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3. Fundações Superficiais e Profundas

3.1 Introdução
Fundações são elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da
estrutura de uma edificação para o terreno onde ela se apoia. Assim, as
fundações devem ter a resistência necessária para suportar as tensões
causadas pelos esforços solicitantes de modo adequado a ser suportado pelo
terreno. Os elementos necessários para escolha e projeto das fundações são:

 Topografia da área.
 Dados geológicos-geotécnicos dados pela investigação do subsolo.
 Dados da estrutura.

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 Dados das construções vizinhas.

A norma NBR 6122 (ABNT NBR 6122, 2019) versa sobre o projeto e execução
de fundações, estabelecendo definições, critérios de projeto e normas de
execução para os diferentes tipos de fundações. As fundações são
convencionalmente separadas em dois grandes grupos:

Fundação superficial (ou rasa ou direta). A carga é transmitida ao terreno


predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação e a
profundidade de assentamento em relação ao terreno é inferior a duas vezes a
menor dimensão da fundação. Nesse tipo de fundação incluem-se: bloco, sapata,
sapata associada, sapata corrida (baldrame), viga de fundação e radier.

Fundação profunda. Transmite a carga ao terreno pela base (resistência de


ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação
das duas. Está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor
dimensão em planta, e no mínimo 3 metros (salvo justificativa). Nesse tipo de
fundação incluem-se: estaca, tubulão, caixão.

A Figura 16 ilustra os principais tipos de fundações, superficiais e profundas,


usualmente utilizadas para a construção de edificações. As fundações
superficiais (Figura 16 a, b, c) são usualmente executadas em concreto, simples
ou armado. As fundações profundas, como as estacas (Figura 16 d) e os tubulões
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(Figura 16 e) são, em geral, executadas em concreto armado ou aço, utilizando
diferentes processos construtivos.
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Figura 16 Fundações Superficiais: a) bloco e sapata; b) viga; c) radier; e


Fundações Profundas: d) estacas; e) tubulões. (Velloso, et al., 2004).

(a)

(b) (d)
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(e)
(c)

3.2 Fundações Superficiais


Nas fundações superficiais (ou rasa, ou direta) as cargas da edificação são
transmitidas ao solo logo nas primeiras camadas. Para que isso ocorra,
obviamente, é necessário que o solo tenha capacidade suficiente para suportar
tais cargas, seja porque o solo possui alta resistência, seja porque as cargas são
pequenas, ou ambas as situações ao mesmo tempo.
A decisão pelo tipo de fundação requer o conhecimento do solo propiciado pela
sondagem. Para efeito prático, considera-se técnica e economicamente
adequado o uso de fundação direta quando o número de golpes de SPT (Nspt)
for maior ou igual a 8 e a profundidade máxima não ultrapassar 2m. O
primeiro indica a resistência mínima necessária para uso de fundação direta; o
limite de profundidade se deve ao custo da escavação e reaterro necessário para
a execução da fundação, acima do qual o uso de fundação direta se torna
antieconômico (Rebelo, 2008).
40 Na fundação direta as cargas são transmitidas diretamente pela base da
fundação ao solo, aplicando neste uma tensão no máximo igual à tensão
admissível do solo. Esse é o princípio básico para pré-dimensionamento das
fundações superficiais.
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3.2.1 Bloco

Elemento de fundação superficial utilizado quando há atuação de pequenas


cargas, como por exemplo, casas e sobrados. Os blocos são elementos
estruturais de grande rigidez que suportam predominantemente esforços de
compressão provenientes das cargas dos pilares. Podem ser de concreto simples
(não armado), alvenarias de tijolos ou pedras de mão (alicerces), argamassadas
ou não.
Os blocos de concreto simples são dimensionados de modo que as tensões de
tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem a necessidade
de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas de modo
a reduzir o consumo de concreto, evitando regiões onde o concreto estaria sub-
utilizado. Normalmente apresentam em planta seção quadrada ou retangular.

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As dimensões do bloco são determinadas pelas cargas aplicadas e pela
resistência do solo, de modo que as tensões no solo sejam no máximo iguais a
sua tensão admissível. O conceito de tensão sobre um material significa o
quanto de força é aplicado por unidade de área desse material. A área da base
do bloco é, portanto, determinada conhecendo-se a carga sobre ela e impondo-
se como tensão máxima a tensão admissível do solo. Dessa forma, a área da
base de um bloco de fundação, é obtida, para efeito de pré-dimensionamento
através da Equação 13.

𝑃 + 𝑝𝑝
Á𝑟𝑒𝑎 = 𝑎 𝑥 𝑏 = Equação 13
𝜎

onde: P = Carga proveniente do pilar; pp = peso próprio do bloco (na maioria


dos casos é desprezado); 𝜎 é a tensão admissível do solo; a e b são as arestas
da base do bloco.
A altura do bloco é obtida adotando a expressão apresentada na Figura 17,
considerando para efeito de pré-dimensionamento um ângulo =60o, ou,
aproximadamente tg = 1,73.

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Figura 17 – Escalonamento e altura de blocos de fundações


(Alonso, 1983).
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Exercício. Dimensionar um bloco de fundação para suportar uma carga de


1200 kN aplicada por um pilar de 50 x 50 cm e apoiado sobre uma areia
compacta, para a qual foi obtido Nspt = 19, a uma profundidade de 2 metros.

Solução.
A utilização de uma fundação superficial se justifica pelo fato de ter sido
encontrado um solo de alta resistência a pouca profundidade.
Para determinação da tensão admissível do solo, a partir do número de golpes
de SPT, utilizamos o procedimento apresentado no item 4.4 destas notas de
aula. A situação menos favorável é obtida quando se aplica a Equação 11,
obtendo:
19
𝜎 (𝑀𝑃𝑎) = = 0,38 𝑀𝑃𝑎 = 380 𝑘𝑁/𝑚
50
Para dimensionamento da base considera-se
1200
42 Á𝑟𝑒𝑎 = 𝑎 𝑥 𝑏 = = 3,2 𝑚
380

Como o pilar é quadrado vamos adotar a = b = √3,2 ≅ 1,8 𝑚


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A altura é obtida fazendo


1,8 − 0,5
ℎ= 1,73 ≅ 1,2 𝑚
2

O procedimento executivo de construção de um bloco de concreto simples,


consiste basicamente nos seguintes passos:

1. Escavação para abertura da cava com largura aproximadamente 20 cm


maior que a dimensão do bloco em planta, e profundidade de 5 a 10 cm
abaixo da cota de apoio. Deve ser observado o correto nivelamento (nível
de mangueira, laser, etc.);

2. Regularização e compactação do fundo com soquete de 5kg ou por meio


de compactador mecânico tipo sapo;

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3. Execução de lastro de concreto magro sobre a cava. Antes do lançamento
do lastro o fundo da vala deve ser molhado, para detectar, pela percolação
da água, eventuais elementos indesejáveis (formigueiros, raízes, etc.). Obs.
Sobre rocha: limpar a rocha;

4. Preparação das fôrmas, executadas com sarrafos e tábuas de madeira,


escoradas em estacas escavadas externamente no fundo e nas laterais da
cava. Verificação do esquadro e o correto posicionamento das fôrmas;

5. Concretagem dos blocos e posicionamento da armadura de espera, para


pilares que serão executados em concreto armado;

6. Cura do concreto, desforma e fechamento do restante da vala.

3.2.1 Sapata, sapata associada, sapata corrida (baldrame), viga


de fundação
Elemento de fundação de concreto armado dimensionado de modo que as
tensões de tração nele produzidas sejam resistidas pelas armaduras. Pode
possuir espessura constante ou variável sendo, sua base em planta
normalmente quadrada, retangular o trapezoidal. Formas curvas tornam
dificultam a montagem da fôrma.
Sapatas isoladas recebem carga de apenas um pilar. Uma sapata é dita
centrada quando a resultante do carregamento passa pelo centro de gravidade
da área da base. Em algumas situações (pilares de divisa, por exemplo) pode
haver uma excentricidade da carga na sapata, e nesse caso são utilizadas as 43
vigas de equilíbrio. As vigas de equilíbrio são elementos estruturais que ligam
a sapata de um pilar na divisa com um pilar interno, fazendo com que a sapata
trabalhe com carga centrada.
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Sapata associada (ou radier parcial). Sapata comum a vários pilares, cujos
centros, em planta, não estejam alinhados.

Sapata corrida (as vezes chamada baldrame). Sapata sujeita à ação de


uma carga distribuída linearmente.

Viga de fundação. Elemento de fundação superficial comum a vários pilares,


cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo alinhamento.

Um projeto econômico é obtido com o maior número possível de sapatas


isoladas. No entanto, no caso em que a proximidade entre pilares seja tal que
as sapatas isoladas se superponham ou fiquem muito próximas, deve-se
executar uma sapata associada.
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As dimensões em planta da sapata isolada são determinadas de modo similar


aos blocos, de modo que as tensões no solo sejam no máximo iguais a sua tensão
admissível. Já a altura da sapata é bem menor, uma vez que vamos considerar
o benefício da armadura.
A Figura 18 apresenta, para efeito de pré-dimensionamento, o modo de
determinação das dimensões das sapatas. O centro de gravidade da sapata deve
coincidir com o centro de gravidade dos pilares, e na medida do possível, a forma
da sapata deve acompanhar a forma dos pilares (quadrado, retangular ou
circular).
Figura 18 – Pré-dimensionamento das dimensões das sapatas
(Rebelo, 2008).

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É importante também considerar a resistência do solo abaixo da base da


fundação que deve ser capaz de suportar o bulbo de tensões provocado pelo
carregamento da fundação superficial. A Figura 19 apresenta um gráfico que
permite estimar o efeito do carregamento da fundação ao longo da profundidade
do solo, que deve ser considerado ao avaliar a viabilidade técnica de uma
fundação superficial.
Figura 19 – Bulbo de tensões no solo (Rebelo, 2008).

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O procedimento executivo para construção de uma sapata consiste basicamente
nos passos listados a seguir:
1. Iniciar a execução das sapatas apoiadas nas cotas mais profundas, com
escavação e preparação da cava de modo análogo ao bloco.

3. Execução de lastro de concreto simples com resistência compatível a


pressão de trabalho, com pelo menos 5 cm. Essa camada de regularização
também auxilia na proteção da armadura da sapata contra a umidade do
solo.

4. Preparação das fôrmas de borda e da base, atentando para o


nivelamento do topo das fôrmas laterais e ao posicionamento de acordo com
a marcação executada no gabarito de locação.

5. Colocação da armadura, observando o correto posicionamento do pilar 45


em relação à caixa com as armações. Colocação de guias de arame para
acompanhamento da declividade das superfícies do concreto. Garantir
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posicionamento e observar cobrimentos. Cuidado especial na sobreposição


dos ferros de arranque com as barras do pilar, observando os corretos
comprimentos de ancoragem e traspasse.

6. Verificar o esquadro, alinhamento, inclinação das laterais das fôrmas e,


em função do projeto, a altura do toco do pilar.

7. Concretagem da peça, normalmente com vibração mecânica apenas na


base e vibração manual onde a seção da sapata é inclinada. Cuidado
especial na concretagem da junção sapata-pilar devido a maior densidade
de armadura, que pode formar ninhos de concretagem, além disso, trata-
se de um ponto de concentração de tensões.

8. Cura do concreto, desforma e fechamento do restante da vala.


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Figura 20 – Fases construtivas de uma sapata


(PCC-2435 - Escola Politécnica USP, 2003) .

3.2.1 Radier
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da edificação ou
carregamentos distribuídos. O radier funciona como uma laje de fundação
podendo ser, em função de sua seção ser classificado como: liso; com pedestais
ou cogumelos (superior ou inferior); nervurados, isto é, com vigamento, em
caixão (similar a laje caixão).

Radiers são executados em concreto armado e devem resistir aos esforços dos
pilares diferencialmente carregados e ocasionalmente a pressões de lençol
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freático. São uma boa opção para sistemas estruturais leves, como sistemas
“frame”, ou situações em que o carregamento é predominantemente distribuído.
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Uma fundação em radier é adotada quando as áreas das sapatas se aproxima


umas das outras ou se interpenetrem (cargas de pilares altas ou tensões
admissíveis do solo muito baixas). Também no caso em que se deseja uniformizar
os recalques.
Figura 21 – Principais tipos de radier: (a) liso, (b) com pedestais ou
cogumelos, (c) com vigamento e (d) em caixão (ABMS/ABEF, 1998).

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A execução de um radier obedece aos mesmos procedimentos descritos para
execução de uma sapata. No entanto, é necessário executar anteriormente todos
os serviços que ficarão enterrados na área do radier, como, por exemplo,
componentes e passagens das instalações sanitárias. Também deve ser
observado um cuidado especial com posicionamento das armaduras, evitando
seu deslocamento com movimentação de operários.
Figura 22 – Preparação de radier, colocação da armadura e instalações
hidráulicas, sanitárias e elétricas.

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3.3 Fundações Profundas - Estacas


Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que em qualquer fase de sua execução, haja descida de
operário. Os materiais empregados podem ser concreto moldado no local,
concreto pré-moldado, aço, madeira, ou mesmo sistemas mistos. Existe uma
grande variedade de estacas para fundações, associada a utilização de diferentes
materiais e a métodos executivos, que podem incluir escavação, ou cravação à
percussão, prensagem ou vibração.

As estacas são normalmente coroadas por blocos de concreto armado onde se


apóiam os pilares, ou por vigas (as vezes chamadas baldrame). O número de
estacas necessárias é função da carga no pilar e da capacidade de carga do tipo
de estaca utilizado. A disposição das estacas deve ser feita sempre que possível
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de modo a conduzir blocos de menor volume.

Similarmente às sapatas alguns blocos de coroamento podem receber cargas de


mais de um pilar, e as estacas devem ser distribuídas de modo ao centro de
gravidade das estacas ser coincidente com o dos pilares. Blocos contínuos de
grande dimensão devem sempre que possível ser evitados. Os blocos de
coroamento das estacas devem ser executados considerando os cuidados
necessários a execução de um elemento estrutural de concreto armado, de modo
similar ao descrito para as sapatas.
Figura 23 – Bloco de coroamento de estacas (Rebelo, 2008).

48 A execução das estacas é variável em função do tipo utilizado. Muitas delas se


diferenciam, exatamente, pelo processo executivo. Uma descrição sucinta dos
tipos mais comuns de estacas é apresentada a seguir.
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3.3.1 Estacas de Concreto Moldadas no Local

BROCA

A broca é uma fundação profunda executada manualmente por perfuração com


um trado, com diâmetro entre 15 a 30 cm, sendo o furo posteriormente
preenchido com concreto seco apiloado. A broca para fundação é um
equipamento composto de uma haste de tubo metálico emendável, com duas
lâminas curvas desencontradas na ponta, como pode ser visto na Figura 24.
Figura 24 – Equipamento manual para perfuração do furo da broca
(Rebelo, 2008).

Quando o operário gira o equipamento, as lâminas rasgam o solo, fazendo-o Processos Construtivos 2
penetrar pelas aberturas, preenchendo o cilindro, ao mesmo tempo em que a
broca se aprofunda, formando um furo. Depois de preenchida a broca é retirada
e esvaziada do material retido. O procedimento prossegue até que seja atingida
a profundidade desejada, com a utilização de hastes tubulares emendáveis, se
necessário.

Após o término da perfuração o furo é preenchido com concreto seco. Recomenda-


se iniciar com uma camada apenas de argamassa (aproximadamente 20 cm),
fazendo com que uma possível desagregação das britas seja corrigida.

O adensamento do concreto é realizado manualmente por meio de pilão. Após o


término da concretagem é colocada armadura de espera para ligação da estaca 49
com o restante da estrutura, não sendo necessário que ela ocupe toda a sua
extensão (para brocas submetidas apenas a compressão).
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A armadura de espera pode ser constituída de 4 barras de 6,3 mm de diâmetro


com comprimento aproximado de 2 metros e sem utilização de estribos. Em
brocas submetidas a flexão (pilares com momentos na base) as armações deverão
ser colocadas ao longo de todo o seu comprimento e deverão ser apropriadamente
calculadas.

A capacidade de carga das brocas é pequena e depende, basicamente, de seu


diâmetro e do seu comprimento. Sua utilização é limitada a pequenas cargas (50
a 100 kN) e a cotas acima do nível da água, com comprimento em torno de 3 a 4
metros (máximo aceitável de 6 metros). Tais restrições visam garantir uma
maior qualidade de execução da broca, procurando garantir sua verticalidade,
uma boa execução da concretagem e evitando o estrangulamento do fuste. A
broca é o tipo de fundação profunda com menor custo de execução, sem
necessidade e equipamentos especiais, mas está limitada a pequenos
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carregamentos.

Figura 25 – Etapas de execução da broca (Rebelo, 2008).

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STRAUSS

A estaca Strauss, similarmente a broca, é uma estaca moldada no local após a


perfuração do furo no solo. No entanto, em função do procedimento executivo
que apresenta qualidade superior ao das brocas, resultam em elementos com
maior capacidade de carga e capazes de atingir maiores profundidades.

A estaca Strauss é executada por perfuração através de balde sonda (piteira),


que consiste em um cilindro de aço com fundo composto por uma portinhola
giratória. O balde sonda, ao ser lançado de uma altura de aproximadamente 4
metros perfura por peso próprio o solo. Ao atingir o fundo do furo a ser perfurado
o solo penetra no balde sonda através da portinhola que se abre. Ao ser erguido,
o fundo do balde é travado e o solo permanece na sonda possibilitando sua
retirada do furo. Ao mesmo tempo em que é realizada a perfuração (metro a
metro) é colocado um tubo de aço de revestimento no furo. Esse tubo é emendável

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por meio de rosca e tem a função de garantir a verticalidade do furo e evitar
desmoronamentos. Depois de atingida a profundidade desejada, é lançado o
concreto (consumo de cimento maior que 300 kg/m3 e abatimento de 8 a 12 cm),
que é adensado por apiloamento, através da queda livre de um peso que substitui
o balde sonda. Durante a execução da concretagem o tubo de revestimento é
retirado. Ao final desse procedimento é colocada a armadura, que pode ser
apenas uma armadura de espera (4 a 6 barras de 10 ou 12,5 mm com 2 metros
de comprimento), ou armadura para resistir a esforços de flexão determinada
após análise estrutural (concreto armado).

A execução de estaca Strauss não é recomendada abaixo do nível da água


(principalmente em solos arenosos), pois a concretagem deve ser feita
preferencialmente a seco. No caso de solos em argilas moles saturadas, não é
recomendada sua execução em função do risco de estrangulamento do fuste.
Abrangem uma capacidade de carga entre 200 a 800 kN podendo atingir até 20
metros de profundidade. O procedimento executivo da estaca Strauss, por
escavação, não provoca grandes vibrações no solo, o que representa uma
vantagem na medida em que não provoca danos a construções vizinhas, mesmo
quando essas se apresentam em condições precárias. A Figura 26 ilustra as
etapas de execução de uma estaca Strauss.

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Figura 26 – Etapas de execução da estaca Strauss (Rebelo, 2008).


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FRANKI

A estaca é executada mecanicamente, e caracterizada por ter uma base


alargada, obtida introduzindo-se certa quantidade de material granular ou
concreto por meio de golpes de um pilão. A estaca Franki é executada pela
cravação de um tubo com a ponta fechada, com concreto apiloado, o que causa
muita vibração. Resumidamente, as etapas de execução podem ser descritas
como: cravação por apiloamento do tubo de ponta fechada por uma bucha de
concreto seco; atingida a cota o tubo é preso e a bucha é socada contra o terreno
formando uma base alargada; após executada a base e colocada a armadura
inicia-se a concretagem do fuste, em camadas fortemente socadas, extraindo-se
o tubo a medida que a concretagem avança.

No caso de solos em argilas moles saturadas, não é recomendada sua execução


em função do risco de estrangulamento do fuste. Pode-se, no entanto, utilizar o

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seguinte artifício: crava-se o tubo, enche-se de areia, arranca-se o tubo formando
uma estaca de areia, na qual é então executada a estaca em concreto. Também
é possível utilizar concreto plástico com retirada do tubo e vibração simultânea.
Abrangem uma grande capacidade de carga, entre 550 a 1700 kN, e podem
atingir mais de 20 metros de profundidade.

A Figura 27 e a Figura 28 ilustram as etapas construtivas da estaca Franki.

Figura 27 – Etapas de execução da estaca Franki (Rebelo, 2008).

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Figura 28 – Etapas de execução da estaca Franki (Rebelo, 2008).


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ESTACA “HÉLICE CONTÍNUA”

Estaca de concreto moldada no local executada por meio de trado contínuo e


injeção de concreto por meio de sua haste central, sob pressão controlada,
simultaneamente a retirada do trado do terreno. Produtividade elevada, não
provoca vibrações e é adaptável a maioria dos tipos de terreno. Em função do
porte do equipamento necessita de áreas planas e desimpedidas. É necessário
um número mínimo de estacas compatível com os custos de mobilização do
equipamento. Sucintamente, as etapas de execução podem ser descritas como:
54 perfuração até profundidade desejada; concretagem simultânea a extração da
hélice de concreto fluido (200- 240 mm); colocação da armadura após a
concretagem (comprimento máximo da barra 12 m), que é introduzida em forma
de gaiola por gravidade ou com auxílio de pilão ou vibrador.
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Figura 29 – Execução de estacas de hélice contínua (Rebelo, 2008).

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Pelas características de sua execução, a estaca hélice contínua pode atingir
comprimento máximo de 30 m e ser executada abaixo do nível da água. Pode ser
executa na vertical ou com inclinações de até 14o. Pode ser executada em
qualquer tipo de solo, exceto se houver matacões ou rocha sã.

Apresenta grande capacidade de carga, tanto maior quanto maior seu diâmetro,
podendo ser utilizadas estacas com até 1 metro de diâmetro e capacidade de
carga de 3000 kN.

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ESTACA RAIZ

Estaca injetada de pequeno diâmetro concretada no local, cuja perfuração é


realizada por rotação ou rotopercussão em direção vertical ou inclinada. Após a
concretagem aplicam-se injeções de ar comprimido a baixas pressões (<0,5 MPa).
Desse modo obtém-se estacas com ótima aderência ao terreno e elevada
capacidade de carga. Seu processo executivo permite que seja utilizada em áreas
reduzidas e locais de difícil acesso. Utilizada também para reforço de fundações
e estabilização de taludes.
Figura 30 – Estaca raiz (PCC-2435 - Escola Politécnica USP, 2003).
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A micro estaca é também uma estaca injetada executada com tecnologia de


tirantes injetados em múltiplos estágios (uso de válvulas denominadas
“manchetes”), utilizando-se em cada estágio pressões que garanta a abertura dos
manchetes e posterior injeção. As microestacas utilizam pressões maiores que
as pressões utilizadas na estaca raiz.

ESTACAS ESCAVADAS

Estaca executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama betonítica,
de revestimento total ou parcial e posterior concretagem.

As estacas executadas com lama betonítica para estabilização das paredes das
escavações dividem-se basicamente em dois tipos:

Estações. Estacas circulares com diâmetro variando entre 0,6 e 2 m,


perfuradas ou escavadas por rotação.
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Barretes ou estacas diafragmas. Estacas com seção transversal retangular
ou alongadas. São utilizadas para cargas elevadas (>1500 kN), competindo em
custo com tubulões de ar comprimido.
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3.2.2 Estacas cravadas: concreto pré-moldado, aço, madeira


As estacas cravadas mais comuns são as estacas de concreto pré-moldado, aço e
madeira. As estacas de madeira são, provavelmente, as fundações profundas
mais antigas, já executadas com um tipo de bate-estacas adaptado de máquinas
de guerra, como ilustrado na Figura 31.
Figura 31 – Ilustração de bate-estacas de Francesco di Giorgio em 1450
(Addis, 2009).

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As estacas cravadas normalmente são executadas utilizando um bate-estacas,
procedimento que provoca poluição sonora e pode causar danos a construções
vizinhas. Deve ser sempre executado por empresa especializada e a escolha do
tipo de estaca a ser utilizada deve levar em consideração as condições das
construções vizinhas, o tipo de terreno a ser atravessado, a capacidade de carga
e o custo de execução.

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Figura 32 – Cravação com bate-estacas.


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Estaca de concreto pré-moldada

Podem ser de concreto armado ou protendido, normalmente pré-fabricada em


firmas especializadas com rigoroso controle de qualidade na produção.
Preferencialmente devem ser utilizadas sem emendas. Em caso de necessidade
de emendas costuma-se utilizar luvas de encaixe ou soldadas, ou emendas com
cola epóxi através de cinta metálica e pinos. Apresentam-se em várias seções:
quadradas, circulares, centrifugadas, duplo T.

O processo de cravação mais utilizado é o de cravação dinâmica, onde o bate-


estacas utilizado é o de gravidade. Provoca elevado nível de vibração. A cravação
prossegue até que a estaca penetre no terreno, sob a ação de certo número de
golpes, um comprimento pré-fixado de projeto, a “NEGA” representa uma
medida dinâmica da capacidade de carga.

Durante a cravação a cabeça da estaca deve ser protegida com coxim de madeira
e capacete metálico.
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Tipos de bate estacas: gravidade, a vapor por explosão.

Durante a execução deve-se verificar a locação das estacas, profundidade,


fissuras, verticalidade, “nega”, e cota de arrasamento da estaca.
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Figura 33 – Estaca de concreto pré-moldada (PCC-2435 - Escola


Politécnica USP, 2003).

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Estaca de aço

Podem ser perfis laminados, soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares.


Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno, possuem facilidade de
corte e emenda. Atingem grande capacidade de carga. Trabalham bem a flexão.
Provocam menos vibração durante a cravação quando comparadas as estacas de
concreto pré-moldado (a não ser no caso de tubos fechados). Principal
desvantagem é o custo.

Estaca de madeira

Normalmente troncos de arvore cravados com bate estacas de pequenas


dimensões e martelos leves. Para utilização é necessário que fiquem
completamente abaixo do nível de água. Costuma ser mais utilizadas em obras
provisórias. Exemplo de obra permanente: teatro municipal do Rio de Janeiro.

3.4 Fundações Profundas – Tubulão


O tubulão é um elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que pelo menos
na sua etapa final, há descida de operário. Pode ser executado a céu aberto ou a 59
ar comprimido (pneumático) geralmente de base alargada. Pode ser executado
com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou concreto. O revestimento
é obrigatório em tubulões de ar comprimido.
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O pré-dimensionamento da área da base do tubulão pode ser feito de modo


similar ao realizado para a sapata, considerando que toda a carga é transmitida
pela base do tubulão ao solo onde ela está apoiada. Dessa forma, costuma-se
desconsiderar o peso próprio do tubulão e a contribuição do atrito do fuste com
o solo.

Tubulão a céu aberto

Consiste em um poço aberto manualmente ou mecanicamente em solos coesivos


de modo que não haja desmoronamento durante a escavação. É executado acima
do nível da água natural ou rebaixado. Quando há tendência de
desmoranamento o furo deve ser revestido. Etapas de execução: O furo (d>70
cm) é escavado até a cota desejada (manual ou mecanicamente); executa-se
quando houver o alargamento da base; posteriormente é executada a
concretagem através de tremonha, havendo em alguns casos necessidade de
Processos Construtivos 2

espalhamento do concreto. Esse tipo de tubulão não é armado, colocando-se


apenas uma ferragem para ligação com o bloco de coroamento ou capeamento.

Tubulão com ar comprimido

Utilizado quando existe água, exigem-se grandes profundidades e existe perigo


de desmoronamento. A injeção de ar comprimido impede a entrada da água pois
a pressão interna é maior que a da água (máxima pressão de trabalho 3 atm). A
profundidade é limitada a 30 metros abaixo do nível de água. O equipamento
utilizado compõe-se de uma câmara de equilíbrio e de um compressor. É
necessária uma descompressão lenta (>15min) em uma câmara. Esses tubulões
são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso de camisa de
concreto, a cravação da camisa, abertura da base e concretagem é executada sob
ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, a
cravação da mesma é feita com auxílio de equipamentos e, portanto, a céu
aberto. Só os serviços de abertura e concretagem da base é que são feitos sob ar
comprimido. Ultimamente, sua utilização é mais comum apenas em obras de
arte e em regiões distantes dos centros urbanos em função do excesso de ruído
provocado para sua execução.

Caixão

Elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície


e instalado por escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não ar
comprimido e sua base pode ser alargada ou não.

60
LEMC - FAU / UFRJ

3.5 Estimativa da Capacidade de Carga de Estacas


Para determinar a capacidade de carga das estacas e sua profundidade é
necessário o cálculo da capacidade de carga da base e do fuste da estaca
(dependente do diâmetro), que por sua vez depende das características do solo e
do tipo de estaca. Tal cálculo é realizado com base em teorias da Mecânica dos
Solos realizado por profissionais especializados.

Um método empírico, realizado para efeito de previsão de custos, permite


estimar a profundidade da estaca, e sua cota de apoio, levando em consideração
os dados de SPT da sondagem. Tal “método” consiste em: Somar o NSPT ao longo
da profundidade (metro a metro) até o valor obtido seja igual ou superior a 60;
A profundidade em que esse valor for atingido é o provável ponto de apoio da
estaca, considerando um NSPT mínimo igual a 15 golpes (Rebelo, 2008). A Figura
34 apresenta um exemplo da aplicação do método descrito.

Processos Construtivos 2
Figura 34 – Estimativa de profundidade de estaca (Rebelo, 2008).

A escolha do tipo e número de estacas se dá em função do tipo de estaca e de sua


capacidade de carga. Tal capacidade pode ser estimada (para efeito e análise de
viabilidade) utilizando tabelas obtidas na literatura sobre o tema. Nas figuras
seguintes são apresentadas tabelas que permitem a obtenção das informações
de cada estaca.
61
LEMC – Laboratório de Ensino de Materiais de Construção e Estudo dos Solos

Carga Usual
Tipo de Estaca Dimensões Observações
(kN)

Sua utilização é limitada a


pequenas cargas (de até 120
kN) e cotas acima do nível da
água.
Não atinge grandes
Tipo “Broca” 20 cm 100
profundidades, sendo seu
comprimento máximo
aceitável de 6m.
Fundação profunda com
menor custo de execução.

Não é recomendada a
Processos Construtivos 2

25 cm 200 execução abaixo do nível da


água (principalmente em
solos arenosos) e no caso de
32 cm 350 solos em argilas moles
saturadas.
Tipo Strauss
Capacidade de carga entre
38 cm 450 200 e 800kN, podendo atingir
até 20m.

Seu procedimento executivo


45 cm 650 por escavação não provoca
grandes vibrações no solo.

17 cm 300

Apresentam elevada
capacidade de carga.
22 cm 500
Podem ser utilizadas em
áreas reduzidas e locais de
Tipo Raiz
difícil acesso.
27 cm 700 Seu processo de perfuração
não provoca grandes
vibrações no solo.

32 cm 1000
62
LEMC - FAU / UFRJ

Carga Usual
Tipo de Estaca Dimensões Observações
(kN)

Tubos de até 25m


 1000
(podem ser emendados).

Cargas maiores requerem


 1300 armaduras / bases especiais.
Tipo Franki Causa grandes vibrações no
 2100 solo.

Não recomendada em caso de


solos em argilas moles
 2800
saturadas.

 400

Processos Construtivos 2
 600

 900
Hélice Continua Não recomendada em solos
com a presença de matacões..
 1.300

 1.700

 2.200

 1500

Escavação estabilizada com


Escavadas Circulares  2.400
lama ou camisa de aço.

 3.400
63
LEMC – Laboratório de Ensino de Materiais de Construção e Estudo dos Solos

Carga Usual
Tipo de Estaca Dimensões Observações
(kN)

40 x 250 5.000 Escavação estabilizada


com lama.
60 x 250 7.500
Estacas-Diafragmas ou Estacas com seção
“Barretes” transversal retangular.
80 x 250 10.000
Utilizadas para cargas
100 x 250 12.500 elevadas ( >1500 kN).

20 x 20 250
Disponíveis até 8m.
25 x 25 400
Pré-moldada vibrada Podem ser emendadas.
Processos Construtivos 2

Quadrada
30 x 30 550 Provocam elevado nível de
vibração no solo.
35 x 35 800

 350 Disponíveis até 10m.

Pré-moldada vibrada Podem ser emendadas,


 500 podem ter furo central.
Circular
 700 Provocam elevado nível de
vibração no solo.
 250 Disponíveis até 12m.

Pré-moldada Podem ser emendadas, furo


 500 central (ocas).
Protendida Circular

 700 Provocam elevado nível de


vibração no solo.
 250

Disponíveis até 12m.


 500
Podem ser emendadas.
Pré-moldada  700
Com furo central (ocas).
Centrifugada  900 Paredes de 6 a 12 cm.

Provocam elevado nível de


 1300
64 vibração no solo.

 1700
LEMC - FAU / UFRJ

Estacas Metálicas Perfil Dimensão Carga Max. (kN) Peso / Metro (kgt/m)

𝐻 "
 400 37,1

𝐼 "
 300 27,3
Perfis I e H
𝐼 "
 400 37,7
(correto: descontar 1,5mm
𝐼 "
 600 60,6
para corrosão)
2 "  800 75,4

2 "  1200 121,2

Processos Construtivos 2

65
LEMC – Laboratório de Ensino de Materiais de Construção e Estudo dos Solos

3.6 Exercícios Propostos


PARTE A – Questões Teóricas

A.1) Quanto às fundações profundas, assinale a alternativa falsa:


( ) a. A estaca Strauss é uma estaca de concreto moldada no local e deve
ser evitada em solos com camadas de argilas moles, que poderiam provocar
o estrangulamento do fuste.
( ) b. A estaca Franki apresenta grande capacidade de carga, e apesar de
ser uma estaca de concreto moldado no local, e por ser moldada no local não
provoca vibrações no terreno.
( ) c. A estaca hélice contínua apresenta grande capacidade de carga, e
pode ser executada abaixo do nível de água do terreno, pois o concreto é
moldado no local.
Processos Construtivos 2

( ) d. A broca é a fundação profunda de mais baixo custo e não deve ser


executada abaixo do nível de água.

A.2) Considerando os tipos de fundações, assinale a alternativa falsa:


( ) a. O radier é uma solução de fundação superficial que recebe todo o
carregamento da edificação distribuindo toda a carga ao solo por sua base.
( ) b. Na fundação superficial do tipo bloco, as armaduras devem ser
dimensionadas de modo a resistir aos esforços de compressão.
( ) c. Quando uma parede de alvenaria estrutural se apoia diretamente
sobre um elemento de fundação de concreto armado, podemos chamar essa
fundação de sapata de corrida.
( ) d. Solos com camadas resistentes próximas a superfície são mais
adequados para utilização de fundações superficiais.

A.3) No que se refere às fundações profundas, assinale a alternativa falsa:


( ) a. Estacas de aço, podem ser constituídas por perfis laminados e
trilhos de linhas férreas, possuem grande capacidade de carga, podem ser
emendadas com facilidade, e apresentam como desvantagem o maior custo,
quando comparadas as estacas de concreto pré-moldado.
( ) b. Estacas de concreto pré-moldado podem ser emendadas (por
exemplo, através de luvas metálicas) o que permite atingir grandes
profundidades e atravessar qualquer tipo de solo.
( ) c. Os tubulões a céu aberto podem ser executados com, ou sem
66 revestimento, enquanto os tubulões com ar comprimido serão executados
sempre com revestimento.
( ) d. As Estacas de madeira apresentam boa durabilidade quando
permanentemente submersas.
LEMC - FAU / UFRJ

PARTE B – Questões Práticas

B.1: Considerando o perfil de sondagem abaixo, apresente possíveis soluções


para as fundações de um edifício com pilares com carregamento de 700 kN:

a) Fundação tipo sapata quadrada centrada (apresente o pré-


dimensionamento);

b) Fundações em estacas (apresente duas soluções possíveis).

Processos Construtivos 2
(Alonso, 1983)

B.2: Para o perfil de sondagem da questão anterior, apresente duas soluções de


fundações em estacas, para um edifício com pilares com carregamento de 2400
kN.

67
LEMC – Laboratório de Ensino de Materiais de Construção e Estudo dos Solos

B.3: Para o perfil de sondagem abaixo, apresente duas soluções viáveis


tecnicamente, para as fundações de um edifício com pilares com carregamento
de 900 kN.
Processos Construtivos 2

(Alonso, 1983)

B.4: Para o perfil de sondagem abaixo, apresente uma solução para as fundações
de um edifício com pilares com carregamento de 2000 kN, sabendo que na
vizinhança existem construções centenárias.

68

(Alonso, 1983)

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