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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Diagnóstico
Diagnóstico eminentemente clínico. Para aumentar a acurácia do diagnóstico, pode-se dispor
de escores.

Critérios de Framingham: 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores

- Critérios maiores (+ específicos):

- Cardiomegalia (RX)

- Turgência jugular (aumento da urgência a 45º)

- Refluxo hepatojugular (compressão da região do fígado aumenta a turgência


jugular)

- Dispneia paroxística noturna (acorda com dispneia – 1 ou 2 horas após deitar)

- Ortopneia (dispneia imediata quando deita)

- Crepitações pulmonares

- Edema agudo de pulmão

- Terceira bulha (galope ventricular) – relacionado com uma desaceleração no


início da diástole, muito comum da IC sistólica.

- Critérios menores (menos específicos):

- Edema de tornozelos

- Tosse noturna

- Dispneia aos esforços

- Hepatomegalia

- Derrame pleural

- Taquicardia (FC > 120 bpm)

Fisiopatologia
Diminuição do débito cardíaco e/ou aumento das pressões de enchimento  Ativação: SRAA e
SN simpático  Retenção de H20 e Sódio e vasoconstrição  congestão pulmonar e sistêmica.

Classificação
- Quanto à etiologia, quanto a classe funcional e estágio.

Etiologia
- Isquêmica

- Mais comum

- Fatores de risco CV

- Exames: ECG com área inativa; ECO com alteração segmentar*

* Alteração segmentar em parede ANTERIOR (a. descendente anterior),


LATERAL (a. circunflexa) ou INFERIOR (a. coronária direita).

- Hipertensiva

- 2ª causa mais prevalente

- HAS resistente

- Hipertrofia concêntrica no ECO (parede mais grossa)

- Chagas

- Epidemiologia

- ECG: BRD + BDAS

- ECO: aneurisma apical

Estágio

Estágio A: fatores de risco

Estágio B: doença estrutural sem sintomas

Estágio C: sintomas atuais ou prévios (aqui que faz diagnóstico)

Estádio D: sintomas refratários

Essa classificação é progressiva, não volta atrás nunca.

Classe funcional (NYHA) – dispneia

CF I: Assintomático (grandes esforços)

CF II: Esforços habituais (moderados esforços)

CF III: Esforços menores que habituais (pequenos esforços – dentro de casa)

CF IV: Dispneia ao repouso

Essa classificação é dinâmica!

Fração de Ejeção do VE

- classificação importante para definir tratamento


- FE preservada: > 50% (diastólica)

- FE intermediaria: 40 – 49%

- FE reduzida: < 40% (sistólica)

O tratamento está bem estabelecido para quem tem FE reduzida!

Tratamento
ICC:

- Tripé: IECA/BRA + Espironolactona + Betabloqueador*

*Betabloqueador: esses 3 reduzem mortalidade: carvedilol, bisoprolol, succinato de


metoprolol.

OBS: Diurético de alça não reduz mortalidade, ele é apenas sintomático.

- Se esse tripé não tiver conseguindo segurar os sintomas, podemos lançar mão de
outras medicações que reduzem mortalidade:

- Hidralazina + nitrato (principalmente em negros e quando tem


contraindicação ao IECA/BRA)

- Sacubitril + Valsartana (ARNI): em substituição ao IECA/BRA (nunca


associado)

- Ivabradina: só pode ser usada se FC > 70 bpm e ritmo sinusal (reduz a


frequência do nó sinusal).
INSUFICIENCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA
Paciente descompensa  não inicia betabloqueador, mas se paciente já usava MANTER!

1º  ver o perfil: tem sinais de congestão (úmido/seco)? Tem sinais de baixo débito
(quente/frio)?

Perfil A: “A de Arábia, quente e seco. A de alta  ambulatório”

Perfil B: mais comum. “B de Brasil, quente e úmido”

Perfil C “C de Curitiba, frio e úmido”

Tratamento Perfil B:

 Diurético:
o Furosemida 0,5 – 1 mg/kg EV
o Se não resolver: dá outro diurético com outro tipo de ação, tipo o Tiazídico VO.
 Vasodilatador
o Captopril ou Nitrato VO ou
o Nitroglicerina EV ou
o Nitroprussiato EV (evitar se IAM prévio ou IAM no momento)
 Se hipoxemia ou EAP: VNI (CPAP ou BiPAP)
 Betabloqueador:
o Não introduzir durante a descompensação
o Se já usa: manter (pode ter efeito rebote de taquicardia)

Tratamento perfil C;

 Diurético
o Furosemida 0,5-1mg/kg EV
o Tiazídico VO
 Inotrópico
o Dobutamina EV (aumenta a força de contração)
 Vasodilatador: só se não estiver hipotenso!
o Nitroglicerina EV
o Nitroprussiato EV (evitar se IAM prévio ou atual)
 Betabloqueador:
o Não introduzir na descompensação
o Se já usa: reduzir a dose (metade)

Tratamento perfil L:

 Buscar causas:
o Perdas TGI (diarréia/vômitos)
o Excesso de diurético
 1º: VOLUME
o SF ou RL 250 ml EV  reavalia, ausculta pulmão
 Se paciente melhorar e virar perfil A  Reduzir diurético
 Se paciente melhora perfusão, mas fica congesto, vira perfil B 
Diurético em dose baixa + Vasodilatador
 Se paciente continua com sinais de hipoperfusão mas ficou congesto,
perfil C  Diurético (dose baixa) + Inotrópico (Dobutamina)

RESUMO SOBRE O BETABLOQUEADOR NA DESCOMPENSAÇÃO DE IC:

 NUNCA introduzir
 Se já usa:
o Sem baixo débito: manter a dose
o Com baixo débito: reduzir a dose (metade)
o Suspende apenas se choque cardiogênico! Casos extremos.

Principais causas da descompensação da IC:

 Isquemia (ECG + troponina)


 Arritmias (ECG)
 Infecção (rastreio infeccioso)

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