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Quem é moderado na proclamação da verdade proclama
Khalil Gibran
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Autores
Xilogravura da capa
Zebra Finch e Cherokee Rose, 七宝鳥 ハトヤバラ (1892), por Keibun Matsumoto.
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Sumário
PREFÁCIO ............................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13
PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS ......................................................................................... 14
ANÁLISE DO DOCUMENTO ELABORADO PELA IMMB .................................................... 15
A IMM E KYOSHU .................................................................................................................. 19
ADENDO I ................................................................................................................................ 66
A HISTÓRIA DA IGREJA E O TRONO DE KYOSHU ............................................................ 66
CAPITULO 1 ......................................................................................................................... 71
1.0 - O FUNDADOR ................................................................................................................. 71
MOKITI OKADA E A IMM ...................................................................................................... 71
1.1 HISTÓRIA DA IGREJA ...................................................................................................... 81
1.1.1. A IGREJA DURANTE A VIDA DE MEISHU-SAMA. ................................................... 83
1.1.1.2. SHIBUI E NAKAJIMA ................................................................................................. 83
1.1.2. A FAMÍLIA WATANABE .............................................................................................. 89
1.1.2.1. KATSUITI WATABANE ............................................................................................. 89
1.1.2.2. TETSUO WATANABE ................................................................................................ 92
1.2. HISTÓRIA DA IGREJA DO BRASIL ................................................................................ 95
CAPÍTULO 2 ......................................................................................................................... 100
2.0. O TRONO DE KYOSHU .................................................................................................. 100
2.1. TRANSIÇÕES NO TRONO ............................................................................................. 103
2.2. O TRONO DE KYOSHU ENTRE CONFLITOS E UNIFICAÇÕES ................................. 108
2.2.1. A TESE DA FUNÇÃO SIMBÓLICA DO TRONO DE KYOSHU ................................. 110
2.2.2. A TESE DA AUTORIDADE ECLESIÁSTICA E INSTITUCIONAL DO TRONO DE
KYOSHU ................................................................................................................................ 113
3.1 A TRANSIÇÃO PARA UMA NOVA IGREJA UNIFICADA EM KYOSHU-SAMA NA
IGREJA BRASILEIRA: ANÁLISE CRÍTICA E PERSPECTIVAS ......................................... 116
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 111
REFERÊNCIAS 1 .................................................................................................................... 115
ADENDO II ............................................................................................................................ 119
DUAS TESES SOBRE A NATUREZA DO TRONO DE KYOSHU ........................................ 119
DOUTRINA DA NATUREZA ECLESIÁSTICA SAGRADA DO TRONO DE KYOSHU ...... 119
DOUTRINA DA NATUREZA SIMBÓLICA DO TRONO DE KYOSHU ............................... 121
ADENDO III .......................................................................................................................... 135
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A IGREJA DE MEISHU-SAMA E O TRONO DE KYOSHU: UMA ANÁLISE LÓGICA DO
CORPUS DOUTRINÁRIO. ..................................................................................................... 135
REFERÊNCIAS 2 .................................................................................................................... 153
ADENDO IV ........................................................................................................................... 155
ALTRUÍSMO ............................................................................................................................ 155
ADENDO V .......................................................................................................................... 167
PERGUNTAS E RESPOSTAS ..................................................................................................... 167
ADENDO VI ......................................................................................................................... 220
O JUIZO FINAL ........................................................................................................................ 220
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PREFÁCIO
Bom dia amigos. Gostaríamos de compartilhar uma reflexão com todos. Antes,
desejamos reafirmar nosso compromisso em debater ideias, teses, exegeses,
entendimentos, ao invés de combater pessoas.
Vejamos:
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assumirmos que a destituição está de acordo com os Cânones da Igreja e o
Regulamento da Família do Fundador, teríamos que projetar em ambos uma
ambiguidade que não possuem, e teríamos que considerar que a atual diretoria possui
legitimidade. No entanto, a atual diretoria foi eleita sem a aprovação de Kyoshu-Sama
Yoichi Okada, o que inviabiliza a regularidade de seus atos. A atual diretoria,
empossada sem o consentimento do Kyoshu, praticou atos que violam as normas
eclesiásticas (e as normas mais básicas do bom senso), como se auto eleger
independente do rito estabelecido, e como tentar excluir a Igreja Su no Hikari da Igreja
Mãe.
Sendo assim, podemos considerar que, o que as diretorias da Igreja Mãe, Toho no
Hikari e Izunome entendem o que seja a doutrina da Igreja e suas normas é algo
peculiar e sem fundamento. Quanto à doutrina, eles discordam do Kyoshu, que é o
próprio guardador da doutrina. Quanto às normas a afronta não é menor.
No Art.6 está previsto que o Kyoshu será escolhido com base nas Normas da Família
do Fundador.
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I. Em caso de morte do Kyoshu;
II. Em caso de doença grave ou acidente;
III. Em caso de abdicação por livre e espontânea vontade.
O que agora acontece não está inserido no hall de casos em que o afastamento
do Kyoshu (pela família e não pela diretoria) é possível.
Aquele que ocupa a posição de Kyoshu-Sama pode ser afastado de sua atividade
como Líder Espiritual, somente pela família do Fundador, se, e somente se, algum
motivo compreendido nos itens I, II e III for o caso. Além disso, o regulamento da
família do Fundador determina que alguém, antes de ser investido como
Kyoshu, deve ser declarado e preparado como “Sucessor de Kyoshu”,
(Como aconteceu com Yoichi Okada) sendo vedada a investidura de quem
quer que seja que não satisfaça tal condição.
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Ou seja, Kyoshu-Sama ser destituído pela Diretoria da Igreja não é somente um
atentado claro ao que estabelece os Cânones da Igreja Messiânica Mundial em seu
Artigo VI e o Regulamento da Família do Fundador em seu Artigo V, como é algo que
promove imensa insegurança religiosa e inevitáveis contradições teológicas, criando
problemas insuperáveis para a Doutrina. Por isso, no que diz respeito às normas
internas da Igreja, o processo é ilegal, e na medida em que trai o Líder Espiritual, é
ilegítimo.
Aqui tomamos ilegalidade como conceito que denota uma ação praticada de
modo contrário ao que determina a lei e/ou normas de natureza geral, como os
Canônes da Igreja e o Regulamento da Família do Fundador.
A. Se, como desconhece o autor desse texto, os documentos citados foram legalmente
substituídos por outros, com o consentimento e a assinatura do Kyoshu em exercício;
B. Se o autor desse texto teve acesso a documentos falsos ou a traduções ambíguas;
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C. Se os estatutos contemplam outros artigos ignorados que contradizem os supracitados
(O que tornaria os documentos inconsistentes);
D. Por motivos tantos e variados que a razão desconhece e a imaginação não é capaz de
supor.
O que o autor desse texto diria nesse caso? Ora, que as razões jurídicas e
políticas não são necessárias quando as teológicas são suficientes.
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necessário for, para que tal pessoa tenha assegurada sua plena liberdade de culto e de
expressão, ainda que não concordemos ou não compartilhemos do objeto de sua fé.
Estamos dispostos a debater teologia, filosofia, ciência, hermenêutica, Filosofia do
Direito, Ética, mas não debateremos a fé de ninguém, pois fé é algo íntimo, pessoal, e
nesse sentido, sagrado.
Mas o que vale para indivíduos não se aplica a instituições. Estas, além de
agirem movidas a fé, devem compreender que a fé se assenta em fundamentos
doutrinários, teológicos, que se forem rasgados, colocarão em risco tudo o mais. Por
isso é que esperamos que as instituições sejam transparentes, abertas, adotando uma
comunicação inequívoca, clara, objetiva e rápida, consoante com o século XXI.
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INTRODUÇÃO
Viemos, por intermédio desta réplica, não tentar convencer a Igreja Messiânica
Mundial do Brasil da validade do Trono de Kyoshu, tampouco tentar mostrar a
importância do papel do Quarto Líder Espiritual Kyoshu-Sama Yoichi Okada, pois,
consideramos que as posições encontram-se bem definidas. Além disso, não é nosso
desejo participar de nenhuma tentativa de convencimento de quem quer que seja. O
nosso único intuito é o debate teológico, não o combate pessoal. Compreendemos que
este ano de 2018 foi bem difícil, desgastante, para todos os envolvidos nesta
purificação. Pode ser que em algum momento tenhamos nos excedido, deixado de
debater conteúdos. Caso tenha acontecido, nunca foi a intenção inicial, e
humildemente, pedimos perdão.
O nosso real objetivo com esta réplica é, além de defender Kyoshu-Sama das
acusações feitas pela IMMB, seja nos comunicados oficiais, ou através de palestras,
como a proferida por um certo Reverendo e Diretor, mas também dar aos membros da
Igreja Messiânica Mundial, a oportunidade de enxergar o lado daqueles que
reconhecem e apoiam nosso Líder Espiritual Kyoshu-Sama Yoichi Okada, para que os
mesmos possam fazer suas escolhas de maneira justa.
Portanto, meus amigos, leiam este material e, com isso, tomem suas decisões
por conta própria.
Tenham todos uma boa leitura, em nome do Messias, que é uno à Meishu-Sama.
13
PEDIDO DE ESCLARECIMENTOS
14
Que o Messias, que é uno a Meishu-Sama possa iluminar o caminho dos
senhores.
15
países, é justamente aquela que sempre foi fiel a Kyoshu-Sama. O
documento da Igreja minimiza, de modo flagrantemente equivocado, o
fato de que toda a Igreja estruturada como temos hoje nasceu com Nidai-
Sama, a Segunda Kyoshu, e toda a Difusão Mundial ocorreu sob
Orientação da Terceira Kyoshu. Em nenhum momento o Revmo. Tetsuo
Watanabe fez difusão por conta própria, como um rebelde ou um
autônomo. Sempre respeitou e buscou a Orientação da Terceira Líder, e
agindo dentro de seu espírito, executou a expansão mundial da fé. O
documento da Igreja não aprofunda tal reflexão, e não deixa claro que,
PELA PRIMEIRA VEZ, DESDE A ASCENÇÃO DE MEISHU-SAMA AO
MUNDO DIVINO, A VERTENTE AGORA DENOMINADA “IZUNOME”, NA
QUAL A IMMB SE INSERE, SE ENCONTRA DESLIGADA DE KYOSHU-
SAMA. Uma história da Igreja que não enfatize esse ponto não possui o
mínimo teor crítico. Por que, então, deveria ser objeto de credibilidade?
Consideramos que o documento da IMMB também não deixa claro, como
deveria, que jamais considerou a posição de Kyoshu meramente simbólica. Sempre
considerou a posição como sagrada. A IMMB atenta contra a sua própria história,
caindo em inescapável contradição, quando dá a entender que Yoichi Okada tornou-se
Kyoshu-Sama por conta de negociações e acordos políticos no escopo do processo de
Unificação. Não somente sugere isso, como chega a dizer que mesmo após a
investidura de Yoichi Okada, ainda não o consideravam Kyoshu. A História desmente!
Sempre foi a Toho no Hikari, e não a Izunome, que considerou a posição de Kyoshu-
Sama simbólica. A Izunome, e seguindo essa, a IMMB, defendeu, historicamente, a
tese da natureza sagrada do Trono de Kyoshu. Para a compreensão do debate entre as
duas concepções divergentes, oferecemos como ADENDO II o texto “As duas teses
sobre o Trono de Kyoshu”.
Sendo assim, gostaríamos de oferecer ao leitor outra narrativa historiográfica
acerca da origem e da expansão da Igreja e de sua relação com o Trono de Kyoshu.
Poderíamos iniciar este documento com esta seção, mas optamos por inseri-la ao final,
na forma de um Adendo. Trata-se de um trabalho chamado “A História da Igreja e o
Trono de Kyoshu”, elaborado pela historiadora Leila Almeida Barbosa. Na medida em
que tal trabalho concedeu à Barbosa o diploma de especialista em Teologia pela
Faculdade Messiânica, estamos autorizados a pensar que foi chancelado pela própria
Igreja Messiânica Mundial do Brasil, a qual pertence a Faculdade. Neste trabalho,
16
Barbosa demonstra claramente, e com farta fonte documental, que não é possível
pensar na Igreja Messiânica do Brasil sem conceber seu respeito irrestrito ao Kyoshu,
ou seja, àquele que ocupa o Trono de Kyoshu. Como a Igreja pode ter acatado tal
trabalho em 2016, e dois anos depois, nos apresentar uma história alternativa,
compacta e simplificada? Como a Igreja pode sustentar que é possível respeitar o
Trono, ao mesmo tempo em que desrespeita aquele que o ocupa? No trabalho que
segue como “ADENDO I” poderemos constatar que não é possível. Apenas a título de
antecipar ao nosso leitor o que encontrará, de modo minucioso, bem estruturado em
metodologia da pesquisa científica, sem atropelos e simplificações, no “ADENDO I”,
antecipamos sua estrutura:
Os ADENDOS visam oferecer aos leitores em geral uma visão crítica, técnica,
acerca de algumas questões
• ADENDO I. A História da Igreja e o Trono de Kyoshu. Este documento
demonstra tecnicamente que a IMMB, em seu Material, simplificou, e até
mesmo distorceu a História da Igreja. Por meio do Adendo, o leitor poderá
constatar que a linhagem da Igreja que hoje corresponde à IZUNOME,
sempre defendeu inequivocamente a tese de que o Kyoshu-Sama é o
Supremo Orientador Espiritual da Igreja, e não apenas uma posição
simbólica. Não deixar isso claro não é somente tentar reescrever a História
sem compromisso com o conteúdo factual dos acontecimentos, como
apresentar uma nova teologia, distante e contrária aos preceitos
doutrinários básicos defendidos pela linhagem IZUNOME.
• ADENDO II. A História das teses acerca do Trono de Kyoshu. A leitura
deste Adendo nos proporciona o entendimento das diferenças teológicas
profundas entre a tese historicamente defendida pela linhagem que hoje
chamamos Izunome e a tese oposta, defendida pelo grupo hoje chamado
Toho no Hikari. Ao aceitar a tese da Toho no Hikari – e no plano prático é
de fato isso que está ocorrendo – o que a IMMB faz é atentar contra toda a
História e a Teologia da “Linhagem Izunome”, o que significa renegar todo
o legado do Reverendíssimo Watanabe e somar-se à Toho no Hikari na
defesa da tese de que o Reverendíssimo se enganou, e ao se enganar, induziu
milhares de membros e dezenas de países a praticar uma fé errada.
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ADENDO III. A Igreja de Meishu-Sama e o Trono de Kyoshu: uma análise
lógica do corpus doutrinário. Este Adendo oferece a exposição de um
argumento lógico que demonstra a insustentabilidade da tese de que
Kyoshu-Sama tem o poder de se afastar de Meishu-Sama. Insistir,
apaixonadamente nesta tese significa destruir a consistência lógica da
teologia messiânica. Demonstraremos logicamente que se Kyoshu-Sama se
afastou de Meishu-Sama, então Meishu-Sama não é o Messias, não governa
sua Igreja sem o mínimo de falhas, não possui poder espiritual algum. Logo,
aqueles que defendem a tese de que Kyoshu-Sama tem poder para se afastar
de Meishu-Sama estão, em realidade, ainda que não em intenção,
promovendo a destruição doutrinária da Igreja, expondo a sua teologia ad
absurdum.
• ADENDO IV. Do amor altruísta: Este adendo reúne 47 trechos das
Orientações de Kyoshu-Sama diretamente sobre a prática do amor
altruísta. Não se trata de mera especulação sem base, mas de demonstração
da verdade: a prática do amor altruísta é um dos pilares fundamentais das
Orientações de Kyoshu-Sama.
• ADENDO V. Perguntas e respostas: Elaboramos uma série de perguntas
sobre a relação entre os Ensinamentos de Meishu-Sama e as Orientações de
Kyoshu-Sama com a finalidade de esclarecer falsos problemas, oriundos de
incompreensão teológica, adendados por alguns segmentos que alegam
uma suposta – e infundada – incompatibilidade entre ambos.
• ADENDO VI. O Juízo Final: Publicamos, na íntegra, um texto
autodenominado “ensinamento de Meishu-Sama, para que o leitor possa
fazer sua própria análise acerca de seu conteúdo.
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das Orientações de Kyoshu-Sama sobre amor altruísta, e demonstra de modo
inequívoco que tal tema foi sempre privilegiado pelo Líder Espiritual, eliminando,
portanto, toda e qualquer pseudodiscussão a cerca da possibilidade (esdrúxula) do
Líder não nos incentivar tal prática. Por fim, o sexto adendo é apenas a transcrição, na
íntegra, do dito “ensinamento” O Juízo Final.
O leitor pode ainda ter uma pequena amostra de como o primeiro adendo
demonstra que a História da Igreja e sua expansão mundial são indissociáveis do
respeito à Kyoshu-Sama pela leitura do trecho abaixo, que consta do ADENDO I:
A IMM E KYOSHU
1
NIDAI-SAMA. Kyoshu-Sama. Disponível em http://Johreiafrica.com. Acessado em 20/08/2015.
2
Ensinamento oral que recebeu diretamente de Meishu-Sama.
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Líder Espiritual tem a autoridade eclesiástica, conforme Nidai-Sama, em
relação à doutrina, aos ofícios e aos assuntos administrativos – cuida da
estrutura da Igreja e da questão dogmática. Foge por completo da vertente
apresentada que ensejou colocá-lo na posição de ‘figura ilustrativa’, um
‘símbolo’, retirando dele o poder de Líder Espiritual.
Matsumoto (1986), Presidente da IMM, chamava atenção para este, alertando
que esta postura indicava falta de temor a Deus. As peças se juntam: a Divindade de
Meishu-Sama fica evidenciada, e sua figura como raiz da Igreja surge ao ser ele
(Meishu-Sama) a parte espiritual do elo Supremo Deus – Kyoshu– fiéis.
O presidente da Igreja diz ainda que a Igreja Renovada só poderia se
manifestar quando Kyoshu-Sama fosse o centro – obviamente, dadas as
observações anteriores, sendo o Líder a ligação entre os fiéis e Meishu-Sama, e sendo
também o representante de Supremo Deus na Terra, as imagens se sobrepõem:
Matsumoto diz que a Igreja Renovada deve ser a Igreja que aceita e recebe Meishu-
Sama como Salvador. (FMO, 1986, p.9)
Nidai-Sama fala acerca desta questão e esclarece:
3
Disponível em http://Johreiafrica.com. Acessado em 20/08/2015.
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e independente de orientação, tendem a resultar em diferentes análises
(interpretações), o que poderia conduzir a dissidências ou divergências internas
significativas. Assim, a figura do Líder para orientar os pontos fulcrais faz-se
necessária:
4
Idem.
21
Inicialmente, é importante esclarecermos a origem e significado
dos termos Kyoshu e Trono de Kyoshu dentro da nossa Igreja. A
palavra Kyoshu significa, em sua origem, “senhor dos
Ensinamentos”. Na nossa Igreja, ela ganhou o significado de
“líder espiritual”. “Trono de Kyoshu” é a expressão que
utilizamos para designar a posição de líder espiritual da Igreja.
Nesse sentido, a palavra “trono” simboliza o “lugar” no qual a
pessoa que virá a desempenhar a função de líder toma assento.
Portanto, quando dizemos “Kyoshu” ou Trono de Kyoshu é a
posição e não a pessoa.
Vê-se que a Igreja tenta dissociar o Trono daquele que o ocupa. Ao fazer isso,
comete uma falácia evidente. É óbvio que Kyoshu não é pessoa física, mas uma posição.
Mas o que isto significa? Que existe uma posição enquanto ente real independente da
pessoa que o ocupa? O Trono não é um objeto que existe independente de seu
ocupante. Temos aqui, em sentido técnico, uma anomalia lógico-semântica.
Explicando de modo a todos poderem entender, a Igreja afirma algo impossível, logo,
sem sentido. E por quê? Porque não há “posse” sem “empossado”, nem “investidura”
sem “investido”. O Trono não é uma coisa, mas uma linhagem, um ministério
sucessório, e não há linhagem sem membros ou linha sucessória sem sucessores. O
Trono é anterior a qualquer pessoa que seja Kyoshu depois de Meishu-Sama, e lhe será
posterior. Mas isto não significa que existe Trono de Kyoshu sem Kyoshu, significa
apenas que a investidura é sucessória, isto é, é transmitida de uma pessoa à outra. No
entanto, no momento em que uma pessoa está investida, empossada, como Kyoshu,
ela e o Trono não podem ser dissociados. Tudo o que cabe ao Trono cabe àquele que o
ocupa. Se o Trono expressa a Vontade de Deus, isso só pode se dar por meio do próprio
Kyoshu, ou, apelando ao animismo simplório das lendas infantis, teríamos que
imaginar um Trono (será dourado?) com olhos e boca, um trono falante, de desenho
animado! O Trono, enquanto ente eclesiástico, não fala, quem fala é o Kyoshu, aquele
que o ocupa. Admitir que o Trono é sagrado é reconhecer que a investidura de Kyoshu-
Sama é sagrada, pois é por meio do Kyoshu, e somente por meio dele, que a sacralidade
do Trono se encarna e realiza a Obra que lhe é própria. Se reconhecemos que a
atividade de Kyoshu é sagrada, o que é uma conclusão lógica e teológica inevitável e
irrefutável para quem reconheceu a sacralidade do Trono, então temos igualmente que
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admitir a sacralidade de suas Orientações, e abominar concretamente qualquer ataque
ao seu ministério.
Se o Trono de Kyoshu é de caráter divino, mas a pessoa que ocupa o trono é um
herege, um “despreparado”, então há uma enorme contradição. Como Meishu-Sama
permitiu que o Trono fosse usurpado por seu próprio neto? Mais grave: Que Salvador
é este, que não salva sua própria família? Uma vez em que citou tal norma, caberia à
Igreja deixar claro que até o presente momento NENHUMA pessoa que satisfaz essa
condição, ou seja, que pertence à linhagem familiar de Mokiti Okada aceitou a
indicação para a função de Kyoshu. Para evitar ambiguidades e lacunas informativas,
a Igreja deveria explicar a razão de tal recusa.
A solução então seria dizer que o Trono de Kyoshu não tem caráter divino, o que
explicaria uma pessoa “despreparada” ocupando o cargo. Mas então o que dizer do
material divulgado pela própria Igreja? Estão ensinando mentiras no Curso de
Formação de Nível 3?
Entramos aqui numa situação delicada, pois a direção da Igreja enfatiza que eles
seguem Meishu-Sama. Porém, neste trecho, Meishu-Sama afirma que "ser Kyoshu
significa se manifestar como representante de Deus." E, no entanto, a Igreja critica e
condena o atual Kyoshu, alegando que ele não está de acordo com os Ensinamentos e
a doutrina da Igreja. Mas ele não é o representante de Deus? Será que a Igreja está
alegando que sabe mais sobre Ensinamentos de Meishu-Sama do que o próprio
“Senhor dos Ensinamentos”, e, portanto, encontra-se no direito de julgar e condenar
aquele que é "o representante de Deus"?
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"Na literatura messiânica, não consta nenhum registro sobre a
utilização da expressão “Trono de Kyoshu” por Meishu-Sama,
que também não expressou claramente como seria sua sucessão.
O registro que consta é o de um diálogo com sua esposa, Yoshi
Okada no qual ele diz: “Se, por desígnio Divino, eu vier a
ascender, estarei protegendo-a do Mundo Espiritual. Por isso,
aqui no Mundo Material, você deve dedicar-se à sagrada obra de
salvação do mundo — a construção do Paraíso Terrestre.”
Porém, vale ressaltar que a igreja sempre aceitou como desígnios de Meishu-
Sama a expressão "Trono de Kyoshu", uma vez que ela consta nos livros da Igreja Luz
do Oriente, Ensinamentos de Nidai-Sama, Material de Ensino Nível 3, além de possuir
fotografias dos líderes espirituais em diversos Johrei Centers e até mesmo no Solo
Sagrado de Atami. O que a Igreja faz agora, e isso é muito claro a todo leitor atento, é
apresentar uma nova teologia – é a nova teologia da IMMB que nasce com este Material
– e esta nova teologia é radicalmente contrária tanto à História da Igreja quanto a toda
teologia defendida historicamente pela linhagem Izunome. Depois de décadas, a “nova
teologia da IMMB”, nova não por que apresente qualquer inovação, mas porque rompe
com a tradição consolidada, resgata, de certo modo, os conflitos da época da ascensão
de Nidai-Sama ao posto de Líder Espiritual. Infelizmente é um retrocesso de décadas.
Após o debate ter sido inapelavelmente encerrado, a Igreja volta a questionar a
própria ideia de “Trono de Kyoshu”. É um estranho jogo retórico. Primeiro tenta
dissociar o Trono de Kyoshu do Kyoshu. O que por si só é um absurdo que a própria
análise semântica o revela. O Trono é de quem? De Kyoshu. Trono de Kyoshu. Quem
governa não é o Trono, objeto inanimado (ou animado, falante?), mas aquele que o
ocupa: o Kyoshu. Se fosse o contrário, a expressão correta (embora absurda) seria
“Kyoshu do Trono”, aquele que pertence ao Trono. Ora, o absurdo é flagrante. Então,
após, de modo absolutamente inconsistente, tentar dissociar o Trono de seu Ocupante
e declarar que a fé é no Trono e não em seu Ocupante (o que soa completamente non
sense), a Igreja estranhamente, parecendo alinhar-se ao que pensa a Toho no Hikari,
diz ao leitor que a própria existência do Trono é algo frágil, arbitrário, contingente, algo
que não foi fixado por Meishu-Sama. Ora, causa vertigem! Os senhores têm ou não
tem fé que o Trono é Sagrado? Tem ou não tem fé que foi Meishu-Sama que o instituiu?
Precisamos de clareza! Afinal, os senhores tem fé na sacralidade do Trono, e, portanto
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reconhecem que ele se funda na determinação e na Vontade de Meishu-Sama, ou os
senhores relativizam o Trono e acreditam que o mesmo é fruto de uma construção
histórica que poderia ser diferente caso o “grupo de Nidai-Sama” tivesse sido superado
logo de início? Senhores, por isso questionamos as condições de produção e a expertise
dos produtores da redação deste material. É preciso consistência, clareza, objetividade!
Todo texto pode conter brechas. Brechas, mas não abismos. A leitura deve esclarecer e
não confundir ainda mais. Somente os já convictos e os apressados, ou, infelizmente,
aqueles desprovidos dos recursos técnicos adequados, não percebem com imenso
estranhamento, as deformidades que a narrativa vai produzindo, como se criasse o
próprio labirinto do qual, depois, não se pode escapar. Ou os senhores defendem a
natureza sagrada do Trono, ou relativizam as condições históricas de sua constituição.
Os dois? Jamais.
No entanto, a Igreja do Japão, infringiu tal artigo ao indicar uma pessoa que
não é da linhagem da família Okada para ocupar o Trono de Kyoshu. Alegarão que
fizeram isso sem intenção religiosa, que não foi um ato litúrgico, que aquele que hoje,
segundo eles, é Kyoshu-Sama, está nessa posição apenas por finalidade jurídica, uma
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vez que no processo do alegado desligamento de Yoichi Okada, tiveram que indicar
um nome. Ora, e por que a indicação do nome não ocorreu conforme determina os
Cânones da Igreja e o Estatuto da Família do Fundador? A Igreja do Japão reconhece
que se utilizou de um artifício jurídico contrário ao Direito Canônico messiânico? Em
sentido teológico só nos resta constatar que o Trono de Kyoshu foi profanado pela
Igreja do Japão. O Trono é a Morada de Deus, o Centro da Obra Divina, o Fundamento
Teológico da Igreja. Fazer com que seja ocupado por uma pessoa que não foi
preparada para tal e não satisfaz as condições mínimas para ser Kyoshu-Sama,
alegando uma necessidade jurídica, é gravíssimo. A banalização do Trono, a falta de
respeito com sua sacralidade inviolável, demonstra bem o grau de desrespeito à Obra
Divina que está em curso no Japão, com o apoio e consentimento do Brasil.
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“Acordou-se que a Terceira Líder abdicaria do Trono em favor do
Quarto Líder, e este se tornaria o Líder Espiritual das três Igrejas
sob o aconselhamento da Terceira Líder.”
Será que ela não estaria abdicando do Trono para acatar uma decisão do
Fundador Meishu-Sama, que nomeou Yoichi Okada o Quarto Líder Espiritual? Afinal,
ele foi preparado a vida toda para assumir o Trono de Kyoshu. Inclusive ele foi o
ÚNICO Kyoshu nomeado por Meishu-Sama, conforme divulgado em uma
Reminiscência.
A Igreja do Brasil pode alegar que tal reminiscência não é oficial. Não é oficial
ou a IMMB não quer reconhecer que é oficial? Lembramos que a reminiscência foi
relatada pela Sra. Tanzawa, pessoa que dedicou para Meishu-Sama. A reminiscência
foi devidamente relatada pela primeira vez em 1978, pela própria Sra. Tanzawa.
Mas a Igreja tem todo o direito de não reconhecer tal documento. No entanto,
considerar que é Meishu-Sama que escolhe o Kyoshu de cada época é um postulado
teológico básico da fé. Não é necessária nenhuma reminiscência para entender isso. Se
não é Meishu-Sama que escolhe o Líder Espiritual da Igreja, então Ele não possui
poder sobre sua própria Obra, e o espírito não precede a matéria.
A Igreja poderia argumentar que é realmente Meishu-Sama quem escolhe o
sucessor, mas também é Ele quem o afasta, caso necessário. O argumento é
aparentemente sofisticado, mas não resiste à mínima análise. Se Meishu-Sama deixou-
nos os Cânones da Igreja e Estatutos da Família do Fundador, e se a escolha do Kyoshu
dar-se-á em conformidade com os mesmos, então o seu afastamento também deveria
ser assim. E na verdade, as normas realmente preveem em quais casos o Kyoshu pode
ser afastado:
O Art. V. do Regulamento da Família do Fundador define em
quais casos a Assembleia da Família (e não a Direção da Igreja)
pode indicar um novo Kyoshu:
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Yoichi Okada faleceu? Está gravemente doente, conforme laudos técnicos
demonstram? Sofreu acidente que impossibilita o exercício de sua missão, conforme
se encontra documentado? Abdicou por livre e espontânea vontade? O Sr. Yoichi
Okada, por quem Meishu-Sama governa a sua Igreja e o espírito precede a matéria, foi
escolhido por Meishu-Sama como o seu sucessor, que o fez chegar ao Trono conforme
os Cânones da Igreja e o Estatuto da família, que embora não tenham sido escritos pelo
Fundador, ou estão de acordo com sua Vontade, ou o Fundador carece de poder e
autoridade. Da mesma forma, se é da vontade do Fundador que o Sr. Yoichi Okada seja
afastado da posição de Kyoshu, então que isso se dê conforme as normas, seguindo a
ORDEM, o que não é o caso.
AQUI TEMOS UMA GRAVE CONTRADIÇÃO. A Igreja afirma seguir
obedientemente a Vontade de Meishu-Sama, mas convenientemente nega a teologia
de que a Vontade de Meishu-Sama é de que Yoichi Okada fosse o Quarto Líder
Espiritual. Com isso, nos diz que quem determina o Líder Espiritual é o homem, a
Diretoria, que o processo de constituição do Trono e de instituição de seu ocupante não
é de natureza divina, espiritual, mas trata-se apenas de processo histórico, material,
burocrático.
Ao dizer que o Líder Espiritual foi escolhido em um acordo, a IMMB narra uma
história política da sucessão, colocando a matéria na frente do espírito. Se realmente
estivéssemos comprometidos com o espiritualismo não teríamos que reconhecer que
Yoichi Okada foi escolhido por Vontade de Deus e Meishu-Sama? E uma vez na posição
de Kyoshu, não deveríamos segui-lo e obedecê-lo?
Yoichi Okada foi o único, dos quatro primeiros líderes espirituais que ocuparam
o Trono de Kyoshu, a ser preparado para esta missão a vida toda, justamente porque
Meishu-Sama assim havia decidido. Ele especializou-se em Ciências da Religião na
Universidade de Londres, é bacharel em Filosofia e pós-graduado em Sociologia,
ambos pela Universidade Keio. Estudou a fundo todas as religiões, desde a
adolescência. Leu e releu diversas vezes, durante décadas, TODOS (enfatizamos:
TODOS) os Ensinamentos de Meishu-Sama, para que, quando chegasse o momento
de assumir o Trono de Kyoshu, pudesse estar espiritual e materialmente preparado
para cumprir sua missão. Vale ressaltar que, os diretores que hoje ocupam seus cargos
nas Igrejas Toho no Hikari e Izunome, por mais que tenham acesso a TODOS os
Ensinamentos como eles mesmos afirmam, não estão em posição eclesiástica de
“Senhores dos Ensinamentos”. Somente uma pessoa, o Kyoshu, ocupa tal posição.
29
Nenhum deles teve acesso a todo o material por toda a sua vida, e nem foi
cuidadosamente preparado para assumir a posição única de “Senhor dos
Ensinamentos”. Portanto, alegar que Kyoshu-Sama está se desviando dos
Ensinamentos (e dizer que tem acesso ao mesmo material que ele), é arrogar-se, de
forma no mínimo problemática, que tem mais capacidade de compreender os
Ensinamentos que o “Senhor dos Ensinamentos”, escolhido como tal, pelo Autor dos
Ensinamentos, Meishu-Sama.
Ao relativizar a sucessão da Terceira para o Quarto Líder, a Igreja não percebe
que se coloca em uma situação limite? Não percebe que se coloca contra a parede? Não
compreende que, ao oferecer, de modo apressado, e sem fundamentação
historiográfica, a versão de que o Quarto Líder tornou-se Kyoshu-Sama não por
Vontade de Deus, mas por acordo político, está, desta forma, contradizendo tudo o que
sempre ensinou aos seus membros? Ora, a Igreja não se dá conta, de que ao fazer isso,
está, automaticamente, declarando que, ou mente, ou foi a Terceira Líder que mentiu?
A Igreja se esquece de que por anos, seu material oficial de ensino, do Curso de Nível
3, reproduz palavras da Terceira Líder na qual ela declara enfaticamente, de modo
claro e objetivo, que ELA DESEJOU A TRANSFERÊNCIA DO TRONO PARA O
QUARTO LÍDER, e que o mesmo foi feito conforme a VONTADE DE DEUS?
30
Qual versão está correta? É absolutamente necessário esclarecer. As duas
histórias narradas pela IMMB agridem-se frontalmente, a não ser que a IMMB venha
a fazer o que deveria ter feito no material, que é reconhecer que o processo político,
uma vez que é material, está subordinado ao espírito, à Vontade de Deus. Sendo assim,
a Igreja se vê obrigada a reconhecer que a ascensão do Quarto Líder ao Trono ocorreu
conforme o desejo da Terceira Líder e a Vontade de Deus. Então, gostaríamos de saber
por meio de quais esforços exegéticos descomunais a Igreja vai explicar como o Líder
Espiritual, instituído pela Vontade de Deus, teve que ser destituído dos seus
subalternos, que, para tanto, tiveram que ignorar os Cânones da Igreja e desrespeitar
o Estatuto da Família do Fundador. Como aquele que foi empossado por Deus pode ser
desempossado pelo homem? E com base em que Ensinamento, em qual autoridade, a
partir de qual critério, os senhores podem assegurar que Kyoshu-Sama foi
desempossado por Deus? Acaso existe alguma liderança espiritual na Igreja
Messiânica Mundial acima da posição do Kyoshu? Acaso a Diretoria está autorizada
por Meishu-Sama, e em qual Ensinamento, a ser o juiz de Kyoshu? Se Kyoshu é o
31
Senhor dos Ensinamentos, em que medida é minimamente razoável que a Diretoria,
ao invés de buscar aprender o que ele está orientando, se coloque na posição de ensiná-
lo ou repreendê-lo, ou até mesmo “demiti-lo”?
Se o Kyoshu é o Senhor dos Ensinamentos, a partir de qual posição e critério
podemos considerar que ele se afastou dos Ensinamentos se reconhecemos, como na
página 21 do material da IMMB, que não compreendemos a totalidade e a
profundidade dos Ensinamentos?
Vamos repetir, e em novo parágrafo, em negrito, e solicitando ao leitor a
máxima atenção, para que este ponto, de fundamental importância, não passe
despercebido. Assim, também somos honestos e generosos com nossos interlocutores,
oferecendo toda a oportunidade para apresentarem uma defesa que seja, ao menos,
coerente, na impossibilidade de ser inquestionável: Se os Srs. admitem, na página
21, que podem não compreender a plenitude dos Ensinamentos em sua
totalidade e profundidade, como podem se colocar categoricamente na
posição de juízes capazes de determinar que o seu Líder, que é o Senhor
dos Ensinamentos, se afastou destes? Dirão que não compreenderam tudo, mas
que em relação à parte que compreenderam, percebem contradições. Mas se não
compreenderam tudo, nem em sua extensão e nem em sua profundidade, como podem
estar tão certos que a parte que julgam compreender foi de fato compreendida? Dirão
que são capazes de demonstrar as contradições. Mas ora, todas as pretensas
contradições podem ser facilmente refutadas. Insistimos. Se os Srs. confessam o que
confessam na página 21, como podem estar certos de que estão em condições de
apontar “contradições”. Como podem estar certos de que tais contradições não são
frutos de sua falta de compreensão? Como podem sustentar o que estão dizendo?
A contradição chega a ser tão flagrante, que se revela um desrespeitoso atentado
à nossa inteligência. Os senhores realmente pensaram no que estavam a escrever?
Calcularam as consequências lógico-semânticas de suas palavras? Realmente zelaram
pela consistência doutrinária da teologia messiânica? Ou somente escreverem o que
julgaram conveniente? Não lhes ocorreu que qualquer pessoa com um mínimo de
preparo intelectual, poderia facilmente desmontar essa contradição tão evidente?
32
Ou os senhores conhecem a totalidade dos Ensinamentos, em sua amplitude e
profundidade, ou reconhecem que não se encontram na posição de avaliar se o Senhor
dos Ensinamentos está próximo ou afastado destes.
Ou os senhores assumem que, diante de um Ensinamento, são capazes de
aprender 100% de seu significado, ou reconhecem que não possuem nem a
legitimidade doutrinária, nem o poder espiritual, nem a autoridade teológica, para
dizerem ao seu Líder Espiritual, ao Senhor dos Ensinamentos, que ele está errado,
porque, acaso os Srs. conheçam 99% do sentido, e não 100%, a chave para a
compreensão daquilo que não entendem pode estar contida nesse 1% restante, e
Meishu-Sama nos ensinou a não menosprezar a força de 1%. Então pedimos esse
esclarecimento. Em termos quantitativos os Srs. assumem conhecer tudo que Meishu-
Sama escreveu e registrou? Em termos qualitativos, teológicos, assumem que diante
de um Ensinamento conhecem tudo o que ele significa? Se responderem que sim a
ambas as perguntas, admitem que o Material é contraditório e falso, e que o que
33
escreveram na página 21 está errado. Se admitirem que não, confessam que julgam
Kyoshu-Sama a partir de uma posição limitada, restrita, e que não estão em condições
de negar ou refutar suas Orientações, pois não se pode negar aquilo que não se conhece,
tampouco refutar o que não se compreende.
Por anos, a IMMB formou seus missionários para que acreditassem que
“Supremo Deus = Trono de Kyoshu”. Como podemos ler na página 103 do Curso de
Formação Nível 3 (imagem na página anterior), a IMMB sustentou que Kyoshu-Sama
recebe os Ensinamentos de Meishu-Sama. Como agora pode ter mudado? Qual é o
critério de tal mudança doutrinária? O entendimento dos senhores? Mas insistimos,
na página 21 do material da IMMB, os senhores não assumem que seu entendimento
é incompleto? Não percebem a absurda contradição em que ocorrem e que salta aos
olhos de todos que, despidos de preconceitos e interesses, analisam o caso? No mesmo
material de formação os senhores ensinaram por anos que Kyoshu-Sama herda a
sagrada Obra de Meishu-Sama, por ser de sua linhagem espiritual e material, e,
portanto, recebe os Ensinamentos do próprio Meishu-Sama (ver imagem na página
36). Não percebem que entram em inescapável contradição, e que o próprio material
da Igreja os desmente?
Temos apenas três opções:
1. Os senhores conhecem todos os Ensinamentos, e conhecem cada qual em
toda a sua profundidade. Mas então mentiram na página 21;
2. Os senhores não conhecem os Ensinamentos, logo não estão em condição de
refutar o Senhor dos Ensinamentos;
3. Os senhores não acreditam que ele é o Senhor dos Ensinamentos e não o
respeitam como Líder. Ora, nesse caso, além de revelaram uma crença
exótica, incompatível com aquela que ensinaram aos seus membros, de que
Deus se manifesta no superior, portanto as Orientações devem ser
obedecidas, os senhores confessam também que, por longos anos, por
alguma razão desconhecida, enganaram sistematicamente milhares de
pessoas, levando-as a acreditar em uma fé ilusória.
Não é uma posição fácil. Se escolhem 1, devem assumir que o Material contém
erros, e logo, que não possui credibilidade. Se escolhem 2, assumem que estão
atentando contra o fundamento da própria fé messiânica, e que não possuem condições
de sustentar a posição tomada. Se escolhem 3 revelam que toda a fé não passa de um
34
engodo, de uma sucessão de mentiras. Podem até tentar relativizar 3 e dizer que
descobriram a mentira agora, que também foram vítimas, mas ao colocarem-se na
posição de “descobridores”, assumem que tem a capacidade de julgar, o que pressupõe
que dominam os Ensinamentos, o que contraria a posição defendida na página 21. É
um labirinto sem escapatória. Que situação embaraçosa.
35
MEISHU-SAMA QUE A OBRA DIVINA SERIA PELAS SUCESSIVAS GERAÇÕES
CENTRALIZADAS EM KYOSHU-SAMA, a quem seria outorgado o PODER DIVINO!
Os senhores dizem que há diferença entre o Trono de Kyoshu e Kyoshu-Sama.
Os senhores pensaram nisso quando por longos anos ensinaram seus missionários que
o Poder Divino é entregado ao Trono de Kyoshu, referindo-se ao mesmo como “quem”
recebe o Poder Divino? Repetimos: Os senhores primeiro dizem que a Obra será
centralizada no Trono de Kyoshu, A QUEM será entregue o Poder Divino. “Quem” é
pronome que se refere a pessoa, não a objeto. Se o Trono de Kyoshu fosse um objeto,
os senhores deveriam ter dito que é o objeto “ao QUAL será entregue o Poder Divino”.
Parece que, quando da redação do Curso, estava claro que o Trono de Kyoshu não pode
ser distinguido da pessoa que o ocupa. O Trono não é uma abstração, nem um objeto
impessoal transcendental, mas uma investidura. E o material de formação da IMMB
prova que, à época, a Igreja sabia perfeitamente disso. O Poder Divino é entregue a
uma pessoa, e não a um objeto. O Trono não é substantivo concreto, não designa um
objeto, um ente cuja realidade é objetiva. O Trono de Kyoshu não é um assento, com
peso, forma, cor, tamanho. Não existe um Trono de Kyoshu neste sentido. Seria
madeira ou mármore? Não é a um objeto ou coisa que o Poder Divino é outorgado.
Trono, nesse caso, é um substantivo abstrato, se refere a um “espaço imaterial” que é
ocupado por uma pessoa. É Kyoshu-Sama, e não uma poltrona na qual ele senta, que
recebe o Poder Divino.
Os senhores admitiram isso por toda a História da Igreja. “A obra está
centralizada no Trono, A QUEM é passado o poder Divino”. Ou admitem que não
acreditam nisso e que fomos todos enganados, ou então admitem que estão tentando
nos convencer de que aquele que recebeu o Poder Divino de Deus é incapaz de nos
conduzir, o que seria o mesmo que dizer que Deus erra. Dificílimo impasse. Labirinto
lógico-semântico do qual não se pode escapar. Nenhum contorcionismo hermenêutico
ou malabarismo exegético pode superar o impasse. Aquele (QUEM) recebe o Poder
Divino recebe ou não recebe o Poder Divino? Ora, e se recebe o Poder Divino, como
pode utilizá-lo para colocar a Igreja em risco ou fora do caminho? O Poder Divino não
é poderoso contra o mal, o erro e o engano? Ou o Poder Divino não é divino? O absurdo
chega a ser tão grande, que ganha certo contorno tragicômico.
A IMMB, de modo vago e sem consistência lógico-semântica e teológica, busca
separar o Trono de Kyoshu de Kyoshu-Sama. Mas vejamos o que, em publicação oficial
36
da Igreja deste presente ano de 2018, em suplemento a livro de Ensinamentos, a IMMB
diz acerca do Trono de Kyoshu:
37
chamado de Kyoshu-Sama cuja missão além de ser a de
supremo orientador e, também, a de ser o elo de ligação entre
Meishu-Sama, que está no Mundo Divino, e os membros, que se
encontram no Mundo Material (sic) (IMMB. 2018, p. 105).
1. é Chefe da Igreja;
2. é o Supremo Orientador;
3. pronuncia Orientações que são Ensinamentos Divinos;
4. está diretamente conectado a Meishu-Sama no Mundo Divino.
Analisemos esse quarto ponto. A citação acima é clara ao sustentar que Kyoshu-
Sama é elo entre Meishu-Sama e os membros. Ora, o elo conecta duas coisas. Logo,
Kyoshu-Sama está conectado a Meishu-Sama. Como Meishu-Sama não detém o poder
sobre aquele que o representa no Mundo Material? Meishu-Sama erra? É falho? É
fraco? A nova teologia da Igreja produz, de modo evidente, alguns efeitos nefastos para
a doutrina messiânica:
38
Sama no Mundo Divino. Ora senhores, o que é isso? Temos que nos dar ao
respeito perante a comunidade teológica e os membros, que não são
desprovidos de raciocínio lógico! Que lei da Ordem é essa? Kyoshu-Sama
está diretamente conectado a Meishu-Sama, mas Meishu-Sama é incapaz
de atuar em Kyoshu-Sama? Para Meishu-Sama atuar no Trono de Kyoshu,
mesmo Kyoshu estando diretamente conectado a ele, deve passar pela
Diretoria? Afinal, que ordem é essa?;
c. Desmonta a lei “espírito precede a matéria” ao sustentar que Meishu-Sama,
que é Espírito Divino, não pode controlar, determinar e preceder Kyoshu-
Sama, que é seu representante material. Ora, que Meishu-Sama é esse que
precisa da Diretoria para ser salvo? Que Espírito é esse, que tem que recorrer
à matéria de outro corpo para preceder a sua própria matéria? Que confusão
é essa, senhores? Que teologia é essa? Se Kyoshu-Sama é o centro da obra
no mundo material e Meishu-Sama é o centro da obra no mundo espiritual
como os senhores podem defender que Kyoshu-Sama pode agir de modo
independente de Meishu-Sama sem negar a lei da precedência do espírito
sobre a matéria. Tal linha de argumentação é completamente destituída de
sentido, e promove uma perda teológica irreparável para a doutrina;
d. Inviabiliza completamente o ministério de todos os próximos Kyoshu’s, pois
aceita a tese histórica da Toho no Hikari, tão brilhante e enfaticamente
superada pela teologia do Revmo. Watanabe. Se o Kyoshu e o Trono são
coisas diferentes, se o Kyoshu erra, se Meishu-Sama não é capaz de
controlar seu próprio representante diretamente a ele conectado, se a ordem
precisa ser quebrada para que a Igreja seja salva, se é a matéria que precisa
corrigir o espírito, então como poderemos confiar nos próximos ocupantes
do Trono e como estes poderão realizar seu ministério sem
constrangimento?
São imensas as dificuldades que essa nova teologia da IMMB produz, fazendo
com que a doutrina messiânica se coloque em plano de grande fragilidade. Vamos
prosseguir na leitura do documento e encontrar outros pontos controversos. Na página
11 o documento da Igreja apresenta mais uma inconsistência:
39
“Porém, com o passar do tempo, as palavras do Líder Espiritual,
começaram a apresentar, pouco a pouco, conceitos que divergem
da doutrina messiânica, o que começou a causar preocupação na
3ª Líder Espiritual, no reverendíssimo Watanabe e diretores.”
É muito fácil dizer que Revmo. Tetsuo Watanabe e a Terceira Líder Sandai-
Sama estavam preocupados com as orientações de Kyoshu-Sama, sem eles vivos para
corroborarem tais afirmações. Existe alguma prova concreta e irrefutável ou é só
retórica? Onde se encontra documentada tal preocupação da Terceira Líder? Se a
Terceira Líder e o Revmo. Watanabe estavam preocupados e não fizeram nada, então
foram absolutamente omissos e irresponsáveis, e atentaram gravemente contra a
integridade da Obra de Meishu-Sama na Terra. É isso que devemos concluir do texto
da IMMB? A IMMB está reescrevendo a história da Igreja e atentando contra a
memória tanto da Terceira Líder quanto do Reverendíssimo Watanabe, ao afirmar que
ambos foram omissos? Precisamos de respostas. Podemos então concluir que se a
Terceira Líder e o Revmo. Watanabe estavam preocupados com as Orientações de
Kyoshu-Sama, então deixaram registrada tal preocupação? Será a palestra em que o
Revmo. narra sua presunção e demonstra seu arrependimento no processo de
aceitação do Quarto Líder? Ou será outra a fonte documental? Os senhores publicaram
um Adendo ao Material. Tal documentação consta do Adendo? Devemos concluir que
na falta de documentação essa alegação é pura especulação? Ou devemos acreditar no
relato, o que nos levará a sacramentar que a História da Igreja é a história da omissão
extremamente prejudicial de seus principais líderes? Devo então concluir que tal
história é uma farsa?
Os redatores do documento da IMMB entendiam, enquanto escreviam, a
extensão e a profundidade da redação que elaboravam? Entendiam que após dinamitar
a teologia messiânica, propondo uma nova teologia da IMMB, rasgando a lei da ordem,
da precedência do espírito sobre a matéria, inviabilizando a segurança de todos os
Kyoshu’s futuros, estavam também manchando a memória da Terceira Líder e do
Reverendíssimo Watanabe ao dizer que mesmo preocupados não fizeram nada para
evitar o desastre? Que foram omissos e permitiram que a Igreja entrasse em sua pior
crise? Os redatores fizeram sem querer, ao que tudo indica, porque não eram os
maiores experts em teologia e História da Igreja do Brasil? Por que elaboraram essa
nova teologia da IMMB desestabilizando a doutrina e maculando a História da Igreja?
40
Perdemos de uma só vez o Quarto Líder, que mesmo estando diretamente conectado a
Meishu-Sama, mesmo pronunciando palavras que são Ensinamentos Divinos, por
estranhíssima e inexplicável mecânica afastou-se de Deus, bem como perdemos a
Terceira Líder e o Reverendíssimo Watanabe, que mesmo preocupados não fizeram
nada de concreto, de efetivo, devidamente registrado, para impedir a perdição da
Igreja. Que Igreja sobra senhores? É essa a nova teologia e a nova História que a IMMB
tem a nos oferecer? A desconstrução desastrosa de sua doutrina e de sua memória? O
que resta? O que sobra?
Dizem os redatores que os líderes foram omissos. Trecho obscuro, ambíguo,
inconsistente. Se não é isso que a IMMB quer afirmar, então o trecho é
autocontraditório, mas se é isso que ela afirma, então diverge da História Oficial da
Igreja e ofende seus líderes. Que impasse terrível, fruto da obscuridade de um texto
cheio de problemas. O que a IMMB quer realmente dizer com isso?
Quando cotejamos tal passagem obscura, com todas as palestras e declarações
do Revmo. Watanabe e com o relato dos ministros que atuaram como seus auxiliares
até seu falecimento, elas se revelam falsas. Até os momentos finais o Reverendíssimo
permaneceu fiel ao Trono.
Então tudo o que foi dito pelo Revmo. Watanabe na orientação abaixo e
publicada no site oficial da Igreja Messiânica Mundial do Brasil era mentira? E a Igreja
tem o hábito de divulgar mentiras em sua página oficial? Segue, sem economia, o
trecho abaixo:
41
Antigamente, todos estavam “unidos a Meishu-Sama”. Mesmo
aqueles que se tornaram dissidentes da nossa Igreja, estavam
unidos a ele. Na última purificação da Igreja, cada grupo sentia
ou acreditava que estava unido a Meishu-Sama, mas na prática,
era cada um agindo conforme a conveniência… É fácil qualquer
um dizer: “Estou unido a Meishu-Sama”, “Estou centralizado em
Meishu-Sama”. Afinal, ninguém vai ouvir Meishu-Sama
contestar, dizendo: “Você ainda não está unido a mim…” Por esse
motivo, cada grupo interpretava conforme o próprio interesse, e
afirmava: “Somos nós que estamos certos, certamente somos
nós…” e assim surgiram grupos que igualmente se achavam
certos, nascendo assim os conflitos.
Eu também sei sobre a antiga unificação (NT. Ocorrida na década
de 1970). Naquela época, por que surgiram tantas igrejas
dissidentes? É porque aqueles que resolveram nos deixar,
achavam que Kyoshu-Sama não era necessário. Eles se
desligaram da nossa Igreja, e cada um se tornou um “Kyoshu-
Sama”. Mas será que Kyoshu-Sama queria que eles fossem
embora dessa maneira? Logicamente que não! Mesmo assim,
muitos se foram e se denominaram “Kyoshu”.
Depois disso, vivemos a grande “purificação da Igreja”, que se
arrastou por vinte anos. O que originou essa purificação? Se
pensarmos bem, vamos perceber que, mesmo Kyoshu-Sama
estando presente, era como se ela não estivesse lá. É porque não
a posicionaram no centro. Assim, cada grupo tinha sua
interpretação e achava que a sua é que era a certa e, por isso,
nasceram os conflitos.
42
detalhada. Nós estamos desenvolvendo uma Obra Divina em que
estudamos cada uma dessas orientações, empenhando-nos para
tentar compreendê-las. Depois que passamos a praticá-las,
surgem as graças, que são transmitidas às pessoas como
manifestações de Meishu-Sama.
Esta verdadeira unificação, ou seja, a necessidade de unificarmos
o mais depressa possível, já está se espalhando por todos os
cantos…, mas será que, dentro de cada um de nós, já
conseguimos verdadeiramente fazer do sentimento e do desejo
de Kyoshu-Sama, como nossos sentimentos e desejos? Eu
acredito que ainda não…
Muitas pessoas dizem: “Se conseguirmos ficar unidos a Meishu-
Sama, conseguiremos nos unir ao sentimento e desejo de
Kyoshu-Sama”. Eu não digo assim. O que eu tenho dito é o
seguinte: “Se nós conseguirmos nos unir ao sentimento de
Kyoshu-Sama, se fizermos de seu desejo, o nosso desejo, teremos
a permissão de nos unir a Meishu-Sama”. Para muitos, estas duas
formas de falar parecem iguais, não é?
Contudo, para mim, existe uma grande diferença entre: “Basta
estudar os Ensinamentos de Meishu-Sama e olhar seus feitos,
que vamos nos unir ao sentimento de Kyoshu-Sama” e “Se
compreendermos o desejo de Kyoshu-Sama, unindo-nos ao seu
sentimento, seremos agraciados com o caminho para nos unir a
Meishu-Sama”.
O que os senhores acham? É a mesma coisa? Não é, né… então,
qual deles é o certo? Quem acha que o certo é: “Se nos unirmos a
Meishu-Sama, estudando seus Ensinamentos e tudo o que ele
fez, conseguiremos nos unir ao sentimento de Kyoshu- Sama”,
pode levantar a mão?
E quem acha que o certo é: “Se nos unirmos ao sentimento de
Kyoshu-Sama, fazendo do desejo de Kyoshu-Sama, o nosso
desejo, conseguiremos merecer nos unir a Meishu-Sama”, pode
levantar a mão? Obrigado!
43
Eu também acho isso! Como Kyoshu-Sama está no centro do
Plano Divino desenvolvido neste mundo material, ele vai dizer
claramente as coisas. Se consultarmos Kyoshu-Sama: “O que o
senhor acha? Será que está errado?” Kyoshu- Sama vai
responder: “É… aquilo está errado!” E se perguntarmos: “O
senhor acha que já estamos unidos?” Ele vai responder: “Ainda
não…” Mesmo que façamos essas perguntas a Meishu-Sama, não
vamos ouvir a voz dele. Logo, o centro do Plano Divino
desenvolvido neste mundo material é Kyoshu-Sama! Não quer
dizer que vamos “endeusar” Kyoshu-Sama… Nada disso! É a
atuação do Trono de Kyoshu. E qual é essa atuação? Acho que os
senhores já devem saber, não é?
Dentro de suas orientações Kyoshu-Sama vem nos explicando
que o ser humano depende de seu Sonen, ou seja, esclarece a
importância do Sonen. É importante o que fazemos, mas, mais
importante ainda, é com que sentimento estamos fazendo. No
futuro, vai chegar uma época em que a humanidade vai pesquisar
a respeito do Sonen.
Ele disse também que todos nós somos representantes de Deus
que receberam a partícula divina e que somos a soma de
incontáveis antepassados. Kyoshu-Sama veio nos explicando
tudo isso com muito carinho, de forma bem detalhada e, graças
a isso, pela primeira vez, conseguimos entender muitas coisas.
Até então, acho que não tinha pensado seriamente em entender
esses temas, em acreditar dessa forma. Eu não sei quanto aos
senhores, mas eu era assim. Nas aulas de iniciação, eu falava
desse jeito, mas talvez da boca para fora. Será que realmente
somos representantes de Deus que receberam a partícula divina?
No caso de Meishu-Sama, talvez ele fosse mesmo, mas nós
também? Será que, antes, muitos não pensavam assim? Eu
pensava assim… Isso é importante! Se não entendermos isso, não
entenderemos também a visão sobre o Messias da Igreja
Messiânica, explicado por Kyoshu-Sama. Eu acredito que,
quanto mais estudarmos as palavras de Kyoshu-Sama, mais
44
aprofundaremos nosso entendimento sobre os Ensinamentos de
Meishu-Sama e alcançaremos um nível de fé cada vez mais
elevado.
Muitas pessoas dizem que a Purificação da Igreja se deu porque
muitos só ouviam levianamente os Ensinamentos de Meishu-
Sama. Se os tivessem estudado com seriedade e profundidade,
nada daquilo teria ocorrido. Por isso, era motivo de reflexão… foi
isso o que disseram. Eu pergunto: como vamos compreender
profundamente os Ensinamentos de Meishu-Sama? Eu acredito
que é somente quando estudarmos as palavras de Kyoshu-Sama,
que entenderemos com profundidade os Ensinamentos. É por eu
ter essa certeza que hoje estou aqui falando com os senhores.
Quando se está estudando as orientações de Kyoshu-Sama, será
que não aparece algo como: “Ah, então isso tinha esse
significado?” Será que quando entoarmos os salmos de Meishu-
Sama, não vamos perceber neles algum sentimento, algum
desejo que está contido neles, que até hoje não tínhamos
percebido? Eu acho que sim…
45
Nossos estudos estão indo na direção de consolidar uma visão de
Messias que, tanto o que for explicado aos outros, como o que
nós acreditamos, sejam a mesma coisa. Devemos apresentar
aquilo que acreditamos. Quando finalizarmos esse estudo, quero
apresentá-lo a Kyoshu-Sama, e se ele disser: “É isso mesmo!
Vamos usar isso!”, quero divulgar a todos os senhores, no devido
formato, para que os membros passem a acreditar nisso, e
depois, difundir no mundo inteiro. Este é o meu plano.
Eu quero me empenhar voltado para o grande objetivo, que é a
verdadeira unificação, que certamente vamos alcançar.
Gostaria de fazer um pedido aos senhores. Desde o ano passado,
em cada região, em cada área, tenho pedido a todos os ministros,
integrantes e dedicantes para estudarem, juntos, as palavras de
Kyoshu-Sama e praticá-las. Peço também que, quando
receberem graças, levem-nas às reuniões e as compartilhem com
outros ministros. Gostaria que, por meio dessas graças recebidas,
pudessem perceber e apreender o desejo de Meishu-Sama, o
desejo de Kyoshu-Sama.
Se você estudar sozinho, há limites. Tempos atrás, pedi aos
funcionários dos setores internos da Sede Geral e das empresas
coligadas para fazerem esse estudo. Em conjunto, todos
deveriam discutir o que perceberam, o que aprenderam, como
praticaram, e quais graças receberam. Hoje, eu percebo que o
estudo em grupo fez com que todos crescessem, e os próprios
setores também evoluíram. Se o estudo fosse individualizado, o
resultado também ficaria “espalhado”…
Assim sendo, peço aos senhores que, a partir de agora, se
empenhem seriamente em compreender e praticar as palavras de
Kyoshu-Sama. Se não entenderem, pensem e repensem… ouçam
as graças recebidas dos colegas, aprendam com isso! Digam: “Ah,
então é isso? Eu não tinha entendido assim… realmente você está
certo…” e façam o compromisso de praticar. E quando receberem
uma graça, compartilhem com os colegas: “Olhem, eu alcancei
esse resultado! Estou muito feliz!”
46
Estudando dessa forma, espero que apareça em cada área um
representante que possa dizer: “Eu estudei as palavras de
Kyoshu-Sama e aprendi isso, fiz essa prática, consegui essa
graça… e os senhores, que graças receberam?” É isso que espero
dos estudos em conjunto. Como todos já estão focados em
estudar as palavras de Kyoshu-Sama, vão conseguir! Até agora,
talvez era um pouco diferente… há quem dizia: “Mais do que as
palavras de Kyoshu-Sama, temos que estudar os Ensinamentos
de Meishu-Sama e olhar os seus feitos”, ou ainda “Nós, da Igreja
Izunome, já estamos percebendo e fazendo as reflexões…”
Entretanto, para chegarmos ao ponto de fazermos reuniões em
que todos possam discutir concretamente sobre o quê e como
percebemos, o quê e como fazemos as reflexões, como estamos
colocando em prática e quais graças foram recebidas, cada um
dos senhores precisa praticar as palavras de Kyoshu-Sama.
Quem está praticando e já recebeu alguma graça, pode levantar a
mão? Quero que aqueles que já receberam graças, participem
dessas reuniões e as compartilhem com bastante orgulho.
Eu gostaria de criar em todo o país, um ambiente espiritual em
que as pessoas que praticam as palavras de Kyoshu-Sama
possam compartilhar dinamicamente suas graças e o que
aprenderam com essas práticas. Ou seja, criar um novo ambiente
espiritual. Eu acredito que esse seja o caminho que levará nossa
Igreja à unificação do ponto de vista da fé. Senhores, vamos
praticar? Este é o meu único desejo.
47
Podemos constatar exatamente o quê Reverendíssimo Tetsuo Watanabe
pensava acerca de Kyoshu-Sama, lendo suas próprias palavras. E depois? Ele mudou
de ideia? Foi omisso? Nada nos alertou, nada fez, permitindo que a Obra corresse
severo risco? A Terceira Líder também se omitiu? O uso que fazem da memória da
Terceira Líder e do Reverendíssimo Watanabe macula a História da Igreja. Estão
reescrevendo a História. Ao invés de grandes líderes, responsáveis e sensatos, temos
agora dois personagens omissos e indecisos, cujo silêncio comprometeu toda a Igreja.
É o fim da História da Igreja conforme a linhagem Izunome e a vitória de uma História
alternativa, a da Toho no Hikari. A IMMB tem consciência de que está a chancelar
tamanha revisão histórica, ou foi utilizada sem perceber? Sem que seus teólogos
compreendessem o que estavam a fazer no momento em que escreviam o material?
Vamos prosseguir na análise do documento. Voltando ao Material de Estudo
Interno da Igreja Messiânica Mundial, destaquemos outro trecho ambíguo que pode
ser lido na página 11:
Tem algum exemplo que corrobore tal acusação? Ora, qual tese acerca das
práticas de tradução a IMMB quer defender aqui? Não está claro, em absoluto. Será
que a IMMB pensa que um texto traduzido é 100% igual ao original? Ora, é uma
tradução. A própria tradução revisada do Alicerce difere da tradução anterior. Isso é
básico em metodologia da tradução: o conteúdo traduzido nunca é exatamente igual
ao original. As palavras são distintas, os conteúdos semânticos diversos, as tradições
linguísticas diferentes, os conceitos desiguais. É o óbvio ululante que haverá diferenças
de conteúdo entre o mesmo texto em quatro ou cinco idiomas diferentes. Esse é um
fato básico, elementar, que qualquer tradutor razoavelmente culto sabe. O que a IMMB
realmente quer dizer nesta passagem? Mais uma vez, temos um caso de redação vaga,
ambígua, inconsistente, que parece indicar um problema, mas o faz de modo apressado
e sem base. Ainda na página 11, a Igreja destacou:
48
"Mesmo ainda não estando traduzidos para outros idiomas,
todos os ensinamentos de Meishu-Sama que o Quarto Líder
Espiritual tem em mãos são do conhecimento da Igreja."
Ou seja, como já foi mencionado anteriormente aqui, não basta ter “em mãos
todos os ensinamentos”. A questão é saber se a Igreja atingiu o nível espiritual para
poder compreendê-los e praticá-los plenamente. Talvez a diretoria deva alegar que “o
Senhor dos Ensinamentos” não tem nível espiritual para entender os Ensinamentos.
Agora perguntamos nós à direção da Igreja: onde, em qual Ensinamento de
Meishu-Sama está registrado que Meishu-Sama autorizaria a direção da Igreja a editar
seus Ensinamentos e a publicar apenas uma minúscula parcela deles aos membros do
mundo inteiro, após sua ascensão?
Logo em seguida, na página 12, ao se referirem às traduções das Orientações de
Kyoshu-Sama, o material mais uma vez é contraditório e inconsistente:
Mas é claro que as palavras do Sr. Masaaki estão de acordo com o que orienta
Kyoshu-Sama. Estranho fosse se não estivesse. Afinal, sua missão será a de suceder o
Trono de Kyoshu, deixado pelo seu pai. Se as palavras nas diferentes traduções estão
de acordo com o autor, então não há divergências entre as traduções. A regra de uma
boa tradução é justamente essa. Fazer com que o texto traduzido transmita a intenção
do autor no original. Qual palavra é utilizada, ou se o texto é ligeiramente diferente, é
uma questão sem sentido, absolutamente secundária. A discussão da IMMB nesse
49
trecho beira o absurdo, revelando-se não somente frágil, mas verdadeiramente
confusa. A IMMB sabe, afinal, o que quer dizer neste trecho? Está a defender não
somente uma nova teologia contrária a lei da ordem e de precedência do espírito em
relação à matéria e uma nova História da Igreja, na qual a Terceira Líder e o
Reverendíssimo Watanabe foram omissos e irresponsáveis, mas também uma nova
teoria da tradução? Os tradutores da IMMB subscrevem este documento? Os
tradutores da IMMB concordam que uma boa tradução não é aquela que preserva o
sentido do texto original? Os senhores afirmam primeiro que nem todas as traduções
encontram-se fiéis ao original, mas reconhecem em seguida que todas estão de acordo
com a intenção do autor no texto original. Ora, que confusão é essa? É uma nova teoria
da tradução a ser apresentada ao mundo inteiro? O que exatamente, além de uma
insinuação ambígua e confusa, o material quer dizer nesta passagem?
O texto passa então a tratar de supostas incongruências entre as Orientações de
Kyoshu, as palavras do Sr. Masaaki Okada e os Ensinamentos de Meishu-Sama. Vamos
ver por tópicos.
50
O grande problema desta parte, talvez a mais frágil e confusa de todas, é a
apresentação de uma falácia lógico-semântica gritante. Trechos de Orientações e
palavras do Sr. Masaaki sobre um assunto “A” são comparados com trechos de
Ensinamentos de Meishu-Sama sobre um assunto “B”. Como Kyoshu-Sama afirma
que A = 1, e Meishu-Sama afirma que B = 2, conclui-se, em manobra retórica grotesca,
que Kyoshu-Sama contraria Meishu-Sama, porque 1 ≠ 2. É uma afronta a inteligência
dos membros. Kyoshu-Sama afirma 1 e Meishu-Sama afirma 2, mas são assuntos
diferentes. Ora, um afirma 1 de A, o outro afirma 2 de B. Só haveria contradição caso
os dois estivessem tratando do mesmo objeto, A ou B. Só existem duas maneiras de
incorrer em falácia lógico-semântica tão básica: ou por má fé, ou por imperícia, falta
de expertise em fundamentação lógica de redação científica. Não acusamos a IMMB de
má fé, mas constatamos, tecnicamente, a imperícia nesta passagem.
Vamos explicar de um modo menos técnico para amplo entendimento. A
explicação acima teve o único intuito de revelar que a afirmação da IMMB é tão
inconsistente que o absurdo pode ser matematicamente demonstrado.
Nesta passagem do documento da IMMB, são citados trechos em que Kyoshu-
Sama fala sobre o “nascer de novo” de Meishu-Sama como o Messias. É um caso
concreto e não uma doutrina geral. Além disso, vimos que Meishu-Sama escreveu
sobre isso. O “nascer de novo” de Meishu-Sama como o Messias se encontra
documentado há décadas pela literatura oficial da Igreja, por exemplo, na Obra Luz do
Oriente, volume 3, páginas 217 à 220:
Porém, na página 13, o Material de Estudos da Igreja alega que o Sr. Masaaki
Okada, assim como Kyoshu-Sama, vinha pregando que “não existia reencarnação”,
usando a seguinte edição de uma palestra proferida por Masaaki Okada:
Este trecho sequer é uma fala exclusiva do Sr. Masaaki Okada. Este é um trecho
escrito pelo próprio Meishu-Sama e consta em diversos materiais da IMMB, tais como:
Luz do Oriente, vol. 3 e Curso de Formação Nível 3. O Sr. Masaaki Okada está falando
da reencarnação de modo geral, ou especificamente do caso concreto de Meishu-Sama
em 1954? Vamos ler novamente, pausadamente, com atenção ao destaque em negrito!
52
Mas é um famoso caso de “tiro pela culatra”, pois se levássemos a sério o que eles
propõem, Ensinamentos de Meishu-Sama (sobre reencarnação) seriam utilizados para
provar a falsidade de Ensinamentos de Meishu-Sama (sobre renascimento). A
proposta da IMMB é autodestrutiva, pois sua mensagem é que os Ensinamentos de
Meishu-Sama são contraditórios. Logo, estes pontos precisam ficar claros:
53
MENSAGEM DE ANO NOVO (1º de janeiro de 2016)
54
utiliza a palavra alma, sem que Meishu-Sama escreva “alma”, “anima”, “soul”. Ora,
qual é a palavra que Meishu-Sama utiliza para alma?
Se quisermos realmente discutir teologia, não deverá ser nesse nível.
Deveremos informar aos nossos membros que nos Ensinamentos em português,
quando lemos a palavra “alma”, no original, Meishu-Sama se refere a ela como 魂
(tamashii). Ademais, temos uma teologia da alma consolidada? A IMMB pode afirmar
categoricamente, e de modo irrefutável, que a alma reencarna? Para entendermos a
teologia da reencarnação, temos que entender a teologia da alma. Pois bem, se acaso
Kyoshu-Sama realmente dissesse que não há reencarnação, o que nunca disse como já
demonstramos acima, mas se o dissesse, e estivesse se referindo à alma, se dissesse
que não há reencarnação da alma, mas somente do espírito, a IMMB poderia
demonstrar o contrário? Nas Obras completas de Meishu-Sama (Zenshu) podemos ler
que o ser humano possui uma partícula divina 分霊 (Wakemitama), uma matriz no
mundo espiritual, chamada de Yukon (幽魂)e uma consciência encarnada, o Guenkon
(現魂).
A IMMB está a defender que o Yukon reencarna? Mas o Yukon encontra-se
encarnado? Não! Ele está no Mundo Espiritual. Logo, não encarna, não desencarna, e,
portanto, jamais reencarna. Pode a IMMB nos ensinar em qual Ensinamento Meishu-
Sama diz que o Yukon falece junto com o corpo? Ele sobrevive ao corpo? Então há algo
no ser humano que não reencarna? O Yukon não se encontra encarnado. Meishu-Sama
dizia que seu Yukon (no seguinte trecho, Yukon está sendo referido como “yutai”)
estava no terceiro paraíso, conforme mostra o seguinte trecho de um Ensinamento?
“そうして此男は、何等の信仰もなく、商店の店員であって霊的知
識など皆無であるから、反って信をおけるのである。
55
右の神殿は、第三天国の神社内ではないかと私は想うと共に、其
時の私の幽体は神社の中に住していたものであろう。”
56
de Meishu-Sama que falam sobre a importância do verdadeiro sentimento de gratidão
e de como ele pode transformar a vida das pessoas.”, com uma tiragem de 05 mil
exemplares. No capítulo 1 (Construção do Mundo Ideal) do dito “Ensinamento de
Meishu-Sama”, mais precisamente à partir da página 11, encontra-se um texto
apresentado como “Ensinamento de Meishu-Sama”, intitulado “O Juízo Final”.
Interessante é que este “Ensinamento” tem o mesmo nome de um outro Ensinamento
de Meishu-Sama (O Juízo Final), que encontra-se no Alicerce do Paraíso vol. 1. Porém,
tal “Ensinamento” chamado também de “O Juízo Final” (“também”, por não se tratar
do mesmo texto), não se parece – de fato – com um Ensinamento de Meishu-Sama.
Questionamos diversos ministros especialistas em Ensinamentos e, para a nossa (falta)
de surpresa, eles também não reconheceram aquele texto como sendo um
Ensinamento de Meishu-Sama. Consultamos as “Obras Completas” de Meishu-Sama
em japonês e não localizamos o referido texto. Esse “Ensinamento” diz que no Juízo
Final, as almas que não serão úteis à Deus serão extinguidas para sempre (com isso,
não encarnarão mais). Então, dito isso, vamos às perguntas:
a) Os senhores poderiam nos informar em qual volume dos Ensinamentos de
Meishu-Sama (original) encontra-se este “Ensinamento”, assim como a sua
data de publicação?
b) Os senhores poderiam nos fornecer o “Ensinamento” na versão original, em
japonês?
c) Os senhores poderiam nos fornecer qualquer outro ensinamento de Meishu-
Sama em que ele fala sobre Sorei-Saishi? (lembrando que o Sorei-Saishi foi
instituído pela Segunda Líder Nidai-Sama, após a ascensão de Meishu-
Sama. Na época de Meishu-Sama, era feito apenas uma oração perante o
Butsudan. Não havia assentamentos). No presente “Ensinamento”, Meishu-
Sama fala que “fazer sorei-saishi não basta”. E o verbo “fazer” também não
condiz com a circunstância, pois não se “faz” sorei-saishi, mas sim “abre-se”
o sorei-saishi.
d) Caso os senhores digam que este texto não é (de fato) um Ensinamento de
Meishu-Sama, poderiam nos esclarecer o porquê de ele ter sido publicado
como sendo Ensinamento?
e) Os senhores poderiam nos esclarecer com que intenção este “Ensinamento”
foi publicado, de fato? Um texto que diz que, se as pessoas não dedicarem,
não “fazerem” Sorei-Saishi para seus antepassados, aqueles que não fossem
57
úteis a Deus seriam extinguidos para sempre. Ou seja, um texto que fala para
as pessoas empenharem-se na Construção do Solo Sagrado, caso contrário,
ficarão sem seus antepassados para todo o sempre, ou poderão, elas
mesmas, serem extintas, é ou não é Ensinamento de Meishu-Sama, e foi
publicado com que intenção?
Por fim, caso os senhores nos mostrem que este texto é (de fato) um
Ensinamento, ficaremos agradecidos pelo esforço dos mesmos em nos esclarecer essa
dúvida. Caso o mesmo não seja feito, poderemos aceitar o silêncio como uma
concordância de que este texto não se trata – em si - de um Ensinamento de Meishu-
Sama.
Infelizmente não pudemos publicar, neste material, fotos do citado livro
contendo o dito “Ensinamento”, uma vez que ele está protegido por direitos autorais,
nos proibindo reproduzir o texto parcial, ou integralmente. Porém, fica aqui o registro
do nome do livro, a editora, número de tiragens e o ano de publicação, assim como o
capítulo e a página onde se encontra o texto em questão. Mas, para não deixar dúvidas
quanto ao conteúdo do “Ensinamento”, fizemos questão de publicá-lo no fim deste
material, como um anexo (Adendo VI), uma vez que este texto foi publicado em outro
material de estudos (sem proteção de direitos autorais). Lembramos aos leitores que
nós fizemos questão de publicar o texto conforme ele está escrito, respeitando o
formato original dele, mesmo com diversos erros de gramática, concordância etc.
E por que citar esse Ensinamento agora? Ora, porque é de fundamental
importância para a compreensão exegética da questão da reencarnação. Nesse texto,
caso seja Ensinamento de Meishu-Sama, ele deixa claro que a reencarnação não é uma
lei eterna da natureza, pois, afinal, no juízo final, o ciclo da reencarnação será
interrompido para aqueles que forem extintos. De outra feita, se o texto não for - como
uma análise hermenêutica revela que não parece ser - realmente um Ensinamento de
Meishu-Sama, então nos encontramos diante de um problema grave que transcende o
escopo do debate teológico. Seja como for, uma genealogia do texto se faz necessária.
Mas a questão teológica fundamental sobre reencarnação e “nascer de novo” nos
parece, ainda não foi abordada. Eis a questão: É a reencarnação um meio ou um fim?
É a reencarnação o objetivo da vida humana? É para reencarnar que fomos criados?
Debater a questão da reencarnação de modo superficial poderá nos trazer qual ganho?
De nossa parte compreendemos que em nenhum Ensinamento Meishu-Sama diz que
58
o objetivo da vida é reencarnar. O “nascer de novo” não se contrapõe à reencarnação.
Antes, é o grande fim a ser alcançado. Não será essa a grande reforma humana da qual
nos fala Meishu-Sama? Acreditamos que com boa vontade certamente poderemos
elevar o nível teológico do debate. Esperamos que isso aconteça.
59
Ora, a Igreja do Japão, com apoio da IMMB, se refere a Kyoshu-Sama como
“senhor dos ensinamentos” e “líder espiritual”, mas arroga-se no direito de dizer que o
“senhor dos ensinamentos” não segue os ensinamentos. Um tanto contraditório. O
Senhor dos Ensinamentos Divinos cujas palavras são Ensinamentos Divinos não está
de acordo com os Ensinamentos Divinos. Sim, é demais5. Mas é isto mesmo que
afirmam.
Também se arroga no direito de acusar, difamar e expulsar o “líder espiritual”.
Mas ele é líder, logo está acima de todos. Então quem vem abaixo age com arrogância,
desrespeitando a ordem à hierarquia. Isso não é insubordinação? O que houve com o
Ensinamento “Respeite a Ordem”?
5
Conforme ensina a IMMB em Os Novos Tempos.
60
3. Amor altruísta
61
“Meishu-Sama não está dizendo que possui um coração bondoso
e nem que precisamos fazer do amor ao próximo um
ensinamento religioso, como fazemos hoje[...] (CULTO PELA
PAZ MUNDIAL E CULTO ÀS ALMAS DOS ANTEPASSADOS
(01/08/2016), Templo Messiânico, Atami)”
Quem lê este trecho pensa: “Nossa, então Meishu-Sama não tinha um coração
bondoso e nem devemos praticar o amor ao próximo? Ou será que foi esta mensagem
que tal edição tentou transmitir?
Agora vejamos NA ÍNTEGRA a frase usada nesta palestra:
Ele diz aqui que a bondade que praticamos não vem de nós, mas sim de Deus.
Meishu-Sama também dizia que tudo quem faz é Deus.
62
“senhor dos ensinamentos, o “guardião dos ensinamentos”. A contradição é evidente e
está claríssima. Não é preciso dizer mais nada em relação a tal ponto.
Por fim, gostaríamos de pedir um esclarecimento aos senhores diretores da
IMMB, que atacam Kyoshu-Sama covardemente, dizendo que ele está “cristianizando”
a Igreja, que ele é evangélico, e aplaude os atos de espionagem do Sr. Kobayashi, mas
que até há pouco tempo, publicaram diversas notas oficiais em sua página oficial na
internet, dizendo-se apoiadores do Trono de Kyoshu, reconhecendo Kyoshu-Sama
como sendo representante da Vontade de Deus e exigindo que o Sr. Kobayashi cessasse
com os ataques e as espionagens, caso contrário os senhores iriam exigir a renúncia do
Sr. Kobayashi (veja comunicado logo abaixo).
O que faz com que uma diretoria que, hora diz que apoia Kyoshu e o reconhece
como representante de Deus e exige que os ataques param, e hora se junta ao grupo
que ataca e o chama de traidor, além de outros adjetivos que todos já conhecem?
Como podemos confiar nas palavras do Reverendo Resende e seus diretores, ao
subirem no altar nos cultos mensais, se as mesmas bocas que, uma hora diz uma coisa,
outra hora faz exatamente o oposto?
6
30 de setembro de 2017 - Publicada no Site oficial da IMMB. Link:
http://www.messianica.org.br/imprensa/comunicado-2
63
“Prezados Senhores,
Segue o pronunciamento oficial da Igreja Messiânica Mundial do
Brasil:
No Brasil, as pessoas que ingressam na fé messiânica, buscam a
salvação, as soluções de seus problemas, tendo como caminho a
prática dos ensinamentos de Meishu-Sama.
Os Solos Sagrados do Japão, o trono de Kyoshu e a Igreja Izunome do
Japão, são pontos de referência da fé dos messiânicos brasileiros.
Fomos envolvidos por uma profunda tristeza ao tomarmos
conhecimento dos fatos ocorridos a partir do
dia 4 de fevereiro de 2017, culto do início da primavera, até os dias
atuais, envolvendo o Líder Espiritual e a direção da Igreja Izunome.
Por mais que tentemos compreender a situação só podemos chegar à
conclusão que é uma purificação concedida por Meishu-Sama.
A Igreja Messiânica Mundial do Brasil não participa das decisões da
Igreja Izunome do Japão, mas, gostaríamos de ressaltar que seus
reflexos atingem diretamente o desenvolvimento da Obra Divina no
Brasil.
Neste sentido, cumpre-nos, neste momento, rogar a V. Sas. que, com
serenidade, empreendam todos os esforços necessários, na busca de
um diálogo amistoso e sendo guiados pelo sentimento de Meishu
Sama, possamos alcançar uma solução pacífica e harmoniosa para
superar essa purificação.
A Igreja Messiânica Mundial do Brasil, reafirma o seu compromisso de
continuar respeitando o trono de Kyoshu e a direção da Igreja
Izunome.
Com respeito e gratidão, estaremos orando para que a vontade de
Meishu Sama seja concretizada!
Atenciosamente,
64
Presidente e Diretores da Igreja Messiânica Mundial do Brasil”7
Por fim, o comunicado oficial mais veemente enviado pela IMMB, mas que hoje
não está mais disponível na web, assim como nenhum outro comunicado da IMMB
defendendo Kyoshu-Sama:8
(ver na página seguinte)
7
São Paulo, 10 de outubro de 2017 no Site da Igreja. Link: http://www.messianica.org.br/meishu-
sama/mensagens/carta-aos-membros-da-immb
8
5 de Janeiro de 2018 - Site oficial da Igreja na Internet. Link: http://www.messianica.org.br/imprensa/noticias-
immb/comunicado-da-igreja-messianica-mundial-do-brasil-3
65
ADENDO I
Introdução
9
O sentido de Kyohu-Sama aqui apresentado não se refere especificamente à pessoa de um Líder Espiritual
especificamente (a IMM tem hoje o 4o. Líder na sucessão do Trono), mas da função atribuída pelo Trono de
Kyoshu, conforme Raffo (2014) Não se trata de espaço físico, mas sim, de posição espiritual. (Raffo, 2014, p. 08).
10
O tema da ‘grande purificação’ da Igreja merece uma particular imersão de pesquisa. Sobre este período o
Presidente da Igreja Yassushi Matsumoto afirmou que as pessoas não estão se dividindo como na separação que
houve nas antigas Igrejas Kannon e Miroku: está havendo uma divergência dentro da mesma Igreja, e um
fenômeno da atual Igreja é estar surgindo separações em todo lugar. (FMO, 1988, p.10). Matsumoto atribui essa
divergência interna a falta de estabelecimento de um Sistema de Obra Divina centralizado em Kyoshu-Sama.
Entende que esse movimento de purificação (comparado a contrações de um nascimento) dará luz a uma Kyoshu-
Sama que se posicionará no centro da nova Igreja. (FMO, 1988, p. 9)
11
Tomita (2014) apresenta extenso trabalho acerca da Identidade Messiânica, de sua construção e relação com as
diferentes culturas que contacta, nos movimentos de difusão. Entende que a fronteira entre religião e ultra-religião
– [é] um dos principais aspectos constituintes da identidade messiânica. (TOMITA, 2014, p.227).
12
O Reverendíssimo Tetsuo Watanabe foi líder da IMM no Brasil - sendo, portanto, portador das orientações vindas
do Trono de Kyoshu para a Igreja (considerada aqui toda a comunidade envolvida) e incentivador das práticas
orientadas pelo Líder Espiritual da Igreja Mundial, tanto da 3a. Líder quanto do 4o. Líder.
13
IMM é a sigla em português para Sekai Kyusei Kyo (Igreja Messiânica Mundial).
66
Sama e a ligação do ser humano com seus antepassados.
Questionamos, contudo, se a transição da Igreja japonesa para um sistema
unificado, centralizado no Trono de Kyoshu, já foi assimilada também como elemento
constituinte da identidade da Igreja brasileira. De outro modo, se a condição
identitária da Igreja Unificada em Kyoshu-Sama - como autoridade eclesiástica e
institucional - já foi antropologicamente assimilada como a cultura institucional da
Igreja do Brasil?
Acreditamos que tal assimilação encontra-se em andamento a partir das
orientações do Revmo. Watanabe à IMMB. Ou seja: A instrumentalização e os usos das
orientações de Kyoshu-Sama pelo Revmo. Watanabe teriam desencadeado na IMMB
a transição para uma Nova Igreja Unificada (NIUK) centralizada na autoridade
eclesiástica e institucional de Kyoshu-Sama.
Georgia B. O. Raffo, em seu trabalho Estudo das Orientações de Kyoshu-Sama
(2014) afirma que não raramente, ouço o seguinte comentário: Nossa! Kyoshu-Sama
tem ‘um jeito muito ‘difícil’ de escrever! (RAFFO, 2014, p. 09). Junte-se a isso os vários
debates nos quais participamos onde Kyoshu-Sama foi considerado ‘muito filosófico’
no seu modo de expressar-se, o que se traduziria em dificuldade de entender,
interpretar o que pretende transmitir em seus textos. Para Raffo (2014) seria mais
adequado afirmar que os textos não são difíceis de ‘entender’ e sim de ‘aceitar’. A autora
entende essa maneira peculiar de escrever pode ser vista como modo de chamar
atenção, provocar a reflexão. Nesse sentido, as palestras do Reverendíssimo Watanabe
ao transmitir as orientações do Líder Espiritual seriam um facilitador desta
aproximação da membresia com o constante aprimoramento e busca da elevação
espiritual recomendados por Kyoshu-Sama.
Há ainda uma questão para refletir: na História da IMM houve um momento
em que a figura do Líder Espiritual aproximava-se muito mais de um símbolo que de
uma figura eclesiástica. Em contrapartida, foram apresentadas orientações e
relembrados ensinamentos do próprio Meishu-Sama que buscavam esclarecer este
dilema – uma questão político-institucional, ou um debate ontológico da teologia
messiânica. Se por um lado, havia o questionamento do papel de Kyoshu-Sama como
figura eclesiástica, por outro, permanecia a defesa da manutenção deste status quo
baseado nos ensinamentos de Meishu-Sama e nas orientações de Nidai-Sama,
Segunda Líder.
O propósito do texto, considerados seus limites, é apresentar e iniciar uma
67
análise da questão, quiçá fazendo alguma alusão ao problema já se torne também parte
da solução ao propor questões e reflexões – afinal, o diálogo (subentendido) entre o
Líder Espiritual da IMM e sua comunidade, especialmente a Igreja do Brasil, estaria
ocorrendo a partir das orientações do Reverendíssimo Watanabe, ou ainda, se este
estaria criando condições de acessibilidade dos textos de Kyoshu-Sama para a
comunidade.
Como abordar os ensinamentos de Kyoshu-Sama, considerando a questão
apresentada de que suas orientações seriam filosóficas e, portanto, de difícil
compreensão? Qual seria o caminho para abordar suas orientações já que é Ele o
representante espiritual da Igreja, teologicamente falando, a ponte entre a comunidade
da IMM e o Messias Meishu-Sama? Como se apresenta na comunidade brasileira a
‘figura’ de Kyoshu-Sama? Teriam as características sociais e culturais ocidentais
(horizontalizadas), alguma interferência no processo de integralização do modelo
oriental (verticalizado) trazido pela IMM – no Brasil, IMMB, ao dirigir seu olhar para
a figura do Líder Espiritual?
Por fim, do ponto de vista teórico/metodológico este trabalho insere-se no
campo da historiografia da IMMB se observado do ponto de vista teórico, uma vez que
busca nos meandros da História da Igreja, da trajetória das sucessões do Trono de
Kyoshu e suas respectivas motivações, e de sua repercussão na Igreja do Brasil.
Teologicamente, faz um esforço no sentido de observar as orientações de
Kyoshu-Sama e paralelamente observar como a linha de orientação do
Reverendíssimo Tetsuo Watanabe reflete as orientações dos Líderes – Sandai-Sama e
o atual Kyoshu-Sama, respectivamente 3a. e 4o. Líder (Kyoshu); e as orientações
pragmáticas que podem ser observadas num primeiro momento nas Diretrizes Anuais
da Igreja, mas também nas palestras dos Cultos Especiais, onde o discurso parece
renovar e adequar as orientações para que sejam compreendidas e assimiladas com
maior facilidade pela comunidade em geral.14
Em suma, nosso objetivo é averiguar os impactos da centralização da Igreja do
Japão no Trono de Kyoshu na Igreja do Brasil. Queremos investigar também qual o
papel do Reverendo Watanabe nesse processo de unificação da Igreja e sua relação com
o Trono de Kyoshu.
14
Sobre as orientações de Diretrizes Anuais da IMMB, ver TOMITA, 2014 que apresenta quadro com os textos
(diretrizes) de 1964 a 2014. TOMITA, 2014, p. 325-327)
68
Metodologia
69
CAPITULO 1
1.0 - O FUNDADOR
15
Autobiografia Hikari he no michi [Caminho para a Luz]. In OKADA MOKICHI ZENSHU HENSHU IIN KAI.
Okada Mokichi Zenshu - chojutsu hen. [Obra Completa de Mokiti Okada - Artigos]. Vol. 6. Atami: Matsumoto
Yasushi (Repres.), 1995. IN.: RAFFO, Geórgia Branquinho de O. A "localização" institucional da Igreja
Messiânica Mundial no Brasil: uma abordagem a partir da teoria da mundialização. 2010. 184 fls.
Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Cultura Japonesa) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
71
absolutamente comum, com uma trajetória semelhante ao de muitos
de seus contemporâneos. (RAFFO, 2010, p.18)
72
grandes potências ocidentais, mais especificamente, pelos Estados
Unidos da América, o Japão viu-se obrigado a abrir seus portos. Para
a liderança política nipônica da época, o único meio de se evitar que
o país fosse invadido e dominado por aquelas potências seria
alcançando e superando seu grau de desenvolvimento,
principalmente, tecnológico e industrial. Era preciso modernizar o
Japão imediatamente. A Restauração Meiji (1868)16 marca o início
efetivo desse movimento. (RAFFO, 2010, p. 21)
16
‘Restauração Meiji é o nome dado à grande reforma política, econômica e social que, com a pressão das grandes
potências capitalistas, derrubou o sistema feudal, instaurou o sistema capitalista japonês e originou uma nação
imperial moderna no ano de 1868’. In.: RAFFO, Geórgia Branquinho de O. A "localização" institucional da
Igreja Messiânica Mundial no Brasil: uma abordagem a partir da teoria da mundialização. 2010. 184 fls.
Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Cultura Japonesa) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
73
Assim, Hashiba é realmente o leste do leste; em termos
mundiais, é o extremo leste do mundo. [...] Aos oito anos, fui morar
no bairro de Senzoku, a oeste de Hashiba; mais ou menos na época
em que concluí o curso primário, mudei-me para o bairro de Naniwa,
em Nihon-bashi, e em seguida, para Tsukiji, em Kyo-bashi; depois fui
para os bairros de Oi e Omori, ambos em Ebara; mais tarde,
transferi-me para Koji e, a seguir, para Tamagawa, onde existe,
atualmente, o Solar da Montanha do Tesouro. Posteriormente, dando
um salto bem grande, mudei-me para Hakone e Atami, e, agora, para
Quioto. Assim, troquei de residência dez vezes, e dessas
mudanças, excetuando-se o bairro de Koji, nove foram para o
oeste. Naturalmente, daqui em diante a Luz do Oriente
avançará cada vez mais para o oeste; um dia, é óbvio, chegará
à China e, finalmente, à Europa. [...] (FMO, 2007, p.27)
74
infinitos etc.. Por isso, creio que; saboreando minhas palavras,
conseguirão obter a sabedoria da vida e tornar-se-ão possuidores de
espírito inabalável. (FMO, 2007a, p. 32)
Apesar de ser o segundo filho, e toda dificuldade enfrentada pela família, aos
seis anos de idade (1889), o Fundador entrou na Escola Primária Básica Nishin, situada
no bairro de Sanya. Era um estudante dedicado, provavelmente em atitude de gratidão
ao amor dos pais. (FMO, 2007a, p.92)
Sobre este período, Okada relatou:
17
Essa data desperta interesse por seu significado e porque se relaciona com a referência feita à ‘Luz do Oriente’
– surgida na Europa a mais de dois mil anos e bastante propalada, que o Fundador entende ser uma predição a seu
respeito: ‘O interessante é que 23 de dezembro corresponde ao dia seguinte do solstício de inverno no hemisfério
norte, dia em que o período noturno é o mais longo durante todo o ano. O dia 23 é a data em que o período diurno
começa a alongar-se novamente. O inverno pode ser considerado a fase negativa do ano, de modo que no dia 23
de dezembro se começa a caminhar para a fase positiva. (FMO, 2007a, p.69)
75
muito sacrifício e, apesar de minha pouca idade, sentia inveja quando
via crianças saudáveis. Mas era interessante como eu tinha bom
aproveitamento na escola; sempre estava em primeiro ou segundo
lugar, nunca ficando abaixo. (FMO, 2007a, p. 98)
Sobre as marcas que este tempo teriam deixado em Okada, Luz do Oriente
(2007) relata:
O Fundador foi criado num lar muito pobre, presumindo-se
que, por isso, tenham ficado fortemente gravados, em seu coração, a
dor e o sofrimento causados pela miséria. Ele não os conheceu em
termos teóricos, mas por meio da sua própria vivência, de modo que
lhe doía muito ver as pessoas à sua volta sofrendo por esse problema.
Passando por tais experiências, ele não se limitou apenas a sofrer,
mas fez dos sofrimentos e adversidades o alimento espiritual que
poliram ainda mais o seu amor altruísta e aumentaram, em largura
e profundidade, a sua personalidade. Isso resultou, anos mais tarde,
numa busca da prática para salvar o próximo e solucionar o
problema da pobreza existente em todas as épocas. (FMO, 2007a, p.
102-103)
Aos treze anos (1896) Mokiti Okada concluiu o Segundo Nível da Escola
Primária Assakussa e ingressou na Escola de Belas Artes, contando para isso com o
apoio da irmã Shizu que ficara viúva, e mantinha uma Pensão – Seiguetsu. A família
acreditava que por sua saúde frágil, o melhor para Okada seria dedicar-se à pintura
profissionalmente.
77
Sua esposa, Taka, foi extremamente cuidadosa, e o ajudou nos negócios, que
prosperaram, tendo sucesso como fabricante e atacadista de miudezas. Porém, o
casamento foi interrompido bruscamente.
Tomita (2014) informa que até os 38 anos de idade, Okada nunca teria rezado.
Considerava irracional a adoração a imagens, estátuas e outros objetos para venerar
divindades. Entendia até que os inúmeros templos e santuários seriam obstáculo ao
progresso do Japão. (TOMITA, 2014, p.28). Pergunta a autora: ‘Como um ateu
declarado teria se tornado um líder religioso carismático, fundador de uma NRJ, que,
com o passar do tempo, se tornou uma das mais conhecidas dentro e fora do Japão?’
Sobre o contexto histórico-social da época, Tomita (2014) informa que:
78
Tokugawa, sobreviveu na clandestinidade tendo sido reintroduzido
no país, desta vez, por protestantes no período Meiji. (TOMITA, 2014,
P. 29).
Conta ainda que havia a presença do Exército da Salvação, e que Okada, mesmo
não sendo religioso, contribuía com essa instituição, preocupado em fazer o bem a
quem precisasse. Segundo a autora, Okada teria sido convidado a participar da religião
Tenrikyo, mas não se interessou; e que teria falado com Ekai Kawaguti, famoso bonzo
da religião Obaku que pesquisou a religião budista no Tibete, mas também não se
converteu. (TOMITA, 2014, p.29).
Na década de 20 Okada frequenta palestras da religião Oomoto e torna-se
seguidor. Para Tomita, ‘Dois teriam sido os motivos principais que o atraíram para
esta religião: o ideal de reforma e reconstrução do mundo e a noção sobre a
toxicidade dos remédios.’ (TOMITA, 2014, p.29).
Tomita afirma que:
18
Contudo a expressão “Meishu-Sama” – ‘Senhor da Luz’, para se referir a Mokiti Okada, seria cunhada e
anunciada pelo próprio Fundador apenas em 4/2/1950, ocasião da instituição da Igreja Messiânica Mundial a partir
da fusão da Igreja Kannon do Japão com a Igreja Miroku do Japão.
19
Segundo a concepção da IMM, a evolução do universo obedece a ciclos definidos em que se alternam períodos
de claridade e escuridão. Ciclos menores ou maiores podem ocorrer a cada dez, mil, três mil, dez mil anos e assim
por diante. Após uma era de aproximadamente três mil anos de relativa obscuridade, a humanidade se encontraria
no alvorecer de uma nova Era de Luz. Isto significa o colapso da Cultura da Era da Noite – baseada no materialismo
e no egoísmo em que se negligência o respeito à Natureza – e a construção da Cultura da Era do Dia, baseada no
79
missão. (FMO, 2007a, p.32-34)
Tomita (2014) entende que Okada se afastou da Oomoto por preferir dedicar-se
a cuidar das pessoas doentes que envolver-se em questões ideológicas. Além do que,
passara a confeccionar amuletos e Ohineri e distribuir aos fiéis o que criara um
ambiente hostil entre os dirigentes omotanos. (TOMITA, 2014, p.30)
A autora observa que:
espiritualismo e altruísmo. “Transição da Era da Noite para Era do Dia” corresponde, pois, a esse período
intermediário, iniciado no Mundo Espiritual em 15/6/1931.(TOMITA, 2014, p. 89)
80
1.1 HISTÓRIA DA IGREJA
A partir de 1950, Mokiti Okada que era conselheiro passou a ser responsável
pela Igreja, ocupando a posição de Kyoshu– Líder Espiritual. Passou a ser chamado
Meishu-Sama – Senhor da Luz. Instituída a Igreja Messiânica Mundial, Okada assume
juridicamente a posição de responsável da Igreja, e do ponto de vista religioso, Líder
20
(Tradução literal: Igreja (Kyo) + Kyosei (Ensinamento/Salvação) + Sekay (mundial/do mundo). (TOMITA.
2014, p. 37).
81
Espiritual. Para Raffo (2006) começa aí então uma nova fase de seu trabalho para
salvação da humanidade. (Raffo, 2010, p. 67).
Okada estava atento à expansão internacional da IMM, relata Raffo:
82
1.1.1. A IGREJA DURANTE A VIDA DE MEISHU-SAMA.
Para Okada, o Kanzeon Bossatsu que é alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai, não
se limita à concepção budista.
83
Miroku (Miroku Dai Kyokai), sendo a coluna de sustentação do desenvolvimento da
nossa Igreja em sua fase inicial, afirma Matsumoro. (FMO, 2005, p.4)
O Servidor (2005) afirma que entre Meishu-Sama e Shibui haveria confiança e
reverência:
Não importa qual o aspecto observado, seja a postura de
dedicação total a Meishu-Sama, a dedicação monetária fora do
comum ou a extraordinária força do Johrei e de difusão; em qualquer
um Sôsai Shibui sobressaía-se. Esta é a prova de como Sôsai Shibui
reverenciou e dedicou-se a Meishu-Sama como existência absoluta e,
por outro lado, compreendemos também que a sua força e sua
atuação eram concedidas por Meishu-Sama. A grande confiança que
Meishu-Sama depositava nele pode ser observada através das
palavras de Meishu-Sama: “70% do que existe em nossa Igreja
atualmente se deve ao Shibui.” (FMO,2005, p.6)
‘força’:
84
Motoko, filha de Shibui, relatou uma fala de Shibui sobre Meishu-Sama:
De acordo com Luz do Oriente (2007), Shibui faleceu aos sessenta e nove anos,
no dia 17 de maio de 1955, três meses após a ascensão do Fundador.
Com a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o Fundador passa a empenhar-se
na construção do Paraíso Terrestre, conforme seu entendimento da vontade Divina. A
Apostila de Terapia Japonesa explicava o poder de salvação atribuído por Deus;
relacionado com ela, o Curso Kannon falava sobre a Verdade, conforme Revelação
Divina. O Fundador, entendendo que a compreensão dos ‘ensinamentos’ de Kannon
era difícil, passou a ministrar um curso sobre a doutrina. O Curso Kannon teve início
no dia 15 de julho de 1935.
21
Sobre o Caso Tamagawa: Ver Luz do Oriente, vol. 1, Estabelecimento do Johrei – 1a. Fase: Antes da Segunda
Guerra Mundial, por duas vezes – em 1936 e em 1940 – o Fundador prestou depoimento na delegacia de
Tamagawa, por suspeita de ter infringido as Leis da Medicina. Em 1936, ficou preso durante dois dias, e em 1940,
durante três. Esses acontecimentos são conhecidos, respectivamente, como Primeiro e Segundo Caso Tamagawa.
(FMO, 2007a, p. 321).
85
outorgavam o talismã22 às pessoas que vinham em busca da salvação
e, em seguida, encaminhavam-nas ao Hozan-So, para fazerem a
entrevista com o Mestre. (FMO, 2007b, p.103)
22
Naquela época, para evitar problemas com a Polícia, por conta da perseguição religiosa que acontecia no Japão,
o talismã era entregue como ‘lembrança’. Ver Luz do Oriente, volume 2, 3a. Ed.,São Paulo: FMO, 2007, p. 103.
23
Solar da Montanha Preciosa. (FMO, 2007c, p.121).
86
nós. (FMO, 2007b, p.196).
Luz do Oriente relata que neste ano, de fato, ocorrem fatos importantes, entre
eles, o falecimento Nakajima:
87
obras básicas e, por fim, estou organizando o pessoal, hasteando a
grande bandeira da salvação do mundo e começando as atividades
propriamente ditas. Ou seja, é como se eu estivesse me preparando no
meu camarim e, já pronto, subisse ao palco. (FMO, 2007b, p.198)
88
1.1.2. A FAMÍLIA WATANABE
Conforme o relato percebe-se que o afeto era mútuo. Foi nesse sentimento,
nessa dedicação sincera que Katsuiti encaminhou Tetsuo Watanabe, que viria a ser
Presidente da Igreja, e nosso Reverendíssimo.
24
Cabe lembrar que era momento da 2a. Guerra Mundial, e o Japão estava sofrendo com ataques e as condições de
vida da população estavam prejudicadas.
25
Peixe de água doce, semelhante à Truta. Ver Luz do Oriente, 2007, vol.3, p. 102.
89
Katsuiti vinha de uma vila pobre, da Província de Guifu. Sofrera desde a
infância. Sua primeira visita ao Fundador ocorreu em 1943, trazido por Sosai Shibui –
tinha então trinta anos. Foi encaminhado na fé por Teruhiko Onuma (mais tarde
responsável da Igreja Shinsei e presidente da Igreja). Luz do Oriente registra que
Watanabe declarou: Existe uma pessoa como Deus, dizia ele, traduzindo uma emoção
que quase se poderia chamar de temor. (FMO, 2007c, p.138).
Katsuiti Watanabe tornou-se fiel no mesmo ano e ofereceu sua vida à Obra
Divina e contribuiu para o crescimento da Igreja na Região Tyukyo onde se tornou
dirigente, logo depois da Guerra, e em 1969, presidente do Conselho Administrativo da
Igreja Messiânica Mundial.
Os relatos de Luz do Oriente (2007) deixam claro que o Fundador valorizava
o sentimento impregnado nos presentes que recebia – não o valor monetário ou a
quantidade.
Na obra O Servidor26 há relatos da relação que indicam o forte laço entre
Watanabe e Shibui, de como dedicavam juntos. Relata um ministro que:
26
Trata-se de uma compilação de relatos de pessoas que conviveram com Sosai Chibui, conforme declaração do
Presidente da IMM Yassuhi Matsumoro (1994) visando futuramente concluir a Biografia de Sôsai Chibui.
90
Observando a relação entre Katsuiti e Shibui e a ligação destes com Meishu-
Sama, percebemos um elo, formando uma espécie de corrente, conforme relato de um
Ministro em O Servidor:
Os mestres ligados como uma corrente
Eu fui ligado a Deus em 1947, após a experiência do término
da guerra, aos xx anos, Mas foi o encontro com o Johrei um estranho
mistério que encaminhou o meu destino. E também é profunda a
sensação de que o encontro com os primorosos mestres, sim, fora a
causa decisiva. Iniciando-se no meu superior imediato, o Revmo.
Katsuiti Watanabe, que esse Ministro devotava-se e o Revmo.
Shibui que o Revmo. Watanabe admirava infinitamente...
Atrás deles, sempre se encontrava os seus superiores e eles estavam
interligados como uma corrente e atrás das palavras e ações do
Revmo. Shibui brilhava a existência de Meishu-Sama.
Posteriormente estudei sobre o espírito guardião, mas está em mim
fortemente gravada a impressão de que isso fosse como uma corrente
de espíritos guardiões vivos. [Grifo nosso] (FMO, 2005, p.89).
91
1.1.2.2. TETSUO WATANABE
92
formando novos membros. Eu dava amor aos missionários e passava
o dia todo ministrando Johrei aos frequentadores. Foi assim que
chegamos a formar 50 novos membros por mês. [...] Depois que
ganhei convicção no Johrei, comecei a fazer difusão pioneira no Rio
de Janeiro. No início, não foi fácil. Mas, pouco a pouco, começaram a
aparecer pessoas [...] que queriam receber Johrei, e foram surgindo
muitas graças, muitos milagres, um atrás do outro. (...) Como
naquela época não havia livros, unidades religiosas, mas só uma casa
pequena que servia de ponto de Johrei, eu então contava meus sonhos
para as pessoas: “Em breve, vamos construir uma grande Igreja aqui
no Rio de Janeiro. Depois vamos abrir igrejas em todo o Brasil, criar
a Fundação Messiânica, para cuidar da parte cultural, e vários polos
de agricultura, para produzir produtos naturais. [...] Os reverendos
de hoje eram todos jovens ainda, mais novos do que eu. Todos eles
quando iam ao Rio de Janeiro, ouviam meus sonhos e sonhavam junto
comigo, para poder realmente desenvolver a Obra Divina. Eu dizia:
‘Vai ter Fundação... Vai ter Comunidade Messiânica, vai ter
Universidade Mundial... ’ Eles, então, compraram esses sonhos,
dedicaram e cresceram, e hoje são executivos de todas as
atividades coligadas à Igreja. (...) (TOMITA, 2009, p. 69-70)
93
sacerdotal. Observando-se o fato deste programa priorizar o estudo da língua
japonesa, é possível inferir que haja, por parte da direção da IMM, a intenção
de se formar elementos capazes de preservar o vínculo com o Japão, tanto do
ponto de vista doutrinário quanto operacional. (RAFFO, 2010, p.122)
Em 1985, com a visita da 3ª Líder Espiritual, a IMMB foi autorizada pela Sede
Geral a construir o primeiro Protótipo do Paraíso fora do Japão. Tetsuo Watanabe
acumulava função de Presidente da IMMB com a vice-presidência do grupo Shinsei27
no Japão. (Tomita, 2014). Raffo (2010) observa que neste momento Watanabe se torna
responsável pelo Departamento Internacional da Sede Geral, e uma nova fase nas
atividades de difusão mundial, que, exceto na maior parte dos países asiáticos,
passaram a ser desenvolvidas principalmente por brasileiros. (Raffo, 2010, p.121).
Raffo entende que ao retornar para o Japão, Watanabe já havia se
transformado, ou dizendo de outro modo, sido afetado pelos modos brasileiros:
Após ter vindo ainda bem jovem para o Brasil, passado boa
parte da sua vida aqui e assimilado muito do ‘espírito brasileiro’,
quando retornou ao Japão, Watanabe certamente não era mais um
‘autêntico’ japonês. Mesmo de volta ao seu país de origem, ele
continua passando, ao menos, três meses do ano no Brasil, atuando
na condição de presidente de honra da IMMB e coordenando a
segunda etapa da construção do Solo Sagrado de Guarapiranga. O
restante do seu tempo divide entre o Japão e os demais oitenta países
nos quais a IMM está presente. Portanto, sua experiência como
cidadão do mundo é motivo de grande expectativa na condução de
uma Igreja Messiânica cada vez mais mundializada. (RAFFO, 2010,
p.121-122)
27
Conforme Tomita (2014): A partir de 1984, iniciou-se no Japão um conflito interno na IMM que culminaria com
a divisão da organização em três grupos denominados Saiken, Shinsei e Goji. Este conflito apresentou reflexos
no Brasil, sobretudo, levando à criação a MOA Internacional por parte do grupo Saiken. (TOMITA, 2014, p.80).
94
1.2. HISTÓRIA DA IGREJA DO BRASIL
Brasil em 1955:
Nesse período a Sede Geral não dava suporte aos missionários, que vinham para
o Brasil ancorados por seus antigos orientadores. Desse modo não havia ainda uma
28
Ver também trabalho de: TOMITA, Andréa Gomes Santiago. Recomposições identitárias na integração
religiosa e cultural da Igreja Messiânica no Brasil. São Bernardo do Campo, SP, 2009. 319p. Tese (Doutorado
em Ciências da Religião – Teologia e História). São Bernardo do Campo, Universidade Metodista de São Paulo,
2009.
95
diretriz que guiasse a todos. (Raffo, 2010). Em 1961, na inauguração do novo Templo
Messiânico no Japão, conforme a autora, os ministros e missionários Shoda,
Nakahashi e Hosono vão representando o Brasil. Nesse momento, os três ministros
apresentam seus relatórios e informam a necessidade de criar um sistema com uma
sede para unificar a difusão no Brasil. Até esse momento, ressalta a autora, a difusão
no Brasil não tinha o devido reconhecimento nem ajuda financeira.
Em 1969, foi inaugurado o edifício da Sede Central. Por outro lado, no Japão,
na Sede Geral, estabelecia-se o sistema administrativo que buscava a unificação da
Igreja – centralização do poder (Kyodan Ichigenka). O descontentamento de algumas
igrejas da IMM no Japão conduziu a dissidência.
29
Revista eletrônica disponível em: http://www.pucsp.br/revistanures Revista Núcleo de Estudos Religião e
Sociedade. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 1981.Acesso em 20/08/2015.
96
Uma delas foi a Igreja Seiko, igreja de origem de alguns membros da diretoria
da Igreja no Brasil. Entre eles, o Presidente. Temendo pela estabilidade da Igreja no
Brasil, a Sede Geral chamou-o de volta ao Japão. Entretanto, outros dois diretores
acabaram deixando a Sede Central do Brasil e fundaram suas Igrejas. Fato que não
chegou a desestabilizar a IMM no Brasil. (Raffo, 2010).
97
Brasil perante a Sede Geral, e o cargo de responsável da difusão
passou a ser denominado de “Presidente da Sede Central”. […] No
mesmo ano, iniciou-se a construção da Igreja Regional em Minas
Gerais. Em 1982 e 1985, foram inaugurados os prédios que
abrigariam as sedes da IRESP e IRERJ, respectivamente. (TOMITA,
2009, p.73)
Sobre este aspecto, Tomita (2014) afirma que propõe uma divisão semelhante a
de Masako Watanabe, com uma diferença nos anos e focada no processo de integração
cultural da IMM no Brasil:
1) Difusão pioneira multifacetária (1954-1964);
2) Instituição legal da Sede Central e abertura de frentes de
expansão em território nacional (1964 – 1975);
3) Diversificação das atividades da IMMB (1976-1984);
4) Construção e inauguração do Solo Sagrado do Brasil / Pós-
construção (1985-2000)
5) Implantação do sistema de Johrei Center e Centralização
no Trono de Kyoshu (4° Líder Espiritual) – (a partir de 2000
até os dias atuais) [grifo nosso] (TOMITA, 2014, p.55)
Nos dois quadros observamos que à medida que as autoras explicitam os fatos
que as fases ou recortes históricos, a figura do Reverendíssimo Watanabe vai se
destacando, seja pela forma como empreendeu a difusão, de modo diferenciado, com
foco nos brasileiros e não apenas nos Nikkei31, na construção do Solo Sagrado, nas
30
WATANABE, M. ―Sekai Kyusei Kyo Jyorei no Kiseki to Ikusei Shisutemuǁ [IMM – Os milagres do Johrei e
o Sistema de Formação]. In: Burajiru nikkei Shinshukyo no Tenkai: Ibunka Fukyo no Wadai to Jissen
(Developmental Processes of Japanese New Religions in Brazil:Tasks and Achievements of Missionary Work in
Brazilian Culture). Tokyo:Toshindo, 2001.
31
Nome dado aos descendestes de japoneses nascidos fora do Japão.
98
visitas da Terceira Líder Espiritual. Tomita (2014) atenta para a Reforma do Sistema
de Expansão, em 2000, baseada no Johrei Center, criando assim, para a autora, duas
frentes distintas: uma religiosa (interna) e uma ultrarreligiosa (externa), formada esta
última por segmentos de áreas de interesse: arte, cultura, educação, meio ambiente.
(TOMITA, 2014(a)).
99
CAPÍTULO 2
Raffo entende que a expressão Trono de Kyoshu é uma síntese do que Meishu-
Sama ensina sobre Ordem dentro da Religião. Numa analogia Meishu-Sama compara
a Igreja (IMM) a uma árvore:
100
Entre as pessoas da Igreja Messiânica Mundial eu sou a raiz e
as pessoas da diretoria seriam mais para os galhos; o tronco ainda
não posso dizer quem é. Com os grandes galhos sendo salvos é que
os galhos pequenos vão sendo salvos. Tentar salvar as folhas
deixando-os de lado está em ordem errada e por isso elas não são
salvas. (Shinkan – Eu sou a raiz). [grifo nosso] (OKADA Apud
RAFFO, 2014, p. 09).
101
construção do Paraíso Terrestre, seu grande desejo, por intermédio
da atual Líder Espiritual da Igreja Messiânica. A vontade de
Meishu-Sama se reflete em mim e os pontos fundamentais
sobre a doutrina são orientados através da minha pessoa.
[...] Assim, gostaria que, ao se dedicarem aos estudos dos
Ensinamentos, como fiéis da Igreja Messiânica, estivessem sempre
conscientes de que o estão fazendo sob a autoridade da Líder
Espiritual. [grifos nossos] (NIDAI-SAMA, 2002, p. 43-44)
Nidai-Sama nos chama atenção ao fato de que o Líder Espiritual de cada época
é quem pode, sob orientação Divina, interpretar, compilar, unificar ou explicar os
textos originais dos Ensinados, dos quais, como seu título diz, é ‘Senhor’. Se
entendermos que a expressão Verdade máxima, utilizada por Nidai-Sama, ao falar
dos ensinamentos do Fundador, expressam a vontade Divina, e guia a Igreja como um
todo, podemos inferir que se trata de uma verdade teológica da Igreja Messiânica,
portanto, dogmática. Dessa forma, poderíamos também entender que o Líder
Espiritual é quem tem autoridade para movimentar, se e quando necessário os dogmas
da Igreja. Kyoshu-Sama - corpo material - está atualizando’ no mundo (material)
aquilo que é eterno no mundo espiritual - Transpondo o passado e o presente, eles
(ensinamentos) sobreviverão por toda eternidade, diz Nidai-Sama como citamos
acima, e Kyoshu-Sama é ‘Senhor’ destes Ensinamentos.
Nesse sentido, Raffo (2010) atenta para o fato de que a Igreja não pode incorrer
no risco de se tornar anacrônica, conforme Ensinamento Religião Progressita32
(2007b) de Meishu-Sama no qual esclarece que se a religião não acompanhar a marcha
do tempo, poderá tornar-se anacrônica. Por outro lado, se cada ministro ou fiel buscar
atualizar os Ensinamentos a seu modo, tocado por seu lugar social-histórico,
certamente surgiriam diversas interpretações. Por isso a importância de um Líder que
oriente a congregação, evitando segregações ou enfraquecimentos.33
32
Este Ensinamento pode ser consultado na Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 2, 5a. Ed.. São Paulo: FMO, 2007.
33
Para melhor compreender a questão do estudo dos Ensinamentos de Meishu-Sama, ler O Ensinamento e sua
leitura, in.: COMISSÃO EDITORIAL DA IMMB (coord.) Coletânea A Fonte da Sabedoria. 1a. Ed.. São Paulo:
FMO, 2002, p.45-62.
102
2.1. TRANSIÇÕES NO TRONO
34
O Quarto Líder será chamado ‘Youndai-Sama’.
35
Sobre este tema ver RAFFO (2014).
103
pessoa mais indicada para sucedê-lo seria a esposa. Todavia, isso não
era oficial e, dentre os discípulos mais próximos que ocupavam
posições elevadas na hierarquia, começou a surgir um clima de
tensão acerca de quem seria o próximo Líder Espiritual. Ciente da
gravidade da situação e do perigo que ela representava para o futuro
da Igreja, Yoshi Okada tomou a frente e, num gesto de muita
determinação e coragem, afirmou aos diretores da Igreja que o novo
líder tinha que ser ela.
Para Hayashi Nakai36 (Apud Raffo) essa atitude de Yoshi Okada salvou a Igreja
de um colapso, pois, naquele momento, em que todos se sentiam meio órfãos, ela se
posicionou com a firmeza da mãe que sabe o que é melhor para os filhos, conseguindo
mantê-los, quase todos, unidos em torno da causa principal. (RAFFO, 2010, p.70).
A autora acredita que foi com base em Ensinamentos de Meishu-Sama como
Elo Espiritual, A causa das doenças e o pecado, por exemplo, que a direção da IMM
acolheu a família do Fundador como responsável pelos sucessores do Trono de
Kyoshu. (Raffo, 2014). A partir de Nidai-Sama a Igreja dotou o critério de
consanguinidade na sucessão do Trono de Kyoshu.
36
Hayashi Nakai serviu diretamente com Meishu-Sama durante os três últimos anos de sua vida e, após sua morte,
continuou servindo junto a Nidai-Sama. Exerceu vários cargos executivos dentro da Igreja, com destaque para a
função de secretário executivo da comissão editorial que elaborou a coletânea Reminiscências sobre Mokichi
Okada e a sua biografia, Luz do Oriente. Foi o diretor geral da Divisão de Administração e vice-presidente da
IMM – Grupo Shinsei. (RAFFO, 2010, p.70).
104
Meishu-Sama; e Orientação sistemática sobre a prática da fé,
direcionando-se aos diferentes públicos: ministros, missionários,
jovens, etc. (RAFFO, 2014, p. 15).
105
Gostaria de dizer que a transferência do Trono de Kyoshu,
ocorrida durante o conflito da Igreja, foi desejada por mim,
respeitando a vontade de Deus. Por outro lado, estou imensamente
feliz por presenciar a posse oficial do Quarto Líder e ouvir suas
palavras de saudação, aqui no Templo Messiânico, diante dos
senhores membros e dos grupos Shinsei e Goji, neste significativo dia
do ano de 1998, que marca a partida rumo à Paz. [...] Durante minha
permanência no Trono de Kyoshu, dentro da Obra Divina que se
tornava cada vez mais complexa, desejei que a sucessão acontecesse
o quanto antes, para que o então indicado a sucessor do Trono de
Kyoshu, pudesse assumir e dividir a árdua tarefa comigo. Então, por
ocasião do reinício das atividades da Obra Divina no Solo Sagrado de
Hakone, esse fato foi concretizado inesperadamente. Hoje, cinco anos
mais tarde, o Quarto Líder Espiritual assume oficialmente sua
posição, em sentimento uno com a Terceira Líder. Quando penso em
todo o processo para chegarmos até aqui, emociono-me
profundamente com o misterioso Plano Divino. [...] Assim, o Trono de
Kyoshu estará sempre repleto com a Luz de Izunome de Meishu-Sama
– o Senhor da salvação absoluta – e será o novo símbolo da Igreja
reconciliada, voltada para o século 21, trilhando o caminho para se
tornar cada vez mais abrangente, poderosa e sólida. Nem preciso
dizer que esta purificação foi proteção divina, a Vontade de Deus, em
função da qual, os membros, os ministros e a diretoria dos três
grupos, cada um com sua opinião, dedicaram-se diligentemente,
alcançando grandes resultados, através da prática da fé que
reconhece a divindade de Meishu-Sama. Agradeço a Deus, do fundo
do meu coração. (RAFFO, 2014, p.16-17)
de Nidai-Sama:
106
[…] Nidai-Sama disse: Kyoshu é o sucessor de Meishu-Sama
no trabalho da Obra Divina e ao mesmo tempo, Seu servo. Isso quer
dizer que ele é servo dos fiéis. Segundo ela, a maior qualidade de
Meishu-Sama era Sua capacidade de acreditar nas pessoas, ninguém
jamais acreditou tão desmedidamente no ser humano. Ele chegava a
parecer tolo, de tão crédulo. Era realmente espantoso como ouvia
atentamente o que as pessoas lhe diziam. Acreditava docilmente na
Vontade de Deus e se alegrava. (RAFFO, 2014, p.18)
Ainda tratando das características do Quarto Líder, Raffo (2014) diz que ao
buscar conhecer um autor para realizar a tradução de um texto, também ocorre uma
aproximação com o mesmo. A autora esclarece que participa como tradutora, do
processo de transposição das palavras de Kyoshu-Sama do idioma japonês para o
português. E fala sobre o autor, a partir de seus textos:
107
Ao assumir o Trono de Kyoshu, o Quarto Líder tinha um grande desafio pela
frente - (re)unificar a Igreja, centralizando-a no Trono:
Raffo (2010) aponta o intercâmbio entre os fiéis das três igrejas, em eventos e
outras atividades como resultado desse empenho do Quarto Líder – Kyoshu-Sama.
108
Durante os trinta e seis anos nos quais a Terceira Líder
estivera à frente da obra divina, a IMM consolidou-se como uma das
dez maiores NRJ, dentro e fora do Japão. Em âmbito nacional,
passou por uma profunda reforma organizacional, que
visou à unificação da Igreja. O novo sistema descontentou a
muitos, gerando uma grande tensão que, além de ter ocasionado
algumas dissidências, culminou em um cisma, que dividiu a Igreja em
três grupos – Saiken (Reconstrução), Shinsei (Renascimento) e Goji
(Preservação) – na década de 1980. [grifo nosso] (RAFFO, 2010, p.71)
109
Watanabe, em seu segundo mandato, eleito em comum acordo pelas
3 igrejas-filiais). (TOMITA, 2014 a, p.82)
Tal fato para sinaliza a força política do Reverendo no interior da IMM. Vale
observar ainda que com o Acordo de Reconciliação firmado na IMM do Japão foram
necessárias mudanças estruturais na Instituição. Tomita (2014) registra que foram
necessárias alterações no estatuto sobre o Trono de Kyoshu. A 3a Líder Espiritual
tornou-se a Presidente Executiva da Fundação Cultural e Artística – MOA, enquanto
seu sobrinho e neto do Fundador assumiu a liderança espiritual da Igreja
Messiânica. (TOMITA, 2014, p.82).
Observa ainda que o Quarto Líder desde que assumiu o Trono tem participado
em cultos oficiais com maior frequência que a Terceira Líder que optara por ficar
reservada durante os conflitos entre os três grupos divergentes. E ainda que: Desde que
assumiu o Trono de Kyoshu, o 4o Líder Espiritual tem proferido saudações que são
traduzidas para o português e publicadas em periódicos e livretos da IMMB.
(TOMITA, 2014, p. 82)
110
Em visita ao Brasil, em palestra proferida no Solo Sagrado, Guarapiranga - Brasil, a
Terceira Líder Espiritual proferiu as seguintes palavras:
111
aceitem a maravilha do seu significado, a marcha do ritmo do Dia e
o testemunho do poder de Deus. [grifo do editor] (FMO, 1985 b)
112
permitisse entregar-se inteiramente a Meishu-Sama e Kyoshu-Sama,
e com essa nova postura, ao término desse congresso, retornassem
aos seus lares. [...] “MEISHU-SAMA, KYOSHU-SAMA, POR FAVOR,
UTILIZA-ME NA VOSSA OBRA DIVINA!” Procurem orar repetidas
vezes murmurando essas palavras. Assim, a figura de Kyoshu-Sama
que está diretamente ligada a Meishu-Sama, se abrigará firmemente
no pensamento e no coração de todos os senhores. (FMO, 1985 a).
KYOSHU
113
O Reverendo Yamamoto relata que uma vez centralizados em Kyoshu-Sama os
messiânicos estavam recebendo mais graças e conseguindo encaminhar seus amigos e
parentes com maior facilidade do que antes. Afirma, que na medida em que as pessoas
foram confirmando a Verdade das orientações de Kyoshu-Sama no seu dia-a-dia,
foram renascendo a alegria e a vontade de fazer o melhor.
Yamamoto nessa entrevista também aponta os resultados em nível
administrativo, desse movimento de centralização. Diz o Reverendo:
Tal proposta torna-se viável na medida em que o poder de dirigir a Igreja esteja
centralizado em Kyoshu-Sama, como Senhor dos Ensinamentos, como orientou
Nidai-Sama; sendo ele o representante de Meishu-Sama no mundo Material, e
reconhecido como elo (ligação) entre Meishu-Sama e os fiéis, e vice-versa. De outro
modo, sem um Líder que represente a autoridade Espiritual e que possa manejar em
conformidade com essa autonomia as orientações pragmáticas da Igreja, e orientar a
interpretação e atualização da leitura dos Ensinamentos, deixados por Meishu-Sama,
fatalmente, surgirão novas divergências.
115
Raffo (2010) observa ainda que o Líder tem utilizado estratégias para alcançar
este objetivo, de aprofundar e estabilizar a unidade da IMM:
37
OKADA, Yoichi. Uma fé inabalável. Revista Izunomê. Nov/2013.
116
Por outro lado, o evento da transição também é político-institucional-social.
Afeta as relações já estabelecidas com a Terceira Líder, como por exemplo, sua ligação
com Reverendíssimo Watanabe, ao mesmo tempo que abre novas possibilidades,
quando observa-se que os três grupos dissidentes resolvem reunir-se sob a orientação
do Quarto Líder. O papel do Reverendíssimo Watanabe neste momento é também
importante – O Reverendo assume a Presidência da Igreja Messiânica Mundial com a
anuência dos grupos dissidentes, que nesse momento se reintegram a Sekay Kyusei
Kyo.
Vale observar que sua trajetória de vida dentro da Instituição desde o início de
sua carreira missionária é notadamente produtiva. A começar por seu modo peculiar
de realizar a difusão no Brasil, buscando alcançar os brasileiros, não nikkeis até seu
empenho no envio de missionários a diversos países, em todo o mundo. Era um
missionário experiente no trabalho de difusão. E nesse momento, oficialmente, ao
assumir a Presidência, assume também a liderança dos grupos que antes eram
dissidentes, e agora, unificados aceitam o Acordo de Reconciliação que propõe a
reunião das três organizações como Igrejas-filiais – renomeadas como Toho no Hikari,
Izunome e Su no Hikari, sob o comando de uma Igreja-Mãe, composta pelo Kyoshu-
Sama (4o Líder Espiritual) e um presidente mundial da IMM - Revmo. Tetsuo
Watanabe, que é reeleito no segundo mandato, em comum acordo pelas 3 igrejas-
filiais.
No tocante ao caráter social/institucional/político é importante observar que é
um evento externo objetivo, ligado à realidade, há (ocorre, existe) no mundo
concretamente. Seus efeitos e feitos podem ser notados: Os grupos dissidentes
retornam e se integram.
Numa interpretação axiológica modifica-se o ‘ethos’ da Igreja. Ora, se a
ontologia muda, podemos conceber que o “ethos” da Igreja também acompanha esta
transformação.
117
CONSIDERAÇÕES FINAIS
111
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
38
NIDAI-SAMA. Kyoshu-Sama. Disponível em http://Johreiafrica.com. Acessado em 20/08/2015.
39
Ensinamento oral que recebeu diretamente de Meishu-Sama.
112
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
que esta postura indicava falta de temor a Deus. As peças se juntam: a Divindade de
Meishu-Sama fica evidenciada, e sua figura como raiz da Igreja surge ao ser ele
(Meishu-Sama) a parte espiritual do elo Supremo Deus – Kyoshu– fiéis.
O presidente da Igreja diz ainda que a Igreja Renovada só poderia se
manifestar quando Kyoshu-Sama fosse o centro – obviamente, dadas as
observações anteriores, sendo o Líder a ligação entre os fiéis e Meishu-Sama, e sendo
também o representante de Supremo Deus na Terra, as imagens se sobrepõem:
Matsumoto diz que a Igreja Renovada deve ser a Igreja que aceita e recebe Meishu-
Sama como Salvador. (FMO, 1986, p.9)
40
Disponível em http://Johreiafrica.com. Acessado em 20/08/2015.
113
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
41
Nesse sentido, vale lembrar que na Teologia Tradicional existe uma cristologia com estudo da Divindade de
Cristo e uma exegese de seus Ensinamentos. Sobre esta temática, consultar: BÖTTIGHEIMER, Christoph.
Manual de Teologia Fundamental – a racionalidade da questão de Deus e da Revelação. Trad. Markus A.
Hediger & Eduardo Gross. Petrópolis: Editora Vozes, 2014. pp. 218, 315-318
114
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
REFERÊNCIAS 1
ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-
Rogério. Revista Shin Zen Bi: um novo paradigma educacional. Ano 1, no 1. SP: FMO
<https://pt.scribd.com/doc/211414726/Relatos-Orais-Revmo-Shibui-doc>.
FMO-MOA (Ed.) Luz do Oriente: Biografia de Mokiti Okada, vol. 1. 3ª ed. SP:
_______. O Pão Nosso de Cada Dia. 7a. Ed. São Paulo: Fundação Mokiti Okada,
2005.
115
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
Original : Kyodan Shinsei no Torikumi ni Tsuite). (Trad.) Neide Hissae Nagae. 1a. ed.
1988.
São Paulo:1985(a).
GIL, Antonio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2002.
<http://www.pucsp.br/revistanures/revista9/nures9_goncalves.pdf>.
20/08/2015.
116
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
OKADA, M. A outra Face da Doença. (A verdade sobre a saúde). São Paulo: FMO,
1990.
117
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
3, 2003, p. 88-102.
São Paulo:1985(a).
118
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
ADENDO II
119
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
fala: É sempre Meishu-Sama Quem fala por meio do Trono de Kyoshu. Assim, se
Kyoshu-Sama nos diz “vire à esquerda”, é o próprio Messias Meishu-Sama que,
executando a Vontade de Deus, unido a Ele, diz “vire à esquerda”. Entre o que Kyoshu-
Sama nos orienta e o que Meishu-Sama, uno ao Messias, deseja, não haveria um
milímetro de distância ou diferença. Assim, Kyoshu-Sama seria não somente o
Orientador Espiritual, mas o Dirigente Institucional da Igreja, não se limitando à
posição de “Teólogo dos teólogos”, que se ocupa apenas de aspectos doutrinários, mas,
também, “Sumo Pontífice”, isto é, que detém a palavra final em assuntos
administrativos e institucionais, como Meishu-Sama em seu tempo, que de fato dirigia
a Igreja.
Para os adeptos de tal doutrina, ou defensores de tal tese, “centralizar a Igreja
no Trono de Kyoshu” significa fazer de Kyoshu-Sama não somente o “Líder
Espiritual”, como também o “Líder Institucional” da Igreja, tal como se fosse,
efetivamente, Meishu-Sama vivo neste mundo. Meishu-Sama dirigia a Igreja não
somente espiritualmente. Ele era o Centro de toda a Obra, em todas as suas dimensões,
dos aspectos teológicos mais abstratos até os aspectos institucionais e administrativos
mais detalhados. Quando ele não se envolvia em assuntos administrativos não é
porque não podia, porque não tinha “Poder” ou “Direito”, mas porque não “queria”,
porque “delegava” funções conforme julgava necessário. Em síntese, conforme aqueles
que sustentam tal tese, Kyoshu-Sama deve ser aceito como o representante efetivo do
Messias Meishu-Sama na terra, sendo líder espiritual e material da Igreja.
Esta doutrina foi defendida historicamente, a começar, pela Segunda Líder,
Nidai-Sama e pelo grupo Shinsei. Como diz no Ensinamento
120
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
Tal tese defende que o Trono de Kyoshu desempenha uma função simbólica.
Ele é a sede atemporal da Igreja, de onde partem orientações espirituais. Tais
orientações são valiosas, mas não possuem a natureza divina de Ensinamentos de
Meishu-Sama. Kyoshu-Sama, deste modo, simbolizaria a continuação da obra de
Meishu-Sama, promovendo, diplomaticamente, a unidade da Igreja. No entanto,
Kyoshu-Sama não teria uma natureza divina una ao Messias Meishu-Sama, não tendo
a autoridade divina para apresentar novos Ensinamentos e, podendo, ainda, caso se
desvie de Meishu-Sama, deturpar a doutrina da Igreja, fixada pelo próprio Messias.
Neste sentido, aquele que ocupa o Trono, apesar de ser reconhecido como líder
espiritual, não é reconhecido, plenamente, como representante do Deus Vivo, uno a
Meishu-Sama. Além disso, não possui nem poder, nem direito, ao governo material
da Igreja, estando legalmente impedido de liderar institucionalmente a Igreja. Sua
função simbólica se assemelharia 3 àquela que o chefe de Estado possui em
monarquias parlamentaristas modernas, como o Reino Unido. O líder é um símbolo
de unidade e poder tradicional, e tem algumas funções delimitadas, mas não dispõe
do real poder de governo. A direção institucional efetiva da Igreja caberia aos diretores
eleitos pelo conselho.
O líder espiritual deveria se escusar de emitir opiniões sobre a administração
da Igreja, sua estrutura, seu desenho institucional, seus planos de ação. Se trabalho
seria restrito à consagração de material litúrgico e à orientação espiritual restrita à
doutrina fixada pelos Ensinamentos de Meishu-Sama. Para os adeptos de tal doutrina,
ou defensores de tal tese, “centralizar a Igreja no Trono de Kyoshu” significa
reconhecer Kyoshu-Sama como líder espiritual, porta voz da Igreja, símbolo de
unidade das igrejas em uma Igreja mãe. Dentre seus principais proponentes podemos
121
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
citar o Revmo. Kawai, e nos dias atuais, o Reverendo Kobayashi e sua diretoria. A
centralização no Trono de Kyoshu como elemento (in)comum. Ambas as teses
defendem a centralização no Trono de Kyoshu. No entanto, para cada qual, tal
centralização possui um significado peculiar. A disputa, portanto, não é entre os
adeptos da centralização e os defensores da não centralização. A questão é mais sutil.
Qual é a natureza do Trono de Kyoshu? Centralizar em Kyoshu é reconhecê-lo como
uno a Meishu-Sama, sujeito de fala de novos “Ensinamentos”, governante máximo,
espiritual e material, teológico e institucional, da Igreja, ou significa reconhecê-lo
como símbolo de unidade religiosa, como porta voz, sem poder e sem direito de
governo efetivo da Igreja enquanto instituição social complexa?
Constatamos, portanto, que partidários de ambas as doutrinas falam em
centralização, mas entendem coisas distintas quando empregam o termo. Para uns,
centralizar significa reconhecer Kyoshu-Sama como centro espiritual e material da
Igreja, recebendo suas palavras como Ensinamentos, e acatando suas deliberações
como atos legítimos de governo atemporal e temporal, teológico e administrativo,
sagrado e profano, divino e terrestre. Para outros, centralizar significa manter Kyoshu-
Sama como figura simbólica que se ocupa de aspectos rituais enquanto o governo
institucional efetivo é levado a cabo pelos diretores da Igreja. Deste modo, é preciso
que o leitor tenha em mente, quando lê sobre planos de “centralização no Trono de
Kyoshu”, que o significado de tal centralização varia 4 profundamente conforme o
modo como seu proponente responde a questão “Qual é a natureza do Trono de
Kyoshu?”.
122
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
Na execução de tal tarefa, suas palavras têm sido fortes e surpreendentes. Ela
alerta a Igreja de que “não entendemos o real significado dos Ensinamentos”, “estamos
atrasados décadas em relação a Meishu-Sama” e, portanto, “temos de receber as
Orientações como boas novas do Messias para renascermos para uma fé totalmente
renovada”. Vários conceitos são ressignificados, e alguns pontos até então pouco
explorados na doutrina da Igreja se tornam centrais. Dentre as principais “inovações
teológicas” destacam-se:
1. Messias Meishu-Sama: A divindade de Meishu-Sama foi encarada como
principal linha de pesquisa proposta por Kyoshu-Sama. Era preciso esclarecer e
difundir, de modo aberto e claro, a divindade de Meishu-Sama. Inicialmente falou-se
em “Messias Meishu-Sama” e posteriormente introduziu-se a expressão “Messias que
é uno a Meishu-Sama”.
2. O início da Era do Sonen: Conforme Kyoshu-Sama, em 1954 Meishu-Sama
teria dito de modo claro, que o Plano Divino entrara em nova fase. O poder do Sonen
tornava-se seu elemento central. No plano da experiência cotidiana da fé, nos últimos
anos, a “Prática do Sonen” passa a ocupar um lugar cada vez mais central, até ser
incorporada como a prática fundamental da fé messiânica, aquela que serve de
fundamento e ponto de partida a todas as demais.
3. Sonen e Johrei: Como acima exposto, o Sonen ocupa hoje, nas Orientações
de Kyoshu-Sama, o lugar de prática básica 5 central. O Johrei é importante, desde que
alicerçado no verdadeiro Sonen. O mesmo ocorre com todas as práticas de fé da
religião messiânica.
4. O Eu, eu, ego, consciência: Estudar a natureza do Eu Original, do eu pessoal,
do ego, a origem da consciência, a relação entre a consciência e o ego particular;
compreender a atuação do Eu, tornou-se um elemento central da teologia messiânica.
5. Projeção x Construção do Paraíso Terrestre: Kyoshu-Sama empenhou-se em
esclarecer que o Paraíso já está pronto dentro de nós, que foi preparado por Deus antes
mesmo da criação do universo, e que não cabe à humanidade construí-lo, mas ser
agente de sua projeção.
6. Guinada esotérica: O termo esotérico não possui, aqui, conotação mística.
Refere-se apenas ao que é interior. Ao passo que exotérico, com x, ao que é exterior.
Historicamente a fé messiânica era exterior, voltada para fora, para a expansão, a
difusão. A principal tarefa do membro era encaminhar, divulgar Meishu-Sama para a
sociedade, gerando novas outorgas, o que era compreendido como etapas da salvação.
123
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
Com o Quarto Líder há, paulatinamente, uma mudança de eixo. A fé volta-se para a
interioridade. Os antepassados estão vivos DENTRO de cada pessoa. Deus está vivo
DENTRO de cada um. O espírito da palavra Messias vibra DENTRO de nós. O Paraíso
já está pronto DENTRO do ser humano. O interior, o lado de dentro, passa a ser a
dimensão teológica que fundamenta e anima a Igreja. É no interior, refletindo sobre
as naturezas do Eu, eu, ego, que a vivência da fé encontra seu local de destaque. Em
sentido religioso salvar os outros, encaminhar, difundir e expandir não deixam de ser
importantes, mas passam a ser vistos como consequências – a verdadeira expansão é
para dentro, é um aprofundamento, um renascimento. A salvação externa é uma
projeção do renascimento interno. Antes de tudo, a principal tarefa do ser humano –
sua missão, na verdade, sua razão de ser – passa a ser “retornar ao Paraíso para
renascer como verdadeiro Filho de Deus”.
Além de uma atuação teológica arrojada, proativa, que se propõe desvelar o
verdadeiro significado dos Ensinamentos de Meishu-Sama, o atual Kyoshu-Sama
também se mostrou proativo institucionalmente, não se contentando em ser mero
símbolo. Reunindo equipe de reverendos e ministros de confiança, liderados pelo
Reverendo Shirasawa, Kyoshu-Sama buscou empreender uma “reformulação
drástica” de diversos assuntos administrativos e estruturais da Igreja, o que incluía
redesenhar, inclusive, os critérios de admissão e formação sacerdotal. Neste sentido,
podemos dizer que o próprio Líder Espiritual não permaneceu alheio ao debate entre
as duas teses, clamando para si a centralidade espiritual e institucional da Igreja. A
comunidade messiânica tem acompanhado, com ávido interesse e grave preocupação,
os sucessivos casos de desrespeito ao Trono de Kyoshu protagonizados pela diretoria
da Igreja Izunome no Japão, a começar por seu Presidente, o Reverendo Kobayashi.
Em sua carta aos membros da Igreja, o Quarto Líder escreveu palavras
duríssimas, denunciando uma alarmante trama permeada por desconfianças e
espionagens. Neste documento, Kyoshu-Sama é claro ao afirmar que não há mais a
mínima condição para conviver com este grupo, o que inviabiliza, totalmente, a
estabilidade institucional de Sekai Kyusei Kyo.
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assim, rompe com sua minoridade intelectual. Ter consciência da doutrina que se
pratica é colocar um ponto no centro do círculo.
Permanecer alheio ao fundamento doutrinário, encarando a prática como
autorreferente, como algo que fundamenta a si mesma, é permanecer circunscrito a
um círculo vazio. Mas não é tudo. Feita sua escolha, restará ainda o problema
escatológico final, a questão que encerra o “Juízo Final” da própria concepção de fé e
igreja que se adotou: estará de acordo com a Verdade do Supremo Deus? Afinal, ou o
religioso coloca o problema teológico acima da questão política, ou já não é
verdadeiramente religioso.
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outro grupo que o próprio Meishu-Sama ensinou a importância do fator tempo, que
“tudo tem o tempo certo”, e que se tais Ensinamentos não foram apresentados no
passado, mas agora, é porque o “tempo certo” chegou, conforme o plano divino. Sendo
assim, concluímos que para aqueles que sustentam a “tese da natureza sagrada”,
perguntar se Kyoshu-Sama se distancia de Meishu-Sama não faz sentido. Kyoshu-
Sama não têm nem a liberdade, nem o poder de se distanciar de Meishu-Sama. A
impossibilidade não seria social, política ou institucional, mas teológica. Kyoshu-
Sama não desejaria se distanciar de Meishu-Sama, e não poderia desejar tal coisa.
Assim como o braço só se move se receber o comando da mente, assim como a perna
se move para a esquerda ou para a direita por que recebe a “ordem” da mente, Kyoshu-
Sama se move, naturalmente, pelo poder e pela ordem de Meishu-Sama. Meishu-
Sama é que comandaria a Igreja por meio do Trono, pois a matéria é limitada e mortal,
mas o espírito é ilimitado e eterno. Sendo assim, se Kyoshu-Sama nos fala da
“anulação do velho eu”, elemento comum ao gnosticismo, ao hinduísmo, ao budismo,
às mais diversas tradições místicas e religiosas, é por que Meishu-Sama está dizendo
que agora chegou o tempo de sua Igreja refletir sobre tal ponto.
Pensar que Kyoshu-Sama tem o poder de se distanciar de Meishu-Sama e de
deturpar seus Ensinamentos equivale a assumir que a matéria precede e comanda o
espírito, que Meishu-Sama tinha o domínio de sua Igreja quando estava vivo no
mundo físico, e que o perdeu ao falecer. Mas isso seria confrontar um fundamento
teológico da fé messiânica: é o invisível que move e determina o visível. Com a
ascensão de Meishu-Sama, seu poder de atuação não poderia ter diminuído, mas só
aumentado. Para os defensores da “tese da natureza simbólica”, o ocupante do Trono
de Kyoshu pode se distanciar dos Ensinamentos de Meishu-Sama, e isto se deve a sua
natureza humana autônoma em relação à Meishu-Sama. Caberia aos sacerdotes do
alto clero zelar pelo bem da Igreja caso isso acontecesse. Nesse caso, eles é que seriam
“Kyoshu”, isto é, “senhores” e guardiões dos Ensinamentos, agindo para proteger sua
pureza e sacralidade.
É evidente que ambas as teses podem estar corretas, mas não ao mesmo tempo.
Pelo princípio de não contradição da lógica aristotélica, se A e B são proposições
contrárias, sempre que A for verdadeira, B será necessariamente falsa, e vice-versa. A
verdade de uma tese implica consequentemente na falsidade da outra.
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expressam o Perdão e o Amor de Deus, ainda que de uma maneira que pode escapar à
compreensão comum. Creem que as duas teses existem em nosso interior, que são
projeções de nossos conflitos internos, e que Deus está trazendo-as à luz, para que
possamos trilhar o caminho do renascimento.
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ADENDO III
CORPUS DOUTRINÁRIO.
Introdução
Ao lógico não importa se ele crê ou não crê em tais proposições. Ele lida com
elas como um matemático lida com números, e isso basta. Chamemos tal doutrina de
X. Vejamos. Se calcularmos as duas primeiras proposições, se segue uma terceira, que
embora não esteja arrolada entre as proposições básicas de X, será para os crentes de
X uma necessidade lógica. Eis a proposição: “O Grande Reino é eterno”. Ora, se o
Criador é Eterno, e se o Grande Reino sempre foi sua casa, logo não podemos concluir
de outro modo. Apesar de termos apenas 4 postulados escritos, outros postulados
básicos ocultos podem ser deduzidos com total segurança. Por exemplo, do postulado
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MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
3 se segue que nenhuma criatura é eterna, e do postulado 4 se segue que após a morte
as boas criaturas ingressam na eternidade. Embora não existam desde sempre,
existirão para todo o sempre após tal ingresso. Vemos, portanto, como funciona um
sistema de proposições. As sentenças estão encadeadas, e o modo como se relacionam
nos permite chegar a outras sentenças igualmente certas, bem como saber quais
sentenças são incompatíveis com o sistema.
Vejamos, agora, o caso da doutrina messiânica, tratando-a como um sistema de
proposições igualmente simples. Quais seriam algumas dessas sentenças
fundamentais? Vejamos:
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tal hipótese não depende de interpretação ou gosto pessoal. É uma necessidade lógica.
Assim como alguém que compreenda o 4 significado do número 2 e o significado das
operações básicas da aritmética não interpreta que 2+2=4, mas apenas constata que
é, e que não poderia ser de outro modo, que não é por opinião, interpretação ou gosto
que a operação resulta em 4, mas por necessidade lógica, também alguém que aceite
como princípios da fé messiânica (a) a divindade de Meishu-Sama42, (b) Sua
capacidade (poder e saber) para governar a Igreja43 e (c) a primazia do Mundo
Espiritual sobre o Mundo Material44, terá, para não cair em contradição, que admitir
que Kyoshu-Sama está sob o domínio e o comando de Meishu-Sama.
Já na “hipótese da segunda vinda do Messias” o cenário é diferente. Significa
que o Messias que se manifestara em Meishu-Sama 50 anos antes, voltou a
manifestar-se na terra por meio de Kyoshu-Sama. A atuação de Kyoshu-Sama,
portanto, passa não somente a de ser comandado por Meishu-Sama, mas a de ser uno
ao Messias, que é Uno a Meishu-Sama. Tal hipótese não é contrária à hipótese do
instrumento. Ambas podem ser corretas, pois não há nada em uma que exclua a outra.
No entanto, enquanto vimos que a hipótese do instrumento na verdade é uma
conclusão inevitável da própria doutrina messiânica, o mesmo não se passa com a
hipótese da segunda vinda. Ela não é contrária à doutrina, mas também não é sua
consequência imediata. É possível que seja correta, mas não é necessário – como no
caso anterior, no qual a necessidade lógica fica demonstrada. Se considerada
verdadeira, tal afirmação não é de natureza lógica, mas teológica.
Por último temos a “hipótese do símbolo”, conforme a qual, Kyoshu-Sama é um
símbolo, e não a presença de Meishu-Sama na terra. Como símbolo é passível de erros,
enganos, tropeços. Esta é claramente a hipótese adotada na década de 1980 pelo grupo
do Reverendo Kawai, pelo Instituto de Estudos sobre Mokiti Okada45 e atualmente
pelo grupo do Reverendo Kobayashi. Mais uma vez, vamos analisar a consistência
lógica de tal hipótese sem levar em conta fatores extra-lógicos. Isto significa que, para
tal análise, opiniões, interpretações e convicções não importam.
42 “(...) em mim não há distinção entre Deus e o homem. Este é o verdadeiro Estado de União com Deus
com Deus”. Jornal Eiko nº 155, “Estado de união com Deus” – (07/05/52)
43 “De posse dessa luz poderosa, não há nada que eu não possa saber”. Ver “Minha Luz” em Alicerce do Paraíso.
44 Ver “O espírito precede a matéria” em O Alicerce do Paraíso.
45
O Instituto publicou, nos anos 1980, um estudo que apresentava a sua versão dos fatos, intitulado “Meishu-
Sama e a luta entre o Bem e o Mal”.
138
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46
Voltaremos a explicar e frisar tal incompatibilidade, de um modo direto, em pelo menos outras duas
oportunidades nesse trabalho. Primeiro, quando demonstramos que o “argumento da profanação” é falacioso, e
por último, na conclusão do texto.
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47 Mioshie-shu Nº 26 (05/071953)
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49 http://Johreiafrica.com/?page_id=11029
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há modo de conciliar tal lei com a restrição de Kyoshu ao escopo das orientações
espirituais. Como alguém poderia ser capaz de orientar a Igreja espiritualmente, e
incapaz de fazê-lo materialmente, se é a matéria que é subordinada ao espírito, e não
o contrário? Como alguém poderia ser o Orientado Espiritual da Igreja, e não ser o
Orientador Material, se entre espírito e matéria impera a lei de identidade? Ou bem
aquele que é o Orientador Espiritual é também, por consequência e necessidade lógica
o Orientador Material, ou bem o espírito não comanda a matéria, e nem há identidade
alguma entre ambos. Mas isto não está na base dos Ensinamentos de Meishu-Sama?
Não há solução hermenêutica, lógica e teológica. Ou reconhecemos os
Ensinamentos de Meishu-Sama, e, portanto, as leis de relação entre espírito e matéria,
e então aceitamos Kyoshu-Sama como Orientador Pleno, Espiritual e Material, ou não
o aceitamos, o que implica necessariamente em não reconhecer as leis de relação entre
espírito e matéria, e, consequentemente, em negar os Ensinamentos. Não nos é
possível manipular convenientemente tal encadeamento, como se entre tais elementos
não operasse uma lógica claríssima e exata. O que temos diante de nós não é uma
questão estatutária, mas verdadeiramente doutrinária. Não é um problema para
juristas, mas para teólogos. Não há como conciliar a lei de precedência do espírito
sobre a matéria e a tese de que o governo de Kyoshu-Sama é apenas espiritual. Se for
espiritual, então também será necessariamente material. Se for material, então será
necessariamente institucional e administrativo, a não ser que o próprio Kyoshu-Sama
delegue tal governo a outrem. O que está em jogo aqui é a própria doutrina da Igreja e
a confiabilidade hermenêutica da teologia messiânica. Como em um jogo de dominó,
se derrubarmos uma peça estrutural, todo o resto cairá por terra. Ou assumimos que
Kyoshu-Sama não têm o governo espiritual, o que vai contra todos os
pronunciamentos públicos acerca do Trono de Kyoshu, mesmo os daqueles que hoje
atentam contra o mesmo, ou assumimos que Kyoshu detém o governo espiritual e
material, o que preserva a história da Igreja e a fé da membresia atual, ou, por meio de
estranha manobra hermenêutica, assumimos que Kyoshu detêm o governo espiritual,
mas não o material, e então atentamos contra a precedência do espírito sobre a
matéria. Mas aí destruímos a unidade e a coerência da doutrina da Igreja.
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50 Não se trata de uma simples falta factual de poder, mas de uma impossibilidade lógica.
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51Kyoshu-Sama possui a totalidade dos Ensinamentos, e a missão de guardá-los e comunicá-los à Igreja. Sem
Kyoshu-Sama, é exigido do membro, contra a sua cultura e fé, que aceite os Ensinamentos em nome da Instituição.
Mas o membro confia e espera de Kyoshu-Sama a Orientação Espiritual devida.
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Conclusão
Por mais elementar que seja, no campo da lógica clássica, o cálculo silogístico,
por ser formal e exato, serve às nossas necessidades atuais. De duas proposições
básicas, chamadas de premissas, deduzimos uma conclusão irrefutável. Chamar tal
operação de exata significa dizer que para cada cálculo silogístico existe um, e somente
um resultado correto. Ao resultado chegamos por dedução lógica a partir de uma
operação objetiva sem interferência de quaisquer elementos subjetivos. Estamos aqui
em seara fundamental da pesquisa lógica, que equivaleria na aritmética, por exemplo,
ao campo das operações básicas. Um silogismo simples é tão elementar – e infalível –
quanto uma adição simples do tipo 2 + 2 = 4. Conhecidos os símbolos e suas relações,
e suas regras de combinação, não há margem para dúvidas quanto ao modo de se
executar o cálculo e de se verificar a correção do resultado obtido. Não há a mínima
margem para subjetivismos, interpretações e resultados alternativos.
Ideologias, opiniões e paixões não importam aqui. Em qualquer lugar do
mundo, de qualquer religião, ideologia ou sistema de crenças que seja, qualquer pessoa
que somar 1+1 só poderá obter um resultado correto: 2. Do modo mesmo modo, no
cálculo silogismo, independente das paixões individuais, qualquer pessoa que souber
que “Todo S é P” e que “Q é S” terá que concluir, a favor ou contra seus afetos,
necessariamente, que, “Logo, Q é P”.
Aplicando a teoria silogística ao presente caso, temos que escolher, antes de
tudo, qual será nossa primeira premissa.
Podemos escolher a opção 2, mas ela é contrária a toda história da Igreja e até
mesmo ao posicionamento daqueles que hoje se insurgem contra a liderança de
Kyoshu-Sama. Vejamos, por exemplo, recente pronunciamento do Rev. Kobayashi:
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Agora temos que escolher entre duas premissas aquela que está conforme à
doutrina da Igreja.
A que outra conclusão poderíamos chegar sem ferir o mais reto e elementar bom
senso? E ainda mais elementar, a que conclusão poderíamos chegar sem que nosso
erro não fosse matemático e básico? Se quisermos tornar o raciocínio mais completo
poderíamos acrescentar:
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REFERÊNCIAS 2
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MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
SAMA, Kyoshu. Revista Izunomê, nº 22. São Paulo: IMMB, 2009. Culto de Outono.
SAMA, Meishu. Alicerce do Paraíso. São Paulo: Fundação Mokiti Okada, 1987.
SAMA, Meishu. A Chave da Difusão. São Paulo: Fundação Mokiti Okada, 1987.
SAMA, Meishu. Alicerce do Paraíso. São Paulo: Fundação Mokiti Okada, 2008.
SAMA, Meishu. Fé é confiança. Igreja Messiânica Mundial de Portugal, Boletim
Informativo. Setembro de 215, N. 24.
SAMA. M. Evangelho do Céu v.III, Reino Divino. São Paulo, Ed. Lux Oriens, set,
2014.
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ADENDO IV
ALTRUÍSMO
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FELICIDADE DO PRÓXIMO
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Referência
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ADENDO V
Perguntas e Respostas
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De acordo com o dicionário Aurélio, “consonância” significa CONCORDÂNCIA, ACORDO,
HARMONIA https://dicionariodoaurelio.com/consonancia
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O que o Sr. Nakajima fez acabará por ser reconhecido como sendo algo bom?
Pode até nos parecer um sacrifício, mas nenhuma conclusão pode ser alcançada, a
menos que a situação seja analisada de maneira completa.
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contradições é considerando que tais passagens não se anulam justamente por que
jamais se encontram.
Dois objetos não podem colidir, ainda que estejam em movimento retilíneo
uniforme em direções opostas, desde que em retas diferentes. A diferença de nível é o
que garante que os dois objetos passem pela “mesmo” ponto p (transversal) sem se
chocar frontalmente, pois não se deslocam na mesma linha reta em direções opostas,
mas em linhas paralelas. Ainda que em um Ensinamento A o conteúdo vá à direção
leste-oeste, e em outro Ensinamento B o mesmo conteúdo vá à direção oeste-leste,
jamais haverá uma colisão se admitirmos uma diferença de nível entre A e B, ou seja,
se considerarmos que A é uma paralela, por exemplo, a linha 1949 da figura acima, e
B é outra paralela, a linha 1954. O que é dito em B (ou a direção do conteúdo na paralela
1954) não contradiz A, (ou a direção do conteúdo na paralela 1949). B não contradiz
A. B supera, ou transcende A. O que foi dito em A continua verdadeiro para aquele
nível, mas deixa de ser verdadeiro quando subimos de nível. Assim, as Escrituras não
possuem contradições, mas “níveis de verdade”. Um nível de verdade não se choca com
outros. Se há estratificação em “níveis”, logo não há atrito caso os elementos de cada
nível se desloquem em direções contrárias.
Defendemos, portanto, a tese de que a metodologia da pesquisa hermenêutica
e exegética do corpus doutrinário da teologia messiânica deve assumir como
pressuposto o postulado dos “níveis de profundidade”. Toda Escritura é Sagrada, mas
nem tudo o que é Sagrado encontra-se no mesmo nível. As diferentes paralelas
temporais, ou recortes históricos, carregam em si diferenças de profundidade
teológica. Se o nosso método de pesquisa não contemplar os postulados de que os
Ensinamentos evoluem no tempo, alcançando diferentes níveis de profundidade, o
máximo que conseguiremos realizar será uma “arqueologia das contradições”,
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O que será que Kyoshu-Sama quer nos dizer com “uma fé completamente
nova”? Para tanto, destacamos um parágrafo do livro LUZ DO ORIENTE, vol. 3,
página 220, publicado pela Fundação Mokiti Okada, com um destaque para a frase em
negrito:
“O segundo fenômeno misterioso relaciona-se aos cabelos do
Fundador. Desde jovem, como já dissemos, ele possuía cabelos
completamente brancos, quase cor de prata. Pois ao mesmo
tempo em que lhe surgiram as linhas na palma da mão,
começaram a nascer-Ihe fios de cabelo preto como de criança na
parte posterior da cabeça, em três locais. O barbeiro Saegussa,
que trabalhava nessa profissão há mais de vinte anos, disse
nunca ter visto um caso semelhante. No dia 5 de junho, os
dirigentes de Igrejas e os principais ministros foram chamados
ao Solar da Nuvem Esmeralda, em Atami, para uma breve
entrevista com o Fundador; era a primeira, desde o início de sua
purificação, em abril. Nessa ocasião, ele disse: "Fala-se sobre a
vinda do Messias. não? Pois o Messias (53) nasceu. Não são
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Neste trecho, de acordo com a tradução oficial da IMMB, Meishu-Sama diz que
a vinda do Messias é de suma importância, pois, graças a ela, a humanidade será salva.
Porém, a tradução do trecho em negrito não foi feita de forma fiel ao original, tendo
uma expressão em particular sido ignorada. Segue agora a tradução daquele trecho na
íntegra, sem cortes, seguido da versão oficial, em japonês:
O que será que Meishu-Sama quis dizer com isso? O que ele quis nos mostrar
ao dizer que a vinda do Messias fará com que a humanidade seja salva PELA
PRIMEIRA VEZ? É de fundamental importância que o leitor atente para o fato de que
Meishu-Sama não se refere ao seu nascimento, tampouco a eventos que ocorreram em
1926 ou 1931. Esse trecho deve ser meticulosamente analisado em seu contexto.
Meishu-Sama está tratando, especificamente, do seu renascimento como Messias em
1954. É a partir do evento de 1954, do renascimento em vida (e não de sua
reencarnação) que a humanidade toda será salva pela primeira vez. Ora, se será salva
pela primeira vez a partir de um evento ocorrido em 1954, é porque antes não fora
salva, mesmo já existindo Igreja, Johrei, Agricultura Natural, Ikebana, a ideia e a
execução dos “Solos Sagrados”, coleção de obra de arte, atividades de expansão e um
numeroso corpo de Ensinamentos, a humanidade não estava salva. É a partir do RE-
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1) a Era Meishu-Sama MOKITI OKADA, pré União com Deus, antes de 1950;
2) a Era Meishu-Sama pós União com Deus em 1950 (Fase intermediária entre
pré e pós renascimento).
3) a Era Meishu-Sama MESSIAS, pós-renascimento de 1954.
O que as Igrejas vêm fazendo desde então é focar nas práticas da Era Meishu-
Sama MOKITI OKADA (Agricultura Natural, Belo e Johrei), enquanto que Kyoshu-
Sama está nos levando para a “fé completamente nova”, que são as práticas da fé da
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Embora isso não tenha sido para menos, pois não havia dito a
verdade, Komyo Nyorai Sama é o meu representante. Como é
muito difícil eu ir toda hora na presença dos fiéis, faço com que
Komyo Nyorai Sama seja enviado e agraciado - seja cultuado.
Tenham essa intenção... (fiquem cientes...) Por isso, em casos
corriqueiros, basta pedir a Komyo Nyorai Sama. E, dependendo
do caso, quando for um sofrimento insuportável ou de perigo e
urgência, é bom fazer o pedido diretamente a Meishu-Sama. Pois
eu, em suma, sou o fabricante. Creio que ficaria fácil de entender
se pensarem que é no sentido de pedir para falar diretamente
com o fabricante.
Outra coisa: O trabalho que estou realizando no momento é o de
Izanagui-no-Mikoto. Isso consta no Kojiki. "Girar a coluna do
céu". A coluna foi girada. E Izanami-noMikoto a girou para a
direita. É o movimento centrípeto. A direita avança e a esquerda
recua. Entretanto, por causa disso, as coisas não foram bem. O
mundo não se organizou e, finalmente, Izanami-no-Mikoto
ajuda a seu esposo.
Aí Izanagui-no-Mikoto disse: "Está vendo? Eu disse desde o
começo que não se devia girar para a direita, mas de tanto você
insistir eu permiti. É preciso mesmo ser para a esquerda. Então,
deixe que agora eu faço por você". E girou para a esquerda.
Realmente, o espírito precede a matéria. A medicina curar com
aparelhos e outras coisas é ação centrípeta. Curar com o Johrei é
ação centrífuga e, portanto, o método de Izanagui-no-Mikoto. E
Izanagui-no-Mikoto é o representante de Deus. Por isso, seu
poder é extremamente forte. Outro dia, Izanami-no-Mikoto
encostou na esposa do Sr. Taga e disse: "Eu estava muito errada.
Por isso, daqui para frente, vou ajudar o máximo".
No mundo atual, considera-se Amaterassu Oomikami a deusa
mais importante de todas, mas outro dia ela se manifestou e
estava se referindo a mim como “Supremo Deus". Ela disse:
"Gostaria de pedir toda proteção sua". E isso é verdade.
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25 de fevereiro de 2018
- Introdução
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também pretende excluir a Igreja Izunome da Igreja Mãe. Quem está dando
risadas, por trás dessa situação, é a própria Toho no Hikari.
- Conclusão
23 de fevereiro de 2018
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19 de fevereiro de 2018
OPINIÕES III
Com base nos estatutos, apresentarei abaixo minha opinião sobre a posição
de Kyoshu. Sobre o Kyoshu, está estabelecido no artigo 5 do estatuto da
Igreja Messiânica Mundial – Igreja Mãe – que “o Kyoshu herda a sagrada
obra do Fundador e, com base na doutrina, unifica a Igreja Messiânica
Mundial”. O primeiro ponto, que representa a posição do Kyoshu, consiste
no fato dele ser o herdeiro da sagrada obra do Fundador. A partir deste
ponto, é possível chegar-se à seguinte conclusão: As palavras do Kyoshu
não podem contrariar os ensinamentos do Fundador. Na condição de
herdeiro da sagrada obra do Fundador, é inadmissível que suas palavras
contradigam os ensinamentos do Fundador. Considerando este ponto, é
preciso que o Kyoshu revogue, sem falta, as orientações relativas ao Paraíso
Terrestre, às práticas altruístas e ao Messias que divergem dos
ensinamentos do Fundador. O segundo ponto, consiste no seu dever de
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FIM
平成 30 年 2 月 25 日
東方之光と小林執行部がついに教主様追放へ
― 木川弁護士の「意見書」について ―
<はじめに>
この度、2 月 23 日、東方之光と小林執行部は、教主様に対して、木川弁
護士
からの「意見書Ⅲ」なるものを届けました。
その内容は驚くべきものであり、「もし教主が今までのご教導の内容を
撤回し
なければ、教主は世界救世教から追放されるべきである」という趣旨の
ものであ
ります。
世界救世教は、初代の教主である明主様、そしてその後を受け継がれ、
明主様
のご聖業を継承されてきた、二代様、三代様、そして現在の教主様を通
して、尊
いご神業を進めてきました。
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そこには、明主様のご霊統だけではなく、明主様のご血統が連綿と流れ
ている
ことは、皆様も充分ご承知のことと思います。
木川弁護士の「意見書」は、すなわち、東方之光と小林執行部の姿勢で
ありま
す。
東方之光と小林執行部は、教主様を追放し、教主制を廃止しようという
のでし
ょうか。それとも、明主様の尊いご血統が一滴も流れていないものを
「教主」と
して立てようというのでしょうか。もしそうであるならば、そのような
ことが許
されていいのでしょうか。断じて許されてはなりません。
事ここに至り、私ども信徒・専従者一人ひとりは、明確な意思表示を
し、断固
たる姿勢を示すことが求められているのではないでしょうか。
<木川弁護士の「意見書」について>
木川弁護士は、このたびの「意見書」をもって、いづのめ教団のあり様
と教規
の理解につき、一方的で偏っている見解をもっていることが明らかとな
った。
木川弁護士は、教主様が、いづのめ教団の運営上の様々な問題につい
て、 「教
主様がご意向を示されることは規則違反である」との見解を示している
が、「教主様からのご意向をお受けしたい」という姿勢は、いづのめ教
団の基本理念に基
づく信仰心の発露なのである。
いづのめ教団は、平成 18 年に作成した「何に気づき、何をどう改めるべ
きか」
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また、教義の解釈について、木川弁護士は、法律家という立場でありな
がら、
「教主様のご教導が御教えと違う」と断定しているが、教主様は常に明
主様の御
教え、御歌やご事蹟に基づいてお言葉をくださっているのは明らかであ
り、教主
様のお言葉を何ら真剣に学んでおられないのは、この意見書からも明白
である。
そのような方が「今までのお言葉を撤回せよ。さもなくば、推戴取り消
しだ。
給料は支払わないぞ、教団施設から出ていけ」という意見を述べること
は言語道
断である。そもそも、教主様のご教導や御教えという教義の問題につい
て、弁護
士が意見を述べること自体、弁護士の分を大幅に超えた問題発言であ
る。しかも、
木川弁護士は教規に触れているものの、教規に定められた「教主は、教
義の大綱
を定める」という権能については一切言及していない。
よく、「教義とは、原典及び教典に拠るのだ。教主様のお言葉は、原典
及び教
典に基づいていないのが問題なのだ」との主張もあるが、今指摘したよ
うに、教
主様は常に、御教え、御歌、ご事蹟に基づいてご教導くださっているこ
とは明ら
かである。 「一言一句、御教えにある明主様のお言葉を使用していなけ
れば教義
ではない」というならば、三被包括法人とも原典及び教典に拠らない言
葉を多用
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MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
していることから、三被包括法人とも「教義と異なる」という結論にな
らざるを
得ない。
教団の現状認識について、木川弁護士は極めて一方的な認識に偏ってい
るが、
これは一重に、木川弁護士に報告する者の姿勢によるのである。大多数
の信徒が
「教主様のご意向を大切にしたい、ご教導をお受けしたい」という願い
を持って
いるにもかかわらず、教団の現状を報告する者が「教主様排除の思想
や、教主様
のご教導を受け入れたくない」という者であるからこそ、木川弁護士が
このよう
な意見を持つに至ったのであろう。
しかも最大の問題点は、教主様を脅している点である。この意見書は、
一言で
言えば、「教主が考えを改めないなら教主を辞めろ。給料は出さない
し、教団か
ら出ていけ」という趣旨である。生活場所やお金のことをちらつかせな
がら、教
主様を思想統制しようとする姿勢そのものが、いかに許しがたいもので
あるか
は明白である。
東方之光と小林理事長は「教主は異質な思想の持主である。このような
教主の
推戴は取り消すべきだ」と以前より考えていたにもかかわらず、自分た
ちが主導
で進めた事実を残さないために、「弁護士の意見だからしょうがない。
このよう
197
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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にせざるを得ない」というように、弁護士を利用し、弁護士を隠れ蓑に
しながら
教主様排除を進めていく手法が卑劣極まりないと言わざるを得ない。
さらに忘れていけないのは、「東方之光は、教主様を排除し、世界救世
教を東
方之光・MOA化するために、いづのめ教団、小林理事長、木川弁護士
を利用」
していることである。
このことは教主様宛の書簡を見れば一目瞭然である。すなわち、同書簡
には「い
づのめ教団顧問弁護士木川統一郎氏より、三度目の意見書が届けられた
ことを、小林役員より報告を受けました」「木川弁護士より、いづのめ
教団執行部にあて
た率直な意見をそのままお届けすることにいたしました」とあり、これ
が何より
の証左なのである。
また、東方之光は、表向きはいづのめ教団が主導したように見せかけ、
影でそ
れを操りながら、被害を受けないように巧みに物事を進めているのであ
る。先に
述べたとおり、いづのめ教団は、東方之光に完全に利用されているので
ある。東
方之光は、いづのめ教団を混乱させた上で、世界救世教を乗っ取ろうと
している
のである。このたび、包括役員会で議決されたとする「世界救世教規則
変更案」
では、包括役員の定数7人は、「東方之光から4人、いづのめ教団から
3人」と
なっている。何をか言わんやである。なぜ、小林理事長ら執行部はこの
ことに気
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づかないのか、不思議でしょうがない。
東方之光は、教主様だけでなく、いづのめ教団も世界救世教から排除し
ようと
しているのである。裏で笑っているのは、東方之光である。
<おわりに>
いづのめ教団の現状を鑑みますと、「教主中心の神業体制の確立」を成
し遂げ
んがため命がけで戦ってきた、いづのめ教団の先達の先生方に申し訳な
い気持
ちでいっぱいになります。
この「意見書」は決して架空のものではありません。教主様の推戴を取
り消し、
教主様を教団から追い出す手はずは、確実に、極めて近い将来実行され
ていくこ
とは間違いがありません。教主追放、そして、教主様無き教団が現実に
ならんと
している今、いよいよ立ち上がるべき時がきたのではないでしょうか。
皆で一致結束して、断固とした姿勢で進んでいこうではありませんか。
いづのめ教団 専従者・信徒有志一同
12 de abril de 2018
199
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Michio Shirasawa
Masahiro Kawatani
- Michio Shirasawa
Destituição de todos os cargos na Igreja, cassação do título sacerdotal
(Ministro Dirigente - Reverendo) e exclusão do cadastro de membro.
Consequentemente, não faz mais parte do quadro de diretores executivos
da Igreja Izunome. Demitido a partir do dia 29 de março de 2018, sem
direito a remuneração por tempo de serviço.
- Yutaka Kawatani
Destituição de todos os cargos na Igreja, cassação do título sacerdotal
(Ministro Dirigente - Reverendo) e exclusão do cadastro de membro.
Consequentemente, não faz mais parte do quadro de diretores executivos
da Igreja Izunome. Demitido a partir do dia 29 de março de 2018, sem
direito a remuneração por tempo de serviço.
200
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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- Keizo Miura
Destituição de todos os cargos na Igreja, cassação do título sacerdotal
(Ministro Dirigente - Reverendo) e exclusão do cadastro de membro.
Consequentemente, não faz mais parte do conselho de delegados da Igreja
Izunome. Demitido a partir do dia 29 de março de 2018, sem direito a
remuneração por tempo de serviço.
- Mikio Shimada
Destituição de todos os cargos na Igreja, cassação do título sacerdotal
(Ministro Dirigente - Reverendo). Consequentemente, não faz mais parte
do conselho de delegados da Igreja Izunome. Será afastado das suas
funções. Anulação do comunicado referente a remuneração por tempo de
201
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- Mitsutoshi Sato
Cassação do título sacerdotal (Ministro Dirigente - Reverendo). Será
afastado das suas funções. Anulação do comunicado referente a
remuneração por tempo de serviço, emitido, emitido em 30 de novembro
de 2017. Perde o direito à remuneração
- Mitsuaki Kato
Destituição de todos os cargos na Igreja.
- Michio Wadamori
Será afastado das suas funções por um período de 15 dias, sem direito a
receber o salário referente aos dias de afastamento. Será rebaixado ao nível
de chefe de setor.
- Satoru Kabaya
Será afastado das suas funções por um período de 15 dias, sem direito a
receber o salário referente aos dias de afastamento. Será rebaixado e
destituição de todos os cargos funcionais dentro do quadro de funcionários.
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Conclusão
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平成30年4月12日
信徒各位
いづのめ教団「理事長」を自称する小林昌義氏の新体制について
白澤 道夫
川谷 豊
小林氏は平成30年4月1日・2日の春季大祭の挨拶で、任期満了に伴
う役員
改選を行い、新体制が発足したことを表明しました。
しかし、役員改選は法律上の手続に問題があり、代表役員(理事長)を
名乗る
小林氏に至っては、「規則」等に定められた「教主様の認証」を得てい
ません。
すなわち、小林氏の新体制というのは、「嘘で塗り固められた体制」な
のです。
【その1 懲戒処分による教議員の罷免等】
3月29日、小林執行部は、教主様を支持する役職員に対して、下記の
懲戒処
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分を下しました。
《白澤道夫》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
「除籍(信者
名簿から除籍する)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で責任役員及び教議員を解任と
なりま
す。さらに、平成30年3月29日をもって「懲戒解雇」とします。退
職金につ
いては支給しません。《川谷豊》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
「除籍(信者
名簿から除籍する)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で責任役員及び宗務役員及び教
議員を
解任となります。さらに、平成30年3月29日をもって「懲戒解雇」
としま
す。退職金については支給しません。
《大野啓三・古津照也》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
「除籍(信者
名簿から除籍する)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で宗務役員及び教議員を解任と
なりま
す。さらに、平成30年3月29日をもって「懲戒解雇」とします。退
職金につ
いては支給しません。
209
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《藤本晴光・髙原正勝》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で宗務役員及び教議員を解任と
なりま
す。さらに、「諭旨退職」とします。従って、平成30年4月10日ま
でに「退
職願」を提出するよう勧告します。期限までに「退職願」の提出がなさ
れない場
合は「懲戒解雇」とし、退職金については支給しません。
《三浦敬三》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
「除籍(信者
名簿から除籍する)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で教議員を解任となります。さ
らに、平成30年3月29日をもって「懲戒解雇」とします。退職金に
ついては支給しま
せん。
《伊藤明雄・松嵜利光》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で教議員を解任となります。さ
らに、
「降格」とし、職位資格を主事へ降格します。
《嶋田実起夫》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」「資格取消(教師資格を取消す)」
従って、貴殿は平成30年3月29日付で教議員を解任となります。さ
らに、諭
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旨退職相当とします。従って、平成29年12月26日付で通知した定
年退職
金支給を取り消し、別途算出した退職金を支給します。
《佐藤光敏》
⇒「資格取消(教師資格を取消す)」
さらに、諭旨退職相当とします。従って、平成29年11月30日付で
通知し定
年退職金支給を取り消し、別途算出し退職金を支給します。
《加藤光昭》
⇒「罷免(一切の役職を免ずる)」
《和田守道男》
⇒「停職(一切の役職の職務執行を停止する。停職の期間中、いかなる給
与も支
給しない)」とし、その期間を15日間とします。さらに、「降格」と
し、職位資格を主査へ降格します。
《蒲谷悟》
⇒「停職(一切の役職の職務執行を停止する。停職の期間中、いかなる給
与も支
給しない)」とし、その期間を15日間とします。さらに、「降格」と
し、職位資
格を取り消し、職位資格の無い職員へ降格します。
もちろん、これらの懲戒処分は、3月末日の任期満了に伴う役員改選を
見据え
た、小林体制の続投等を目的としたものであり、不合理でご都合主義的
な処分で
211
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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あることは、誰の目から見ても明らかです。
定時教議員会は、3月31日に行われましたが、そのわずか2日前に上
記のと
おり、教主様を支持する10人の教議員が罷免されました。
小林執行部は、教主様を支持する教議員を罷免することによって、反教
主様の
思想をもつ人物を教議員及び責任役員にすえ、小林氏を支持する陣営で
固めら
れるように画策したのです。
【その2 法律上の手続に問題のある教議員選考委員会】
教議員選考委員会に先立つ3月29日、教団総代15名のうち、3分の
2にあ
たる10名が、総代会規程第8条に則り、新会長に矢野光彦氏、副会長
に千賀剛
氏と小清水浩一氏をそれぞれ互選(選出)しました。この互選により、
3月30
日をもって、会長は蟹江勝氏から矢野光彦氏へ、副会長は堀口忠宏氏、
岩堀順一
氏から千賀剛氏、小清水浩一氏にそれぞれ変更されました。これに伴
い、新会長
及び副会長の3名は、規則第21条第2項(会長及び副会長を充てる)
に基づい
て、新たに教議員に就任したのです。
前記のとおり、この新会長・副会長3名は、新教議員に就任しているこ
とから、
3月30日に開催された、欠員補充に伴う「責任役員選考委員会」及び
「教議員
選考委員会」の選考委員を互選(選出)する権限をもっているにもかか
わらず、
212
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小林執行部は互選に参加させませんでした。教団総代10名(互選に参
加した教
団総代)の思いを無視したのです。それだけではなく、新会長・副会長
3名は、
3月31日の定時教議員会に出席すべく、互選に参加した教団総代6名
と共に
定時教議員会の会場入口に向かったところ、小林執行部が予め配置し
た、東方之
光の関連会社である明成警備保障㈱の警備員に制止された挙句に、「適
法、正当
な変更、互選とは認められません」と記載された書面を渡されたのみ
で、小林執
行部は、新会長・副会長3名を教議員会には出席させず、教団総代10
名の思い
を一切無視したのでした。
上記のとおり、蟹江会長及び堀口・岩堀副会長は、すでに教団総代会会
長及び
副会長ではなく、ましてや教議員でもないため、定時教議員会に出席す
る権限は
ありません。それにもかかわらず、この3名は定時教議員会に出席し
て、議案に
対する採決、任期満了に伴う教議員選考委員会の選考委員の互選等にも
参加し
たのです。
小林執行部はそうした強硬手段と教議員への種々の働きかけによって、
各選
考委員会を巧妙に操り、以下の人物が新教議員に選任されたと主張・発
表してい
ます。
213
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小林昌義・榊原郁夫・榊原光一・勝村平男・市澤登・杉原清晃・林吉
郎・坂元幹
男・黒田達男・青木輝治・山根憲次・矢野美智子・永峰文隆・鈴木栄
子・安藤義
幸・中根好章・福田雄二郎・安食直亮・竹田良枝・松平浩朋・津曲浩・
中居幸司・
蟹江勝・堀口忠宏・岩堀順一
そして、4月1日、上記の人物の中から責任役員選考委員会の選考委員
として
2名を互選(選出)し、この2名が出席した責任役員選考委員会におい
て、新責
任役員7名を選任し、最終的には小林昌義氏が代表役員(理事長)に選
任された
と主張しています。
しかし、小林執行部は、総代会の新会長・副会長3人が責任役員選考委
員会及
び教議員選考委員会(欠員補充、任期満了のいずれも)の「教議員のう
ちから」
の選考委員の互選に参加する権限をもっているにもかかわらず、3人を
互選に
参加させなかったわけですから、選任手続に法律上の問題があることは
明らか
です。そのような手続によって選任された教議員及び責任役員をもって
小林氏
を代表役員に互選したのです。
また、小林氏は、平成30年春季大祭の挨拶において、
「世界救世教いづのめ教団におきましては、理事長と責任役員の任期満
了に伴
い、教団規則に則った改選手続きが行われ、まず3月31日に教議員選
考委員
214
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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会が開催され、新たな教議員25人が選出されました。そして本日の祭
典前に、
責任役員選考委員会が開催され、新たな責任役員7人が選出されまし
た。さら
に新しい責任役員によって互選が行われ、その結果、私、小林が理事長
に選出さ
れました。」
と述べていますが、先に説明したとおり、「教団規則に則った改選手続
き」は
行われておりませんので、この発言は、完全なる虚偽なのです。
【その3 教主様の認証のない代表役員(理事長)】
さらに、それだけではありません。いづのめ教団の規則・教則、包括法
人世界
救世教の規則・教規では、代表役員に就任するには、教主様の認証が必
要である
旨明記(下記参照)されていますが、小林氏は、教団の代表役員(理事
長)に就
任するために規則上必要不可欠な「教主様の認証」を得ていないにもか
かわらず、
春季大祭において、「教団規則に則った改選手続きが行われ、・・・
私、小林が理
事長に選出されました」と信徒の前で公言していたのです。
世界救世教いづのめ教団「規則」
「第8条 代表役員(理事長)は、責任役員の互選により定め、世界救世
教教主
の認証を受け、就任する。」
世界救世教いづのめ教団「教則」
215
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「第6条 この教団の代表役員(以下「理事長」という。)は、教主の認
証を受
け、就任する。 」
包括法人世界救世教「規則」
「第5条3 教主は、教規に基づき管長、理事、被包括宗教団体の代表役
員(略)
を認証する。」
包括法人世界救世教「教規」
「第11条 教主は、被包括宗教団体の代表役員(略)の認証を行う。」
小林氏は、春季大祭の挨拶の中で、御教えを引用しながら「嘘はいけな
い」と
いう趣旨の発言を何度も繰り返し、教主様を支持する専従者へ非難の声
をあげ
ていましたが、小林氏自らが「規則」及び「教則」を無視し、信徒に対
して虚偽
の挨拶をしていた、というのが実態なのです。
教主様の認証を得られず、「代表役員代務者」と名乗るのならばまだし
も、本
来、理事長の立場にない者が、理事長を名乗って聖地の御神前に立ち、
虚偽の発
言をしていたのです。
これで分かるように、何が一番の「嘘」であるかと言えば、「小林昌義
理事長」
の存在・地位そのものなのです。
今後も、正当でない「小林執行部」は、現場の専従者に対して面談等を
行い、
216
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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「業務指示」と称して思想統制等の締め付けを行ってくると思われま
す。教主様
への「尾行・盗聴・盗撮」を容認し、いづのめ教団の「規則」「教
則」、そして、
包括法人世界救世教の「規則」「教規」という、教団で定めたあらゆる
ルールを
無視している人物が「ヒト・モノ・カネ」を牛耳り、「理事長」の名の
もとで指
示をしてくることの不合理さたるや、現在の「偽・小林執行部」の異常
さを如実
に現していると言えるのではないでしょうか。これまで、 「法令・規則
遵守」「コ
ンプライアンス遵守」を声高に訴えていたのは、どこの誰だったのでし
ょうか。
小林氏ご自身であったはずです。
また、小林氏は、春季大祭で理事長就任を発表してから5日後の4月6
日、突
如、教主様に「認証願」を提出しました。当然のことながら、教主様
は、同月9
日、「認証を留保」されました。
包括法人世界救世教「教規」
「第12条 この教規に定める教主の認証は、教祖の聖業を付託する厳粛
な
宗教行為である。」
この教規から分かるように、教主様が「認証留保」されたということ
は、教主
様は小林氏に対して、 「教祖の聖業を付託することができない」という
意思表示
217
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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をされたのです。しかしながら、小林氏は、なぜ、突如として「認証
願」を提出
したのでしょうか。「教主様を無視している」という批判を避けるため
なのでし
ょうか。それとも、教主様の認証を得られないことは明らかなので、
「教主様の
認証を得られなかった」という事実をあえて残し、平成29年11月2
0日付の
「要望書」と題する文書の中で教主様が包括法人世界救世教の責任役員
の認証
を留保していたことを「『怠慢』でしかない」と断じていたように、教
主様に対
する攻撃理由の積み重ねを図っているのでしょうか。
いずれにしても、小林氏が突如として「認証願」を提出した意図は不明
ですが、
これまで役員改選にあたって、直ちに「認証願」を教主様へお届けしな
かったこ
とは、過去一度もありません。しかも理事長の就任発表後、5日間も経
過してか
ら提出することは、言語道断であり、教主様に対して失礼極まりなく、
教主様を
ないがしろにし、いづのめ教団の「規則」「教則」、包括法人世界救世
教の「規則」
「教規」をないがしろにしていることは、誰の目から見ても明らかで
す。
【最後に】
事ここに至った今、私どもは本来のいづのめ教団の基本理念である「教
主中心
218
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MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
の神業体制」を守りぬき、そして真に確立するために、明主様の御心を
尋ねなが
ら、法的手段も含めた様々な対応を検討してまいります。
教主様は、
「私どもにとって、乗り越えられない困難など決してありません」
「明主様は、困難を乗り越える力を、私ども一人ひとりの中に用意して
くださ
っています」
と、おっしゃっています。
これから、私どもは、どんなに困難な状況に直面したとしても、明主様
と共に
あるメシヤの御名にあって内なる天国に立ち返り、一切を主神に委ねる
真の「地
上天国建設」「人類救済」の聖業にお仕えしてまいる所存です。
皆様、小林氏が「教主中心の神業体制の確立」を明確に破棄した今こ
そ、明主
様と真っ直ぐにつながる教主様と心を一つにし、全く新しい救いの御業
にお仕
えさせていただきましょう。
以上
219
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MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRAIL
ADENDO VI
O JUIZO FINAL
“Quando chegar o Juizo Final não será apenas doença. Com o aumento do
elemento fogo, chegando ao máximo, as pessoas irão caindo uma após a outra, quando
chegar ao climax, sera o Juízo Final.
Como será terrível essa situação, para não cair dessa maneira é preciso o quanto
antes proteger nossas vidas. A quem vamos entregar? A Deus ou ao homem? A quem
quer que seja, é seu livre arbítrio.
Deus criou o homem a um milhão de anos atrás, e programou o seu
desenvolvimento alternando a vida e a morte, criando e eliminando de acordo com a
necessidade.
E agora, o que cristo se referiu como "juízo final", e buda determinou como a
"extinção do budismo", significa que o espírito das pessoas que não se tornaram uteis
a deus serão desintegradas para sempre, a alma será queimada. até hoje nunca houve
tal situação.
Mesmo praticando o mal, e ficando milhares de anos no inferno era permitido
que o espirito se elevasse e voltasse a reencarnar no mundo material. de acordo com a
própria vontade, praticava o bem ou o mal, e voltava ao mundo espiritual isso veio se
repetindo até hoje. por isso dizia-se que o espírito era eterno. agora não será mais
eterno. o espírito que não for útil a deus, será destruído. a alma será desintegrada. esse
momento está próximo. uma vez a alma sendo extinta, não voltará mais a nascer no
mundo material. desaparecerá completamente.
O sofrimento causado pela queima do espírito é indescritível. A queima do
corpo físico é um grande sofrimento, levando tempo para consumar. porém, quando o
espírito for queimado, iniciando pelos pés, a dor, o calor, o frio e o sofrimento serão
dez vezes mais intensos. mesmo que ainda reste uma pequena parte do espírito,
220
VERDADE & DEMONSTRAÇÃO: DISSECANDO O MATERIAL DE ESTUDO INTERNO DA IGREJA
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persiste o sofrimento e não consegue morrer. sofre até queimar totalmente. isso é o
juízo final.
Como passar por esse sofrimento é digno de misericórdia, todos precisam se
conscientizar e fazer com que os antepassados, que sofrem no inferno, se
conscientizem também.
221