Você está na página 1de 10

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA (SANARFLIX)

CONCEITOS E OBJETIVOS DA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Vigilância Epidemiológica (VE): um “conjunto de ações que


proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos”. (Lei Orgânica da Saúde, Lei 8080/1990)
 Ou seja, a vigilância epidemiológica tem como propósito
fornecer orientação técnica permanente para os profissionais
de saúde, para que possam ter informações atualizadas sobre
a ocorrência de doenças e agravos, bem como dos fatores
que a condicionam, numa área geográfica ou população
definida, de maneira que os auxiliem na tomada de decisão
sobre a execução de ações de controle de tais condições.
 A vigilância epidemiológica constitui-se em importante
instrumento para o planejamento, a organização,
normatização e a operacionalização dos serviços de saúde.
FUNÇÕES
São funções da vigilância epidemiológica: coleta de dados; processamento
de dados coletados; análise e interpretação dos dados processados;
recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas; promoção
das ações de prevenção e controle indicadas; avaliação da eficácia e
efetividade das medidas adotadas e divulgação de informações pertinentes.
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da
disponibilidade de dados que sirvam de base para a produção de
informação para ação, ou seja, que irão direcionar as ações a serem
tomadas.
 A qualidade da informação depende, sobretudo, da adequada coleta
de dados gerados no local onde ocorre o evento sanitário.
 Os dados devem primariamente ser organizados e estruturados, para
que se constitua a informação epidemiológica capaz de subsidiar o
processo de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento
das ações.
 A coleta de dados é realizada em todos os níveis de atuação do
sistema de saúde.

Tipos de Dados
1. Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos.
 A disponibilidade de indicadores demográficos e socioeconômicos é
essencial para a caracterização da dinâmica populacional e das
condições gerais de vida, com as quais estão vinculados os fatores
condicionantes da doença ou agravo sob vigilância.
 Dados sobre aspectos climáticos e ecológicos também podem ser
necessários para a compreensão do fenômeno analisado.
 Os dados demográficos permitem quantificar (mensurar) grupos
populacionais, com o objetivo de definir denominadores para o
cálculo de taxas.
 O número de habitantes, de nascimentos e de óbitos devem ser
discriminados segundo características de sua distribuição por sexo,
idade, situação do domicílio, escolaridade, ocupação, condições de
saneamento, entre outras.

2. Dados de Morbidade

São os dados mais utilizados em vigilância epidemiológica, uma vez


que permitem a detecção imediata ou precoce de problemas
sanitários.
 Tratam-se, em geral, de dados oriundos da notificação de
casos e surtos, da produção de serviços ambulatoriais e
hospitalares, de investigações epidemiológicas, da busca ativa
de casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras
fontes.

3. Dados de Mortalidade
Possuem fundamental importância como indicadores da gravidade da
doença ou agravo monitorado, sendo ainda, no caso particular de doenças
de maior letalidade, mais válidos do que os dados de morbidade, por se
referirem a fatos vitais bem marcantes e registrados de maneira mais
adequada.
 Sua obtenção provém de declarações de óbitos, padronizadas e
processadas nacionalmente.

FONTES DE COLETA DE DADOS


 Notificação
Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou
agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
adequadas.
 Historicamente, a notificação compulsória tem sido a principal
fonte da vigilância epidemiológica.
A listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo
Ministério da Saúde, considerando aquelas de maior relevância sanitária
para o país e obedecendo a alguns critérios.
Por estes motivos, a lista de doenças e agravos de notificação é
periodicamente revisada.
 Os dados coletados sobre as doenças de notificação
compulsória são incluídos no Sistema Nacional de Agravos
Notificáveis (SINAN).
 Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias
de interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e
definidos os mecanismos operacionais correspondentes.

Os parâmetros para inclusão de doenças e agravos na lista de notificação


compulsória devem obedecer aos seguintes critérios:
Magnitude: aplicável a doenças de elevada frequência, que afetam grandes
contingentes populacionais.
Potencial de disseminação: representado pelo elevado poder de
transmissão da doença.
Transcendência: expressa-se pela severidade da doença ou agravo, medida
por taxas de letalidade, de hospitalização e de sequelas.
Vulnerabilidade: medida pela disponibilidade concreta de instrumentos
específicos de prevenção e controle da doença.
Compromissos internacionais: relativos ao cumprimento de metas
continentais ou mundiais de controle, de eliminação ou de erradicação de
doenças.
Ocorrência de emergências de saúde pública, epidemias e surtos: são
situações que impõe notificação imediata de todos os eventos de saúde que
impliquem risco de disseminação de doenças, com o objetivo de delimitar a
área de ocorrência, elucidar o diagnóstico e deflagrar medidas de controle
aplicáveis.
O caráter compulsório da notificação implica responsabilidades formais
para todo cidadão e uma obrigação inerente ao exercício da medicina, bem
como de outras profissões na área de saúde.
Mesmo assim, sabe-se que a notificação nem sempre é realizada, o que
ocorre por desconhecimento de sua importância e, também, por descrédito
nas ações que dela devem resultar.

Ao realizar a notificação, alguns critérios devem ser atendidos:


1) notificar a simples suspeita da doença ou evento, não sendo
necessário aguardar a confirmação do caso para se efetuar a
notificação, pois isso pode significar perda da oportunidade de
intervir eficazmente.
2) a notificação deve ser sigilosa;
3) quando for ausente casos de notificação compulsória o profissional
de saúde deve preencher a notificação negativa, que funciona como um
indicador de eficiência do sistema de informações.

Principais Doenças e Agravos de


Notificação Compulsória
Investigação Epidemiológica
Dados Laboratoriais
Imprensa e População

SISTEMAS SENTINELA
São sistemas de informações capazes de monitorar indicadores chaves na
população geral ou em grupos especiais, para que sirvam de alerta precoce
para o sistema de vigilância.
 SE LIGA! Existem vários tipos desses sistemas, um exemplo são a
organização de redes fontes sentinelas de notificação especializadas
no acompanhamento e vigilância da situação de câncer e de
influenza.

SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN)

 É o mais importante para a Vigilância Epidemiológica. Foi


desenvolvido para ser operado a partir das unidades de saúde,
considerando o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos
de notificação, em todo o território nacional, desde o nível local.
 É alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de
casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças
de notificação compulsória, mas é facultado a estados e municípios
incluírem outros problemas de saúde, importantes em sua região.
 Por isso, o número de doenças e agravos contemplados pelo SINAN
vem aumentando.
Sistema de Informação sobre
Mortalidade (SIM)

Seu instrumento padronizado de coleta de dados é a declaração de óbito


(DO).
 SE LIGA! A obrigatoriedade de preenchimento da DO, para todo
óbito ocorrido, é determinada pela lei federal n°6.015/73
As informações obtidas através das DO possibilitam também o
delineamento do perfil de morbidade de uma área, no que diz respeito às
doenças mais letais e às doenças crônicas não sujeitas à notificação
compulsória.

Sistema de Informação Sobre


Nascidos Vivos (SINASC)

O número de nascidos vivos constitui-se em relevante informação para o


campo da saúde pública, pois a partir do mesmo, pode-se construir
inúmeros indicadores, voltados para avaliação de riscos à saúde do
segmento materno-infantil.
 Este dado representa o denominador dos coeficientes de mortalidade
infantil e materna.
A obrigatoriedade desse registro é também dada pela Lei n° 6.015/73.

Você também pode gostar