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BIANCA CARRIÃO DOS SANTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO II
Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista em Caraguatatuba

Relatório final, apresentado o


Centro Universitário Módulo, como
parte das exigências para a obtenção
do título de Bacharel em Arquitetura e
Urbanismo.

Orientador: Prof. Dr. Douglas Santos


Salvador

Caraguatatuba/SP
2020
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BIANCA CARRIÃO DOS SANTOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO II
Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista em Caraguatatuba

Relatório final, apresentado o


Centro Universitário Módulo, como
parte das exigências para a obtenção
do título de Bacharel em Arquitetura e
Urbanismo.

Caraguatatuba/SP, 04 de junho de
2020.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Douglas Santos Salvador
Centro Universitário Módulo

________________________________________
Avaliador 1

________________________________________
Avaliador 2

ii
4

Dedico esse trabalho aos meus pais,


que me apoiaram incondicionalmente
em todos os momentos durante minha
trajetória acadêmica, e sempre me
incentivaram a realizar meus sonhos.
Gratidão eterna.

iii
5

RESUMO

O trabalho se baseia no conceito de desenvolver o projeto de um Centro


de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista em Caraguatatuba, Litoral Norte de
São Paulo. Para isso, conta com uma análise que varia desde um breve histórico
do tema, até análises projetuais e referências teóricas, abrangendo também um
levantamento de dados referente a escolha do local de inserção do projeto e
finalizado com uma conclusão projetual e suas perspectivas, desenvolvido com
base em todo o embasamento teórico, que buscou entender todos os aspectos
que devem ser levados em consideração, realizado para atender todas as
necessidades dos portadores do TEA, incluindo diferentes infraestruturas que
forneceram o apoio necessário para cada um dos usuários, visando que
atualmente no município esse projeto seja necessário, devido a demanda e a
relevância do assunto.

Palavras-chave: Espectro autista, arquitetura, terapêutico, pedagógico.

iv
6

ABSTRACT

The present assignment is based on the concept of developing the project


of a Support Center for Autism Spectrum Disorder in the city of Caraguatatuba,
at the North Coast of the state of São Paulo. For such thing, the project includes
an analysis that begins with a brief history of the topic, and goes to technical
projects and theoretical references, also covering a survey of data, regarding the
selection of the space for the project insertion and ending with a project
completion and its perspectives. This study was developed through the entire
theoretical fundament, which seeks to understand all aspects that must be taken
into account, carried out to meet all the needs of ASD carriers, including different
infrastructures that provide the necessary support for each of the users, aiming
the need of the project for the city, due to the demand and relevance of the
subject.

Keywords: Autistic spectrum, architecture, therapeutic, pedagogical.

v
7

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Evolução Histórica do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ............11

Figura 2 – Entrada Acalento ..............................................................................15

Figura 3 – Sala de Terapia Ocupacional, Fonoaudióloga e Pedagogia ..............16

Figura 4 – Ciapi Caraguatatuba .........................................................................17

Figura 5 – CEM Caraguatatuba .........................................................................17

Figura 6 – CAPS II Sumaré Caraguatatuba .......................................................18

Figura 7 – Inserção Urbana Advance School for Developing Skills of Special


Needs Children ..................................................................................................20

Figura 8 – Organograma e Fluxograma Setores Geral ......................................21

Figura 9 – Organograma Áreas Administrativa, Diagnóstica e Terapêutica .......23

Figura 10 – Fluxograma Áreas Administrativa, Diagnóstica e Terapêutica ........23

Figura 11 – Organograma Áreas Pedagógica e Residencial ..............................24

Figura 12 – Fluxograma Áreas Pedagógica e Residencial .................................25

Figura 13 – Setorização .....................................................................................26

Figura 14 – Perspectiva Geral Projeto Advance School for Developing Skills of


Special Needs Children .....................................................................................27

Figura 15 – Perspectiva Projeto Advance School for Developing Skills of Special


Needs Children ..................................................................................................28

Figura 16 – Corte Projeto Advance School for Developing Skills of Special Needs
Children .............................................................................................................28

Figura 17 – Perspectiva Jardim Sensorial Advance School for Developing Skills


of Special Needs Children .................................................................................29

Figura 18 – Inserção Urbana Center for Discovery ............................................31

Figura 19 – Organograma Área Pedagógica ......................................................33

Figura 20 – Fluxograma Área Pedagógica .........................................................33

Figura 21 – Organograma e Fluxograma Área Residencial ...............................34

vi
8

Figura 22 – Setorização Implantação Center for Discovery ...............................35

Figura 23 – Setorização das Plantas Baixas Center for Discovery .....................37

Figura 24 – Edificação Área Pedagógica do Center for Discovery .....................38

Figura 25 – Perspectiva Geral Center for Discovery ..........................................39

Figura 26 – Perspectiva Externa da Área Pedagógica do Center for Discovery


...........................................................................................................................39

Figura 27 – Interior da Edificação Apoio Pedagógico do Center for Discovery ...40

Figura 28 – Interior da Edificação Apoio Pedagógico do Center for Discovery ...40

Figura 29 – Perspectiva Externa Fachada da Escola de Sobrosa ......................42

Figura 30 – Perspectiva Externa Fachada Completa da Escola de Sobrosa ......42

Figura 31 – Elevação Leste da Escola de Sobrosa ............................................43

Figura 32 – Planta Baixa Piso Térreo da Escola de Sobrosa ..............................43

Figura 33 – Jardim Sensorial do CEAPLA- Centro de Análise e Planejamento


Ambiental/IGCE/UNESP de Rio Claro, SP ........................................................44

Figura 34 – Jardim Sensorial do Jardim Botânico do Rio de Janeiro ..................45

Figura 35 – Praça Sensorial Cidade Jardim, Caraguatatuba, SP .......................45

Figura 36 – Inserção Urbana New Struan School ..............................................46

Figura 37 – Parada de ônibus em frente ao New Struan School .........................47

Figura 38 – Organograma New Struan School ...................................................49

Figura 39 – Fluxograma New Struan School ......................................................50

Figura 40 – Setorização New Struan School ......................................................51

Figura 41 – Átrio do corredor central ..................................................................52

Figura 42 – Fachada New Struan School ...........................................................53

Figura 43 – Playground New Struan School .......................................................54

Figura 44 – Sala de Culinária New Struan School ..............................................54

Figura 45 – Refeitório New Struan School .........................................................55

Figura 46 – Área Externa New Struan School ....................................................55

Figura 47 - Mapa de localização no País e Estado .............................................59

vii
9

Figura 48 - Mapa de localização de Caraguatatuba no Litoral Norte de São Paulo


...........................................................................................................................59

Figura 49 - Mapa de localização do terreno em relação ao entorno ...................60

Figura 50 – Perfil 1 do eixo Leste-Oeste ............................................................61

Figura 51 – Perfil 2 do eixo Norte-Sul .................................................................62

Figura 52 – Mapa Densidade Demográfica Pontal Santa Marina .......................63

Figura 53 – Mapa Plano Diretor de Caraguatatuba ............................................64

Figura 54 – Cálculos Informativos ......................................................................64

Figura 55 – Mapa de Zoneamento Ecológico Caraguatatuba ............................65

Figura 56 – Mapa de localização de pontos de ônibus .......................................66

Figura 57 – Ponto de ônibus mais próximo do terreno .......................................67

Figura 58 – Ponto de ônibus mais próximo ao Shopping Serramar ....................67

Figura 59 – Mapa do escoamento pluvial do terreno e entorno ..........................69

Figura 60 – Postes de energia elétrica Via do contorno da Rodovia dos Tamoios


...........................................................................................................................69

Figura 61 – Postes de energia elétrica da Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel


Hipólito Rego .....................................................................................................70

Figura 62 – Iluminação pública Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito


Rego ..................................................................................................................71

Figura 63 – Iluminação pública Via do contorno da Rodovia dos Tamoios .........71

Figura 64 – Pavimentação asfáltica Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel


Hipólito Rego .....................................................................................................73

Figura 65 – Pavimentação asfáltica Via do contorno da Rodovia dos Tamoios


...........................................................................................................................73

Figura 66 – Calçada e ciclovia Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito


Rego ..................................................................................................................74

Figura 67 – Calçada da via em frente ao terreno ................................................74

Figura 68 – Árvore localizada no terreno ............................................................75

Figura 69 – Croqui insolação no terreno ............................................................76

viii
10

Figura 70 – Insolação fachada A ........................................................................76

Figura 71 – Insolação fachada B ........................................................................77

Figura 72 – Insolação fachada C ........................................................................78

Figura 73 – Insolação fachada D ........................................................................78

Figura 74 – Direção dos ventos predominantes .................................................79

Figura 75 – Mapa de Zoneamento Bioclimático ................................................80

Figura 76 – Diretrizes da zona bioclimática 3 ....................................................80

Figura 77 – Diretrizes de aberturas, vedações e condicionamento térmico da


zona bioclimática 3 ............................................................................................81

Figura 78 – Árvore no terreno ............................................................................82

Figura 79 – Croqui organograma geral dos setores ..........................................86

Figura 80 – Organograma geral dos setores .....................................................86

Figura 81 – Fluxograma geral dos setores ........................................................87

Figura 82 – Croqui organograma setor administrativo ......................................87

Figura 83 – Organograma setor administrativo .................................................88

Figura 84 – Fluxograma setor administrativo ....................................................89

Figura 85 – Croqui organograma setor terapêutico e diagnóstico .....................90

Figura 86 – Organograma setor terapêutico e diagnóstico ................................90

Figura 87 – Fluxograma setor terapêutico e diagnóstico ...................................91

Figura 88 – Croqui organograma setor pedagógico ..........................................92

Figura 89 – Organograma setor pedagógico ....................................................92

Figura 90 – Fluxograma setor pedagógico ........................................................94

Figura 91 – Croqui de setorização ....................................................................95

Figura 92 – Setorização ....................................................................................96

Figura 93 – Croqui inicial da implantação .........................................................100

Figura 94 – Segundo croqui da implantação ....................................................100

Figura 95 – Croqui de implantação – Setor Externo .......................................101

ix
11

Figura 96 – Croqui de implantação colorido – Setor Externo ...........................102

Figura 97 – Segundo croqui de implantação colorido ......................................103

Figura 98 – Croqui de perspectiva geral 1 ........................................................103

Figura 99 – Croqui de perspectiva geral 2 ........................................................104

Figura 100 – Perspectiva Geral 1 .....................................................................104

Figura 101 – Perspectiva Geral 2 .....................................................................105

Figura 102 – Perspectiva Jardim Sensorial ......................................................105

Figura 103 – Croqui planta baixa térreo setor administrativo ...........................106

Figura 104 – Croqui planta baixa pavimento superior setor administrativo ..... 106

Figura 105 – Croqui planta baixa setor pedagógico .........................................107

Figura 106 – Croqui planta baixa térreo setor pedagógico ..............................107

Figura 107 – Croqui planta baixa pavimento superior setor pedagógico ..........108

Figura 108 – Croqui planta baixa térreo setor terapêutico e diagnóstico .........108

Figura 109 – Terceiro croqui de implantação ...................................................109

Figura 110 – Croqui final de implantação .........................................................110

Figura 111 – Croqui final de planta baixa Bloco 1 Setor Administrativo, Pavimento
Térreo e Pavimento Superior ...........................................................................110

Figura 112 – Croqui final de planta baixa Bloco 2 Setor Administrativo, Pavimento
Térreo ..............................................................................................................111

Figura 113 – Croqui final de planta baixa Setor Terapêutico e Diagnostico,


Pavimento Térreo ............................................................................................112

Figura 114 – Croqui final de planta baixa Bloco 1 Setor Pedagógico, Pavimento
Térreo ..............................................................................................................113

Figura 115 – Croqui final de planta baixa Bloco 2 Setor Pedagógico, Pavimento
Térreo ..............................................................................................................113

Figura 116 – Croqui final de planta baixa Bloco 3 Setor Pedagógico, Pavimento
Térreo e Pavimento Superior ...........................................................................113

Figura 117 – Perspectiva geral fachada Sul .....................................................127

x
12

Figura 118 – Perspectiva geral fachada Leste .................................................127

Figura 119 – Perspectiva geral acessos ..........................................................127

Figura 120 – Perspectiva geral fachada Sul 2 ..................................................127

Figura 121 – Perspectiva jardim sensorial - pisos ............................................127

Figura 122 – Perspectiva jardim sensorial - canteiro ........................................127

Figura 123 – Perspectiva geral fachada Oeste ................................................128

Figura 124 – Perspectiva geral fachada Norte .................................................128

Figura 125 – Perspectiva geral fachada Oeste – Áreas de lazer e recreação


................................................................................................................. ........128

Figura 126 – Perspectiva geral superior 1 ........................................................128

Figura 127 – Perspectiva geral superior 2 ........................................................128

xi
13

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Índice de Prevalência do Transtorno do Espectro Autista ao


Longo do Tempo .................................................................................................3

Gráfico 2 – Índice de Alunos com TEA matriculados em diferentes etapas de


ensino. ................................................................................................................5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Níveis de Gravidade para o Transtorno do Espectro Autista ...............8

Tabela 2 – Programa de Necessidades da Advance School for Developing Skills


of Special Needs Children .................................................................................21

Tabela 3 – Programa de Necessidades Center for Discovery – Autism Campus


– Edifícios Pedagógicos ....................................................................................32

Tabela 4 – Programa de Necessidades Center for Discovery – Autism Campus


– Edifícios Residenciais .....................................................................................32
Tabela 5 – Programa de Necessidades New Struan School ..............................48

Tabela 6 – Programa de necessidades – Setor Administrativo .........................83

Tabela 7 – Programa de necessidades – Áreas Técnicas .................................83

Tabela 8 – Programa de necessidades – Setor Terapêutico e Diagnóstico .......84

Tabela 9 – Programa de necessidades – Setor Externo ...................................84

Tabela 10 – Programa de necessidades – Setor Pedagógico ...........................85

Tabela 11 – Quadro de áreas – Setor Administrativo ........................................97

Tabela 12 – Quadro de áreas – Áreas Técnicas ...............................................97

Tabela 13 – Quadro de áreas – Setor Terapêutico e Diagnóstico .....................97

Tabela 14 – Quadro de áreas – Setor Externo ..................................................98

Tabela 15 – Quadro de áreas – Setor Pedagógico ............................................99

xii
14

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TEA - Transtorno do Espectro Autista

ONU - Organização das Nações Unidas


CDC - Centers for Disease Control and Prevention
ADDM - Autism and Developmental Disabilities Monitoring
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Ciapi - Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso
CEM - Centro de Especialidades Médicas
APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
Acalento - Associação de Apoio ao Desenvolvimento Humano
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
Sepedi - Secretaria Dos Direitos Da Pessoa Com Deficiência e do Idoso
DSM - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
AVDs - Atividades de Vida Diárias
TID - Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
TGD - Transtornos Globais do Desenvolvimento
ACE Kids Act - The Advancing Care of Exceptional Kids Act
UBS - Unidade Básica de Saúde
NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família
AMA - Associação de Amigos do Autista
UNESP - Universidade Estadual Paulista
CEAPLA - Centro de Análise e Planejamento Ambiental
SABESP - Companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo

EDP - Energias de Portugal

UTGCA - Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba


LVR - Latossolo vermelho amarelo

PC - Solo podzolizado em cascalhos

xiii
15

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2. OBJETIVO GERAL ................................................................................. 2
2.1. Objetivos Específicos ........................................................................ 2
3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 2
4. DEFINIÇÃO DE CONCEITO ................................................................... 7
5. BREVE HISTÓRICO ............................................................................. 10
5.1. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ......................................... 10
5.2. Arquitetura e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) .................... 12
6. CENÁRIO ATUAL ................................................................................. 13
7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS.............................................................. 19
7.1. Advance School for Developing Skills of Special Needs Children,
Cairo, Egito. ................................................................................................. 19
7.2. Center for Discovery – Autism Campus, Harris, New York. ............. 30
8. REFERÊNCIAS TEÓRICAS .................................................................. 41
8.1. Escola de Sobrosa, Sobrosa, Portugal............................................ 41
8.2. Jardim Sensorial ............................................................................. 44
9. VISITA TÉCNICA VIRTUAL .................................................................. 46
9.1. New Struan School – A Centre for Autism, Alloa, Escócia .............. 46
10. LEGISLAÇÃO ....................................................................................... 56
10.1. Leis ................................................................................................. 56
10.2. Normas Técnicas ............................................................................ 56
10.3. Decretos ......................................................................................... 57
10.4. Resoluções ..................................................................................... 58
11. ANÁLISE E DIAGNÓSTICO - LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES
TÉCNICAS ESPECÍFICAS ............................................................................. 58
11.1. Levantamento topográfico e cadastral ............................................ 58
11.2. Registros no local da futura edificação e de arquivos cadastrais .... 62
11.2.1. Vizinhança da edificação .......................................................... 62
11.2.2. Síntese das leis municipais de parcelamento de solo e de
zoneamento .............................................................................................. 63

xiv
16

11.2.3. Serviços públicos, companhias concessionárias ...................... 65


11.2.4. Transporte Coletivo .................................................................. 66
11.2.5. Água potável ............................................................................ 68
11.2.6. Esgotos sanitários .................................................................... 68
11.2.7. Escoamento de águas pluviais ................................................. 68
11.2.8. Energia elétrica ........................................................................ 69
11.2.9. Iluminação pública .................................................................... 70
11.2.10. Gás combustível ....................................................................... 72
11.2.11. Coleta de lixo ........................................................................... 72
11.2.12. Pavimentação........................................................................... 72
11.2.13. Terreno destinado a edificação ................................................ 74
11.2.14. Orientação Norte-Sul, direção e sentido dos ventos
predominantes .......................................................................................... 75
12. LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA ............................................................... 81
13. PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................................ 82
14. PROGRAMA DE NECESSIDADES ....................................................... 82
15. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA .................................................... 85
16. SETORIZAÇÃO..................................................................................... 94
17. DIMENSIONAMENTO/ QUADRO DE ÁREAS ...................................... 96
18. ESTUDO PRELIMINAR......................................................................... 99
18.1. Processo ......................................................................................... 99
19. MEMORIAL JUSTIFICATIVO ...............................................................114
20. PEÇAS GRÁFICAS ...............................................................................118
20.1. Implantação ....................................................................................118
20.2. Implantação - Paisagismo ...............................................................119
20.3. Setor Pedagógico ...........................................................................120
20.4. Setor Administrativo ........................................................................124
20.5. Setor Terapêutico e Diagnóstico ......................................................126
20.6. Volumetrias ......................................................................................127
21. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................129
22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................130

xv
1

1. NTRODUÇÃO

O desenvolvimento do Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro


Autista, foi baseado em diferentes estudos sobre o tema, para chegar a uma
conclusão projetual que fosse conivente com as questões abordadas. Sabe-se,
que os portadores desse transtorno podem desenvolver novas habilidades e
refiná-las a partir de diferentes estímulos, sendo um dos pontos que esse projeto
buscou aplicar, além de que existem aspectos projetuais que auxiliam nessa
busca por uma maior independência, que também foi abordada no projeto.

Aspectos como referências projetuais e teóricas, visita técnica virtual e


análise do terreno e seu entorno, foram de extrema relevância para a elaboração
de programa de necessidades, organograma, fluxograma e setorização, o que
resultou em um projeto que atende as necessidades dos portadores do
transtorno, mais também se adequou as características do município e suas
variáveis.
2

2. OBJETIVO GERAL

Desenvolvimento de um Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro


Autista na cidade de Caraguatatuba, localizada no Litoral Norte do Estado de
São Paulo, Brasil.

2.1. Objetivos Específicos

Contribuir com recursos terapêuticos e pedagógicos para os portadores


do Transtorno do Espectro Autista em Caraguatatuba.

Utilizar a arquitetura como forma de potencializar o desenvolvimento de


habilidades que precisam ser exploradas nos portadores do Transtorno do
Espectro Autista.

Integrar elementos paisagísticos que proporcionem ajuda terapêutica as


pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

3. JUSTIFICATIVA

A ONU (Organização das Nações Unidas) busca através da Agenda


2030, impor objetivos de desenvolvimento sustentável, e uma das metas
inclusas, em um âmbito global, é o de assegurar a educação inclusiva e
equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo
da vida para todos, e como citado nessa meta, está a questão de construir e
melhorar instalações físicas, que sejam apropriadas para crianças e sensíveis
às deficiências e ao gênero, proporcionando ambientes de aprendizagem
seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos, esses fatos se
relacionam com o objetivo do projeto de um Centro de Apoio ao Transtorno do
Espectro Autista (TEA), pois abrangerá a questão da educação, como base no
desenvolvimento das habilidades dos portadores do mesmo, e além de fornecer
esse apoio as crianças, também possuirá infraestrutura de suporte para as
demais idades.
3

Existe também outra meta apresentada pela Agenda 2030, que é de


assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as
idades. Esse objetivo também se conecta com o desenvolvimento desse Centro
de Apoio, pois estará incluso no projeto abordagens do âmbito de tratamento a
quem possui o transtorno, pensando na questão da saúde e bem-estar, se
relacionando com o fato de fornecer apoio para diferentes faixas etárias.

De acordo com a CDC (Centers for Disease Control and Prevention)


(2014), e baseado em dados levantados pela Autism and Developmental
Disabilities Monitoring (ADDM) (2014), 1 a cada 54 crianças possuem TEA
(Transtorno do Espectro Autista) nos Estados Unidos, e esse número vem
aumentando conforme o passar dos anos, e se tornando diagnosticada cada vez
mais cedo, isso mostra o quão relevante é esse nicho, que aborda a questão
social, informacional e educacional. Baseado nos dados do gráfico 1 abaixo,
nota-se que a prevalência dos casos de Transtorno do Espectro Autista ao longo
do tempo, está sofrendo um aumento, e o último dado colhido em 2016, é de
18,5 de prevalência por 1.000 filhos, esses resultados obtidos com essa
pesquisa dos Estados Unidos, demonstram a importância desse assunto, e
ajudam a sociedade à entender que pelo aumento desse índice uma série de
adaptações, sejam pedagógicas ou terapêuticas, se tornarão necessárias,
incluindo a de se formular novas normas e diretrizes arquitetônicas para orientar
sobre o assunto, visando desenvolver projetos relacionados ao tema.

Gráfico 1 – Índice de Prevalência do Transtorno do Espectro Autista ao Longo do


Tempo
4

Prevalência por 1.000 filhos

Fonte: CDC (Centers for Disease Control and Prevention), (2020).

Em um âmbito nacional, o Plano Nacional de Educação – Lei


Nº13.005/2014, fornece metas relacionadas a educação no Brasil, uma delas é
relacionada a universalizar, para a população de 4 (quatro) à 17 (dezessete)
anos, com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento à altas
habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a
garantia de sistema educacional inclusivo, com salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados, favorecendo a importância do tema do projeto, e se reforçando por
uma das estratégias que é estimular a criação de centros multidisciplinares de
apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições acadêmicas e
integrados por profissionais das áreas de saúde, assistência social, pedagogia e
psicologia, para apoiar o trabalho dos (as) professores da educação básica com
os (as) alunos (as) que possuem deficiência e transtornos do
neurodesenvolvimento. Entendendo que existe campo para o desenvolvimento
de projetos como um Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista.

Além disso, o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais Anísio Teixeira), demonstrou através do Censo Escolar 2019, que
o percentual de matrículas em classes comuns, feitas por alunos que possuem
5

o Transtorno do Espectro Autista, deficiências, ou altas habilidades, tem


aumentado gradualmente em todas as etapas do ensino, como mostra o gráfico
2 abaixo, com esse dado é possível analisar que existe uma carência em relação
a lugares que forneçam o apoio focado no TEA, e também mostra que existe a
falta de informação sobre as diferentes necessidades de quem possui o
transtorno, pois existem diferentes níveis que são caracterizados pelo grau do
neurodesenvolvimento, e que muitas vezes o ensino regular não atende essas
necessidades específicas.

Gráfico 2 – Índice de Alunos com TEA matriculados em diferentes etapas de ensino.

Fonte: Censo Escolar (2019).

No Brasil existe a Lei Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui


a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno no
Espectro Autista, estabelecendo diretrizes que visam a intersetorialidade no
desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com
transtorno do espectro autista, confirmando a relevância social na área da
educação e saúde.
6

O município de Caraguatatuba possui alguns locais que prestam apoio à


pessoa com deficiência e ao idoso, sendo eles, Ciapi – Centro Integrado de
Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso, CEM - Centro de Especialidades
Médicas, Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e o Acalento
– Associação de Apoio ao Desenvolvimento Humano, ambas instituições
englobam em seus estatutos, atendimento a diversos tipos de deficiências e ao
idoso, como a Ciapi, por exemplo, não tendo suas diretrizes focadas em apenas
um tipo de deficiência ou transtorno. Na cidade existe a presença das CAPS
(Centro de Atenção Psicossocial), que são locais para o tratamento de pessoas
que possuem transtornos mentais considerados severos, e depressões graves,
porém novamente incluem diversos transtornos, o que também o torna muito
abrangente. Devido a essa realidade do município, o desenvolvimento de um
Centro de Apoio aos portadores do Transtorno no Espectro Autista (TEA), visará
auxiliar nessa escassez de locais especializados no diagnóstico e tratamento de
pessoas com o TEA em Caraguatatuba.

De acordo com dados obtidos no Acalento de Caraguatatuba em 2020, de


300 pessoas atendidas pela associação, 200 possuem o Transtorno do Espectro
Autista, e a fila de espera para atendimento e tratamento é de 4 à 5 meses, pois
eles possuem ligação com a Sepedi - Secretaria Dos Direitos Da Pessoa Com
Deficiência e do Idoso, que encaminham as pessoas que precisam dos
tratamentos oferecidos pelo Acalento. Além disso, eles também atendem
pessoas encaminhadas de outras cidades da região que não possuem os
tratamentos e terapias que existem na associação. O que demonstra que a
cidade de Caraguatatuba, não consegue atender a demanda de portadores do
Transtorno do Espectro Autista, necessitando de um local que seja voltado para
o atendimento e tratamento dos portadores desse transtorno.

A Sepedi - Secretaria Dos Direitos Da Pessoa Com Deficiência e do


Idoso, é responsável por realizar cadastros e fornecer direcionamento para
aquelas pessoas que necessitem de algum tipo de apoio, assim são
encaminhados para as diferentes associações e centros de atendimento que a
cidade possui atualmente.
7

4. DEFINIÇÃO DE CONCEITO

Para conceituar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é necessário


entender a definição de autismo, pois segundo Onzi e Gomes (2015), esse foi o
primeiro termo citado para diagnosticar as pessoas que se encaixavam dentro
do espectro autista, portanto, o autismo, é uma palavra de origem grega (autós),
que significa, por si mesmo, e é definido pelo dicionário Michaelis como:

Psicopatologia caracterizada pelo recolhimento e absorção do


indivíduo em seu universo privilegiado de pensamentos, sentimentos e
devaneios subjetivos, com o consequente alheamento do mundo exterior
e a perda do contato com a realidade a seu redor.

Baseado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5


(DSM) formulado pela American Psychiatric Association (2013), hoje se sabe
que o termo engloba transtornos, antes chamados de autismo infantil precoce,
autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo
atípico, transtorno Jjlobal do desenvolvimento sem outra especificação,
transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger, sendo que a
variação desses transtornos se dão pelas diferentes manifestações de gravidade
da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica, por
isso foi adicionado o termo espectro.

Segundo a fonte brasileira da Organização Pan-Americana da Saúde


(OPAS) (2017), o Transtorno do Espectro Autista se caracteriza como uma série
de condições, baseadas em diferentes graus de comportamento social, na
comunicação e na linguagem, que tornam mais específicos os interesses e
atividades de cada indivíduo, realizadas de forma repetitiva, sendo que os
portadores do transtorno tendem a apresentar outras condições como epilepsia,
depressão, ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), tendo um
nível intelectual extremamente variável.

O Transtorno do Espectro Autista, também foi definido pelo Protocolo do


Estado de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de
8

Pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) (2014), abordando também


algumas diretrizes diagnósticas e em relação ao tratamento, essa definição é:

[...]termo que engloba um grupo de afecções do


neurodesenvolvimento, cujas características envolvem alterações
qualitativas e quantitativas da comunicação, seja linguagem verbal e/ou
não verbal, da interação social e do comportamento caracteristicamente
estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses. No
espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um
quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de
adaptação, até aquelas pessoas que serão dependentes para as
atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida.’’

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5 (DSM)


(2013) formulado pela American Psychiatric Association, descreve o Transtorno
do Espectro Autista (TEA) como a atenção compartilhada prejudicada, sendo
facilmente manifestada pela dificuldade de realizar simples gestos do cotidiano,
como apontar ou trazer objetos, por exemplo. Porém, alguns portadores de TEA,
podem aprender gestos funcionais, que podem ajudar com a expressão e
comunicação. A linguagem corporal também é notada, e essa comunicação não-
verbal pode causar estranhamento nas interações sociais, por isso a
necessidade de saber a abordagem adequada e receptiva. Outra característica
que defini os portadores de TEA, são os padrões restritivos e repetitivos, a
adesão excessiva a rotinas, que podem causar resistências a mudanças.
Existem também as relações a estímulos ou rituais que envolvem cheiros,
gostos, texturas, cores, luzes e objetos giratórios, que podem ser positivos ou
negativos.

Devido a essa diferença na comunicação social e na questão


comportamental o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5
(DSM) (2013), caracterizou 3 níveis de gravidade para o Transtorno do Espectro
Autista, a tabela 1 abaixo, expõe algumas dessas variações comunicativas e
comportamentais.

Tabela 1 – Níveis de Gravidade para o Transtorno do Espectro Autista


9

Nível 1 ‘’Exigido Apoio’’

No âmbito social, esse nível é caracterizado por apresentar


dificuldades de interação social, como fazer amizades e de se comunicar
comulmente, e de se envolver nas conversas. Em relação a questão
comportamental, existe a dificuldade de trocar de atividades, de
organização e de planejamento.

Nível 2 ‘’Exigindo apoio substancial’’

Em relação a questão social, esse nível apresenta limitações


relacionadas a dar ínicio a interações sociais e ter respostas reduzidas,
mesmo na presença de apoio. Normalmente sofre com a dificuldade de
mudar o foco, apresentando muitos comportamentos restritos/
repetitivos.

Nível 3 ‘’ Exigindo apoio muito sustancial’’

Nesse nível é notável os prejuízos graves de funcionamento social,


reagindo apenas a abordagens muito diretas, possuindo extrema
dificuldade de lidar com mudanças de comportamentos restritos/
repetitivos. Com grande sofrimento e dificuldade de mudar ações.
Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais - 5 (2013).

Outro conceito a se definir é o de Centro de Apoio, e baseado em uma


conduta filantrópica, de acordo com o Ministério da Saúde esse nicho se encaixa
como Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que visa dar procedências
de ampliar, qualificar e diversificar estratégias em busca de atender e fornecer o
apoio necessário para garantir a autonomia, liberdade e independência às
pessoas com deficiência, instituída pela Portaria GM/MS n º 793 de 24 de abril
de 2012. Além do Decreto Nº 7.611, de novembro de 2011, que dispõe sobre a
educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras
providências, visando a oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema
educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação, como demonstra
o art. 5º abaixo.
10

Art. 5º A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas


públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a
instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento
educacional especializado aos estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
matriculados na rede pública de ensino regular.

5. BREVE HISTÓRICO

5.1. O Transtorno do Espectro Autista (TEA)

De acordo com Onzi e Gomes (2015), na literatura médica o autismo foi


citado pela primeira vez por Eugen Bleuler, um psiquiatra austríaco, em 1911,
caracterizando as pessoas com dificuldades de comunicação e interação social,
que resultou em um trabalho sobre esquizofrenia do adulto e do adolescente.

Segundo Goldberg (2005), em 1943, Kanner, um psiquiatra austríaco,


trouxe o primeiro trabalho científico reconhecido internacionalmente, que definia
os sintomas como Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, nesse trabalho ele citou
11 casos de crianças que apresentavam sintomas em comum, sendo os
principais deles o isolamento e o atraso no desenvolvimento da linguagem, o que
desenvolvia dificuldade de interação e comunicação.

No ano seguinte, 1944, Hans Asperger, também desenvolveu estudos


que se assemelhavam ao de Kanner, a diferença é que ele chamou de
‘’psicopatia autística’’, e citou que alguns pacientes possuíam linguagem
desenvolvida e picos de inteligência (OLIVEIRA, 2018).

Rutter foi quem afirmou, que os portadores de autismo têm um déficit


cognitivo específico, que afeta a linguagem e processos centrais de codificação,
que traziam complicações no comportamento social (GOLDBERG, 2005). De
acordo com Klin (2006), com a evolução dos trabalhos e a definição de Rutter
sobre o autismo, em 1980, ele foi classificado como um dos Transtornos
11

Invasivos do Desenvolvimento (TIDs), isso caracterizava que múltiplas áreas de


funcionamento eram afetadas.

E foi Lorna Wing, uma psiquiatra inglesa, que em 1988, introduziu o


termo ‘’Espectro Autista’’, que caracterizava o autismo como um complexo
sintomatológico, que eram mais presentes, podendo existir variações baseadas
no comprometimento cognitivo, esse fato ampliou ainda mais a forma de abordar
o autismo, pois passou a ser entendido como um grupo sintomático com
diferentes níveis de manifestação. A partir desses estudos, e com o avanço das
pesquisas nessa área, ela apresentou uma descrição detalhada do que era
comprometido nas áreas de desenvolvimento e formulou a tríade de transtornos
da interação social, sumarizadas em: transtornos do reconhecimento social, na
comunicação social e na imaginação e compreensão social, a figura 1 abaixo
representa a linha do tempo desses psiquiatras que desenvolveram o estudo
sobre o Transtorno do Espectro Autista. (GOLDBERG, 2005).

Figura 1 – Evolução Histórica do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Reconheceu novos Introduziu o termo


Citou o autismo sintomas e nomeou de Espectro Autista e o
pela primeira vez. 1943 Psicopatia Autística. 1979 conceituou.

1911 1944 1988

Trabalho Científico definindo Introduziu estudos que


sintomas como Distúrbio do passavam a classificar crianças
Contato Afetivo. com um déficit cognitivo.
Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados Goldberg (2005), Oliveira (2018), Onzi e
Gomes (2015), Klin (2006).
12

De acordo com Onzi e Gomes (2015), foi na terceira edição do Manual


Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), em 1980, que se listou
o autismo infantil como uma categoria denominada Transtornos Globais do
Desenvolvimento (TGD). Em sua edição de revisão foi abordado o termo de
Transtorno do Espectro Autista, inserindo o termo espectro por descobrir que
esse termo abordava uma série de outros transtornos, que se diferenciavam
pelos níveis de gravidade que cada indivíduo apresentava.

E a conceituação final do termo foi formulado pelo Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais – 5 (DSM) (2013), que com o passar do
tempo e baseado nos estudos realizados, definiu níveis de gravidade para o
Transtorno do Espectro Autista, sendo eles nível 1, caracterizado como
‘’Exigindo apoio’’, nível 2 definido como ‘’Exigindo apoio substancial’’ e nível 3,
‘’Exigindo apoio muito substancial’’.

5.2. Arquitetura e o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O desenvolvimento de pesquisas e artigos relacionados a esse tema são


recentes, por isso, segundo uma entrevista dada ao Archdaily (2013), em 2002,
uma arquiteta estudante de doutorado chamada Magda Mostafa, recebeu uma
proposta para desenvolver um centro educacional do Egito para o autismo, foi
então que se deparou com a escassez de diretrizes e códigos de acessibilidade
para orientá-la sobre o assunto, a partir desse ponto começou a desenvolver
suas próprias diretrizes, e em 2008 concluiu um dos primeiros estudos de design
de autismo a serem prospectivos e não retrospectivos, tornando-se a pioneira
nas pesquisas sobre esse tema.

Em seu artigo An Architecture for Autism: Concepts of Design Intervention


for the Autistic User (2008), Magda Mostafa demostra que a intenção desse
estudo é criar estratégias de design que lide com os diferentes desafios vindos
de um transtorno que afeta múltiplas áreas de desenvolvimento, por isso se torna
tão difícil de criar diretrizes específicas. É citado também a importância das
estratégias sensoriais, pois o principal depoimento de médicos, terapeutas e
pedagogos, era do mau funcionamento sensorial, que afeta o desenvolvimento
13

de habilidades estratégicas, por isso a necessidade de tornar o ambiente


sensorial com estímulos resultantes da interação com o ambiente arquitetônico
(cor, textura, ventilação, sensação de claustrofobia e acústica, por exemplo). O
grande resultado de sua pesquisa, foi descobrir que os fatores arquitetônicos de
maior influência no comportamento para os portadores desse transtorno, são a
acústica e o sequenciamento espacial. Em relação a acústica, foi comprovado
que nos ambientes a prova de som os grupos portadores do TEA, tiveram uma
melhora positiva em relação ao tempo de atenção, desenvolvendo a
comunicação, também possuíram um avanço na velocidade de respostas aos
testes. O sequenciamento espacial ou compartimentalização, mostrou que a
existência de uma rotina, relacionada aos ambientes que os portadores do TEA
irão frequentar, também promove um resultado positivo no desenvolvimento de
novas habilidades.

Khare e Mullick (2009), desenvolveram um artigo chamado Incorporating


the Behavioral Dimension in Designing Inclusive Learning Environment for
Autism, que foi baseado em estudos comportamentais dos portadores do
Transtorno do Espectro Autista (TEA), e com as análises realizadas, esses
autores determinaram dezoito parâmetros de projeto que auxiliam no
desenvolvimento de ambientes favoráveis a quem está no espectro autista, são
eles, fornecer estrutura física, instruções visuais, espaços de afastamento,
flexibilidade, integração sensorial, monitoramento para avaliação e
planejamento, maximizar a estrutura visual, a independência futura, a
segurança, a compreensão, a acessibilidade, a durabilidade e a manutenção,
minimizar distrações sensoriais, oferecer oportunidades de participação
comunitária, de participação dos pais, dar assistência, apresentar oportunidades
de inclusão e fornecer padrões generosos de espaços. Nesse artigo os autores
relatam que esse estudo buscou explorar os efeitos que o ambiente físico e o
desempenho funcional, poderiam trazer de benefícios para os portadores do
Transtorno do Espectro Autista, e assim conseguiram definir esses parâmetros.

6. CENÁRIO ATUAL
14

De acordo com a organização americana Autism Speaks, existem leis


implantadas nos Estados Unidos que buscam trazer benefícios aos portadores
do Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma delas é a Autism CARES Act of
2019, que é uma lei de colaboração, responsabilidade, pesquisa, educação e
suporte ao autismo, tornando-se a principal fonte de financiamento federal para
a pesquisa, serviços, treinamento e monitoramento dos dados sobre o autismo
nos Estado Unidos. Existe também a The Advancing Care of Exceptional Kids
Act of 2017 (ACE Kids Act), se trata de um projeto de lei que melhoraria a
questão do atendimento das crianças com condições médicas complexas, no
caso o autismo seria incluído devido aos sintomas apresentados pelos
portadores do transtorno, como os distúrbios de desenvolvimento, psiquiátricos
ou neurológicos, além de que a maioria dos pacientes com TEA, apresenta
também outras condições médicas concomitantes, como distúrbios
gastrointestinais, problemas como sono e distúrbios convulsivos, essa lei
incluiria a possiblidade de se consultar com especialistas, além de determinar
diretrizes para que casas de saúde, especialmente projetadas para crianças com
essas condições médicas complexas, empreguem padrões nacionais de
qualidade, isso demonstra que existe interesse em desenvolver normativas que
visam trazer o bem estar dos portadores do transtorno.

Se tratando de um âmbito estadual, atualmente, o Protocolo do Estado


de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) (2014), determina que os órgãos públicos
responsáveis por diagnóstico e acompanhamento terapêutico são, UBS
(Unidade Básica de Saúde), NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), CAPS
(Centro de Atenção Psicossocial), Universidades e Unidades de Referência.
Além disso, segundo o Plano Nacional de Educação – Lei Nº13.005/2014, as
escolas do país devem garantir recursos para a educação inclusiva, promovendo
o acesso à escola e ao atendimento educacional especializado.

Existem também associações, que buscam fornecer diferentes tipos de


apoio aos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), essas podem ser
instituições fundadas por pais, familiares ou profissionais, como por exemplo o
AMA (Associação de Amigos do Autista), que atualmente possui algumas
unidades espalhadas pela cidade de São Paulo, e a APAE (Associação de Pais
15

e Amigos dos Excepcionais) que atendem diferentes deficiências intelectuais, e


possuem unidades espalhadas por todo o Brasil. Além disso, encontram-se
também instituições de ensino, públicas e privadas, que fornecem o ensino
regular. Profissionais da área também possuem clínicas com fins lucrativos.

No município de Caraguatatuba, atualmente existem alguns locais que


oferecem algum tipo de apoio aos portadores do Transtorno do Espectro Autista,
um deles é o Acalento – Associação de Apoio ao Desenvolvimento Humano
(figura 2), eles possuem diferentes modalidades de terapias como, equoterapia,
atendimento ambulatorial, hidroterapia/ hidro ocupacional, equitação, pediasuit
e reabilitação, e é uma associação que fornece reabilitação para diversas áreas,
sendo elas mentais, físicas, sociais e esportivas, e como o informado pela
associação, existe uma grande procura e espera para atendimento dos
portadores de TEA, e também foi informado que as terapias de reabilitação e
equitação são as mais procuradas pelos portadores desse transtorno. Como
pode se observar com a figura 3, existe apenas uma sala para terapia
ocupacional, fonoaudióloga e pedagogia, o que limita os atendimentos.

Figura 2 – Entrada Acalento

Fonte: A Autora (2020).


16

Figura 3 – Sala de Terapia Ocupacional, Fonoaudióloga e Pedagogia

Fonte: A Autora (2020).

De acordo com o site da Prefeitura de Caraguatatuba, existe a Ciapi –


Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (figura 4), que
atende idosos com mais de 60 anos e pessoas com deficiências acima de 18
anos, esse centro fornece aulas de pilates, academia, hidroginástica, ginástica
ocupacional, dança de salão, palestras e festas temáticas. Além disso, existem
atividades de alfabetização, com inglês, libras, violão, culinária, horta,
informática e artesanato. O próprio site da prefeitura de Caraguatatuba informa
que a Ciapi não tem função de tratamento médico, atuando nos níveis primário
e secundário da saúde, sendo um local para pessoas que já foram reabilitados
e estão sendo reinseridos na comunidade. O que se difere do CEM - Centro de
Especialidades Médicas (figura 5), que oferece tratamento para habilitar as
pessoas às suas atividades de vida diárias, disponibilizando os serviços de
fisioterapia traumato – ortopedia, fisioterapia aplicada à neurologia infantil/adulto,
fisioterapia domiciliar, hidroterapia, acupuntura, fonoaudiologia, terapia
ocupacional, programa de estimulação precoce e assistência social.
17

Figura 4 – Ciapi Caraguatatuba

Fonte: Site Prefeitura de Caraguatatuba (2017).

Figura 5 – CEM Caraguatatuba

Fonte: Site Prefeitura de Caraguatatuba (2018).


18

Outra associação presente na cidade é a APAE – Associação de Pais e


Amigos dos Excepcionais, que desenvolve projetos de culinária, artes, esportes,
horticultura e jardinagem, além da escolarização inicial, programas
socioeducacionais e aulas de música e dança, todos esses projetos são
inseridos para diferentes deficiências.

Caraguatatuba conta com a presença das CAPS (Centro de Atenção


Psicossocial), atualmente existem 3 unidades, uma delas inaugurada mais
recentemente na região sul da cidade é voltada para o apoio ao tratamento
voltado para os usuários de álcool e drogas, as outras duas unidades, uma
localizada no bairro Indaiá e outra no Sumaré (figura 6), promovem tratamento
para pessoas que sofrem transtornos mentais severos e até depressão grave.
São locais que possuem consultas médicas, áreas de convivência e atividades
recreativas e terapêuticas.

Figura 6 – CAPS II Sumaré Caraguatatuba

Fonte: Site Prefeitura de Caraguatatuba (2019).

Baseado no exposto, é possível notar que as associações ou centros,


que fornecem algum tipo de apoio aos portadores do Transtorno do Espectro
Autista (TEA), atendem uma variedade de necessidades, como idosos e
diferentes tipos de transtornos mentais, o que torna ausente as especificações
para atender somente os portadores do TEA, evidenciando que Caraguatatuba
19

não dispõe de nenhum local que preste o apoio pedagógico, terapêutico e


diagnóstico, focado apenas no Transtorno do Espectro Autista.

7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

7.1. Advance School for Developing Skills of Special Needs Children,


Cairo, Egito.

Sobre:

O projeto de Magda Mostafa relacionou todos seus estudos baseados em


desenvolver diretrizes arquitetônicas para os autistas, resultando em uma escola
avançada para o desenvolvimento das habilidades dos portadores desse
transtorno, com zonas sensoriais, áreas de circulação, áreas de recreação,
hidroterapia, salas de aula, áreas de assistência social e ambientes para
diagnósticos.

Mostafa mostra também em seus estudos 7 critérios para auxiliar no


desenvolvimento das habilidades dos portadores do TEA, e nesse projeto ela
buscou utilizá-los, são eles acústica, sequenciamento espacial, espaços de
escape, compartimentalização, espaços de transição, zoneamento sensorial e
segurança.

Inserção Urbana

O edifício está inserido no subúrbio da cidade de Qattameya no Novo


Cairo, Egito, a figura 7 mostra sua localização em uma área residencial, que se
explica pela necessidade de um local mais afastado da área central da cidade,
para um projeto como esse sua inserção em um local residencial traz a questão
das necessidades de incorporar a essa região aspectos de inclusão, até mesmo
pela proximidade com outra instituição de ensino, a Capital International Schools,
e também pela Mesquita, que devido a cultura do local é uma questão muito
significativa.
20

Observando o entorno é possível notar também as amplas vias de acesso


desse edifício, que são todas com pavimentação asfáltica, isso ajuda na
mobilidade urbana e mostra que a região conta com infraestrutura pública.

Figura 7 – Inserção Urbana Advance School for Developing Skills of Special Needs
Children

Advance School for Developing Skills of Special Needs Children

Capital International Schools

Mesquita

Fonte: Google Earth (2019), modificado pela autora.

Programa de Necessidades

O projeto tem 3.600 m² de área construída e uma área total de 4.200 m²,
o programa de necessidades desse projeto buscou concentrar diferentes
abordagens para os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi
observado que as áreas administrativa e diagnóstica, terapêutica, pedagógica e
o apoio residencial, foram separadas em blocos distintos, porém possuem uma
ligação entre si, além de terem acesso ao espaço de circulação externa como
21

uma área de transição. Todos os ambientes foram pensados de forma a oferecer


algum tipo de espaço sensorial, trazendo destaque para esse ponto do projeto.
A tabela 2 abaixo, qual foi a divisão dos ambientes em cada uma dessas áreas.

Tabela 2 – Programa de Necessidades da Advance School for Developing Skills of


Special Needs Children

Área Administrativa Área Diagnóstica Área Terapêutica


Recepção Sala de espera avaliação Cozinha
Sala de arquivos Salas de avaliação clínica Banheiros
Sala de espera Terraço
Sala de contabilidade Área de encontro de pais
Escritórios Espaço de uso alternativo
Área de saída Hidroterapia

Área Pedagógica Circulação Externa Área de Apoio Residencial


Salas de aula Jardim Sensorial Suítes
Banheiros Centro de Jardinagem Sala de estar
Depósitos Campo para Jogos Circulação
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Organograma e Fluxograma

Para o melhor entendimento do organograma e fluxograma desse


projeto, foi realizada uma análise em três partes, a primeira delas é em um
âmbito geral do terreno, como mostra a figura 8 abaixo, demostrando então que
a área de circulação externa, liga todos os blocos de edifícios, e que os maiores
fluxos são da área administrativa, diagnóstica e terapêutica, principalmente pois
são os locais inicias de triagem para a continuação do tratamento.

Figura 8 – Organograma e Fluxograma Setores Geral


22

Legenda – Setores Legenda - Fluxos


Circulação Externa Acesso Geral
Administrativo e Diagnóstico Acesso Funcionários, Pacientes/ Serviços
Terapêutico Acesso Pacientes, Familiares e Professionais da
Pedagógico Área Terapêutica
Residencial Acesso Residentes e Funcionários/ Serviços
Acesso Estudantes, Pedagogos e Funcionários/
Serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

O segundo organograma e fluxograma, é em relação aos setores


administrativo, diagnóstico e terapêutico, as figuras 9 e 10 representam esses
esquemas, que permitem observar a existência de uma ligação em relação aos
espaços da administração e da triagem inicial, que é realizada com o intuito de
saber qual as necessidades específicas de cada portador do Transtorno do
Espectro Autista, por esse mesmo motivo, possui um fluxo maior de transito de
pessoas, as demais áreas com fluxo menor se justifica pelo acesso mais restrito
aos funcionários. Além disso, a área terapêutica também conta com ambientes
que permitem criar a união dos pacientes com os pais, por isso também possui
um fluxo de pessoas menor, sendo um ambiente específico para as pacientes,
familiares e profissionais dessa área.
23

Figura 9 – Organograma Áreas Administrativa, Diagnóstica e Terapêutica

Legenda – Setores
Administrativo e Diagnóstico
Terapêutico
Pedagógico
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Figura 10 – Fluxograma Áreas Administrativa, Diagnóstica e Terapêutica


24

Legenda - Fluxos
Acesso Restrito Funcionários/ Serviços
Acesso Funcionários e Pacientes
Acesso Estudantes
Acesso Pacientes, Familiares e Professionais da Área Terapêutica
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

O último organograma e fluxograma, figuras 11 e 12, representam a


ligação das áreas de circulação externas, com a área pedagógica e residencial,
esses dois blocos são localizados mais ao fundo do terreno e possuem um
contato maior com essa área externa, porém como os usos dessas edificações
são mais restritos aos estudantes, pedagogos, funcionários/ serviços e
residentes, os fluxos são menos intensos, pois se tratam de ambientes que
necessitam de privacidade, para que exista uma maior concentração.

Figura 11 – Organograma Áreas Pedagógica e Residencial

Legenda – Setores
Circulação Externa
Pedagógico
Residencial
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
25

Figura 12 – Fluxograma Áreas Pedagógica e Residencial

Legenda - Fluxos
Acesso Estudantes e Pedagogos
Acesso Funcionários/ Serviços
Acesso Geral
Acesso Residentes
Acesso Residentes e Funcionários/ Serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Setorização

A setorização feita a partir da planta baixa do primeiro pavimento, desse


projeto basicamente é dividida em área terapêutica, áreas administrativa e
diagnóstica, área de apoio residencial, área pedagógica e área de circulação
externa, o entendimento da disposição dessas áreas pelo terreno, fica mais
compreensível com a figura 13 abaixo. Além disso, foi realizada uma divisão
setorial em relação as zonas sensoriais, divididas em alto estímulo (áreas
administrativa, diagnóstica e terapêutica), baixo estímulo (área pedagógica) e
zonas de transição (área de circulação externa). Os demais pavimentos seguem
plantas muito semelhantes que são setorizadas da mesma maneira, até mesmo
por isso o projeto dividiu os setores em diferentes blocos.
26

Nota-se a então, que as áreas administrativa, diagnóstica e terapêutica,


e pedagógica, se encontram mais à frente do terreno, devido a necessidade de
um acesso mais rápido, específico e informativo, principalmente da área
pedagógica, onde o uso é constante e diário, já a área de apoio residencial, é
localizada bem ao fundo do terreno, pois apresenta uma circulação de pessoas
mais baixa e específica para quem reside, por fim existe a área de circulação
externa, que se localiza disposta de maneira mais orgânica entre as edificações,
tornando o ambiente externo uma transição entre essas áreas.

Figura 13 – Setorização

7 3
8

4
10 1
5
6

N
Legenda – Setores
Circulação Externa 1 Entrada dos Estudantes 6 Hidroterapia
Administrativo e Diagnóstico 2 Entrada da Administração 7 Apoio Residencial
Terapêutico 3 Salas de Aula 8 Jardim Sensorial
Pedagógico 4 Área Terapêutica 9 Campo de Jogos
Residencial 5 Administração e Diagnóstico 10 Centro de Jardinagem
Alto Estímulo
Baixo Estímulo
Zonas de Transição
27

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados Archdaily (2013).

Sistema Construtivo

O projeto feito por Magda Mostafa, era na verdade de modernização de


um conjunto de edifícios residenciais existente, portanto em suas entrevistas não
foi informado o sistema construtivo utilizado na edificação.

Conforto Lumínico, Térmico e Acústico

Em seus estudos Magda Mostafa deixou bem claro que a questão térmica
e acústica, tinham grande importância no desenvolvimento das habilidades dos
portadores do Transtorno do Espectro Autista, por este motivo o projeto exibe a
presença de uma volumetria diferenciada, que se mescla com as aberturas para
a entrada de luz natural, átrios e elementos arquitetônicos, como os brisis, onde
foram utilizadas diferentes formas geométricas para regular a entrada da luz nos
ambientes, como mostram as figuras 14, 15 e 16 abaixo.

Figura 14 – Perspectiva Geral Projeto Advance School for Developing Skills of Special
Needs Children

Fonte: Archdaily (2013).


28

Figura 15 – Perspectiva Projeto Advance School for Developing Skills of Special


Needs Children

Fonte: Arce (2020).

Figura 16 – Fachada Projeto Advance School for Developing Skills of Special Needs
Children

Fonte: Arce (2020).

Os elementos paisagísticos estão muito presentes em todo o projeto,


tendo diferentes funções, desde servir para minimizar os impactos do clima,
deixando o microclima mais agradável, até para criar espaços como o jardim
sensorial e o campo de jardinagem por exemplo.
29

Mobiliário

O mobiliário foi planejado como forma de trazer funcionalidade na área


externa, como por exemplo as diferentes volumetrias utilizadas nos bancos.
Além disso, também foram criados elementos arquitetônicos que formam
ambientes menores, trazendo a sensação de privacidade para os usuários, e os
materiais pensados para compor esses ambientes foram principalmente a
madeira, revestimentos e diferentes cores.

Foi inserido também, outro elemento de destaque na área externa, o


jardim sensorial, que possui vegetação de diferentes portes, além da presença
de espelho d’água, trazendo uma variedade de zonas sensoriais dentro desse
espaço (figura 17).

Figura 17 – Perspectiva Jardim Sensorial Advance School for Developing Skills of


Special Needs Children

Fonte: Archdaily (2013).

Conclusão – Potencialidades e Fragilidades

Em relação a potencialidade de sua localização, o projeto se encontra em


uma área com infraestrutura suficiente para sua implantação, além de se
30

encontrar próximo a área residencial e com estabelecimentos de maior porte,


que buscam a inclusão.

O posicionamento e a separação dos blocos dentro do lote, também é


uma potencialidade, pois foram posicionados de maneira estratégica para
atender as necessidades de cada setor.

Esse projeto tem como grande destaque a questão do cuidado para que
exista relação com o sensorial, dentro e fora do edifício, foram utilizados muitos
recursos externos para trazer uma variedade de atividades, como o jardim
sensorial, que tem grande importância no projeto, primeiramente por fazer parte
de uma zona de transição sensorial, entre as edificações, mas também por
possuir diferentes recursos que deram destaque para esse local, como por
exemplo o uso de elementos arquitetônicos que criaram ambientes menores, o
que ajuda na socialização dos indivíduos portadores do transtorno. Além disso,
existe a presença de um centro de jardinagem, o que é muito interessante, pois
faz com que os usuários do local possam interagir de maneira mais prática com
esses elementos.

Uma fragilidade desse projeto é a questão de que os ambientes da área


administrativa e da área diagnóstica, se encontram misturadas, a questão de que
o setor administrativo possui um fluxo diferente de pessoas, pode ocasionar
ansiedade em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por esta
razão a separação dessas áreas poderiam concluir em um ambiente mais
adequado a esse uso.

7.2. Center for Discovery – Autism Campus, Harris, New York.

Sobre:

Projetado por Turner Brooks Architect em 2009, esse local se baseia em


um campus de vida e ensino focado em portadores do Transtorno no Espectro
Autista, sendo composto por 12 edifícios, sendo 3 voltados aos ensinos
pedagógicos e 9 ao residencial. Por se localizar em meio a um campo com
desníveis e muita vegetação, o projeto teve que se adaptar as necessidades de
topografia do local e aos requisitos ambientais.
31

Inserção Urbana

Esse projeto está inserido em uma área afastada dos centros urbanos
(figura 18), e une um centro de vivência e de aprendizagem, com a questão do
trabalho e saúde, oferecendo a essas instalações residenciais os cuidados
necessários. O foco desse projeto foi inserir nesse ambiente de produção
agrícola, um local para que os portadores do Transtorno do Espectro Autista
(TEA), tivessem a oportunidade de estudar e residir, porém ainda sim tratando o
transtorno. O projeto atende crianças e adultos com deficiências significativas, e
para eles essa interação com o ambiente é muito relevante. Apesar de se
localizar em uma cidade menor, possui proximidade com o Hospital Catskill
Regional Medical Center's, e com a estrada, que é a principal via de acesso, o
que é significativo para o projeto.

Figura 18 – Inserção Urbana Center for Discovery

Center for Discovery – Autism Campus

Hospital Catskill Regional Medical Center's

Área Total do Lote da Center for Discovery

Fonte: Google Earth (2020), modificado pela autora.


32

Programa de Necessidades

O programa de necessidades desse projeto foi pensado para inserir os


setores pedagógico e residencial ao loteamento do local, integrando as
atividades oferecidas por esse projeto, resultando em um total de 9 edificações
voltadas ao uso residencial, e 3 voltados a questão pedagógica, somam um total
de 12 blocos de edifícios para o projeto. A tabela 3 abaixo demonstra a divisão
dos ambientes nos edifícios com uso pedagógico, que possui uma
predominância de ambientes de uso social, dado sua funcionalidade, e a tabela
4 nos edifícios residenciais, sendo os quartos uma área íntima, privando o uso
para os usuários.

Tabela 3 – Programa de Necessidades Center for Discovery – Autism Campus –


Edifícios Pedagógicos

Setor Administrativo Setor Social Setor Serviços


Recepção Circulação Cozinha
Sala de Reuniões Salas de Aula Depósito
Sala dos Professores Sala Multiuso
Área de Armazenamento
Refeitório
Banheiros
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Tabela 4 – Programa de Necessidades Center for Discovery – Autism Campus –


Edifícios Residenciais

Setor Social Setor Íntimo Setor Serviços


Circulação Quartos Cozinha
Sala de Estar Depósito
Banheiros
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Organograma e Fluxograma
33

Para uma melhor análise, foram feitos 2 organogramas e 2 fluxogramas,


o primeiro, figura 19 abaixo, é o organograma da área pedagógica, nele pode-se
observar que apenas uma área de circulação geral liga aos outros ambientes,
tanto os sociais, quanto os administrativos, já na figura 20 com o fluxograma
dessa área, nota-se que depois da chegada na área interna do edifício, os fluxos
são divididos, pois os usos são basicamente gerais, permitindo um acesso
amplo, apenas nos setores administrativos e serviços, os fluxos são mais
restritos.

Figura 19 – Organograma Área Pedagógica

Legenda – Setores
Social
Serviços
Administrativo

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Figura 20 – Fluxograma Área Pedagógica


34

Legenda - Fluxos
Acesso Geral
Acesso Funcionários/ Serviços
Acesso Funcionários da Área Administrativa e Professores
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Abaixo com a figura 21, temos o organograma e fluxograma da área


residencial, e o que se nota é a existência de um setor íntimo, que seriam apenas
os quartos dos residentes com um fluxo reduzido e privativo, e os setores sociais,
que ligam as áreas em comum, como sala de estar e os banheiros, possuindo
consequentemente os fluxos mais intensos, com acessos mais gerais. Já no
setor serviços, o fluxo varia pela razão de que a cozinha e o depósito dessa área
residencial, pode ser utilizada tanto pelos próprios residentes, quanto pelos
funcionários/ serviços.

Figura 21 – Organograma e Fluxograma Área Residencial


35

Legenda – Setores Legenda - Fluxos


Social Acesso Geral
Serviços Acesso Residentes e Funcionários/ Serviços
Íntimo Acesso Restrito Residentes
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Setorização

Em relação a setorização da implantação, com a figura 22 abaixo, é


possível notar que no desenvolvimento do projeto foi pensado em uma maneira
de desviar e se adaptar a vegetação existente no terreno, evitando alterações no
ambiente, e a partir desse ponto se formaram composições que se assemelham
a vilas, sempre composta por um edifício da área pedagógica, e três da área
residencial, deixando-os dispostos de uma maneira mais espaçada pelo terreno,
o aproveitando como um todo, pois foram projetadas vias de acesso a todos
esses locais, e sempre deixando-as de maneira gradualmente curvadas, para
que não houvesse interrupções abruptas nos passeios.

Figura 22 – Setorização Implantação Center for Discovery


36

1
2

2
2 2 1
2
2
2
1
2
2

Legenda – Setores
Residencial 1 Edifício Área Pedagógica 2 Edifício Área Residencial
Pedagógico
Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados Turner Brooks Architect (2020).

Com a setorização das plantas baixas, observada na figura 23 abaixo,


nota-se que no edifício da área pedagógica, próximo da entrada está localizado
o setor administrativo, pela funcionalidade desses ambientes, e o restante é
basicamente setor geral, que liga os demais ambientes a partir de uma circulação
central, tendo o uso dos estudantes e professores, existe também alguns pontos
de serviços, que estão relacionados a manutenção do edifício.

Na área residencial o que se observa, é a presença da área íntima em


grande parte do local, já que é o foco principal dessa edificação, e também tem
as áreas sociais que abrangem os ambientes comuns e de uso geral dos
residentes, também com um pequeno foco de setor serviços para manter a
manutenção.
37

Entre esses edifícios foram pensados em pontos centrais, como uma


espécie de praça, para ajudar os portadores do Transtorno de Espectro Autista
a se localizarem em meio as demais edificações.

Figura 23 – Setorização das Plantas Baixas Center for Discovery

2
2

Legenda – Setores
Social 1 Edifício Área Pedagógica 2 Edifício Área Residencial
Serviços
Íntimo
Administrativo
Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados Turner Brooks Architect (2020).

Sistema Construtivo

De acordo com as informações do site do arquiteto Turner Brooks


Architect, não é exposta o sistema construtivo utilizado no projeto.
38

Conforto Lumínico, Térmico e Acústico

Em relação ao conforto térmico, como podemos ver na figura 24 abaixo,


foram utilizados muitas aberturas por toda a edificação, pricipalmente nos
edifícios que estão localizadas as áreas pedagógicas. O uso das janelas mais
altas, próximas ao telhado, favorecem a entrada de luz natural no edifício por um
período de tempo maior, além de que dessa maneira essa luz entra de forma
mais difusa, o que ajuda a não causar estranhamento nos portadores do
Transtorno do Espectro Autista.

Figura 24 – Edificação Área Pedagógica do Center for Discovery

Fonte: Turner Brooks Architect (2020).

Em uma perspectiva geral desses edifícios (figura 25), é possível notar,


que os formatos são bem diferenciados uns dos outros, possuindo diferentes
angulações, resultado de sua adaptação a paisagem existente e beneficiando a
entrada de luz natural dentro das edificações, além de que possuindo a
vegetação próxima das edificações, cria-se um microclima e auxilia a controlar a
entrada da luz natural direta, assim como também se observa essa
característica na figura 26.
39

Figura 25 – Perspectiva Geral Center for Discovery

Fonte: The Center for Discovery (2020).

Figura 26 – Perspectiva Externa da Área Pedagógica do Center for Discovery

Fonte: The Center for Discovery (2020).

Mobiliário

Com a figura 27, se observa que existem mobiliários nas áreas de


circulação, criando ambientes de estar menores, que ajudam os portadores
desse transtorno a desenvolver habilidades de interação social, e tornam o
ambiente mais direcionais, pois esses mobiliários possuem um design
40

diferenciado que condiz com o projeto arquitetônico. Existe também a presença


de mobiliário embutido nas paredes, como mostra a figura 28, isso ajuda a dar
continuidade ao ambiente, sem criar aglomerações em um único ponto.

Figura 27 – Interior da Edificação Apoio Pedagógico do Center for Discovery

Fonte: Turner Brooks Architect (2020).

Figura 28 – Interior da Edificação Apoio Pedagógico do Center for Discovery

Fonte: Turner Brooks Architect (2020).

Conclusão – Potencialidades e Fragilidades

Esse projeto possui como potencialidade o fato de se adaptar ao terreno


local, e para isso o arquiteto utilizou diferentes formatos e volumetrias nas
41

edificações, compostos por diferentes cores e caídas dos telhados, que se


destacaram em meio ao cenário local, e esses recursos auxiliam aos portadores
do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a se localizaram mais facilmente,
tornando esses elementos projetuais muito condizentes com o tema. A questão
da inserção de mobiliários internos nos espaços de circulação, auxiliam a
interação entre os usuários do ambiente, o que é benéfico relacionado ao
transtorno.

Outro elemento que representa uma grande potencialidade no projeto, foi


o uso de muitas aberturas para entrada de luz natural no interior das edificações,
como por exemplos as janelas mais altas, que torna a entrada da luz mais difusa
e indireta, sendo esse um recurso muito importante para os portadores desse
transtorno, que podem possuir atitudes negativas quando expostos a luzes muito
diretas.

Uma fragilidade encontrada foi a questão de que mesmo o projeto


atendendo diferentes faixas etárias, não existe nenhuma área para um apoio
terapêutico ou clínico, o que certamente traria mais benefícios ao local, pois a
infraestrutura nas áreas residenciais e pedagógicas atendem bem o local.

8. REFERÊNCIAS TEÓRICAS

8.1. Escola de Sobrosa, Sobrosa, Portugal

Sobre

O projeto do escritório CNLL, para a Escola de Sobrosa teve como


objetivos desenvolver um conceito de centro escolar modular que se adaptasse
a diferentes tipologias e topografias de terrenos, buscando a funcionalidade nos
ambientes internos, que se contrastam com a volumetria complexa externa,
como mostra a figura 29. Foi utilizado o pátio central para criar uma sensação de
continuidade entre os elementos que compõem o edifício e os espaços internos
foram estruturados de maneira mais objetiva e funcional.
42

Figura 29 – Perspectiva Externa Fachada da Escola de Sobrosa

Fonte: Archdaily (2015).

Conceito

O projeto possui um aspecto externo diferenciado, composto por uma


volumetria simples, porém destacada pelas diferentes angulações e direções
das águas das coberturas (figura 30), que fornecem um aspecto final mais
complexo e destacado ao edifício, além de que essa volumetria, foi planejada
pensando na orientação e na exposição solar, trazendo um diferencial para cada
bloco da composição final da edificação, o que nota-se na elevação leste da
figura 31.

Figura 30 – Perspectiva Externa Fachada Completa da Escola de Sobrosa


43

Fonte: Archdaily (2015).

Figura 31 – Elevação Leste da Escola de Sobrosa

Fonte: Archdaily (2015).

O principal conceito observado no projeto, foi o de inserir um pátio central


entre as edificações, como pode-se observar na planta baixa do piso térreo na
figura 32, o que traz uma ligação entre todos os setores desse local e permitem
uma maior absorção da luz natural para dentro do edifício, favorecendo os
aspectos de conforto lumínico.

Figura 32 – Planta Baixa Piso Térreo da Escola de Sobrosa

Fonte: Archdaily (2015).


44

8.2. Jardim Sensorial

Conceito

A conceituação de jardim sensorial segundo a Universidade Estadual


Paulista (UNESP) (2017), é de que esse local deve oferecer estímulo aos cinco
sentidos (tato, olfato, visão, paladar e audição), trazendo bem-estar e lazer,
sendo composto por uma diversidade de plantas, que forneçam diferentes
texturas, aromas e formas, e se adequando as limitações de quem utilizará o
espaço, podendo possuir canteiros elevados, proporcionando um alcance mais
fácil, e se adequando as normas de acessibilidade para que todos possam
usufruir desse espaço.

Em relação aos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a


questão sensorial é muito significativa, principalmente quando se tem a interação
com a natureza, fazendo com que esse conceito se encaixe nas necessidades
dos portadores, visando auxiliar no desenvolvimento de habilidades e interação
social. A figura 33 abaixo, demostra um exemplo de estrutura de um jardim
sensorial, sendo que além da vegetação, os aspectos sensoriais também foram
inseridos em elementos como a madeira e os pneus, que formaram coloridos
canteiros elevados.

Figura 33 – Jardim Sensorial do CEAPLA- Centro de Análise e Planejamento


Ambiental/IGCE/UNESP de Rio Claro, SP

Fonte: UNESP (2017).


45

Abaixo com a figura 34, também é possível notar que esse espaço de
jardim sensorial também pode ser proveitoso para quem não possui deficiências
visuais, auditivas e físicas, pois esse ambiente pode explorar ainda mais
aspectos sensoriais através de simulações e atividades.

Figura 34 – Jardim Sensorial do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Fonte: Organização Rio Solidário (2020).

Em Caraguatatuba existe uma praça sensorial (figura 35), localizada no


bairro Cidade Jardim, esse local possui além da vegetação, um caminho com
diferentes materiais, criando texturas para explorar os sentidos, além de
equipamentos de playground e academia ao ar livre, buscando ser um local
inclusivo, que pessoas que possuam ou não deficiências possam explorar.

Figura 35 – Praça Sensorial Cidade Jardim, Caraguatatuba, SP

Fonte: Google Earth (2020).


46

9. VISITA TÉCNICA VIRTUAL

9.1. New Struan School – A Centre for Autism, Alloa, Escócia

Sobre

Projetada por Aitken Turnbull e Andrew Lester, teve como objetivo


principal trazer o bem estar as crianças que possuem o Transtorno do Espectro
Autista (TEA), o projeto trouxe um ambiente seguro e estimulante, com a função
de que os estudantes pudessem interagir, aprender e se divertir. As
características arquitetônicas que foram inseridas no projeto buscaram trazer
ordem e movimento independente entre as áreas, para que os alunos pudessem
criar uma rotina, se organizando e se adaptando mais facilmente as atividades,
além de utilizar recursos como a entrada da luz natural, as cores e os ruídos,
pensando sempre na questão sensorial, que possui grande importância
envolvendo projetos que atendam às necessidades dos portadores do TEA.

Inserção Urbana

O projeto está inserido em uma região residencial da cidade, e mais


afastada do centro da cidade, como podemos ver na figura 36 abaixo, porém
existe também ao redor alguns pontos comerciais. A escolha desse local é
benéfica em relação ao fluxo menos intenso de tráfego, o que já auxilia na
questão dos ruídos externos, pois o projeto conta com áreas externas de uso
dos alunos. Um fator relevante na escolha do local de implantação desse projeto,
é a infraestrutura existente para facilitar o acesso ao local, como parada de
ônibus bem em frente à escola e a via de acesso pavimentada, como demonstra
a figura 37.

Figura 36 – Inserção Urbana New Struan School


47

New Struan School – A Centre for Autism, Alloa, Escócia

Fonte: Google Earth (2020).

Figura 37 – Parada de ônibus em frente ao New Struan School

Fonte: Google Earth (2020).


48

Programa de Necessidades

O projeto conta com uma infraestrutura pedagógica bem completa, pois


o horário escolar é integral e para isso é necessária uma grande variedade de
atividades complementares que auxiliem a prender a atenção dos estudantes e
diversificar a grade curricular, portanto foram inseridos diferentes tipologias de
salas e muitas áreas de uso em comum, tanto internas quanto externas, como
demostra a tabela 5 abaixo.

Tabela 5 – Programa de Necessidades New Struan School

Área Social Área Administrativa


Entrada Estudantes
Circulação Central Recepção
Salas de Aula Sala dos Professores
Sala Multiuso
Área de Armazenamento Área Serviços
Refeitório Cozinha
Banheiros Depósito Externo
Biblioteca Áreas Externas
Sala Sensorial Estacionamento
Sala de Ginástica Playground
Sala de Artes Quadra Poliesportiva
Sala de Culinária Academia ao Ar Livre
Refeitório Externo
Auditório
Circulação Externa
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Organograma e Fluxograma

Como exposto no item anterior, existe uma grande variedade de


ambientes no projeto, e basicamente apenas um extenso corredor central liga os
demais ambientes. Existe a entrada direto na recepção, por uma questão mais
informativa, e também a entrada para os estudantes que se encontra em um
corredor central, é a partir dessa circulação que se distribuem as salas e outros
ambientes comuns aos estudantes e professores, todo esse esquema é possível
observar com a figura 38 abaixo.
49

Figura 38 – Organograma New Struan School

Legenda – Setores
Social
Administrativo
Serviços
Externo
Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Como se observa na figura 39 abaixo, em relação aos fluxos desse


projeto, inicialmente os mais intensos são os que ligam as entradas, da recepção
e dos alunos, posteriormente esses fluxos se dividem entre os diferentes
ambientes sociais, como se trata de uma escola a grande maioria dos ambientes
são sociais, para o uso de todos os alunos, portanto os fluxos não variam muito.
50

Existem também alguns acessos mais restritos, com fluxos menos


intensos, sendo dos setores administrativos.

Figura 39 – Fluxograma New Struan School

Legenda - Fluxos
Acesso Geral
Acesso Funcionários da Área Administrativa e Geral
Acesso Professores
Acesso Funcionários/ Serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
51

Setorização

Os setores desse projeto são o social, serviços, administrativo e externo,


basicamente entrando no terreno se tem o acesso ao setor externo, e em relação
ao edifício, o acesso se dá pelo setor administrativo e social, que é basicamente
a área da escola em si, por isso é o setor mais extenso do projeto, seguindo com
alguns pontos de setor serviços, sendo interno e externo, que são locais de
assistência como depósito e cozinha. Observamos a disposição desses setores
na figura 40 abaixo.

Figura 40 – Setorização New Struan School

1
2

5
1

Legenda – Setores
Social 1 Estacionamento 4 Quadra Poliesportiva
Administrativo 2 Academia ao Ar Livre 5 Refeitório Externo
Serviços 3 Playground
Externo

Fonte: Elaborado pela autora com dados do Google Earth (2020).


52

Sistema Construtivo

As fontes não determinam qual o sistema construtivo utilizado no projeto,


porém sabe-se que em relação aos materiais, foram sempre escolhidos visando
o conforto térmico e acústico, tendo carpetes para manter a temperatura e muitas
aberturas para entrada da luz natural.

Conforto Lumínico, Térmico e Acústico

Em relação ao conforto lumínico, um dos maiores objetivos nesse projeto,


era conseguir aproveitar a iluminação natural, e para isso foram utilizados
diferentes recursos arquitetônicos, como por exemplo o telhado do corredor
central da edificação, que se tornou um grande átrio por sua vedação em vidro,
o que traz muita entrada de luz natural para dentro do local, como podemos ver
na figura 41. Se entende também que um ambiente iluminado naturalmente se
torna mais seguro e estimulante, pois os portadores do Transtorno do Espectro
Autista (TEA), podem apresentar desconforto com a iluminação fluorescente.

Figura 41 – Átrio do corredor central.

Fonte: Aikten Turnbull Architects (2005).


53

Além disso, em razão das grandes aberturas existem também brises, que
ajudam a controlar a entrada da luz nesses ambientes, tornando-os mais
confortáveis, como mostra a figura 42 abaixo.

Para a questão acústica, o carpete foi utilizado com a função de diminuir


os ruídos nas áreas sociais.

Em relação ao fator térmico, o edifício possui controle de temperatura em


todos os ambientes, para se adequar as necessidades dos portadores do
Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Figura 42 – Fachada New Struan School

Fonte: Aikten Turnbull Architects (2005).

Mobiliário

Por apresentar uma variedade de ambientes, existe também muitas


características arquitetônicas relacionadas ao mobiliário, como por exemplo na
área externa que possui, ciclovia, equipamentos de playground (figura 43), e de
academia ao ar livre, quadra, além de mesas em um refeitório externo.
54

Figura 43 – Playground New Struan School

Fonte: Scottish Autism (2016).

Os ambientes internos possuem uma variedade de mobiliários, alguns


bem específicos pelo seu uso, como por exemplo na figura 44 abaixo, da sala de
culinária, bem equipada para os alunos, assim como o refeitório (figura 45).

Figura 44 – Sala de Culinária New Struan School

Fonte: Scottish Autism (2016).


55

Figura 45 – Refeitório New Struan School

Fonte: Scottish Autism (2016).

A questão das cores foram utilizadas como recursos que auxiliam nas
atividades sensoriais, perceptivas e nas funções executivas (organização e
planejamento pessoal) e coerência central (organizando detalhes/ fazendo
conexões), por isso as portas que possuem acesso externo foram pintadas de
diferentes cores (figura 46), para que os alunos localizem suas salas depois das
atividades externas. As cores dos carpetes também foram pensadas para
orientar e definir ambientes. Um elemento arquitetônico específico aos
portadores do espectro autista, foram as curvas utilizadas nas áreas de
circulação e outros ambientes, que visam representar a continuidade e o
direcionamento.

Figura 46 – Área Externa New Struan School

Fonte: Aikten Turnbull Architects (2005).


56

Conclusão – Potencialidades e Fragilidades

Ambos os recursos utilizados nesse projeto, como a questão da


iluminação natural, as cores e as curvas utilizadas para introduzir a questão
direcional e dar continuidade aos ambientes, são de extrema importância quando
se projeta um ambiente para os portadores do Transtorno do Espectro Autista
(TEA), pois por existir diferentes níveis de manifestação do transtorno é
necessário pensar em atender a maior parte das necessidades existentes, e
como principal potencialidade foi a questão de se projetar pensando em todos
os aspectos para auxiliar no bem-estar nos portadores do transtorno.

Um ponto que poderia ter sido levado em consideração, é a existência de


uma área diagnóstica, para que se analisassem os níveis e quais seriam as
melhores atividades para cada estudante, isso elevaria o desenvolvimento
pessoal das habilidades necessárias para cada portador do TEA.

10. LEGISLAÇÃO

As legislações vigentes para o desenvolvimento do projeto de um Centro


de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) atualmente são:

10.1. Leis

• Lei Nº 969, de 11 de agosto de 1975, Código de Edificações


de Caraguatatuba

No capítulo II, essa lei dispõe de diretrizes para o uso de escolas, sendo
o tópico que mais se encaixa com o uso do projeto.

10.2. Normas Técnicas


• ABNT NBR 9050/ 2015 - Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
57

Nesta norma estão expostos os requisitos técnicos quanto ao projeto,


construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliários, espaços e
equipamentos urbanos às condições de acessibilidade, buscando que a maior
parte das pessoas, independentemente de suas limitações, possam utilizá-los.

• ABNT NBR 10152/ 2017 – Acústica – Níveis de pressão sonora


em ambientes internos a edificações

Em relação a acústica, essa norma estabelece os procedimentos


técnicos que devem ser adotados para execução de medição de níveis de
pressão sonora em ambientes internos a edificações, visando orientar a
elaboração de projetos acústicos.

• ABNT NBR 9077/ 2001 – Saídas de emergência em edifícios

É uma norma que traz requisitos para todos tipos de edificações, fazendo
com que se adequem para o fácil acesso por bombeiros, e ao fácil abandono em
caso de incêndios.

• ABNT NBR 15215-1/ 2001 – Iluminação natural Parte 1:


Conceitos básicos e definições

A questão da iluminação natural vem sendo cada vez mais abordada nos
projetos, por isso essa norma apresenta dados, técnicas, e informações básicas,
para auxiliar os profissionais a utilizar esse recurso de maneira correta.

10.3. Decretos

• Decreto Nº 63.911, de 10 de dezembro de 2018

Este decreto institui o Regulamento de Segurança Contra Incêndios das


edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e dá providências
correlatas.
58

• Decreto Nº 7.611, de 17 de novembro de 2011

O Ministério da Saúde, segundo esse decreto, dispõe sobre a educação


especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências,
inclusive em relação a instituições filantrópicas, e quais equipamentos e salas
esses ambientes devem conter.

• Decreto Nº 12.342, de 27 de setembro de 1978

Este regulamento do Estado de São Paulo, dispõe sobre normas de


promoção, preservação e recuperação da saúde no campo de competência da
Secretaria de Estado da Saúde, onde está explícita dimensionamentos mínimos
dos compartimentos.

• Portaria Nº615, de 15 de abril de 2013

Basicamente se trata de um documento que dispõe de diretrizes para


investimento na construção das CAPS (Centro de Atenção Psicossocial),
propondo dimensões mínimas para uma série de ambientes que se assemelham
ao tema do projeto.

10.4. Resoluções

• Resolução Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,


elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de
saúde, incluindo a questão do atendimento diagnóstico e terapêutico.

11. ANÁLISE E DIAGNÓSTICO - LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES


TÉCNICAS ESPECÍFICAS

11.1. Levantamento topográfico e cadastral


59

O local escolhido para a implantar o Centro de Apoio ao Transtorno do


Espectro Autista (TEA) está situado no Brasil, estado de São Paulo, na cidade
de Caraguatatuba (figura 47 e 48), no bairro Pontal Santa Marina. O terreno está
localizado em uma área que se caracteriza como expansão urbana do município,
a Fazenda Serramar, próximo do Hospital Regional do Litoral Norte, e em relação
ao seu acesso atualmente é feito através Rodovia BR-101, no trecho da Rodovia
Doutor Manoel Hipólito Rego, como segue na figura 49 abaixo, porém está sendo
finalizada a execução de uma nova via de acesso para o hospital regional, que
faz parte do projeto do contorno da Rodovia dos Tamoios, que atende o terreno
do projeto.

Figura 47 - Mapa de localização no País e Estado

Caraguatatuba

Fonte: Info Escola (2020), modificado pela autora.

Figura 48 - Mapa de localização de Caraguatatuba no Litoral Norte de São Paulo


60

Caraguatatuba

Identificação da localização do terreno em Caraguatatuba

Fonte: Research Gate (2017), modificado pela autora.

Figura 49 - Mapa de localização do terreno em relação ao entorno

Pontal Santa Marina

Delimitação da área do terreno


Novas vias de acesso ao Hospital Regional do Litoral Norte – Contorno Rodovia dos
61

Tamoios
BR- 101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego
Hospital Regional do Litoral Norte
Shopping Serramar

Fonte: Google Earth (2020), modificado pela autora.

Com base em uma visita realizada ao local, e com auxílio das imagens
aéreas, foi analisado diferentes aspectos da área escolhida, permitindo
desenvolver o diagnóstico em questão, viabilizando o avanço projetual
necessário.

Relacionado a topografia do local, os desníveis de ambos os perfis 1 e 2,


figuras 50 e 51 respectivamente, demonstram que a área é predominantemente
plana, existindo um desnível de aproximadamente 1 metro nos dois perfis.

Figura 50 – Perfil 1 do eixo Leste-Oeste

Delimitação da área do terreno


Fonte: Google Earth (2020).
62

Figura 51 – Perfil 2 do eixo Norte-Sul

Delimitação da área do terreno


Fonte: Google Earth (2020).

11.2. Registros no local da futura edificação e de arquivos cadastrais

11.2.1. Vizinhança da edificação

Segundo o Censo 2010, o bairro Pontal Santa Marina, onde o terreno se


localiza, é uma área residencial e possui o segundo menor índice de
adensamento populacional, como mostra a figura 52, sendo um aspecto positivo
para a proposta a ser inserida no local, que busca por um distanciamento das
áreas centrais da cidade, por sua função institucional.

O terreno em si, se encontra em uma área de expansão urbana onde


atualmente existem duas edificações próximas, sendo uma o Shopping
Serramar, e a outra o Hospital Regional do Litoral Norte, que também possui
esse baixo índice de densidade demográfica. A inserção do projeto nessa região
desenvolverá a questão institucional da área, criando uma variedade de
instituições para atender a cidade como um todo.
63

Em relação ao gabarito do entorno, por se tratar de um bairro residencial


os gabaritos vão de térreo à 1 pavimento, não possuindo grandes elevações,
além da existência do Shopping Serramar, também térreo, e o Hospital Regional
do Litoral Norte, que possui mais pavimentos, porém é localizado a
aproximadamente 200 metros da área de inserção do projeto.

Figura 52 – Mapa Densidade Demográfica Pontal Santa Marina

Bairro Pontal Santa Marina

Delimitação da área do terreno

Fonte: Censo – Sinopse por setores, IBGE (2010).

11.2.2. Síntese das leis municipais de parcelamento de solo e de


zoneamento

O terreno é categorizado com o zoneamento de ZMV-9 (zona mista


vertical – 9), de acordo com o Plano Diretor de Caraguatatuba – Lei
Complementar Nº42, de 24 de novembro de 2011, como pode-se notar na figura
53, se encaixando em relação a categoria de uso em IS-1 (institucional e de
serviços públicos), que é voltado ao uso de unidades de saúde, secretarias,
64

creches, escolas e postos de atendimento. Necessitando de uma área mínima


de lote de 500 m², com uma taxa de ocupação de 60% e um coeficiente de
aproveitamento de 2. Deve possuir uma frente mínima de 20 m e recuos mínimos
frontal de 6m, laterais de 3m e de fundo 3m. Em relação ao gabarito, por se tratar
de uma área de expansão urbana o máximo listado no ZMV é de térreo mais 18
pavimentos.

Figura 53 – Mapa Plano Diretor de Caraguatatuba

Delimitação da área do terreno


Fonte: Mapa Plano Diretor de Caraguatatuba (2020).

A figura 54 abaixo mostra os cálculos realizados com base na zona ZMV-


9, e baseado no resultado é possível desenvolver o dimensionamento do projeto.

Figura 54 – Cálculos Informativos

Informações do Terreno:

• Área Total: 8.275,25 m²


• Taxa de Ocupação: 4.965,15 m²
• Coeficiente de Aproveitamento: 16.550,50 m²
65

Fonte: Mapa Plano Diretor de Caraguatatuba (2020).

Outro aspecto a se considerar é o zoneamento ecológico de


Caraguatatuba, e baseado nesse documento a área em questão se classifica
como Z50D, como mostra a figura 55, o que caracteriza essa zona com uma taxa
de utilização de 80% e abrange todos os demais usos e atividades e insere as
atividades industriais, de mobilidade e logística.

Figura 55 – Mapa de Zoneamento Ecológico Caraguatatuba

Delimitação da área do terreno


Fonte: Mapa Zoneamento Ecológico (2020).

11.2.3. Serviços públicos, companhias concessionárias

Atualmente em Caraguatatuba, SP, a empresa que possui a concessão


dos serviços públicos de saneamento básico, é a SABESP (Companhia de
saneamento básico do Estado de São Paulo).
66

É a EDP (Energias de Portugal) a companhia concessionária que distribui


e comercializa a energia elétrica em Caraguatatuba, SP.

Portanto o local de inserção do projeto é atendido apenas pela EDP,


sendo que a SABESP, não atua nos trechos da Fazenda Serramar.

11.2.4. Transporte Coletivo

O atualmente o acesso principal para o terreno escolhido, é pela Rodovia


BR – 101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego, que é atendido pelo sistema de
transporte coletivo da cidade de Caraguatatuba. As linhas de ônibus ativas
circulam constantemente pela região, e os pontos de ônibus mais próximos estão
expostos na figura 56 abaixo.

Figura 56 – Mapa de localização de pontos de ônibus

Delimitação da área do terreno

Linhas principais de ônibus – BR – 101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego

Linhas das marginais que atendem os pontos de ônibus da área -Rua Min. Dílson
Funaro e Rua Álvaro Theodoro da Cruz
67

Pontos de ônibus sentido Região Sul

Pontos de ônibus sentido Região Norte

Fonte: Google Earth (2020).

As figuras 57 e 58 representam os dois pontos de ônibus mais próximos


ao acesso do terreno, ambos são do sentido Região Sul e possuem iluminação
próxima e calçadas pavimentadas para auxiliar na mobilidade, e garantindo uma
infraestrutura de acesso existente.

Figura 57 – Ponto de ônibus mais próximo do terreno

Fonte: Google Earth (2020).

Figura 58 – Ponto de ônibus mais próximo ao Shopping Serramar


68

Fonte: Google Earth (2020).

11.2.5. Água potável

Baseado nos dados apresentados pelo Plano Municipal Integrado de


Saneamento Básico de Caraguatatuba, apesar do terreno se localizar no bairro
Pontal Santa Marina, que é atendido pelo sistema de água potável da SABESP,
o lote em questão se encontra dentro da área particular da Fazenda Serramar,
que de acordo com a SABESP, se trata de um sistema isolado que não é
atendido pela empresa.

11.2.6. Esgotos sanitários

De acordo com o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de


Caraguatatuba, por se tratar de uma área particular da Fazenda Serramar, o
recebimento e tratamento do esgoto não são realizados pela SABESP, assim
como o visto no item anterior, fazem parte de um sistema isolado da própria
fazenda.

11.2.7. Escoamento de águas pluviais

Em relação ao escoamento das águas pluviais, como o terreno se


encontra dentro da área da Fazenda Serramar, existem córregos que passam
por todo o terreno que canalizam essas águas, principalmente pelo Rio
Juqueriquerê que está presente em grande parte dessa área, e se expande com
essas subdivisões. Como pode-se observar na figura 59 abaixo, o sentido do
escoamento das águas pluviais, busca esses córregos presentes na área.
69

Figura 59 – Mapa do escoamento pluvial do terreno e entorno

Delimitação da área do terreno

Rio Juqueriquerê

Canais

Sentido das águas pluviais

Fonte: Google Earth, modificado pela autora (2020).

11.2.8. Energia elétrica

No bairro Jardim Jaqueira existe uma central de torres de alta tensão


que chegam na cidade e são distribuídas. Nas vias de acesso ao terreno, tanto
a via mais recente (acesso ao contorno da Rodovia dos Tamoios), quanto na
Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego, a energia elétrica é
distribuída pelos postes ao longo de sua extensão, como mostram as figuras 60
e 61 abaixo, respectivamente.

Figura 60 – Postes de energia elétrica Via do contorno da Rodovia dos Tamoios


70

Fonte: A autora (2020).

Figura 61 – Postes de energia elétrica da Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel


Hipólito Rego

Fonte: A autora (2020).

11.2.9. Iluminação pública

Na Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego, é possível


identificar a iluminação pública presente, como mostra a figura 62. Já em frente
ao terreno, na via de acesso pelo contorno da Rodovia dos Tamoios, ainda não
71

existe esse recurso, tendo alguns pontos com iluminação pública, porém mais a
frente, já próximo ao Hospital Regional do Litoral Norte (figura 63), pelo
observado a instalação está sendo realizada conforme a necessidade das novas
edificações construídas nessa área, para fortalecer o crescimento do entorno
com a infraestrutura necessária, trazendo uma maior sensação de segurança
aos usuários desses locais.

Figura 62 – Iluminação pública Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego

Fonte: A autora (2020).

Figura 63– Iluminação pública Via do contorno da Rodovia dos Tamoios

Fonte: A autora (2020).


72

11.2.10. Gás combustível

Na região existem 2 postos de combustíveis mais próximos ao terreno,


sendo que estão a uma distância de cerca de 400 m do mesmo, e na área em
questão nunca houve nenhuma outra edificação ou postos de abastecimento
inseridos.

Dentro do território total da Fazenda Serramar, existe a UTGCA (Unidade


de Tratamento de Gás de Caraguatatuba), porém sua distância em relação ao
terreno é de mais de 6 quilômetros, não trazendo riscos para a implantação do
projeto.

11.2.11. Coleta de lixo

Segundo o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de


Caraguatatuba, o bairro Pontal Santa Marina possui coleta de lixo regularmente,
sendo realizada segunda, quarta e sexta-feira, nos horários das 5:00 às 13:20
horas. A empresa responsável pela execução da coleta de lixo na cidade é a
Fortnort.

Já a limpeza pública é realizada pela Prefeitura Municipal, e a maior parte


do transbordo dos resíduos é feito pela empresa Tejofran, com auxílio de outras
empresas diversas.

11.2.12. Pavimentação

Tanto na Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego, quanto na


via de acesso pelo contorno da Rodovia dos Tamoios, a existe a pavimentação
asfáltica, sendo um elemento facilitador para acesso com diferentes meios de
transporte, como se vê nas figuras 64 e 65 abaixo.
73

Figura 64 – Pavimentação asfáltica Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego

Fonte: A autora (2020).

Figura 65 – Pavimentação asfáltica Via do contorno da Rodovia dos Tamoios

Fonte: A autora (2020).

Em relação as calçadas no entorno, na Rodovia BR-101/ Rodovia Dr.


Manoel Hipólito Rego, existem alguns trechos que possuem calçadas, e alguns
possuem a ausência desse recurso, quando existentes são pavimentadas
(cimentadas), porém nos trechos mais próximos ao terreno existe a presença
das calçadas e também das ciclovias, que também são pavimentadas (figura 66).

Já no entorno no terreno em si, existem as calçadas pavimentadas


(cimentadas), sem ciclovias, porém possuem espaço para a ampliação das
calçadas e criação de ciclovias, como demonstra a figura 67.
74

Figura 66 – Calçada e ciclovia Rodovia BR-101/ Rodovia Dr. Manoel Hipólito Rego

Calçada Ciclovia
Fonte: Google Earth, modificado pela autora (2020).

Figura 67 – Calçada da via em frente ao terreno

Fonte: A autora (2020).

11.2.13. Terreno destinado a edificação

Vegetação: Em relação a vegetação do terreno, o que se pode observar


na figura 68, é que a área possui 1 árvore de médio porte na parte central do
terreno, sem formar nenhum maciço vegetal em sua centralidade, tendo todo o
restante de sua área coberta por vegetação rasteira.
75

Figura 68 – Árvore localizada no terreno

Fonte: A autora (2020).

Tipo de solo: Caraguatatuba por se localizar próximo ao mar, possui solos


de características arenosas, como o LVR (latossolo vermelho amarelo), e PC
(solo podzolizado em cascalhos), mas também possui áreas com características
mais argilosas, principalmente os locais mais afastados do mar.

Umidade: Esse fator tem grande importância na cidade como um todo,


que apresenta uma alta taxa de umidade, principalmente por sua localização,
estando próximo ao mar e a Serra do Mar, onde apresenta maior proximidade
com a área analisada.

11.2.14. Orientação Norte-Sul, direção e sentido dos ventos


predominantes

Insolação: Como já visto nos itens anteriores, a insolação é um fator muito


relevante para o desenvolvimento desse projeto, e pelo analisado, o terreno não
possui nenhuma edificação ou elemento natural próximo que barre a insolação
no local, recebendo muito o sol da manhã e tarde. A figura 69 abaixo demostra
com um croqui a trajetória solar recebida no local.
76

Figura 69 – Croqui insolação no terreno

Delimitação da área do terreno

Fonte: A autora (2020).

Além disso, com as cartas solares das fachadas do terreno, é possível


entender que a fachada A (figura 70) receberá o sol da parte da tarde, já fachada
B (figura 71) recebe praticamente sol da manhã toda, a fachada C (figura 72)
tem uma incidência direta do sol da manhã e da tarde, e a fachada D (figura 73)
que tem sua face recebendo todo sol da tarde.

Figura 70 – Insolação fachada A


77

Fonte: Sol-Ar (2020).

Figura 71 – Insolação fachada B

Fonte: Sol-Ar (2020).


78

Figura 72 – Insolação fachada C

Fonte: Sol-Ar (2020).

Figura 73 – Insolação fachada D

Fonte: Sol-Ar (2020).


79

Ventilação: Em Caraguatatuba a direção dos ventos predominantes são


do leste e sudeste, principalmente pelas correntes de ar marítimas, a figura 74
mostra como eles incidem no terreno de análise, como na área não existem
edificações ou elementos naturais muito próximos, a ventilação não possui
barreiras, sendo uma potencialidade para o desenvolvimento do projeto. Porém
na cidade também existem também os ventos noroeste, que possuem uma
intensidade maior e costumam ocorrer na região.

Figura 74 – Direção dos ventos predominantes

Delimitação da área do terreno

Fonte: A autora (2020).

Zoneamento bioclimático: Em Caraguatatuba esse zoneamento se


encaixa como Z3 (zona bioclimática 3), que propõe diretrizes relacionadas as
questões térmicas nas edificações, como o tamanho ideal de aberturas, de
sombreamentos e de recursos de aquecimento, variando do período do ano. A
figura 75 abaixo mostra o mapa com a zona que se adequa a cidade.
80

Figura 75 – Mapa de Zoneamento Bioclimático

Fonte: Labeee UFSC (2005).

Segundo a norma NBR 15220-03/ 2005 – Desempenho térmico de


edificações, Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas
para habitações unifamiliares de interesse social, a zona bioclimática 3 possui
uma série de diretrizes específicas, que estão expostas na figura 76 e 77.

Figura 76 – Diretrizes da zona bioclimática 3


81

Fonte: ABNT – NBR 15220-03 (2005).

Figura 77 – Diretrizes de aberturas, vedações e condicionamento térmico da zona


bioclimática 3

Fonte: ABNT – NBR 15220-03 (2005).

Edificações existentes: No local não existe nenhuma edificação


atualmente.

12. LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA

A legislação urbanística incidente no local que determina usos, gabaritos,


recuos, taxas de ocupação e coeficiente de aproveitamento, é a seguinte:

• Lei Complementar Nº42, de 24 de novembro de 2011

Dispõe do Plano Diretor de Caraguatatuba, que categoriza zoneamentos,


usos e dados cadastrais da cidade.
82

13. PARTIDO ARQUITETÔNICO

O partido arquitetônico do projeto se baseia em dois aspectos, o primeiro


é relacionado ao fato de que o projeto engloba uma variedade de setores de
usos específicos, e para trazer privacidade e funcionalidade a dinâmica do uso
do local, o partido se tornou separar os diferentes setores em blocos distintos,
atendendo as necessidades de cada um, tendo como base as análises projetuais
realizadas nos itens anteriores. Além disso, outro fator que é determinante para
o projeto, se tornando outro aspecto de partido de implantação, está ligado a
presença de uma árvore de médio porte inserida na centralidade do terreno,
como mostra a figura 78, visando mantê-la e dispor os diferentes blocos ao seu
redor, tornando-a parte do projeto e interligando os demais setores.

Figura 78 – Árvore no terreno

Delimitação da área do terreno

Indicação da árvore existente

Fonte: Google Earth, modificado pela autora (2020).

14. PROGRAMA DE NECESSIDADES


83

Para o desenvolvimento do Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro


Autista (TEA), o programa de necessidades foi divido por setores, sendo eles,
administrativo, áreas técnicas, terapêutico e diagnóstico, externo e pedagógico.
As tabelas formuladas através dos dados da Lei Nº 969, de 11 de agosto de
1975, do Decreto Nº 12.342, de 27 de setembro de 1978 e da Portaria Nº615, de
15 de abril de 2013, permitiram incluir as áreas mínimas de cada ambiente.

A área administrativa (tabela 6) concentra os ambientes responsáveis


pelo funcionamento do local como um todo, além de ser um setor informativo,
possuindo desde recepção, até salas administrativas. Já as áreas técnicas
(tabela 7) são locais de apoio a infraestrutura do local.

Tabela 6 – Programa de necessidades – Setor Administrativo

Quant. Setor Administrativo Área mín.


2 Recepção 10 m²
1 Hall de espera 10 m²
2 Sala de reunião 16 m²
1 Sala diretor geral 12 m²
1 Arquivo 4 m²
1 Tesouraria 12 m²
1 Recursos humanos 12 m²
1 Copa funcionários 4 m²
4 WC social 2,50 m²
2 WC funcionários 2,50 m²
2 Vestiário funcionários 6 m²
1 Sala controle técnico 10 m²
1 DML 2 m²
Fonte: A autora (2020).

Tabela 7 – Programa de necessidades – Áreas Técnicas

Quant. Áreas Técnicas Área mín.


1 Lixo 2,5m²
1 Gás 2,5m²
1 Segurança Patrimonial 5 m²
Fonte: A autora (2020).
84

O setor terapêutico e diagnóstico (tabela 8) tem ambientes pensados


para fazer uma triagem dos pacientes ingressantes e salas para os tratamentos
contínuos. O setor externo (tabela 9) são infraestruturas de apoio terapêutico
relacionado ao sensorial e ao esporte.

Tabela 8 – Programa de necessidades – Setor Terapêutico e Diagnóstico

Setor Terapêutico e
Quant. Área mín.
Diagnóstico
1 Hall de espera 10 m²
3 Sala psicoterapia 7,5 m²
3 Sala fonoaudiologia 7,5 m²
2 Sala terapia ocupacional 7,5 m²
2 Sala fisioterapia 7,5 m²
1 Sala assistência social 10 m²
1 Enfermaria 6 m²
2 WC social 2,50 m²
2 WC funcionários 2,50 m²
1 DML 2 m²
1 Copa funcionários 4 m²

Fonte: A autora (2020).

Tabela 9 – Programa de necessidades – Setor Externo

Quant. Setor Externo Área mín.


1 Jardim sensorial 25 m²
1 Campo jardinagem 10 m²
1 Quadra poliesportiva 432 m²
1 Playground 25 m²
1 Academia ao ar livre 20 m²
1 vaga a cada
1 Estacionamento
15 pessoas
Fonte: A autora (2020).

Em relação ao setor pedagógico (tabela 10), os ambientes foram


pensados para atender o público mais jovem do ensino fundamental e médio, e
os adultos, com salas de ensino profissionalizante, além disso está incluso uma
variedade de salas para diferentes usos.
85

Tabela 10 – Programa de necessidades – Setor Pedagógico

Quant. Setor Pedagógico Área mín.


3 Circulação 1,50 m de largura para até 200 alunos
4 Salas de aula 1 m² - por aluno cadeira dupla
3 Sala profissionalizante 1 m² - por aluno cadeira dupla
1 Sala de artes 1 m² - por aluno cadeira dupla
1 Sala sensorial 1,35 m² - por aluno cadeira individual
2 Laboratório de informática 1,35 m² - por aluno cadeira individual
1 Sala multiuso 1,35 m² - por aluno cadeira individual
2 Vestiário alunos 6 m²
1 Depósito papelaria 6 m²
2 WC funcionários 2,50 m²
6 WC social 2,50 m²
1 Refeitório 1 m² por usuário
1 Copa 4 m²
2 DML 2 m²
1 Brinquedoteca 1,35 m² - por aluno cadeira individual
2 Biblioteca 2 m² por leitor
1 Sala dos professores 12 m²
1 Arquivo 4 m²
1 Copa funcionários 4 m²
1 Sala de reunião 16 m²
1 Coordenação 12 m²
1 Sala do coordenador 12 m²
Fonte: A autora (2020).

15. ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

Seguindo o partido arquitetônico, com a questão de separar setores em


diferentes blocos, foi formulado o croqui do organograma geral abaixo (figura
79), e a partir deste foi desenvolvido o organograma da figura 80 demonstrando
que do acesso principal do terreno se subdividem os demais setores, dando foco
também para as áreas externas, que abrange uma série de outros locais que
estarão dispostos no projeto.
86

Figura 79 – Croqui organograma geral dos setores

Fonte: A autora (2020).

Figura 80 – Organograma geral dos setores

Legenda – Setores
Geral
Administrativo
Pedagógico
Terapêutico e Diagnóstico
Áreas Técnicas
Externo
Fonte: A autora (2020).

Em relação ao fluxograma geral dos setores, se entende com a figura 81


abaixo, que os fluxos mais intensos serão direcionados aos setores que
87

possuem atividades mais cotidianas, como o pedagógico, terapêutico e


diagnóstico e externo, que engloba áreas que atividades esportivas e sensoriais,
já os demais setores possuirão consequentemente um fluxo menos intenso.

Figura 81 – Fluxograma geral dos setores

Legenda - Fluxos
Acesso geral e funcionários da área administrativa
Acesso funcionários da área técnica
Acesso estudantes e professores
Acesso pacientes e terapeutas
Acesso geral
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: A autora (2020).

A ligação dos ambientes do setor administrativo, foram pensados para


atender novos ingressantes no Centro de Apoio, os usuários que forem fazer
agendamentos de terapias, e aos funcionários, como mostra o croqui inicial na
figura 82, e também a formulação final da figura 83.

Figura 82 – Croqui organograma setor administrativo


88

Fonte: A autora (2020).

Figura 83 – Organograma setor administrativo

Legenda – Setores
Restrito
Social
Serviços
Fonte: A autora (2020).
89

Já o fluxograma desse setor administrativo, se baseia em um fluxo mais


intenso entre as áreas sociais de uso geral, e um fluxo mais subdividido e restrito
aos setores restritos a funcionários, como nota-se na figura 84 abaixo.

Figura 84 – Fluxograma setor administrativo

Legenda - Fluxos
Acesso funcionários
Acesso geral
Acesso restrito funcionários da área de serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: A autora (2020).

No setor terapêutico e diagnóstico, uma área de circulação/ espera


interliga os demais ambientes, como se nota no croqui da figura 85 desenvolvido
previamente, e na formulação final da figura 86, basicamente pela questão de
90

que todos eles se tratam de serviços individuais, ou que possuam agendamento


prévio.

Figura 85 – Croqui organograma setor terapêutico e diagnóstico

Fonte: A autora (2020).

Figura 86 – Organograma setor terapêutico e diagnóstico


91

Legenda – Setores

Social
Restrito
Geral Terapêutico e diagnóstico
Serviços
Administrativo
Fonte: A autora (2020).

Para o fluxograma desse setor terapêutico e diagnóstico, como se


observa na figura 87, a ligação do setor externo com o hall de espera/ circulação,
possui um fluxo mais intenso, que são subdivididos entre as demais salas das
terapias, áreas de acesso restrito a funcionários e serviços, possuindo fluxos
moderados e baixos.

Figura 87 – Fluxograma setor terapêutico e diagnóstico

Legenda - Fluxos
Acesso geral
Acesso geral e funcionários da área administrativa
92

Acesso pacientes e profissionais da área terapêutica


Acesso funcionários
Acesso restrito funcionários da área de serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.

Fonte: A autora (2020).

Para o setor pedagógico como se observa no croqui inicial desenvolvido


(figura 88), a ideia seria utilizar uma circulação vertical para dar mais privacidade
as diferentes atividades por faixa etária, pois estão inclusos ambientes para
diferentes níveis de ensino, variando de salas de aula que atendem fundamental
e médio, e também salas profissionalizantes, porém com a figura 89 do
organograma final, foi visto a necessidade de manter um acesso mais fácil tendo
esses ambientes de ensino sem circulação vertical, e priorizando essa
verticalização apenas para uso mais restrito como de coordenação.

Figura 88 – Croqui organograma setor pedagógico

Fonte: A autora (2020).

Figura 89 – Organograma setor pedagógico


93

Legenda – Setores
Restrito
Geral pedagógico
Serviços
Fonte: A autora (2020).

Basicamente segundo o fluxograma da área pedagógica, demonstrado


pela figura 90 abaixo, o setor geral, de uso dos estudantes e professores
apresenta um fluxo mais intenso, por ser o foco principal dessa área,
apresentando fluxos menos intensos nos demais setores, por se caracterizarem
como mais restritos.
94

Figura 90 – Fluxograma setor pedagógico

Legenda - Fluxos
Acesso funcionários
Acesso estudantes e professores
Acesso restrito funcionários da área de serviços
*A espessura das setas representa a intensidade do fluxo.
Fonte: A autora (2020).

16. SETORIZAÇÃO

Inicialmente com o desenvolvimento de um croqui (figura 91), a


setorização se formou em função de sua localização, sendo analisada a inserção
95

de cada setor no terreno, e com o desenvolvimento final na figura 92, foi definido
que o setor administrativo disposto mais próximo à nova via do contorno da
Rodovia dos Tamoios, seria benéfico por sua função e por precisar de menos
privacidade que os demais setores. E então, as demais laterais do terreno tendo
a disposição dos setores pedagógicos e terapêutico e diagnóstico, visando essa
privacidade, já que não existem vias próximas a essas fachadas no local. Além
disso, para o setor externo existe uma maior distribuição pelo terreno, por
englobar também o estacionamento, e para o setor de áreas técnicas, sua
disposição se encontra próxima ao acesso principal do terreno, para facilitar o
acesso sem circulação interna na área. Em relação as áreas estimulantes, a área
terapêutica e diagnóstica é a mais estimulante, pois trata exatamente cada
necessidade individual e até mesmo em grupo, dependendo da terapia, o setor
pedagógico é de baixo estímulo, pois se trata de uma área de uso coletivo, não
sendo específico para nenhuma individualidade, e o setor externo é uma zona
estimulante de transição, pois liga os demais setores e possui outros ambientes
inseridos nele.

Figura 91 – Croqui de setorização

Fonte: A autora (2020).


96

Figura 92 – Setorização

Legenda – Setores
Administrativo
Pedagógico
Terapêutico e Diagnóstico
Áreas Técnicas
Externo
Alto Estímulo
Baixo Estímulo
Zonas Estimulantes de Transição

Fonte: A autora (2020).

17. DIMENSIONAMENTO/ QUADRO DE ÁREAS

Baseado na setorização o desenvolvimento do projeto resultou em um


dimensionamento de áreas, sendo que o setor administrativo é composto 2
blocos, sendo um deles com pavimento térreo e superior, possuindo um total de
97

496,18 m², e o outro bloco apenas térreo com 191,18 m² adotando as áreas da
tabela 11 abaixo.

Tabela 11 – Quadro de áreas – Setor Administrativo

Quant. Setor Administrativo Área mín. Área adotada


2 Recepção 10 m² aprox. 40 m²
1 Hall de espera 10 m² 37,05 m²
2 Sala de reunião 16 m² aprox. 16,90 m²
1 Sala diretor geral 12 m² 18,34 m²
1 Arquivo 4 m² 16,15 m²
1 Tesouraria 12 m² 16,90 m²
1 Recursos humanos 12 m² 16,15 m²
1 Copa funcionários 4 m² 22,65 m²
4 WC social 2,50 m² aprox. 17,69 m²
2 WC funcionários 2,50 m² aprox. 17,69 m²
2 Vestiário funcionários 6 m² aprox. 19,53 m²
1 Sala controle técnico 10 m² 16,05 m²
1 DML 2 m² 14,21 m²
Fonte: A autora (2020).

Para as áreas técnicas a área total utilizada foi de 45,36 m², dividida como
na tabela 12 abaixo.

Tabela 12 – Quadro de áreas – Áreas Técnicas

Quant. Áreas Técnicas Área mín. Área adotada


1 Lixo 2,5 m² 31,69 m²
1 Gás 2,5 m² 12,41 m²
1 Segurança Patrimonial 5 m² 5,77 m²
Fonte: A autora (2020).

No setor terapêutico e diagnóstico a área total utilizada foi de 789,53 m²,


possuindo pavimento térreo. A tabela 13 abaixo demonstra essa divisão de
áreas.

Tabela 13 – Quadro de áreas – Setor Terapêutico e Diagnóstico


98

Setor Terapêutico e
Quant. Área mín. Área adotada
Diagnóstico
1 Hall de espera 10 m² 212,78 m²
3 Sala psicoterapia 7,5 m² aprox. 29,46 m²
3 Sala fonoaudiologia 7,5 m² aprox. 29,46 m²
2 Sala terapia ocupacional 7,5 m² aprox. 29,46 m²
2 Sala fisioterapia 7,5 m² aprox. 42,69 m²
1 Sala assistência social 10 m² 29,67 m²
1 Enfermaria 6 m² 29,31 m²
2 WC social 2,50 m² aprox. 21,52 m²
2 WC funcionários 2,50 m² aprox. 17,55 m²
1 DML 2 m² 29,73 m²
1 Copa funcionários 4 m² 32,13 m²

Fonte: A autora (2020).

O setor externo é composto por diferentes áreas que interligam os demais


setores do projeto resultando na tabela 14 abaixo com as áreas adotadas para
cada ambiente.

Tabela 14 – Quadro de áreas – Setor Externo

Quant. Setor Externo Área mín. Área adotada


1 Jardim sensorial 25 m² 607,50 m²
1 Campo jardinagem 10 m² 35,57 m²
1 Quadra poliesportiva 432 m² 432,00 m²
1 Playground 25 m² 233,47 m²
1 Academia ao ar livre 20 m² 151,97 m²
9 vagas automóvel
1 vaga a cada
1 Estacionamento 6 vagas motocicletas
15 pessoas
2 bicicletários
Fonte: A autora (2020).

A área pedagógica possui 3 blocos sendo 2 deles apenas térreo, um com


411,50 m², o segundo com 279,75 m², e o terceiro bloco possui pavimento térreo
e superior que somam uma área total de 897,02 m², divididos nas áreas adotadas
da tabela 15 abaixo.
99

Tabela 15 – Quadro de áreas – Setor Pedagógico

Quant. Setor Pedagógico Área mín. Área Adotada


1,50 m de largura para até
3 Circulação aprox. 107,19 m²
200 alunos
1 m² - por aluno cadeira
4 Salas de aula aprox. 31,46 m²
dupla
1 m² - por aluno cadeira
3 Sala profissionalizante aprox. 37,02 m²
dupla
1 m² - por aluno cadeira
1 Sala de artes 20,72 m²
dupla
1,35 m² - por aluno cadeira
1 Sala sensorial 18,70 m²
individual
1,35 m² - por aluno cadeira
2 Laboratório de informática aprox. 19,21 m²
individual
1,35 m² - por aluno cadeira
1 Sala multiuso 45,36 m²
individual
2 Vestiário alunos 6 m² aprox. 16,02 m²
1 Depósito papelaria 6 m² 9,22 m²
2 WC funcionários 2,50 m² aprox. 17,11 m²
6 WC social 2,50 m² aprox. 17,11 m²
1 Refeitório 1 m² por usuário 54,83 m²
1 Copa 4 m² 29,30 m²
2 DML 2 m² aprox. 6,02 m²
1,35 m² - por aluno cadeira
1 Brinquedoteca 15,61 m²
individual
2 Biblioteca 2 m² por leitor aprox. 31,39 m²
1 Sala dos professores 12 m² 45,36 m²
1 Arquivo 4 m² 32,36 m²
1 Copa funcionários 4 m² 19,39 m²
1 Sala de reunião 16 m² 51,13 m²
1 Coordenação 12 m² 34,86 m²
1 Sala do coordenador 12 m² 37,02 m²
Fonte: A autora (2020).

18. ESTUDO PRELIMINAR

18.1. Processo

A partir do desenvolvimento das análises referenciais, diagnóstico,


programa de necessidades, organograma e fluxograma e setorização, nos itens
anteriores, se iniciaram os croquis, baseados na divisão dos setores no terreno
100

de acordo com as características apresentadas no decorrer no diagnóstico,


sendo na figura 93 o primeiro deles, com as ideias das formas das plantas baixas
e dos diferentes elementos e atividades da área externa, como a quadra
poliesportiva e os canteiros com vegetação. Posteriormente a ideia foi se
refinando, como mostra a figura 94.

Figura 93 – Croqui inicial da implantação

Fonte: A autora (2020).

Figura 94 – Segundo croqui da implantação


101

Fonte: A autora (2020).

Baseado nos croquis iniciais a ideia do setor externo começou a ser mais
explorada, localizando o jardim sensorial, os estacionamentos, a quadra
poliesportiva, a academia ao ar livre, o campo de jardinagem e o playground,
como mostra o croqui da figura 95, e foi então desenvolvendo mais o setor
externo com a figura 96.

Figura 95 – Croqui de implantação – Setor Externo


102

Playground

Pedagógico

Quadra

Academia ao
ar livre ADM
Terap.
e Diag.
Campo de
Jardinagem

Jardim sensorial

Fonte: A autora (2020).

Figura 96 – Croqui de implantação colorido – Setor Externo

Pedagógico

ADM Terap.
e Diag.

Fonte: A autora (2020).


103

Dando continuidade as ideias de implantação, foi desenvolvido um


segundo croqui colorido (figura 97), com alterações em relação aos acessos ao
local, e também a inserção de jardins internos em duas das edificações, visando
trazer iluminação natural para dentro dos edifícios, mais também para criar uma
sintonia com a implantação, criando uma semelhança com a área exterior. Foi
então desenvolvido dois croquis de perspectiva geral do projeto, tendo a ideia de
visualizar as volumetrias (figura 98 e 99).

Figura 97 – Segundo croqui de implantação colorido

Fonte: A autora (2020).

Figura 98 – Croqui de perspectiva geral 1

Fonte: A autora (2020).


104

Figura 99 – Croqui de perspectiva geral 2

Fonte: A autora (2020).

Posteriormente foram desenvolvidas as seguintes perspectivas, a figura


100 da perspectiva geral mostra os diferentes setores separados em blocos
distintos, sendo interligados pelo jardim sensorial central. Além disso, se observa
que o uso de brisis. Já a figura 101 retrata bem a questão dos acessos e
estacionamento, exaltando também os demais canteiros trabalhados no projeto.
E a figura 102 é uma perspectiva do jardim sensorial.

Figura 100 – Perspectiva Geral 1

Fonte: A autora (2020).


105

Figura 101 – Perspectiva Geral 2

Fonte: A autora (2020).

Figura 102 – Perspectiva Jardim Sensorial

Fonte: A autora (2020).

Foram desenvolvidos diferentes croquis das plantas baixas de cada


setor, sendo o primeiro o administrativo, que foi dividido em dois pavimentos,
106

como mostram as figuras e 103 e 104, seguindo um aspecto mais curvo, se


adaptando ao terreno e tendo como base uma das referências teóricas.

Figura 103 – Croqui planta baixa térreo setor administrativo

Fonte: A autora (2020).

Figura 104 – Croqui planta baixa pavimento superior setor administrativo

Fonte: A autora (2020).


107

Já para o setor pedagógico, foram desenvolvidas duas plantas baixas, do


pavimento térreo e do superior, visando a separação dos ensinos fundamental e
médio, do ensino profissionalizante, as figuras 105, 106 e 107, demonstram
essas plantas.

Figura 105 – Croqui planta baixa setor pedagógico

Fonte: A autora (2020).

Figura 106 – Croqui planta baixa térreo setor pedagógico

Fonte: A autora (2020).


108

Figura 107 – Croqui planta baixa pavimento superior setor pedagógico

Fonte: A autora (2020).

Por fim foi desenvolvido o setor terapêutico e diagnóstico, sendo apenas


um pavimento, para facilitar o acesso as terapias, sendo um lado composto por
uma sala de cada terapia, para se realizado o diagnóstico, e do outro tendo mais
salas para atender os pacientes já em tratamento, como nota-se na figura 108.

Figura 108 – Croqui planta baixa térreo setor terapêutico e diagnóstico

Diagnóstico
Tratamento
109

Fonte: A autora (2020).

Posteriormente foi analisada a questão de utilizar mais o terreno com a


edificação e criar um eixo para que o projeto pudesse aproveitar mais a luz
natural, e assim também alterar a localização de alguns dos elementos externos,
para que esses espaços se conectassem melhor com os setores, desenvolvendo
essas características se resultou na figura 109 abaixo.

Figura 109 – Terceiro croqui de implantação

Fonte: A autora (2020).

E com o desenvolvimento desse croqui de implantação, se chegou no


croqui final (figura 110), onde houve alterações como a separação em blocos,
pela análise da privacidade necessária em cada setor e ambiente, além de que
possui embasamento na referência teórica. Foi necessário criar elementos que
unissem esses setores, como pergolados, em função da proteção as
intempéries.
110

Houve uma adaptação para a centralização do jardim sensorial, como um


pátio que desse o acesso a esses blocos externamente, também foi uma
alteração positiva pela funcionalidade desse local.

Figura 110 – Croqui final de implantação

Fonte: A autora (2020).

Em função das alterações relacionadas a separação por blocos, as


plantas baixas sofreram adaptações, como por exemplo o setor administrativo
em que houve uma separação em dois blocos, o primeiro mais como uma
questão informacional e logística do centro, com dois pavimentos (figura 111), e
o segundo voltado a questão administrativa relacionado a agendamentos, além
de possuir espaços dos funcionários, como demonstra a figura 112.

Figura 111 – Croqui final de planta baixa Bloco 1 Setor Administrativo, Pavimento
Térreo e Pavimento Superior
111

Pavimento Térreo Pavimento Superior

Fonte: A autora (2020).

Figura 112 – Croqui final de planta baixa Bloco 2 Setor Administrativo, Pavimento
Térreo

Fonte: A autora (2020).

O setor terapêutico e diagnóstico (figura 113), também foi repensado para


atender todas as terapias e possuir um fácil acesso a essas salas, que se ligam
através de uma circulação com jardim interno, para trazer mais iluminação
natural.
112

Figura 113 – Croqui final de planta baixa Setor Terapêutico e Diagnostico, Pavimento
Térreo

Fonte: A autora (2020).

Por fim o setor pedagógico, que foi subdividido em 3 blocos, sendo o


primeiro focado no ensino infantil, fundamental e médio, com as salas de aula,
como mostra a figura 114 abaixo. Já o segundo bloco é uma área geral, com
refeitório, brinquedoteca e banheiros (figura 115). E o terceiro bloco possui 2
pavimentos, o térreo, que é focado no ensino profissionalizante, e o pavimento
superior, que é uma área onde concentra o espaço de coordenação e
professores (figura 116).
113

Figura 114 – Croqui final de planta baixa Bloco 1 Setor Pedagógico, Pavimento Térreo

Fonte: A autora (2020).

Figura 115 – Croqui final de planta baixa Bloco 2 Setor Pedagógico, Pavimento Térreo

Fonte: A autora (2020).

Figura 116 – Croqui final de planta baixa Bloco 3 Setor Pedagógico, Pavimento Térreo
e Pavimento Superior
114

Pavimento Térreo Pavimento Superior

Fonte: A autora (2020).

19. MEMORIAL JUSTIFICATIVO

O projeto buscou atender as necessidades referentes ao tema Centro de


Apoio ao Transtorno do Espectro Autista, com o intuito de inserir em apenas um
local, apoio pedagógico, terapêutico e diagnóstico, e um setor administrativo
visando a parte informacional e de funcionamento do local como um todo,
separados em diferentes edificações, dando a privacidade necessária a cada um
deles.

O terreno escolhido se localiza em um bairro que é de fácil acesso para


ambos os extremos da cidade de Caraguatatuba, possui infraestrutura adequada
para implantação de um projeto deste porte, além de ser próximo a
estabelecimentos relevantes, como o Hospital Regional do Litoral Norte, que se
assemelha a uma das referências analisadas anteriormente, e o terreno em si
não faz encontro de vias em 3 fachadas, se tornando um espaço mais tranquilo
e se adaptando melhor a funcionalidade do projeto. Devido a esses fatores, o
setor administrativo se encontra mais à frente do terreno, na fachada onde passa
115

a via do contorno da Rodovia dos Tamoios, já que não necessita de tanta


privacidade como os demais setores. Seguindo essa estratégia, o setor
pedagógico e o terapêutico e diagnóstico, foram posicionados próximos as
demais fachadas que não possuem vias passando diretamente, para manter o
silêncio e a privacidade necessária, apesar da separação por blocos, o projeto
possui um pergolado em madeira com cobertura em vidro, que cria uma ligação
entre os acessos e entre os edifícios, facilitando nos dias de chuva. Outro
aspecto relacionado ao terreno é o desnível de 1 m, que em função do projeto
lidar com o Transtorno do Espectro Autista, foi projetado o nivelamento do
terreno como um todo a 61 cm do nível da rua, com rampas diretamente nos
acessos principais do terreno, e rampas de acesso as edificações a 71 cm, o que
dará maior autonomia de locomoção dentro do espaço como um todo.

Foi utilizado também muro ao redor do terreno, tanto pela segurança dos
usuários, como foi observado nas análises projetuais, e para contribuir com a
questão dos possíveis ruídos externos, além da inserção de canteiros próximos
as edificações, que possuem essa mesma finalidade.

Em relação a implantação, o projeto buscou utilizar o terreno de modo a


unir os setores através dos jardins e elementos externos, mantendo a árvore já
existente no local e a inserindo no jardim sensorial, que possuirá diferentes
recursos que se adequam a esse uso e exploram a questão sensorial, com um
canteiro elevado com espécies de diferentes aromas, texturas, cores, formatos
e gostos, além das árvores frutíferas que complementaram esse aspecto. Esse
espaço também conta com uma área ao ar livre onde diferentes pisos poderão
ser explorados pelos usuários. Ainda na área externa existe uma diversificação
de equipamentos de lazer e recreação, como academia ao ar livre, playground e
um campo de jardinagem que conta com diferentes níveis, para explorar a
questão motora e de coordenação, unido a atividade a um espaço de estar,
visando se tornar um complemento aos projetos de cada edificação.

O estacionamento foi posicionado na fachada sul do terreno, aproveitando


o recuo frontal e sendo separado por muro, o que buscou minimizar o tráfego de
veículos próximo as edificações, foi inserido uma área de embarque e
desembarque pois as funcionalidades do projeto, tanto pedagógicas quanto
terapêuticas, adotam esse tipo de estratégia.
116

As edificações buscaram trazer para o interior a ideia da vegetação, com


jardins internos que serão vedados com vidro, tendo partes fixas e partes de
correr, permitindo a entrada de luz natural e ventilação ao interior do edifício, e
como elemento característico para os portadores do transtorno, os blocos que
exigem um maior tempo de permanência para os portadores do transtorno,
possuem curvas internamente, esse recurso é utilizado com o intuito de dar
continuidade aos ambientes, tornando mais fácil a questão direcional para os
portadores do TEA. Foi utilizado também brisis nas edificações, que moldaram
a volumetria e é um recurso que auxiliará no controle da incidência de sol dentro
de cada ambiente, com base nas análises das referências projetuais e teóricas.

O setor administrativo possui 2 blocos, sendo o primeiro, ambientes que


realizam a logística de funcionamento de todos os setores do projeto, exigindo
menos tempo de permanência dos portadores do espectro, e o segundo uma
questão administrativa que lida com agendamentos e espaços de vestiário para
funcionários.

No setor terapêutico e diagnóstico, existe do lado esquerdo da edificação


as salas de diagnóstico, sendo uma de cada terapia e complementada por
assistência social e enfermagem, visando analisar os tratamentos mais
adequados, e no restante a edificação possui a questão do tratamento, tendo
salas de diferentes terapias.

O setor pedagógico foi dividido em 3 blocos, sendo o primeiro com salas


de aula de nível infantil, fundamental e médio, o que justifica estar mais próximo
ao acesso, já o segundo bloco é um espaço geral, com banheiros, refeitório e
vestiário, e o terceiro bloco possui pavimento térreo, com salas de ensino
profissionalizante, para atender diferentes faixas etárias, e pavimento superior
com acesso restrito aos profissionais desse setor, concentrando a coordenação.
Essa divisão de blocos foi realizada para fornecer a privacidade aos diferentes
usos, que poderão ocorrer nos mesmos horários.

Nas edificações o sistema estrutural em concreto armado permitiu


alcançar maiores vãos, tendo pilares com dimensões que acompanham as
paredes, sendo 50 cm x 15 cm, e 50 cm x 20 cm, já as vigas possuem dimensões
de 80 cm x 15 cm e 80 cm x 20 cm, e as vigas que sustentam as lajes da caixa
d’água e barrilete possuem 30 cm de altura, acompanhando as larguras das
117

paredes, sendo as externas em alvenaria convencional, e internamente em


drywall, visando a flexibilidade no projeto e o conforto térmico e acústico. O
projeto contou com forros em gesso, de 30 cm e 80 cm de altura, variando da
necessidade dos ambientes.

Os dimensionamentos das caixas d’águas foram feitos a partir da


necessidade de cada bloco unindo funcionários e usuários, o bloco 1 do setor
administrativo com um uso médio de 35 pessoas, sendo 50 l/dia, resultou em
uma caixa de 2.000L, o bloco administrativo 2 com uso de 20 pessoas, sendo 80
l/dia, em função dos vestiários, resultou em 2.000L. O setor terapêutico e
diagnóstico com uma média de 56 pessoas, sendo 50 l/dia, foi utilizado uma
caixa de 3.000L. Em relação ao setor pedagógico, o bloco 1 com uso de 65
pessoas, com média de 50 l/dia, resulta em 3.250L, que foram divididos em duas
caixas d’água uma de 3.000L e outra de 500L, o bloco 2 desse mesmo setor foi
onde se concentrou a reserva de incêndio de 12.000L, referente a metragem
quadrada e a funcionalidade do projeto, em função disso junto com uma média
de 60 pessoas usando 50 l/dia, resultou em 3 caixas d’águas de 5.000L, e o
bloco 3 com uma média de 70 pessoas com 50 l/dia, resultou em 2 caixas d’água,
uma de 3.000L e uma de 500L. Esses dados de dimensionamento foram
baseados na instrução técnica nº 22/2018 do Corpo de Bombeiros do Estado de
São Paulo e no livro Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura (2009) de
Roberto de Carvalho Júnior.

Basicamente as análises projetuais realizadas auxiliaram a compor uma


série de necessidades para atender corretamente esse público e todos os
usuários do local, fornecendo uma variedade de infraestruturas que visa a
melhoria na qualidade de vida e bem-estar dos portadores do Transtorno do
Espectro Autista.
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.1. Implantação

esc 1:300

0,50

7,24
0,50

0,50

0,50

21,0
9
0,61

28,4
3
0,50
s
0,60

0,65

0,61
0,50

0,01

0,50

0,46
0,61
0,50 0,01

0,60 0,31

0,16

s 0,50

0,50

0,50
0,65 0,61

0,50
0,61

0,50
0,50
s

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 2 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
20. Peças Gráficas 24/11/20 118
20.1. Implantação 1:300
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.2. Implantação - Paisagismo


0,50 0,50
esc 1:300
0,50

0,50

0,61

0,50
s
0,60

0,65

0,61
0,50

0,01

0,50

0,46
0,61

0,50 0,01

0,60
0,31

0,50 0,16

0,15
18,2
2

0,00

0,50

0,50
0,65 0,61
1

0,50

7
21,1

0,61

0,61
0,50

0,50
0,50
s

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 2 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
20. Peças Gráficas 24/11/20 119
20.2. Implantação - Paisagismo 1:300
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.3. Setor Pedagógico

PLANTA COBERTURA BLOCO 1 SETOR PEDAGÓGICO

PLANTA BAIXA TÉRREO BLOCO 1 SETOR PEDAGÓGICO

CORTE BB
CORTE AA
IMPLANTAÇÃO CHAVE

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
LAYOUT SALA DE AULA - 31,60 m²
ELEVAÇÃO LESTE BLOCO 1 SETOR PEDAGÓGICO 20. Peças Gráficas 24/11/20 120
20.3. Setor Pedagógico 1:125
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.3. Setor Pedagógico

ELEVAÇÃO LESTE BLOCO 2 SETOR PEDAGÓGICO

CORTE CC

PLANTA BAIXA TÉRREO BLOCO 2 SETOR PEDAGÓGICO PLANTA COBERTURA BLOCO 2 SETOR PEDAGÓGICO

IMPLANTAÇÃO CHAVE

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
CORTE DD DETALHE ENCAIXE DE BRISES TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
20. Peças Gráficas 24/11/20 121
20.3. Setor Pedagógico 1:125
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.3. Setor Pedagógico

PLANTA BAIXA TÉRREO BLOCO 3 SETOR PEDAGÓGICO PLANTA BAIXA PAV. SUPERIOR BLOCO 3 SETOR PEDAGÓGICO

IMPLANTAÇÃO CHAVE

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador

LAYOUT SALA PROFISSIONALIZANTE LAYOUT SALA PROFISSIONALIZANTE Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
24 ALUNOS - 51,13 m² 16 ALUNOS - 34,86 m² TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
CORTE EE 20. Peças Gráficas 24/11/20 122
20.3. Setor Pedagógico 1:125
1. 20. PEÇAS GRÁFICAS

20.3. Setor Pedagógico

CORTE FF

IMPLANTAÇÃO CHAVE
ELEVAÇÃO LESTE BLOCO 3
SETOR PEDAGÓGICO

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
PLANTA COBERTURA BLOCO 3 SETOR PEDAGÓGICO 20. Peças Gráficas 24/11/20 123
20.3. Setor Pedagógico 1:125
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.4. Setor Administrativo

CORTE KK

CORTE LL

PLANTA BAIXA TÉRREO BLOCO 1 SETOR ADMINISTRATIVO PLANTA BAIXA PAV. SUPERIOR BLOCO 1 SETOR ADMINISTRATIVO

IMPLANTAÇÃO CHAVE

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
ELEVAÇÃO NORTE BLOCO 1 SETOR ADMINISTRATIVO DETALHE BANHEIRO SOCIAL 20. Peças Gráficas 24/11/20 124
20.4. Setor Administrativo 1:125
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.4. Setor Administrativo

DETALHE COBERTURA TELHA SANDUÍCHE

PLANTA BAIXA TÉRREO BLOCO 2 SETOR ADMINISTRATIVO

DETALHE PAREDE DRY WALL

PLANTA COBERTURA BLOCO 1 SETOR ADMINISTRATIVO PLANTA COBERTURA BLOCO 2 SETOR ADMINISTRATIVO ELEVAÇÃO OESTE BLOCO 2 SETOR ADMINISTRATIVO

IMPLANTAÇÃO CHAVE

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
CORTE II CORTE JJ
20. Peças Gráficas 24/11/20 125
20.4. Setor Administrativo 1:125
20. PEÇAS GRÁFICAS

20.5. Setor Terapêutico e Diagnóstico

PLANTA COBERTURA SETOR TERAPÊUTICO E DIAGNÓSTICO

ELEVAÇÃO NORTE SETOR TERAPÊUTICO E DIAGNÓSTICO

CORTE GG

IMPLANTAÇÃO CHAVE

CORTE HH

Centro Universitário Módulo


Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
PLANTA BAIXA TÉRREO SETOR TERAPÊUTICO E DIAGNÓSTICO LAYOUT SALA TERAPIA OCUPACIONAL 29,46 m² LAYOUT SALA FISIOTERAPIA 42,79 m² 20. Peças Gráficas 24/11/20 126
20.5. Setor Terapêutico e Diagnóstico 1:125/ 1:200
Figura 119 - Perspectiva Geral Acessos

20. PEÇAS GRÁFICAS

20.6. Volumetrias

Figura 117 - Perspectiva Geral Fachada Sul

Fonte: A autora (2020).

Figura 120 - Perspectiva Geral Fachada Sul 2

Fonte: A autora (2020).


Fonte: A autora (2020).

Figura 118 - Perspectiva Geral Fachada Leste Figura 121 - Perspectiva Jardim Sensorial - Pisos Figura 122 - Perspectiva Jardim Sensorial - Canteiro

Fonte: A autora (2020). Fonte: A autora (2020).


Centro Universitário Módulo
Orientador: Douglas Santos Salvador
Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
Fonte: A autora (2020). 20. Peças Gráficas 24/11/20 127
20.6. Volumetrias -
Figura 125 - Perspectiva Geral Fachada Oeste - Áreas de Lazer e Recreação

20. PEÇAS GRÁFICAS

20.6. Volumetrias

Figura 123 - Perspectiva Geral Fachada Oeste

Fonte: A autora (2020).

Figura 126 - Perspectiva Geral Superior 1

Fonte: A autora (2020).


Fonte: A autora (2020).
Figura 124 - Perspectiva Geral Fachada Norte Figura 127 - Perspectiva Geral Superior 2

Fonte: A autora (2020).

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Aluna: Bianca Carrião dos Santos RGM - 16008154
TC 1 - Centro de Apoio ao Transtorno do Espectro Autista
20. Peças Gráficas 24/11/20 128
Fonte: A autora (2020).
20.6. Volumetrias -
129

21. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de desenvolvimento desse trabalho envolveu uma série de


estudos para compreender como relacionar corretamente o Transtorno do
Espectro Autista, com a arquitetura e paisagismo, e baseado nos resultados
obtidos em cada um dos tópicos apresentados, foram entendidas as reais
necessidades, que aplicadas em um anteprojeto gerou uma proposta ampla,
composta por implantação, plantas baixas, cortes, elevações e perspectivas, que
atende esse público e propõe as assistências e infraestruturas essenciais para
fornecer o apoio terapêutico, diagnóstico e pedagógico.

A proposta visou atender uma extensa gama de portadores do TEA,


incluindo diferentes idades e níveis de manifestação do transtorno, ofertando
atividades e espaços que buscam explorar o desenvolvimento de questões
sociais e comportamentais, baseados na terapia, ensino, esporte e lazer.
130

22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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