínicos baseados em uma administração sinérgica de suplemento de zinco com
cloroquina ou hidroxicloroquina contra o novo vírus SARS-CoV-2.23 Flavonoides
Reduzem a inflamação e a resposta imune, bloqueando a translocação nuclear
de NF-Κb.11 Vinho tinto, laranjas, frutas vermelhas e legumes Não definido
Polifenóis Chá verde, brócolis, maçã Não definido 3 Ômega Salmão, sardinha,
atum, nozes, linhaça, chia Ingestão diária de 250 mg / dia de EPA + DHA Fonte:
Messina et al. (2020),11 USDA.
(2020),15 Calder et al. (2020),16 Gombart et al. (2020),17 Institute of Medicine
(2000),18 Guillin et al. (2019),19 Zhang et al. (2020),20 Martineau et al. (2017),21
Institute of Medicine (2002),22 Institute of Medicine (2011),22 Shittu et al.
(2020)23 TERAPIA NUTRICIONAL PARA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM COVID-19 22 Considerações finais A
nutrição saudável se torna uma prioridade no momento atual tanto para a
população sob estresse devido a quarentena, assim como também, para as
pessoas que foram afetadas pela COVID-19 com sintomatologia leve e/ou
assintomáticas. Uma alimentação equilibrada em nutrientes, aliada a adequada
hidratação e horas de sono, auxiliam no fortalecimento da imunidade e dão ao
organismo maiores chances de lutar e se proteger contra o vírus. Entretanto,
ainda não é possível comprovar que exista um alimento específico ou uma
conduta nutricional que combata a contaminação, mas é de extrema importância
o autocuidado e a manutenção do estado de saúde saudável.
REFERÊNCIAS

ABARCA-GÓMEZ, L. “Worldwide trends in body-mass index, underweight,


overweight, and obesity from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2416 population-
based measurement studies in 128· 9 million children, adolescents, and adults”.
The Lancet, vol. 390, n. 10113, 2017. ALECRIM, J. V. C. “Políticas públicas de
esporte e lazer na promoção da saúde e covid-19: o que devemos aprender para
o futuro”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 2, n. 5, 2020. BARTRINA, J. A.;

DADAR, M.; MENZEL, A.; BJORKLUND, G. “Individual risk management


strategy and potential therapeutic options for the COVID-19 pandemic”. 1.
Lipsitch M, Phill, Swerdlow MD, Finelli L. Defining the epidemiology of Covid-19
—studies needed. N Engl J Med [Internet]. 2020 Mar 26 [cited 2020
May];382:1194-96. doi: 10.1056/NEJMp20021252. Gasmi A, Noor S, Tippairote
T, Dadar M, Menzel A, Bjørklund G. Individual risk management strategy and
potential therapeutic options for the COVID-19 pandemic. Clin Immunol
[Internet]. 2020 Apr 7 [cited 2020 May];215. doi:
https://doi.org/10.1016/j.clim.2020.108409 3. Butler MJ, Barrientos RM. The
impact of nutrition on COVID-19 susceptibility. Acesso em: 15 junho de 2021.
SERRA-MAJEM, L.; PEREZ-RODRIGO, C.; RIBAS-BARBA, L.; DELGADO
RUBIO, A. “Nutrition risk in the child and adolescent population of the Basque
country: the enKid Study”. British journal of nutrition, vol. 96, n. S1, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar Para a População Brasileira.
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em . Acesso em: 16/07/2020.
CARR, A, C.; MAGGINI, S. “Vitamin C and immune function”. Nutrients, vol. 9, n.
11, 2017. CFN - Conselho Federal de Nutricionistas. “Nota Oficial: Orientações
à população e para os nutricionistas sobre o novo coronavírus”. Portal Eletrônico
do CFN [2020]. Disponível em . Acesso em: 16/07/2020.
CHEN, P.; MAO, L.; NASSIS, G. P.; HARNER, P.; AINSWORTH, B. E.; LI, F.
“Coronavirus disease (COVID-19): the need to maintain regular physical activity
while taking precautions”. Journal of Sport Health Science, vol. 9, n. 2, 2020.
DIAMOND, A. “Close interrelation of motor development and cognitive
development and of the cerebellum and prefrontal cortex”. Child Development,
vol. 71, n. 1, 2000. GASMI, A.; NOOR, S.; TIPPAIROTE, T.;

SILVA, Danilo Rodrigues Pereira da, et al. Mudanças na prevalência de


inatividade física e comportamento sedentário durante a pandemia da
COVID-19: uma pesquisa com 39.693 adultos brasileiros. Cafajeste. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 37, n. 3, Jul. 2020. Disponível em:
http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1357/mudancas-na-prevalencia-de-in
atividade-fisica-e-comportamento-sedentario-durante-a-pandemia-da-covid-
19um-inquerito-com-39693-adultos-brasileiros. acesso em: 19 de jun de 2021.
CAURIN, N. B.; SANTANA, . A. R.; NEGREIROS, A. B. G. de .; FERREIRA, M.
de S. .; PEDROSA , V. M. F. .; XIMENES, J. M. .; MOURA, L. W. F. .;

RODRIGUES, J. da S.; TRAJANO , J. M. da S. .; ROCHA, A. S. . Impactos da


pandemia da Covid-19 em profissionais da Psicologia. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 10, n. 4, p. e33610414140, 2021. DOI:
10.33448/rsd-v10i4.14140. Disponível em:
https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14140. Acesso em: 20 jun.
2021.

Revista Tendências da Enfermagem Profissional 7 (2), 1537-41, 2015

Revista da Universidade Vale do Rio Verde 9 (1), 200-210, 2011

Você também pode gostar