Você está na página 1de 45

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE CIÊNCIAS

Departamento de Física
Curso de Física
Física Ambiental
Grupo: VIII

Tema 5: Energia Para o Uso Humano

Discente:
Francisco, Denilson Manuel
Cint ya Comé

Regent e: PhD. Julião Cumbane

Dra. Vância Macamo

Maputo, Março de 2021


Índice
Resumo ....................................................................................................................................... 3
Objectivo Geral ........................................................................................................................... 4
I. Introdução ............................................................................................................................ 5
1.1. Combustíveis fósseis ........................................................................................................ 8
1.3. Gás natural........................................................................................................................ 9
1.3.1. Composição .................................................................................................................. 9
1.3.2. Exploração .................................................................................................................... 9
1.3.3. Produção ....................................................................................................................... 9
1.3.4. Condicionamento ........................................................................................................ 10
1.3.5. Processamento ............................................................................................................ 10
1.4. O carvão ......................................................................................................................... 11
1.4.1. Composição do carvão mineral .................................................................................. 11
1.4.2. Tipos de carvão mineral ............................................................................................. 11
2.1.1. O fluxo de electricidade .............................................................................................. 16
Tipos de centrais fotovoltaicas............................................................................................. 17
2.5.1. Usina Hidroeléctrica ............................................................................................... 29
2.5.2. Funcionamento da Energia Hidroeléctrica.............................................................. 29
2.5.2.1. Principais tipologias das usinas hidroeléctricas .................................................. 30
2.5.3. Vantagens da energia hidroeléctrica ....................................................................... 31
2.5.4. Fatos sobre energia hidroeléctrica .................................................................................. 31
2.6.1. Principais fontes para produção de bioenergia ........................................................... 33
Biomassa e bioenergia .............................................................................................................. 34
2.6.2. Importância da bioenergia .......................................................................................... 35
 Bio etanol .................................................................................................................... 35
 Biodiesel ..................................................................................................................... 35
 Biogás ......................................................................................................................... 35
2.6.3. Vantagens e desvantagens .......................................................................................... 36
2.6.3.1. Vantagens ............................................................................................................ 36
2.6.3.2. Desvantagens ....................................................................................................... 36
2.6.4. Desafios ...................................................................................................................... 36

2
Resumo

O consumo de energia eléctrica apresenta um crescimento exponencial nos últimos anos,


principalmente por causa do desenvolvimento económico e tecnológico. Soluções devem ser
analisadas, buscando fontes alternativas que não denigram o meio ambiente, evitando assim, o
consumo de combustíveis de fontes fosseis, não renováveis. Como alternativa, as energias
renováveis, tais como solar, eólica, hídrica e a biomassa, as quais promovem a sustentabilidade e
possuem potencial para satisfazer a necessidade humana. A energia eólica utiliza a energia
contida nas massas de ar para conversão de energia eléctrica. Entender e avaliar a dinâmica dos
ventos é de extrema importância para prever e avaliar a potência que pode ser gerada num parque
eólico.
Palavras chaves: Combustíveis, renovável, ambiente.

ABSTRACT

Electricity consumption has grown exponentially in recent years, mainly because of economic
and technological development. Solutions must be analyzed, looking for alternative sources that
do not denigrate the environment, thus avoiding the consumption of fuels from fossil, non-
renewable sources. Alternatively, renewable energies, such as solar, wind, hydro and biomass,
which promote sustainability and have the potential to satisfy human needs. Wind energy uses
the energy contained in the air masses to convert electrical energy. Understanding and evaluating
the dynamics of the winds is extremely important to predict and evaluate the power that can be
generated in a wind farm.
Keywords: Fuels, renewable, environment.

3
Objectivo Geral

 O presente trabalho teve como objectivo pesquisar as vantagens e desvantagens das


fontes renováveis e não renováveis de energia eléctrica;

Objectivo Especifico

 avaliar as melhores opções de fontes de geração de energia renovável para Moçambique;

4
I. Introdução
Quando falamos em energia, pensamos logo em sua definição como a capacidade de realizar
trabalho. Em um sentido mais amplo, podemos dizer que a energia está envolvida em tudo que
nos cerca.
Não haveria vida na Terra não fosse a energia recebida do Sol: não só toda a cadeia alimentar
seria quebrada, mas, na verdade, a temperatura da Terra seria tão baixa que não permitiria a
existência da vida, tal como a conhecemos. Tudo o que está presente ao nosso redor relaciona-se,
de alguma forma, à energia do que provém do Sol. Como se sabe, a energia não pode ser criada
nem destruída, mas transformada. Assim, as plantas suprem suas necessidades captando a luz do
Sol e convertendo-a em energia química, em um processo conhecido como fotossíntese. As
usinas hidroeléctricas são também exemplos da transformação da energia: o homem aproveita a
energia potencial das águas, transformando-a em energia eléctrica.
Pode-se afirmar que, hoje, a sobrevivência, o bem-estar e o progresso da humanidade dependem,
em grande parte, da capacidade do ser humano em gerar, controlar e distribuir a energia.

5
I. Contextualização
Ao acordar todas as manhãs, podemos ver e sentir a maior fonte de energia para o planeta Terra:
o sol! O sol faz a água do mar e dos rios evaporar e formar as nuvens de chuva. Ao aquecer a
Terra, ajuda a formar os ventos. As plantas utilizam o sol para crescer. O ser humano pode
utilizar directamente o sol como fonte de energia ou utilizar outras fontes de energia
influenciadas pelo sol.

Fig. 1 Podemos ver a incidência do sol, que é utilizada pelo homem para determinados fins.

Para entender o que é energia, vamos conhecer as várias outras formas em que ela está presente
na natureza e como podemos utilizá-la.

O fogo foi a primeira forma de energia dominada pela humanidade. Com o fogo, o ser humano
aprendeu a espantar animais selvagens, cozinhar alimentos e fazer ferramentas e utensílios para o
uso em sua jornada pela Terra. Outra forma de energia utilizada pela humanidade foi o
movimento dos fluidos, como a água dos rios e o vento. A energia das águas era utilizada para
trituração de grãos, os moinhos de vento também serviram para moer grãos, como o trigo, para
fazer alimentos e hoje em dia servem principalmente para bombear água para locais mais altos.
Hoje convivemos com várias formas de energia como:
 Energia Hidráulica: obtida pela força da água dos rios.

 Energia Solar: obtida pela energia do sol.

 Energia Eólica: obtida pela força dos ventos.

 Energia Geotérmica: obtida pelo calor do interior da terra.

6
Biomassa: Obtida de matérias orgânicas.

Energia Gravitacional: obtida pela força das ondas dos oceanos.


Observando todos esses tipos de energia a nossa volta, pode-se compreender o conceito de
energia: “energia é a capacidade de um sistema de realizar trabalho”. “Trabalho” significa
deslocar, rodar, transformar. A energia existe em grande quantidade no universo e ela não
aumenta nem diminui, mas passa por muitas transformações.
Então, a energia é muito importante para a nossa sobrevivência e conforto e é parte da história da
humanidade, que ao longo dos tempos vem aprimorando as formas de transformá-la e utilizá-la a
seu favor. Mas nesses processos de transformação de energia, quase sempre causa-se algum
impacto ambiental, ou seja, prejudicamos a flora, a fauna ou pessoas, produz-se resíduos (lixo)
ou corre-se o risco de esgotar um recurso natural (acabar com florestas, por exemplo). Por isso,
temos a responsabilidade de cuidar para que a energia não seja mal utilizada ou desperdiçada.
É importante que a humanidade se preocupe seriamente com o impacto das atuais políticas
energéticas sobre a sociedade e o meio ambiente. Basicamente, as diversas formas de energia
utilizadas na Terra pelo homem podem ser agrupadas em duas categorias, ou seja, uma composta
pelas fontes de energias renováveis e a outra composta pelas não-renováveis.

Estudos mostram que, do total de energia consumido no mundo, actualmente, 99% é proveniente
de fontes de energia não-renovável (39% do petróleo; 27% do carvão; 24% do gás natural; 7%
das usinas nucleares; pouco mais de 2% de hidroeléctricas) e o restante, ou seja, menos de 1%, é
proveniente de energia renovável (solar e eólica).
Esses valores percentuais indicam que o homem vem fazendo um intenso e descontrolado uso
das fontes de energia não-renovável. Isso reforça a necessidade cada vez maior de utilizar uma
fonte de energia, que possa abastecer a humanidade de forma inesgotável, e que sirva de base
para um desenvolvimento sustentável.

7
1. Energias não renováveis
São aquelas que se utilizam de recursos naturais esgotáveis, ou seja, que terão um fim, seja em
um futuro próximo, seja um período de médio ou longo prazo. Em alguns casos, esse tipo de
energia costuma apresentar problemas de ordem ambiental, além de disputas envolvendo a
extracção e comercialização de suas matérias-primas.
Os principais exemplos de fontes não renoveis são os combustíveis fosseis (petróleo, carvão
mineral, gás natural) e os combustíveis nucleares.

1.1. Combustíveis fósseis

Combustíveis fósseis é a denominação dada a um grande grupo de combustíveis não renováveis


e que foram formados há milhares de anos a partir de restos de animais e vegetais. Esses recursos
têm um papel importante na sociedade, já que representam mais de 75% da demanda energética
mundial, sendo utilizados em veículos, indústrias e residências. Estão incluídos nessas fontes o
carvão mineral, gás natural, petróleo e seus derivados, como óleo diesel e gasolina. Segundo o
Oxford English Dictionary, na expressão combustível fóssel (fóssil fuel, em inglês), a palavra
fóssil, na função de adjectivo, tem o significado de algo que é encontrado no seio da terra e
obtido através de escavação. A expressão foi criada antes que, como substantivo, a palavra
tivesse passado a designar principalmente organismos mortos há muito tempo.

Fig. 2 Podemos ver como os combustíveis são prejudicais ao meio ambiente

1.2. Origem
Os combustíveis fósseis ocorrem na crusta terrestre sob a forma sólida (carvões), líquida
(petróleo bruto) e gasosa (gás natural). Estes combustíveis recebem o nome de fósseis porque se
originaram a partir de restos de animais e plantas que viveram em épocas remotas. Esses restos
orgânicos foram se depositando ao longo de milhares de anos em camadas muito profundas da
crusta terrestre e transformados pela acção da temperatura e pressão. Os combustíveis fósseis são

8
possivelmente formados pela decomposição de matéria orgânica, através de um processo que
leva milhares de anos. E por este motivo, não são renováveis ao longo da escala de tempo
humana, ainda que ao longo de uma escala de tempo geológica esses combustíveis continuam a
ser formados pela natureza. O carvão mineral, os derivados do petróleo (tais como a gasolina,
óleo diesel, óleo combustível, o ás de cozinha -, entre outros) e ainda, o gás natural, são os
combustíveis fósseis mais utilizados e mais conhecidos.

1.3. Gás natural


O gás natural é uma mistura de combustíveis hidrocarbonetos (ou seja, substâncias formadas
apenas por átomos de carbono e hidrogénio) no estado gasoso. Ele é incolor, inodoro e
geralmente pode ser encontrado em reservatórios nas profundezas do subsolo, onde pode estar ou
não associado ao petróleo. Assim como o petróleo, ele resulta da degradação da matéria
orgânica, fósseis de animais e plantas pré-históricas, sendo retirado da terra através de
perfurações.

1.3.1. Composição
A composição do gás natural pode variar muito, dependendo de factores relativos ao
reservatório, processo de produção, condicionamento, processamento e transporte. De uma
maneira geral, o gás natural apresenta teor de metano superiores a 70% de sua composição,
densidade menor que 1 e poder calorífico superior entre 8.000 e 10.000 kcal/m³, dependendo dos
teores de pesados (etanol e propano principalmente) e inertes (nitrogénio e gás carbónico).
Existe uma série de etapas para que se possa utilizar o gás natural como fonte de energia, a
mencionar:
- Exploração, Produção, Condicionamento, Processamento, Transporte e Comercialização

1.3.2. Exploração
É a etapa inicial dentro da cadeia de gás natural, consistindo em duas fases. A primeira fase é a
pesquisa onde, através de testes sísmicos, verifica-se a existência em bacias sedimentares de
rochas reservatórios (estruturas propícias ao acúmulo de petróleo e gás natural). Caso o resultado
das pesquisas seja positivo, inicia-se a segunda fase, e é perfurado um poço pioneiro e poços de
delimitação para comprovação da existência de gás natural ou petróleo em nível comercial e
mapeamento do reservatório, que será encaminhado para a produção.

1.3.3. Produção
Com base nos mapas do reservatório, é definida a curva de produção e a infra-estrutura
necessárias para a extracção, como boa parte do gás é utilizada pela própria unidade de produção
é verificada a viabilidade de se comercializar o excedente de gás, caso a comercialização do gás
não seja viável, normalmente pelo elevado custo na implantação de infra-estrutura de transporte
de gás, o excedente é queimado.

9
Fig. 3 Fig:2-extração de gás natural pelos países, em metros cúbicos por ano.

1.3.4. Condicionamento
É o conjunto de processos físicos ou químicos aos quais o gás natural é submetido, de modo a
remover ou reduzir os teores de contaminantes para atender as especificações legais do mercado,
condições de transporte, segurança, e processamento posterior.
O gás natural pode ser armazenado na forma líquida à pressão atmosférica. Para tanto os tanques
devem ser dotados de bom isolamento térmico e mantidos à temperatura inferior ao ponto de
condensação do gás natural. Neste caso, o gás natural é chamado de gás natural liquefeito.

Fig. 4 Reservatório de gás natural

1.3.5. Processamento

 Refrigeração simples;
 Absorção refrigerada;
 Turbo expansão;
 Expansão Joule-Thompson (JT)

10
1.4. O carvão

Fig. 5 Mãos de mineiro segurando carvão

O carvão é formado quando a turfa, material de origem vegetal parcialmente decomposto, sofre a
acção do calor e da pressão. Ele é formado principalmente de carbono, mas outros elementos,
como enxofre, oxigénio e nitrogénio, podem fazer parte de sua composição.
O carvão mineral, também chamado de carvão natural, é um combustível fóssil obtido por meio
da fossilização da madeira. A madeira é constituída basicamente de hidrogénio (H), oxigénio (O)
e carbono (C), mas com o tempo, o hidrogénio e o oxigénio são eliminados na forma de água
(H2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). Desse modo, forma-se o carvão mineral, que
é uma mistura de substâncias complexas ricas em carbono.

1.4.1. Composição do carvão mineral


O carvão mineral é composto principalmente por carbono. O teor do elemento varia de 55% a
95%, classificando-o em mais ou menos ricos em carbono. O teor desse elemento é o que vai
definir a maturidade geológica do mineral. Além do carbono, são também encontrados no carvão
mineral: enxofre, nitrogénio, oxigénio e hidrogénio.

1.4.2. Tipos de carvão mineral


O carvão mineral pode ser classificado em quatro tipos segundo a concentração de carbono:
 Turfa: possui teor de carbono entre 55% a 60% e permite a identificação de resto de
vegetais;
 Linhito: formado a partir da compressão da turfa e possui teor de carbono entre 67% a
78%;
 Hulha: composta por betume, essa rocha sedimentar apresenta teor de carbono entre 80%
a 90%;
 Antracite: possui teor de carbono de aproximadamente 96% e corresponde à forma mais
pura de carvão mineral.

Por meio da combustão, o carvão mineral pode gerar diversos subprodutos, bem como gerar
energia.

11
1.4.3. Utilização do carvão mineral
A utilização do carvão tornou-se mais intensa em meados do século XVIII, período que
corresponde à Revolução Industrial. O carvão mineral era utilizado para viabilizar o
funcionamento das máquinas a vapor. Actualmente, o uso do mineral diminuiu, visto que outras
fontes de energia têm sido mais exploradas, como o petróleo e o gás natural. Há também uma
tendência mundial que visa a substituir o uso de fontes não renováveis, como o carvão mineral e
o petróleo, por fontes alternativas de energia, como a energia solar e a energia eólica.

1.4.4. Extracção do carvão Mineral


A extracção pode ser feita de duas maneiras:
-Lavra a céu aberto;
-Lavra subterrânea;

1.4.4.1. Lavra a céu aberto


A lavra a céu aberto é o tipo de mineração mais utilizado para extracção do carvão mineral. A
escolha do tipo de lavra a ser utilizada depende da profundidade em que se encontra o depósito
mineral e do tipo de solo. A lavra a céu aberto apresenta maior produtividade em relação à
subterrânea e, segundo o Instituto Mundial do Carvão, a extracção de carvão mineral e feita a céu
aberto corresponde a 60% da oferta no mundo todo, sendo a mineração mais comum. Em relação
ao transporte do mineral, quando feito a curtas distâncias, o mesmo é transportado em esteiras.
Caso o transporte precise ser feito em trajectos mais longos, são utilizados caminhões e trens. A
indústria de carvão mineral corresponde a alguns processos que vão desde a extração do minério
até a sua transformação em um subproduto. As etapas são as seguintes:
Lavra → transporte → estoque → beneficiamento → transformação → distribuição →
mercado
Há no mundo, cerca de 847,5 bilhões de toneladas de carvão mineral distribuídos em diversas
reservas em todos os continentes. Essa quantidade é suficiente para atender os próximos 130
anos. Os Estados Unidos, a Rússia e a China concentram aproximadamente 60% das reservas
mundiais, sendo os Estados Unidos o que concentra o maior número de reservas, cerca de 28,6%.
Contudo, apesar de ser o país com maior disponibilidade, a nação norte-americana não é a maior
produtora do mineral. A China é a nação que mais produz carvão mineral e também a maior
consumidora, seguida dos Estados Unidos e da Austrália.
Hoje o carvão mineral é bastante usado para produzir energia eléctrica em usinas termoeléctricas
e como matéria-prima para fabricar aço nas siderúrgicas. Os grandes produtores mundiais desse
recurso são os Estados Unidos, China, Cazaquistão, Rússia, Polónia, Índia, Alemanha, Austrália
e África do Sul. Mas existem os pontos negativos desse recurso, a começar pela sua extracção,

12
que causa sérios impactos ambientais, a poluição causada por sua queima que colabora com o
aquecimento global.

1.5. O petróleo
O petróleo é uma mistura de diferentes hidrocarbonetos. Ele é formado pela exposição por
longos períodos de grandes quantidades de material orgânico, especialmente algas e zooplâncton
mortos, a muito calor e intensa pressão. O petróleo, apesar de já ser conhecido anteriormente,
passou a ser explorado em meados do século XIX e utilizado em larga escala a partir da criação
dos motores movidos a gasolina ou a óleo diesel. Na década de 70, o petróleo representava o
carro chefe da economia, correspondendo a quase 50% do consumo mundial de energia e mesmo
que actualmente seu uso esteja dando lugar a fontes alternativas de energia, ainda é uma das
fontes de energia mais utilizadas no mundo. O Petróleo é a mais importante fonte de energia da
actualidade, pois é através dele que se possibilita a realização de inúmeras actividades. Ele é
utilizado principalmente na forma de combustíveis automotivos, como a gasolina e o óleo diesel,
e também sendo queimado no funcionamento das usinas termoeléctricas. Além disso, ele é uma
importante matéria-prima utilizada na fabricação de plásticos, tintas, borrachas sintéticas e
alguns outros produtos. Este combustível é encontrado em zonas de bacias sedimentares, em
camadas muito abaixo da superfície, geralmente em regiões oceânicas. Para extraí-lo, constroem-
se plataformas petrolíferas que têm a missão de perfurar o solo e encontrar abaixo dos mares essa
importante substância. A profundidade em que ele se encontra varia muito, em alguns casos ele
se localiza imediatamente abaixo dos solos, o que facilita a sua extra. Os derivados do petróleo
são obtidos a partir do que chamam de refino. O petróleo não sai dos reservatórios prontos para
serem comercializados, precisando, então, passar por um processo de melhoramento a fim de
atender às especificações do mercado. O refino é feito por meio de processos químicos, como o
craqueamento, reforma, alquilação, hidro-tratamento, entre outros. Podem ser obtidos a partir do
petróleo:

 Gás de petróleo: usado para aquecimento e na indústria


 Gás liquefeito de petróleo: usado na cozinha
 Nafta: matéria-prima para a indústria petroquímica e também transformado em gasolina
 Gasolina: utilizada como combustível
 Querosene: usado como combustível para turbinas a jato
 Óleo diesel: usado especialmente em transporte rodoviário, aquaviário e também nas
termoeléctricas
 Óleo combustível: utilizado como fonte de calor na indústria
 Resíduos: são produtos utilizados como material para fabricar outros produtos (coque,
asfalto, ceras) em outros casos ele é encontrado em profundidades mais elevadas.

13
1.5.1. Obtenção do petróleo
O petróleo pode ser encontrado em bacias sedimentares, que normalmente se encontram em
depósitos distantes da superfície. Sendo assim, o processo de obtenção do óleo demanda
equipamentos específicos e tecnologias aplicadas.
Esses instrumentos possibilitam a perfuração da rocha ao exercer pressão sobre ela fazendo com
que o petróleo ascenda à superfície. Essa extracção deve ser planejada e estudada, visto que a
dificuldade encontrada na perfuração, muitas vezes, torna o processo inviável e nada vantajoso
economicamente.

1.5.2. Extracção
O processo de extracção do petróleo é feito mediante três etapas básicas:
Prospecção: representa a etapa de localização dos depósitos em bacias sedimentares a partir de
análises e observações do subsolo na região.
Perfuração: Os depósitos, ao serem encontrados, são marcados e, posteriormente, perfurados a
fim de se analisar a viabilidade económica da extracção.
Extracção: Por meio de equipamentos especiais é feita a extracção. Utiliza-se bombas em
plataformas e navios, quando a extracção é feita no assoalho oceânico. Em terra, utiliza-se os
equipamentos necessários para bombear ou fazer jorrar o petróleo encontrado.
Os combustíveis fósseis representam em torno de 75% da energia do planeta sendo utilizado
como fonte de energia para empresas, residências particulares e também em veículos.
A palavra “fóssil” impõe o significado que para a exploração desses recursos são usadas matérias
orgânicas provenientes de plantas e animais encontrados na camada terrestre anterior ao período
geológico ao qual nos encontramos. Pode-se dizer que os combustíveis fósseis são formados pela
lenta decomposição de seres vivos ao longo dos anos.
1.6. Vantagens

 Possuem grande eficiência energética;


 Têm maior custo-benefício do que muitas fontes sustentáveis; processamento da matéria-
prima.
 Alguns factores ligados aos combustíveis fósseis são desvantajosos.
 Se houver erro no armazenamento ou extracção desses recursos pode resultar em
desastres ambientais e perigo a vida dos seres vivos;
 São recursos não retornáveis e, por isso quanto menos disponível estiver maior será o
custo dos mesmos;
 Estão relacionados ao efeito estufas entre outros problemas de cunho ambiental como a
emissão de gases poluente, por exemplo.

14
1.7. Impacto ambiental
O impacto ambiental deve ser definido com a alteração do meio ambiente causada pela a acção
humana. Os seres humanos desde seus primórdios retiram da natureza aquilo que necessitam, por
outro lado, o uso desenfreado dos recursos terrestres resultou nas catástrofes que vemos
actualmente, como por exemplo, o efeito estufa, que com o avançar dos anos trará outras
alterações no planeta que vão afectar toda a vida terrestre.
Tanto o gás natural quanto o carvão vegetal e o petróleo são combustíveis fósseis que provem de
recursos não renováveis, conforme vimos nos tópicos anteriores. Essas fontes são matérias
orgânicas que levaram milhões de anos para serem originadas, portanto, não há sustentabilidade
em usufruir desses recursos. Outro factor determinante é que esses combustíveis liberam gases
que contribuem para o efeito estufa.
Exemplos de impactos ambientais que o uso destes combustíveis podem causar a natureza:
 Dióxido de enxofre: na combustão de combustíveis fósseis é liberado o dióxido de
enxofre que é um dos principais causadores da chuva ácida;
 Poluição ambiental: o aquecimento global se da por determinados factores, sendo um
deles os gases liberados durante a queima dos combustíveis fósseis. Pode-se citar também
as usinas de carvão, a poluição desenfreada pela circulação de automóveis;
 Impactos na vida marinha: como os combustíveis fósseis normalmente são
transportados em navios pode haver vazamento de petróleo em alto mar e prejudicar a
vida marinha existente.

Exemplos de impactos ambientais:


Diminuição da biodiversidade, erosão, a inversão térmica, o efeito estufa, Destruição da camada
de ozónio, as chuvas ácidas, Mudanças climáticas.

2. Energia Renovável
As fontes renováveis de energia são formas de produção de energia em que suas fontes são
capazes de manter-se disponíveis durante um longo prazo, contando com recursos que se
regeneram ou que se mantêm activos permanentemente. Em outras palavras, fontes de energia
renováveis são aquelas que contam com recursos não esgotáveis. Existem vários tipos de fontes
renováveis de energia, das quais podemos citar a solar, a eólica, a hídrica, a geotérmica, a das
ondas e a das marés.

15
2.1. A energia solar fotovoltaica

É uma fonte de energia limpa e renovável que usa radiação solar para produzir
electricidade. Baseia-se no chamado efeito fotoeléctrico, pelo qual certos materiais são capazes
de absorver fotões (partículas de luz) e liberar electrões, gerando uma corrente eléctrica.

Um dispositivo semicondutor chamado célula fotovoltaica é, feito:

 Silício monocristalino, são obtidas a partir de um único cristal de silício puro e alcançam
eficiência máxima, entre 18% e 20% em média
 Silício policristalino são feitos em blocos de vários cristais, por isso são baratos e têm
uma eficiência média entre 16% e 17,5%.
 Silício amorfo, apresentam uma rede cristalina desordenada, o que leva a um
desempenho inferior (eficiência média entre 8% e 9%), mas também a um preço inferior.

2.1.1. O fluxo de electricidade

O movimento dos electrões, cada um carregando uma carga negativa, em direcção à superfície
frontal da célula cria um desequilíbrio de carga eléctrica entre as superfícies frontal e posterior
da célula. Esse desequilíbrio, por sua vez, cria um potencial de tensão como os terminais
negativo e positivo de uma bateria. Os condutores eléctricos da célula absorvem os
electrões. Quando os condutores são conectados em um circuito eléctrico a uma carga externa,
como uma bateria, a electricidade flui no circuito:

16
2.1.2. Operação do sistema fotovoltaico

Tipos de centrais fotovoltaicas

Existem dois tipos de centrais fotovoltaicas: as que estão ligadas à rede e as que não
estão. Dentro do primeiro, existem duas subclasses:

 Centrais fotovoltaicas: toda a energia produzida pelos painéis é alimentada na rede


eléctrica.

 Gerador com autoconsumo: parte da electricidade gerada é consumida pelo produtor (em
uma residência, por exemplo) e o restante é descartado na rede. Além disso, o produtor
retira da rede a energia necessária para atender às suas demandas quando a unidade não
fornece o suficiente.

Essas instalações conectadas à rede têm três elementos básicos:

 Painéis fotovoltaicos: são grupo de células fotovoltaicas montadas entre camadas de


silício que captam a radiação solar e transformam a luz (fotões) em energia eléctrica
(electrões).

17
 Inversores: convertem a corrente eléctrica contínua produzida pelos painéis em corrente
alternada, própria para consumo.

 Transformadores: a corrente alternada gerada pelos inversores é de baixa tensão (380-800


V), portanto um transformador é utilizado para elevá-la à média tensão (até 36 kV).

As instalações operam em isolamento e são muitas vezes localizadas em locais remotos e em


fazendas para atender às demandas de iluminação, telecomunicações de suporte e bombas
funcionam em sistemas de irrigação. Essas instalações isoladas requerem dois elementos
adicionais para funcionar:

 Baterias: para armazenar a energia produzida pelos painéis que não é aproveitada no
momento da geração, a energia armazenada pode ser utilizada quando necessário.

 Controladores: para proteger a bateria de sobrecarga e evitar o uso ineficiente da bateria.

Como já sabemos a energia solar, é uma forma de energia limpa renovável, e por já são muitos
países que investem nele que são nomeadamente:

 Alemanha é líder no investimento no mercado de energia solar, o país domina 31% do


mercado global e é responsável por 44% de energia solar produzido em todo o continente
europeu.
 Itália é uma que investiu em novas instalações com intuito de continuar sempre crescendo
no sector. Possuindo a maior usina de geração de energia solar da Europa
 Estados Unidos – os que mais investiram nos últimos anos e estimou se que aumente em
cerca de30% da sua produção de energia limpa e ainda contem a maior usina do mundo.
 E por sua vez vêm os países como Japão e China.

2.1.3. Vantagens de energia fotovoltaica

 É uma energia renovável, inesgotável e não poluente que contribui para o


desenvolvimento sustentável.

 É um sistema particularmente adequado para áreas rurais ou isoladas onde as linhas


de energia não estão disponíveis ou são difíceis ou caras de instalar, ou para áreas
geográficas que recebem muitas horas de sol por ano.

 É modular, por isso pode ser usado em instalações que vão desde grandes plantas
fotovoltaicas no solo até pequenos painéis de telhado.

18
 Tem como durabilidade de mais de 30 anos

2.1.4. Desvantagens de energia fotovoltaica

 O alto custo de aquisição (custo que se retorna em pouco tempo);


 Não produzir energia à noite.

2.2. Energia Eólica


Energia eólica é a energia produzida a partir da energia cinética do vento (massas de ar em
movimento) e do aquecimento electromagnético do sol (energia solar), que juntos movimentam
as pás de captadores.
A energia cinética do vento normalmente é convertida em energia mecânica por moinhos e
cataventos, ou em energia eléctrica por turbinas eólicas (ou aerogeradores).
O vento é usado como gerador de energia desde a antiguidade em sistemas como o
bombeamento de água, a moagem de grãos e a movimentação de barcos.
A ONU (Organização das Nações Unidas) classifica a energia eólica como MDL (Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo) e a colocou como prioridade para investimentos no incentivo à
chamada economia verde.

Fig. 6 Podemos ver um campo de produção de energia eólica.

a energia eólica, por ser considerada uma fonte renovável (inesgotável na natureza) e a que
menos gera impactos ambientais, é uma óptima alternativa para a produção de electricidade com
sustentabilidade.
A energia eólica é obtida através do aproveitamento das massas de ar (vento) para a geração de
electricidade. Esse processo consiste na transformação de energia cinética em energia eléctrica.
Para isso, é necessária a instalação de hélices, conectadas a um gerador de electricidade (central

19
eólica). As hélices possuem o mesmo formato das asas dos aviões e apresentam a mesma
aerodinâmica, aumentando a eficiência na captação dos ventos.
Os ventos irão girar as hélices, transformando energia cinética em energia mecânica.
Posteriormente, um gerador converterá essa energia em electricidade. A quantidade de energia
produzida dependerá de vários factores, como a topografia do terreno, actuação dos ventos,
extensão do parque eólico, tamanho das hélices e estrutura das instalações. Regiões com baixa
intensidade de vento são inviáveis, pois o investimento para a instalação de um parque eólico é
muito elevado.
Apesar das vantagens ambientais, essa fonte é pouco utilizada, respondendo por menos de 0,1%
da matriz energética mundial. Dinamarca, Alemanha e Estados Unidos da América (EUA) são
alguns dos países que têm realizado investimentos para produção de energia eólica. No Brasil, o
estado do Ceará possui 14 parques eólicos, gerando electricidade suficiente para atender
aproximadamente 2,5 milhões de pessoas.

2.2.1. Maiores produtores de energia Eólica


De acordo com um relatório recente da Power-technology.com, a China lidera o ranking com
221 giga watt (GW) de capacidade eólica instalada, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha.
Aqui estão os 10 principais:
1. China A

China possui uma capacidade instalada de 221 GW e é líder em energia eólica, com mais de um
terço da capacidade mundial. Possui o maior parque eólico onshore do mundo, com uma
capacidade de 7.965 megawatt (MW), cinco vezes maior que seu rival mais próximo.
2. Estados Unidos

Os EUA vêm em segundo lugar com 96,4 GW de capacidade instalada. O país possui seis dos 10
maiores parques eólicos em terra. Isso inclui o Alta Wind Energy Center, na Califórnia, o
segundo maior parque eólico onshore do mundo, com uma capacidade de 1.548 MW.
3. Alemanha

Com 59,3 GW, a Alemanha possui a maior capacidade eólica instalada na Europa. Seus maiores
parques eólicos offshore são os parques eólicos Gode, que possuem uma capacidade combinada
de 582 MW
4. Índia A

Índia possui a segunda maior capacidade eólica da Ásia, com uma capacidade total de 35 GW.
Além da China, a Índia é o único país asiático a entrar na lista. O país possui os terceiro e quarto
maiores parques eólicos em terra do mundo – o parque eólico Muppandal de 1.500 MW em
Tamil Nadu e o parque eólico Jaisalmer de 1.064 MW em Rajasthan.

20
5. Espanha

A capacidade de energia eólica de 23 GW da Espanha cobre 18% de seu suprimento de


electricidade. O relatório da Power-technology.com disse que a indústria eólica espanhola estava
em forte declínio nos últimos anos, com apenas 104 MW adicionais ao seu mix de energia em
2016-2017.
6. Reino Unido

O Reino Unido tem uma capacidade total de pouco mais de 20,7 GW. Possui seis dos 10
projectos eólicos offshore de maior capacidade no mundo. Um deles é o projecto Walney, na
costa de Cumbria, no noroeste da Inglaterra, que é o maior projecto eólico offshore do mundo.
7. França

França tem uma capacidade instalada de 15,3 GW. Segundo o relatório, a França está
actualmente se afastando da energia nuclear, que anteriormente atendia 75% das necessidades de
energia do país.
8. Brasil

Com 14,5 GW, o Brasil possui a maior capacidade eólica da América do Sul. A energia eólica
aumentou 8,9% ano a ano em fevereiro de 2019, de acordo com o site Power-technology.com
relatório. Acrescentou ainda que a energia eólica ocupa o quarto lugar no mix total de energia do
Brasil, formando cerca de 8% de sua capacidade de 162,5 GW.
9. Canadá

A capacidade de energia renovável do Canadá é de 12,8 GW, com 566 MW de nova capacidade
instalada adicionada em 2018. Essa energia é gerada por um total de 299 parques eólicos com
6.596 turbinas, disse o relatório. O projeto Rivière-du-Moulin, com 300 MW, é o maior parque
eólico do Canadá.

10. Itália

No final da lista está a Itália, que atingiu pouco mais de 10 GW em capacidade de energia eólica
em 2018. A indústria eólica da Itália está fortemente concentrada no sul e em suas ilhas.

2.2.2. Vantagens da energia eólica


 É uma fonte de energia inesgotável;

 Não emite gases;

 Não gera resíduos;

21
 Os geradores podem ser instalados em áreas sem a necessidade de deslocamento da
comunidade, sendo compatível a permanência de actividades como agricultura e
pecuária;

 Aumenta a autonomia energética do país;

 Reduz a dependência de combustíveis fósseis;

 É uma fonte barata de energia se for considerado o investimento a longo prazo;

 A instalação ocorre em menos de 6 meses;

 A recuperação do investimento com fabricação, instalação e manutenção do aerogerador


ocorre me menos de seis meses após o início da actividade.

2.2.3. Desvantagens da energia eólica


 Intermitência do vento e integração para a geração constante de energia;

 A instalação modifica a paisagem e o impacto visual é significativo;

 Poluição sonora;

 Impacto sobre a migração das aves.

2.3. Energia do Mar e das Ondas


A energia das marés, também chamada de energia maremotriz, é uma energia renovável e limpa.
O fenómeno de maré tal como já foi referido, deve-se às interacções gravitacionais entre a Terra
e outros astros (principalmente a Lua e o Sol). Traduz-se pelas variações periódicas do nível do
mar associadas às correntes. A energia correspondente pode ser captada sob duas formas:
 Energia potencial – pelas variações do nível do mar;
 Energia cinética – pelas correntes marítimas.

Em resumo, a energia das marés, resulta da rotação da Terra no seio dos campos gravitacionais
da Lua e do Sol, isto é, baseia-se na recuperação da energia cinética da Terra.
2.3.1. Energia Potencial
Este tipo de aproveitamento da energia das marés é obtido através da construção de diques e
reservatórios. Duma maneira muito simples, quando a maré sobe, a água enche o reservatório
passando através duma turbina (tipo bulbo) produzindo energia eléctrica. Quando a maré desce,
o reservatório é esvaziado, a água sai do reservatório passando novamente pela turbina (em
sentido contrário), produzindo novamente energia eléctrica.

22
2.3.2. Energia Cinética
Este tipo de aproveitamento corresponde essencialmente a exploração da energia cinética
associada às massas de água movidas pelas correntes marítimas. A técnica utilizada, de uma
forma geral, pode ser definida como uma eólica submarina tendo aproximadamente os mesmos
princípios bases de funcionamento à diferença que estas utilizam a água para serem movidos

2.3.3. Aspectos Técnicos


Dependendo da tecnologia utilizada, esta energia têm as suas limitações, fazendo uma análise
por tecnologia os aspectos técnicos a ter em conta para:
 Energia potencial (tipo barragens):

Aproveitamento que necessita de uma costa apropriada para a construção do respectivo


reservatório;
 Para que este sistema funcione bem são necessárias marés e correntes fortes;
 Tem que haver um aumento do nível da água pelo menos 5,5 metros da maré baixa para a
maré alta;

 Energia cinética (turbinas subaquáticas):


 Necessita de uma velocidade mínima da corrente, cerca de 1 m/s variando com a
tecnologia;
 Restringida a sítios com correntes fortes, normalmente em profundidades baixas, ou
seja, na maioria dos casos na proximidade das costas.
 Estrutura robusta, relativamente pequena e que necessita de pouca manutenção.

2.3.4. Tipos de tecnologias


Os oceanos manifestam diferentes formas de fluxos energéticos que levaram ao desenvolvimento
de diferentes conceitos de como aproveitar a sua energia. Estes conceitos deram origem às
diferentes tecnologias de aproveitamento da energia do oceano convertendo‐a em energia, numa
primeira fase mecânica e, mais tarde, eléctrica.
O aproveitamento da Energia dos Oceanos apresenta várias fileiras que configuram tecnologias
distintas de produção energética, tais como: energia das ondas, energia das marés, energia
associada ao diferencial térmico (OTEC), energia osmótica ou do gradiente salino, ou correntes
marítimas.
Ao encontro do já anteriormente referido, o quadro abaixo revela as diferentes fileiras
tecnológicas da Energia Oceânica, efectuando uma distinção dos diferentes estádios de
desenvolvimento tecnológico, comercial ou de investigação.

23
É perceptível, da análise do gráfico, que a fileira da energia das ondas concentra o maior número
de desenvolvimento de dispositivos, estando porém a maioria, ainda numa fase de testes entre o
tanque e o mar, de modelos à escala, ou numa fase pré‐comercial.
A fileira é caracterizada como estando numa espécie de corrida à tecnologia mais eficiente e
economicamente viável, mas devido à complexidade e agressividade do meio onde ela vai ser
instalada, que dita o aparecimento de muitos escolhos e desafios, a referida corrida perfila‐se
inevitavelmente como uma prova de fundo

2.3.5. Funcionamento da energia das ondas e mares


O movimento das ondas em direcção à costa provoca energia cinética, que é usada para colocar
uma turbina funcionar através de dispositivos que permitem “captar” essa energia cinética,
através da elevação da onda numa câmara de ar, esta provoca a saída do ar lá contido, o
movimento deste é que gira uma turbina e assim a energia mecânica da turbina transforma-se em
energia eléctrica.
A onda ao se desfazer e água recusar, o ar faz o sentido inverso, voltando a passar pela turbina,
entra na câmara de ar e volta a girar a turbina, produzindo energia eléctrica mas a há mais
formas de tirar proveito da energia das ondas e mares, como recorrer ao movimento de subida e
descida da onda (ou seja, a sua oscilação) que dá potencia a um êmbolo que colocar o gerador a
funcionar.
Quando aplicada apenas às mares, envolve a construção de diques numa praia, ou em locais onde
se saiba que há grandes oscilações da mares altas e baixas. Ora, a água armazenada no dique ao
encher a maré, sovai produzir energia quando a maré estiver a vazar, ou seja, a água a sair do
dique. Funciona tal qual uma barragem, mas neste caso com marés e correntes fortes.

Fig. 1 Uma ilustração da transformação de ondas em energia.

24
Tal como no caso da energia eólica, a localização é fundamental para as turbinas de energia das
marés. Estes sistemas devem situar-se em áreas com correntes rápidas, com fluxos naturais entre
pontos rochosos, cabeceiras, entre ilhas, nas entradas de baias e rios ou outras massas terrestres.
Apresentamos de seguida alguns pontos do planeta que surgem como alternativas para construir
centrais baseadas nesta forma de energia:
 Cook Inlet no Alasca
 Pentland Firth na Escócia
 Dee estuary em Gales
 Pembrokeshire em Gales
 Solway estuary (Morecambe Bay) em Inglaterra
 Humber estuary em Inglaterra
 Mersey river em Inglaterra
 Channel Islands in the English Channel, off the French coast
 Cook Strait na Nova Zelandia
 Estreito de Gibraltar
 Bosporus na Turquia
 Bass Strait na Australia
 Torres Strait na Australia
 Estreito de Malacca entre a Indonésia e Singapura
 Bay of Fundy no Canada
 East River em Nova Iorque
 Ilha de Vancouver no Canada
 Estreito de Magalhães a sul do Chile
 Golden Gate na baía de S. Francisco

A energia das onda é uma tecnologia que não se encontra disponível de forma comercial, tem
vindo a ser desenvolvia desde os anos 70 num conjunto e países potencial para explorar este tipo
de energia que incluem o Reino Unido, Portugal, e Japão.

2.3.6. Uma visão global sobre a implementação da tecnologia das ondas


A estimativa do potencial de produção de energia eléctrica através do aproveitamento da energia
das ondas, compreende o potencial técnico, também referido como recurso acessível, e o
potencial económico tendo em conta os custos associados e diversos factores limitativos. O
potencial técnico refere‐se à energia que pode ser extraída do recurso energético disponível das
ondas, tendo em conta diversos factores condicionantes técnicos e físicos, como a variabilidade
da potência das ondas, a eficiência do seu aproveitamento e as perdas ao longo da cadeia de
conversão de energia, para além de vários factores de ordem social e ecológica. O potencial
económico refere‐se ao potencial técnico economicamente viável e que dependerá dos custos de
fontes competitivas e/ou alternativas de energia.

25
2.3.7. Vantagens da energia das marés

 Trata-se de uma fonte de energia renovável e limpa,


 Os riscos ao meio ambiente são mínimos;
 O volume de água do mar é grandioso, oque permite a geração de uma grande quantidade
de energia eléctrica;
 Depois de instalados, a manutenção dos equipamentos geradores de energia não exige
muitos investimentos.

2.3.8. Desvantagens da energia das mares

 A geração de energia dos mares depende do vento e das condições do mar e, portanto,
não há certeza de que os resultados serão positivos;
 E necessário um alto investimento para instalações reforçadas para suportar tempestades;
 Só é possível instalar centrais de captação de energia das mares em locais que atendam
100% das exigências geomorfológicas.

2.4. Histórico de Energia Geotérmica


A primeira tentativa de gerar electricidade a partir de fontes geotérmicas se deu em 1904 em
Larderello na região da toscana, em Itália. Em 1913, uma estação de 250 kw foi construída com
sucesso. Em 1950 na Nova Zelândia o campo de gases de Wairakei localizado na ilha do Norte,
foi usado para gerar energia geotérmica. Em1980, um campo de géiseres na Califórnia produziu
500 MW de electricidade, logo em seguida países como México, Japão, Filipinas, Quénia e
Islândia também expandiram a produção de electricidade por meio geotérmico.

2.4.1. Energia Geotérmica


São recurso geotérmico - Fluidos e formações geológicas do subsolo, de temperatura elevada,
cujo calor seja susceptível de aproveitamento.
Energia geotérmica de “alta entalpia” Aproveitamento de calor existente no sub-solo, através de
um fluido a temperatura elevada, mais de 150 ºC. Ex: Produção electricidade
Energia geotérmica de “baixa entalpia” Aproveitamento do calor entre 20 ºC e 150 ºC. Ex 1:
Instâncias termais, produções agrícolas. Combinação de aproveitamento de calor e
aproveitamento da própria água para utilização directa. Ex 2: Aproveitamento do calor do solo
para sistemas de climatização.

26
2.4.2. Funcionamento das usinas geotérmicas
Clauser (2006) descreve que nas usinas geotérmicas há o aproveitamento da existência de
reservatórios de água subterrânea à elevada temperatura (acima de 150ºC), em virtude do seu
contacto com as rochas quentes no interior da Terra. Neste sentido, o aproveitamento da energia
geotérmica para fins indirectos, se dá através das usinas geotérmicas convencionais, em que há a
perfuração do subsolo até o reservatório que contém o vapor d’água. Posteriormente, ocorre a
instalação de tubos que conduzem o vapor até à central geotérmica. O vapor é então
direccionado, sob alta pressão e velocidade, para as turbinas, movimentando suas pás e
transformando a energia mecânica em energia eléctrica, através do gerador. Esta electricidade é
conduzida ao transformador, aumentando a tensão eléctrica, e finalizando sua distribuição por
linhas de alta tensão. O vapor, após passar pela turbina, é conduzido para uma torre onde se
transforma em água e é resfriado. Posteriormente, a água resfriada é canalizada para o
reservatório subterrâneo, onde é rejeitada nas rochas quentes, através das tubulações, para
reiniciar o ciclo. Em algumas usinas, há ainda o aproveitamento da água reciclada. Cabe frisar
que, segundo Moraes e Coelho (2010), pesquisas têm sido realizadas a fim de se utilizar também
da média entalpia para a geração de electricidade, fato esse, que advém do grande avanço
tecnológico e em pesquisas de engenharia de poços. A geração de energia eléctrica pode ser
realizada das seguintes formas: sistemas de vapor secam; sistemas de vapor húmido; ciclo
binário. Nas plantas de vapor seco, a reserva de água é muito baixa e o vapor abundante. Esse
vapor é então entubado em uma central, com alta pressão, sendo capaz de movimentar as
turbinas do gerador com excepcional força, tornando-se assim uma fonte eficiente na geração de
electricidade. Nas plantas de vapor húmido, é utilizado um reservatório de água como fonte
quente. O líquido é encaminhado do poço à superfície e por meio de pressão se converte em
vapor, movendo as turbinas.
Nas plantas de ciclo binário, é utilizada a central binária, que transfere o calor da água
geotérmica para qualquer outro fluido refrigerante de trabalho, que circula em um circuito
fechado, convertendo-o em vapor e movendo as hélices da turbina. Assim, as plantas do ciclo
binário podem operar utilizando água a médias temperaturas (em torno de 107°C) (RABELO et
al., 2001).

Alguns paises são conhecidos lideres depois de incorporarem uma grande parcela de fontes de
energia renovaveis ao seu mix de energia. Outros lideram os investimentos no setor e outro no
que diz respeito à sua contribuiçao tecnologica que nomeadamente são:
 Islândia - é o país denominador, com a maior produção de energia limpa por pessoa.
Quase 100% da energia renovável provem de fontes renováveis. Grande parte da energia
eléctrica vem das centrais geotérmicas e hidroeléctricas. Também a localização
geográfica permite.

27
 Suécia – Em 2015 o país comprometeu-se a eliminar o uso de combustíveis, em 25 anos.
Mais da metade da energia do pais deriva de fontes renovais, principalmente através
da energia hidroeléctrica e da energia eólica.
 Dinamarca – que também é uma pioneira de energia eólica, comprometeu se a suprir a
suas necessidades energéticas como taxa acima de 50% até 2030 e tornar se 100% livre
de combustíveis fosseis até 2050 com a taxa de crescimento de energia no país prevê se
que até 2020 serão suficientes para suprir a produção eléctrica.
 Seguida Noruega, Reino Unido, Alemanha, Portugal, Costa Rica, Chile, Uruguai,
Marrocos e por fim Quénia.

2.4.3. Energia Geotérmica no Mundo


Em 2014, entrou em operação cerca de 640 MW a mais da nova capacidade de aproveitamento
da energia geotérmica no cenário mundial, num total que corresponde ao aproximadamente 12,8
GW. Os investimentos em geotermia cresceram 23% se comparado ao ano anterior, o que
corresponde a um aumento de USD 2,7 bilhões (REN21, 2015). Contudo, como se observou na
Matriz Energética Mundial, apresentada na Figura 6, a energia geotérmica juntamente com
outras renováveis como a solar e a eólica, representam somente 1,1% da oferta mundial de
energia.

Fig. 2 Matriz Energética Mundial – 2012

28
2.4.4. Vantagens e Desvantagens da Energia Geotérmica
A energia geotérmica, ainda incipiente no Brasil, é considerada uma energia limpa por ser uma
fonte sem emissão de poluentes nocivos, além de apresentar capacidade de operar
continuamente, sem estar sujeita às condições meteorológicas, ao contrário da energia solar e
eólica, por exemplo, que demandam condições climáticas favoráveis para a geração de energia.
Além desses benefícios, cabe destacar a vantagem de reutilizar o fluido extraído, rejeitando-o na
crosta terrestre, o que torna o recurso geotermal uma fonte renovável de energia. Além disso, a
inserção da energia geotérmica na matriz energética reduz custos com a exploração e utilização
de outras fontes, como o carvão mineral e o petróleo, por exemplo, e contribui para a
sustentabilidade.

2.5. A energia hídrica

É aquela que é gerada ao transformar a força da água em energia eléctrica. Para aproveitar tal
força, são construídas grandes infra-estruturas hidráulicas capazes de extrair o máximo potencial
desse recurso renovável, livre de emissões e que se origina na própria área. Vamos explicar-lhe
tudo sobre elas.

2.5.1. Usina Hidroeléctrica

Embora seja habitual ouvir os termos represa, barragem e usina de forma indistinta, a verdade é
que cada um desses termos se refere a uma realidade específica que, para simplificar, poderia ser
identificado da seguinte maneira:

 Barragem: é a infra-estrutura de obra civil. Entre suas características físicas destacam-se


a altura sobre as fundações, o comprimento de coroação e o volume de concreto.

 Represa: é o armazém de água. Para conhecer sua situação real é preciso analisar,
principalmente, duas variáveis: o nível da água e o volume armazenado.

 Usina: é a construção onde estão localizados os grupos de geração. As duas magnitudes


básicas para definir uma usina hidroeléctrica são o salto e o caudal.

2.5.2. Funcionamento da Energia Hidroeléctrica

As usinas hidroeléctricas convertem em energia eléctrica a diferença de energia potencial de uma


determinada massa de água ao transferi-la entre dois pontos situados a uma altitude ou cota
diferentes.

29
Para isso é preciso fazer com que um caudal de água circule por um circuito hidráulico que
ultrapassa o desnível entre dois pontos, o que habitualmente se conhece como salto, onde a água
vai adquirindo velocidade à medida que a energia potencial se transforma parcialmente em
energia cinética. A turbina é a encarregada de transformar essa energia cinética em energia
mecânica, para que o gerador a transforme, por sua vez, em energia eléctrica.

Finalmente, o caudal de água sai da turbina e escoa novamente no rio praticamente sem
velocidade e com a energia potencial correspondente à altura do ponto de escoamento.

O rendimento global de todo o processo é muito alto — entre 90 e 95% —, sendo aproveitada
praticamente toda a energia potencial da água. As perdas de rendimento ocorrem devido
às perdas de carga no circuito hidráulico, aos atritos na rotação do grupo hidroeléctrico e
às perdas nos equipamentos eléctricos.

O processo inverso ao descrito é o das usinas hidroeléctrica de bombeamento, realizado pelas


usinas reversíveis: estas transformam a energia eléctrica em energia potencial ao bombear água
para uma represa ou reservatório superior.

2.5.2.1. Principais tipologias das usinas hidroeléctricas

Atendendo à sua funcionalidade, as usinas hidroeléctricas são classificadas em:

 Usinas a fio d'água:

O funcionamento da usina se adapta totalmente e a todo o momento ao regime de caudais que


corre pelo rio, sem alterá-lo. Essas usinas não possuem, portanto, uma capacidade significativa
de armazenamento e têm um funcionamento contínuo, embora variável ao longo do ano. A
energia produzida não pode se adaptar às necessidades de cobertura da demanda eléctrica.

 Usinas com reservatório:

Nesse caso específico, sim é possível armazenar água e regular seu funcionamento para atender
às necessidades de gestão da demanda. A capacidade de armazenamento é obtida por meio de
uma represa situada a montante da usina e dependendo de sua capacidade se fala de regulação
sazonal, anual e, inclusive, hiperanual.

30
 Usinas reversíveis ou de bombeamento:

Essas instalações, além de gerarem energia, são capazes de acumular energia elétrica bombeando
água para uma represa superior.

2.5.3. Vantagens da energia hidroeléctrica

As usinas hidroeléctricas têm várias vantagens e aspectos positivos:

Reutilização: Trata-se de um recurso proveniente da água da chuva, e, além disso, a


água utilizada no processo pode voltar a ser utilizada.

Duração: As instalações hidrelétricas têm uma longa vida útil.

Sustentável: A energia hidrelétrica ajuda a diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

Flexibilidade: Os recursos hidráulicos facilitam a gestão dos picos de demanda


energética uma vez que podem utilizar a água represada de forma flexível.

Controle: As represas são especialmente úteis no momento de regular o caudal de um


rio para evitar, por exemplo, cheias perigosas.

Custos: Embora o investimento necessário para pôr em funcionamento uma usina hidrelétrica
seja alto — seu desenvolvimento envolve a construção de pântanos, barragens, canais, etc.—, os
custos operacionais são baixos.

Apoio: Sua flexibilidade operacional representa um complemento e um apoio essencial para o


desenvolvimento de outras tecnologias renováveis de geração intermitente como a energia
solar fotovoltaica e a eólica.

2.5.4. Fatos sobre energia hidroeléctrica

2.5.4.1. Energia

 Em todo o mundo, cerca de 20% de toda a electricidade é gerada por energia


hidroeléctrica.
 A energia hidreléctrica fornece cerca de 10% da electricidade nos Estados Unidos.

31
 Os Estados Unidos são o segundo maior produtor de energia hidreléctrica do mundo. O
Canadá é o número um.

 A Noruega produz mais de 99% de sua electricidade com energia hidreléctrica. A Nova
Zelândia usa energia hidreléctrica para 75% de sua electricidade.
 Nos Estados Unidos, a energia hidreléctrica produz electricidade suficiente para atender
às necessidades de 28 milhões de consumidores residenciais. Isso é igual a todas as casas
em Wisconsin, Michigan, Minnesota, Indiana, Iowa, Ohio, Missouri, Nebraska, Kansas,
Dakota do Norte e do Sul, Kentucky e Tennessee.
 Em Wisconsin, a energia hidroeléctrica é responsável por 4,1% da capacidade de geração
eléctrica e 4,4% da electricidade total gerada.
 A produção de energia hidroeléctrica em Wisconsin é de cerca de 2,1 bilhões de
quilowatts-hora (kwh) por ano. Com base em uma casa que usa 8.000 kwh de energia e
2,5 pessoas por casa, é energia suficiente para atender às necessidades residenciais de
650.000 pessoas.
 A energia hidreléctrica pode ficar "on-line" rapidamente para atender a aumentos rápidos
na demanda eléctrica e responder às necessidades emergenciais de energia.

2.5.4.2. Ambiente

 A energia hidroeléctrica é limpa. Impede a queima de 22 bilhões de galões de óleo ou


120 milhões de toneladas de carvão a cada ano.
 A energia hidroeléctrica não produz gases de efeito estufa ou outra poluição do ar.
 A energia hidroeléctrica não deixa resíduos.
 Reservatórios formados por projectos hidroeléctricos em Wisconsin expandiram os
recursos de recreação à base de água e apoiam pescarias diversificadas, saudáveis e
produtivas. Na verdade, as taxas de captura de peixes esportivos como walleye e
smallmouth são substancialmente mais altas em reservatórios hidroeléctricos do que em
lagos naturais.

2.5.4.3. Custo

 A energia hidroeléctrica é a forma mais eficiente de gerar electricidade. As hidro-turbinas


modernas podem converter até 90% da energia disponível em electricidade. As melhores
usinas de combustível fóssil são apenas cerca de 50% eficientes.
 Nos EUA, a energia hidroeléctrica é produzida por uma média de 0,85 centavos de dólar
por quilowatt-hora (kwh). Isso é cerca de 50% do custo da energia nuclear, 40% do custo
do combustível fóssil e 25% do custo do uso do gás natural.

 Dados recentes mostram que em Wisconsin a energia hidrelétrica é produzida por menos

32
de um centavo por kwh. Isso é cerca de metade do custo da energia nuclear e um terço do
custo do combustível fóssil.
 A energia hidrelétrica não apresenta custos de combustível crescentes ou instáveis. De
1985 a 1990, o custo de operação de uma usina hidrelétrica cresceu menos do que a taxa
de inflação.
 Apenas 2.400 das 80.000 barragens existentes no país são usadas para gerar energia. A
instalação de turbinas em barragens existentes apresenta uma fonte de energia promissora
e econômica. No entanto, nos últimos 10 anos, o Departamento de Energia gastou US $
1,2 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de outras fontes renováveis como eólica, solar
e geotérmica, mas apenas US $ 10 milhões em energia hidrelétrica.

2.5.4.4. Renovável

 A energia hidrelétrica é a principal fonte de energia renovável. Fornece mais de 97% de


toda a electricidade gerada por fontes renováveis. Outras fontes, incluindo solar,
geotérmica, eólica e biomassa, são responsáveis por menos de 3% da produção de
electricidade renovável

 A água é um produto doméstico naturalmente recorrente e não está sujeita aos caprichos
de fornecedores estrangeiros.

 Os reservatórios de energia hidrelétrica contribuem para as economias locais. Um estudo


de um projecto hidrelétrico de médio porte em Wisconsin mostrou que o valor recreativo
para residentes e visitantes ultrapassava US $ 6,5 milhões anualmente.

2.6. Bioenergia
É o nome dado à energia proveniente da biomassa, ou seja, da matéria orgânica de origem
vegetal e animal. Esse tipo de energia pode ser utilizado para produzir combustíveis, eletricidade
e calor, sendo considerado uma alternativa às fontes de energia convencionais, que vigoram na
matriz energética mundial.

2.6.1. Principais fontes para produção de bioenergia

A bioenergia pode ser produzida por meio de fontes provenientes de matéria-prima renovável,
como:

 Madeira, Produtos agrícolas (milho, cereais), Bagaço de cana-de-açúcar, Dejectos


orgânicos (serragem, lixo orgânico); Vegetais e frutas.

Essas fontes são classificadas em quatro categorias:

33
1. Culturas: produtos agrícolas cultivados para produção de energia, como milho e
cereais.
2. Resíduos agrícolas e florestais: resíduos produzidos durante a colheita e o corte de
árvores, como palha e resíduos de madeira.
3. Subprodutos orgânicos: resíduos orgânicos, efluentes da agro-pecuária e resíduos
provenientes do processamento da madeira.
4. Resíduos orgânicos: resíduos domésticos, efluentes domésticos e industriais e
resíduos da produção alimentar.
Biomassa e bioenergia

A biomassa, matéria orgânica usada para produção de energia, pode ser de origem vegetal ou
animal. Essa matéria orgânica produz a bioenergia, uma energia renovável, limpa, com baixo
custo e que não emite gases poluentes à atmosfera.
Apesar de liberar gás carbónico, a queima da biomassa para a produção bioenergética não altera
a atmosfera, visto que esse gás é utilizado pelos vegetais no processo de fotossíntese.

Há três classes de biomassa:

1. Biomassa sólida: produtos e resíduos agrícolas, florestais e resíduos biodegradáveis


das indústrias e da área urbana.
2. Biomassa líquida: proveniente das "culturas energéticas", resulta em biocombustíveis
líquidos, como etanol e biodiesel.
3. Biomassa gasosa: pode ser encontrada nos efluentes agro-pecuários advindos da
indústria e da zona urbana.
O uso da biomassa passou a ser mais presente nas matrizes energéticas em decorrência da
exaustão de algumas fontes de energia não renováveis, tornando-se uma alternativa à matriz
energética mundial.
Além disso, a produção de bioenergia representa uma resposta ao apelo da comunidade científica
em relação aos impactos negativos provocados ao meio ambiente.

Os combustíveis como etanol e biodiesel são um dos principais produtos provenientes da


biomassa. Esses biocombustíveis, além de mais económicos, são sustentáveis, já que sua
produção não emite gases poluentes à atmosfera.

Contudo, é válido ressaltar que o uso da biomassa para produção de energia está associado a
alguns problemas ambientais, como a intensificação do desmatamento para viabilizar a produção
agrícola. Essa retirada da cobertura vegetal provoca vários problemas, como desequilíbrio
ecológico, perda de habitat dos animais e alterações climáticas.

34
2.6.2. Importância da bioenergia

A bioenergia é uma fonte de energia limpa e renovável. Logo, representa uma alternativa à
matriz energética mundial, que é dependente das fontes não renováveis de energia, especialmente
dos combustíveis fósseis.
Além de emitir menos poluentes, a energia gerada pela biomassa permite o reaproveitamento de
resíduos que são, normalmente, descartados.

De acordo com o director científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), Carlos Henrique, a bioenergia poderá ser uma solução para os danos provocados ao
meio ambiente.

Os biocombustíveis podem ser produzidos por meio de produtos agrícolas, como milho, madeira
e cana-de-açúcar.

 Bio etanol
O etanol é produzido a partir de resíduos agro-industriais, como milho e cana-de-açúcar. No
Brasil, sua produção intensificou-se no ano de 1975 com o Programa Nacional do Álcool. Em
1994, passou a representar cerca de 50% do consumo nacional de combustíveis do país.

 Biodiesel
O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais. Representa uma alternativa ao uso do óleo
diesel, contudo não é um combustível totalmente limpo, visto que sua produção gera emissão de
gases poluentes.

 Biogás
O biogás é um combustível de alto poder calorífico, gasoso e constituído, principalmente, por
metano. Esse combustível pode ser usado para substituir o uso de gás natural, resultado de fontes
de energia não renováveis.

 Bio metano

O bio-metano é produzido por meio da limpeza e da purificação do biogás e é constituído,


principalmente, por metano. Pode ser obtido em estações de tratamento de águas residuais,
aterros sanitários, ou resíduos pecuários. O Brasil produz cerca de 30 milhões de m3 de bio
metano por dia.

35
2.6.3. Vantagens e desvantagens

Apesar de a bioenergia representar uma fonte de energia alternativa ao modelo energético actual,
seu uso e produção apresentam algumas desvantagens. Veja abaixo algumas dessas vantagens e
desvantagens:

2.6.3.1. Vantagens

 É uma fonte de energia renovável;


 Gera poucos poluentes quando comparada à utilização de fontes não renováveis de
energia;

 Possui baixo custo e alta capacidade de reaproveitamento de resíduos;

 Apresenta menor risco ambiental;

 Não colabora para a intensificação do efeito estufa.

2.6.3.2. Desvantagens

 Provoca desmatamento de extensas áreas, resultando em perda de habitat, desequilíbrio


ecológico e alterações climáticas;

 Apresenta menor poder calorífico quando comparado a outros combustíveis;

 Possui maior dificuldade no transporte e armazenamento da biomassa sólida;

 Apresenta eficiência reduzida;

 Biocombustíveis líquidos podem provocar aumento das chuvas ácidas.

2.6.4. Desafios

A bioenergia apresenta dois problemas para o meio ambiente: retirada da cobertura vegetal de
grandes áreas para produção agrícola e utilização de grande quantidade de água.

Outra preocupação refere-se à demanda de alimentos, que pode ser prejudicada pela produção
agrícola destinada à obtenção de energia.

Assim, cabe à sociedade e aos governos encontrar uma maneira de aumentar o uso de bioenergia
sem causar grandes impactos negativos ao meio ambiente e sem afectar a produção de alimentos.

36
3. Energia Nuclear
É a tendência que mantém os protões e neutrões juntos no núcleo isto é a energia de ligação dos
núcleos (partículas do núcleo).
A forma imaginada para liberar a energia nuclear baseou-se na possibilidade de partir-se ou
dividir-se o núcleo de um átomo “pesado, isto é, com muitos protões e neutrões, em dois núcleos
menores, através do impacto de um neutrão. A energia que mantinha juntos esses núcleos
menores, antes constituindo um só núcleo maior, seria liberada, na maior parte, em forma de
calor (energia térmica).

A divisão do núcleo de um átomo pesado, por exemplo, do urânio-235, em dois menores, quando
atingido por um neutrão, é denominada fissão nuclear. Seria como jogar uma bolinha de vidro
(um neutrão) contra várias outras agrupadas (o núcleo).
Na realidade, em cada reacção de fissão nuclear resultam, além dos núcleos menores, dois a três
neutrões, como consequência da absorção do neutrão que causou a fissão. Torna-se, então,
possível que esses neutrões atinjam outros núcleos de urânio-235, sucessivamente, liberando
muito calor. Tal processo é denominado reacção de fissão nuclear em cadeia ou, simplesmente,
reacção em cadeia.

37
3.1.1. Urânio-235 e Urânio-238
O urânio-235 é um elemento químico que possui 92 protões e 143 neutrões no núcleo. Sua massa
é, portanto, 92 + 143 = 235.
Existem na natureza, em maior quantidade, átomos com 92 protões e 146 neutrões (massa igual a
238) trata-se do urânio-238, que só tem possibilidade de sofrer fissão por neutrões de elevada
energia cinética (os neutrões rápidos”).
Já o urânio-235 pode ser fissionado por neutrões de qualquer energia cinética, preferencialmente
os de baixa energia, denominados neutrões térmicos (“lentos”).
Para ser possível a ocorrência de uma reacção de fissão nuclear em cadeia, é necessário haver
quantidade suficiente de urânio-235, que é fissionado por neutrões de qualquer energia, pois o
urânio-235 muito pouco na natureza.
Nos Reactores Nucleares do tipo PWR, é necessário haver a proporção de 32 átomos de urânio-
235 para 968 átomos de urânio-238, em cada grupo de 1.000 átomos de urânio, ou seja, 3,2% de
urânio-235.
O processo físico de retirada de urânio-238 do urânio natural, aumentando, em consequência, a
concentração de urânio-235, é conhecido como Enriquecimento de
Urânio. Se o grau de enriquecimento for muito alto (acima de 90%), isto é, se houver quase só
urânio-235, pode ocorrer uma reacção em cadeia muito rápida, de difícil controle, mesmo para
uma quantidade relativamente pequena de urânio, passando a constituir-se em uma explosão: é a
“bomba atómica.

3.1.2. Controle da Reacção de Fissão Nuclear em Cadeia


Descoberta a grande fonte de energia no núcleo dos átomos e a forma de aproveitá-la, restava
saber como controlar a reacção em cadeia, que normalmente não pararia, até consumir quase
todo o material fóssil (= que sofre fissão nuclear), no caso o urânio-235. Como já foi visto, a
fissão de cada átomo de urânio-235 resulta em 2 átomos menores e 2 a 3 neutrões, que irão
fissionar outros tantos núcleos de urânio-235. A forma de controlar a reacção em cadeia consiste
na eliminação do agente causador da fissão: o neutrão. Não havendo neutrões disponíveis, não
pode haver reacção de fissão em cadeia.
Alguns elementos químicos, como o boro, na forma de ácido bórico ou de metal, e o cádmio, em
barras metálicas, têm a propriedade de absorver neutrões, porque seus núcleos podem conter
ainda um número de neutrões superior ao existente em seu estado natural, resultando na
formação de isótopos de boro e de cádmio.
A grande aplicação do controle da reacção de fissão nuclear em cadeia é nos Reactores
Nucleares, para geração de energia eléctrica.

38
3.1.3. O Reactor Nuclear
De uma forma simplificada, um Reactor Nuclear é um equipamento onde se processa uma
reacção de fissão nuclear, assim como um reactor químico é um equipamento onde se processa
uma reacção química.
Um Reactor Nuclear para gerar energia eléctrica é, na verdade, uma Central Térmica, onde a
fonte de calor é o urânio-235, em vez de óleo combustível ou de carvão. É, portanto, uma Central
Térmica Nuclear. A grande vantagem de uma Central Térmica Nuclear é a enorme quantidade de
energia que pode ser gerada, ou seja, a potência gerada, para pouco material usado (o urânio).

3.1.4. Funcionamento de uma central térmica Nuclear


O urânio, enriquecido a cerca de 3,2% em urânio-235, é colocado, em forma de pastilhas de 1 cm
de diâmetro, dentro de tubos (“varetas”) de 4m de comprimento, feitos de uma liga especial de
zircônio, denominada “zircalloy.

39
A Vareta de Combustível é a primeira barreira que serve para impedir a saída de material
radioactivo para o meio ambiente.
Na estrutura do Elemento Combustível existem tubos guias, por onde podem passar as Barras
de Controle, geralmente feitas de cádmio, material que absorve neutrões, com o objectivo de
controlar a reacção de fissão nuclear em cadeia. Quando as barras de controle estão totalmente
para fora, o Reactor está trabalhando no máximo de sua capacidade de gerar energia térmica.
Quando elas estão totalmente dentro da estrutura do Elemento Combustível, o Reactor está
“parado” (não há reacção de fissão em cadeia).
O Vaso de Pressão do Reactor é a segunda barreira física que serve para impedir a saída de
material radioactivo para o meio ambiente.
O Vaso de Pressão contém a água de refrigeração do núcleo do reactor (os elementos
combustíveis). Essa água fica circulando quente pelo Gerador de Vapor, em circuito, isto é, não
sai desse Sistema, chamado de Circuito Primário. Angra 1 tem dois Geradores de Vapor; Angra
2 terá quatro. A água que circula no Circuito Primário é usada para aquecer uma outra corrente
de água, que passa pelo Gerador de Vapor.

A outra corrente de água, que passa pelo Gerador de Vapor para ser aquecida e transformada em
vapor, passa também pela turbina, em forma de vapor, accionando-a. É, a seguir, condensada e
bombeada de volta para o Gerador de Vapor, constituindo um outro Sistema de Refrigeração,
independente do primeiro. O sistema de geração de vapor é chamado de Circuito Secundário.

3.1.5. Vantagens da energia nuclear


A energia nuclear esteriliza equipamentos médicos, fornece água potável por meio de
dessalinização, fornece radioisótopos para tratamentos de câncer, combate as mudanças
climáticas como fornece grandes quantidades de electricidade livre de carbono 24 horas por dia,
veículos eléctricos de energia nuclear oque permitiria a redução do carbono.

40
3.1.6. Desvantagens
 Os acidentes tem serias consequências;
 Uma grande desvantagem é a gestão de resíduos nucleares. O lixo nuclear leva muitos e
muitos anos para perder sua radioactividade e perigo. Exitem soluções de confinamento,
mas não podem desaparecer.
 O investimento inicial de uma usinanuclear é muito alto;
 Ao contrario de outras opções de uma usina nuclear é muito alto.
 Ao contrario de outras opções de energia, a energia nuclear não é renovável porque o
urânio deve ser extraído e não é regenerado.

Um breve resumo sobre energia não renovável e renovável.

41
42
4. Conclusão
Podemos concluir que, embora muitas substituições de energia e medidas de conservação
possíveis, nenhuma delas possui nem a quantidade nem a qualidade suficiente para substituir os
combustíveis fosseis e sustentar os altos níveis de estrutura e processos de nossa civilização.
A tecnologia solar não consegue saldos liquido de energia adequados, porque a natureza diluída
da luz solar impede uma conversão eficiente directa em energia mecânica ou eléctrica.
Quanto a energia geotérmica o calor proveniente do interior da terra é uma fonte de energia
limpa e renovável, há tecnologias sólidas e viáveis para a exploração do potencial geotérmico,
No mundo, um número considerável de países está produzindo energia eléctrica a partir do
recurso geotérmico, o que contribui para a diminuição da utilização de combustíveis fósseis;
O sector só se conseguirá desenvolver rumo a um estado tecnológico viável com o apoio dos
Governos dos Estados (Políticas Públicas), à semelhança do acontecido com outras formas de
produção de Energias Renováveis (ex: as Eólicas), de forma a poder fazer face ao elevado custo
e dificuldades (barreiras tecnológicas e não‐tecnológicas) que ainda impedem a real
implementação desta fileira energética renovável.
Quanto a energia nuclear é uma energia renovável de pouca poluição ao ambiente e com poucas
desvantagens para sociedade, apesar que seja uma energia em crescimento onde nem todos os
países tem acesso, mas demonstra que é uma energia que pode vir a mudar nos próximos tempos.
E por fim as Bioenergia como podemos entender é o reaproveitamento de matéria inorgânica e
orgânica para a produção de energia, e com esse reaproveitamento o meio ambiente agradece e
por fim o aumento do emprego a nível da reciclagem.

43
Bibliografia
1. Bioenergia : Biomassa, combustíveis, vantagens e desvantagens
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/bioenergia.htm
2. Future role of bioenergy
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780128130568000108
3. Oque é energia hidrica https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/o-que-e-energia-
hidreeletrica
4. Fotovoltaica e eletrecidade
file:///C:/Users/teste/Documents/Fotovoltaica%20e%20eletricidade%20-
%20US%20Energy%20Information%20Administration%20(EIA).html
5. Nucler energy https://www.britannica.com/science/nuclear-energy
6. http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce1302/energia.pdf
7. Oque é energia nuclear https://www.nei.org/fundamentals/what-is-nuclear-energy

44
45

Você também pode gostar