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Caderno Jardim Universal1
Caderno Jardim Universal1
Jardim Universal
para a UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro Tecnológico
Edison da Rosa
Diretor de Centro
Sonia Afonso
Chefe de Departamento
Sumário
3.1. Etapa Pré Projeto ________________________________________26
3.1.1. Análise documental __________________________________________26
3.1.1.1. Plano Diretor do Campus ____________________________________26
3.1.1.2. Projetos Existentes _________________________________________26
Agradecimentos: 3.1.1.3. Projeto Burle Marx _________________________________________27
3.1.2. Visitas Exploratórias __________________________________________28
- Ao Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo e aos Ex-bolsistas: 3.1.2.1. Estudo dos Fluxos Principais __________________________________28
Ani Zocolli 3.1.2.2. Levantamento da Vegetação Existente _________________________28
Fábio Bubniak 3.1.2.3. Estudo dos usos das edificações do entorno e acessos _____________30
Osnildo Wan-Dall Junior 3.1.3. – Entrevistas _______________________________________________30
Fábio Marcizio Gonçalves
Mirelle Papaleo Koelzer 3.2. Etapa de Projeto ________________________________________31
3.2.1. Simulações Gráficas __________________________________________31
- À Coordenadoria de Gestão Ambiental da UFSC 3.2.2. Pesquisa e Classificação de Espécies Vegetais ____________________32
- À Reitoria da UFSC 3.2.3. Pesquisa e Classificação dos Revestimentos ______________________38
- Ao Escritório de Paisagismo Jardins e Afins
Capítulo 4: O Jardim Universal ................................................41
4.1. Diretrizes e Objetivos do Projeto ______________________________42
4.2. Definição do Programa de Necessidades ________________________42
4.3. Partido Geral ______________________________________________43
4.3.1. Circulação e fluxos _____________________________________________44
4.3.2. As Áreas do Projeto e a Sua Finalidade _____________________________46
4.3.2.1. Área verde orgânica ___________________________________________46
4.3.2.2. Área reticulada _______________________________________________47
4.4. Pisos, Caminhos e Materiais __________________________________48
4.5. A proposta da Vegetação _____________________________________49
4.5.1. Na área orgânica _______________________________________________49
4.5.2. Na área reticulada _____________________________________________51
4.6. A Escolha do Mobiliário ______________________________________52
4.7. Aplicação dos Princípios do DU ________________________________54
Apêndices .................................................................................... 63
1 – Pranchas do Projeto____________________________________________________________64
2 – Artigos Publicados em Eventos Científicos________________________________________76
3 - Banners________________________________________________________________________98
Referências Bibliográficas.....................................................100
Capítulo 1:
INTRODUÇÃO
do Desenho Universal e de Paisagismo foram O encontro das intenções do Grupo PET corpo discente e no quadro de servidores. Esta
1.1. Apresentação correlacionados, visando sua aplicação Arquitetura e Urbanismo com a Administração do inserção é motivada por políticas de inclusão na
conjunta em espaços livres e públicos (BINS Campus Trindade, interessada em desenvolver educação, pela aplicação da Lei de Diretrizes
Neste caderno será apresentado o projeto
ELY; DORNELES; KOELZER, 2008). A pesquisa um espaço livre e público como o proposto no e Bases da Educação Nacional n. 9.394/1996
de um Jardim Universal para a UFSC. Esta
apresentou resultados muito satisfatórios que próprio campus universitário, tornou possível e pela abertura de vagas para deficientes em
extensão universitária resultou numa proposta
permitiram a criação de ferramentas facilitadoras este projeto. Esta parceria durou cerca de quatro concursos públicos.
de intervenção paisagística em uma praça
do processo de concepção de tais espaços, um anos e este projeto foi desenvolvido em duas Estas iniciativas de inclusão estão
do campus da Universidade Federal de Santa
CD-ROM (figura 1) com a compilação de todos etapas distintas devido a reformas que ocorreram crescendo em nosso país devido a conscientização
Catarina visando sua adequação aos usuários
os conceitos estudados, assim como fichas de no Campus durante este período e modificaram da População e do Poder Público em incluir todas
que dela usufruem.
restrições de usuários conforme sua deficiência, as necessidades na área. Estas duas etapas as pessoas em todos os níveis da sociedade,
Ao longo da história, a arquitetura
Fichas de Vegetação e Fichas de Materiais. A resultaram em duas propostas diferentes, como seja no lazer, no trabalho, na educação, entre
dos espaços públicos tem se transformado,
partir desta pesquisa que houve o interesse da será visto no item 1.3 deste capítulo. outros. Segundo o senso de 2000 do IBGE, cerca
refletindo as modificações dos usos e a melhoria
Universidade em desenvolver um Projeto de de 14,5% da população brasileira possui algum
da qualidade de vida da população. Somando-
Jardim Universal dentro do Campus Trindade da tipo de deficiência: físico-motora, cognitiva
se a este processo, a utilização desses espaços
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
1.2. Justificativa ou sensorial. Perante essa realidade, cabe ao
públicos por pessoas com deficiências se tornou
arquiteto a elaboração de espaços acessíveis
uma preocupação latente, pois os espaços Existe na cidade de Florianópolis uma
a todos, independente do tipo físico, idade ou
públicos não devem restringir o acesso de grande carência de espaços livres e públicos,
projeto de jardim universal para a ufsc
do projeto foi uma praça dentro do Campus ao Projeto da Praça da Cidadania (em frente à
Trindade, com área delimitada pelas edificações A segunda etapa caracterizou uma Reitoria da UFSC), projetada por Roberto Burle
do seu entorno e cuja qualidade paisagística retomada do projeto proposto pelo grupo PET Marx e também o projeto de ciclovias para o
estava degradada. Arquitetura e Urbanismo, a convite da Reitoria, campus.
Desta primeira parceria resultou um adotando para tratamento toda a área da praça, O projeto final, entregue a Reitoria da
projeto que antes mesmo de ser aprovado ficou agregando também a parcela a noroeste do UFSC, baseou-se nesta segunda proposta, mas
desatualizado, pois as edificações no entorno da Centro de Convivência (que não constava na passou por uma fase de readequação do desenho,
praça tiveram seus usos e acessos modificados. primeira etapa) e readequando o projeto aos conforme a compatibilização com outros projetos
Os materiais referentes a esta primeira proposta novos usos e acessos das Edificações do Entorno existentes no entorno desta área.
estão dispostos nos Apêndices 01 e 02 deste (figura 05). Entre as edificações do entorno
caderno, contendo os primeiros estudos e a destacam-se: o Restaurante Universitário, o
primeira proposta, respectivamente.
1.4. Objetivos
Figura 03 – Fotografia do Lago existente da Praça. Centro de Convivência (lugar onde são realizadas
atividades culturais voltadas aos estudantes) e O objetivo é a criação de projeto
o Centro de Cultura e Eventos (centro para a paisagístico que foge aos padrões tradicionais,
realização de formaturas, simpósios, congressos, ou seja, que busca dentro dos conceitos de
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Este capítulo apresenta o conteúdo urbano e as condições de drenagem; a Função diversas. E é exatamente pelo próprio conceito todas as pessoas de forma eqüitativa, necessita-
teórico estudado anteriormente ao lançamento Cultural, já que fortalecem a identidade local; e de “espaço democrático”, que uma área livre se a garantia total de acesso aos diversos locais
do partido arquitetônico do projeto. Nele são a Função Social, pois são agentes determinantes possui intrinsecamente, que se faz necessária e atividades. O Desenho Universal visa a máxima
tratados os conceitos de Espaço Livre e Público, para a integração, o lazer e a convivência das sua adequação às pessoas com as mais diversas autonomia na realização de atividades pelo
o de Desenho Universal e o de Jardim Sensorial, pessoas na sociedade, proporcionando uma vida particularidades, tornando o ambiente acessível maior número de pessoas, criando condições
explicando-os e demonstrando a importância mais saudável fisiológica e psicologicamente a qualquer indivíduo, independente de suas ambientais para a inclusão. Portanto, é preciso
da apropriação destes conhecimentos no ato de (BARTALINI, 1986). deficiências. compreender as necessidades específicas de cada
projetar o Jardim Universal para a UFSC. Souza (2003) define os espaços livres e usuário, provenientes de diferentes restrições
públicos como “espaços projetáveis normalmente (físico-motoras, sensoriais e cognitivas), pois
não edificados, com algum elemento configurador.
2.2. As contribuições do Desenho de acordo com Panero e Zelnik (2002, p. 37),
2.1. A Relevância do Espaço Em um espaço livre urbano este elemento pode Universal o “chamado ‘homem médio’ simplesmente não
ser o próprio entorno, as vias e as edificações existe”.
Livre e Público na cidade adjacentes”. A classificação desses espaços pode Assim, projetos universais devem permitir
ser feita de acordo com a Propriedade, público O termo Desenho Universal (DU) foi a qualquer pessoa, independente de suas
A cidade moderna, caracterizada utilizado pela primeira vez em 1985 pelo arquiteto
versus privado, ou ainda conforme a Função, limitações, a participação efetiva em atividades,
pelo crescimento urbano desenfreado, a Ronald Mace, idealizador do Centro de Desenho
circulação ou permanência. Neste contexto, a comunicação, a orientação no espaço, o
impermeabilização do solo e a verticalização, Universal da Carolina do Norte (EUA) e é definido
praças e parques são entendidos como espaços deslocamento com conforto e segurança, e o uso
deflagra uma série de problemas ambientais e como uma filosofia de projeto que compreende as
projeto de jardim universal para a ufsc
Figura 10 – Exemplo de Informação de fácil percepção: mapa com Figura 11 - Exemplo de Tolerância ao erro e dimensão e espaço para
a aproximação e o uso pois o contraste entre o piso e as áreas não-
2. Uso flexível – O desenho acomoda informações visuais e táteis sobre espaço colocado em local de des-
pisoteáveis (grama) informa aos visitantes os caminhos de passeio e
taque.
uma larga faixa de preferências e habilidades de estar. Além disso, os percursos são largos o bastante para com-
portar os visitantes, alertando ainda para a presença de mobiliário,
individuais, provendo escolhas na forma de
5. Tolerância ao erro – O design como bancos, postes de iluminação, lixeiras, etc. Fonte: Acervo dos
utilização e facilitando esse uso. Autores.
minimiza riscos e conseqüências adversas de
projeto de jardim universal para a ufsc
Figura 09 – Exemplo do Princípio de Uso Simples e Intuitivo pois a ações acidentais ou não intencionais, tornando
diferenciação dos pisos desperta o uso intuitivo e sensitivo de cada os elementos mais utilizados mais acessíveis,
usuário. Além do mais, o uso de pisos táteis permite o livre desloca-
mento dos deficientes visuais com segurança. isolando os elementos perigosos e sinalizando
devidamente sua presença.
4. Informação de fácil percepção – Os 6. Baixo esforço físico – O espaço pode
elementos efetivamente comunicam a informação ser usado eficientemente, confortavelmente e
necessária para o usuário, independente de com um mínimo de fadiga; o que permite ao
suas habilidades sensoriais ou das condições do usuário manter uma posição corporal neutra,
ambiente. usando forças moderadas nas operações e
minimizando ações repetitivas.
7. Dimensão e espaço para
aproximação e uso - Prover dimensão e espaço
Figura 08 – Exemplo do princípio de Uso flexível, pois o passeio com apropriados para o acesso ou para a mobilidade Figura 12 – Esta imagem também serve de exemplo para o princípio
as diferentes texturas de piso possibilitam o deslocamento de todos de Baixo esforço físico pois o passeio é geralmente plano e possui
do usuário. Os elementos importantes devem bancos ao longo do percurso, impondo pouco esforço no transitar.
os tipos de usuários.
estar contidos no campo visual de qualquer Fonte: Acervo dos Autores
usuário, sentado ou de pé.
24
Neste capítulo serão apresentadas 3.1.1. Análise Documental conhecimento da existência de outros projetos 3.1.1.3. Projeto de Revitalização da Praça da Cidadania de
as duas etapas projetuais realizadas para o previstos para a mesma região da praça. Roberto Burle Marx
desenvolvimento do projeto do Jardim Universal Na análise Documental foram verificados Inicialmente o Grupo PET foi informado
da UFSC: 3.1) Etapa Pré-Projeto; 3.2) Etapa de alguns condicionantes ao projeto, como análise pela Prefeitura do Campus de mudanças No ano de 2010 a Universidade Federal
Projeto. do Plano Diretor, Análise do Projeto do Burle Marx dos acessos previstas para as edificações de Santa Catarina comemora os seus 50 anos
e demais projetos existentes para as edificações que definem a área da praça, os já citados de existência, estando toda a instituição voltada
do entorno. Restaurante Universitário, o Centro de Cultura para a realização de eventos e reformas. Uma
3.1. Etapa Pré-Projeto e Eventos e o Centro de Convivência, reformas iniciativa da Reitoria foi a revitalização do projeto
3.1.1.1. Plano Diretor do Campus (UFSC,2005) e contruções auxiliares que modificariam a do paisagista Roberto Burle Marx para a Praça da
O êxito de um projeto depende do
dinâmica dos Fluxos, e por fim, o próprio projeto Cidadania (em frente à Reitoria da UFSC – figura
reconhecimento dos condicionantes do sítio
Em maio de 2010 chegou ao conhecimento pensado na primeira etapa. A informação inicial 15) na associação com o arquiteto e urbanista
físico quanto as suas potencialidades e
dos projetistas do Jardim Universal a existência foi sobre a previsão de transformação da Ala José Tabacow, co-autor do projeto na época de
carências. Além disso, todo projeto deve estar
da proposta de um plano diretor da UFSC, A do Restaurante Universitário em um centro sua implantação.
focado nas pessoas que irão usufruí-lo, e assim,
direcionando as decisões urbanísticas dos campi, para estudantes e da construção de uma nova
é importante identificar as necessidades dos
principalmente do Campus Trindade. A proposta, cozinha na parte oeste da Ala B, bem como a
usuários e procurar atendê-las no projeto.
ainda em fase de aprovação contém o seguinte ampliação da última. No mesmo período se tomou
Considerando o contexto da Universidade
objetivo geral: “Propor um espaço universitário conhecimento de um projeto de revitalização da
Federal de Santa Catarina, é essencial levar
projeto de jardim universal para a ufsc
MÉDIA
visualização e anotação de informações técnicas ALTA Figura 18 -Guarapuvu (Schizolobium Parahyba) – Espécie mantida
sobre o local, registradas por fotos, medições e As espécies foram categorizadas em: no projeto.
desenhos de observação. Destas resultaram três 1-exemplares que permaneceriam na praça
exatamente onde estão; 2- exemplares que A Figura 19 a seguir demonstra a
estudos específicos: o dos fluxos, da vegetação Figura 16 - Estudo dos Fluxos com intensidade definida pelas cores.
seriam mantidos na praça, mas replantados em Proposta da Vegetação para a Praça, em relação
existente e dos usos das edificações do entorno. 3.1.2.2. Levantamento da Vegetação Existente
uma área diferente; 3 - exemplares que seriam a vegetação existente.
3.1.2.1. Estudo dos Fluxos Principais - rotas de maior fluxo O levantamento da vegetação existente removidos para replantio em outra localidade
foi necessário para conhecer as atuais espécies do campus e; 4 - exemplares que seriam
O estudo de fluxos possibilitou a simplesmente removidos. Na primeira categoria
presentes na praça (figura 17) e para definir
identificação das principais rotas utilizadas a ficaram as árvores de grande porte que marcam
quais exemplares seriam mantidos ou não no
partir da observação da circulação de pedestres, visualmente a paisagem, considerando um
novo projeto. A escolha foi feita considerando
bem como quais horários e dias da semana a Guarapuvu (ver figura 18) e alguns Ingás. Na
o porte da planta bem como a sua adequação
freqüência de pessoas é maior. A constatação foi segunda, ficaram algumas árvores frutíferas como
ao local onde está inserida. O estudo foi
feita de maneira empírica, em visitas em horários a goiabeira. Na última, estão algumas árvores de
realizado através de registros fotográficos e da
determinados para a observação. A demonstração pequeno porte que aparecem repetidamente na
identificação da localização e da quantidade de
dos resultados, conforme o método empregado, praça, mas que não possuem uma característica
exposições seriam relocados, visando maior disponíveis para o uso, já que indicam como uma (figura 20).
contato com o exterior. Estas modificações no das piores deficiências do espaço a ausência de O procedimento foi realizado com o
entorno imediato do espaço livre acarretarão bancos e mesas. Afirmam, ainda, em maioria auxílio do programa computacional SketchUp,
mudança nos fluxos, que foram avaliados na absoluta, que almoçariam em áreas externas ao da empresa GOOGLE, sendo desenvolvida uma
Proposta do Jardim Universal. RU, se estas existissem. maquete eletrônica com as medidas exatas das
Figura 19 – Proposta de manutenção, relocação e remoção de es-
pécies. Apesar da pouca representatividade da edificações do entorno da praça. Em seguida o
3.1.3. Entrevistas amostra, é possível desenvolver soluções para modelo foi posicionado de acordo com a latitude
3.1.2.3. Análise dos Usos das Edificações do Entorno adequar a praça aos anseios de quem a utiliza. de Florianópolis e direcionado em função do norte
Uma pesquisa de preferência foi realizada Esta etapa contribuiu para a complementação do geográfico. Desta forma foi possível verificar
A análise dos Usos das Edificações do com os usuários do Campus, com uma amostra de Programa de Necessidades da Proposta. o comportamento solar durante os meses do
Entorno permitiu verificar a situação atual sessenta pessoas, onde se levantou informações ano (foco no verão e no inverno) e em alguns
das edificações e coletar informações junto à a respeito do Uso do espaço, das insatisfações horários de maior utilização do espaço.
Prefeitura do Campus a respeito de reformas e dos desejos dos que freqüentam o local. O
3.1. Etapa de Projeto A percepção da incidência solar permitiu
e novas construções que poderiam afetar a procedimento foi realizado com a aplicação o reconhecimento de locais potenciais ou não
Após a etapa de levantamento de
dinâmica dos fluxos, como já citado na Análise de um formulário simples onde constavam as para a permanência do usuário, indicando áreas
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Fichas de Vegetação
Figura 21 – Exemplo da simulação da floração no mês de agosto. Figura 22 – Exemplo da simulação da floração no mês de março.
Em lilás, Quaresmeira, em amarelo Cássia amarela e Ipê amarelo. Em lilás, Quaresmeira, em amarelo Cássia amarela e Ipê amarelo.
Em verde escuro, árvore sem floração neste mês. Em verde claro, Em verde escuro, árvore sem floração neste mês. Em verde claro,
floração sem relevância. floração sem relevância.
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sência de acessibilidade e orientabilidade para os ratifica a integração desejada, pois permite a
4.1. Diretrizes e Objetivos do usuários na atual praça que atenda a todos; a
4.3. Partido Geral continuidade das atividades realizadas no RU e
Projeto não adequação dos caminhos traçados aos flu-
No projeto desenvolvido pelo Grupo PET/
no Centro de Convivência.
xos desejados pelas pessoas, a pouca variabi- Além de favorecer a permanência dos usuários,
Arquitetura pouco do que havia na praça origi- também foi prevista a instalação de exposições
O Projeto Final, embasado nos estudos lidade vegetal (assim como sua pouca atração
nal foi mantido. Excetuando algumas árvores artísticas ao ar livre nesta área reticulada.
citados no capítulo III, é a materialização da visual) e, por fim, problemas de drenagem e ma-
de grande porte e o lago, o novo partido exigiu
filosofia do Desenho Universal, transformando nutenção.
transformações no sistema de circulação e nas
um espaço pouco qualificado em uma área de Após este diagnóstico foram definidos os eixos
áreas de permanência, o que resultou em altera-
lazer agradável e acessível a todos. de circulação principal, contendo percurso podo-
ções de todos os elementos de composição pai-
A inspiração do projeto foi obtida tátil e mapas táteis para auxiliar na orientação
sagística, tais como piso, vegetação e mobiliário.
através do estudo de soluções utilizadas nos de pessoas com deficiência visual. A necessi-
É importante ressaltar que as mudanças realiza-
jardins sensoriais, como setorização da praça dade de explorar adequadamente o sítio físico,
das foram essenciais para adequar o espaço às
em regiões que exploram os sentidos e a amplo e plano, no emprego de caminhos com
necessidades dos usuários e à idéia de jardim
convivência, proposição de percursos rápidos piso que possibilita a drenagem da água tam-
sensorial.
(para o atendimento dos fluxos principais) e um bém se tornou ponto central no ato de projetar.
O partido arquitetônico implantado no
caminho alternativo para a contemplação. Por fim, o projeto da praça deveria atender aos
projeto é caracterizado por uma extensa área
Como condicionantes do projeto, sete princípios do Desenho Universal, sendo um
verde de formato orgânico que contém um ca-
projeto de jardim universal para a ufsc
Figura 27 - C Esquema sem árvores mostrando ambientes e atrativos criados: nº 1- Caminho alternativo revestido em Petit pavê;
nº 2 – Área verde arborizada; nº 3 – Área para contemplação; nº 4 - Área externa à galeria da UFSC; nº 5 - Centralidade arbori-
zada com mobiliário para o estar; nº 6 – Jardins de chuva. Em vermelho, percurso podotátil para cego ou pessoa com baixa visão
Para os principais caminhos que ligam
um edifício à outro, foi garantida uma largura
Após a realização dos estudos e pes-
mínima de quatro metros, distancia suficiente
quisas da metodologia projetual adotada, fo-
para comportar a circulação em ambos sentidos
ram traçados os futuros fluxos em croqui, junto
de pessoas em cadeira de rodas acompanha-
com a vegetação de grande porte e o principal
das.
atrativo da praça – o lago – a fim de definir
Além dos caminhos de acesso rápido aos edifí-
áreas de estar, áreas de “massa verde” e áre-
cios, foi elaborado um caminho alternativo onde
as de contemplação da paisagem (figura 26).
o usuário poderá circular pela praça e experi-
mentá-la (ver nº 1 na figura 27), interagindo
com a vegetação do ambiente. Este circuito al-
ternativo possui piso diferenciado, não se inter-
rompe ao longo do percurso e conecta o futuro
Centro de Estudantes e o Centro de Convivência.
O caminho percorre quase toda a extensão da
praça: passando por uma área verde densamen-
te arborizada (ver nº 2 na figura 27), por um
espaço de contemplação do Lago (ver nº 3 na
figura 27), pela frente da galeria da UFSC (ver nº
4 na figura 27), que eventualmente exporá obras
externas e, por fim, termina no acesso ao Centro
de Convivência.
Para o deslocamento seguro das pessoas
com deficiência visual foram implantados pisos
podotáteis nos principais trajetos da praça. Além
disso, dois mapas táteis foram dispostos nas
principais entradas dos edifícios que sinalizam a
“face principal de acesso à praça ” - o Centro de
Convivência e Centro de Cultura e Eventos.
44
4.3.2. Definição das áreas sinuoso, onde se pretende explorar os canais de
percepção sensorial através do paisagismo. A
Para facilitar a compreensão, o projeto disposição das espécies vegetais visa estimular
será explicado a partir das duas principais áreas o usuário a partir de suas diferentes texturas,
criadas: a chamada “Área verde orgânica” e a odores e cores. Além disso, foram utilizadas ár-
“Área reticulada”. vores que frutificam e atraem insetos e animais,
promovendo a existência de diferentes elemen-
4.3.2.1 Área verde orgânica tos para explorar a visão, o paladar, o olfato e a
audição.
Figura 31 – Exemplo de
composição tridimen-
sional obitda através do
uso da vegetação.
Figura 32 – Vista para a área reticulada demonstrando a floração alternada, à esquerda jardim de chuva.
com deficiência visual, que necessitam de um referencial para locomover-se, quanto para aqueles que
querem apenas desfrutar da área do lago e dos canteiros que o rodeiam, experimentando as diversas
sensações que este caminho oferece (ver figura 35).
O projeto desta praça, contando também com a implantação de um percurso podotátil (ver
figura 36), atende ao princípio de Uso Simples e Intuitivo, garantindo a circulação independente da
pessoa com deficiência visual através das indicações que as ranhuras do piso oferecem. O percurso
criado conecta os principais edifícios que delimitam a praça e possibilita a apreensão total do espaço e
a liberdade de circulação para as diferentes áreas da praça.
Figura 35 – Vista da parte do caminho sensorial que circunda o lago
GRUPO PET ARQUITETURA E URBANISMO - UFSC
54
Quanto à Informação de Fácil Compreen-
são, foram tomadas medidas para comunicar da
melhor maneira possível o que o usuário precisa
saber sobre o espaço. Junto ao início do trajeto
podotátil, em duas “esquinas” da praça, foram
colocados mapas táteis da área, de forma a faci-
litar a formação de uma imagem mental da Pra-
ça e dos percursos, principalmente por usuários
com deficiência visual.
A implantação de uma pavimentação
adequada, regular, não deslizante e nivelada au-
xilia a diminuição do Esforço Físico em relação ao
deslocamento de qualquer usuário, e principal-
mente daqueles com dificuldade de movimento
ou que utilizam cadeiras de rodas. Seguindo o
mesmo princípio de Baixo Esforço Físico, a ins-
talação de bancos ao longo dos percursos traz
projeto de jardim universal para a ufsc
58
5.2. O Processo de Desenvolvimento do Jardim Universal para a
UFSC – Considerações Finais
Desenvolver um projeto paisagístico em parceria com a universidade para uma região tão im-
portante do campus foi sem dúvida um grande desafio e também um ótima oportunidade de aprendi-
zado. A parceria com a reitoria acelerou o andamento do processo de projeto e indicou a preocupação
da administração central em preservar os espaços livres consolidados do campus da UFSC.
No entanto, percebe-se que assim como em outras situações, o atrelamento do projeto a um
orgão público deflagra outros condicionantes a serem considerados no ato de projetar. O maior desa-
fio encontrado foi a adequação do Jardim Universal a outros projetos concomitantes na mesma área.
Como citado anteriormente, este projeto foi fruto de uma reorganização de uma área livre da UFSC
juntamente com a reforma dos edifícios em seu entorno, que afetaram principalmente o traçado dos
percursos desejados pelos usuários.
O projeto do Jardim Universal encontrou, em sua fase de finalização, a necessidade de um processo
de readequação a estes projetos paralelos, situação esta que poderia ter sido minimizada diante de
5.1. Reflexões sobre a inclusão social uma maior comunicação entre os idealizadores das diferentes propostas e a Prefeitura do Campus.
Outra experiência importante deste projeto foi o emprego de soluções ecológicas na praça como a
projeto de jardim universal para a ufsc
Nos últimos anos, o número crescente de normas e de leis relativas à acessibilidade demonstra utilização de jardins de chuva para auxiliar a drenagem do solo e a possibilidade de uso de painéis
a importância de promover uma maior inclusão social. No entanto, o pouco conhecimento dos arqui- fotovoltaicos na iluminação do espaço, impulsionados pela prefeitura do campus, que como órgão pú-
tetos e engenheiros sobre o tema é um dos fatores responsáveis pelo fato da maioria dos espaços blico tem o dever de incentivar estratégias sustentáveis.
públicos ainda não estarem de acordo com esta legislação. Sabe-se que espaços livres ou edificações Isto é, o processo de desenvolvimento deste projeto ressalta a indivisibilidade das atividades de
não acessíveis podem impedir o direito de todos na participação de atividades – como lazer, educação pesquisa e extensão uma vez que, para propor as alternativas mais condizentes com o espaço, foi
e trabalho – e segregá-los socialmente. requerida uma grande pesquisa sobre a importância dos espaços públicos para a cidade, os diferentes
Como a missão da Universidade Federal de Santa Catarina é aplicar o saber “na construção de uma atributos da vegetação, as tecnologias e soluções disponíveis para tornar a praça sustentável e entre
sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade de vida”, (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAN- outros.
TA CATARINA, 1993), é dever da mesma promover a acessibilidade física e complementar os estudos Assim, o desenvolvimento deste projeto foi uma experiência enriquecedora para o Grupo PET Arqui-
científicos quanto ao desenvolvimento do Desenho Universal. Cabe, portanto, à comunidade científica, tetura e Urbanismo, pois possibilitou a realização de um projeto executivo dentro do próprio campus,
aplicar este conhecimento, gerado por meio de pesquisas científicas, e apresentar à sociedade mode- com a orientação da Arquiteta Juliana Castro que possuí uma larga experiência e um grande reconhe-
los inovadores de arquitetura que reflitam as mudanças sociais. cimento do seu trabalho como paisagista.
Com o desenvolvimento deste projeto pode-se aplicar o conhecimento cientifico sobre Desenho Uni- Vale ressaltar que quando implantado, o projeto influenciará a dinâmica no local, assim como a vida
versal num espaço dentro da Universidade, promovendo assim uma maior inclusão social. dos universitários e de parte importante da população de Florianópolis, enriquecendo a possibilidade
do lazer e da convivência para àqueles que utilizam o Campus Trindade da UFSC.
62
Vaga para
Legenda de Vegetação
deficiente
Canteiro
C
Banco em
Ar8 Ar9 Ar7 concreto Ar9 Ar8
Ar8 revestido
em Madeira Ar14
M1
M2M1
F5
F6 F4 F6
CÓDIGO NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO QUANTIDADE ÁREA INFORMAÇÕES Porte do Porte
F5
F4 F4 M1 P2 F4 F5 F4
Ar7 Ar7 M1M2M1
Banco em
M1M2M1 Ar7 (m²) ADICIONAIS plantio (m) Final (m)
F6 M1 Banco em M1 Banco em Banco em
Banco em
concreto concreto
concreto
revestido concreto concreto
P1
AR1 Jabuticabeira (Myrciara Cauliflora) 9 - - 2,0 15,0
Ar1
revestido revestido em Madeira revestido
em Madeira
revestido
em Madeira
AR2 Goiabeira (Psidium Guajava) 4 - Árvore relocada - -
em Madeira em Madeira
AR3 Pitangueira (Eugenia Uniflora) 10 - - 1,5 10,0
Ar1 P4 P4
em Madeira em Madeira Ar14 F12 AR10 Leiteiro (Peschiera Fuchsiaefolia) 3 - - 1,5 6,0
M1 M1M2
F9 Piso intertravado AR11 Ingá Feijão (Inga marginata) 5 - Árvore Existente - -
M2M1 pré-fabricado
P2
F8
M1
Ar5
F9 Ar3 (podotátil Alerta) AR12 Aroeira (Schinus terebinthifolius) 1 - Árvore Existente - -
F4 T1 21x21x6 - cor grafite
F4 P2 M1M2 F4 B2
Ar1
AR13 Palmeira Real (Roystonea dunlapiana) 4 - Árvore Existente - -
Ar9 Calçamento
de Piso
AR14 Flamboyant (Delonix regia) 2 - Árvore Existente - -
Ar8 B3
Intertravado
B4
T1 Madressilva (Lonicera japônica) 7 - - 0,5 1,5
Terracota
+0,33m M1
M1M2M1
T1 F1 Peperonia (peperômia caperata) - 64 - 0,2 0,3
ARB3 Ar5 F2 Agapanto (Agapanthus africanus) - 50 - 0,45 0,6
ARB4 ARB3 F4
M1 F2 F3 Cacto-margarida (Lampranthus productus) - 36 - 0,3 0,45
M1M2 ARB4
F4 M1 F6
P4 F4 F4 F4 Grama Esmeralda ( Zoysia japônica) - 4200 - 0,05 0,10
Ar9
Ar7 Banco em concreto
revestido em Madeira
F5 Pitospóro (Pittosporun tobira) - 300 - 0,5 10,0
B B
Rampa i=8,5%
F6 Barba-de-serpente (Liriope muscari) - 110 - 0,15 0,3
Mapa tátil F7 Lavanda (Lavandula angustifolia) - 14 - 0,25 0,9
F4 F8 Dianela Variegata (Dianela Ensifolia) - 16 - 0,3 1,2
Ar8 Ar7 Piso intertravado
M1 pré-fabricado F9 Lírio Amarelo (Hemerocallis flava) - 260 - 0,4 0,6
M1M2 ARB3
N O
N IO
E C
D R
IM R
E E
ARB1 (podotátil Alerta)
F10 309 - - 0,3 0,7
O
A
T
T
M1 M1 21x21x6 - cor grafite Aspargo – pluma (Asparagus meyers)
P1 M1M2 F6 F5 ARB4
Calçamento de Piso M1 F11 Lantana (Lantana camara) - 60 - 0,2 1,5
Intertravado Cinza M1M2M1 M1M2M1 F12 - 180 - 0,6 1,4
F4
Estrelitzia (Strelitzia Reginae)
Banco em concreto M1 F4
ARB1 Dama da Noite (Cestrum nocturnum) 17 - - 0,5 3,0
E M
G M
S O
T G
M N
N A
A E
O T
O
C
R
A
E
V
E /
revestido em Madeira
M
D
ARB1
Y S
B A
R A
E L
A 0
F 2
ARB2 Gardênia (Gardenia jasminoides) 3 - - 0,5 1,5
C
É
Ar11 Ar11
ARB3 Bromélia-imperial Alcantarea imperialis 32 - - 0,6 3,0
Restaurante Universitário
F4 ARB4 Agave dragão Agave attenuata 32 - - 0,5 0,7
O
C
P
A
IS S
T A
R LA
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F5
IC IN
A H
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O
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A
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M
D
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A
A
IV
A
T
O
O
C
S
S A
B A
E L
O 0
3
+0,48 +0,33 P2 ARB3 ARB1
Calçamento de Piso
H
A
L
L
Intertravado
M1 Terracota P4
M2 Piso intertravado
P1 Ar9 P1
Calçamento de Piso pré-fabricado
ARB1
Rampa i=8,5%
M1M2 F5
Legenda de Piso
P D
IÇ R
A A
E E
E IA
OE
S A
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ÕT
DL
F4
S
L
M1
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
ARB1
Ar8
D D
F6
M1
A M1M2 F4 A
CÓDIGO TIPO
T O
A H
A R
R N
L A
IA E
D X
E
E T
E L
R L
F6
E
M1 F4 F4
IA S
U A
S A
F L
C 01
Banco em concreto P1 Piso de concreto Intertravado
R
R
/C
IV
A
A
É
M1M2
F
L
revestido em Centro de Convivência
Madeira
M1
Banco em concreto 21x21x6cm cor Cinza
F4
F4
Restaurante Universitário LAGO
P1P1
B8
F4
Ar11 F9
F4
T1
T1
T1
Pergolado de Madeira
(ver detalhe)
F10
F10
Ar12
Ar4 que contém também a tabela das espécies apli-
cadas no projeto; Planta de Revestimentos, com
T1
B6 Ar3 Ar3 B10
B7 B13 Ar10
F4
Ar13
F4
Ar1
F4
B12
F12 Piso intertravado
pré-fabricado
(podotátil Direcional)
getação; Mobilário, que apresenta em detalhes
21x21x6 - cor grafite
F1
B11 P1
Calçamento de Piso
Intertravado Cinza os equipamentos a serem construídos e, por fim,
Ar3
dos pergolados.
P1 (podotátil Alerta)
Ar3 Ar10 21x21x6 - cor grafite
Ar1
Escala 1/200 Ar13 Ar13
Ar10 Ar13
Ar1
Grupo PET/ARQ/UFSC
RTE
C
NO
Agecom
Planta de Vegetação - Escala 1/200. Agosto, 2010
Bicicletário
Tipo 1
Biciclatário
Escala 1/50 Corte A Corte B Corte C
Escala 1/50 Corte A Corte B Corte C
Escala 1/20 Escala 1/20 Escala 1/20
B
B
Escala 1/20 Escala 1/20 Escala 1/20
assentado sobre areia grossa emconcreto
Em desenho "espinha-de peixe" BANCO 1 ver planta de revestimentos ver planta de revestimentos
ver planta de revestimentos assentado
Assento sobre
em pinus areia grossa
autoclavado Em concreto
Réguasver4 planta
x 9 cmde revestimentos Assento em pinus autoclavado
Barrotes de 4 x 4 cm Réguas 4 x 9 cm
Barrotes de 4 x 4 cm
Meio-fio
Em concreto 4cmx15cm Meio-fio Meio-fio
Em concreto 4cmx15cm Em concreto 4cmx15cm Meio-fio
Em concreto 4cmx15cm
B
B
Tipo 2
Tipo 2
Escala 1/50 Corte A
C Escala 1/50
B CorteCorte
A B
Corte B
Corte C
Corte C
C
Escala 1/20 Escala
B
Escala 1/20 1/20 Escala 1/20
Escala 1/20
Escala 1/20
M1 M1 M2
Escala 1/20
Escala 1/20 Escala 1/20 M2
Escala 1/20 A A
A A
B
B
Tipo 3
Tipo 3
Escala 1/50 Corte A
Escala 1/50 Corte A
C
Escala 1/20 Corte B Corte C
C
Escala 1/20Escala 1/20 Corte B Corte C
B Escala 1/20
B Escala 1/20 Escala 1/20
Vista Lateral Vista Frontal
A A
A A
Mobiliário para a Área Reticulada
C B
C B
Biciclatário
Biciclatário
Escala 1/20 Escala 1/20
Mobiliário
B5 Escala 1/50 Escala 1/10
Escala 1/50
Escala indicada B1 A
B9 Corte A
Escala 1/50 B5 A Escala 1/50 Escala 1/10
Escala 1/50
Escala indicada A B1 A
A
Escala 1/50 A
A
A
A
A
A
Linha de Terra
Linha de Terra
A B2
A
Escala 1/50
B8
Escala 1/50
Mobiliário para a Área Verde Orgânica
B8
Escala 1/50
B3
Escala 1/50 A
B4 A
Escala 1/50 A
A
A
A
B10
A Escala 1/50
B10
A
Escala 1/50
A
A
A
A
B7 B13
Escala 1/50 Escala 1/50
A
B7 A B13
A
B6
Escala 1/50 A
A
A
A
B6
A
Escala 1/50
A
A
A
B12
72
Escala 1/50
Mobiliário
Arq.ª Juliana Castro Souza,- Escala
MsC. indicada. Agosto, 2010
[Bolsistas] Marcio Thomasi da Silva
[Orientadoras] Prof. Dr.ª Vera helena Moro Bins Ely
A
Patrícia Schappo
74
Detalhes de Piso e dos Pergolados
10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de
10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de
Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte
Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte
17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
2. Artigos Apresentados Devido a ausência de projetos qualificadores dos ou simplesmente passar por cima deles para cortar
em Eventos Científicos PROJETO DE JARDIM UNIVERSAL PARA A UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
espaços livres, a maioria das áreas externas
apresenta-se configurada como vazios entre as
caminho.
CONVIVÊNCIA
CENTRO DE
e-mail: milena.brandao@gmail.com CENTRO DE CULTURA
E EVENTOS
Universidade. Apesar de ser o local de maior foco
visual, com o qual geralmente se exerce contato ao
adentrar o espaço da praça, o lago em questão está
Palavras-chave em português (Desenho Universal, paisagismo, campus universitário) mal cuidado e limitado por vegetação arbustiva
projeto de jardim universal para a ufsc
O Campus Trindade da UFSC possui uma grande quantidade de espaços livres pouco qualificados para atender as que dificulta a aproximação das pessoas (ver figura
necessidades de seus usuários, principalmente aqueles com deficiência. Buscando propor a revitalização e AGECON 4). Além destas espécies, existem exemplares de
adequação de uma praça, foram realizados estudos para elaboração de um projeto baseado na filosofia do salgueiro-chorão mal cuidados que, devido à
Desenho Universal. RU erosão das margens do lago, se debruçam sobre a
RU água, tornando a visão parcial e pouco agradável,
Key-words in English (Universal Design, landscaping, university campus) “informando” aos que passam que o espaço está
The UFSC Trindade Campus has a lot of disqualified free spaces that supplies the needs of its users, especially Figura 2 - Foto aérea da Praça localizando as
those with disabilities. Seeking to propose the revival and adaptation of a square, studies were performed in order
abandonado.
edificações do entorno imediato.
to result a project based on the philosophy of Universal Design.
Embora seja um local central por onde passam
1. Apresentação e Justificativa milhares de pessoas diariamente, encontra-se
subutilizado pela ausência de atrativos naturais e
A Universidade Federal de Santa Catarina, criada de mobiliário urbano que possibilite a permanência
em 1960, situa-se na conexão de importantes dos usuários, tornando-se basicamente uma praça-
2.1 10º Ergodesign bairros da capital Florianópolis - Trindade, corredor, ligando os diferentes prédios do seu
10º Congresso Internacio- Pantanal, Carvoeira e Córrego Grande - entorno. A apropriação desse espaço de lazer
configurando uma centralidade que é também é dificultada pela inexistência de relação
nal de Ergonomia e Usabilidade potencializada pela localização geográfica entre as atividades internas das edificações e o
de Interfaces Humano-Tecnologia: favorável (ver figura 1). espaço externo da praça atual.
Produto, Informações, Ambiente Além de ser uma instituição voltada à formação As características físicas do atual projeto não
Construído e Transporte. acadêmica, pesquisa científica e atividades de aproveitam bem a topografia do sítio - amplo e
extensão, a UFSC é também um local de lazer para plano. Os passeios de traçado radial possuem Figura 4 - Foto do entorno do lago mostrando a
quem vive em seu entorno. No entanto, os espaços centralidade que não é justificada por nenhum precariedade da vegetação existente. Ao fundo, o Centro
livres foram sendo ocupados por edificações ao de Cultura e Eventos.
76 longo da história da universidade, dada à crescente
atrativo (ver figura 3). Além do mais, a maioria
Figura 1 - Foto do campus da UFSC e seus limites dos passeios se mostra inadequada aos trajetos
demanda por salas de aula e laboratórios. (vermelho). Em amarelo a área da praça para desejados por aqueles que transitam entre os Simultaneamente à precariedade dos espaços
intervenção. edifícios, sendo necessário desviar-se dos canteiros abertos do Campus, existe outro foco a ser
abordado neste artigo - a inclusão social - questão
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Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte
17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro 17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
que é também motivadora do projeto para a praça, infra-estrutura urbana, configurando o desenho da provendo escolhas na forma de utilização e e possibilitando a sua apreensão e entendimento
justificando sua identificação como “Jardim cidade; uma Função Ecológica, ao estruturarem facilitando esse uso. por pessoas com deficiências sensoriais.
Universal”. Observa-se dia a dia uma maior áreas de proteção, funcionando como um regulador
diversificação do público que freqüenta o espaço térmico na urbe, melhorando o micro clima 3. Uso simples e intuitivo – O design é de fácil 3. Métodos e Técnicas
do campus, devido tanto a quantidade de atividades urbano; uma Função Cultural, já que fortalecem a compreensão e independe da experiência,
que ali ocorrem quanto o acesso de pessoas com identidade local; e uma Função Social, pois são conhecimento, habilidades de linguagem ou nível O êxito de um projeto depende do reconhecimento
deficiência no corpo discente e no quadro de agentes determinantes para a integração, o lazer e a de concentração do usuário. São eliminadas as dos condicionantes do sítio em termos de suas
servidores. Esta inserção é motivada por políticas socialização das pessoas na sociedade, complexidades desnecessárias e o desenho é potencialidades e carências. Além disso, é
de inclusão na educação, pela aplicação da Lei de proporcionando uma vida mais saudável coerente com as expectativas dos usuários. importante identificar as necessidades dos usuários
Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. fisiológica e psicologicamente. e procurar atendê-las no projeto.
9.394/1996 e pela abertura de vagas para 4. Informação de fácil percepção – Os elementos
deficientes em concursos públicos. A possibilidade de inter-relacionamento que efetivamente comunicam a informação necessária Para obter informações a respeito da dinâmica do
proporcionam os espaços livres acaba permitindo a para o usuário, independente de suas habilidades espaço da Praça da UFSC e compreender mais
O projeto de um Jardim Universal para a UFSC existência, num mesmo ambiente, de pessoas com sensoriais ou das condições do ambiente. detalhadamente as suas características foram
nasce da intenção não de apenas reformar o espaço características totalmente diversas. E é exatamente
para torná-lo mais agradável e funcional, mas pelo próprio conceito de “espaço democrático”, realizadas visitas exploratórias e entrevistas,
5. Tolerância ao erro – O design minimiza riscos e descritas a seguir.
também e, principalmente, para torná-lo acessível a que uma área livre possui intrinsecamente, que se
conseqüências adversas de ações acidentais ou não
todas as pessoas que o freqüentam, faz necessária sua adequação às pessoas com as
intencionais, tornando os elementos mais utilizados 3.1 Visitas exploratórias
independentemente de suas características mais diversas particularidades, tornando o
mais acessíveis, isolando os elementos perigosos e
pessoais. É importante pensar que, sendo um ambiente acessível a qualquer indivíduo,
sinalizando devidamente sua presença. Serviram para aproximar os projetistas do local,
projeto desenvolvido no interior de uma independente de suas deficiências.
universidade - que é um laboratório de idéias permitindo um conhecimento mais íntimo do
aberto a novos conceitos - pode servir como uma 6. Baixo esforço físico – O espaço pode ser usado funcionamento da praça. Foi possível, então, traçar
De acordo com Panero e Zelnik (2002, p. 37), o
reflexão para a sociedade a respeito da inclusão eficientemente, confortavelmente e com um um panorama geral das características da
“chamado „homem médio‟ simplesmente não
social. existe” e é esta afirmação que inspira a filosofia do mínimo de fadiga; o que permite ao usuário manter apropriação dos usuários e a percepção de
Jardim Universal, desenvolvida pelos criadores do uma posição corporal neutra, usando forças problemas e potencialidades. As visitas ocorreram
moderadas nas operações e minimizando ações a partir da visualização e anotação de informações
2. Fundamentação Teórica projeto. Este conceito de jardim busca aplicar os
preceitos do Desenho Universal, proporcionando repetitivas. técnicas sobre o local, registradas por meio de
De acordo com SOUZA (2003) os espaços livres uma apreensão do espaço a partir de elementos fotos, medições e desenhos de observação.
paisagísticos que estimulem os diferentes sentidos. 7. Dimensão e espaço para aproximação e uso - Possibilitou três estudos específicos: dos fluxos, da
são caracterizados como “espaços projetáveis
normalmente não edificados, com algum elemento Prover dimensão e espaço apropriados para o vegetação existente e dos usos das edificações do
configurador. Em um espaço livre urbano, por O termo Desenho Universal (DU) foi utilizado pela acesso ou para a mobilidade do usuário. Os entorno.
exemplo, esse elemento pode ser o próprio primeira vez em 1985 pelo arquiteto Ronald Mace, elementos importantes devem estar contidos no
entorno, as vias e as edificações adjacentes”. A idealizador do Centro de Desenho Universal da campo visual de qualquer usuário, sentado ou de 3.1.1 Estudo dos principais fluxos
classificação dos espaços livres pode ser feita de Carolina do Norte (EUA) e é definido como uma pé.
acordo com a Propriedade, público versus privado; filosofia de projeto que compreende as Permitiu a identificação da quantidade de pessoas
e com a Função, circulação versus permanência. necessidades individuais surgidas na interação do Juntamente com os princípios do DU, o Jardim que utiliza a praça bem como as rotas mais visadas,
Seguindo esta lógica, as praças e parques são homem com o espaço construído. Busca viabilizar Universal para a UFSC se inspirou em soluções já possibilitando também a percepção de quais
entendidos como espaços livres públicos de a independência durante a realização de atividades existentes nos Jardins Sensoriais. O objetivo desses horários e dias da semana ocorre maior frequência
permanência. motoras e cognitivas, fazendo-se valer de projetos é estimular os sentidos das pessoas a partir de uso. A constatação foi realizada de maneira
mecanismos que facilitem o uso, atribuindo dos atributos existentes nos elementos projetuais empírica, em visitas feitas em horários
A cidade moderna, caracterizada pela densificação segurança e conforto aos espaços e seus implantados no espaço. A melhor integração ao determinados para observação. Devido ao método
e verticalização das edificações, acarreta uma série componentes, tornando-os acessíveis. Sua prática é ambiente depende também da potencialização das empregado, os dados conseguidos não são
de problemas ambientais e sociais. Seu realizada na adoção de sete princípios norteadores, habilidades perceptivas que cada indivíduo possui. quantificados. Portanto, utiliza-se uma escala de
crescimento desenfreado resulta na diminuição dos listados a seguir: cores para a intensidade de fluxo a fim de ilustrar
sítios naturais e na piora da qualidade de vida Portanto, para atingir este objetivo, são utilizadas os resultados (ver figura 5). Este diagnóstico
urbana. A ênfase e o cuidado com os espaços livres 1. Uso equitativo – O desenho do ambiente diferentes formas, cores, texturas e odores nos auxilia o traçado dos caminhos num novo projeto,
representam a amenização deste processo, possibilita o uso por pessoas com habilidades elementos que compõem o jardim. Exemplos de buscando a melhor adequação à demanda.
possibilitando a interação democrática da diversas, possuindo o mesmo significado de uso soluções para o enriquecimento do espaço e do
população urbana. para todas quando possível ou equivalente quando
78 não for possível, impedindo a segregação.
leque de sensações proporcionadas podem ser: o
uso de plantas que exalem perfumes; canteiros com
A existência de espaços livres no contexto da diferenças de nível - estimulando o sentido háptico
cidade é de fundamental importância. Possuem 2. Uso flexível – O desenho acomoda uma larga
- e até mesmo o contrastes de cores em pisos e em
uma Função Organizacional, ao auxiliarem na faixa de preferências e habilidades individuais,
plantas com floração intensa, setorizando o espaço
10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de 10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de
Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte
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devem ou não ser mantidos no projeto. Esta comprovar algumas constatações dos projetistas a
escolha foi feita considerando o porte da planta respeito da dinâmica do espaço e obter novas
bem como sua adequação ao local. O estudo foi informações. Concluiu-se que a maioria dos
realizado através do registro em fotografias e da entrevistados é estudante da universidade e Centro de Cultura
e Eventos
identificação da localização e da quantidade de freqüenta a praça durante os dias de semana, Agecom
exemplares de cada espécie. principalmente ao meio dia, devido ao uso do Figura 8 – Exemplo da incidência solar: 21 de Junho,
Restaurante Universitário. Apontam que seria 12:00.
As espécies foram categorizadas em: exemplares muito bom ter locais de convívio social disponíveis
que permaneceriam na praça exatamente onde para o uso, já que indicam como um dos maiores O procedimento foi realizado com o auxílio do
estão; exemplares que seriam mantidos na praça, problemas do espaço a ausência de bancos e programa computacional Sketchup, sendo
mas replantados em uma área diferente; mesas. Ainda afirmam, em maioria absoluta, que desenvolvida uma maquete eletrônica com as
exemplares que seriam removidos para replantio almoçariam em áreas externas ao RU se estas medidas exatas dos edifícios que circundam a
em outra localidade do campus e exemplares que existissem. praça. Logo após, o modelo foi posicionado de
seriam simplesmente removidos. Na primeira acordo com a latitude de Florianópolis e
categoria ficaram as árvores de grande porte que Figura 7 – Exemplo de Vegetação que será replantada: Apesar da pouca representatividade da amostra, é direcionado em função do norte geográfico. Assim
Areka-bambu (Dypsis lutescens) foi possível verificar o comportamento solar
são as que marcam visualmente a paisagem; entre possível desenvolver algumas soluções para
elas um Guarapuvu (ver figura 6) e alguns Ingás. adequar a praça aos anseios de quem a utiliza. durante alguns meses do ano (verão e inverno) nos
3.1.3 Estudo dos usos das edificações do entorno horários de maior utilização do espaço.
Na segunda categoria estão algumas árvores 3.3 Pesquisas de suporte ao desenvolvimento do
Além da observação da maneira como são A percepção da incidência solar permitiu o
frutíferas como a goiabeira; na terceira projeto
utilizados os prédios ao redor da praça e quem os reconhecimento de locais potenciais para a
classificação estão árvores de pequeno porte que utiliza, foram colhidas informações junto à
aparecem repetidamente na praça, mas que não Em uma etapa posterior, após o lançamento do permanência do usuário, indicando áreas onde a
Prefeitura do Campus a respeito de reformas e partido, surgiu a necessidade da realização de utilização de determinados tipos de vegetação se
valorizam o ambiente e não possuem uma novas construções que podem afetar a dinâmica
característica marcante para serem exploradas novos estudos tanto para ajustar melhor os fazia necessária pelo excesso de insolação.
dos fluxos. diferentes espaços de permanência e circulação às
sensorialmente (ver figura 7). Na última categoria
estão alguns arbustos que rodeavam o lago e características climáticas, quanto para uma melhor 3.3.2 Pesquisa e Classificação de Espécies
Uma informação importante obtida junto à adequação dos materiais e espécies vegetais. Vegetais
árvores mal cuidadas que dificilmente resistiriam
80 ao replantio, como é o caso dos salgueiro-chorões
universidade foi a descoberta da construção de um Foram feitos então os seguintes procedimentos:
novo edifício ao lado do Restaurante Universitário, Este estudo permitiu a análise de diferentes
ao redor do lago. que servirá também para o fornecimento de espécies, o que resultou em uma escolha das que
refeições. Uma parte do RU, localizada no entorno melhor se adequariam ao local. Para isto foram
da praça, deve ser desativada e transformada em considerados as épocas de frutificação e de
10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de
10º ERGODESIGN – Anais do 10º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte
Interfaces Humano-Tecnologia: Produto, Informações, Ambiente Construído e Transporte 17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
Figura 10 – Área Orgânica envolvendo o Lago. Agregado à área verde orgânica, elaborou-se um
espaço reticulado pavimentado, no centro da Praça,
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17 a 20 de maio de 2010 – PUC-Rio / Rio de Janeiro
composto por locais sombreados para o convívio adequá-lo aos preceitos do DU. Uma das medidas
social. Buscou-se assegurar uma infra-estrutura que prevê a aplicação do Uso Eqüitativo, primeiro A implantação de uma pavimentação adequada, 6. Referências Bibliográficas
adequada e gerar eixos visuais marcados tanto pelo princípio, é a distância entre os canteiros da área regular, não deslizante e nivelada auxilia a
mobiliário quanto pela vegetação, a fim de reticulada e o tipo de banco empregado, permitindo diminuição do Esforço Físico em relação ao BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
proporcionar uma fácil orientação dos usuários a aproximação dos usuários cadeirantes e a deslocamento de qualquer usuário, e 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
(ver figura 12). acomodação destes ao lado dos bancos, sem principalmente daqueles com dificuldade de nacional. Brasília, 1996. Disponível em:
obstruir a passagem de outras pessoas. Se adéqua movimento ou que utilizam cadeiras de rodas. <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescol
ao princípio citado por permitir que todos utilizem Seguindo o mesmo princípio de Baixo Esforço a/leis/lein9394.pdf > Acesso em 30/11/09.
o ambiente sem nenhum constrangimento. Físico, a instalação de bancos ao longo dos
percursos traz a todos os usuários, principalmente PANERO, Julius; ZELNIK, Martin.
Como exemplo de Uso Flexível, o percurso aos idosos, a possibilidade de sentar-se com Dimensionamento humano para espaços
sensorial foi desenvolvido tanto para usuários com conforto para descansar. interiores. um livro de consulta e referência para
deficiência visual, que necessitam de um projetos. Tradução de Anita Regina de Marco.
referencial para locomover-se, quanto para aqueles A respeito da Dimensão e Espaço para Barcelona, Editorial Gustavo Gili, 2002
que querem apenas desfrutar da área do lago e dos Apropriação e uso adequados, sétimo princípio do
canteiros que o rodeiam, experimentando as DU, a largura dos passeios e a disposição da SOUZA, Juliana Castro. Análise da Paisagem:
diversas sensações que este caminho oferece. vegetação escolhida nos espaços permitem que o Instrumento de Intervenção nos Espaços
essencial na praça esteja visível e identificável, Livres da Lagoa da Conceição, Florianópolis.
O projeto desta praça, contando também com a como o lago, a área de convivência, o caminho 2003. Dissertação (Mestrado em
Figura 12 – Vista para o espaço reticulado. implantação de um percurso podotátil (ver figura sensorial e os edifícios que contornam a praça. Engenharia de Produção) – Universidade Federal
13), atende ao princípio de Uso Simples e de Santa Catarina, Florianópolis, 2003
Para garantir a existência de sombra o ano todo e Intuitivo, garantindo a circulação independente da 5. Conclusão
um efeito visual imponente através da floração, pessoa com deficiência visual através das THE CENTER FOR UNIVERSAL DESIGN.
foram escolhidas três espécies arbóreas dispostas indicações que as ranhuras do piso oferecem. O Nos últimos anos, o número crescente de normas e NORTH CAROLINA UNIVERSITY. Disponível
nos canteiros quadrangulares: a Quaresmeira percurso criado conecta os principais edifícios que de leis relativas à acessibilidade demonstra a em:
(Tibouchina granulosa), a Cássia Amarela (Senna delimitam a praça e possibilita a apreensão total do importância de promover uma maior inclusão <http://www.design.ncsu.edu/cud/about_us/usron
multijuga) e o Ipê- Amarelo (Tabebuia espaço e a liberdade de circulação para as social daqueles com deficiência. mace.htm > Acesso em 30/11/09.
chrysotricha), árvore símbolo do estado de Santa diferentes áreas da praça.
Catarina. O efeito é produzido pela disposição em No entanto, talvez a ausência de conhecimento dos UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
diagonal das diferentes espécies e também pela arquitetos e engenheiros sobre o tema seja um dos CATARINA. Missão da UFSC. Florianópolis,
época de floração de cada uma - evidenciado nos fatores responsáveis pela maioria dos espaços 1993. Disponível em:
estudos de floração - mesclando o amarelo das públicos ainda não se encontrar de acordo com esta <http://www.ufsc.br/paginas/missao.php.> Acesso
flores do Ipê e da Cássia com o roxo das flores da legislação. Sabe-se que espaços livres ou em: 23 fevereiro 2010.
Quaresmeira e o verde das folhas, quando as edificações não acessíveis podem impedir o direito
árvores não estão floridas. de todos na participação de atividades – como
lazer, educação e trabalho – e segregá-los
Delimitando alguns dos canteiros onde estarão socialmente.
dispostas as árvores, foram colocados bancos
retangulares que organizam e evidenciam a sua A Universidade Federal, caracterizada como uma
disposição ortogonal. As forrações usadas para instituição pública e democrática, de pensamento
preencher estes bancos são algumas das usadas na livre, tem como missão aplicar o saber “na
área verde orgânica. Figura 13 – Vista da Praça com o piso podotátil em
vermelho.
construção de uma sociedade justa e democrática e
na defesa da qualidade de vida”.
Para a pavimentação da Praça, foi escolhido o piso (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
intertravado, uma vez que este apresenta mais Quanto à Informação de Fácil Compreensão, foram
tomadas medidas para comunicar da melhor CATARINA, 1993)
vantagens em relação aos outros pesquisados. É de
fácil instalação e manutenção, possui baixo custo e maneira possível o que o usuário precisa saber
sobre o espaço. Junto ao início do trajeto podotátil, Cabe, portanto, à comunidade científica, além de
ainda permite a drenagem de parte da água da produzir estudos relacionados ao DU e à
chuva. em duas “esquinas” da praça, foram colocados
mapas táteis da área, de forma a facilitar a Acessibilidade, aplicar o conhecimento gerado por
formação de uma imagem mental da Praça e dos meio de pesquisas no seu Campus, apresentando à
84 percursos, principalmente por usuários com sociedade modelos inovadores de arquitetura que
4.2 Aplicação dos Princípios do DU reflitam as mudanças sociais.
deficiência visual.
Ao realizar o projeto do Jardim Universal,
inúmeras medidas e soluções foram adotadas para
Desenvolvimento de um Jardim Universal: um projeto O campus da UFSC atualmente é marcado pela ausência de espaços livres que justifiquem o
estar, situação agravada pela construção de novas edificações, o que dificulta a possibilidade de
paisagístico para o Campus da Universidade Federal de Santa um tratamento paisagístico adequado. Além disso, a maior parte das áreas livres existentes
Catarina estão degradadas em função da pouca manutenção.
Este projeto foi desenvolvido pelo GRUPO PET Arquitetura e Urbanismo, a convite da reitoria da
Vera H. M. Bins Ely (1) Juliana Castro (2) Vanessa Goulart Dorneles (3) Marcio Thomasi da
Universidade, que ciente do desenvolvimento de pesquisas voltadas para o Desenho Universal,
Silva (4) Patrícia Schappo (5)
procurou o grupo para que se desenvolvesse um projeto de paisagismo diferenciado dentro da
(1) Dep. de Arquitetura e Urbanismo, UFSC, Brasil. e-mail: vera.binsely@gmail.com UFSC. O projeto consiste, portanto, na reforma de uma praça existente do Campus que deveria
(2) Arquiteta e Urbanista, Brasil. e-mail: Juliana@jardinseafins.com.br se adequar a novos usos das edificações do entorno: o Restaurante Universitário, o Centro de
(3) Dep. de Arquitetura e Urbanismo, UFSC, Brasil. e-mail: arq.vanessadorneles@gmail.com Convivência (centro onde são realizadas oficinas, exposições e reuniões estudantís) e o Centro
(4) Dep. de Arquitetura e Urbanismo, UFSC, Brasil. e-mail: marciothomasi@gmail.com de Cultura e Eventos (centro para a realização de formaturas, simpósios, congressos, que
(4) Dep. de Arquitetura e Urbanismo, UFSC, Brasil. e-mail: patischappo@hotmail.com contém uma praça de alimentação). Vale ressaltar ainda, que o espaço localiza-se ao lado da
Praça da Cidadania (em frente à Reitoria do campus), projetada por Roberto Burle Marx (figura
2).
Resumo: O Campus da Universidade Federal de Santa Catarina possui poucos espaços livres e
públicos, e, os existentes estão pouco qualificados para o uso, devido à ausência de
manutenção. Neste contexto, foi desenvolvida uma proposta de projeto paisagístico para uma
importante praça da universidade, localizada entre alguns dos edifícios de maior fluxo de
pessoas no Campus Trindade. O objetivo do projeto é transformar um espaço degradado em um
local de lazer e convivência, onde estudantes, servidores do campus e a comunidade ao redor
da UFSC possam usufruir de uma praça rica em experiências sensoriais obtidas através do
paisagismo. Assim, com a aplicação dos princípios do Desenho Universal foi criado o projeto de
um Jardim Universal, que visa proporcionar a convivência de todas as pessoas. Soma-se a isto
o emprego de soluções sustentáveis, tornando a praça um estímulo para que outras iniciativas
sigam o exemplo.
Palavras-chave: Projeto de Paisagismo, Desenho Universal, Sustentabilidade.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta o desenvolvimento de um projeto de paisagismo de um Jardim Universal
para uma área caracterizada por uma grande circulação de usuários dentro do Campus
Trindade da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
A UFSC, além de ser uma instituição científica baseada no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão,
configura-se como o ambiente de lazer da população que habita os bairros ao redor do campus: FIGURA 2 - Foto aérea da praça e do seu entorno; à direita a Praça da Cidadania, projetada por Roberto
Trindade, Corrego Grande, Pantanal e Serrinha. Esta situação ocorre devido à carência de Burle Marx
espaços livres e públicos na cidade de Florianópolis.
Atualmente a praça em estudo encontra-se degradada pela ausência de um projeto paisagístico
adequado, caracterizando-se pela existência de caminhos radiais e de um lago, sendo utilizada
na maioria das vezes como um ambiente de passagem para aqueles que utilizam as edificações
do seu entorno.
2.2 10º Enepea
Assim, foi desenvolvido um projeto mais específico para a área, que será apresentado no
10º Encontro Nacional de decorrer do artigo.
Ensino de Paisagismo em Escolas
de Arquitetura e Urbanismo no 2. OBJETIVO
Brasil. O objetivo deste artigo é apresentar o desenvolvimento de um projeto paisagístico que foge aos
padrões tradicionais, ou seja, que busca dentro dos conceitos de Desenho Universal criar um
espaço cuja inclusão social seja efetiva. Este projeto visa que todas as pessoas, independente
de suas características físicas, possam utilizar o espaço com autonomia, conforto e segurança.
O projeto é voltado tanto para o público universitário, notadamente jovem, como também para
86 toda a população do entorno da UFSC, transformando a praça em um espaço livre e público
FIGURA 1 - Foto aérea do Campus Trindade da UFSC e seus limites (vermelho) em amarelo a área da qualificado para o lazer de toda a população da cidade.
praça para intervenção.
Assim, para que todas as pessoas, incluindo aquelas com necessidades especiais, pudessem sítio. Além disso, é importante identificar as necessidades dos usuários e procurar atendê-las ao
usufruir o espaço, buscou-se a inspiração em projetos de jardins sensoriais, adotando algumas máximo no projeto.
das soluções empregadas nestes. O objetivo é estimular os sentidos dos usuários a partir dos
Para isso foram utilizados os seguintes métodos: revisão bibliográfica, visitas exploratórias e
atributos existentes nos elementos naturais e construídos, pois a melhor integração ao ambiente
entrevistas.
depende muito da potencialização das habilidades perceptivas que cada indivíduo possui.
4.1. Revisão Bibliográfica
3. JUSTIFICATIVA
Consiste em retomar a fundamentação teórica realizada antes do desenvolvimento do projeto.
O projeto do Jardim Universal para a UFSC nasce da intenção de reformar o espaço não apenas
Os temas estudados são tratados a seguir.
para torná-lo mais agradável e funcional, mas também para agregar à praça a acessibilidade e a
possibilidade de um uso autônomo por todas as pessoas, independente de suas características 4.1.1. A importância do espaço livre e público
pessoais.
A cidade moderna, caracterizada pelo crescimento urbano desenfreado, a impermeabilização do
A área de aplicação do projeto, embora seja um local por onde passam milhares de pessoas solo e a verticalização, deflagra uma série de problemas ambientais e sociais, como a
diariamente, está subutilizada pela ausência de atrativos naturais e pela falta de mobiliário que diminuição dos sítios naturais e a piora na qualidade de vida da população. Por consequência,
possibilite a permanência dos usuários. A apropriação do espaço também é dificultada pela os espaços livres e públicos tornam-se raros e importantes, rompendo a monotonia cinzenta da
inexistência de relação entre as atividades realizadas no interior das edificações do entorno e o paisagem urbana e constituindo-se como um lugar destinado à tranquilidade e à paz.
espaço externo que constitui a praça.
Os espaços com esta característica possuem inúmeras funções. Pode-se citar a Função
O principal atrativo do local constitui-se num lago próximo à borda que faz a conexão com a Organizacional, pois auxiliam na infra-estrutura urbana, configurando o desenho da cidade; a
Praça da Cidadania; este recentemente passou por uma reforma, recebendo novo mobiliário e Função Ecológica, pois estruturam áreas de proteção, funcionando como um regulador térmico
tornando-se mais adequado para a permanência de usuários. Apesar de ser uma iniciativa da urbe e melhorando o micro clima urbano e as condições de drenagem; a Função Cultural, já
inteligente da universidade, a revitalização do lago ratifica ainda mais a importância da que fortalecem a identidade local; e a Função Social, pois são agentes essenciais para a
implantação de um projeto paisagístico que recupere o restante da área, visto que se tornou integração, o lazer e a convivência das pessoas na sociedade, proporcionando uma vida mais
mais evidente a carência de um tratamento adequado para a praça. saudável fisiológica e psicologicamente.
Os principais problemas que justificam a nova proposta são: o projeto que não aproveita bem a Souza (2003) define os espaços livres e públicos como “espaços projetáveis normalmente não
topografia do sítio – amplo e plano; o traçado radial dos caminhos - que possui uma centralidade edificados, com algum elemento configurador”. Em um espaço livre urbano este elemento pode
não justificada por nenhum atrativo (natural ou construído) e não atende os principais fluxos das ser o próprio entorno, as vias e as edificações adjacentes. A classificação destes pode ser feita
pessoas (sendo necessário desviar-se dos canteiros ou simplesmente passar por cima deles de acordo com a Propriedade, público versus privado, e com a Função, circulação versus
para cortar caminho); e a deficiência da drenagem do solo, que foi minimizada com a reforma da permanência. Neste contexto, praças e parques podem ser entendidos como espaços livres e
área do lago, mas que continua existindo em situações de chuvas mais prolongadas, públicos de permanência, considerados um ponto de encontro de fluxos, realizando um papel
ocasionando o alagamento de boa área da praça, inclusive dos caminhos. não só de descanso e contemplação, mas também de estímulo à criatividade, com atividades
culturais e de lazer, físico ou mental.
Machado (2007) destaca “Ora, a praça não deve ser conservada porque é uma paisagem
notável. Mas simplesmente – e basta – porque é uma praça.”, o que ratifica o aumento de
projetos de praças para a população.
5. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
FIGURA 4 – Estudo dos Fluxos: Linhas Amarelas, baixo fluxo; Linhas Laranjas, médio fluxo; Linhas Após o lançamento do anteprojeto, foram realizados outros estudos de modo a ajustar os
Marrons, alto fluxo. diferentes espaços de permanência e circulação às características climáticas e também para
uma melhor adequação de materiais e espécies vegetais a serem empregados. Foram feitos
4.2.2. Levantamento da Vegetação Existente então os seguintes procedimentos:
Possibilitou o conhecimento das atuais espécies presentes na praça e a escolha de quais
5.1. Simulações Gráficas
exemplares seriam mantidos ou não no novo projeto. A escolha foi feita considerando o porte da
planta bem como a sua adequação ao local onde está inserida. O estudo foi realizado através de Foram utilizadas para auxiliar no processo de caracterização do espaço a partir do uso de dados
registros fotográficos e da identificação da localização e da quantidade de exemplares de cada científicos, permitindo a obtenção de informações que não seriam tão precisas através da
espécie. simples observação e que demandariam muito mais tempo para serem obtidas. A partir das
simulações foi possível estudar a projeção da sombra das edificações no espaço aberto (ver
As espécies foram categorizadas em: exemplares que permaneceriam na praça exatamente
figura 5).
onde estão; exemplares que seriam mantidos na praça, mas replantados em uma área diferente;
exemplares que seriam removidos para replantio em outra localidade do campus e exemplares
que seriam simplesmente removidos. Na primeira categoria ficaram as árvores de grande porte
que marcam visualmente a paisagem, considerando um Guarapuvu e alguns Ingás. Na
segunda, ficaram algumas árvores frutíferas como a goiabeira. Na última, estão algumas árvores
de pequeno porte que aparecem repetidamente na praça, mas que não possuem uma
característica marcante para serem exploradas sensorialmente e nem valorizam visualmente o
90 espaço.
5
6
5.3. Pesquisa e Classificação dos Revestimentos
A pesquisa, realizada através do uso de livros e da internet, possibilitou a pré-seleção de alguns
tipos de revestimentos para os pisos. Para a escolha final foram realizadas consultorias junto a
profissionais da área, permitindo a seleção mais adequados sob o ponto de vista das normas da
acessibilidade, principalmente quanto a critérios de regularidade e rugosidade. Foram muito
importantes também características como a fácil aplicação e manutenção, o custo e a
disponibilidade de obtenção na região.
6. RESULTADOS OBTIDOS
7 8
O projeto da praça, apesar da riqueza sensorial proporcionada e da adequação dos percursos
aos fluxos, ainda carecia de uma centralidade onde as pessoas tenham controle visual que
transmite segurança, entretém o olhar e é fundamental para o sucesso de um ambiente urbano
(JACOBS, 2003). Além disso, trata-se de um espaço público em uma universidade federal, logo
uma centralidade que propicia uma convivência cultural “é o lugar do discurso político (...) o
lugar onde os problemas se apresentam, tomam forma, ganham uma dimensão pública e,
simultaneamente, são resolvidos” (GOMES, 2002).
Portanto, foi desenvolvida uma área pavimentada com bancos, sombreada e de forma reticulada
a fim de proporcionar uma fácil compreensão do espaço (ver nº 5 na figura 6). Além disso, os
eixos criados a partir das arvores e do mobiliário dispostos em uma malha ortogonal facilita a
orientação dos usuários (ver figura 8). Priorizou-se o uso de árvores com floração intensa e que
garantisse a existência de sombra o ano todo. A Quaresmeira (Tibouchina granulosa), a Cássia
Amarela (Senna miltijuga) e o Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha) confeririam um efeito visual
imponente.
FIGURA 7 – Esquema sem árvores mostrando ambientes e atrativos criados: nº 1- Caminho alternativo
revestido em Petit pavê; nº 2 – Área verde arborizada; nº 3 – Área para contemplação; nº 4 - Área externa
à galeria da UFSC; nº 5 - Centralidade arborizada com mobiliário para o estar; nº 6 – Jardins de chuva.
Em vermelho, percurso podotátil para cego ou pessoa com baixa visão.
Para o deslocamento seguro das pessoas com deficiência visual foram impalntados pisos
podotáteis nos principais trajetos da praça. Além disso, dois mapas táteis foram dispostos nas
principais entradas dos principais edifícios – o Restaurante Universitário, o Centro de
Convivência e Centro de Cultura e Eventos (ver figura 6).
9 10
associado à iniciativa pública, o atrelamento à Universidade gera inúmeros outros MACHADO, Paulo Affonso Leme. in Direito Ambiental Brasileiro, Ed. Malheiros Editores, 4ª
condicionantes a serem considerados no ato de projetar. edição. São Paulo: 2007.
O maior desafio encontrado foi a adequação do Jardim Universal a outros projetos que ocorrem PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores. um livro
concomitantes na universidade, para a mesma região. Como citado anteriormente, este projeto de consulta e referência para projetos. Tradução de Anita Regina de Marco. Barcelona, Editorial
foi fruto de uma reorganização de uma área livre da UFSC juntamente com a reforma dos Gustavo Gili, 2002.
edifícios em seu entorno, que afetam principalmente o traçado dos percursos a serem desejados
SOUZA, Juliana Castro. Análise da Paisagem: Instrumento de Intervenção nos Espaços Livres
pelos usuários (ver figura 9).
da Lagoa da Conceição, Florianópolis. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis: 2003.
.
FIGURA 9 – Vista aérea do projeto final juntamente com os edifícios que o entornam.
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11 12
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98
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