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ANÁLISE ELÁSTICA NÃO LINEAR GEOMÉTRICA DE TRELIÇA PLANA

PELO MÉTODO NUMÉRICO DE NEWTON-RAPHSON

Marcelo Gimenez Magalhães1, Victor Hugo Morais Avancini2


marcelo.gmagalhaes@usp.br1, victor.avancini@usp.br2
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

RESUMO

Um problema de análise elástica não linear geométrica de uma treliça plana...

Palavra-chave: Análise matricial; Não-linearidade; Treliça plana; Newton Raphson

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Souza (2009), a análise estrutural é uma etapa de grande importância para
a elaboração de um projeto e tem como principal objetivo determinar os esforços e os
deslocamentos de todos os pontos da estrutura. Esta análise tem grande vinculação com as
características da própria estrutura, como seção transversal, rigidez do material, imperfeições
iniciais e estabilidade da estrutura como um todo. Além disso, o tipo de análise a ser
empregado é definido de acordo com a deslocabilidade da estrutura. Considerando a
estabilidade da estrutura, a análise estrutural pode ser linear geométrica ou não linear
geométrica. A análise linear geométrica considera para a determinação dos esforços e
deslocamentos, que o equilíbrio da estrutura é formulado em sua posição inicial. Por outro
lado, a análise não linear geométrica considera o equilíbrio da estrutura na posição
deslocada.
Além disso, de acordo com Cunha (2017), é importante salientar a relevância da não
linearidade física do material, podendo serem utilizados o modelo de análise elástica ou o
modelo de análise plástica. O modelo de análise elástica considera o comportamento do
material de forma linear, ou seja, as tensões nos elementos da estrutura não ultrapassam a
resistência ao escoamento do material, enquanto no modelo de análise plástica há uma
mudança no regime da função, não sendo mais está de forma linear, ou seja, o material passa
a se deformar sem que haja acréscimo de tensão, fazendo com que ocorra a plastificação de
algumas seções da estrutura e redistribuição de esforços dentro da estrutura. A Figura 1 ilustra
o comportamento da estrutura em função da análise adotada.

Figura 1 – Comportamento estrutural em função do modelo de análise


Fonte: adaptado de Lacerda (2014)
Portanto, devido ao aumento na frequência de utilização de estruturas mais esbeltas, são
relevantes os conhecimentos de não linearidade física e geométrica na elaboração de projetos
estruturais na engenharia a fim de obter resultado mais próximos da realidade.
O método de Newton-Raphson é um método numérico que pode ser aplicado em
problemas da engenharia de modo a resolver sistemas de equações não lineares. Para o caso
onde uma estrutura que apresenta um comportamento não linear geométrico, ou seja, a
relação entre o carregamento e os deslocamentos não é linear, o método de Newton-
Raphson é uma excelente alternativa para resolução do problema.
O método de Newton-Raphson é utilizado para obter raízes de função. Para isso, estima-
se um valor inicial (x0). Em seguida, é formulada a reta tangente da função nesse ponto (g(x0))
a partir da derivada da função (g’(x0)). Com isso, se encontra o ponto de intersecção da reta
tangente com o eixo das abcissas (x1). Esse processo é repetido até que se encontre a solução
do problema. A Figura 2 ilustra o Método de Newton-Raphson.

Figura 2 – Método de Newton-Raphson


Fonte: adaptado de Lacerda (2014)

O método iterativo de Newton-Raphson é dado pela equação (1):


𝑔(𝑥 )
𝑥𝑖+1 = 𝑥𝑖 − 𝑔′(𝑥𝑖 ) (1)
𝑖
Figura 3 – Elemento na configuração indeformada e deformada
Fonte: Autores

Ao analisar uma treliça plana considerando a não linearidade geométrica é necessário


descrever a estrutura em um referencial do plano cartesiano, indicando os pares ordenados do
nó inicial e final do elemento na sua configuração indeformada. Desta forma, podemos obter
algumas informações necessárias para compor a matriz de rigidez tangente conforme
Equação (x).
O comprimento do elemento na configuração indeformada será obtido pela Equação
(x)

𝐿𝑟 = √(𝑥3 𝑟 − 𝑥1 𝑟 )2 + (𝑥4 𝑟 − 𝑥2 𝑟 )2 (2)

A análise elástica de não linearidade geométrica depende de sucessivas iterações


incrementais de deslocamento para obtenção do equilíbrio estático final, para isso, iniciamos
a configuração deformada igualmente a configuração da indeformada, ou seja, adotamos
como sendo nulo o vetor de deslocamentos nodais do elemento na Equação (x) que será
atualizado após a cada nova iteração.
𝑈1
𝑈2
𝑼𝒆𝒍𝒆𝒎 ={ } (4)
𝑈3
𝑈4
Assim, podemos obter os pares ordenados dos nós inicial e final de cada elemento na
sua configuração deformada através da Equação (x).

𝑥𝑖 = 𝑥𝑖 𝑟 + 𝑈𝑖 (4)
O comprimento do elemento na configuração deformada será obtido pela Equação (x)

𝐿 = √(𝑥3 − 𝑥1 )2 + (𝑥4 − 𝑥2 )2 (3)

A matriz rigidez local do material do elemento está expressa pela Equação (x).
1 0 −1 0
×[ 0 0 0 0]
𝐸𝐴
𝒌𝑴 = (1)
𝐿𝑟 −1 0 1 0
0 0 0 0
A matriz rigidez geométrica local do elemento pode ser escrita em duas formas,
contemplando pequenas deformações e grandes deformações, dada pelas Equações (x) e (x),
respectivamente.
0 0 0 0
× [0 1 0 −1]
𝑁
𝒌𝑮 = (1)
𝐿 0 0 0 0
0 −1 0 1
1 0 −1 0
𝒌𝑮 =
𝑁
×[ 0 1 0 −1] (1)
𝐿 −1 0 1 0
0 −1 0 1
Vale lembrar, que N representa o esforço axial do elemento correspondente e deverá
ser atualizado a cada nova iteração, considerando sempre o equilíbrio estático dos nós.
As matrizes apresentadas até aqui estão no sistema de eixos locais do elemento no
plano cartesiano, ou seja, o eixo da ordenada coincide com o eixo longitudinal do elemento e
o eixo da abcissa acompanha sua ortogonalidade. Para compor a matriz de rigidez global da
estrutura, será necessário adotar um eixo de referência único para todos elementos. Desta
forma, o procedimento para construção da matriz de rigidez global do elemento pode ser
obtido através da rotação dos eixos locais para o eixo global utilizando a Equação (x)
[𝑲] = [𝑹]𝑻 [𝒌] [𝑹] (1)

Sendo que a matriz de transformação é representada pela Equação (x)


𝑐𝑜𝑠 𝜑 𝑠𝑒𝑛 𝜑 0 0
−𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑐𝑜𝑠 𝜑 0 0
𝑹=[ 𝑐𝑜𝑠 𝜑 𝑠𝑒𝑛 𝜑 ] (1)
0 0
0 0 −𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑐𝑜𝑠 𝜑

A matriz de transformação deverá ser atualizada a cada iteração com as relações


trigonométricas baseadas na configuração deformada, conforme Equação(x) e (x).
𝑥3 −𝑥1
cos 𝜑 = 𝐿
(1)
𝑥4 −𝑥2
sen 𝜑 = (1)
𝐿

Neste momento, é conveniente realizar a composição da matriz de rigidez tangente


global do elemento, sendo esta como a superposição da matriz de rigidez global do elemento
referente ao material e a geometria, expressa pela Equação (x)
𝑲𝑻 = 𝑲𝑴 + 𝑲𝑮 (1)
A matriz de rigidez tangente global da estrutura é montada realizando o espalhamento
da matriz de rigidez tangente global do elemento. Existe diversas metodologias para se fazer
a alocação correta de cada rigidez, porém iremos adotar o procedimento expresso na Figura
(x).
[𝑲]𝑒𝑠𝑡𝑟 1 2 … 2𝑛1 − 1 2𝑛1 ⋯ 2𝑛2 − 1 2𝑛2 ⋯
1 ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯
2 |⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯|
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
2𝑛1 − 1 ⋯ ⋯ ⋯ 𝐾11 𝐾12 ⋯ 𝐾13 𝐾14 ⋯
| 𝐾23 𝐾24 ⋯ |
2𝑛1 ⋯ ⋯ ⋯ 𝐾21 𝐾22 ⋯
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
2𝑛2 − 1 | ⋯ ⋯ ⋯ 𝐾31 𝐾32 ⋯ 𝐾33 𝐾34 ⋯ |
2𝑛2 ⋯ ⋯ ⋯ 𝐾41 𝐾42 ⋯ 𝐾43 𝐾44 ⋯
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
Figura 4 – Matriz de rigidez tangente global da estrutura
Fonte: Autores

Nesta etapa convêm encontrar os deslocamentos dos nós de grau de liberdade livre,
dado pela Equação (x). Para isto, neste trabalho, adotaremos a técnica do zero e um para isolar
somente os termos necessários. O procedimento consiste em zerar a linha e a coluna do grau
de liberdade restrito na matriz de rigidez, fazendo com que o elemento da diagonal da matriz
seja unitário e nos demais vetores seja nulo. Assim, impõem-se apoios rígidos com
deslocamentos nulos nos graus de liberdade desejados.

[𝑲𝑳𝑳 ]{𝑼𝑳 } = {𝑭𝑳 } (1)

Recai-se sobre um sistema de equações no qual utilizaremos o método de Newton-


Raphson para resolução, obtendo-se os deslocamentos.

[𝑲𝒌−𝟏 ]{∆𝑼𝒌 } = {∆𝑭𝒌 } (1)

Podemos escrever a função na seguinte forma dada pela Equação (x).


𝑓(𝑼) = {𝑭𝑳 } − [𝑲𝑳𝑳 ]{𝑼𝑳 } = {𝟎} (1)
Sendo que a derivada da função, ou matriz jacobiana, pode ser escrita pela forma dada
na Equação (x).
𝝏𝒇
𝑓 ′ (𝑼) = 𝐽(𝑼) = = −[𝑲𝑳𝑳 ] (1)
𝝏𝑼

A parcela de acréscimo de deslocamento é obtido pela Equação (x). Vale lembrar,


que é muito alto o custo computacional para inversão de uma matriz, portanto neste momento
podemos utilizar o procedimento LDU para resolver as equações. Talvez descrever sobre este
procedimento.
−𝟏
{∆𝑼𝒌 } = −[𝑱(𝑼)𝒌−𝟏 ] 𝑓(𝑼)𝑘−1

O vetor deslocamento será atualizado conforme Equação (x).


{𝑼𝒌 } = {𝑼𝒌−𝟏 } + {∆𝑼𝒌 } (1)

Podemos dizer que convergiu e encerrar a aplicação do método numérico de Newton


Raphson quando o critério de parada for satisfeito, conforme apresentado pela Equação (x).
‖{𝑭𝑳 }𝒌 ‖
‖{𝑭𝑳 }‖
≤ 10−5 𝑎 10−8 (1)

A cada iteração deve-se atualizar a matriz rigidez devido a nova posição da


configuração deformada.
Após encontrar os deslocamentos da posição deformada final, podemos calcular as
reações de apoio pela Equação (x), utilizando da técnica zero e um para isolamento da matriz
rigidez e o vetor dos nós de grau de liberdade suprimidos.
[𝑲𝑺𝑳 ]{𝑼𝑳 } = {𝑭𝑺 } (1)
O cálculo dos esforços nos elementos, expressa pela Equação (x), se dá no âmbito dos
eixos locais, sendo necessário obter a transformação do vetor de deslocamentos dos nós, que
até então estava sendo descrito nos eixos globais. A matriz rigidez tangente do elemento nos
eixos locais é obtida pela soma das Equações (x) e (x).
{𝒇𝒆𝒍𝒆𝒎 } = [𝒌𝒆𝒍𝒆𝒎 ] × {𝒖𝒆𝒍𝒆𝒎 }

𝑭𝟏
𝑭
{𝑭𝒆𝒙𝒕 } = { 𝟐 }
𝑭𝟑
𝑭𝟒

−𝟏 𝑼𝟏
𝑵 𝑼
{𝑭𝒊𝒏𝒕 } = 𝑵 { 𝟎 } + { 𝟐 }
𝟏 𝑳𝟎 𝑼𝟑
𝟎 𝑼𝟒

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é determinar a posição deformada de uma treliça por meio de
uma análise elástica não linear geométrica, utilizando o método numérico
de Newton Raphson.

3. METODOLOGIA

A estrutura a ser analisada é uma treliça composta for duas barras, submetida a um
carregamento concentrado F. A Figura 3 ilustra a treliça indeformada.
Figura 3 – Treliça indeformada

Após submetida ao carregamento F, a estrutura se deforma. A Figura 4 ilustra a treliça


deformada.

Figura 4 – Treliça deformada

4. RESULTADOS
Resultados do trablaho.

5. CONCLUSÕES
Conclusões do trabalho.

6. REFERÊNCIAS

1. CUNHA, Pedro Filipe de Luna. Rotinas computacionais para análise não linear


geométrica de estruturas reticuladas. 2017. 156 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia
Civil, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.
2. SOUZA, A.S.C. Análise da estabilidade de edifícios de andares múltiplos de aço.
Relatório FAPESP. Universidade Federal de São Carlos. 2009.
3. LACERDA, Estéfane George Macedo. Análise não linear de treliças pelo método dos
elementos finitos posicional. / Estéfane George Macedo Lacerda. – Natal, RN, 2014. 92 f. : il.
https://www.passeidireto.com/arquivo/45112101/artigo-cientifico-analise-nao-linear-de-
trelicas-planas-pelo-metodo-dos-elemento*

Solução analítica

http://limacloud.duckdns.org:89/CILAMCE/6592.pdf

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0370-44672009000200012&script=sci_arttext&tlng=en

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