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PL 5829/2019

COMO A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA CONTRIBUI PARA


UMA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA SOCIALMENTE
JUSTA E AMBIENTALMENTE CORRETA
.

PROPOSTA EM DEBATE
O Projeto de Lei nº 5829/2019, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, propõe, em termos
gerais, um marco legal da Geração Distribuída (GD) que reduz, ao longo de um período de transição, os
componentes hoje compensados para os usuários desta tecnologia, diminuindo o subsídio.

O problema é que o PL não extingue o subsídio ao final da transição e não estabelece uma nova fonte de
recursos para cobri-lo. Assim, o subsídio remanescente ao final do período de transição continuará
custeado pela tarifa de energia elétrica dos consumidores que não aderirem à geração distribuída..

O QUE A GERAÇÃO MAS ELA SÓ É BOA


DISTRIBUÍDA BUSCA: QUANDO É:

ENERGIA LIMPA COMPETITIVA


Aumento substancial da participação de Os avanços tecnológicos e ganhos de escalas
fontes limpas na matriz elétrica nacional. verificados no segmento de energia solar
fotovoltaica nos últimos anos permitem a
revisão dos subsídios atuais a essas fontes
DEMOCRACIA ENERGÉTICA sem comprometer o seu desenvolvimento.
Aumento do conhecimento e participação
Ela deve ser alcançada com as alternativas de
dos pequenos e médios consumidores nos
melhor custo-benefício e deve,
debates sobre as transformações em curso
necessariamente, ocorrer em conjunto com o
no setor de energia.
acesso à energia a preços módicos.

UNIVERSALIZAÇÃO SOCIALMENTE JUSTA


Acesso à energia elétrica a todos com A GD é benéfica para a sociedade em termos
qualidade, em quantidade adequada e a de redução de custos e geração de empregos
preços módicos. desde que tais benefícios não se dêem a
partir de subsídios prejudiciais aos demais
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA consumidores, particularmente àqueles mais
pobres. A GD deve arcar com os custos
Substituição de fontes fósseis de energia por
gerados ao sistema de distribuição e ser
outras amigáveis ao meio ambiente, de modo
remunerada pelos benefícios que lhe
a viabilizar a transição do Brasil para uma
proporciona. Para tanto, é necessária a
economia de baixas emissões de carbono.
separação das tarifas de fio e energia e uma
completa reformulação nos indicadores de
desempenho dos sistemas de distribuição

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PROPOSTAS DE REVISÃO DAS REGRAS DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

MOTIVAÇÃO
As regras da GD precisam ser revisadas porque provocam um subsídio cruzado regressivo, que aumenta a
tarifa de energia elétrica dos consumidores que não adotaram essa tecnologia. Estimativa da Aneel indica
que o subsídio deve chegar a cerca de R$ 55 bilhões de 2020 a 2035 e estudo do Idec* que mapeia a
localização dos projetos de GD mostra que empresas de grande porte e consumidores mais ricos são os
que mais se beneficiam desta prática, com a concentração de projetos nas áreas mais ricas das cidades.
*(https://idec.org.br/release/energia-solar-estudos-indicam-problemas-nas-atuais-regras-da-geracao-distribuida)

VIABILIDADE
Felizmente, o avanço tecnológico e o aumento de escala da produção de sistemas fotovoltaicos nos
últimos anos reduziram os custos para o desenvolvimento de sistemas de captação de energia solar,
tornando tal subsídio desnecessário.

INTERESSES EM JOGO

Os principais interesses em jogo na discussão do Projeto de Lei nº 5.829/2019 são:

Distribuidoras de energia elétrica: para elas, a manutenção de uma parcela do subsídio da GD prevista
no projeto significa que continuará havendo reduções expressivas dos seus mercados, o que implica a
redução de suas receitas.
Empresas e investidores em energia solar: defendem a manutenção integral do subsídio não apenas
para garantir a expansão do setor e garantir o desenvolvimento de uma fonte renovável, mas também
para manter as altas taxas de retorno de seus investimentos.

MUDANÇAS NECESSÁRIAS EM FAVOR DOS


CONSUMIDORES MAIS POBRES

Não é justo eternizar um subsídio que, comprovadamente, é custeado pelos consumidores


mais pobres e favorece os consumidores com maior poder aquisitivo. Dessa forma, o
Projeto de Lei nº 5.829/2019 precisa ser alterado para prever, ao final do período de
transição, a extinção do subsídio.

Ademais, o período de transição deve ser estruturado por meio de definição de gatilhos de
potência instalada, que levem em conta as externalidades positivas do desenvolvimento de
fontes alternativas na matriz elétrica brasileira.

Esses gatilhos devem favorecer o desenvolvimento da GD em certas áreas e para certas


populações, tais quais (i) os sistemas isolados, regiões que mais se beneficiariam de
alternativas renováveis de geração de energia elétrica descentralizada; (ii) a agricultura
familiar; e (iii) residências de baixa renda.

Dessa forma, o modelo poderá se desenvolver cumprindo importante função social sem
onerar ainda mais os consumidores não adotantes.

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