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Manual de Iluminação Pública

MANUAL DE
ILUMINAÇÃO
PÚBLICA

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SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDU
COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL
Manual de Iluminação Pública

RESUMO
 Apresentação e Contextualização;
Este trabalho surgiu da necessidade de  Legislação e Aspectos Básicos;
apresentar um manual de boas práticas
de gestão do sistema de iluminação  Gestão de Redes de Iluminação
Pública;
pública aos municípios do Estado do
Paraná, tendo como objetivo subsidiar a  Aspectos Econômicos e Tributários;
Administração Municipal com conteúdo  Aspectos Relativos a
para a adequada operação, manutenção Operação, Administração e
e posterior expansão do sistema de Manutenção;
Iluminação Pública. Além de abranger
também a institucionalização,  Eficiência Energética;
implantação e implementação ou  Medição e Faturamento;
revisão da COSIP para o custeio das
 Modelo de Lei para Instituição
atividades desse sistema.
e Regulação da COSIP;
Para tal, este manual destina-se ao  Metodologia de Formação de Preço da
corpo técnico responsável pela gestão COSIP.
da iluminação pública das prefeituras
municipais, onde procura-se abordar to- Palavras-chave: Gestão de
dos os temas relevantes como: Iluminação Pública do Paraná,
Iluminação Pública

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Manual de Iluminação Pública

SECRETARIA DO mesmo tempo específicas, que


DESENVOLVIMENTO URBANO, DO resultam em maiores benefícios
SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO coletivos, como segurança para todos,
(SEDU/PARANACIDADE) cidades mais iluminadas, atraentes e
valorização de todos os imóveis, dos
Segurança, economia e beleza são públicos aos particulares.
os frutos a se- rem colhidos com um
novo Sistema de Iluminação Pública no Nos cursos de capacitação os
Paraná. Mas nada se consegue gestores públicos conhecem a
sozinho. Neste desafio há o trabalho possibilidade de reajustes ou da
conjunto da Secretaria do instituição da Contribuição para Custeio
Desenvolvimento Urbano, do Serviço de Serviço de Iluminação Pública
Social Autônomo (SEDU / (COSIP) para fazer frente aos custeios
Paranacidade), da Companhia da modernidade. E para os pequenos
Paranaense de Energia (Copel) e, municípios há mais um fator agregador:
agora dos prefeitos municipais. Todos a possibilidade de se uni- rem em
juntos estamos construindo uma nova consórcios para a solução desta e de
imagem de luz, brilho e melhor outras questões que podem beneficiar
qualidade de vida em nosso Estado. a todos os paranaenses. Basta
observar e respeitar as questões legais
Das precárias lâmpadas com óleo de para que o êxito de todos seja o
baleia, pas- sando pela iluminação a resultado final.
gás e, depois, a eletricidade, quando
foram apagados os lampiões das A boa gestão do acervo de
principais cidades do País, chegamos iluminação pública inclui maior
aos dias atuais das econômicas, liberdade e segurança para que as
eficientes e eficazes lâmpadas de LED. famílias possam fazer seus passeios
Mas, até pouco tempo, a iluminação noturnos e aproveitar a vida no que ela
pública não era de responsabilidade nos oferece de melhor: as boas re-
das Prefeituras Municipais, mas agora lações humanas, em um Paraná mais
são. Como fazer para que os fortalecido e desenvolvido
municípios possam arcar com mais igualitariamente.
esta conta, sem prejuízos,
principalmente aos cidadãos.

A resposta está na necessidade de


planejamento, conhecimento, sob uma
nova cultura de gestão com
oportunidades de desenvolvimento
sustentável. Daí, os cursos de
capacitação aos gestores públicos
municipais, criados pela
SEDU/Paranacidade junto com a
Copel. Neles, os gestores públicos
aprendem novas formas orçamentárias
de economia, com visão macro, e ao
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Manual de Iluminação Pública

COMPANHIA PARANAENSE DE Autônomo (Paranacidade), órgão da


ENERGIA (COPEL) Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Urbano (SEDU), para
A iluminação pública é essencial, elaboração deste Manual de Gestão do
atuando como instrumento de Sistema de Iluminação Pública. Aqui é
cidadania, permitindo aos habitantes possível encontrar orientações para a
desfrutar plenamente do espaço adequada operação, manutenção e
público no período noturno. Além de posterior expansão do sistema de
estar diretamente ligada à segurança iluminação pública, além de abranger,
no tráfego, a iluminação pública previne também, a institucionalização,
a criminalidade, embeleza as áreas implantação e implementação ou
urbanas, destaca a arquitetura e o revisão dos parâmetros para o custeio
patrimônio histórico das cidades, facilita das atividades desse sistema (COSIP).
a hierarquia viária, orienta percursos e
assegura o melhor aproveitamento das Nosso objetivo, enfim, é oferecer aos
áreas de lazer. Isto tudo quer dizer que gestores municipais subsídios para a
o correto trato da luz urbana resgata o ampliação e maior eficiência do serviço
sentimento de valorização e melhor de iluminação pública, promovendo o
imagem da cidade e ajuda na desenvolvimento social e econômico
construção da identidade local, dos municípios paranaenses, tornando-
contribuindo para melhor qualidade de os cidades inteligentes e sustentáveis
vida da população. perceptíveis pelos seus cidadãos.

O gerenciamento do acervo de
iluminação pública dos municípios já foi
prestado pelas concessionárias
distribuidoras de energia. Contudo, por
determinação da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), amparada
pelo inciso V do art. 30 da Constituição
Federal, a gestão de todo esta acervo
foi transferida integralmente para os
municípios, que têm, portanto,
competência de organizar e prestar,
diretamente ou sob regime de
concessão ou contratação, os serviços
públicos de interesse local.

Para orientar os administradores


públicos na tarefa de gerenciamento e
manutenção do acervo de iluminação
pública, foi estabelecida uma parceria
entre a Companhia Paranaense de
Energia (Copel) e o Governo do Estado
do Paraná, por meio da
Superintendência do Serviço Social
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Manual de Iluminação Pública

AGRADECIMENTOS

O Manual de Iluminação Pública é o resultado do trabalho de muitos técnicos do


Paranacidade e da Copel, com destaque para a ideia inicial e tenacidade de Jorge
Goelzer, da Coordenadoria de Projetos da Paranacidade, e pela incansável
organização de Carlos Eduardo Ziesemer Bernardi, do Setor de Procedimentos,
Fatura- mento, Cobrança e Arrecadação da Copel.

Equipe técnica:

COPEL:

Breno Cesar Souza Castro - Coordenador Geral

Adriana Angela Antoniolli

Alessandra Mara Silveira Coradassi

Aparecido Alberto Tomazeli

Bruno Massaneiro Sucek

Carlos Eduardo Ziesemer Bernardi

Evandro Luiz Zaclikevisc

Fernando Bauer Neto

Fabio Maciel Borges

João Carlos Fariniuk

João Silva dos Santos Jose Arthuro Teodoro

José Roberto Lopes

Kelly de Oliveira Mehret

Laudair Lauxen
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Manual de Iluminação Pública

Lourival Lovato

Maristela Pereira

Purkot Nivia

Mara Lubas

Pedro Luiz Gubert Brandt

Rafael Arsie Guimaraes

Rozemery Zimpel

Paranacidade:

David Piovezan Pierin

Jorge Goelzer

Luiz Antonio Xavier da Silveira

Oriel Eduardo da Cruz

Silvana Aparecida dos Anjos

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Manual de Iluminação Pública

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 15
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18
2. ASPECTOS LEGAIS ..................................................................................... 20
2.1. Regulamentação dos Serviços de Iluminação Pública ................................. 20
2.2. Custeio do Sistema de IP ............................................................................. 23
2.3. Outorga para prestação do serviço público .................................................. 26
2.4. Acervo de Iluminação Pública....................................................................... 26
3. PLANEJAMENTO E GESTÃO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA.. 28
3.1. Formas de gestão do sistema de iluminação públicaErro! Indicador não definido.
3.2. Gestão do sistema de iluminação pública .................................................... 29
3.2.1. Execução da gestão por meio da administração municipal direta ................ 30
3.2.2. Execução dos Serviços por terceiros (Processo licitatório) .......................... 30
3.2.3. Fornecimento de material ............................................................................. 30
3.3. Consórcios .................................................................................................... 30
3.4. Parceria Público-Privada (PPP) .................................................................... 30
3.4.1. Estruturação dos projetos de PPP ................................................................ 31
3.4.2. Licitação do projeto de PPP.......................................................................... 31
3.4.3. Software de Gestão e Cadastro Georreferenciados do s pontos de IP ........ 31
4. MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE REDES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA ... 31
4.1. Limites de responsabilidades no sistema de iluminação pública .................. 32
4.2. Principais componentes do sistema de iluminação pública .......................... 33
4.3. Aspectos contábeis a serem considerados .................................................. 33
4.4. Configurações para manutenção no sistema de Iluminação Pública ............ 33
4.4.1. Iluminação pública de comando individual ................................................... 33
4.4.2. Iluminação pública de comando em grupo ................................................... 34
4.5. Acordo operativo ........................................................................................... 34
5. ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS ............................................ 35
5.1. Classificação e Cadastro .............................................................................. 35
5.1.1. Ligações especiais de equipamentos de trânsito ......................................... 36
5.1.2. Ligações em vias internas de condomínios .................................................. 37
5.2. Conferência de carga da iluminação pública e ligações especiais ............... 37
5.2.1. Implantações e alterações de carga da iluminação pública .......................... 38
5.3. Medição ........................................................................................................ 38
5.4. Faturamento ................................................................................................. 39
5.4.1. Cálculo do consumo de energia elétrica no sistema de iluminação pública . 39
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Manual de Iluminação Pública

5.4.2. Cálculo do consumo de ligações especiais .................................................. 40


5.5. Base de cálculo para cobrança aos contribuintes......................................... 41
5.6. Metodologia para formação de preço da Cosip ............................................ 42
6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................................................... 45
6.1. Eficiência energética do sistema de iluminação pública ............................... 45
6.1.1. Procedimentos básicos voltados à qualidade da iluminação pública............ 45
6.2. Análise técnica.............................................................................................. 46
6.3. Alternativas de substituição de lâmpadas ..................................................... 47
6.4. Cálculos técnicos .......................................................................................... 47
6.5. Fluxo luminoso.............................................................................................. 47
6.6. Vida mediana da lâmpada ............................................................................ 48
6.7. Análise econômica ........................................................................................ 48

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Manual de Iluminação Pública

GLOSSÁRIO

transparente em acrílico, em
aneel: Agência Nacional de Energia policarbonato ou em poliestireno, que
Elétrica, autarquia em regime especial, permite difundir a luz. O difusor ideal
vinculada ao Ministério de Minas e possui prismas curvilíneos
Energia -MME, criada em dezembro de
1996. A Agência regula e fiscaliza as construídos na superfície externa, que
atividades de geração, transmissão, direcionam o fluxo luminoso em uma
distribuição e comercialização de distribuição uniforme, sem ofuscar a
energia. Também media conflitos entre visão.
consumidores e agentes do mercado e
entre os próprios agentes; concede, dimer: Dispositivo que possibilita variar
permite e autoriza instalações e o fluxo luminoso das lâmpadas numa
serviços de energia; homologa reajustes instalação, a fim de ajustar a
tarifários; assegura a universalização e iluminância. É um recurso utilizado
a qualidade adequada dos serviços normalmente apenas em lâmpadas
prestados, e estimula investimentos e a incandescentes. Os dímeres que
competição entre os agentes do setor. trabalham apenas com resistores de
potência não economizam energia, pois
bulbo da lâmpada: Envoltório de vidro apenas contrabalançam a potência
que protege o seu filamento e dá forma entre a lâmpada e o resistor
à lâmpada.
Eletrobrás: Criada em 1961, a Centrais
candela: (do latim vela) é a unidade de Elétricas Brasileiras S/A é uma empresa
medida básica do Sistema Internacional pública, vinculada ao MME. Holding das
de Unidades para a intensidade concessionárias federais de geração e
luminosa. Ela é definida a partir da transmissão de energia elétrica, a
potência irradiada por uma fonte Eletrobrás tem como subsidiárias a
luminosa em uma particular direção. Companhia Hidrelétrica do São
Seu símbolo é cd. Francisco (Chesf), Eletronorte,
Eletrosul, Furnas e Companhia de
consumidor de baixa Renda: Geração Térmica de Energia Elétrica
Consumidor residencial atendido por (CGTEE). Possui metade do capital de
circuito monofásico que, nos últimos 12 Itaipu Binacional. Congrega, ainda, o
meses, tenha tido consumo mensal Centro de Pesquisas de Energia
médio inferior a 80 kWh/mês. Os Elétrica (Cepel) e opera os programas
consumidores que gastam entre 80 e do governo na área de energia como o
220 kWh/mês também serão considera- Procel, Luz no Campo e Reluz.
dos de baixa renda, mas os critérios
ainda serão definidos pela Aneel. A Fator de potência: Razão entre a
definição consta da Lei 10.438 (2002). potência ativa
[W] e a potência aparente [VA]. De
consumidor do subgrupo b4: Unidade forma semelhante, o fator de potência
consumidora caracterizada como pode ser obtido pela razão entre a
iluminação pública. energia ativa [Wh] e a energia aparente
[VAh].
difusor da luminária: O difusor da
luminária é um sistema ótico
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Manual de Iluminação Pública

ignitor: O ignitor para lâmpadas de IRC faz uma correspondência entre a


descarga é um dispositivo auxiliar cor real de um objeto e a que ele está
utilizado juntamente com o reator tendo apresentando diante da fonte de luz.
o objetivo de gerar um pulso de tensão Convencionalmente, o IRC varia entre 0
que possibilita o acendimento de e 100% e de acordo com a fonte
lâmpadas multivapores metálicos e luminosa do ambiente a que se destina.
vapor de sódio alta pressão. O ignitor Quanto mais alto o IRC, melhor é a
permanece em operação mesmo com a fidelidade das cores. Unidade:
lâmpada fora do circuito, ou quando a porcentagem (%).
lâmpada estiver com defeito.
intensidade luminosa: Medida da
iluminância: Fluxo luminoso incidente percepção da potência emitida por uma
por unidade de área iluminada, ou ainda fonte luminosa em uma dada direção.
em um ponto de superfície, a densidade Unidade: candela (cd).
superficial de fluxo luminoso recebido. É
o fluxo luminoso (lúmen) incidente numa kilovolt (kv): Unidade de medida de
superfície por unidade de área (m²), tensão. Um kV representa 1.000 Volts
medido com um aparelho chamado (V).
luxímetro. Um lux corresponde à
iluminância de uma superfície plana de kiloWatt (kW): Unidade de potência. Um
um metro quadrado de área, sobre a kW representa 1.000 watts. O consumo
qual incide perpendicularmente um fluxo de energia elétrica é re- presentado
luminoso de um lúmen. O melhor pelo número de kW gastos em um
conceito sobre iluminância talvez seja período de 1 hora (kWh).
uma densidade de luz necessária para
a realização de uma deter- minada O MegaWatt (MW) possui 1 milhão de
tarefa visual. Os valores relativos à Watts. O GigaWatt (GW) representa um
iluminância foram tabelados por bilhão de Watts. O TeraWatt (TW)
atividade, no Brasil eles se encontram possui um trilhão de Watts.
na NBR 5413 - Iluminância de
interiores. Unidade: lux (lx) lâmpada de descarga elétrica:
Lâmpadas cujo fluxo luminoso é gerado
iluminação pública: Serviço que tem por direta ou indiretamente pela passagem
objetivo prover de luz, ou claridade da corrente elétrica através de um gás,
artificial, os logradouros públicos no mistura de gases ou vapores. Ex.:
período noturno ou nos escurecimentos Fluorescentes compactas, fluorescentes
diurnos ocasionais, inclusive aqueles tubulares, vapor de mercúrio, luz mista,
que necessitam de iluminação vapor de sódio, vapor metálico.
permanente no período diurno.
lâmpada fluorescente compacta:
Índice de Reprodução de cor - iRc: Lâmpada de descarga que emite luz
Medida do grau das cores psicofísicas pela passagem da corrente elétrica
de objetos iluminados pela fonte, em através de um gás. Esta descarga emite
conformidade com os mesmos objetos quase que totalmente radiação
iluminados por um iluminante de ultravioleta (invisível ao olho humano)
referência sob condições específicas. que, por sua vez, será convertida em
Quanto maior o IRC, melhor será o luz pelo pó fluorescente que reveste a
equilíbrio entre as cores. Representa a superfície interna do bulbo. É da
capacidade de reprodução da cor de um composição deste pó fluorescente que
objeto diante de uma fonte de luz. O resultam as mais diferentes alternativas
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Manual de Iluminação Pública

de cor de luz adequa- das a cada tipo temperaturas térmicas e pressões


de aplicação. É ele que determina a atmosféricas. Consiste no uso do efeito
qualidade e a quantidade de luz, além do ciclo halógeno de transmutação do
da eficiência na produção de cor. É de gás com o filamento de tungstênio
volume compacto, próximo ao da renovando o filamento e limpando o
lâmpada incandescente, e possui os tubo de quartzo. Possuem luz um pouco
mais variados formatos. Dispensa mais branca na faixa de 3000 K, e
equipamentos auxiliares para o seu geram mais calor que as
acendimento. incandescentes comuns. Necessitam de
cuidados especiais no manuseio para
lâmpada fluorescente tubular: Lâmpada não criar fissuras no bulbo e explodir
de descarga que emite luz pela pela diferença de atmosferas inter- na e
passagem da corrente elétrica através externa.
de um gás. Esta descarga emite quase
que totalmente radiação ultravioleta lâmpada mista: Combinação de uma
(invisível ao olho humano) que, por sua lâmpada vapor de mercúrio com uma
vez, será convertida em luz pelo pó lâmpada incandescente, ou seja, um
fluorescente que reveste a superfície tubo de descarga de mercúrio ligado em
interna do bulbo. É da composição série com um filamento incandescente.
deste pó fluorescente que resultam as O filamento controla a corrente no tubo
mais diferentes alternativas de cor de de arco e ao mesmo tempo contribui
luz adequa- das a cada tipo de com a produção de 20% do total do
aplicação. É ele que determina a fluxo luminoso produzido. A combinação
qualidade e a quantidade de luz, além da radiação do fósforo e a radiação do
da eficiência na produção de cor. É de filamento incandescente produzem uma
formato tubular e necessita de agradável luz branca. As principais
equipamentos auxiliares para o seu características da luz mista são:
acendimento. Substituem diretamente as lâmpadas
incandescentes em 220 V, não
lâmpada incandescente: São radiadores necessitando de equipamentos auxilia-
térmicos. Consiste num filamento de res (reator, ignitor e starter); Maior
tungstênio alojado no interior de um eficiência e vida média oito vezes maior
bulbo de vidro, que é preenchi- do com que as incandescentes.
gás inerte, uma mistura de um gás
inerte com nitrogênio, ou vácuo. A lâmpada vapor de mercúrio: Nas
corrente elétrica que passa pelo lâmpadas vapor de mercúrio a luz é
filamento aquece-o fazendo atingir produzida pela combinação de
temperaturas de até 3.000°C. Quando excitação e fluorescência. A descarga
da passagem da corrente pelo de mercúrio no tubo de arco produz
filamento, os elétrons se chocam com uma energia visível na região do azul e
os átomos de tungstênio e esta energia do ultravioleta. O fósforo, que reveste o
é transformada, em forma de luz e bulbo, converte o ultravioleta em luz
calor. visível na região do vermelho. O
resultado é uma luz de boa reprodução
lâmpada incandescente halógena: São de cores com eficiência luminosa de até
lâmpadas incandescentes mais 60 lm/W.
evoluídas contendo gases halógenos
para proporcionar uma maior vida lâmpada vapor de sódio: É a mais
média e útil. Possuem bulbo de quartzo, eficiente do grupo de lâmpadas de altas
que é mais resistente às altas intensidades de descarga. A luz é
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Manual de Iluminação Pública

produzida pela excitação de átomos de luminância: Medida de densidade da


sódio aliados a um complexo processo intensidade de luz refletida numa dada
de absorção e reir- radiação em direção, cuja unidade é a candela por
diferentes comprimentos de onda. O metro quadrado (cd/m2).
resultado é uma luz branco-dourada
com uma eficiência luminosa de 130 Postes: Os postes utilizados como
lm/W. suporte para o conjunto de IP
geralmente são os postes de
lâmpada vapor metálico: Além de ter propriedade da Distribuidora de
uma exce- lente reprodução de cores, é Distribuição de Energia Elétrica, são
atualmente a fonte de luz branca de postes de circular (concreto e fibra),
maior eficiência disponível no mercado. duplo T (concreto), de madeira de
A luz é produzida pela excitação de vários tamanhos e capacidades. É
átomos de aditivos metálicos em tubo comum também encontrarmos postes
de arco de quatzo. ornamentais, que já são de propriedade
dos Municípios.
lighting emmitted Diodes – LED:
Componentes semicondutores que têm Potência: É o produto da tensão pela
a propriedade de transformar energia intensidade da corrente elétrica, parcela
elétrica em luz. A luz gerada pelos Leds transformada efetiva- mente em
é originada através do aquecimento potência luminosa. Além da potência da
destes semicondutores por uma lâmpada, considera-se também a
pequena corrente elétrica, gerando uma potência consumida pelo reator. Sua
luz bastante intensa. Os LEDs podem unidade é o Wat (W).
ser de baixa (0,1W), média (0,2W à
0,5W) e de alta potência (acima de Procel: Programa Nacional de
0,5W). Em geral, os de baixa e média Conservação de Energia Elétrica, o qual
potência são utilizados para sinalização tem por objetivo promover a
e efeitos decorativos. Os de alta racionalização da produção e do
potência já podem ser aplicados em consumo de energia elétrica no país
iluminação geral. para eliminar os desperdícios e,
consequentemente, reduzir custos e a
linha de distribuição: Equipamentos necessidade de investimentos setoriais.
elétricos uti- lizados para a distribuição Foi instituído em 1985 pelos ministérios
da energia elétrica aos seus de Minas e Energia e da Indústria e
consumidores finais, operando com Comércio, mas em 1991 foi
baixas tensões transformado em programa de governo.
O Procel utiliza recursos da Eletrobrás,
linha de transmissão: Equipamentos da Reserva Global de Reversão (RGR)
elétricos uti- lizados para o transporte e de entidades internacionais.
de energia elétrica entre o centro
gerador e o centro consumidor, Quilowatt-hora (kWh): Unidade de
operando com altas tensões energia muito comum na Eletrotécnica,
que equivale a 3.600.000 Joules
lumem: Fluxo luminoso emitido por uma
fonte puntiforme e invariável de 1 reator eletromagnético: Primeiro
candela, de mesmo valor em todas as conceito de dispositivo de acendimento
direções, no interior de um ângulo de lâmpadas de descarga em geral,
sólido de 1 esterradiano. composto de um núcleo de ferro,
conjugando
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Manual de Iluminação Pública

refletor da luminária: Sistema ótico


várias lâminas de silício e bobinas de fio estampado em alumínio que recebe
de cobre es- maltado, revestidos em acabamento de anodização e selagem
alguns casos nas áreas livres internas ou pintura em epóxi. Funciona como um
com resina de poliéster. Processos espelho, refletindo e direcionando a luz
existentes de acendimento para para um foco mais específico.
lâmpadas fluorescente: Convencional
com starter e o Partida Rápida. tarifa de energia: Preço da unidade de
Processos existentes de acendimento energia elétrica expressa em função de
para lâmpadas de descarga de alta kWh consumidos e/ ou da demanda de
intensidade com ignitor, dispositivo potência ativa que recai sobre uma
auxiliar, e Sem ignitor, usando eletrodo unidade consumidora
de partida interno da lâmpada
tarifa de energia binômia: Conjunto de
Reajuste tarifário: Atualização dos Tarifas de fornecimento constituído por
preços da energia elétrica prevista nos preços aplicáveis ao consumo de
contratos de concessão, com objetivo energia elétrica ativa e à demanda
de preservar o equilíbrio econômico e faturável.
financeiro das empresas. Pelos
contratos, existem três modalidades de tarifa de energia monômia: Conjunto de
reajuste tarifário: reajuste anual, revisão tarifas de fornecimento de energia
periódica e revisão extraordinária. elétrica constituídas por preços
aplicáveis unicamente ao consumo de
Reator eletrônico: Conceito mais energia elétrica ativa.
moderno de dispositivo de acendimento
de lâmpadas de descarga em geral, Temperatura de cor correlata - tcc:
composto basicamente por Classifica a cor de uma fonte de luz,
componentes eletrônicos tipo: diodos, quando comparada com a radiação do
resistores, capacitores, transistores, radiador absoluto. É medida em Kelvins,
filtros, fusíveis, varistores entre outros. e varia de 1.500K, cuja aparência é
Principais vantagens: são silenciosos, laranja/vermelha, até 9.000K cuja
mais compactos, mais leves, emitem aparência é azul.
menos calor no ambiente, consomem
menos energia e possuem vida útil As variações de cor apresentadas pelas
elevada. Esta tecnologia deve lâmpadas são consideradas como:
incorporar, preferencialmente, alto fator ͫ lâmpadas “quentes” com aparência
de potência > 0,92; distorção harmônica amare- lada e temperatura de cor igual
< 33% para prevenir interferências de ou inferior a 3.000K;
rádio frequência e dispositivo de ͫ lâmpadas “neutras” com
proteção contra surto de tensão. As temperatura de cor que varia entre
tecnologias disponíveis para reatores 3.000K a 4.000K;
eletrônicos são basicamente: Bivolts, ͫ lâmpadas “frias” com aparências
sem dispositivos avançados; Monovolts, azul/vio- leta e temperatura de cor
com dispositivos otimizados; Multivolts, superior a 4.000K. A “luz branca
com estabilização para flutuações de natural” é aquela emitida pelo sol em
tensão do circuito ou dimerizáveis que céu aberto ao meio dia, cuja
assimilam oscilações intencionais por temperatura de cor é de 5.800K.
meio de dímeres, regulando o fluxo
luminoso. vida média: Tempo em horas no qual
50% das lâmpadas de um grupo
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Manual de Iluminação Pública

representativo, testadas sob condições


controladas de operação, tiveram
queima.

vida mediana: corresponde à vida em


horas quando, em uma determinada
amostragem, 50% das lâmpadas
falharam.

vida útil: Média de horas em que um


dado número de lâmpadas ensaiadas
atinge a depreciação de 75% de seu
fluxo luminoso, podendo comprometer a
acuidade visual das pessoas. Apesar de
a maioria das lâmpadas continuarem
acesas após atingir este valor, é
recomendável providenciar a troca por
novas lâmpadas.

volt (v): Unidade de tensão elétrica ou


diferença de potencial do Sistema
Internacional de Unidades (SI). Pode-se
dizer que 1 volt representa uma carga
de 1 coulomb que se movimenta entre
dois pontos e transmite 1 joule de
energia

Watt (W): Unidade de Potência do


Sistema Inter- nacional de Unidades
(SI) que é equivalente a 1 Joule
/segundo

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Manual de Iluminação Pública

Com o advento da energia elétrica,


APRESENTAÇÃO destaca-se, inicialmente, que D. Pedro
II, em 1876, convidou Thomas Alva
A iluminação pública, com o caráter Edison para implantar no Brasil a
que conhecemos nos dias de hoje, era iluminação pública, tendo como insumo
inexistente há pouco mais de um este novo tipo de energia. Assim,
século. De caráter doméstico e de primeira cidade brasileira a ter luz
cunho religioso, a iluminação era elétrica nas ruas foi Campos, na então
mantida e custeada por iniciativa província do Rio de Janeiro, em 1883.
particular, sem que houvesse qualquer E, no âmbito mundial, a primeira cidade
participação do Estado. foi Paris.

Até o século XVIII, não existia Historicamente a iluminação pública


iluminação pública nos momentos de de ruas começou baseada em
festas e comemorações, a população conceitos de segurança individual e da
iluminava a fachada das casas com as propriedade e, posteriormente, na
velas feitas de sebo e gordura. No necessidade de identificação do
século XIX, algumas cidades brasileiras cidadão dentro da comunidade e de
passaram a ser iluminadas com sua participação em atividades
lâmpadas de óleo de baleia, públicas. Finalmente, com a invenção
destacando-se a cidade do Rio de do automóvel, a iluminação pública
Janeiro, no ano de 1794, com a veio contribuir para a sinalização e
iluminação pública à base de óleos orientação do tráfego automobilístico.
vegetais e animais. E, em São Paulo, a
utilização de óleos como iluminação Não resta dúvida quanto à
pública chegou somente no ano de importância da iluminação pública na
1830. É importante destacar que eram vida de uma cidade – ela está
necessários funcionários que diretamente relacionada com a
acendessem diariamente as luzes nas qualidade de vida que o Município
ruas das cidades. E, no ano de 1854, oferece aos seus cidadãos, ou seja,
São Paulo foi a primeira cidade maior segurança nos deslocamentos
brasileira a implantar a iluminação a gás tanto de pedestres quanto de veículos,
– esse serviço foi utilizado na cidade até áreas de lazer disponíveis no período
meados de 1936, quando foram noturno, embelezamento da cidade,
apagados os derradeiros lampiões. definição da hierarquia viária, maior
integração social.

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Figura 1 - Cronologia da Implantação da Iluminação Pública- Capitais do Brasil
Manual de Iluminação Pública

Esse serviço compreende o ou, para realização de atividades que


fornecimento de energia elétrica para visem a interesses econômicos.
iluminação de ruas, praças, avenidas,
túneis, passagens subterrâneas, E, para custear a conservação, a
jardins, vias, estradas, passarelas, manutenção e a ampliação do sistema
abrigos de usuários de transportes de iluminação pública recursos
coletivos, e outros logradouros de provenientes, principalmente, da
domínio público ou delegados pela arrecadação da Contribuição de
Administração Municipal, mediante Iluminação Pública - CIP ou
concessão ou autorização. Contribuição para Custeio do Serviço
de Iluminação Pública - COSIP, pelos
Inclui-se, também, nesse serviço o municípios.
fornecimento destinado à iluminação de
monumentos, fachadas, fontes A Resolução Normativa nº 414/2010
luminosas e obras de arte de valor da Agência Nacional de Energia
histórico, cultural ou ambiental, Elétrica – ANEEL, que estabelece as
localizadas em áreas públicas e condições gerais de fornecimento de
definidas. energia elétrica, trouxe dentre outras
mudanças, que as distribuidoras de
Destaca-se que os benefícios de energia elétrica deveriam transferir à
uma iluminação pública eficiente pessoa jurídica de direito público os
podem ser explorados, também, no ativos do sistema de iluminação
sentido de melhorar a imagem de uma Pública – IP, a elas pertencentes,
cidade, favorecendo o turismo, o registrados como Ativo Imobilizado em
comércio, o lazer noturno, melhorando Serviço - AIS, além de outras
a segurança pública no tráfego, determinações.
sendo inclusive um indicador de
desenvolvimento da mesma, fatores, Dentre várias normativas, é
estes, de interesse do Poder Público estabelecido no art. 218 da já referida
Municipal. REN 414/2010 que os acervos de
iluminação pública que estiverem
Estes benefícios, ao longo do tempo, registrados como Ativo Imobilizado em
são almejados pelos administradores Serviço das concessionárias devem ser
públicos, favorecidos pela transferidos para a pessoa jurídica de
disseminação de conhecimento a direito público, sendo um dos
respeito de várias alternativas argumentos para isso o determinado na
tecnológicas aplicáveis aos sistemas própria Constituição Federal, além de
de iluminação pública, apresentadas garantir menor tarifa aplicável ao
principalmente por fabricantes e consumo de energia para a iluminação
fornecedores do setor. pública, visto que sob a
responsabilidade das distribuidoras a
Por outro lado, exclui-se deste tipo tarifa aplicada era a B4b, que era cerca
de serviço o fornecimento de energia de 9,5% superior a B4a, utilizada onde
elétrica que tenha por objetivo qualquer os acervos pertencem aos municípios,
forma de propaganda ou publicidade, com a finalidade de remunerar os
serviços de manutenção e operação.
16
Manual de Iluminação Pública

Além dos aspectos energéticos, que


impactam diretamente nos custos de
manutenção dos sistemas, os
administradores, em especial as
prefeituras, devem considerar os
impactos que a iluminação pública
causa no cotidiano das pessoas e,
consequentemente, no
desenvolvimento de uma cidade. É
importante ressaltar que a gestão não
centralizada do serviço de iluminação
pública pode resultar em uma
discrepância muito grande da
qualidade do serviço prestado em
diversos municípios, fruto das
diferentes competências técnicas e
financeiras existentes nas
administrações públicas.

17
Manual de Iluminação Pública

elétrica que tenha por objetivo qualquer


1. INTRODUÇÃO forma de propaganda ou publicidade,
ou, para realização de atividades que
Esse serviço compreende o visem a interesses econômicos.
fornecimento de energia elétrica para
iluminação de ruas, praças, avenidas, E, para custear a conservação, a
túneis, passagens subterrâneas, manutenção e a ampliação do sistema
jardins, vias, estradas, passarelas, de iluminação pública recursos
abrigos de usuários de transportes provenientes, principalmente, da
coletivos, e outros logradouros de arrecadação da Contribuição de
domínio público ou delegados pela Iluminação Pública - CIP ou
Administração Municipal, mediante Contribuição para Custeio do Serviço
concessão ou autorização. de Iluminação Pública - COSIP, pelos
municípios.
Inclui-se, também, nesse serviço o
fornecimento destinado à iluminação de A Resolução Normativa nº
monumentos, fachadas, fontes 414/2010 da Agência Nacional de
luminosas e obras de arte de valor Energia Elétrica – ANEEL, que
histórico, cultural ou ambiental, estabelece as condições gerais de
localizadas em áreas públicas e fornecimento de energia elétrica, trouxe
definidas. dentre outras mudanças, que as
distribuidoras de energia elétrica
Destaca-se que os benefícios de deveriam transferir à pessoa jurídica de
uma iluminação pública eficiente direito público os ativos do sistema de
podem ser explorados, também, no iluminação Pública – IP, a elas
sentido de melhorar a imagem de uma pertencentes, registrados como Ativo
cidade, favorecendo o turismo, o Imobilizado em Serviço - AIS, além de
comércio, o lazer noturno, melhorando outras determinações.
a segurança pública no tráfego, sendo
inclusive um indicador de Dentre várias normativas, é
desenvolvimento da mesma, fatores, estabelecido no art. 218 da já referida
estes, de interesse do Poder Público REN 414/2010 que os acervos de
Municipal. iluminação pública que estiverem
registrados como Ativo Imobilizado em
Estes benefícios, ao longo do Serviço das concessionárias devem ser
tempo, são almejados pelos transferidos para a pessoa jurídica de
administradores públicos, favorecidos direito público, sendo um dos
pela disseminação de conhecimento a argumentos para isso o determinado na
respeito de várias alternativas própria Constituição Federal, além de
tecnológicas aplicáveis aos sistemas garantir menor tarifa aplicável ao
de iluminação pública, apresentadas consumo de energia para a iluminação
principalmente por fabricantes e pública, visto que sob a
fornecedores do setor. responsabilidade das distribuidoras a
tarifa aplicada era a B4b, que era cerca
Por outro lado, exclui-se deste tipo de 9,5% superior a B4a, utilizada onde
de serviço o fornecimento de energia os acervos pertencem aos municípios,
18
Manual de Iluminação Pública

com a finalidade de remunerar os


serviços de manutenção e operação.

Além dos aspectos energéticos,


que impactam diretamente nos custos
de manutenção dos sistemas, os
administradores, em especial as
prefeituras, devem considerar os
impactos que a iluminação pública
causa no cotidiano das pessoas e,
consequentemente, no
desenvolvimento de uma cidade. É
importante ressaltar que a gestão não
centralizada do serviço de iluminação
pública pode resultar em uma
discrepância muito grande da
qualidade do serviço prestado em
diversos municípios, fruto das
diferentes competências técnicas e
financeiras existentes nas
administrações públicas.

19
Manual de Iluminação Pública

diretamente ou aquiesce em que sejam


2. ASPECTOS LEGAIS prestados por terceiros
(concessionários, permissionários ou
Segundo Hely Lopes Meirelles autorizados), nas condições
(1993), na Federação Brasileira as regulamentadas, e sob controle dessa
entidades com autonomia política Administração, mas por conta e risco
(entidades estatais) são a União, os dos prestadores, mediante
Estados-membros, os Municípios e o remuneração dos usuários.
Distrito Federal. As demais pessoas
jurídicas instituídas ou autorizadas a se São exemplos dessa modalidade de
constituírem por lei são autarquias, ou serviços: transporte coletivo, energia
são fundações, ou são entidades elétrica, água, gás, telefone.
paraestatais (empresas públicas). Esse
conjunto de entidades estatais, Neste capítulo são abordados os
autárquicas, fundacionais e principais aspectos legais e
paraestatais constitui a Administração regulatórios relacionados a Iluminação
Pública em sentido instrumental amplo, Pública- IP.
ou seja, constitui a Administração
centralizada e a descentralizada. 2.1. Regulamentação dos
Serviços de Iluminação
A atribuição primordial da Pública
Administração Pública é oferecer
utilidades aos administrados, não se Sob o ponto de vista constitucional,
justificando sua presença senão para a prestação dos serviços públicos de
prestar serviços à coletividade. Esses interesse local, nos quais se insere a
serviços podem ser essenciais ou iluminação pública, é de competência
apenas úteis à comunidade, daí a dos municípios. Com base nos artigos
necessária distinção entre serviços 30 e 149-A da Constituição Federal,
públicos e serviços de utilidade pública; cabe ao município a obrigação de
mas, em sentido amplo e genérico, organizar e prestar, diretamente ou sob
quando aludimos a serviço público, regime de concessão ou permissão, os
abrangemos ambas as categorias. serviços públicos, incluindo-se aí a
iluminação pública. Por se tratar,
Dessa forma, entende-se que também, de um serviço que requer o
serviço público é todo aquele prestado fornecimento de energia elétrica, está
pela Administração ou por seus submetido, neste particular, à
delegados, sob normas e controles legislação federal. As condições de
estatais, para satisfazer necessidades fornecimento de energia destinado à
essenciais ou secundárias da iluminação pública, assim como ao
coletividade ou simples conveniências fornecimento geral de energia elétrica,
do Estado. são regulamentadas especificamente
pela REN 414/2010.
Serviços de utilidade pública são
os que a Administração, reconhecendo Perante a legislação do setor elétrico
a conveniência desses serviços para os brasileiro, iluminação pública é definida
membros da coletividade, presta-os como “serviço público que tem por

20
Manual de Iluminação Pública

objetivo exclusivo prover de claridade I- qualquer forma de publicidade e


os logradouros públicos, de forma propaganda;
periódica, contínua ou eventual” (REN II- a realização de atividades que
414/2010, art. 2º, XXXIX). visem a interesses econômicos;
III- a iluminação das vias internas
As tarifas de consumo de energia de condomínios; e
elétrica são definidas de acordo com a IV- o atendimento a semáforos,
atividade exercida na unidade radares e câmeras de
consumidora e a finalidade da sua monitoramento de trânsito.
utilização, estando subdivididas em
classes e subclasses, conforme §2º As cargas relativas à iluminação
determina a REN 414/2010. pública devem ser separadas das
Especificamente no art. 53-O para demais cargas com vistas a
enquadramento na classe iluminação possibilitar a aplicação tarifária
pública, temos: correspondente, mediante a
instalação de medição exclusiva ou
Art. 53-O Na classe iluminação pela estimativa do consumo.
pública enquadram-se as unidades
consumidoras destinadas Art. 53-P Para a classe iluminação
exclusivamente para a prestação do pública aplicam-se as tarifas
serviço público de iluminação homologadas pela ANEEL para o
pública, de responsabilidade do Grupo A e, para o Grupo B, as
Poder Público Municipal ou Distrital, tarifas homologadas do subgrupo
ou ainda daquele que receba essa B4a.
delegação, com o objetivo de
iluminar: Cumpre destacar que a tarifa de
I- vias públicas destinadas ao iluminação pública, é em torno de 45%
trânsito de pessoas ou veículos, tais mais barata que a tarifa da classe
como ruas, avenidas, logradouros, comercial.
caminhos, passagens, passarelas,
túneis, estradas e rodovias; e Entretanto, cabe aqui salientar que a
II - bens públicos destinados ao uso iluminação em vias internas de
comum do povo, tais como abrigos condomínios e em rodovias, bem como
de usuários de transpor- tes a energia destinada a semáforos,
coletivos, praças, parques e jardins, radares e câmeras de monitoramento
ainda que o uso esteja sujeito a de trânsito não se enquadram na
condições estabelecidas pela classe iluminação pública, conforme
administração, inclusive o estabelece a já citada resolução
cercamento, a restrição de horários (414/2010), em seu art. 53-H:
e a cobrança.
Art. 53-H Na classe comercial,
§1º Não se inclui na classe serviços e outras atividades
iluminação pública o fornecimento enquadram-se as unidades
que tenha por objetivo: consumidoras onde sejam
desenvolvidas as atividades de
prestação de serviços e demais não
21
Manual de Iluminação Pública

previstas nas demais classes, §1º A distribuidora pode prestar os


dividindo-se nas seguintes serviços descritos no caput
subclasses: mediante celebração de contrato
específico para tal fim, ficando a
(...) pessoa jurídica de direito público
responsável pelas despesas
VI – administração condominial: decorrentes.
iluminação e instalações de uso §2º A responsabilidade de que
comum de prédio ou conjunto de trata o caput inclui todos os custos
edificações; referentes à ampliação de
VII – iluminação em vias: capacidade ou reforma de
solicitada por quem detenha subestações, alimenta- dores e
concessão ou autorização para linhas já existentes, quando
administração de vias de titularidade necessárias ao atendimento das
da União ou dos Estados; instalações de iluminação pública,
VIII – semáforos, radares e observado o disposto nos §§ 1o a
câmeras de monitoramento de 4o do art. 43.
trânsito, solicitados por quem
detenha concessão ou autorização (...)
para controle de trânsito; e
Art. 24. Para fins de faturamento da
(...) energia elétrica destinada à
iluminação pública ou à iluminação
A REN 414/2010 que trata das de vias internas de condomínios, o
condições gerais de fornecimento de tempo a ser considerado para
consumo diário será estabelecido
energia elétrica possui uma seção
pela ANEEL em ato específico,
específica que trata sobre Iluminação
ressalvado o caso de logradouros
Pública – Seção X (artigos 21 a 26) do que necessitem de iluminação
Capítulo II, que além de definir a permanente, em que o tempo é de 24
responsabilidade pela elaboração de (vinte e quatro) horas por dia do
projeto, implantação, expansão, período de fornecimento.
operação e manutenção do sistema de § 1º Faculta-se aos interessados a
iluminação pública, estabelece regras solicitação de alteração do tempo
de faturamento, e dá outras utilizado para estimativa do consumo
providências: diário, mediante apresentação dos
estudos e justificativas para avaliação
Art. 21. A elaboração de projeto, a e autorização prévia da ANEEL,
devendo ser composto de medição
implantação, expansão, operação e
de grandezas elétricas ou do tempo
manutenção das instalações de de acionamento com registros em
iluminação pública são de memória de massa de no mínimo 1
responsabilidade do poder público (um) ano de uma amostra
municipal ou distrital, ou ainda de representativa do sistema de
quem tenha recebido deste a iluminação afetado.
delegação para prestar tais § 2º A tarifa aplicável ao
serviços. fornecimento de energia elétrica para
iluminação pública é a Tarifa B4a.

22
Manual de Iluminação Pública

Municipal deve identificar a melhor


A responsabilidade do município forma possível para custear o sistema
pelas instalações de iluminação de iluminação pública.
pública, também é abordada no artigo
que trata do ponto de entrega da As formas para manter a operação,
energia elétrica: administração e a manutenção do
sistema de IP, bem como a sua
Art. 14. O ponto de entrega é a expansão, são:
conexão do sistema elétrico da
distribuidora com a unidade a) Incluir no Orçamento do
consumidora e situa-se no limite da Município
via pública com a propriedade onde
esteja localizada a unidade Por meio da arrecadação já
consumidora, exceto quando: existente, a Administração Municipal
(...) pode reestruturar o seu orçamento para
VI – tratar-se de ativos de fazer frente às novas despesas.
iluminação pública, pertencentes
ao Poder Público Municipal, caso b) Cobrar por meio do carnê do
em que o ponto de entrega se Imposto Predial e Territorial Urbano
situará na conexão da rede – IPTU
elétrica da distribuidora com as
instalações elétricas de Nessa modalidade, adotada por
iluminação pública. alguns Municípios, a cobrança para o
custeio do sistema de IP deve estar
A REN 414/2010 também possui desvinculada do valor do IPTU, sendo
uma seção (III) do capítulo V, que trata o seu valor discriminado
especificamente do contrato de separadamente.
fornecimento para iluminação pública, o
qual deve ser firmado com os poderes c) Instituir a cobrança do Serviço
públicos municipais, o que concede a de IP pela COSIP
estes órgãos a responsabilidade pela
prestação do serviço público de A Contribuição para o Custeio dos
iluminação pública. Vejamos: Serviços de IP – COSIP – deve ser
criada em Projeto de Lei.
Art. 68. O contrato de iluminação
pública deve ser celebrado com o Importante: As regras do cálculo devem
poder público municipal ou distrital e ser definidas por Lei Municipal e a
conter, além das cláusulas forma de cobrança comunicada por
constantes dos arts. 62 e 62-A, meio de Decreto Municipal.
quando pertinente, outras
relacionadas a: (...) A CIP OU COSIP:

2.2. Custeio do Sistema de IP A Contribuição de Iluminação


Pública – CIP ou a Contribuição para o
Para fazer frente aos gastos com o Custeio do Serviço de Iluminação
sistema de IP o Poder Público Pública – COSIP, cuja finalidade é
23
Manual de Iluminação Pública

custear o serviço de iluminação estabelecidos nos artigos 149 e 195 da


pública, tanto em sua implantação, Constituição Federal.
quanto em sua manutenção, foi
inserida no texto da Carta Magna (art. Cabe registro que as leis
149-A) pela Emenda Constitucional municipais, além do respeito aos
39/2002, que conferiu aos municípios e princípios da legalidade e da
ao Distrito Federal a competência de, anterioridade tributária, não poderão
por lei própria, definir: hipótese de instituir tratamento desigual entre
incidência tributária; base de cálculo; contribuintes na mesma situação.
alíquota e contribuinte e, ainda,
possibilitou que sua cobrança através IMPLANTAÇÃO DA COSIP:
da fatura de energia elétrica do
consumidor: A COSIP será implantada pelo
Município, conforme definido na
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito legislação municipal.
Federal poderão instituir
contribuição, na forma das res- O valor arrecadado da contribuição
pectivas leis, para o custeio do pelo Município deve ser aplicado
serviço de ilumina- ção pública, exclusivamente nas atividades de
observado o disposto no art. 150, I e operação, administração e manutenção
III. (Incluído pela Emenda do sistema de IP, que podem envolver
Constitucional nº 39, de 2002) a expansão e melhoria na qualidade da
prestação desse serviço.
Parágrafo único. É facultada a
cobrança da contribuição a que se O Prefeito Municipal incorre em
refere o caput, na fatura de consumo crime de responsabilidade fiscal na
de energia elétrica. (Incluído pela ocorrência de inobservância desse
Emenda Constitucional nº 39, de princípio. Conforme determina o artigo
2002) 149-A, a receita da COSIP está
vinculada às atividades de prestação
Muito se questionou sobre a criação do serviço de IP.
desta contribuição uma vez que a
iluminação pública não é um serviço A distribuidora de energia elétrica
que se possa custear por meio de taxa, por meio de convênio com o Município
pois é serviço geral e indivisível, pode desempenhar a função de agente
presta-se a arcar com serviços uti arrecadador da COSIP. A arrecadação
universi, direcionados a toda a é feita por meio das contas de energia,
coletividade, o que levaria ao campo conforme está previsto no parágrafo
dos serviços financiados por meio dos único do artigo 149-A da CF/88, bem
impostos. como encontra previsão no artigo 7º do
Código Tributário Nacional.
Contudo, o Supremo Tribunal
Federal declarou a constitucionalidade Importante: Se o Município já houver
da contribuição de iluminação pública, implantado a COSIP pode rever os
categorizando-a como um novo tipo de valores que são arrecadados,
contribuição, que refoge aos padrões acrescentando os custos da parcela de
24
Manual de Iluminação Pública

operação, administração e manutenção necessários à elaboração e execução


do sistema de IP. do programa de trabalho são:

Previsão no Plano Plurianual (PPA), na a) ações orçamentárias


Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
e no Orçamento Anual: >> Ações voltadas à manutenção de
atividades administrativas para a IP:
Os recursos destinados ao custeio dos Despesas Correntes e Despesas de
serviços de operação, manutenção e Capital;
expansão do sistema de IP classificam-
se em dois grupos: >> Ações voltadas à manutenção e
operacionalização dos serviços de IP:
>> receita oriunda do lançamento e Despesas Correntes e Despesas de
cobrança da contribuição para a IP, Capital.
após a sua institucionalização por lei
municipal; >> Ações voltadas à expansão dos
serviços públicos de IP: Despesas de
>> elaboração do programa de trabalho Capital.
constituído de ações e meios
necessários à sua execução. b) ação extra orçamentária de
natureza financeira
Esses recursos devem ser
previstos no orçamento geral do A ação extra orçamentária é
Município, que envolve o Plano paralela à ação do orçamento. Ela é
Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias exclusivamente financeira.
e o Orçamento Anual, conforme
determinado no art. 165 da CF/88, com É constituída de uma parcela
seus respectivos parágrafos e incisos, correspondente à alíquota a ser
ou ainda, em crédito especial conforme aplicada sobre um dos critérios
legislação vigente: relacionados: a receita total; o
resultado auferido no período
>> CF/88, art. 167, inciso V, § 1º; financeiro; o custo total.

>> Lei nº 4.320/1964, artigos 40 e 46 A formação do Fundo de Expansão


e seus respectivos parágrafos e será por meio da aplicação de um
incisos; percentual sobre um dos critérios
adotados, legitimados pela lei
>> Lei Complementar nº101/2000 – Lei municipal.
de Responsabilidade Fiscal.
O Município deve estar atento aos
O PROGRAMA DE TRABALHO: prazos para inclusão no Plano
Plurianual, na Lei de Diretrizes
O programa de trabalho é Orçamentárias e na Lei do Orçamento
elaborado pelo gestor do sistema de IP, Anual, como também na
que será responsável pela sua institucionalização em lei específica,
execução. As ações e meios para implantação da COSIP, de tal
25
Manual de Iluminação Pública

forma que possa ser executada a partir permitida, caso o edital assim disponha,
do ano seguinte. a participação de empresas em
consórcio. Habilitados, os licitantes
2.3. Outorga para prestação do apresentarão suas propostas atendendo
serviço público aos requisitos preestabelecidos no
edital e qualquer pessoa poderá obter
A titularidade da prestação do serviço certidão sobre atos, contratos, decisões
público de energia elétrica – de ou parece- res relativos à licitação ou às
interesse predominantemente local – é próprias concessões ou permissões.
dos Municípios, conforme estabelecido,
ain da que implicitamente, no art. 30, 2.4. Acervo de Iluminação Pública
inciso V, da Constituição Federal de
1988 – CF/88: A Constituição Federal determina
em seu art. 30 que a prestação do
Art. 30. Compete aos Municípios: serviço público de iluminação pública é
de competência dos municípios e, em
V - Organizar e prestar, diretamente seu art. 149-A, possibilita a esses entes
ou sob regime de concessão ou a instituição de contribuição para
permissão, os serviços públicos de
custeio do referido serviço, que por sua
interesse local, incluído o de
vez, pode ser arrecadada por meio da
transporte coletivo, que tem caráter
essencial. fatura de energia elétrica, o que já
ocorre na maioria dos municípios do
A concessão de serviço público é estado do Paraná.
basicamente, o contrato administrativo
formal (firmado mediante licitação, na Portanto, coube ao órgão regulador
modalidade de concorrência), que tem do setor de energia elétrica determinar
como objetivo a delegação da execução junto às distribuidoras de energia
de um serviço do Poder Público ao elétrica, acerca do disposto no art. 218
particular, que se remunerará dos da REN 414/2010, o qual previa a
gastos com o empreendimento e dos efetiva transferência dos ativos de
ganhos normais do negócio, através de
iluminação pública ao Poder Público
uma tarifa cobrada aos usuários. O
Poder Público, a fim de desencadear o Municipal, com o propósito de dar
processo que objetive a concessão, cumprimento ao que dispõe a
publicará ato justificando a conveniência Constituição Federal.
da respectiva outorga e já definindo
objeto, área e prazo. Na prática, a responsabilidade pelo
Subsequentemente, publicará o edital acervo de iluminação pública agregou
de licitação - nos termos das Leis novas tarefas para as administrações
Federais 8.666/93, 8.883/94 e 8.987/95 públicas municipais, seja pela
(art. 18)- sob a modalidade da operacionalização direta das redes -
concorrência, observados os feita pela equipe da prefeitura ou por
dispositivos da lei estadual.
autarquia própria - ou indireta, por meio
da contratação, via licitação, de
Os interessados habilitar-se-ão com
a apresentação de documentação empresas especializadas, incluindo as
relativa à habilitação jurídica, próprias concessionárias.
qualificação técnica e econômico-
financeira e regularidade fiscal, sendo
26
Manual de Iluminação Pública

A partir da transferência dos ativos estabelecido, vários municípios da


de iluminação pública, os municípios região.
passam a ter maior controle sobre
essas operações e podem planejar Diante da alteração de
melhor a ampliação, modernização e o responsabilidade de gestão do sistema
alcance dos serviços em suas áreas. de IP, naturalmente, mudanças
Outro benefício é que, com a gestão ocorreram. Foi transferido ao Poder
dos ativos, o município pode contar Público Municipal o Ativo Imobilizado
com uma redução de aproximadamente em Serviço da IP, ou seja, todos os
9,5% na tarifa de fornecimento de equipamentos e materiais que estão
energia elétrica utilizada pela instalados nos postes das
iluminação pública. distribuidoras de energia elétrica: braço
de iluminação, luminária, lâmpada,
O desempenho desta nova reator, relé, cintas de fixação,
responsabilidade pelos municípios conectores, chaves magnéticas, fio
dependerá da existência da CIP/COSIP controle, condutores de ligação do
e do valor arrecadado. Os municípios conjunto e as fixações. Esses
que já têm a CIP/COSIP devem avaliar equipamentos e materiais compõem o
se a arrecadação é suficiente para sistema de iluminação pública.
fazer frente a todas as despesas com a
iluminação pública. Se o município
dimensionou a CIP/COSIP somente
para o custeio do consumo de energia,
ao assumir a manutenção e operação
desse sistema precisará aumentar a
arrecadação.

O processo tende a ser mais


simples para os municípios de médio e
grande porte, pois apresentam maior
número de pontos de iluminação
pública, tornando-se mais atrativos aos
prestadores desses serviços nos
processos licitatórios, caso optem pela
contratação de terceiros. Há ainda a
possibilidade de estabelecerem
estrutura própria para operar e manter
os ativos de IP.

Para os pequenos municípios, uma


opção pode ser a formação de
consórcios que ampliem a atratividade
do mercado na prestação dos serviços
de IP, ou seja, um mesmo fornecedor
pode atender, mediante cronograma

27
Manual de Iluminação Pública

de eficiência energética dentro de cada


3. PLANEJAMENTO E GESTÃO categoria;
DO SISTEMA DE >> resultados de um parque de IP
ILUMINAÇÃO PÚBLICA eficiente tornam-se exemplo de uso
racional de energia elétrica e
A definição de uma forma de gestão preservação do meio ambiente;
do sistema de IP pela Administração
Pública Municipal requer uma avaliação >> política de segurança pública
cuidadosa dos custos – análise alcançará melhores resultados a partir
econômica e competências necessárias da gestão do sistema de IP gerenciado
– análise técnica para a implantação e pelo Município;
posterior implementação dessa gestão.
>> autonomia para a definição dos
Baseando-se na avaliação das padrões e da identidade visual dos
análises econômica e técnica, uma sistemas, com base em critérios
série de fatores determina a forma a ser sustentáveis, além de favorecer o
escolhida pelo Município. E este pode, comércio, o turismo e o lazer.
então, definir a forma de gestão a ser
utilizada, isto é, se irá executar o Entretanto, é importante destacar
serviço de IP por meio de órgão da alguns cuidados que devem ser
Administração Municipal Centralizada observados:
ou Administração Municipal >> aumento dos gastos com a operação
Descentralizada. e manutenção do sistema de IP e
possível reajuste ou instituição da
Um bom planejamento e uma Contribuição para Custeio do Serviço de
gestão eficiente do sistema de Iluminação Pública (COSIP) para fazer
iluminação pública resultam em frente aos custos;
aspectos positivos para o município,
dentre os quais destacam-se: >> aumento das obrigações técnicas e
de segurança inerentes ao sistema de
>> projetos de melhoria na IP trazem IP;
uma imagem de modernidade e
exemplo de eficiência para a população, >> reclamação dos moradores
quando assumidos pelo Poder Público diretamente ao Poder Público em caso
Municipal; de falta de manutenção.

>> adoção de ações de eficientização DIAGNÓSTICO DO SETOR DE IP NO


no sistema de IP são consideradas BRASIL:
simples, com resultados claramente
percebidos pela população nos O sistema de IP representa em média
Municípios que já implementam os 70,0% do perfil de consumo de energia
princípios da Gestão Energética dos municípios.
Municipal;
Predominância de luminárias com
>> oportunidade de aquisição de tecnologias defasadas:
equipamentos (lâmpadas e luminárias)
eficientes, que possuam a etiqueta >> Alto consumo de energia elétrica;
INMETRO ou Selo PROCEL, por meio >> Baixa eficiência luminosa;
de licitações que exijam melhores níveis

28
Manual de Iluminação Pública

>> Materiais tóxicos (vapor de mercúrio 3.1. Gestão do sistema de


e sódio) – impacto ambiental no iluminação pública
descarte;
>> Necessidade de substituição e A gestão do sistema de iluminação
manutenção frequentes. pública deve contemplar as seguintes
atribuições:
Altos custos de manutenção do
parque de IP  Elaboração de projetos
(implantação, expansão,
>> Os custos decorrentes de Operação, modernização e eficientização);
Administração e Manutenção do parque  Aquisição de materiais,
tem impacto expressivo nas contas equipamentos, veículos;
municipais – baixa eficiência na  Contratação de serviços;
utilização dos recursos disponíveis.  Transporte de materiais e
equipamentos;
Redes de IP sem planejamento  Instalação da rede;
 Fiscalização e
>> Redes construídas sob demanda e Acompanhamento;
não com base em planejamento urbano;  Operação;
 Administração;
>> Muitas áreas com iluminação  Manutenção;
deficiente – impacto na percepção de  Descarte de lâmpadas;
segurança.  Remoção da rede ao final da vida
útil;
Grande potencial de investimento  Provisão Contábil para
não é realizado Depreciação das Instalações em
serviço;
>> Municípios arrecadam a COSIP mas,  Provisão Contábil para
via de regra, não conseguem investir devedores Duvidosos.
adequadamente na melhoria do parque
e dos serviços;
Para exercer estas atribuições é
>> COSIP é tributo de destinação
necessário prover infraestrutura, a
específica para IP – viabilizar
exemplo de:
investimentos.
 Equipe administrativa para o
Pesquisa por amostragem do banco serviço de gestão da rede de IP:
Mundial (bra- sil 2016) Eng. Eletricista, pessoal de apoio
direto;
>> 44,1% dos municípios: receita da  Equipe técnica: Eletricista,
COSIP suficiente, para cobrir todos os ajudante de eletricista, motorista;
custos;  Equipe de atendimento as
solicitação dos clientes;
>> 31,3% dos municípios: receita da  Atividades de apoio indireto:
COSIP insuficiente, para cobrir todos os Contabilidade, Financeira,
custos; Recursos Humanos, Compras de
Materiais, Administração de
>> 24,6% dos municípios: não Estoques, Consultoria Jurídica;
conseguiram avaliar.

29
Manual de Iluminação Pública

 Veículo com cesta de elevação execução dos serviços de manutenção,


hidráulica, para serviços de melhoria e ampliação no sistema de IP
manutenção; serão necessários processos licitatórios
 Veículo leve para serviços de periódicos já que há limitação de no
fiscalização e ronda; máximo cinco anos de vigência para
 Instalações para a equipe técnica estes contratos.
e administrativa;
 Mobiliário para equipe técnica e 3.1.3. Fornecimento de material
administrativa e de atendimento;
 Equipamentos de comunicações Para a execução por meio da
e de informática; administração municipal direta das
 Almoxarifado para atividades de manutenção, melhoria e
armazenamento de materiais a ampliação no sistema de IP também
serem utilizados na rede de IP; são necessários processos licitatórios
 Depósito para materiais retirados periódicos para o fornecimento de
da rede de IP, até a sua materiais.
destinação final;
3.2. Consórcios
O custo para gerir os ativos
provocará um impacto financeiro nas Consórcio Intermunicipal pode
receitas municipais que se não for ser definido como um acordo firmado
observado pode afetar o equilíbrio entre Municípios com o objetivo de
econômico-financeiro desta atividade. contratar empresa especializada ou de
Portanto os municípios deverão rever, trabalhar com suas equipes próprias
obrigatoriamente, os valores da COSIP, para realizar, com economia, as
para que seja preservada a sustentação atividades de operação e manutenção
econômica desse serviço, pelo do sistema de IP nesses Municípios,
equilíbrio entre os custos efetivamente mediante a utilização de recursos
despendidos e as receitas provenientes materiais e humanos disponíveis em
de sua prestação. cada Município.

3.1.1. Execução da gestão por meio O consórcio permite que


da administração municipal pequenos Municípios atuem em
direta parceria e, com o ganho de escala,
melhorem a capacidade técnica,
Nesta forma de gestão, a gerencial e financeira. Também é
Administração Municipal atua como possível fazer alianças em regiões de
gestora da execução dos serviços de interesse comum. Este modelo pode ser
operação e manutenção do sistema de uma solução para atingir a escala
IP. Esse formato exige investimentos na necessária para implementação de
aquisição de materiais e de projetos de PPP
equipamentos e na contratação e
capacitação dos profissionais 3.3. Parceria Público-Privada
envolvidos. (PPP)

3.1.2. Execução dos Serviços por É um contrato de prestação de


terceiros (Processo licitatório) obras ou serviços não inferior a R$ 20
milhões, com duração mínima de cinco
Caso a administração pública anos e máxima de 35 anos, firmado
decida contratar terceiros para

30
Manual de Iluminação Pública

entre empresa privada e o governo propostas de projeto, levantamentos,


municipal. investigações e estudos apresentados
por empresas privadas, com a
Introduzida pela Lei Federal finalidade de subsidiar a Prefeitura na
11.079/2004, o modelo de PPP é estruturação da PPP de IP.
caracterizado pela presença de uma
Sociedade de Propósito Específico As empresas privadas
(SPE), titular das obrigações atribuídas estruturadoras do projeto de PPP
ao concessionário para manutenção, escolhida pela prefeitura são
melhoria e ampliação do sistema de IP. responsáveis pelos estudos de
viabilidade técnica, econômico-
Neste contexto, a SPE é financeira e os estudos jurídicos.
responsável pelos custos do projeto
(investimentos, custos operacionais e 3.3.2. Licitação do projeto de PPP
de manutenção), e é remunerada por
contraprestações pecuniárias a serem O edital e seus respectivos
pagas pela Administração Pública, as anexos elaborados na estruturação do
quais são lastreadas na COSIP projeto de PPP integram os documentos
(Contribuição para o Custeio dos da licitação a ser divulgada para
Serviços de Iluminação Pública) ou na potenciais interessados. A forma de
CIP (Contribuição de Iluminação julgamento das propostas estará
Pública), paga pelos usuários do descritas no edital.
município.

3.3.3. Software de Gestão e Cadastro


3.3.1. Estruturação dos projetos de Georreferenciados do s pontos
PPP de IP
As duas formas mais comuns para A Administração Municipal deve
a modelagem dos projetos de PPP são: levar em conta a necessidade do
levantamento do cadastramento
 Procedimento de imobiliário ou aerofotogrametria entre
Manifestação de Interesse outros, portanto essas atividades devem
(PMI): é um procedimento fazer parte de outro processo. Através
provocado pela do software de gestão será possível
Administração Pública, no efetuar a gestão do acervo de
qual empresas interessadas iluminação pública.
são convidadas a apresentar
propostas de projetos, por
meio de um chamamento 4. MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
público; DE REDES DE ILUMINAÇÃO
 Manifestação de Interesse PÚBLICA
Privado (MIP): é a
apresentação espontânea de As distribuidoras são
propostas para o município concessionárias do serviço público de
feitas pelas empresas distribuição de energia elétrica,
interessadas. signatárias de contratos de concessão,
que preveem métodos regulatórios por
Essas ferramentas jurídicas parte da Aneel, responsáveis pela rede
permitem que o Município obtenha

31
Manual de Iluminação Pública

de distribuição, que fornece energia resíduos sólidos, os fabricantes,


elétrica à rede de iluminação pública. importadores, distribuidores e
A rede de distribuição de energia comerciantes de:
elétrica pertence à distribuidora, ou V - lâmpadas fluorescentes, de
seja, os postes, rede primária, rede vapor de sódio e mercúrio e de luz
secundária, transformadores, mista;
reguladores e chaves, dentre outros VI - produtos eletroeletrônicos e
pertencem exclusivamente à seus componentes.
distribuidora.
Esse artigo trata de lâmpadas que
A rede de distribuição pode ser possuem o elemento químico mercúrio
aérea, a grande maioria, constituída por na sua composição. A Política Nacional
cabos, equipamentos e acessórios de Resíduos Sólidos prevê que o
fixados ou suspensos por postes; ou Município providencie, por meio de
subterrânea, constituída por cabos, empresa especializada, o transporte e
equipamentos e acessórios isolados e descontaminação das lâmpadas e
instalados sob a superfície do solo em obtenção dos certificados que
dutos enterrados. comprovem a descontaminação e
As atividades de operação, manutenção posterior destinação dos resíduos.
e obras de iluminação pública geram
resíduos, que na maioria dos casos são Nota: De acordo com dados da
passíveis de reutilização e reciclagem, Associação Brasileira da Indústria de
neste sentido devem ser definidos pela Iluminação -ABILUX, no Brasil,
Administração Municipal uma politica de anualmente são retiradas de uso 49
gestão de armazenamento e descarte milhões de lâmpadas de descarga,
de materiais de iluminação pública. representando um potencial poluidor de
1.000 kg de mercúrio por ano com o
Armazenamento e Descarte de descarte dessas lâmpadas.
Materiais de IP:

As atividades de operação, 4.1. Limites de responsabilidades


manutenção e obras de iluminação no sistema de iluminação
pública geram resíduos, que na maioria pública
dos casos são passíveis de reutilização
e reciclagem. O limite de responsabilidade da
iluminação pública entre a distribuidora
A Gestão Global tem uma política e o Município, deve estar muito bem
de gestão de resíduos sólidos e definido. O ponto onde termina a
procedimentos específicos com responsabilidade da distribuidora de
metodologia de manuseio, conforme energia elétrica é onde começa a
determina o artigo 33 da Lei n° responsabilidade da Administração
12.305/2010: Municipal. Esse limite denomina-se
Ponto de Entrega ou Ponto de
Art. 33. São obrigados a Conexão.
estruturar e implementar sistemas
de logística reversa, mediante O Ponto de Entrega coincide com o
retorno dos produtos após o uso Ponto de Conexão, que inclui o
pelo consumidor, de forma conector, equipamento que realiza a
independente do serviço público de ligação da rede secundária de energia
limpeza urbana e de manejo dos elétrica com as instalações da
32
Manual de Iluminação Pública

iluminação pública. Desta forma, a 4.4. Configurações para


Administração Municipal, ou a quem ela manutenção no sistema de
delegar a operação e a manutenção do Iluminação Pública
sistema, poderá intervir na rede
secundária para reparar e ou substituir Há duas configurações no sistema
todos os equipamentos a partir do de IP a se destacar: Iluminação Pública
conector, observadas a capacitação de comando individual e Iluminação
técnica e de segurança da equipe de Pública de comando em grupo.
eletricistas, pois atuarão em rede
energizada.
4.4.1. Iluminação pública de comando
individual
4.2. Principais componentes do
sistema de iluminação O Ponto de Entrega é a conexão
pública entre o sistema de IP e a rede
secundária. Nesse caso, o comando
Conhecer os componentes que individual é feito por meio de conexão
fazem parte do ativo do sistema de IP, do relé fotoelétrico com a rede
que pertencem às distribuidoras de secundária de distribuição.
energia elétrica, e que serão
transferidos para o Poder Público No comando individual das
Municipal tem por objetivo a formação luminárias, o ponto de luz e todos os
de cadastro desses componentes. A seus equipamentos são ligados
organização do cadastro possibilita o diretamente à rede elétrica secundária
controle do parque do sistema de IP. Os de 4 cabos, 3 fases e um neutro, que
principais componentes do acervo do alimentam as residências e o relé
Sistema de iluminação pública podem fotoelétrico que fica energizado todo o
ser consultados no Anexo I. tempo.

A função do relé fotoelétrico é de


4.3. Aspectos contábeis a serem cortar automaticamente a alimentação
considerados do ponto de luz ao amanhecer, em
presença de luz em níveis
O acervo de Iluminação Pública, predeterminados, e restabelecer a
que consiste no conjunto de Braço, alimentação, ao anoitecer, ligando a
Luminária, Lâmpada, Relé e Reator, iluminação pública, também em níveis
contabilizado no Ativo Imobilizado em predeterminados, que são
Serviço, por força das normas estabelecidos pela Norma NBR 5123 da
regulatórias da Aneel, é depreciado ABNT.
anualmente ao percentual de 4,55%,
correspondente à vida útil de 22 anos. Assim, no caso de comando
Esta vida útil foi estabelecida através da individual, a responsabilidade sobre os
REN 674 de 11 de agosto de 2015, que ativos de energia elétrica é instituída
trata do Controle Patrimonial do Setor com base nos seguintes parâmetros:
Elétrico.
 da rede secundária até a
subestação, os ativos são
responsabilidade da distribuidora
de energia elétrica, e

33
Manual de Iluminação Pública

 da conexão até a lâmpada de diferença à existência de um quinto


iluminação, os ativos são cabo para comando das luminárias,
responsabilidade do Município, denominado
incluindo a conexão. cabo controle.

O comando individual da iluminação Além dos quatro condutores, três


pública, realizado por meio de relé fases e neutro, o comando em grupo
fotoelétrico ou foto eletrônico, é o mais necessita, também, de um quinto cabo
utilizado nos atuais projetos de para comando das luminárias, que é
extensão deste tipo de serviço, pela desenergizado ao amanhecer e
economia, pois a instalação requer energizado ao anoitecer: esse comando
apenas um relé, e no caso de defeito é efetuado por um relé fotoelétrico
desse relé, apenas uma lâmpada ficará acoplado a uma chave magnética, que
apagada incrementa a potência de comutação e,
por conseguinte, o número de lâmpadas
a serem comandadas.
4.4.2. Iluminação pública de comando
em grupo Assim, no caso de comando
individual, a responsabilidade sobre os
O Ponto de Entrega é a conexão ativos de energia elétrica é instituída
entre o sistema de IP e a rede com base nos seguintes parâmetros:
secundária.  da rede secundária até a
Nesse caso, o comando em grupo é subestação, os ativos são
feito por meio de conexão da chave responsabilidade da distribuidora
magnética de acionamento em grupo de energia elétrica;
com a rede secundária de distribuição.  da conexão até a lâmpada de
iluminação, os ativos são
responsabilidade do Município,
incluindo a conexão, a chave
magnética de acionamento em
grupo e o condutor controle.

Portanto, cabe à administração


pública municipal os serviços de
manutenção a partir do ponto de
entrega.

4.5. Acordo operativo

O acordo operativo tem o objetivo


de definir atribuições e
responsabilidades, e determinar,
também, os procedimentos necessários
no comando operacional entre a
No comando em grupo de distribuidora e o Município.
luminárias, utilizando-se também a rede
elétrica de baixa tensão, o No estado do Paraná ele esta
procedimento é idêntico ao utilizado no contido no Contrato de Fornecimento e
comando individual, apresentando como
34
Manual de Iluminação Pública

Cessão de Postes de Iluminação 5. ASPECTOS ECONÔMICOS E


Pública (Anexo II). FINANCEIROS

Os elementos que devem constar do


Acordo Operativo são: 5.1. Classificação e Cadastro

 legislação e normas aplicáveis;


 obrigações do Município O cadastro para fins de
referentes à segurança dos classificação de uma unidade
profissionais próprios ou consumidora é atribuído em função da
contratados nas intervenções no atividade exercida e a finalidade da
sistema de IP; utilização da energia elétrica, visando
 registro quanto à qualidade dos atribuir-lhe tarifa apropriada.
materiais e equipamentos
aplicados no sistema; A classe iluminação pública, de
 detalhamento das condições de responsabilidade de pessoa jurídica de
execução das atividades que direito público ou por esta delegada
dizem respeito a projetos, mediante concessão ou autorização,
implantação, expansão, caracteriza-se pelo fornecimento para
operação e manutenção das iluminação de ruas, praças, avenidas,
instalações do sistema de IP, túneis, passagens subterrâneas, jardins,
relacionando-se com as normas vias, estradas, passarelas, abrigos de
e regulamentos do setor; usuários de transportes coletivos,
 direito de fiscalização pela logradouros de uso comum e livre
distribuidora na execução dos acesso, inclusive a iluminação de
serviços no sistema pelo monumentos, fachadas, fontes
Município ou agente por ela luminosas e obras de arte de valor
autorizado; histórico, cultural ou ambiental,
 detalhamento do ponto de localizadas em áreas públicas e
entrega; definidas por meio de legislação
 detalhamento dos procedimentos específica, exceto o fornecimento de
no uso dos postes da rede energia elétrica que tenha por objetivo
elétrica e intervenção no sistema qualquer forma de propaganda ou
de IP; publicidade, ou para realização de
 detalhamento da comunicação atividades que visem a interesses
entre as partes para garantir os econômicos (art.53-O, da Resolução
procedimentos acordados, Aneel 414/2010).
inclusive na comunicação de
possíveis acidentes no sistema Relativamente à classificação de
elétrico, Iluminação Pública, a legislação do
 incidentes com desligamentos, setor elétrico estabelece que:
desligamentos programados ou
acidentais no sistema;  somente poderão ser
 relação das atividades possíveis classificadas como ILUMINAÇÃO
de serem realizadas na rede de PÚBLICA as unidades
energia elétrica vinculadas ao consumidoras sob
sistema de IP. responsabilidade do poder
público municipal ou autorizados
legalmente para atuar em nome
do poder público municipal;
35
Manual de Iluminação Pública

 iluminação em rodovias, As ligações especiais de


passarelas, trevos, viadutos, equipamentos de trânsito são aquelas
solicitada por quem detenha solicitadas sem a instalação de medidor
concessão para administração da (à forfait) no local, tais como:
rodovia, serão classificadas semáforos, radares, câmeras de vídeo-
como COMERCIAL; monitoramento, lombadas eletrônicas,
 iluminação em rodovia solicitada painéis de mensagens variáveis,
por pessoa jurídica de direito transmissores eletrônicos, detectores de
público que não seja o poder avanço de sinal e barreiras eletrônicas.
público municipal será A não instalação do medidor é opção do
classificada como PODER órgão solicitante, pois a ligação poderá
PÚBLICO; ser feita com ou sem a instalação de
 iluminação em vias internas de medição, de acordo com tipo de
condomínios não podem ser equipamento que será ligado.
classificadas como iluminação
pública. É importante destacar que estas
ligações não fazem parte do sistema de
De forma a facilitar o entendimento, iluminação pública, embora, em muitos
apresentamos a seguir tabela Municípios brasileiros o órgão gestor
comparativa da classificação das responsável pela iluminação pública é,
unidades consumidoras: também, aquele que responde por
essas ligações.

Essas ligações possuem legislação


e tarifa próprias.

Assim, se o Município implantar a


COSIP/CIP, esses recursos
provenientes da COSIP não podem ser
destinados para o custeio destas
ligações Via de regra, a classificação
dessas instalações se dá de acordo
com o cadastro do CNPJ junto à
Receita Federal.

Será classificado como Poder


Público o fornecimento para UC onde,
independentemente da atividade a ser
desenvolvida, for solicitado por pessoa
jurídica de direito público que assuma
as responsabilidades inerentes à
condição de consumidor, incluindo a
iluminação em rodovias e semáforos,
radares e câmeras de monitoramento
de trânsito, exceto aquelas
classificáveis como iluminação pública.
5.1.1. Ligações especiais de O modelo de solicitação para ligações
equipamentos de trânsito especiais de equipamentos de transito
podem ser consultados no site da Copel
> Poder Público > Informações.
36
Manual de Iluminação Pública

5.1.2. Ligações em vias internas de de Carga de Iluminação Pública, por


condomínios esta concessionária, sendo entregue na
prefeitura municipal para aceite do
A iluminação e instalações de uso prefeito ou pessoa designada.
comum de prédio ou conjunto de
edificações não é classificada como Após o aceite, as divergências
iluminação pública pois não atende aos encontradas serão objetos de
requisitos para aquela classe, devendo atualização do cadastro para efeito de
portanto ser enquadrada na classe faturamento do consumo mensal de
comercial. energia elétrica.

As diferenças entre o consumo


anterior e do novo consumo após a
5.2. Conferência de carga da conferência, serão levantadas através
iluminação pública e ligações de uma planilha e apresentadas ao
especiais município, para que este apresente
documentos comprobatórios para fins
Devem ser realizadas inspeções de devolução ou cobrança retroativa
periódicas para a conferência das dessa diferença.
quantidades e potências instaladas na
iluminação pública prevista no contrato Inventário ou Cadastro no Sistema de
de fornecimento de energia elétrica para IP:
o sistema de iluminação pública e
ligações especiais. A conferência é A realização do inventário ou
georreferenciada, onde se percorre cadastramento do sistema de IP é
poste a poste, conferindo o tipo e importante para que a Administração
potência da lâmpada instalada no local. Municipal possa efetuar um bom
A conferência da carga deve ser planejamento e gestão do sistema de
realizada em conjunto entre a iluminação pública além de facilitar o
Distribuidora e o Município. levantamento de materiais a serem
utilizados na manutenção.
A Copel realiza a conferência das
quantidades e potências instaladas na Para a realização do inventário e
iluminação pública prevista no contrato cadastramento informatizado de todos
de fornecimento de energia elétrica para os pontos de IP pertencentes ao
o sistema de iluminação pública, dentro Município, deve-se tomar como
de um período máximo de 36 meses, tal parâmetro fundamental do cadastro a
conferência é georreferenciada, onde o caracterização do ponto de IP no
eletricista percorre poste a poste, endereço onde o mesmo está instalado.
anotando no sistema o tipo e potência
da lâmpada instalada no local. Como realizar o inventário:

O município é notificado sobre a Esse cadastramento pode ser


data de início da conferência da carga realizado com sistemas de
de iluminação pública com georreferenciamento da IP, com a
antecedência, possibilitando a obtenção das coordenadas geográficas.
designação de um servidor para Para tanto é necessário um
acompanhar o processo. levantamento em campo com o sistema
Ao término da conferência de carga, de posicionamento por satélite, por
será elaborado o Termo de Conferência
37
Manual de Iluminação Pública

meio do uso de um aparelho GPS – referente ao consumo de energia


Global Position System. elétrica, retroativo a data de sua
instalação, ou complementação nos
Caracterização do ponto de IP: termos do artigo 114 da Resolução
Normativa Aneel nº 414/2010.
Ponto de Iluminação Pública é o
conjunto de iluminação com uma A implantação no cadastro de
determinada coordenada geográfica. lâmpadas de novos projetos, se dá no
A caracterização do ponto de IP momento em que as mesmas são
contempla o endereço e os dados instaladas, após a execução do projeto
técnicos dos equipamentos que o de instalação das redes elétricas. Essas
compõem, e deve conter, no mínimo, as implantações, bem como as alterações
seguintes informações: e implantações que não envolvam
projetos elétricos, devem ser
Nome do Logradouro; bairro; ruas informadas a Distribuidora utilizando o
transversais; coordenadas geográficas; formulário que consta no site, no link
características do(s) braço(s); tipo(s) Formulário para solicitação de alteração
da(s) luminária(s); características do na iluminação pública, ressaltando que,
relé; tipo e potência das lâmpadas; quando solicitadas devem vir
características do reator associado; acompanhadas de croqui, informando a
características dos acessórios do ponto localização exata da alteração efetuada.
luminoso; bairro; vila; jardim; praça.
A iluminação pública representa
A Administração Municipal pode uma parcela significativa do consumo
empregar programa de computador que de energia elétrica dos municípios, e
permita realizar o cadastro em campo e como tal, sua eficiência deve ser alvo
sua transferência para uma base de de cuidados similares aos dispensados
dados, de todos os equipamentos e a qualquer outro serviço público.
materiais do sistema de IP, tais como
luminárias, lâmpadas, reatores, relés e Quando realizadas obras de
braços, associando-os aos logradouros, eficientização, reduzindo o consumo de
vinculando e agrupando o cadastro de energia elétrica, como por exemplo a
equipamentos de iluminação, de acordo troca das lâmpadas incandescentes por
com setores da cidade, coordenadas lâmpadas de LED, se o município não
georreferenciadas e mapas. informar esta alteração à Distribuidora,
não haverá diferença no faturamento,
pois não é possível identificar estas
5.2.1. Implantações e alterações de alterações, exceto no período de
carga da iluminação pública conferência, que poderá ocorrer muito
após a redução da carga.
Toda e qualquer
implantação/alteração nos tipos e
potências das lâmpadas instaladas no 5.3. Medição
sistema de Iluminação pública, bem
como ligações especiais de A maioria das instalações elétricas
equipamentos de controle de trânsito, destinadas a iluminação pública não
devem ser comunicadas formalmente a possuem medição de consumo de
Distribuidora para fins de atualização de energia, sendo chamadas ligações a
cadastro e faturamento. Caso isso não forfait.
ocorra, poderá incidir na cobrança
38
Manual de Iluminação Pública

A distribuidora não é obrigada a ressalvado o caso de logradouros


instalar medidores de energia elétrica que necessitem de iluminação
para IP. Nesse caso, os valores de permanente, em que o tempo é de
consumo para fins de faturamento são 24 (vinte e quatro) horas por dia do
estimados com base no período de período de fornecimento.
consumo e na carga instalada, incluindo § 1º Faculta-se aos interessados a
a carga dos equipamentos auxiliares solicitação de alteração do tempo
(reator e ignitor). Porém, nos espaços utilizado para estimativa do
públicos que tenham conveniência e consumo diário, mediante
possibilidade técnica, é recomendável apresentação dos estudos e
que os medidores sejam instalados. justificativas para avaliação e
autorização prévia da ANEEL,
devendo ser composto de medição
5.4. Faturamento de grandezas elétricas ou do tempo
de acionamento com registros em
Para determinar o valor do memória de massa de no mínimo 1
consumo é preciso conhecer as tarifas (um) ano de uma amostra
aplicadas e estabelecer a medida do representativa do sistema de
consumo de energia. Assim chega-se iluminação afetado.
ao valor para efetuar o pagamento às § 2º A tarifa aplicável ao
distribuidoras. Conforme determina a fornecimento de energia elétrica
Resolução Normativa ANEEL nº para iluminação pública é a Tarifa
414/2010, a iluminação pública é B4a.
enquadrada no Grupo B (subgrupo B4).
A tarifa aplicada à IP foi estabelecida Para se obter o valor total da conta
em seu art. 53-P conforme segue: de energia elétrica, multiplica-se o
consumo do período em kWh pela tarifa
Art. 53-P Para a classe iluminação vigente. No sistema de iluminação
pública aplicam-se as tarifas pública o consumo em kWh se dá pela
homologadas pela ANEEL para o Grupo fórmula: nº de lâmpadas x (potência +
A e, para o Grupo B, as tarifas perda do reator) x nº de dias do mês x
homologadas do subgrupo B4a. horas diárias/1000.

Exemplos de cálculo do consumo


5.4.1. Cálculo do consumo de energia considerando uma lâmpada com
elétrica no sistema de potência de 100 W e tempo de
iluminação pública funcionamento diário de 11 horas e 25
minutos (para 11h26min considerar
Com relação ao faturamento da 11,43333): 1 x 100 W x 11,41667 x dias
energia elétrica destinada à iluminação (*) / 1000 = XX kWh
pública, observar o que estabelece o
art. 24 da REN 414/2010: A seguir apresentamos tabela de
tipos de lâmpadas com exemplo de
Art. 24. Para fins de faturamento da perdas máximas existentes no mercado.
energia elétrica destinada à
iluminação pública ou à iluminação
de vias internas de condomínios, o
tempo a ser considerado para
consumo diário será estabelecido
pela ANEEL em ato específico,
39
Manual de Iluminação Pública

TE = Tarifa de Energia
(B4a kWh= R$ 0,28468, vigor:
24.06.2019);
ICMS = Imposto sobre circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços
(29,00%, vigor: 24.06.2019);
PIS = Programa de Integração Social
(1,06%, vigor: 01.09.2019);
COFINS = Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social
(4,86%, vigor: 01.09.2019).
Fonte valor da tarifa e dos tributos
COPEL, em 10.10.2019.

Importante ressaltar que as alíquotas


efetivas referentes ao PIS e à COFINS
devem ser apuradas mensalmente, com
Consumo de Energia suas variações sendo aplicadas às
tarifas tempestivamente.
Cálculo aplicável:

Kwh= {NL x [(PO + PR) x (ND x HD)]} / Equação Financeira da COSIP


1000
Cálculo aplicável:
Onde:
KWh = Consumo de Energia, medido COSIP= (DCE + DPS)
em kWh;
NL = Número de Lâmpadas; Onde:
PO = Potência das lâmpadas; COSIP = Contribuição para o Custeio
PR = Perda do Reator (consultar tabela do Serviço de Iluminação Pública;
do fabricante); DCE = Despesas com o Consumo de
ND = Número de Dias do mês; Energia;
HD = Horas Diárias: 11,43333 ou DPS = Despesas com a Prestação do
11,41667 (0,43333 ou 0,41667 = Serviço.
relação decimal entre
25 minutos e 60 minutos e 26 e 60
minutos)
5.4.2. Cálculo do consumo de ligações
especiais
Tarifação e Tributação do Consumo
O cálculo do consumo das ligações
Cálculo aplicável:
especiais ocorre mediante a informação
constante no documento que solicita a
DCE= (KWh x TE) / {1 –
ligação, por isso toda solicitação de
[(ICMS+PIS+COFINS) / 100]}
ligação especial à forfait precisa conter
todas as informações do consumo no
Onde:
local.
DCE= Despesa com Consumo de
Energia;
Para a determinação do consumo a
KWh = Consumo de Energia, medido
ser faturado, será considerado, o
em kWh;
memorial de cálculo de consumo de
40
Manual de Iluminação Pública

cada equipamento fornecido no ato do IMPORTE: estabelece a cobrança por


pedido de ligação. um percentual do valor da fatura,
possuindo ou não um valor limitador,
Para se obter o valor total da conta podendo o percentual e o valor limitador
de energia elétrica, multiplica-se o ser diferente para cada classe de
consumo do período em kWh pela tarifa consumo.
vigente. O consumo em kWh se dá pela
fórmula: Cada Município deve analisar os
seus critérios para instituir a base de
(potência em watts x nº de dias do mês cálculo da contribuição.
x horas diárias de funcionamento/1000)
A cobrança deve ser implantada por
classe de consumo, portanto se a lei
5.5. Base de cálculo para estabelecer isenção para os
cobrança aos contribuintes consumidores da classe rural, todos que
se enquadrarem nessa classe serão
A Constituição Federal, em seu art. isentos, independente da localização
149-A, possibilita que a arrecadação da rural ou urbana. Se o município desejar
CIP/COSIP seja efetuada por meio de isentar os consumidores das demais
fatura de energia elétrica. classes localizados na área rural,
deverá encaminhar ofício informando
A CIP/COSIP poderá ser incluída quais as unidades consumidoras devem
nas notas fiscais contas de energia ser isentas.
elétrica dos consumidores/contribuintes,
de forma destacada, com base na Lei O contrato para arrecadação da
municipal. Para tanto é fundamental contribuição para custeio do serviço de
formalizar contrato para arrecadação iluminação pública prevê a
entre o município e a Distribuidora. desobrigação da concessionária da
cobrança da Cosip para os
O art. 149-A da CF/88 não fixou consumidores/contribuintes que
uma base de cálculo a ser utilizada estiverem desobrigados do pagamento
pelos Municípios, cabendo à do consumo de energia elétrica. Estão
administração municipal estabelecer enquadrados nessa situação os
essa base. consumidores beneficiados pelo
programa Luz Fraterna, conforme Lei
Em função disso, foram propostas Estadual 17639/2013.
várias bases de cálculo, sendo que o
sistema de gestão de consumidores da Cabe salientar que em todas as
Distribuidora possibilita a implantação bases de cálculo, a arrecadação deve
de uma das três formas abaixo: ser sempre compatível com as
despesas correspondentes à realização
FIXO: estabelece valores fixos por dos serviços.
classe e faixa de consumo;
Diante do que foi exposto, verifica-
UVC: estabelece um valor de UVC se a necessidade de efetuar um bom
(Unidade de Valor de Custeio) e tabelas planejamento do Sistema de Iluminação
com percentuais de desconto por classe Pública municipal para que o serviço no
e faixa de consumo; município seja efetuado a contento.

41
Manual de Iluminação Pública

Assim sendo, a condição básica


para que o município possa prestar um
serviço de qualidade reside numa boa
gestão financeira entre os gastos
existentes com o sistema de iluminação
pública e a receita

Portanto, no caso da cobrança da


contribuição de iluminação pública ser
insuficiente, a gestão fica
comprometida.

Entre os principais gastos na gestão


do sistema de iluminação pública estão:

 ampliação e modernização do
sistema de iluminação pública;
 pagamento do fornecimento da
energia elétrica do sistema de
iluminação pública, e
 pagamento de materiais, salários
e demais componentes de custos
existentes para a prestação de
serviços de iluminação pública.

Exemplo de Base de Cálculo para


cobrança aos contribuintes por valor
FIXO:

No modelo de cobrança FIXO, são


estabelecidas tabelas com valores fixos 5.6. Metodologia para formação
por classe e faixa de consumo, de preço da Cosip
conforme exemplo a seguir:
A metodologia para formação de
preço da Cosip deve garantir a
sustentabilidade econômico financeira
do serviço de Iluminação Pública – IP,
onde deverá ser mantida igualdade
entre receitas e despesas.

O ponto de equilíbrio entre esses


parâmetros pode ser obtido mediante
aplicação da seguinte fórmula de
cálculo:

Equação Financeira da COSIP

COSIP= (DCE + DPS)

Onde:

42
Manual de Iluminação Pública

COSIP = Contribuição para o Custeio  transporte e distribuição dos


do Serviço de Iluminação Pública; componentes de IP;
DCE = Despesas com o Consumo de  instalação dos componentes de
Energia; IP;
DPS = Despesas com a Prestação do  substituição dos componentes de
Serviço. IP (manutenção);
 retirada dos componente de IP
Para obter os custos com redes de (final da vida útil);
iluminação pública, torna-se necessário  mão de obra (eletricista,
identificar, quantificar e valorar, todos os motorista, auxiliares técnicos,
componentes envolvidos, em cada uma fiscais);
das etapas de prestação desse serviço  equipamentos e ferramentas
(operação, administração e utilizados na operação e
manutenção). manutenção da rede;
 equipamentos e acessórios de
A atividade de consolidação dos proteção e segurança (eletricista
custos poderá ser realizada com a e auxiliares);
utilização das tabelas auxiliares:  veículo porte médio para
“Custos/Investimentos”, conjugadas manutenção (corretiva e
com as tabelas de “Indicadores”. As preventiva);
tabelas relacionadas e anexadas ao  veículo porte leve para
presente trabalho podem ser fiscalização (diurna e noturna);
consultadas nos sites da Copel  infraestrutura para o pessoal de
Distribuição e do Paranacidade (Anexo operação, administração e
III e Anexo IV). manutenção da rede de IP
(imobiliária, mobiliária,
Custos Anuais com Operação , informática e comunicação);
Administração e Manutenção  Descarte de Lâmpadas de IP:
Retirada: Armazenagem;
Para obter os custos anuais com  Acondicionamento; Transporte
redes de iluminação pública, torna-se (destinação final);
necessário identificar, quantificar e  Seguro (Contra Riscos);
valorar, todos os componentes  infraestrutura para abrigo dos
envolvidos, em cada uma das etapas de veículos destinados a IP
prestação desse serviço (operação, (garagem);
administração e manutenção).  tributos (PIS; COFINS; ISS;
A atividade de consolidação dos custos ICMS);
anuais Redes de Iluminação Pública –  encargos sociais e trabalhistas (
IP, pode ser realizada com a utilização INSS; SESI; SENAI; INCRA;
das tabelas a seguir relacionadas, SEBRAE; FGTS);
anexas.  depreciação de móveis;
equipamentos e reposição da
Os custos resultantes da prestação planta, ao final da vida útil.
dos serviços de IP são classificados em
duas categorias, conforme segue: Custos Indiretos

Custos Diretos  elaboração e implantação de


projetos da rede de IP
 almoxarifado (armazenamentos (expansão, modernização,
dos componente de IP); eficientização);
43
Manual de Iluminação Pública

 aquisição dos componentes de Plano de contas é a estrutura


IP (licitação e contrato); básica da escrituração contábil, formada
 mão de obra (licitação, por uma relação padronizada de contas
tesouraria, contabilidade, contábeis, que permite o registro
jurídico); contábil dos atos e fatos praticados pela
 infraestrutura para entidade de maneira padronizada e
armazenamento manuseio e sistematizada, bem como a elaboração
descarte de lâmpadas de IP; de relatórios gerenciais e
 cadastro da rede de IP demonstrações contábeis de acordo
georreferenciamento, com as necessidades de informações
especificação dos componentes dos usuários.
e quantitativo, inventário da
arborização urbana); Importante: Para classificação contábil
 provisão para devedores da COSIP, no exercício de 2018,
duvidosos (inadimplência); consultar a Portaria STN - Nº 669, de
 administração de contratos 02.08.2017.
(Prestação de Serviços de OAM;
Fornecimento de energia elétrica
para IP; Prestação de
recebimento e repasse da
COSIP; Contas de energia);
 custos com faturamento,
arrecadação e cobrança (Copel,
Bancos, Correios);
 treinamento e capacitação das
equipes técnicas e
administrativas;
 comunicação e educação
(campanhas educativas pela
preservação do patrimônio);
 distribuição da Fatura aos
Consumidores;
 custos com judicialização.

Receitas decorrentes da IP

 Contribuição para o custeio do FÓRMULA DE CÁLCULO


serviço de Iluminação Pública –
COSIP; COSIP: {[(Cfi + Cva)] + Sat}
 Valor residual de materiais
(sucatas com valor econômico: Onde:
alumínio, cobre, ferro); COSIP: Contribuição para o Custeio do
 Aplicação financeira dos valores Serviço de Iluminação Pública;
excedentes da COSIP (fundo de Cfi: Custos Fixos;
iluminação pública). Cva: Custos Variáveis;
Sat: Superávit Tarifário.
Plano de Contas aplicado ao setor
Público - PCA SP

44
Manual de Iluminação Pública

6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA lo mais eficiente do ponto de vista


energético, quais sejam:
A elaboração de projetos de
eficiência energética e de expansão do a) Elaborar croqui com a localização
sistema de IP, seja por meio de órgão dos pontos de iluminação pública que
ou Secretaria da Administração serão eficientizados, com o nome das
Municipal Centralizada, Administração vias, das praças, jardins, parques,
Direta, ou Administração Municipal quadras esportivas, terminais de ônibus,
Descentralizada, Administração Indireta, ciclovias, monumentos e espaços
por meio da contratação de serviços de públicos nos quais pertencerem, com
terceiros requer observância aos distâncias e escala bem definidas.
requisitos que serão abordados.
b) Características físicas, históricas e de
uso do local, descrevendo o tipo de
iluminação que se refere (vias públicas,
6.1. Eficiência energética do espaços públicos, especial, de destaque
sistema de iluminação ou ornamental).
pública
c) Arranjo das luminárias, evidenciando
A aplicação da eficiência energética a disposição das mesmas nos espaços
no sistema de IP tem como perspectiva públicos.
o menor consumo de energia elétrica,
mantendo-se o nível de qualidade na d) Características luminotécnicas do
prestação do serviço, ou seja, um sistema existente e do sistema eficiente
sistema de iluminação mais eficiente. proposto, apresentando as justificativas
técnicas que comprovam as melhorias e
A elaboração de um projeto de vantagens obtidas com o emprego do
sistema de IP eficiente consiste na novo sistema proposto, conforme
satisfação de diversos critérios descritivo a seguir:
qualitativos para atender às
necessidades visuais dos seus  Caracterização do sistema atual:
usuários, utilizando, de forma Tipo e modelo de lâmpadas e de
adequada, as tecnologias eficientes luminárias existentes,
disponíveis no mercado. características e especificações
técnicas detalhadas. Dados
O conhecimento dos fundamentos mínimos: fluxo luminoso,
mais importantes na iluminação de eficiência luminosa, temperatura
logradouros públicos e das principais de cor, IRC, vida média,
características dos equipamentos potência, distorção harmônica,
eficientes é indispensável. fator de potência.
 Caracterização do sistema novo
proposto: Tipo e modelo de
6.1.1. Procedimentos básicos voltados lâmpadas e de luminárias novas
à qualidade da iluminação e eficientes, características,
pública especificações técnicas
detalhadas e cotação. Dados
Alguns procedimentos básicos mínimos: fluxo luminoso,
devem ser adotados para melhorar a eficiência luminosa, temperatura
qualidade de um sistema de IP e torná- de cor, IRC, vida útil, potência,
distorção harmônica, fator de
45
Manual de Iluminação Pública

potência, grau de proteção IP, (os catálogos de fabricantes


garantia do fabricante. Descrever disponibilizam essa informação).
e especificar tecnicamente os
demais equipamentos (relés, Em outras situações é
reatores, economizadores, recomendada a substituição de todo o
braços, luminárias, cabos, conjunto ótico, ou seja, além da
elementos de fixação, etc). lâmpada deve ser trocada também a
Poderão ainda ser considerados luminária, para obter-se um melhor
sistemas com telegestão e desempenho do resultado da troca.
equipamentos dimerizáveis que
adaptam o fluxo luminoso à Após definir a melhor alternativa a
luminosidade ambiente, ser adotada na substituição, além de
reduzindo o consumo. atender a todas as condições
estabelecidas nas normas técnicas
e) Para as vias com tráfego de veículos brasileiras vigentes, aplicáveis à
motorizados, identificar também: iluminação pública, o projeto de
eficientização deve ser analisado sob
 Classificação da via: Urbanas dois pontos de vista: Análise Técnica e
(local, trânsito rápido, arterial, Análise Econômica.
coletora) ou rurais.
 Arranjo das luminárias:
Unilateral, bilateral, alternado ou
com canteiro central. 6.2. Análise técnica
 Distâncias: Altura de montagem,
largura da via, largura do A análise técnica do(s) projeto(s)
calçamento e espaçamento entre tem como principais objetivos, a
postes. verificação da observância dos
 Cálculos luminotécnicos, requisitos de eficiência energética e do
apresentando níveis de atendimento aos critérios básicos
iluminância e uniformidade. recomendados pelas normas técnicas
 Identificar o atendimento do vigentes (NBR-5101).
sistema proposto aos níveis
mínimos necessários à No caso de projetos de iluminação
iluminação de vias públicas, de pública esportiva, deverá ser observado
acordo com a norma NBR-5101 também o atendimento à norma NBR
vigente. 8837 - Iluminação Esportiva;

f) Substituição de lâmpadas Também deve-se observar a


utilização de materiais e equipamentos
Em algumas situações, a simples mais eficientes energeticamente, sob os
substituição das lâmpadas ineficientes aspectos técnico e ambiental, sem
por lâmpadas mais eficientes, quando prejuízo dos níveis de iluminância e que
se utilizam as mesmas luminárias, atendam às exigências das normas
proporciona melhor iluminação, com brasileiras específicas.
redução dos gastos com energia
elétrica e com manutenção. Nesse A análise técnica terá como marco
caso, obrigatoriamente, deve haver inicial a análise dos dados cadastrais do
compatibilidade entre a luminária sistema de iluminação pública existente
existente com a nova lâmpada proposta e das especificações contidas nos
catálogos dos fabricantes, onde se
46
Manual de Iluminação Pública

obtém as principais características recomenda-se adquirir apenas produtos


técnicas dos componentes a serem certificados e contemplados com a
substituídas, tais como: classe “A” de eficiência energética, em
conformidade com a Portaria n° 20/2017
 lâmpada: tipo, potência, do INMETRO.
quantidade, vida útil, fluxo
luminoso, índice de reprodução
de cor (IRC), temperatura (cor); 6.4. Cálculos técnicos
 reator: tipo, perda do reator em
watts, quantidade, fator de Para a realização dos cálculos
potência técnicos são necessários os dados e
 luminárias: tipo, quantidade por procedimentos relacionados a seguir:
tipo, condições físicas e de
eficientização;  ter o valor da demanda evitada –
 braços: tipo, quantidade por tipo, DE: representa a diferença de
condições físicas, ângulo da potência entre o sistema
luminária em relação ao plano existente e o sistema proposto –
horizontal. Unidade: kW.
 calcular a energia economizada –
Após a avaliação dos componentes, EE: a demanda evitada
deve ser analisada a melhor alternativa multiplicada pelo tempo anual de
a ser adotada: troca de todo o conjunto uso do sistema – usualmente:
ou troca apenas da lâmpada. 365 dias x 11,43333 ou 11,41667
(dependendo da localização
geográfica do município);
6.3. Alternativas de substituição  calcular o valor, em reais, da
de lâmpadas economia anual do consumo –
EAC: valor que deixa de ser
Para combater o desperdício de gasto pela administração
energia elétrica nos sistemas de IP é municipal; é obtido multiplicando-
recomendável a substituição das se a energia economizada pela
lâmpadas ineficientes existentes por tarifa aplicada pela distribuidora;
tecnologias que propiciam maior tempo  calcular o fluxo luminoso.
de vida útil, produzindo mais iluminação
por unidade de energia elétrica Toda substituição de lâmpadas com
consumida, ou seja, maior eficiência o objetivo da eficiência energética,
energética. obrigatoriamente, deve ter redução de
consumo de energia e manutenção ou
A tecnologia de lâmpadas LED aumento do fluxo luminoso. Utilizando-
(light emitting diode– diodo emissor de se o valor do fluxo luminoso, expresso
luz) tem muitas vantagens na nas tabelas, das lâmpadas existentes e
substituição de iluminação viária, das lâmpadas propostas obtém-se o
espaços públicos e também na valor da porcentagem do aumento do
utilização para iluminação de objetos, fluxo luminoso.
iluminação de destaque, iluminação de
fachadas, sinalização semafórica e
efeitos de luz. 6.5. Fluxo luminoso

Para lâmpadas de descarga ou O fluxo luminoso total do sistema


luminárias com tecnologia LED, proposto (FTP) é o somatório das
47
Manual de Iluminação Pública

parcelas que são calculadas, combinadas, em função da


multiplicando-se a quantidade de cada característica do projeto e considerando
tipo de lâmpada proposto pelo seu os riscos envolvidos, possibilitam o
respectivo fluxo luminoso. estudo de viabilidade econômica.

O fluxo total do sistema atual (FTA) Em uma situação real, o projeto


é obtido pelo somatório das parcelas deve contemplar substituição de
que são calculadas, multiplicando-se a lâmpadas, luminárias e reatores, como
quantidade de cada tipo de lâmpada também a de relés fotoelétricos, braços
pelo seu respectivo fluxo luminoso. de luminárias e outros acessórios, de
modo a tornar o sistema mais eficiente
Nota 1: Sempre buscar junto ao e satisfazer os critérios luminotécnicos
catálogo dos fabricantes as recomendados em normas.
recomendações de uso do equipamento
e a equivalência de troca em
comparação aos sistemas existentes.

Nota 2: Observar requisitos de fluxo


luminoso para cada tipo de via,
conforme definido na ABNT
NBR 5101:2012.

6.6. Vida mediana da lâmpada

A vida mediana da lâmpada


contribui de forma efetiva com o tempo
de vida do sistema proposto, que deve
ser sempre maior do que o sistema
atual, pois, caso contrário, pode
comprometer os resultados
econômicos, dependendo do critério de
análise.

6.7. Análise econômica

Conforme as orientações do Guia


Técnico de Iluminação Pública Eficiente
(Ibam/Eletrobras Procel), para efetuar o
estudo de viabilidade econômica é
necessário dispor dos preços dos
diversos equipamentos e dos
respectivos valores de mão de obra
para substituição e instalação.

Existem várias formas de analisar


economicamente um projeto ou um
investimento. São técnicas que,
utilizadas de forma isolada, ou ainda
48
Manual de Iluminação Pública

FONTE DE PESQUISA

PROGRAMA PARANAINTERATIVO

Programa que dá acesso por meio de consultas interativas e de mapas


a dados e indicadores dos 399 municípios do Estado do Paraná, através
da Internet, utilizando um Sistema de Informações Geográficas, podendo
ser consultado no site: www.paranainterativo.pr.gov.br .

Tem por objetivo subsidiar os gestores públicos na formulação de


políticas de desenvolvimento urbano e regional, incluindo-se plano diretor,
serviços públicos, tributação, patrimônio público, mobilidade e
acessibilidade urbana, meio ambiente, dentre outros, e na priorização dos
investimentos públicos.

Elenco de Dados:
ͫ Demográficos: População, situação Urbana ou Rural, Densidade
Demográfica, Grau de Urbanização, Número de Domicílios, Área do
Território, etc;
ͫ Equipamentos urbanos: Educação e Segurança;
ͫ Infraestrutura: Pavimentação, Iluminação Pública, Rede de
Drenagem Pluvial, Rede de Abastecimento de Água e Rede de
coleta de Esgotos;
ͫ Legislação Urbanística: Zoneamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário;
ͫ Indicadores Sociais: IPDM e IDH.

COPEL DISTRIBUIÇÃO – ACERVO DE DADOS DA COPEL


DISTRIBUIÇÃO

49
Manual de Iluminação Pública

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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. Resolução Normativa nº 414/2010 de 9 de setembro de 2010: estabelece as


Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma atualizada e
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. Resolução Normativa nº 456/2000 de 29 de novembro de 2000: Estabelece, de


forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica. Brasília: ANEEL, 2000. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/res2000456.pdf>.

. Resolução Normativa nº 479/2012 de 3 de abril de 2012: Altera a Resolução


Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010, que estabelece as condições Gerais de
Fornecimento de Energia Elétrica de forma atualizada e consolidada. Brasília: ANEEL,
2012. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/ cedoc/ren2012479.pdf>.

. Resolução Normativa nº 587/2013 de 10 de dezembro de 2013: Altera o artigo


218 da Re- solução Normativa ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010, que
estabelece as condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de forma
atualizada e consolidada. Brasília: ANEEL, 2013. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2013587.pdf>.

. Resolução Normativa nº 714/2016 de 10 de Maio de 2016. Aprimora a


regulamentação que trata dos contratos firmados pelas distribuidoras com os
consumidores e dá outras providências. Brasília: ANEEL, 2016. Disponível em:
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Manual de Iluminação Pública

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Equipamentos de Guindar para Elevação de Pessoas e Realização de Trabalho em
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Perspectivas e Oportunidades de
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Energética em Iluminação Pública. 2016. 123p. Disponível em: <http://wbg-
eficienciaip.com.br/pdfs/1613639_EE_ Lighting_Portuguese_Web.pdf>.

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