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Nova Constituição de

1988

Trabalho feito por: Júlio César da Silva Farias (201804168033), Bruno Cordeiro dos
Santos (201803509988), Bianca de Jesus Martins Sampaio (201808176341), Vinicius
Rodrigues Ramos (201808132149), Gabriela de Oliveira Ferreira (201803511672),
Patrícia Marianne Feitosa de Almeida (201804051462), Mariana Soledade Martins
(201804099211), Hannah Brito Aranda (201802467602), Tamara Souto Bastos da Silva
(201804076831), Hugo Vinicius da Silva de Sousa (201804089427), Lucas Ferreira
Ramos (201802447644), Victor Medeiros (201504284844), Yann Marcos Castro de
Oliveira (201808356349).
Constituição de 1988

Lei fundamental e suprema do país, a Constituição da República Federativa do Brasil,


foi promulgada em 5 de outubro de 1988. Isto é, a Assembleia Constituinte, formado
por deputados e senadores eleitos, escreveu e aprovou uma nova Constituição, que
também pode ser chamada de Carta constitucional.

A Constituição de 1988 pode ser considerada o auge de todo o processo de


redemocratização brasileiro. Ela é a sétima versão na história da República.

Em 1986, o novo governo já foi marcado pela necessidade de um texto constitucional


mais democrático e, em fevereiro de 1987, o deputado Ulysses Guimarães abriu as
sessões da Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas.

A promulgação da Constituição de 1988 marcou o início da consolidação da


democracia, após os anos da ditadura militar. Os brasileiros entraram nos anos 90 sob
comando do primeiro presidente eleito diretamente pelo povo desde 1961.

Consulta popular e revisão da


Constituição
Em 21 de abril de 1993, um plebiscito foi realizado para consultar a população sobre o
sistema de governo. Apesar da ausência de cerca de 30% do eleitorado, a maioria dos
brasileiros decidiu manter a República presidencialista, já anteriormente definida pela
Constituição.

Mas a revisão constitucional de 1988 não foi o único período de transformações na


Constituição. Entre 1995 e 2003, o texto da Carta sofreu mais de 30 emendas. As
alterações, grande parte propostas pelo Executivo, incluíram mudanças estruturais na
economia, como a mineração e a telefonia, permitindo as privatizações da Telebrás e da
Cia. Vale do Rio Doce, por exemplo.
Avanços importantes da Constituição
de 1988

• SUS como sistema único de saúde no país.

• Voto facultativo para cidadãos entre 16 e 17 anos.

• Maior autonomia para os municípios.

• Garantia de demarcação de terras indígenas.

• Lei de proteção ao meio ambiente.

• Garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais sem precisarem ter


contribuído com o INSS.

• Fim da censura a emissoras de rádio e TV, filmes, peças de teatro, jornais e


revistas, etc.

• Redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos.

Golpe de 64

No início da década de 60, o Brasil passava por uma grande agitação política. Após a
renúncia de Jânio Quadros, assumiu seu vice, João Goulart ( Jango ), que defendia
medidas consideradas de esquerda para a política do país e planejava reformas
eleitorais, bancárias, educacionais e agrária, visando a redução da desigualdade que o
país vivia. As elites temiam que essas alterações afetassem seu poder econômico,
temendo também que o comunismo fosse implantado no país, adotaram algumas
medidas para enfraquecer o presidente. O país vivia uma enorme crise econômica, e
Jango propôs reformas constitucionais, canais de comunicação para os estudantes e o
voto para os analfabetos, fazendo com que a elite acelerassem as medidas para
enfraquecer o governo. Porém a gota d'água para o golpe militar ocorreu em 1964
quando o atual presidente fez um discurso apoiando ao movimento da baixa oficialidade
das forças armadas; a reforma agrária e a nacionalização das refinarias estrangeiras de
petróleo. Então, em 31 de Março os militares iniciaram a tomada de poder e a deposição
de Jango, que foi para Porto alegre e depois se exilou no Uruguai.

Em 9 de Abril; AI1 - dando início às mudanças do legislativo.

O AI1 determinava que o governo militar poderia cassar mandatos legislativos,


suspender dos direitos políticos por 10 anos ou afastar do serviço público qualquer um
que era visto como ameaça, entre outras determinações que causaram desordem no
cenário político nacional, fazendo com que grandes figuras de esquerda ou defensores
da democracia como Jânio Quadros, João Goulart, Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola e
Darcy Ribeiro perdessem seus postos. Gradualmente, o desmantelamento dos líderes e
tendências políticas ampliava o espectro da ação militar e legitimava a força de um
regime autoritário em terras brasileiras, elegendo assim, o atual presidente o general
Humberto de Alencar Castelo Branco.

Diante do avanço de grupos de esquerda nos governos estaduais, o governo militar


procurou agir de forma a limitar a liberdade política nas unidades da federação. Um
bom exemplo disso, em 1965, foi a edição do AI-2, logo após a realização das eleições
para governadores estaduais, em que saíram vitoriosos Negrão de Lima, no Rio de
Janeiro e Israel Pinheiro, em Minas Gerais, considerados de “esquerda” pela ditadura
militar.

Pelo AI-2, o Executivo passava a exercer controle sobre o Congresso Nacional e a ter
poder de alterar o funcionamento do Judiciário. Além disso, houve a extinção dos
partidos políticos, estabelecendo-se o bipartidarismo no país. Por Ato Complementar
foram instituídos a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático
Brasileiro (MDB). A Arena era o partido da situação, que dava sustentação ao governo.
O MDB reunia a oposição. O AI-2 também promoveu novas cassações políticas.

No caso da limitação de liberdade política dos governos estaduais, o AI-3, decretado em


5 de fevereiro de 1966, determinou que as eleições para governador seriam indiretas.
Percebe-se, então, o cerceamento das atividades políticas com a ameaça de cassação e
com o controle sobre os deputados estaduais. Para restringir ainda mais o espaço de
oposição, o Ato Institucional estabeleceu que os prefeitos das capitais e das cidades
consideradas “áreas de segurança nacional” seriam nomeados pelos governadores.
Pelo exposto, conclui-se que apenas as eleições para deputados e senadores
mantiveram-se na forma antiga, pelo voto direto dos eleitores.

Foram tantas as alterações que não se poderia dizer ali que a Constituição de 1946 ainda
existia. Ela já havia sido completamente desfigurada. Lembre-se de que aquela Magna
Carta havia ampliado a força do Legislativo, quando o país mal saíra da ditadura do
Estado Novo. Agora, diante dos vários atos institucionais, o que se percebia era o
reforço do Executivo em detrimento do Legislativo.

Diante da flagrante situação, a ditadura militar ainda instituiu o AI-4. Publicado em 7 de


dezembro de 1966, transformava o Congresso, após as várias cassações, em Assembleia
Constituinte, a fim de promulgar uma Constituição que consagrasse as alterações
centralizadoras produzidas pelos atos institucionais.

AI5 - Anos de chumbo é como designamos o período de maior repressão na Ditadura


Militar Brasileira, tendo início em 1968. Emilio Garrastazu Médici era membro da
chamada “linha dura” das Forças Armadas, favorável a um aumento dos métodos
repressivos e antidemocráticos.

Médici foi eleito para substituir Costa e Silva, que acabou falecendo. Quem o elegeu foi
a Junta Militar, que governava o País. Governou o Brasil no período denominado
“Milagre Econômico”, onde os produtos comercializados brasileiros valorizaram-se
fazendo com que o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescesse. Para termos uma
noção da grandeza deste feito, um crescimento deste porte só foi conseguido pela China
atualmente. Com todo esse crescimento, grande parte do seu mandato foi caracterizada
pela estabilidade econômica que ajudou o governo a “alienar” a população. Esta era
feita da seguinte forma: o regime a todo o momento tentava mostrar um país próspero
forte e progressista.

Por outro lado o governo era o mais duro e repressivo de todo o ciclo do Regime
Militar, onde a repressão à oposição armada cresceu como nunca, a censura a todos
meios de comunicação foi posta em prática, atingindo jornais, revistas, livros, peças de
teatro, filmes, músicas e outras formas de expressões artísticas. Muitos órgãos de
imprensa não conseguiram funcionar regularmente. Muitas obras, especialmente filmes,
peças de teatro e livros, levariam décadas para serem publicados sem cortes. E toda essa
repressão acarretaria claro, na investigação, prisão, a tortura e o exílio de muitos
professores, políticos, músicos e artistas que iam contra o regime.

Deixando os militares um pouco de lado e falando da resistência civil a esse regime,


podemos citar o surgimento de uma guerrilha rural. Esta era uma estratégia do PC do B,
parte do partido PCB que optou pela separação e escolheu se engajar na luta armada
contra o regime ditatorial. Esta luta começou na parte mais remota do Brasil e a partir
dali começaria uma ofensiva aos grandes centros. Tal grupo armado ficou conhecido
como Guerrilha do Araguaia que foi, posteriormente, reprimido pelo governo e seus
participantes presos e mortos.

Muito destes “revoltosos” foram capturados e identificados pelo DOI-Codi


(Destacamento de Operações e Informações e Centro de Informações de Defesa
Interna), o principal centro de investigação e repressão utilizado pelo governo militar
nos Anos de Chumbo. Em sua sede muitos presos políticos foram violentados,
torturados e até mesmo mortos, jogados em valas e registrados como
“desaparecidos”, em uma tentativa de limpar o trabalho sujo que fizeram.

A PRODUÇÃO
CINEMATOGRÁFICA NACIONAL
(anos 60)
O cinema nacional do início da década de 1960 é representado por uma ruptura de
padrões estéticos e ideológicos, dando início ao movimento denominado Cinema Novo.
O grande objetivo dos filmes, neste começo, era mostrar a luta diária do homem simples
no Brasil, chocando assim a elite (público que costumava assistir filmes com
características mais autorais). Tudo isto com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

O chavão usado por Glauber Rocha, um dos grandes nomes do Cinema Novo, descrevia
bem a linguagem de seus filmes. O diretor de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) e
de Terra em Transe (1967), representantes de duas fases distintas do Cinema Novo
acreditava que não devia apenas “fotografar” a realidade, como no neorrealismo e sim
interpretá-la, compreendê-la e trabalhar artisticamente a partir dela. Glauber foi
fortemente influenciado pelo Cinema Verdade, francês, que considerava como um tipo
de documentário.

A estética da fome e a visão política são temas frequentes em seus filmes, conflitando
com seu apuro poético. A câmera permanece em constante movimento, criando um
efeito de dança das imagens. A linguagem de Glauber é muito particular, pois sua
intenção era sempre inovar, inventar e fugir das regras e limitações cinematográficas.

O Cinema Novo foi divido em três fases: a primeira (1960–1964) era bem focada no
cotidiano popular e na mitologia nordestina, sendo representada, especialmente, pelos
filmes Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Os Fuzis; a segunda (1964-1968)
abordava principalmente a política e a questão da ditadura militar, tendo Terra em
Transe como um dos títulos principais; já a terceira fase (1968–1972), influenciada pelo
Tropicalismo exaltava o exótico nacional e o filme que marca bem este período
é Macunaíma.

Com a crescente repressão causada pela Ditadura Militar deu-se, no Cinema Novo, um
grande sentimento de insatisfação, já que as vozes do movimento eram sufocadas e
obrigadas a adaptar seus filmes às amarras políticas e ao mercado. O Cinema Novo não
era mais focado no popular e sim na classe média; toda a agressividade contra a
burguesia presente nos filmes da primeira fase agora parecem não fazer tanto sentido,
pois as novas produções já não seguem este ideal. Surge a figura do anti-herói, como
uma forma de expressão que ironizava a sociedade, mas ainda assim, o movimento
perde a força e com o exílio de cineastas se extingue aos poucos.

É em meio a este cenário que surge então um novo grupo de jovens diretores que tenta
fugir dos modelos criados por Glauber Rocha e seus companheiros de movimento.
Neville d’Almeida, Júlio Bressane, Luiz Rosemberg, Andrea Tonacci e outros
apresentam narrativas fragmentadas e baseadas no imaginário fantasioso, mas que
rejeitavam o cinema espetáculo (tendência para a qual caminhava o Cinema Novo).

Conhecida como a estética do lixo, ou ainda udigrudi (referência cômica ao


termo underground norte-americano) a nova fase do cinema brasileiro contava com
elementos de histórias em quadrinhos, histórias policiais, personagens cômicos e temas
polêmicos como feminismo, sexo, drogas e violência deram uma nova cara ao cinema
nacional. Indo contra os “bons costumes” da classe média e contra os prestigiados
“cinemanovistas” o Cinema Marginal surge como um movimento corajoso que,
diferentemente do Cinema Novo, tenta reagir aos domínios repressivos da ditadura
militar.

 Também em 1968, Neville d’Almeida lança seu filme Jardim de Guerra que apesar do


tema político (característica herdada do Cinema Novo) possui uma narrativa repleta de
questões marginais. O longa-metragem logo foi censurado e a atitude repressiva do
governo se seguiu até o exílio de boa parte dos diretores do Cinema Marginal, a partir
dos anos 70.

Muito se especula sobre a disputa entre diretores do Cinema Novo e do Cinema


Marginal, mas é fato que há semelhanças entre os dois movimentos, como a visão
política e social (mesmo que camuflada), a preocupação em chocar o espectador de
alguma forma e a representação do povo brasileiro da época.

Notamos parentescos também em relação à forma e ao estilo, apesar de se diferenciarem


em certos pontos, os dois movimentos apresentam uma identidade estética típica
daquele período, formando em conjunto uma produção homogênea que traduzia o
verdadeiro espírito de contracultura, vigente na época.

A partir desta reflexão podemos comparar este tipo de produção cinematográfica


nacional à nossa produção atual e analisar o que ainda pode ter restado do Cinema Novo
e Cinema Marginal na produção contemporânea. Podemos notar alguns aspectos
comuns talvez em Cidade de Deus, de 2002, responsável pela retomada do cinema
brasileiro. O retrato das camadas populares marginalizadas impulsionado por este filme
revive a postura dos “cinemanovistas” e marginais, apesar de produzido em contexto e
época diferentes.

Podemos associar também Carandiru, de 2003 ao sentimento do movimento marginal


registrando a violência como objeto de nossa realidade. Ônibus 174, de 2002, inspirado
em uma história real pode ser analisado em paralelo com O Bandido da Luz Vermelha,
também baseado em fatos ocorridos na época de seu lançamento.

Teatro no mais duro Golpe Militar


Com grande participação na resistência cultural durante o período da ditadura, o Teatro
despertava o Senso Crítico e questionamentos através de suas encenações que empeças
embora em suas apresentações partisse de peças estrangeiras de autores como Sartre e
Brecht.

Baseadas em diretrizes das “escolas sem partidos”, artistas deste período lutavam pela
Liberdade de Expressão, uma vez que diante dos questionamentos políticos
apresentados, seus militantes sofriam a dura repressão de todas ideias contraditórias as
determinações impostas pelos lideres desta época.

Mesmo com este legado que nos fora por estas diretrizes, ainda há uma resistência
oposta não somente pelos educando em suas “opiniões” que ainda em formação, devido
aos avanços tecnológicos e a propagações de informações improcedentes,
descaracterizam e fomentam ainda mais ideais negativos popularmente maquiados de
respeito e bem comum as massas.

Na década de 60 muitas peças sofriam fortes ameaças em detrimento ao AI5 (Ato


Institucional número 5), que suspendiam quaisquer garantia constitucional, restringindo
também direito a Liberdade de Expressão.

Um dos exemplos de peças que encenavam a realidade brasileira é a do Grupo Arena de


Augusto Boal em SP, além do Grupo de Teatro Oficina (nasceu no Centro Acadêmico
11 de Agosto do Largo de São Francisco em 1958) que além das inovações técnicas e
de linguagem tinha como referência atores como Zé Celso, com o intuito de romper
com a lógica oposta de tal regime.
Outro grupo movido pela resistência, criado pelo Centro Popular de Cultura da Une
o Opinião, em dezembro de 1964 com direção de Augusto Boal e artista como Nara
Leão, contracenam peça que com nome dado ao grupo intitulam suas manifestações
utilizou a músicas como disfarces driblando a censura, tornando assim um grupo
emblemático na história brasileira.

Exemplos de outros espetáculos:

• Liberdade Liberdade de Millor Fernandes e Flávio Rangel;


• Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come de Vianinha e Gullar.

Protesto reuniu Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e
Norma Bengell em 1968.

A peça Roda Vida de Chico Buarque e sofreu dura repressão que com a atuação do
Comando de Caça aos Comunistas que invadiram o teatro onde a peça era encenada,
espaçando os atores e destruindo o cenário, além de obrigar atores Rodrigo Santiago e
Marília Pera a passar nus na rua pública.
Música nos anos 60 e 70

Os Beatles e The Rolling Stones são os ícones da música nos anos 60, enquanto Bob
Dylan representa a música de protesto. No Brasil, Elis Regina inaugura a Música
Popular Brasileira (MPB) em 1965, quando interpreta Arrastão, de Vinícius de Moraes
e Edu Lobo. O movimento é consolidado no Festival de Música Popular Brasileira da
TV Record. 

Dois anos depois, em 1967, surge a Tropicália, de Caetano Veloso e Gilberto Gil e Os
Mutantes, com Tom Zé e Torquato Neto. A Jovem Guarda ditava o figurino e fazia
sucesso na televisão, e foi um movimento cultural brasileiro surgido em meados da
década de 1960, que mesclava música, comportamento e moda. Surgida em agosto de
1965, a partir de um programa televisivo exibido pela TV Record, em São Paulo,
apresentado pelo cantor e compositor Roberto Carlos, conjuntamente com o também
cantor e compositor Erasmo Carlos e da cantora Wanderléa, a Jovem Guarda deu
origem a toda uma nova linguagem musical e comportamental no Brasil.

Sua alegria e descontração transformaram-na em um dos maiores fenômenos nacionais


do século XX. Sua principal influência era o rock and roll do final da década de 1950 e
início dos 1960 e o soul da Motown. Grande parte de suas letras tinham temáticas
amorosas, adolescentes e açucaradas - algumas das quais, versões de hits do rock
britânico e norte-americanos da época. Por essa inspiração, a Jovem Guarda tornou-se o
primeiro movimento musical no país que pôs a música brasileira em sintonia com o
fenômeno internacional do rock da época, catalisado especialmente pelos Beatles.

Música na Ditadura

De maneira combativa muito dos importantes, e hoje consagrados, artistas brasileiros


buscaram maneiras de driblar o retrocesso artístico que censura trouxe consigo. Muitas
dessas músicas tornaram-se um marco de uma época que o Brasil não pode esquecer. A
ditadura militar é uma lembrança de um governo que precisamos combater. Seja através
da arte, da participação na política, em atos civis e principalmente, estudando e
compreendendo a nossa história. 

Pra Não Dizer que Não Falei das Flores é uma canção escrita e interpretada por
Geraldo Vandré, que ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de
1968. Ela tornou-se um hino de resistência dos movimentos contra à ditadura militar
brasileira. O sucesso foi enorme o que levou os militares a proibi-la, em sua letra a
música incita o povo a resistir, unir forças contra a violência e opressão de um governo. 

Chico Buarque foi um alvo recorrente da ditadura, tendo dezenas de músicas


censuradas. Apesar de você foi lançada em 1970, durante o governo do general Médici.
A letra faz uma clara referência a este ditador e por falar implicitamente sobre a falta de
liberdade durante do governo. Para driblar a censura, ele usou a desculpa que a música
contava a história de uma briga de casal. A desculpa de certa maneira funcionou, o
disco foi gravado e a música conquistou os ouvintes das rádios de todo o país. No
entanto os oficiais do exército logo perceberam a real intenção e a canção foi proibida
de tocar nas rádios. Oito anos mais tarde, durante o final do governo do general Ernesto
Geisel a canção foi liberada. 

Apesar de Você é uma canção que eleva a força do povo. Deixando claro que apesar de
um governo ditador ter a força de abafar a manifestação popular ele não consegue
manter o povo para sempre debaixo de sua censura, que haverá a cobrança cedo ou
tarde. 

O Bêbado e o Equilibrista, foi composto por Aldir Blanc e João Bosco e gravado por


Elis Regina, em 1979. A canção ganhou o apelido de o “Hino da Anistia”. Representava
o pedido da população pela anistia, um movimento consolidado no final da década de
70. A letra fala sobre o choro de Marias e Clarisses, em alusão às esposas do operário
Manuel Fiel Filho e do jornalista Vladimir Herzog, assassinados sob tortura pelo
exército. Também há o pedido da “volta do irmão do Henfil”, que era o sociólogo e
ativista Hebert José de Sousa, exilado no México. 

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