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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
HOMEOPATIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0
CURSO DE
HOMEOPATIA

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO IV

24 BIOTERÁPICOS

Bioterápicos, de acordo com o Manual de Normas Técnicas da Associação


Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas, são “produtos não quimicamente definidos
(secreções, excreções fisiológicas ou patológicas, certos produtos de origem
microbiana e alérgenos) que servem de matéria-prima para as preparações
bioterápicas de uso homeopático”. Estes medicamentos podem ser classificados em
duas grandes categorias:

24.1 BIOTERÁPICOS DE ESTOQUE

 Códex - soros, vacinas, toxinas e anatoxinas, inscritos na Farmacopeia


Francesa, preparada por laboratórios especializados (Instituto Pasteur
francês ou Mérieux).
 Ex: BCG, Staphylo Toxinum, Tuberculinum.
 Simples - Obtidas a partir de “vacinas estoques” constituídas por culturas
microbianas puras, lisadas e atenuadas em determinadas condições. Ex:
Colibacillinum, Influenzinum, Streptococcinum.
 Complexos - definidos pelo seu modo de obtenção (secreções ou
excreções patológicas) ou seu modo de preparação. Ex. Luesinum,
Psorinum, nosódios intestinais Bach-Paterson.
 Ingleses (Nosódios Intestinais de Bach-Paterson).
 Bioterápicos Dr. Roberto Costa - (nosódios vivos Roberto Costa) - São
preparados com micro-organismos vivos, na escala decimal, usando
como diluente cloreto de sódio 0,9%. A solução de partida é uma

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suspensão contendo três bilhões de micro-organismos por ml, em
solução. Até a D 11 as diluições são feitas em solução fisiológica 0,9%.
Da D12 em diante, as diluições são feitas em solução hidroalcoólicas
50%. Para cada diluição são dadas 50 sucussões.

24.2 ISOTERÁPICOS

1. Isoterápicos ou heteroisoterápicos são preparados a partir de substâncias


exógenas (alérgenos, toxinas ou medicamentos), tudo que de alguma forma
“sensibilize” o paciente. Estão nessa categoria todos os alérgenos, pólens, poeiras,
pelos, solventes, medicamentos alopáticos, alimentos, etc.
2. Autoisoterápicos ou endógenos (autonosódios) - são preparados a partir
de excreções ou secreções obtidas do próprio doente (sangue, urina, escamas,
fezes, pus, etc). Antigamente eram camadas de nosódios.

Prescrição

Poderá ser solicitado por médicos, veterinários e dentistas. No receituário


deve constar material que deve ser ou foi coletado (dinamização e forma
farmacêutica desejada). Como as farmácias não estão preparadas para a realização
de coletas de materiais veterinários, seria interessante conversar com a (o)
farmacêutica (o) responsável de uma farmácia homeopática e se informar sobre o
modo de coleta e conservação.
Nunca se esquecer de avisar se o material for de doença infectocontagiosa,
com mais ênfase ainda se for uma zoonose. O FORMOL não é ideal, devendo ser
evitado, melhor são água/álcool/glicerina, soro fisiológico ou álcool 96°. O material
tem prazo de validade, é interessante consultar a farmácia.

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Exemplos

Bioterápicos ditos “Códex”

• Aviare (sinonímia: Tuberculinum aviarium) - produto obtido a partir de culturas


de mycobacterium tuberculosis, variedade aviare, sem adição de
antissépticos.
• Diphtericum - soro antidiftérico proveniente de animais imunizados com toxina
ou com anatoxina diftérica.
• D.T.T.A.B. - toxina diftérica diluída, obtida dissolvendo-se o líquido da cultura
do bacilo diftérico recentemente preparado e filtrado em filtro de porcelana,
com solução isotônica de cloreto de sódio.
• Gonotoxinum - vacina antigonogócica constituída por uma suspensão de
bactérias provenientes de culturas de “gonococos” mortos por aquecimento,
em solução isotônica de cloreto de sódio.
• Staphylo Toxinum - preparado a partir de anatoxina estafilocócica descrita no
“Códex”.
• Tuberculinum - tuberculina bruta obtida a partir de culturas de espécies de
Mycobacterium tuberculosis de origem humana e bovina. Antiga
denominação: T.K.
• Vaccinotoxinum - vacina antivariólica preparada a partir de fragmentos
epidérmicos recolhidos por raspagem de uma erupção cutânea de varíola em
uma novilha inoculada, após cinco dias com o vírus da varíola.

Bioterápicos simples

• Colibacilinum - lisado obtido a partir de culturas de Escherichia coli, sem


adição de antissépticos.
• Eberthinum - lisado a partir de culturas de Salmonella typhi, sem adição de
antisséptico.
• Enterococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus faecalis,
sem adição de antisséptico.

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• Paratyphoidinum B - lisado obtido a partir de culturas de Salmonella paratyphi
B sem adição de antisséptico.
• Staphylococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Staphylococcus
aureus, sem adição de antisséptico.
• Streptococcinum - lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus
detoxicados, sem adição de antisséptico.

Bioterápicos complexos

• Anthracinum - preparado a partir de um lisado de fígado de coelho infectado


por carbúnculo (Bacillus anthracis).
• Luesinum - lisado de serosidades treponêmicas de cancros duros, preparados
sem adição de antissépticos. Antiga denominação: Syphilinum.
• Medorrhinum - lisado de secreções uretrais blenorrágicas colhidas antes de
tratamento por antibióticos ou sulfamidas.
• Pertussinum - lisado de expectoração de doentes com coqueluche, colhidas
antes de qualquer tratamento.
• Psorinum - lisado de serosidade de lesões de sarna, colhida de doentes sem
tratamento prévio.

Bioterápicos ingleses

• Bacilo de Morgan (Proteus morgani) Bacilo gram-negativo, móvel, anaeróbio


facultativo, isolado de fezes de crianças com diarreia estival; ele seria
responsável pela diarreia.
• Dysentery-Co ou B. dysenteriae (Shigella dysenteriae) - Bacilo gram-negativo
imóvel, anaeróbico facultativo, agente da disenteria bacilar à qual só o
homem e o macaco são sensíveis.
• B. Gaertner (Samonella enteritidis) - S. enteritidis é um sorotipo de
Salmonella, frequente nos animais, que provoca intoxicações alimentares no
homem.

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• Sycotic-Co ou Sycoccus-Paterson (Streptococcus faecalis) - estreptococo
ovoide, alongado, não hemolítico, isolado de matérias fecais do homem e dos
animais.
• Bacillus nº 10 - não há correspondente na nomenclatura bacteriológica.
Preparado pela Farmácia Nélson, de Londres, sem mais informações.

25 GMP - GOOD MANUFACTURE PRACTICES - BOAS NORMAS DE


FABRICAÇÃO

Seguindo proposta de implantação de GMP em uma farmácia homeopática,


apresentamos a seguir diversas considerações relacionadas à coleta e preparo de
isoterápicos.

25.1 QUANTO ÀS INSTALAÇÕES

A sala de bioterápicos, além de dar maior comodidade aos pacientes, deve


conter os equipamentos e vidraria específicos à área, para que não surjam
problemas de contaminação (tanto microbiana, quando for o caso, quanto
homeopático).

25.2 QUANTO À PRESCRIÇÃO E COLETA

O uso de autoisoterápicos deverá ser feito somente com prescrição ou


autorização do médico. Na farmácia homeopática a coleta e/ou recebimento de
material deverá ser efetuada pelo farmacêutico ou por um técnico treinado por este.

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O material coletado para a preparação do bioterápico tem um tempo de
validade limitado e variável de acordo com a sua origem, para ser dinamizado. Com
o objetivo de otimizar este trabalho, devemos preestabelecer horários para este fim.

25.3 QUANTO À VIDRARIA UTILIZADA NO PREPARO DE AUTOISOTERÁPICOS

A vidraria utilizada nas três primeiras dinamizações é totalmente desprezada


e a utilizada nas dinamizações subsequentes deve ser submetida a cuidados
especiais de esterilização.

25.4 QUANTO À ESTOCAGEM DE MATRIZES

As matrizes obtidas de material coletado de pacientes são preservadas


durante um ano e agrupadas por mês de coleta. Este procedimento deve ser
adotado para os casos em que o médico necessite repetir a potência ou queira
elevá-la, sem expor o paciente à necessidade de uma nova coleta e aos custos
inerentes à fase inicial de obtenção do bioterápico.

25.5 QUANTO À DINAMIZAÇÃO

Assim como com os medicamentos tradicionais, o processo de dinamização


é hahnemanniano (CH), com opção de utilização do fluxo contínuo (FC ou C) para a
obtenção de altas potências, a preço mais acessível para o paciente.

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25.6 QUANTO À ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES

Os médicos deverão ter a seu dispor um folheto explicativo para os


pacientes, sobre o procedimento de coleta. A orientação padronizada facilita o
trabalho do médico e do farmacêutico, como também tranquiliza o paciente.

25.7 QUANTO AO APOIO TÉCNICO-CENTÍFICO

A farmácia homeopática deve contar com farmacêuticos sempre presentes


para responder a qualquer solicitação especial que o médico necessite ou para
casos específicos que exijam uma abordagem diferenciada.

26 METODOLOGIA ESPECÍFICA

Procedimento e recomendações nas coletas efetuadas na farmácia.

26.1 NARIZ/GARGANTA

Para a coleta de secreção de garganta deverão ser tomados os seguintes


cuidados:

• O paciente deverá estar em jejum de pelo menos 60 minutos, não


devendo consumir balas, chicletes, doces, refrigerantes ou outros
produtos que possam depositar resíduos ou corantes na secreção a ser
coletada;

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• Se o paciente estiver fazendo uso de batom, este deverá ser retirado
antes da coleta;
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamento alopático, notificar o
médico.

A coleta deve ser efetuada com material descartável e o produto


acondicionado em frascos que contêm uma mistura de água/álcool/glicerina. Os
frascos deverão ser identificados e protegidos da luz. Após a maceração e
homogenização da solução, inicia-se dinamização até a potência prescrita. A coleta
é feita com material descartável, por punção digital, mas pode-se optar pelo lóbulo
da orelha ou calcanhar, caso seja necessário.
Para a coleta de sangue deverão ser tomados os seguintes cuidados:

• Jejum de 12 horas, caso o médico ache necessário. O tempo de jejum


deverá ser especificado pelo médico no pedido;
• Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, notificar
o médico;
• O médico deverá comunicar, antecipadamente à farmácia, se o paciente é
portador de alguma doença infectocontagiosa. Nestes casos, pedimos
que a coleta seja efetuada em laboratórios de análises clínicas de
confiança do médico.

Obs: A coleta deve ser efetuada sem acréscimo de anticoagulante na


seguinte proporção: 1 ml de sangue/ 9 ml de água destilada.

26.2 SECRECÕES

• De ouvido;
• Ocular;
• Purulentas.

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Caso o paciente esteja utilizando algum medicamento alopático por via oral
ou uso tópico, o médico deverá estar ciente. O material coletado é então
armazenado em um frasco contendo água/álcool/glicerina, macerado e dinamizado.

27 LESÕES CUTÂNEAS/MICOSES DE UNHAS

O paciente deverá tomar banho só com sabonete neutro ou glicerinado


durante os três dias que precedem a coleta. Não fazer também uso de pomadas ou
cremes medicinais durante estes três dias.

28 MATERIAIS NÃO COLETADOS NA FARMÁCIA

28.1 SECREÇÃO VAGINAL

A coleta deverá ser feita pelo médico ou laboratório de confiança do mesmo,


em frascos fornecidos pela farmácia (solução de água/álcool/glicerina) ou em
frascos adequados (limpos e esterilizados) com uma solução água/álcool em partes
iguais. O material deverá ser entregue na farmácia no máximo três horas após a
coleta. Caso isso seja impossível, e como não há conservante, o material deverá ser
colocado na geladeira e ser entregue na manhã seguinte.

28.2 URINA

Coletar a primeira urina da manhã, tomando os seguintes cuidados:

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• Fazer a assepsia do local (lavagem com água e sabão);
• Desprezar o primeiro jato da urina;
• Coletar em frasco adequado (tipo coletor universal);
• Destinar o material à farmácia no máximo três horas após a coleta.

Caso o paciente esteja fazendo uso de medicamentos alopáticos, o médico


deverá ser notificado. Dinamiza-se a solução até a potência desejada. A entrega do
material deverá ser feita no mesmo dia da coleta, em frasco adequado (coletor de
fezes ou coletor universal), até no máximo 3 horas após a coleta. Se isso não for
possível, guardar em geladeira e entregar na manhã seguinte. O material deve ser
identificado, solubilizado, macerado e dinamizado até a potência prescrita.

29 CÁLCULO RENAL/PÓ DE CASA/MEDICAMENTO ALOPÁTICO

A entrega do material deverá ser feita em frascos apropriados (limpos e


esterilizados). Após a trituração e solubilização do material, efetua-se a
dinamização.

30 NÓDULO DE MAMA/PÓLIPOS NASAIS/AMÍGDALAS E OUTROS

A coleta deverá ser feita em frascos adequados (limpos e esterilizados),


contendo uma solução glicerinada, soro fisiológico ou álcool 96ºGL. Obs: o formol
deve ser evitado. O material deverá ser entregue à farmácia no mesmo dia da coleta
ou então colocado em refrigerador para ser entregue na manhã seguinte. Após a
identificação e trituração, efetua-se a dinamização.

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31 CULTURAS MICROBIANAS (PLACAS, SOLUÇÕES BACTERIANAS E
OUTROS)

O material deverá ser encaminhado à farmácia no dia em que foi entregue


ao paciente pelo laboratório, ou então conservado em geladeira e encaminhado na
manhã seguinte. Após a solubilização, efetua-se a dinamização. OBS: Em caso de
dúvida ou maiores esclarecimentos, entre em contacto com o farmacêutico.

32 MIASMAS

Se para curar era somente necessário achar o medicamento mais similar


possível, de que valeria uma “multidão de conceitos imprecisos e filosóficos”
durante o ato terapêutico, perguntavam-se atônitos os médicos homeopatas
que entravam na homeopatia, vindos da escola médica clássica. Aliás, este
é um quadro relativamente atual quando observamos que ainda hoje a
formação médica clássica não dota os médicos de uma compreensão
correta de organismo. Estudamos uma parte do complexo funcionamento
corporal, compreendemos segmentos da patologia humana por meio do
estudo de órgãos, pesquisamos a etiopatologia das enfermidades de forma
fragmentada e jamais ensinada a debruçar sobre a imagem do misterioso
organismo dinâmico – com suas maravilhosas intercorrelações, ritmos e
sinergismos – para realmente pensar sobre aqueles que deveriam ser os
fundamentos da arte médica: saúde e vida. De certa forma os miasmas e as
oscilações desencadeadas pelas patogenesias sobre os sujeitos permitem
que os estudos destas potencialidades vitais ocorram na prática
(ROSENBAUM, Paulo, 1996).

Quanto aos autores que escreveram sobre a teoria miasmática, alguns


relacionam miasmas aos problemas morais da humanidade, outros a distúrbios
fisiopatológicos, outros se limitaram a relacioná-la com a Energia Vital. A questão
miasma ainda se ressente de definições mais claras e abrangentes do próprio termo
Miasma, de psora, suscetibilidade, predisposição. Tudo que se relaciona ao termo
diz respeito à gênese das doenças e do adoecer, e de como o ser reage a isso.
Poder-se-ia dizer que é onde mais se evidenciam e se usam as diferenças e as
semelhanças entre os seres.

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33 MARCADORES MIASMÁTICOS

A presente listagem de marcadores miasmáticos (sintomas, intencionalidade


ou qualidade de sintomas que identificam os miasmas) proposta para identificação
do miasma predominante, quando da análise dos casos clínicos, surgiu ao
estudarem-se comparativamente os autores mencionados. Não se constitui
novidade, mas seu objetivo é operacionalizar o miasma no dia a dia da clínica da
similitude. Não concordamos que marcadores miasmáticos não existem, usando
como justificativa o fato de serem todos sintomas trimiasmáticos, com predominância
de um determinado miasma.
Argumentamos que se aceita a existência do miasmático, este deverá ter
seus marcadores, sob o risco de não serem identificados. Como poderemos
diferenciar humanos de animais ou vegetais se não temos os elementos que os
identifiquem como tais? Poucos são os marcadores comuns a todos os autores;
ateremos, pois, àqueles que são consensuais, independentemente do construtivismo
que os tente justificar.
São poucos os comuns, mas existem, e se utilizados na clínica serão de
grande valia para a compreensão das patogenesias, para o diagnóstico
medicamentoso, para a orientação preventiva dos pacientes e também para o
prognóstico, pois além das proposições observacionais de Hering e as prognósticas
de Kent, teremos também, para orientação do clínico, a variação ou atenuação das
modalidades miasmáticas que acompanham os sintomas, a tão comentada evolução
miasmática.

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Psora Sycose Syphilis
Desconfiança Isolamento
Ansiedade obsessividade desinteresse
inquietude egoísmo apatia
variabilidade egocentrismo indiferença
Mental
alternância constante morte
hiperatividade planejador atividade
pouco ordenada ordenado desordenada
atividade ordenada inatividade
Busca
integração Manipula-o para
adaptação usá-lo para seus
Meio Isola-se do meio
ser aceita defesa propósitos
para adaptação defesas para vencer

Transgride
Burla amoral
Lei Teme
imoral anarquia
falta de ordem
Constrói Constrói para si Destrói a si e aos
Ação não destrói destrói aos outros outros
variabilidade ordenada desordenada
Tempo Futuro Presente Passado
Dificuldade para
Mente Ativa falar e para lembrar
nomes
Sentidos Hipersensíveis Embotados
Pronome Eu Ninguém
Álcool
Escape Religião Ocupação
drogas
Horário - 6- 18
Agrava
horas
18- 21 horas Agrava
21- 03 horas Agrava
03 - 06 horas Agrava
Frio Agrava Extremo agrava
Calor Melhora Melhora Extremo agrava
Secura Agrava Melhora Melhora
Umidade Melhora Agrava
Mar Agrava
Montanha
Ar livre Melhora

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Vento Melhora
Tempestades
Sol Agrava
Cheia agrava
Lua
Nova agrava
Repouso Melhor
Patológicas
Fisiológicas
melhoram
melhoram Fisiológicas pioram
ex: catarros
Eliminações ex. transpiração, secreções putridas,
secreções
urina, fezes, hemorrágicas.
purulentas
menstruação.
aderentes
Diminuída ou
Fome Insaciável Variável
exagerada
Desejos Ácidos,
Doces, ácidos. Não sabe o que quer
alimentares estimulantes.
Aversões
Carne
alimentares
Temperatura dos Comidas e bebidas Deseja comidas e
alimentos quentes melhoram bebidas frias
Não alta insidiosa
Febre Alta Alta paroxística
com prostração.
Proliferação, Ulcerações,
Patológico Prurido acúmulo, destruição,
hiperplasia. assimetrias.
Secura Retenção hídrica
Errático, superfície,
Mais lesional que Bem mais lesional
mais funcional que
funcional que funcional
lesional.
Descamação Catarros Sangramentos
FONTE: Departamento de Homeopatia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas / APH -
Ciclo de Estudos sobre Miasmas - Campo Grande-MS - 1996 - Congresso Brasileiro de Homeopatia.

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34 PROGNÓSTICO CLÍNICO DINÂMICO

PRÓ = antes + GNOSIS = reconhecer. Ou seja, é a arte de predizer o


progresso e o fim da enfermidade (Dr. Maffei - médico patologista).
É, na verdade, um conjunto de observações que homeopatas clássicos
fizeram correlacionando a primeira prescrição do medicamento, o que se deve
esperar de evolução do caso com o estado do paciente. Utilíssimos, mas que
exigem boa observação de seus pacientes e um melhor relato nos animais. Diferem
do prognóstico em outras terapêuticas pelo fato de que, embora o clínico não saiba
com certeza o que esperar de reação do paciente depois que o medicamento é
dado, sabe o que fazer com os resultados desta medicação nele.
Pode produzir uma falsa sensação de insegurança ao clínico, mas com
certeza dá a ele um campo de ação muito maior, já que mesmo em casos
clinicamente incuráveis há a possibilidade de melhoria das condições do paciente.

I. Funcional = manifestações sensoriais, alterações bioquímicas;


II. Lesional Leve = alterações em órgãos e tecidos não vitais;
III. Lesional grave = alterações em órgãos e tecidos vitais;
IV. Incurável = alterações tão graves e profundas em órgãos e tecidos vitais
(incluindo alterações mentais) que são irreversíveis.

Sempre lembrar que incurável é a lesão e não o ser que está sendo
tratado. E isto significa que mesmo em um paciente incurável o uso de um
medicamento bem elegido é útil. E ainda segundo Elizalde, no caso de ser dado o
simillimum:

I. Funcional = melhora os sintomas mentais, gerais e funcionais com sensação


subjetiva de bem-estar geral. Ocorre, portanto, uma melhora suave, progressiva e
sem agravações.

II. Lesional Leve = agravação curta e forte, seguida de rápida melhoria.

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III. Lesional Grave = agravação prolongada, seguida de lenta e segura melhoria.

IV. Incurável = a deterioração energética chegou ao máximo, por isso a tentativa do


organismo equilibrar-se foi levada às últimas possibilidades, não existindo nada para
curar e, portanto, não há agravação, e se espera uma paliação com melhora dos
sintomas idiossincrásicos (os próprios do doente) e morte em ataraxia (bem-estar).

As 12 observações prognósticas de Kent são as situações que ocorrem após


ter sido medicado pela primeira vez o paciente. Segundo Kent (1996), na lição XXXV
de seu livro Filosofia Homeopática:

Depois de feita a prescrição, o médico começa a observar. Todo o futuro do


paciente pode depender das conclusões a que chega a partir destas
observações, e de sua ação, o bem do paciente. Se não entende o
significado do que vê, atuará de maneira equivocada, fará prescrições
erradas, mudará os medicamentos, agirá, enfim, em detrimento do paciente.
Não há um caminho a seguir e não é capaz de substituir a inteligência.

E, ainda Kent, se conversarmos com muitos médicos a respeito das


observações que se seguem à administração do medicamento, vocês descobrirão
que a maioria deles não possui senão fantasias ou noções vagas quanto a esta
questão, e não enxergam mais nada depois de feita a prescrição. Se o homeopata
não for um observador cuidadoso, suas observações serão imprecisas e suas
prescrições consequentemente também o serão.
Presume-se que uma vez feita a prescrição, se ela for correta, atuará. Ao
atuar, o remédio começa imediatamente a provocar mudanças no paciente que se
manifestam por meio de sinais e sintomas. A natureza interna da doença se mostra
ao médico através dos sintomas, que lhe permitem situar-se com a precisão dos
ponteiros de um relógio. Este tempo de espreitar, esperar e observar necessita ser
cumprido, para que ele possa julgar por meio das mudanças que surgem, o que
deve e o que não deve fazer.
É verdade que o homeopata, em vários casos, não permanece muito tempo
em dúvida quanto ao que não fazer. Há sempre um indicador que lhe avisa o que
não fazer. Se for um observador arguto e atento, verá este indicador em cada caso.
Claro que se a prescrição não tiver correspondência com o caso, se for uma

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prescrição que não efetua nenhuma mudança, não demorará muito para ele saber o
que fazer: muita paciência esperando por uma prescrição tola não passa de perda
de tempo e isto também deveria ser levado em conta entre as observações.
As observações que tem valor são realizadas após a administração de um
remédio específico, suficientemente relacionadas com o caso, para provocar
mudanças nos sintomas. As mudanças estão começando. Com que se parecem? O
que significam? A que conduzem? Ao escutar o relato do paciente (no caso de
veterinários, tanto o relato do proprietário, como sua própria observação), o médico
precisa saber o que está acontecendo.
Sabe-se que remédio está atuando pela mudança dos sintomas. O
desaparecimento de sintomas, o aumento de sintomas, a melhoria de sintomas, a
ordem dos sintomas, constituem mudanças provocadas pelo remédio, e estas
mudanças devem ser estudadas. Uma das coisas mais comuns que os remédios
fazem é agravar ou melhorar.

I. Observação - Prolongada agravação seguida de aniquilamento final do paciente.


O antipsórico era muito profundo e produziu uma destruição, a reação vital era
impossível, pois era incurável. Também pode ter ocorrido que a potência era muito
alta para a fraca reação. É recomendável a 30C ou 200C (Kent). Nestes casos,
geralmente o paciente chegou tarde demais para ser tratada, sua energia não
aguenta mais nem se manter, o que não impede de dar-lhe um remédio que lhe seja
paliativo. Segundo Elizaldi e Roberts, deve-se medicar pelos sintomas mais atuais.
Alguns estudiosos da Homeopatia dizem que nunca um remédio bem elegido
poderia fazer mal. Outros, que se a dose não for suave o suficiente, a agravação
pode até matar o paciente. Enquanto não se chega a um consenso, é interessante
seguir a indicação de Kent de dosagens. Também há de se ter cuidado ao julgar
incurável um caso que não o é, e que cai na observação seguinte.

II. Observação - Longa agravação, mas seguida de lenta melhoria final. Indica
paciente lesional grave em órgãos ou tecidos vitais, mas ainda com energia
suficiente para se recompor. Podem durar meses e anos as agravações
prolongadas. É necessária muita paciência, tanto do médico quanto do enfermo,
para só repetir a dose quando voltarem os sintomas pelo qual se prescreveu. São

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casos em que a boa observação do veterinário é fundamental, para saber ver o que
está acontecendo e não mudar o medicamento que está sendo dado,
desnecessariamente. Neste tipo de caso as chances maiores de um tratamento dar
certo é em proprietários homeopatizados, pois por conhecerem na prática como
funciona a Homeopatia, terão mais paciência para esperar os resultados quando
estes forem mais lentos.

III. Observação - Agravação imediata, curta e forte, seguida de rápida melhoria do


paciente. Sempre que virmos uma agravação que surge rapidamente, que é curta e
mais ou menos intensa, verificaremos que a melhoria do paciente será duradoura. A
melhoria será acentuada, pois a reação do organismo é vigorosa e não há nenhuma
tendência para alterações estruturais em órgãos vitais. Qualquer alteração estrutural
eventualmente presente estará em nível de superfície, em órgãos que não são vitais;
haverá a formação de abscessos e frequentemente glândulas não essenciais
poderão supurar em regiões que não implicam risco de vida para o paciente. Estas
alterações orgânicas são do tipo superficial. Acontece quando o paciente é lesional
leve. Preconiza-se não interferir a não ser que seja demasiadamente incômoda ao
paciente ou ao proprietário (no nosso caso, é o proprietário quem menos suporta a
agravação de seu animal). Em humanos, é a agravação que ocorre poucas horas
após a tomada do medicamento, no caso das doenças agudas, ou durante os
primeiros dias, em casos crônicos. No caso de veterinários, essa referência é um
pouco complicada, porque cães e gatos têm um limiar à dor e ao desconforto da
doença maior que os humanos. Então às vezes não observamos as agravações,
mas mesmo assim conseguimos avaliar a sensação de bem-estar que vem com a
melhoria da doença.

IV. Observações - Ocorrem curas muito satisfatórias sem agravações. Nesta


hipótese, o paciente tomou um medicamento bem escolhido e é um paciente só
funcional, não existia doença orgânica e nem tendência para tal. Em curas que
ocorrem sem qualquer agravação, sabemos que a potência é adequada e que o
remédio é o remédio curativo, desde que os sintomas desapareçam e a saúde
retorne de maneira ordenada. Ordenada, segundo Kent, significa que a cura deve
seguir as suas leis.

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V. observação - Primeiro melhora e em seguida ocorre agravação. Depois de dada
a medicação, o paciente se sente muito bem, mais passado quatro a cinco dias ou
uma semana, ele está pior do que estava antes de começar o tratamento. Segundo
Kent, 1996 “não é raro nos casos graves, nos casos com uma grande quantidade de
sintomas; mas diga-se o que se disser, a situação é desfavorável. Nesse caso, ou o
remédio era só superficial e só podia agir como paliativo ou o paciente era incurável,
apesar do remédio ser, de alguma forma, adequado”. Deve-se reavaliar o caso para
se saber qual das duas situações está ocorrendo. De qualquer forma, se espera
esse tipo de situação em doentes de lesionais graves a incuráveis.

VI. Observação - Alívio demasiadamente curto dos sintomas. Quando isso ocorre,
ou algo no dia a dia do paciente está atrapalhando a ação do medicamento ou as
alterações nos órgãos são tão profundas que são incuráveis, ou ainda, estão se
encaminhando para tal situação.

VII. Observação - Melhoria total dos sintomas, sem haver, no entanto, alívio
especial para o paciente. Existem condições físicas que fazem com que sua melhora
vá até certo ponto. Defeitos congênitos, falta de algum órgão, lesões irreversíveis.
Segundo Kent, 1996, “ele é paliativo neste caso e representa uma paliação
conveniente pelos remédios homeopáticos”. Isto também significa que, mesmo que
o corpo não possa mais se curar, a procura pelo medicamento mais adequado para
o paciente deve ser feita, pois o alivia.

VIII. Observação - Alguns pacientes reagem a todos os remédios que tomam, são
os pacientes hipersensíveis. Para Kent, “são pacientes com tendência a histeria,
superexcitados e hipersensíveis a todas as coisas. Diz-se que o paciente tem uma
idiossincrasia a tudo e estes hipersensíveis são frequentemente incuráveis”. Não é
uma situação que ocorra com assiduidade, mas são experimentadores natos em
humanos, exatamente por reagirem a todas as substâncias que tenham contato,
mostrando uma rica sintomatologia. Como hipótese, poderia dizer que pelo limiar
alto que cães e gatos têm à dor e ao desconforto, seria mais improvável de se
encontrar entre eles tipos hipersensíveis.

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IX. Observação - Ação dos medicamentos sobre os experimentadores. Aqui Kent se
referia a humanos que experimentam substâncias para se descobrir ou comprovar
suas qualidades curativas.

X. Observação - Novos sintomas que aparecem após a tomada do remédio.


Segundo Hahnemann, nos § 179 do Organon, 6ª edição, “em casos mais frequentes,
porém, o medicamento que então foi escolhido em primeiro lugar pode ser apenas
em parte adequado, isto é, não exatamente adequado, pois não houve um número
significativo de sintomas que orientasse a escolha acertada”.
§ 180: É, então, que o medicamento, na verdade tão bem escolhido quanto possível,
mas imperfeitamente homeopático pelos motivos já ponderados, em seu efeito
contra a doença que lhe é apenas parcialmente semelhante – como no caso referido
acima, em que a escassez de meios de cura homeopáticos torna por si só imperfeita
a escolha – vai causar distúrbios secundários e diversos fenômenos de sua própria
série de sintomas se misturam com o estado de saúde do doente, os quais, contudo,
são, ao mesmo tempo, sintomas da própria doença, embora, até então, nunca ou
raramente terem sido percebidos; surgirão ou desenvolverão intensamente
fenômenos que o doente há pouco tempo antes absolutamente não percebia ou
percebia apenas vagamente.
§181: Não se objete que os distúrbios agora surgidos e os novos sintomas
dessa doença ocorrem por conta do medicamento que acabou de ser usado. Tais
distúrbios provêm dele*; são, porém, apenas certos sintomas cujo aparecimento
dessa doença também já era capaz de produzir por si nesse organismo e que o
medicamento – na qualidade de autoprodutos de sintomas semelhantes – somente
atraiu e fez aparecer. Em uma palavra, tem-se que considerar tudo o que agora,
seguramente, passou a ser a própria doença, como o verdadeiro estado atual e
tratá-lo, futuramente, de acordo com ele.
*Quando sua causa não foi um erro importante no regime de vida, uma
paixão intensa ou um fenômeno tumultuoso no organismo, como o início ou a
parada de regras, concepção, parto, etc. Enfim, segundo Kent (1996):

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Se um grande número de novos sintomas aparecer depois da administração
de um remédio, a prescrição geralmente se mostrará desfavorável. De vez
em quando o aparecimento de um novo sintoma representará simplesmente
um sintoma antigo que ressurge, que o paciente não havia observado e
pensa que é novo. Quanto maior a série de sintomas novos que aparece
depois da administração de um remédio, tanto maior dúvida haverá quanto
ao acerto da prescrição.

Porém, duas situações podem estar ocorrendo: os sintomas que aparecem


são sintomas do paciente, que o medicamento que está sendo dado deveria cobrir e
não cobre. Deve-se, então, procurar um medicamento mais adequado, ou está
sendo dada dose excessiva do medicamento e o paciente está mostrando sintomas
do medicamento e não os dele.

XI. Observação - Retorno de sintomas antigos. Segundo Kent, “uma doença é


curável na exata proporção que retornam sintomas antigos que há longo tempo
haviam desaparecido. Eles desapareceram simplesmente porque outros mais novos
surgiram”. São as leis de cura se cumprindo.

XII. Observação - Sintomas tomam a direção errada. Kent fala aqui de situações em
que “logo o médico se dá conta de que houve um deslocamento da periferia para o
centro e o remédio precisa ser imediatamente antidotado, porque senão se
produzirão alterações estruturais na nova localização”. Estes são os casos de
supressão:

Há um grande perigo em se selecionar um remédio baseado unicamente


nos sintomas externos, isto, é, em se escolher um remédio que só tenha
correspondência com a pele, ignorando todos os demais sintomas que o
paciente possa ter, ignorando a economia como um todo e o estado geral
do paciente; porque é verdade que aquele remédio que só tem relação com
a pele, pode conduzir para o interior a doença da pele, fazendo-a
desaparecer, embora o próprio paciente não esteja curado. Tal paciente
continuará doente até que aquela erupção retorne ou se localize em outro
lugar. Ou seja, a doença se aprofunda (KENT, 1996).

FIM DO MÓDULO IV

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