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POP – Prevenção de

Quedas em Pediatria

Versão 1/2020

Unidade de
Gerenciamento de Risco
Assistencial
Universidade Federal de Pernambuco
Hospital das Clínicas
Prof. Romero Marques

Tipo do PROCEDIMENTO POP.UGRA.006 – Página 1/9


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Título do PREVENÇÃO DE QUEDAS EM PEDIATRIA Emissão: Próxima revisão:
Documento 01/08/2020 01/08/2022
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1. OBJETIVO
Reduzir a ocorrência de queda de pacientes na enfermaria de pediatria e o dano dela
decorrente, por meio da implantação/implementação de medidas que contemplem a avaliação de
risco do paciente, garantam o cuidado multiprofissional em um ambiente seguro, e promovam a
educação do paciente, familiares e profissionais.

2. MATERIAL
• Prontuário médico
• Caneta
• Equipamento de Proteção Individual

3. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

3.1. Responsabilidade e rotina por profissional

3.1.1. É de responsabilidade do Técnico ou Auxiliar de Enfermagem:


• A manutenção da identificação de risco de queda, bem como observância da conduta
de prevenção preconizada pela equipe;
• Prontamente prestar assistência à criança se ocorrer queda;
• Comunicar o incidente ao enfermeiro da equipe assistencial.

3.1.2. É de responsabilidade do Enfermeiro:


• Aplicar a Escala Humpty-Dumpty pediátrica e avaliar o risco de queda do paciente no
momento de sua internação;
• Reavaliar diariamente todos os pacientes;
• Registrar em prontuário o risco de queda do paciente;
• Esclarecer aos pacientes e seus acompanhantes sobre o risco de queda;
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• Estabelecer medidas preventivas na prescrição de enfermagem a todo usuário que


apresentar risco de queda;
• Adotar medidas preventivas de queda na unidade de internação;
• Prontamente atender o paciente quando ocorrer algum tipo de queda dentro da
unidade;
• Solicitar avaliação médica sempre que ocorrer uma queda;
• Registrar o incidente, bem como a conduta tomada no prontuário do paciente;
• Notificar o incidente no VIGIHOSP.

3.1.3. É de responsabilidade da Hotelaria:


• Manter um ambiente seguro no âmbito da higiene e organização, de forma a deixar as
passagens livres;
• Sinalizar com placas, identificando piso úmido, durante procedimentos de limpeza e
higienização;
• Manter os pisos limpos e secos;
• Prover mobiliário em adequadas condições de uso (camas, bancadas, suportes, escadas,
etc.).

3.1.4. É de responsabilidade do Serviço de Internação:


• Orientar o acompanhante/responsável sobre a necessidade de cumprir todas as normas
e rotinas existentes na instituição;
• Entregar folder institucional sobre segurança do paciente na internação do paciente
dentro da instituição.

3.1.5. É de responsabilidade da Equipe Multiprofissional:


• Conhecer e cumprir esta rotina;
• Cuidado com as crianças ao serem colocadas na maca para procedimentos no posto de
enfermagem e na realização de transportes para realização de exames e procedimentos;
• Comunicar a equipe assistencial quando presenciar uma queda dentro da unidade.
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3.1.6. É de responsabilidade de todos:


• A criação e manutenção de um ambiente seguro;
• O cuidado com a criança em relação ao acesso ao elevador, a rampa e a escada que
ligam a pediatria;
• Notificar o incidente no VIGIHOSP.

4. ROTINA PARA CRIANÇAS COM RISCO DE QUEDA

4.1. Relacionadas à acomodação:


• Crianças menores de 36 meses deverão ser acomodadas em berços com grades elevadas
na altura máxima. Crianças sem mobilidade poderão ser acomodadas em camas, de
acordo com avaliação do profissional responsável, porém com as grades elevadas;
• Crianças maiores de 36 meses poderão ser acomodadas em camas com as grades
elevadas;
• O acompanhante/responsável será orientado quanto à impossibilidade de dormir com
a criança na cama ou berço. O descanso deste familiar deve ser realizado juntamente à
cadeira que a instituição disponibiliza durante toda a internação.

4.2. Relacionadas ao transporte:


• Crianças com até 36 meses deverão ser transportadas no colo do
acompanhante/responsável e este em cadeira de rodas quando necessitarem sair da
unidade de internação;
• Crianças com mais de 36 meses deverão ser transportadas em maca, cadeira de rodas
ou no colo do acompanhante/responsável e este em cadeira de rodas, dependendo da
avaliação do profissional responsável, quando necessitarem sair da unidade de
internação.

4.3. Relacionadas as orientações que devem ser passadas aos acompanhantes/responsáveis:


• A criança não deverá permanecer sem acompanhante;
• Não deixar a criança em lugares altos sem a presença do acompanhante/responsável;
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• Ter cuidado ao segurar o bebê (a maior parte das quedas em menores de 1 ano são do
colo);
• Uso de medicamentos que podem aumentar o risco de queda;
• Manter grades da cama ou berço elevados durante todo o período;
• Não dormir com a criança na cama ou berço;
• A escada não é local apropriado para brincadeira de crianças;
• Informar a enfermagem na troca do acompanhante/responsável.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA O RISCO DE QUEDAS


A soma das pontuações atribuídas a cada um dos 7 parâmetros (mínima 7 e máxima 22)
definirá o grau de risco de queda da criança, de acordo com a Escala Humpty-Dumpty. A criança será
classificada com: Baixo risco de queda: de 7 a 11 pontos na escala Humpty-Dumpty ou Alto risco de
queda: de 12 a 22 pontos na escala Humpty-Dumpty.

5.1 Intervenções na prevenção do risco de queda em crianças, conforme pontuação final da


escala de Humpty-Dumpty

5.1.1. Baixo ou nenhum risco de queda: < 11 pontos


• Cama na posição mais baixa, travada e grades da cama para cima;
• Avaliar a distância entre as grades, de acordo com a criança, utilizar precauções de
segurança adicionais, se necessário;
• Na criança que deambula usar calçados e roupas de tamanho adequado para evitar o
risco de tropeçar;
• Manter o trajeto livre entre a enfermaria e o posto de enfermagem;
• Avaliar a necessidade de iluminação adequada no período noturno,
• Disponibilizar informação para crianças e acompanhantes/ responsáveis.

5.1.2. Alto risco de queda: 12 a 22 pontos


• Cuidados relacionados ao ambiente
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• Não deixar o ambiente totalmente escuro (orientar responsável a utilizar a luz auxiliar
da enfermaria durante a noite);
• Manter a unidade do usuário limpa e organizada, sem acúmulo de materiais e
equipamentos desnecessários;
• Manter o trajeto no quarto/enfermaria livre;
• Manter grades das camas elevadas, independente do risco;
• Manter camas baixas;
• Em nenhum momento a criança poderá ficar sozinha no leito, sem a presença de um
familiar responsável;
• Cuidados relacionados à mobilidade
• A saída do leito deve ser orientada pela enfermagem e toda saída deve ser sempre
acompanhada;
• Se houver prescrição de fisioterapia motora, os exercícios de marcha devem ser
realizados pelo profissional fisioterapeuta;
• Orientar o uso de calçados antiderrapantes;
• Avaliar o nível de dependência após instalação de dispositivos ou equipamentos;
• Manter a grade distal ao profissional elevada no momento de mobilizações no leito;
• Comunicar a equipe multiprofissional do risco de queda e as mudanças de classificações;
• As equipes de diagnósticos devem ficar atentas aos pacientes com pulseira laranja
referente ao risco de queda, no pulso da criança;
• Evitar a locomoção do usuário em trajetos tumultuados, quando possível;
• Orientar os acompanhantes que as crianças não podem correr pelas dependências do
quarto e do hospital;
• Orientar o paciente/ou acompanhante sobre mudanças na prescrição medicamentosa
que possam causar vertigens, tonturas, hipoglicemias e etc.;
• Cuidados relacionados à higiene e conforto
• Orientar o acompanhante/responsável para a criança utilizar chinelos antiderrapantes
durante o banho de aspersão, com ou sem auxílio da enfermagem;
• Acomodar as crianças com necessidades especiais, no que se refere às eliminações,
próximos ao banheiro;
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• Orientar ou auxiliar o acompanhante/responsável no banho de aspersão de crianças que


utilizam cadeira de rodas e/ou com risco para queda, desde que não haja indicação de
banho no leito;
• Orientar meninos com risco para queda a sentar-se no vaso sanitário quando houver
necessidade de utilizá-lo.
• Cuidados relacionados ao repouso
• Assegurar que as camas permaneçam em posição mais baixa, com as rodas travadas e
as grades elevadas;
• Orientar ao acompanhante/responsável não deitar na cama ou berço.
• Cuidados relacionados a cirurgias/ procedimentos/ sedação/ anestesia.
• Informar ao acompanhante/responsável sobre o risco de queda relacionado ao efeito
do sedativo e/ou anestésico;
• Orientar e auxiliar a criança, acompanhante/ responsável a levantar progressivamente
(elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os pés apoiados no chão por 5 a 10
minutos) antes de sair da cama;
• A criança que estiver no leito deverá permanecer com as grades elevadas (pré-
operatório e pós-operatório imediato);
• Atentar para jejum prolongado como por exemplo, logo ao acordar ou em pré e pós-
operatório;
• Permanecer ao lado da criança durante todo o momento de indução e reversão
anestésica;
• Monitorar a reposição e os recursos de tração, em mesa cirúrgica, sempre que
necessário;
• Dispor um número adequado de profissionais para transferir a criança da mesa cirúrgica
para a cama, conforme avaliação do enfermeiro;
• Manter as grades da cama elevadas durante a recuperação do processo anestésico.

5.2 Cuidados especiais:


• Toda criança internada deve ser avaliada quanto ao risco de queda no momento de sua
admissão hospitalar;
• Todas as crianças internadas, devem ser reavaliadas diariamente pelo enfermeiro para
o risco de queda;
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• Na ocorrência de transferência de unidade, mudança de quadro clínico, surgimento de


fatores predisponentes, a criança deve ser reavaliada;
• A avaliação e o acompanhamento do risco de queda em pacientes pediátricos devem
ser realizados por meio da Ficha Mensal de Avaliação de Risco de Queda em Crianças no
Ambiente Hospitalar - adaptada da Escala Humpty-Dumpty pediátrica - (ANEXO 1)
• Para toda criança com ALTO RISCO de queda, deve ser colocada pulseira laranja de
identificação do risco de queda; essa sinalização deve ser colocada em local visível, junto
com a pulseira de identificação do paciente (pulseira branca);
• O acompanhante/responsável deve ser orientado, por todos os profissionais, sobre
cuidados para o risco de queda e da necessidade de estar constantemente com a
criança;
• As medidas preventivas estabelecidas devem ser registradas no prontuário pelo
enfermeiro, bem como o resultado da avaliação;
• Todas as quedas que ocorrerem dentro das dependências do Hospital Escola devem ser
notificadas no sistema do VIGIHOSP imediatamente.

6. INDICADORES:
• Número de quedas com dano.
• Número de quedas sem dano.
• Índice de quedas [(nº de eventos / nº de paciente-dia) x 1000]: este indicador pode ser
monitorado utilizando um diagrama de controle, visando não só construir a série
histórica do evento, como também auxiliar a estabelecer metas e parâmetros de
avaliação.

7. REFERÊNCIAS
ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada- RDC Nº 63, de 25 de novembro de 2011. Dispõe sobre os
Requisites de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde.

ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada- RDC Nº 36, de 25 de julho de 2013. Institui ações para a
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde e dá outras providências.

COSTA-DIAS, M. J. M., FERREIRA, P. L.; Escalas de avaliação de risco de quedas. Rev. Enf. Ref. [online]. v.IV,
n.2, p.153-161, 2014.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de Prevenção de Quedas. Protocolo integrante do Programa Nacional de


Segurança do Paciente. 2013. Disponível em http://proqualis.net/protocolo/protocolo-de-
preven%C3%A7%C3%A3o-de-quedas-0

WOOD ML. Implementing a Humpty Dumpty Falls (tm) Scale & Prevention Program. In: Pursuit of
Excellence. v. 7, n. 1, 2006. PEREIRA R. Queda em Pediatria: Um desafio para a equipe multidisciplinar In:
Anais do 2° Congresso Internacional Sabará de Especialidades Pediátricas [=Blucher Medical Proceedings,
v.1, n.4]. São Paulo: Blucher, 2014.

8. HISTÓRICO DE REVISÕES

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

Elaboração/Revisão Data 01/08/2020


Ana Maria de Carvalho Monteiro
Adélia Cristina Monteiro Pereira Maciel
Análise Data 06/08/2020
Adélia Cristina Monteiro Pereira Maciel – Chefe da UGRA
Validação Data 13/08/2020
Juliana Magalhães Bernardino - Escritório da Qualidade
Aprovação Data 13/08/2020
Luiz Alberto Reis Mattos Júnior - Superintendente
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins lucrativos.
® 2019, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Todos os direitos reservados www.Ebserh.gov.br

9. ANEXOS
Anexo 1: Escala de Humpty Dumpty
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Anexo 1: Escala de Humpty Dumpty

PARÂMETROS CRITÉRIOS PONTUAÇÃO

MENOS DE 3 ANOS 3

IDADE ENTRE 3 E 6 ANOS 2

ENTRE 7 E 12 ANOS 1

MASCULINO 2
SEXO
FEMININO 1

NEUROLÓGICO 4
ALTERAÇÃO NA OXIGENAÇÃO (DIAGNÓSTICO RESPIRATÓRIO,
3
DIAGNÓSTIC DESIDRATAÇÃO, ANOREXIA, ANEMIA, SÍNCOPES/TONTURAS)
O
TRANSTORNOS PSÍQUICOS 2

OUTROS DIAGNÓSTICOS 1

HISTÓRIA DE QUEDA ANTERIOR 4


CRIANÇA FAZ USO DE APARELHO AUXILIAR DE MARCHA, BERÇO
OU CAMA COM MUITOS EQUIPAMENTOS, QUARTO COM POUCA 3
FATORES
ILUMINAÇÃO
AMBIENTAIS
CRIANÇA ACAMADA 2

CRIANÇA QUE DEAMBULA 1


FAZ USO DE 2 OU MAIS DOS SEGUINTES MEDICAMENTOS:
SEDATIVOS, HIPNÓTICOS, BARBITÚRICOS, ANTIDEPRESSIVOS, 3
LAXANTES, DIURÉTICOS OU NARCÓTICOS
MEDICAÇÕES
FAZ USO DE 1 DOS SEGUINTES MEDICAMENTOS: SEDATIVOS,
EM USO HIPNÓTICOS, BARBITÚRICOS, ANTIDEPRESSIVOS, LAXANTES, 2
DIURÉTICOS OU NARCÓTICOS
FAZ USO DE OUTROS MEDICAMENTOS OU NÃO USA 1

NÃO CONSCIENTE DE SUAS LIMITAÇÕES 3

ESTADO ESQUECE SUAS LIMITAÇÕES 2


COGNITIVO
ORIENTADO DE ACORDO COM SUAS CAPACIDADES
1

HÁ 24h 3
CIRURGIA/SE
DAÇÃO/ANES ENTRE 24h E 48h 2
TESIA
HÁ MAIS DE 48h OU NENHUMA 1

TOTAL:

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