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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE


TURMA: COM300
DOCENTE: JONICAEL CEDRAZ DE OLIVEIRA
DISCENTE: MAURICIO DA SILVA SANTANA
DATA:19/08/2021

TEXTO: Princípios Fundamentais de Filosofia


ATIVIDADE: Fichamento Quarta parte

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
POLITZER, G. Princípios. Fundamentais de Filosofia. São Paulo;
Hemus, 1995

QUARTA PARTE: ESTUDO DA DIALÉCTICA


INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DIALÉCTICA

I- Precauções preliminares
“A dialéctica, no sentido filosófico, contrariamente ao que se pensa, está ao alcance de
todos, porque é uma coisa muito clara e sem mistério.”(p.60)
“É apenas um método de pensamento de grande precisão”(p.60)

II- De onde nasceu o método dialéctico?


“É por isso que, para definir de uma maneira simples e dar uma ideia essencial, se
pode dizer: quem diz «metafísica» diz «imobilidade», e quem diz «dialéctica» diz
«movimento».”(p.61)
“O que vemos por toda a parte, na natureza, na história, no pensamento, é a mudança
e o movimento. É por esta constatação que começa a dialéctica.”(p.61)

III-— Por que foi a dialéctica, durante muito tempo, dominada pela concepção
metafísica?
“Porque não se sabia. Para aprender, tomou-se o ponto de vista mais fácil; ou as
coisas imóveis são mais fáceis de perceber e estudar. Certamente, o estudo das
coisas em repouso é um momento necessário do pensamento dialéctico — mas só um
momento, insuficiente, fragmentário, e que é preciso integrar no estudo das coisas em
transformação.”(p.62)
IV. — Por que era metafísico o materialismo do século Xvlll?
“(...) observam-se as coisas e os fenômenos, classificam-se, contentam-se
em estudar a deslocação, daí a mecânica; e a insuficiência dos conhecimentos nas
ciências dá origem à concepção metafísica.”(p.63)
“observam-se as coisas e os fenômenos, classificam-se, contentam-se
em estudar a deslocação, daí a mecânica; e a insuficiência dos conhecimentos nas
ciências dá origem à concepção metafísica.”(p.63)
“O materialismo pôde transformar-se, porque as ciências mudaram. Às ciências
metafísicas corresponde o materialismo metafísico, e às novas um materialismo novo,
o dialéctico.”(p.63)
V. — Como nasceu o materialismo dialéctico: Hegel e Marx.
“Os factos são mais complicados do que parecem, do que pensamos. Pelo que não há
uma transformação tão simples do materialismo metafísico em dialéctico.”(p.64)
“A dialéctica foi, de facto, desenvolvida por um filósofo idealista alemão, Hegel (1770-
1831), que soube compreender a mudança operada nas ciências. Retomando a velha
ideia de Heráclito, constatou, ajudado pelos progressos científicos, que, no Universo,
tudo é movimento e mudança, nada está isolado, mas tudo depende de tudo, criando,
deste modo, a dialéctica. É a propósito de Hegel que falamos hoje de movimento
dialéctico do mundo. O que Hegel compreendeu primeiro foi o movimento do
pensamento, e, naturalmente, chamou-lhe dialéctico.”(p.64)
“Hegel é, pois, na verdade, dialéctico, mas subordina a dialéctica ao idealismo.”(p.64)

CAPITULO 2: AS LEIS DA DIALÉCTICA


PRIMEIRA LEI: A MUDANÇA DIALÉCTICA

I — O que se entende pelo movimento dialéctico.


“Quem diz dialéctica diz movimento, mudança. Por conseguinte, quando se fala de
se colocar no ponto de vista da dialéctica, isso quer dizer colocar-se no do movimento,
da mudança: quando quisermos estudar as coisas segundo a dialéctica, estudá-las-
emos nos seus movimentos, na sua mudança.”(p.65)
“considerar as coisas do ponto de vista dialéctico é considerar cada coisa como
provisória, como tendo uma história no passado, e devendo ter outra no futuro, tendo
um começo, e devendo ter,um fim...”(p.66)

II. — «Para a dialéctica, não há nada de definitivo, de absoluto, de sagrado…


“Isto quer dizer que, para a dialéctica, tudo tem um passado e
terá um futuro; que, por conseguinte, nada é de uma vez para sempre.”(p.66)
“Portanto, colocar-se do ponto de vista dialéctico é considerar que nada é eterno, salvo
a mudança.”(p.66)

III. — O processo
“Quando o lápis era ainda prancha, foi preciso a intervenção do homem para o fazer
tornar-se lápis, porque nunca a prancha se transformaria, só por si, em lápis. Não
houve forças internas, autodinamismo, processo. Portanto, quem diz dialéctica, não
diz só movimento, mas, também, autodinamismo.”(p.67)
“Vemos, pois, que o movimento dialéctico contém em si o processo, o autodinamismo,
que lhe é essencial. Com efeito, nem todo o movimento ou mudança é dialéctico. Se
tomarmos uma pulga, que vamos estudar do ponto de vista dialéctico, diremos que
não foi nem será sempre o que é; se a esmagarmos, certamente, haverá, para ela,
uma mudança, mas será dialéctica? Não. Sem nós, não seria esmagada. Essa
mudança não é dialéctica, mas mecânica.”(p.67)

CAPÍTULO III
SEGUNDA LEI: A AÇÃO RECÍPROCA

I. — O encadeamento dos processos.


“chegamos ao exame das condições de existência do capitalismo. Temos, assim, um
encadeamento de processos, que nos demonstra que tudo influi sobre tudo. É a lei
da ação recíproca.(p.68)
“(...)o dialéctico, esse vê todos os encadeamentos de processos, que terminam,
conforme os casos, na maçã e na Universidade Operária. O dialéctico liga o facto
particular, o detalhe ao conjunto.”(p.69)

II. — As grandes descobertas do século XX.


“A descoberta da célula viva e do seu desenvolvimento”(p.70)
“A descoberta da transformação da energia.”(p.70)
“A descoberta da evolução no homem e nos animais.”(p.70)
“Foram, pois, as ciências que permitiram o enunciado desta segunda lei da ação
recíproca.(p.70)

III.— O desenvolvimento histórico ou em espiral.


“É uma comparação para ilustrar o facto de que as ciências
evoluem segundo um processo circular, mas não voltam ao ponto de partida; voltam
um pouco acima, num outro plano, e assim sucessivamente, o que dá uma espiral
ascendente.”(p.71)

IV. — Conclusão.
“depois de ter visto rapidamente as três grandes descobertas do século XIX,
que permitiram ao materialismo desenvolver-se para se tornar dialéctico, porque era
necessário que a história desta filosofia atravessasse os três grandes períodos que
conhecemos: 1,° materialismo da antiguidade (teoria dos átomos); 2.° materialismo do
século XVIII (mecanicista e metafísico), para levar, enfim, 3.°, ao materialismo
dialéctico.”(p.72)

74)
CAPITULO IV
TERCEIRA LEI: A CONTRADIÇÃO

I- A vida e a morte.
“Se as examinarmos um pouco mais de perto, veremos, primeiro, que não as
podemos opor uma à outra, não podemos mesmo separá-las tão brutalmente, uma
vez que a experiência e a realidade nos mostram que a morte continua a vida, que a
morte vem do vivo.”(p.73)
“Portanto, a vida e a morte transformam-se continuamente uma na outra, e, em todas
as coisas, constatamos a constância desta grande lei: por toda a parte, as coisas
transformam-se na sua contrária.”(p.73)

II-As coisas transformam-se na sua contrária.


“Observando de perto, veremos que um ser vivo é composto de células, que estas se
renovam, desaparecem e reaparecem no mesmo lugar. Vivem e morrem
continuamente num ser vivo, onde existe, portanto, vida e morte.”(p.74)
“Toda a coisa é, ao mesmo tempo, ela própria e a sua contrária.”(p.74)
“Eis a terceira lei da dialéctica: As coisas mudam, porque contêm em si mesmas a
contradição.”(p.74)
III. — Afirmação, negação e negação da negação
“1. Afirmação diz-se também Tese.
2. Negação ou Antítese.
3.Negação da negação ou Síntese.”(p.75)
“(...)a negação de que fala a dialéctica é uma maneira resumida de falar da
destruição. Há a negação do que desaparece, do que é destruído.”(p.76)
IV. — Recapitulemos.
“(...)a dialéctica é um método de pensar, raciocinar, analisar, que permite fazer boas
observações e estudar bem, porque nos obriga a procurar a origem das coisas e a
descrever a história.”(p.77)
“Só a dialéctica nos permite compreender o desenvolvimento, a evolução das coisas;
só ela nos permite compreender a destruição das antigas e o nascimento das novas.
Só a dialéctica nos faz compreender todos os desenvolvimentos nas suas
transformações, conhecendo-os como todos formados de contrárias. Porque para a
concepção dialéctica, o desenvolvimento natural das coisas, a evolução, é uma luta c
ontínua de forças e princípios opostos.”(p.77)

V. — A unidade das contrárias.


“Não há ignorância sem ciência, não há ignorância cem por cento. Um indivíduo, por
muito ignorante que seja, sabe reconhecer, pelo menos, os objectos, a sua
alimentação; não há nunca ignorância absoluta; existe sempre uma percentagem de
ciência na ignorância. A ciência está já, em germe, na ignorância; é, pois, justo
afirmar que a contrária de uma coisa está na coisa em si.”(p.78)

VI. — Erros a evitar.


“Proudhon pensava, depois de ter tomado conhecimento da teoria das contrárias,
que, em cada coisa, havia um lado bom e outro mau. Também, ao constatar que, na
sociedade, existe a burguesia e o proletariado, dizia: Retiremos o que é mau: o
proletariado! E é assim que põe de pé o seu sistema de créditos, que deviam criar a
propriedade parcelar, isto é, permitir aos proletários tornar-se proprietários; dessa
maneira, só haveria burgueses, e a sociedade seria boa.”(p.78)
“a dialéctica e as suas leis obrigam-nos a estudar as coisas para descobrir a
evolução e as forças, as contrárias que determinam essa evolução.”(p.79)

VII. — Consequências práticas da dialéctica.


“(..)a dialéctica obriga-nos a considerar sempre, não apenas um lado das coisas, mas
ambos: não considerar nunca a verdade sem o erro, a ciência sem a ignorância. O
grande erro da metafísica é, justamente, considerar só um dos seus lados, julgar de
uma maneira unilateral, e se cometemos muitos erros é sempre na medida em que
vemos apenas um lado das coisas, é porque temos, muitas vezes, raciocínios
unilaterais.”(p.79)
“Para resumir, e como conclusão teórica, diremos: as coisas mudam, porque
encerram uma contradição interna (elas próprias e as suas contrárias). As contrárias
estão em conflito, e as mudanças nascem desses conflitos; assim, a mudança é a
solução do conflito.”(p.80)
CAPÍTULO V
QUARTA LEI: TRANSFORMAÇÃO DA QUANTIDADE EM
QUALIDADE OU LEI DO PROGRESSO POR SALTOS

I.— Reformas ou revolução?


“. A transformação da sociedade capitalista — a sua destruição— teve êxito num
único país: a U. R. S. S., e constatamos que não foi por uma série de reformas, mas
pela revolução.”(p.81)
“Na história das sociedades, os acontecimentos marcantes que verificamos são
mudanças bruscas, revoluções; Mesmo os que não conhecem a dialéctica sabem,
nos nossos dias, que se produziram mudanças violentas na história; no entanto, até
ao século XVII, julgava-se que «a natureza não dá saltos»; não queriam ver as
transformações bruscas na continuidade das mudanças. Mas, a ciência interveio, e,
pelos factos, demonstrou que se faziam mudanças bruscamente.”(p.81)
“A dialéctica, pelo contrário, reconhece que as revoluções são necessidades. Há, na
verdade, mudanças contínuas, mas, acumulando-se, acabam por produzir mudanças
bruscas.”(p.82)

II. — O materialismo histórico.


“agora que se conhece o que é a dialéctica, a aplicação desse método à história das
sociedades humanas.”(p.83)
“Os homens fazem a sua história, seja qual for o caminho que tome, prosseguindo
cada um os seus próprios fins, conscientemente desejados, e são, precisamente, os
resultados dessas numerosas vontades, actuando em sentidos diferentes, e as suas
variadas repercussões sobre o mundo exterior que constituem a história. Trata-se,
também, por conseguinte, do que querem os numerosos indivíduos, tomados
isoladamente. A vontade é determinada pela paixão ou pela reflexão... Mas, as
alavancas que, por sua vez, determinam directamente a paixão ou a reflexão são de
natureza muito diversa... Ainda pode perguntar-se... quais as causas históricas que,
nos cérebros dos homens que agem, se transformam nesses motivos.”(p.83)
“Sempre dissemos que as ideias têm uma grande importância, mas devemos ver de
onde vêm.”(p.84)
“Devemos, portanto, procurar quais as causas que nos dão essas ideias, quais são,
em última análise, as forças motrizes da história.”(p.84)

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