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Pós-Graduação - IAC

Qualidade e conservação da
tangerina 'IAC 2019Maria': época
de colheita, armazenamento
refrigerado e uso de cera

Julia Claudiane da Veiga Julia Claudiane da Veiga

Campinas (SP) 2018


QUALIDADE E
CONSERVAÇÃO DA TANGERINA ‘IAC 2019MARIA’:
ÉPOCA DE COLHEITA, ARMAZENAMENTO
REFRIGERADO E USO DE CERA

JULIA CLAUDIANE DA VEIGA

Campinas, SP
2018
Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do
Instituto Agronômico

V426q Veiga, Julia Claudiane da


Qualidade e conservação da tangerina ‘IAC 2019Maria’: época de
colheita, armazenamento refrigerado e uso de cera. / Julia Claudiane
da Veiga . Campinas, 2018. 62 fls.

Orientador: Ilana Urbano Bron


Dissertação (Mestrado) Agricultura Tropical e Subtropical – Instituto
Agronômico

1. Citros 2. Pós-colheita 3. Tangerina ‘IAC 2019Maria’


4. Armazenamento refrigerado I Bron, Ilana Urbano II Título

CDD 634.3
INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA
TROPICAL E SUBTROPICAL

QUALIDADE E
CONSERVAÇÃO DA TANGERINA ‘IAC 2019MARIA’:
ÉPOCA DE COLHEITA, ARMAZENAMENTO
REFRIGERADO E USO DE CERA

JULIA CLAUDIANE DA VEIGA

Orientador: Ilana Urbano Bron

Dissertação submetida como requisito parcial


para obtenção do grau de Mestre em
Agricultura Tropical e Subtropical, área de
Concentração em Tecnologia da Produção
Agrícola.

Campinas, SP
2018

i
Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação
do Instituto Agronômico

V426q Veiga, Julia Claudiane da


Qualidade e conservação da tangerina ‘IAC 2019Maria’: época de
colheita, armazenamento refrigerado e uso de cera. / Julia Claudiane
da Veiga . Campinas, 2018. 62 fls.

Orientador: Ilana Urbano Bron


Dissertação (Mestrado) Agricultura Tropical e Subtropical – Instituto
Agronômico

1. Citros 2. Pós-colheita 3. Tangerina ‘IAC 2019Maria’


4. Armazenamento refrigerado I Bron, Ilana Urbano II Título

CDD 634.3

ii
À minha mãe Maria Lúcia, por todo amor e dedicação e por ser uma inspiração,
DEDICO

OFEREÇO
Á minha irmã Maria Claudia

iii
AGRADECIMENTOS

Inicio os agradecimentos por Deus, que me permitiu viver esse momento, por me proteger
durante todo o caminho percorrido até aqui. Obrigada por ter sido tão generoso comigo.

Agradeço a minha mãe Maria Lúcia e minha irmã Maria Claudia que são fundamentais na
minha vida. Que me motivam e me faz ser uma pessoa melhor.

Agradeço ao Ronaldo pelo companheirismo e amor dedicado.

Agradeço à minha Orientadora Dra. Ilana Urbano Bron por todo o tempo dedicado, pelos
ensinamentos, pela paciência. Obrigada pelas constantes demonstrações de sabedoria e por
possibilitar reflexões valiosas para que o trabalho se concretizasse.

Agradeço as pesquisadoras do Centro, em especial a Dra. Silvia Valentini e Patrícia Cia pelos
ensinamentos, pelo apoio e por todo o aprendizado durante o mestrado.

Agradeço à Mariane Barbará. Iniciamos essa jornada juntas, e que jornada, um turbilhão de
sentimentos. Foram momentos de descobertas, angústias, perseverança e felicidade. Obrigada
por estar comigo em todos os momentos, tudo foi mais fácil com a sua companhia. Você é
uma pessoa linda, que transborda amor por onde passa. Realmente, Deus foi generoso
comigo, quando permitiu que você fizesse parte da minha vida. Obrigada pela sua amizade.

Agradeço à minha amiga Barbara Marçon por todos os ensinamentos e ajuda, por me
aconselhar sempre, por ser essa pessoa de coração enorme. Você é uma fonte de inspiração na
busca de novos saberes pela sua dedicação e amor pelo que faz. Obrigada!

Às minhas amigas da pós-colheita Daniele e Gabriela pela amizade e pelos momentos


compartilhados.

Agradeço à Yolanda, por toda a ajuda, os resultados não seriam os mesmo sem a sua
orientação e dedicação.

Agradeço ao Dr. Gabriel Blain pela ajuda com a estatística, pela paciência, pela
disponibilidade e atenção.

Agradeço ao centro de Citricultura Sylvio Moreira.

Agradeço à APTA de Capão Bonito/SP, em especial a Vera, José Antônio e Jairo por todas as
informações durante as colheitas.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de


estudos concedida.

À Pós-Graduação e os Instituto Agronômico pela oportunidade.

Enfim, sou imensamente grata por todos que de alguma forma contribuíram para que eu
pudesse alcançar o meu objetivo.

Obrigada!

iv
Conheça todas as teorias,
Domine todas as técnicas,
Mas ao tocar uma alma humana,
Seja apenas outra uma alma
humana.

Carl Jung

v
SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................................. vii


ABSTRACT ......................................................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................................ 2
2.1 Produção de Tangerinas .................................................................................................................... 2
2.2 Híbrido ‘IAC 2019MARIA’.............................................................................................................. 2
2.3 Alterações na qualidade .................................................................................................................... 3
2.4 Época de colheita .............................................................................................................................. 5
2.5 Refrigeração ...................................................................................................................................... 6
2.6 Uso de coberturas .............................................................................................................................. 8
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................................. 9
3.1 Experimento 1 – Época de colheita ................................................................................................... 9
3.2 Experimento 2 – Refrigeração......................................................................................................... 10
3.3 Experimento 3 – Refrigeração e recobrimento com cera ................................................................ 10
3.4 Avaliações ....................................................................................................................................... 11
4 RESULTADOS .................................................................................................................................. 13
4.1 Experimento 1 – Época de colheita ................................................................................................. 13
4.2 Experimento 2 – Refrigeração......................................................................................................... 21
4.3 Experimento 3 – Refrigeração e recobrimento com cera ................................................................ 35
5 DISCUSSÃO...................................................................................................................................... 49
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 54
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 55
ANEXO I .............................................................................................................................................. 62

vi
Qualidade e conservação da tangerina ‘IAC 2019Maria’: época de colheita,
armazenamento refrigerado e uso de cera

RESUMO

A tangerina ‘IAC 2019MARIA’, genuinamente brasileira, é uma alternativa promissora para


os agricultores na busca pela diversificação de um mercado carente de opções. O
conhecimento pós-colheita dessa tangerina é importante para a orientação dos produtores
sobre métodos de conservação eficientes. Os objetivos desse trabalho foram avaliar a
influência da época de colheita na qualidade de tangerinas ‘IAC 2019Maria’, avaliar o
potencial do uso da refrigeração na conservação pós-colheita dessa variedade e avaliar o uso
de recobrimento com cera, também associado à refrigeração, na conservação pós-colheita
dessa tangerina. No primeiro experimento, frutos de tangerineira ‘Maria’ foram colhidos em
três épocas: 18 de maio, 7 de junho e 27 de junho e armazenados a 24 ºC por 18 dias
(comercialização simulada). No segundo experimento, os frutos foram armazenados a 24, 10 e
5 ºC por 18 dias, seguidos de transferência para 24 ºC por mais 18 dias. No terceiro
experimento frutos sem e com aplicação de cera à base de carnaúba (12%) foram
armazenados a 24 e 5 ºC por 18 dias, seguidos de transferência para 24 ºC por mais 18 dias.
Foram avaliados o teor de sólidos solúveis, acidez, ratio, ácido ascórbico, perda de massa,
firmeza, coloração da casca, incidência de doenças e análise sensorial. Frutos colhidos na
época 1 apesentaram-se mais firmes durante a pós-colheita, no entanto tiveram maior
incidência de doenças, menores notas de aparência e maior acidez. Frutos colhidos nas épocas
2 e 3 foram melhor avaliados pelos provadores. Estes frutos apresentaram menor teor de
acidez, maior ratio e maior quantidade de ácido ascórbico. A refrigeração a 5 e 10 ºC não
alterou o ratio dos frutos e foi responsável pela manutenção da firmeza e diminuição da perda
de massa, quando comparada à temperatura de 24 ºC. Frutos refrigerados também
apresentaram menor incidência de doença e manutenção da aparência durante a
comercialização simulada, especialmente aqueles anteriormente mantidos a 5 ºC. A aplicação
da cera diminuiu as perdas de massa e firmeza em frutos mantidos constantemente a 24 ºC.
Também naqueles anteriormente refrigerados a 5 ºC, a aplicação da cera foi responsável pela
menor perda de firmeza, massa e incidência de doenças. A utilização de cera não afetou os
atributos sensoriais da tangerina ‘IAC 2019Maria’. Conclui-se que tangerinas ‘IAC
2019Maria’ colhidas nas épocas 2 e 3 apesentaram melhor qualidade, a refrigeração a 5 e 10
ºC por 18 dias foi um método potencial de conservação para essa variedade e que houve efeito
aditivo da cera a base de carnaúba (12%) na conservação de frutos previamente refrigerados a
5 ºC.

Palavras-chave: Citrus reticulata x Citrus sinensis x Citrus sinensis, citrus, pós-colheita

vii
Quality and conservation of 'IAC 2019Maria' tangerine: harvest time, cold storage and
use of wax

ABSTRACT

The genuinely Brazilian 'IAC 2019MARIA' tangerine is a promising alternative for the
farmers in the search for the diversification of a market without many options. Post-harvest
knowledge of this tangerine is important for the producers’ guidance on efficient conservation
methods. The objectives of this study were to evaluate the influence of harvest time on the
quality of 'IAC 2019Maria’ tangerines, evaluate the potential use of refrigeration on
postharvest preservation of this variety and evaluate the use of wax coating, also associated
with refrigeration, in tangerines postharvest preservation. In the first experiment, 'Maria'
tangerines were harvested in three times: may 18th, June 7th and June 27th and stored at 24 ºC
for 18 days (marketing simulation). In the second experiment, the fruit were stored at 24, 10
and 5 ºC for 18 days, followed by transfer to 24 °C for more 18 days. In the third experiment,
fruit with and without application of carnauba-based wax (12%) were stored at 5 and 24 °C
for 18 days, followed by transfer to 24 ºC for more 18 days. The analyses that were carried
out were soluble solids, titratable acidity, SS/AT (ratio), ascorbic acid content, mass loss,
firmness, rind color, disease incidence and sensory analysis. Fruit harvested at time 1 were
firmer during postharvest however they had a higher disease incidence, lower grades for
appearance and higher acidity. Fruit harvested at time 2 and 3 were the best evaluated by the
panelists. Those fruit presented lower acidity, higher ratio and a higher ascorbic acid content.
Refrigeration at 5 and 10 ºC did not alter fruit ratio and it was responsible for the firmness
maintenance and mass loss reduction when compared to the storage at 24 ºC. Refrigerated
fruit had also a lower disease incidence and a better appearance during marketing simulation,
especially for those previously kept at 5 ºC. Wax application diminished mass and firmness
loss in fruit maintained constantly at 24 ºC. Also, in those fruit previously refrigerated at 5 ºC,
wax application was responsible for lower firmness loss, mass loss and disease incidence. The
wax did not affect ‘IAC 2019Maria’ tangerines sensory attributes. Therefore, ‘IAC
2019Maria’ tangerines harvested at time 2 and 3 presented better quality, the refrigeration at 5
and 10 ºC for 18 days is a potential conservation method for this variety and carnauba-based
wax (12%) had an additive effect on the conservation of fruit previously refrigerated at 5 ºC.

key words: Citrus reticulata x Citrus sinensis x Citrus sinensis, citrus, postharvest.

viii
1 INTRODUÇÃO

A produção de tangerinas no estado de São Paulo corresponde a 35,6% da produção


nacional, sendo que a tangerina Ponkan (Citrus reticulata Blanco) e o tangor Murcott [C.
reticulata Blanco x C. sinensis (L.) Osbeck], são responsáveis por mais de 80% da área
plantada, ou seja, um indicativo que comprova o baixo número de variedades cultivadas
(IBGE, 2015). O centro de citricultura ‘Sylvio Moreira’ do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC) tem pesquisado novas variedades de tangerina com melhores perspectivas de
mercado (IAC, 2015). O novo híbrido ‘IAC 2019Maria’ é resistente à mancha marrom de
Alternaria (MMA) e apresenta características organolépticas promissoras.
O conhecimento da fisiologia pós-colheita e das alterações físico-químicas que
ocorrem na tangerina ‘IAC 2019Maria’ é de extrema importância, permitindo a adaptação ou
a criação de tecnologias para retardar a senescência e manter a sua qualidade. A compreensão
dos fatores biológicos envolvidos na conservação é essencial para que possam ser
desenvolvidas técnicas mais eficientes para a comercialização, orientando produtores e
mercadistas na elaboração de uma estratégia pós-colheita eficiente.
A refrigeração é a principal tecnologia utilizada na pós-colheita de frutas cítricas in
natura, com a redução da temperatura, ocorre uma diminuição do seu metabolismo e com
isso, um prolongamento no tempo de vida útil. A definição da correta temperatura de
armazenamento para uma determinada variedade é de extrema importância para maximizar a
conservação e evitar danos por frio. Associado à refrigeração, a aplicação de ceras pode
contribuir com o prolongamento da vida pós-colheita. A aplicação da cera tem por finalidade
principal reduzir a perda de massa e, consequentemente, o murchamento do fruto, no entanto
pode ocasionar fermentação em alguns frutos.
Todos esses processos de conservação podem ser ainda mais eficientes quanto melhor
a qualidade dos frutos por ocasião da colheita, o que requer o estabelecimento do grau de
maturação ideal para cada variedade, assim como sua resistência ao armazenamento
refrigerado. A colheita no estádio ideal de maturidade é essencial para a obtenção de produtos
com ótima qualidade e decisivo para o prolongamento da vida útil.
A qualidade ótima na colheita associada a métodos de conservação eficientes, como a
utilização da refrigeração e a aplicação de cera, podem contribuir para a preservação da
qualidade e um maior período de oferta da tangerina ‘IAC 2019Maria’.
Assim, os objetivos deste trabalho foram: Avaliar a influência da época de colheita na
qualidade dos frutos de tangerina ‘IAC 2019Maria’, avaliar o potencial do uso da refrigeração

1
na conservação pós-colheita da tangerina ‘IAC 2019Maria’ e avaliar uso de recobrimento com
cera, também associado à refrigeração, na conservação pós-colheita da tangerina ‘IAC
2019Maria’.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Produção de Tangerinas

As tangerinas (Citrus reticulata) possuem papel importante na mesa do consumidor de


frutas frescas, sendo bastante apreciadas devido às características do grupo, como facilidade
de descascamento, facilidade na separação dos gomos e um sabor que agrada o consumidor
em geral.
Segundo FAO (2017), o Brasil é o quinto maior produtor mundial de tangerinas, tendo
produzido 970 mil toneladas em 2014, entretanto, a produção é muito inferior à da China,
primeiro produtor, com 16 milhões de toneladas. Espanha (2,39 milhões de toneladas),
Marrocos (1,19 milhões de toneladas) e Turquia (1,05 milhões de toneladas), também
superaram a produção brasileira assumindo, respectivamente, o segundo, terceiro e o quarto
lugar na produção mundial desta fruta. Uma justificativa para essa diferença, em volume
produzido, pode ser encontrada no baixo número de variedades que compõem os pomares
brasileiros, onde a maior parte é tangerina Ponkan (Citrus reticulata Blanco) e tangor Murcott
[C. reticulata Blanco x C. sinensis (L.) Osbeck].
A produção nacional de tangerina é liderada pelo estado de São Paulo, Minas Gerais
vem ocupando o segundo lugar, seguido dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Juntos,
os 4 estados são responsáveis por aproximadamente 86% da produção brasileira (IBGE,
2016). O estado de São Paulo detém a maior produção de tangerina, sendo responsável por 36
% da produção brasileira (IBGE, 2015).

2.2 Híbrido ‘IAC 2019MARIA’

A tangerina ‘IAC 2019Maria’ é a primeira cultivar de tangerina genuinamente


brasileira, desenvolvida pelo programa de melhoramento de citros do Centro de citricultura
Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), localizado no município de
Cordeirópolis-SP. É um híbrido F1 proveniente do cruzamento entre tangor Murcott IAC

2
[Citrus reticulata x Citrus sinensis (L.) Osbeck] x laranja Pera IAC [Citrus sinensis (L.)
Osbeck]. Apresenta árvores de porte médio (3,5 m), com produção média de 93 Kg/planta,
seus frutos caracterizam-se pelo formato achatado e coloração laranja intensa da casca e da
polpa (ICC, 2017). Resistente à Mancha Marrom de Alternária (MMA), causada pelo fungo
Alternaria alternata, considerada a principal doença das tangerinas (Peres et al. 2003),
afetando a produção de frutos para o consumo in natura (Stuart et al. 2009; Azevedo et al.
2010).
Considerada uma cultivar precoce, sua safra se concentra entre os meses de abril e
julho, sendo uma variedade que vem para contribuir com a janela de comercialização do
mercado de tangerinas e compete diretamente com a tangerina Ponkan, uma das mais
apreciadas pelos consumidores. É mais precoce que a tangor Murcott, produzindo com cerca
de dois meses e meio de antecedência.
Diante do baixo número de variedade, a tangerina ‘IAC 2019Maria’ é uma ótima
alternativa para os agricultores na busca de diversificação do mercado e ampliação da oferta.

2.3 Alterações na qualidade

A qualidade dos frutos cítricos é de extrema importância para melhor comercialização,


tanto para o consumo in natura quanto para o processamento industrial, no qual as
características internas e externas dos frutos devem ser consideradas, visando uma melhor
aparência e também uma melhor qualidade organoléptica (Almeida et al. 2012).
No caso dos frutos cítricos, para qualidade consideram-se fatores intrínsecos e
extrínsecos, como: tamanho, massa, espessura da casca, cor, textura, conteúdo de suco,
sólidos solúveis, acidez titulável, relação sólidos solúveis/acidez (ratio), valores nutricionais,
conteúdo de carotenoides e existência de resíduos químicos de defensivos agrícolas (Borges e
Pio, 2003 Pacheco et al. 2014).
Durante o amadurecimento, o conteúdo de sólidos solúveis, sobretudo açucares,
aumenta, enquanto que o conteúdo de ácidos livres diminui (Espoti et al. 2008). Os sólidos
solúveis representam os compostos hidrossolúveis presentes nos frutos como os açucares,
vitaminas, ácidos, aminoácidos e algumas pectinas. O teor de sólidos solúveis está
relacionado com o estádio de maturação, tendo um aumento durante o amadurecimento,
devido à degradação de polissacarídeos. O teor em ácido cítrico pode ser explicado em função
do grau de maturação do fruto, uma vez que à medida que o fruto amadurece o teor de ácido
cítrico diminui (Chitarra e Chitarra, 2005).

3
Um atributo de grande importância para a aceitabilidade do fruto pelos consumidores é
a coloração, que é originária do conjunto de vários pigmentos, incluindo os caratenoides,
flavonoides e clorofila (Ahia et al. 2011). A mudança na coloração dos frutos cítricos ocorre
pela degradação enzimática das clorofilas do flavedo e da síntese de carotenoides (Espoti et
al. 2008), e também em função da mudança de pH, de ácidos, do aumento dos processos
oxidativos e da ação das clorofilases. A coloração da casca pode ser utilizada como índice de
amadurecimento, para determinar a data da colheita, bem como prever o período de tempo
para o qual um produto pode ser armazenado e comercializado (Ahia et al. 2011).
Os atributos sensoriais, como aroma, sabor, textura e cor, são influenciados
significativamente pela composição química dos frutos, sendo tais atributos afetados
principalmente, pelos ácidos, açúcares e compostos fenólicos (Pacheco et al. 2014).
O valor para sólidos solúveis considerado como requisito mínimo para o consumo é
entre 9 ºBrix para tangerina Cravo, Mexerica e Ponkan e para Murcott de 10,5 º Brix, para o
ratio os valores mínimos são 9,5, 8,5, 10, 9,5 para as tangerinas Cravo, Mexerica, Murcott e
Ponkan, respectivamente (CEAGESP).
As mudanças físicas e físico-químicas são as principais causas da perda de qualidade
durante o armazenamento (Pereira et al. 2014). A decomposição pós-colheita de frutas e
vegetais representa um fator importante causando perdas pós-colheita e limita a duração do
armazenamento e vida útil dos produtos (Mari et al. 2016).
A perda de massa do fruto é resultado do processo de respiração que está associado
com o processo de transpiração acarretando um rápido amadurecimento e perda da qualidade
da fruta (Chitarra e Chitarra, 2005).
Segundo Lima et al. (1999), o armazenamento em temperatura ambiente (~20 ºC) de
tangerinas Ponkan por até 20 dias, foi responsável pela diminuição do teor de vitamina C,
comprometendo seu valor nutricional. Além disso, durante o armazenamento houve
diminuição da acidez e aumento nos valores da relação SST/ATT no 20º dia de
armazenamento em função do aumento do teor de SST. Em geral, as tangerinas Ponkan desde
que colhidas no período de maturação correto, apresentam características adequadas de
qualidade para o consumo in natura armazenadas por até 20 dias.
Outro condicionante que causa problemas na pós-colheita é o aparecimento de
doenças. As doenças pós-colheita contribuem significativamente para a deterioração da
qualidade e composição dos nutrientes, contaminação e redução do valor de mercado da fruta
(Mari et al. 2016). Algumas são resultados de infecções pré-colheita, enquanto outras são
produzidas durante a pós-colheita, principalmente devido a lesões (García-martín et al. 2018).

4
Segundo Alferez et al. (2012), os citros são susceptíveis às doenças pós-colheita que,
por sua vez, resultam em importantes perdas econômicas. As perdas econômicas causadas por
fungos são especialmente prejudiciais para as frutas cítricas e podem chegar a 5 a 10% da
produção total, limitando assim a rentabilidade global da indústria cítrica (García-martín et al.
2018).
O bolor verde e azul, causados por Penicillium digitatum e P. italicum,
respectivamente, são as doenças mais prejudiciais dos citros. Os esporos de Penicillium ficam
dormentes na superfície da casca e tornam ativos quando a casca sofre ferimento e o período
de colonização do tecido lesionado é rápido, o sintoma inicial caracteriza-se pelo
amolecimento do mesocarpo (Droby et al. 2008).
Durante o manuseio pós-colheita, o Penicillium digitatum é responsável por 90% das
perdas, sendo o patógeno que mais causa perdas em frutos cítricos (Macarisin et al. 2007).
Fischer et al. (2008), ao armazenar frutos de tangor Murcott em bandejas plásticas e
submetê-los à câmara úmida por 24 horas e mais 13 dias em câmara com temperatura e
umidade relativa controladas, a 25 ºC e 85-90% de UR, observaram incidência de diferentes
doenças fúngicas pós-colheita, atingindo uma média de 11,6% aos 7 dias de armazenamento e
25,8% aos 14 dias de armazenamento, sendo o bolor verde a doença que atingiu as maiores
medias de incidências (5,6 a 4,6%) quando comparadas com as demais doenças detectadas em
citros.
O controle das doenças pós-colheita é vital para manter a qualidade dos citros,
especialmente em um mercado em que o transporte do produtor ao consumidor pode levar
várias semanas (Fallanaj et al. 2016).

2.4 Época de colheita

Um fator importante a ser considerado no momento da colheita é o grau de maturação,


pois este condiciona a qualidade pós-colheita (Fischer et al. 2008). Segundo Chitarra e
Chitarra (2005), a maturação é considerada como o estádio de desenvolvimento, no qual o
produto atinge os requisitos ou atributos necessários para a colheita. Durante esse período, as
tangerinas passam por uma série de mudanças externas de sabor e de textura, quando o
máximo tamanho e desenvolvimento são alcançados, incluindo aumento na concentração de
açúcares solúveis, redução da acidez total e outras mudanças físicas e químicas, até atingirem
a qualidade ideal para o consumo in natura, durante o processo de maturação. O

5
amadurecimento também afeta a anatomia celular, conteúdo de água e composição das
paredes celulares que são fatores que influenciam na textura das frutas (Ahia et al., 2011).
Os frutos do grupo de tangerina são considerados não climatéricos, o que significa que
eles precisam ser colhidos em um estádio apropriado em termos de maturação, açúcar e teor
de ácido e volume de suco (Pacheco et al. 2017). A colheita no estádio próprio de
maturidade é essencial para a obtenção de produtos com ótima qualidade e manutenção da
mesma na fase pós-colheita, sendo, portanto, decisivo para o prolongamento da vida útil ou
em relação ao potencial de armazenamento (Chitarra e Chitarra, 2005).
Para que o processo de conservação seja eficaz e resulte em bons resultados é
importante que o processo tenha ínicio a partir de frutos de boa qualidade na colheita e
colhido no ponto correto, ou seja, no grau adequado de maturação (Vale et al. 2006).
O momento ideal da colheita e o tempo de armazenamento podem influenciar nas
propriedades físico-químicas que servem como precursores para sintetizar os compostos
nutricionais que determinam a qualidade das frutas (Alhassan et al. 2016). De acordo com
Vale et al. (2006), os frutos de tangerina Ponkan (Citrus reticulata Blanco) colhidos no início
da safra (mais verdes) foram mais resistentes ao armazenamento refrigerado por apresentaram
menor perda de massa. Os frutos colhidos no final da safra (mais maduros) apresentam maior
teor de sólidos solúveis e menor acidez titulável. Segundo Pereira et al. (2006), as frutas
cítricas colhidas muito maduras apresentam pouca firmeza, maior suscetibilidade a injúrias
mecânicas, podridões, alterações fisiológicas e possuem menor vida útil.

2.5 Refrigeração

Durante o armazenamento é importante que os frutos permaneçam em condições


adequadas para que não percam suas propriedades e características. A refrigeração é uma
técnica com destaque quando se trata de conservação, constituindo um dos métodos mais
eficazes para a manutenção da qualidade das frutas, sendo uma alternativa para reduzir a
atividade respiratória e retardar a atividade metabólica, as quais propiciam o amadurecimento
e a senescência dos tecidos vegetais (Chitarra e Chitarra, 2005).
O armazenamento refrigerado é um dos métodos mais efetivos e práticos utilizados
para o prolongamento da vida útil de frutos in natura (Almeida et al. 2006). O gerenciamento
das temperaturas de armazenamento pós-colheita é a principal ferramenta disponível para
reduzir o desenvolvimento de senescência e distúrbios fisiológicos da fruta (Cronje et al.,
2011).

6
Vale et al. (2006) relatam que o armazenamento adequado dos frutos garante a
ampliação do período de comercialização e consumo, constituindo-se em maior segurança de
venda, geralmente com vantagens financeiras. O armazenamento do fruto resultará no
abastecimento do mercado na entressafra, e com isso gerará oportunidades de maiores lucros
(Nascimento et al. 2011).
Bonani et al. (2013), avaliando uma variedade de tangerina, destaca que o
armazenamento a frio é uma alternativa que pode ser usada como ferramenta para ampliar o
período de oferta de frutos. A temperatura e o período de armazenamento influenciaram
significativamente na perda de massa (Todisco et al. 2012).
O período de conservação refrigerado depende de cada variedade e temperatura
utilizada (Kluge et al. 2006; Almeida et al. 2012). Recomenda-se no armazenamento de
tangerinas temperatura de 4 ºC, onde o período varia de duas a nove semanas (Chitarra e
Chitarra, 2005). As tangerinas geralmente são armazenadas a temperatura de 5-8 ºC
(Obenland et al. 2013).
A utilização de refrigeração durante o armazenamento apesar de reduzir a incidência
de podridões, pode ocasionar distúrbios fisiológicos (Brackmann et al. 2008). Esses distúrbios
fisiológicos causados pelo frio também é conhecido por dano causado pelo frio e de
“chilling”. Segundo Kluge et al. (2006) normalmente, os danos caudados pelo frio em frutas
cítricas se caracterizam pelo aparecimento de depressões superficiais necróticas na casca
quando submetidas ao armazenamento por um longo período a baixas temperaturas (0 a 5 ºC).
Segundo Chitarra e Chitarra (2005), a desordem causada na casca dos frutos é prejudicial,
acarretando depreciação do produto diante ao consumidor.
Malgarim et al. (2008) realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar a qualidade
pós-colheita de frutos de citros cv. Nova, em diferentes períodos de armazenamento e de
simulação da comercialização. Após a colheita, as frutas foram armazenadas por 15, 30 e 45
dias e refrigerada à 8ºC e umidade relativa (UR) de 90-95%, aos 45 dias de armazenamento,
foi observada uma diminuição do conteúdo de vitamina C e um aumento de podridões, que
aumentaram com o maior período de comercialização. Com o aumento do período de
comercialização, o sabor e odor apresentaram-se estranhos, a qualidade geral diminuiu ao
longo do armazenamento e concluíram que frutos de citros cv. Nova mantém as
características físicas, químicas e sensoriais de qualidade, quando armazenados por até 30
dias a 8 ºC e UR 90-95% e comercializados por até 16 dias à 15 ºC.

7
2.6 Uso de coberturas

Para a manutenção da qualidade e prolongamento da vida útil de produtos frescos, tem


sido explorado o uso de recobrimentos na superfície externa dos mesmos, incluindo os
cítricos (Baldwin et al. 2011; Pereira et al. 2014). Segundo Njombolwana et al. (2013), a
aplicação de cera é utilizada com o objetivo de evitar mudanças indesejáveis e aumentar a
vida útil.
A aplicação da cera se dá na casa de embalagens, durante as etapas de processamento
e embalagem (Saberi et al. 2018). Com o intuito de substituir a cera natural que foi danificada
e removida com o manuseio que começa na colheita (Valencia-chamorro et al. 2010).
As propriedades mais importantes dos revestimentos são as funções de
biodegradabilidade, migração, permeação e barreira, proteção física e mecânica, permitindo a
preservação da qualidade e a extensão da vida útil (Palou et al. 2015).
A utilização da cera como alternativa para o controle da atmosfera permite a redução
da perda de massa e garante a manutenção da qualidade dos frutos (Henrique et al. 2008),
Ainda como benefícios para os frutos cítricos proporciona uma aparência mais atraente e
brilhante durante todo o período de comercialização, reduzindo a perda de massa e
preservando a qualidade (Njombolwana et al. 2013). Frutos de tangerineiras sem aplicação de
cera apresentaram um aumento acentuado na perda de massa quando comparado com os
frutos com aplicação de cera nas mesmas condições (Bajwa and anjum, 2007). A aplicação
de ceras proporciona uma barreira à troca de gás e água, melhorando a aparência da fruta e
comercialização (Valencia-chamorro et al., 2010). Esse mecanismo é utilizado como
estratégia para inibir a migração da umidade, O2, CO2, além de possibilitar a introdução de
aditivos como antioxidantes, acarretando em melhorias das características e mantendo a
integridade dos frutos (Botrel et al., 2010).
A utilização da cera intensifica o brilho do flavedo, reduz a perda de massa e a
ocorrência de podridões, possibilita um maior tempo de armazenamento sem comprometer a
qualidade sensorial das frutas (Malgarim et al., 2007).
Um estudo realizado por Pereira et al. (2014), frutos de laranja cv. ‘Valência Delta’,
armazenado a 24 °C ±2 e 40% ±5 UR, mostrou que a utilização de cera a base de carnaúba
prolongou o período pós-colheita, com redução da perda de massa, aumento do brilho e
manutenção das propriedades físicas e físico-químicas durante o armazenamento.

8
Em contrapartida, a composição e a concentração da cera podem atribuir brilho ao
fruto, por outro lado, também pode afeta sua permeabilidade aos gases necessários para a
respiração (Porat et al., 2005), causando fermentação.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos no laboratório de pós-colheita, no Centro de


Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica do Instituto Agronômico, Campinas,
(SP). As frutas foram colhidas no Pólo Regional de Pesquisa e Desenvolvimento do Sudoeste
Paulista, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, do Governo do Estado de São Paulo,
no município de Capão Bonito (SP), situado a 24º 00’ 21” S e 48º 20’ 58” O e altitude 705 m.
O clima segundo a classificação de Köppen e Geiger é do tipo Cfa, clima temperado úmido
com verão quente. A temperatura média anual é de 18,8 ºC e a média anual de pluviosidade é
de 1.628 mm.
As plantas de tangerina ‘IAC 2019 Maria’ foram enxertadas sobre limão Cravo (Citrus
limonia) e o pomar instalado em dezembro de 2014 com espaçamento de 6 m x 1 m.

3.1 Experimento 1 – Época de colheita

Frutos de tangerina ‘IAC 2019Maria’, foram colhidos com a casca completamente


amarela, em três épocas de colheita durante a safra de 2017.

Tabela 1. Dados climáticos das três épocas de colheita


Época Data da Precipitação Temperatura Temperatura
Colheita (mm) máxima (ºC) mínima (ºC)
Época 1 18 de maio 45 17,2 15,2
Época 2 7 de junho 0,2 25,9 14,9
Época 3 27 de junho 0,3 25,2 9,6
(CIIAGRO, 2017)

Depois de colhidos os frutos foram levados ao Laboratório de Pós-Colheita do Centro


de Ecofisiologia e Biofísica e selecionados quando à uniformidade da cor. Os frutos foram
armazenados à temperatura de 24 ºC ±2 e 70% de UR por 18 dias. As análises foram
realizadas a cada três dias.

9
O delineamento experimental foi totalmente casualizado em arranjo fatorial duplo
(época de colheita x tempo de armazenamento). Os dados obtidos foram submetidos à analise
de variância (ANOVA) e a comparação de média foi realizada pelo teste de Tukey 5% (p <
0,05), utilizando o programa Assistat. Para análise dos dados de incidência de doenças foi
realizada análise não paramétrica de múltiplas proporções, por meio do programa R 5%.

3.2 Experimento 2 – Refrigeração

Frutos foram colhidos durante a safra de 2017 no mês de Maio, com a casca
completamente amarela e armazenados em três temperaturas, 24 ºC ±2/70% UR, 10 ºC
±2/80% UR e 5 ºC ±2/80% UR, por um período de 18 dias. Fruto s que permaneceram a 24
ºC foram avaliados a cada 3 dias. Ao final dos 18 dias, frutos armazenados a 10 e 5 ºC foram
transferidos para temperatura de 24ºC ±2/70% UR para simular um período de
comercialização. Durante o período de refrigeração as análises foram realizadas a cada 6 dias,
após a transferência, as análises foram realizadas com intervalos de 3 dias.
O delineamento experimental foi totalmente casualizado em arranjo fatorial duplo
(temperatura x tempo de armazenamento). Os dados obtidos foram submetidos à analise de
variância (ANOVA) e a comparação de média foi realizada pelo teste de Tukey 5% (p <
0,05), utilizando o programa Assistat. Para análise dos dados de incidência de podridões foi
realizada análise não paramétrica de múltiplas proporções, por meio do programa R 5%.

3.3 Experimento 3 – Refrigeração e recobrimento com cera

Tangerinas ‘IAC 2019Maria’ foram colhidas no mês de junho, durante a safra de 2017
com a casca completamente amarela. Depois de selecionados quanto ao tamanho e
uniformidade da cor, os frutos foram lavados com água e secos por ventilação natural. Em
seguida metade dos frutos receberam aplicação manual de 3 gotas de cera a base de carnaúba
(12%). Frutos encerados e não encerados foram armazenados a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC
±2/84% por 18 dias. Ao final dos 18 dias, frutos armazenados a 5 ºC foram transferidos para
temperatura de 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias para simular um período de
comercialização. As análises foram efetuadas a cada 3 dias quanto os frutos estavam a 24 ºC e
a cada 6 dias quando refrigerados.
O delineamento experimental foi totalmente casualizado em arranjo fatorial triplo
(temperatura x aplicação de cera x tempo de armazenamento). Os dados obtidos foram

10
submetidos à analise de variância (ANOVA) e a comparação de média foi realizada pelo teste
de Tukey 5% (p < 0,05), utilizando o programa Assistat. Para análise dos dados de incidência
de podridões foi realizada análise não paramétrica de múltiplas proporções, por meio do
programa R 5%.

3.4 Avaliações

Sólidos Solúveis (SS)


Para a determinação dos sólidos solúveis, foi extraído o suco das frutas. Duas gotas
desse suco foram colocadas no refratômetro digital (Atago PR-101, Japão) e a leitura
efetuada, sendo o resultado expresso em °Brix. Foram utilizadas 5 repetições de dois frutos
cada.

Acidez Titulável (AT)


A acidez titulável foi determinada utilizando-se uma alíquota de 10 g de suco, a qual
foi adicionado 90 mL de água destilada. A seguir foi realizada a titulação até o ponto de
viragem ao pH 8,1 com hidróxido de sódio (NaOH) 0,1N, previamente padronizado, segundo
método do Instituto Adolfo Lutz (1985). O resultado foi expresso em porcentagem g de ácido
cítrico/100 mL de amostra. Foram utilizadas 5 repetições de dois frutos cada.

Ácido Ascórbico
A Uma alíquota de 5 mL do suco foram adicionados em 50 mL de ácido oxálico 1%.
A solução padrão foi obtida com 10 mL de ácido ascórbico e 50 mL de ácido oxálico (1%).
Essas misturas foram tituladas com DCFI (2,6 diclorofenol indofenol de sódio) até coloração
rosada persistente das misturas por 15 segundos (Carvalho et al. 1990) e os resultados obtidos
foram expressos em mg de ácido ascórbico em 100 g de amostra. Foram utilizadas cinco
repetições de dois frutos cada.

Perda de massa
A perda de massa foi determinada por meio da pesagem dos frutos em balança semi-
analítica, com cálculo da diferença entre peso final e inicial, e os resultados expressos em
porcentagem. Foram utilizadas 10 repetições de um fruto.

11
Firmeza da Polpa
A firmeza dos frutos foi avaliada com texturômetro (TA-XT2i – Texture Analyser,
Stable Micro Systems), com probe cilíndrico P35, diâmetro de 35mm, velocidade pré teste e
pós teste de 2 mm/s e taxa de compressão de 9 mm. Foram realizadas duas leituras por fruto,
em lados opostos da região equatorial. Os dados foram expressos em Newtons (N). Foram
utilizadas 10 repetições de um fruto.

Cor da Casca
A cor da casca foi determinada com colorímetro (Minolta CR-300, Japão), tomando-se
duas leituras por fruto, em lados opostos da sua região equatorial. O sistema de leitura
utilizado foi o CIELAB, representado pelos seguintes parâmetros: coordenada de
luminosidade L* (0 preto, 100 branco), coordenada de cromaticidade a* (-a verde, +a
vermelho) e b* (-b azul, +b amarelo). Os resultados foram expressos em ângulo Hue (ºH).
Foram utilizadas 10 repetições de um fruto.

Incidência de podridões
A incidência de podridões foi avaliada pela contagem do número de frutos
apresentando sintomas de podridões e expressa em porcentagem. Foram utilizadas cinco
repetições de 20 frutos.

Análise sensorial
Foi realizado teste de aceitabilidade, levando em consideração a aparência externa e
sabor fruto, com a participação de trinta provadores não treinados, através de escala hedônica
de 5 pontos (Moraes, 1988) – Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim
(nota 2) e Muito Ruim (nota 1). As frutas foram lavadas e higienizadas, descascadas e
separadas por gomos. Cada amostra recebeu uma codificação de três dígitos. As amostras
foram entregues para os participantes juntamente com um questionário para atribuição das
notas. Para a avaliação da aparência um fruto representativo do lote foi apresentado para os
provadores.

12
4 RESULTADOS

4.1 Experimento 1 – Época de colheita

Frutos colhidos na época 1 apresentaram teores de sólidos solúveis ligeiramente


maiores, quando comparados com as demais épocas de colheita (p < 0,05). O valor médio de
sólidos encontrado foi de 11 ºBrix, 10,5 ºBrix e 10,7 ºBrix para as épocas 1, 2 e 3
respectivamente.
Foi possível observar um pequeno aumento nos SS a partir do sexto dia de
armazenamento, independentemente da época de colheita (Figura 1).

14 Época 1 Época 2 Época 3

12
Sólidos solúveis (ºBrix)

10
8
6
4
2
0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 1 - Teor de sólidos solúveis (ºBrix) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas
durante a safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2:
7 de junho e Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

O teor de acidez (AT) foi influenciado significativamente pela época de colheita.


Frutos colhidos na época 1 apresentaram acidez maior durante todo o período pós-colheita,
quando comparado àqueles colhidos nas épocas 2 e 3 (p < 0,05). Quanto mais tardia a
colheita, menor foi o teor de acidez encontrado nos frutos, principalmente a partir do sexto dia
de armazenamento a 24ºC. Aos 6 dias de armazenamento frutos colhidos na época 1
apresentaram acidez de 1,02 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1, já aqueles colhidos na
época 2 e 3 tinham valores de 0,66 e 0,48 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1,
respectivamente. Quando considerado todo o período pós-colheita, podemos afirmar que não
houve variação no teor de acidez ao longo dos 18 dias de armazenamento a 24 ºC (Figura 2).

13
1,2 Época 1 Época 2 Época 3

g de ácido cítrico·100 mL de 1,0

0,8
amostra-1

0,6

0,4

0,2

0,0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 2 - Teor de acidez (g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’


colhidas em três épocas durante a safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época
1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da
média (n=5).

A dimuição da acidez contribuiu para um aumento no ratio (sólidos solúveis/acidez)


quando os frutos foram colhidos mais tardiamente. Até o sexto dia de armazenamento as
épocas 2 e 3 não diferiram estatisticamente (p ≥ 0,05). A partir do sexto dia de avaliação,
houve diferença entre as três épocas de colheita, com valores de 11,1, 15,7 e 22,1 para
tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas nas épocas 1, 2 e 3, respectivamente (p < 0,05).
Considerando-se todo o período pós-colheita, os valores médios encontrados para os frutos
colhidos nas épocas 1, 2 e 3 foram de 12,6, 16,7 e 21,4, respectivamente (Figura 3).

14
30 Época 1 Época 2 Época 3

25

20
Ratio

15

10

0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)
Figura 3 - Ratio (sólidos solúveis/acidez) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas
durante a safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2:
7 de junho e Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

A época de colheita influenciou o teor de ácido ascórbico nas tangerinas.


Considerando-se todo o período pós-colheita, frutos colhidos na época 3 apresentaram teores
médios de 34,5 mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1, significativamente maiores que
os teores de frutos colhidos na época 1 e 2, com 32,2, 31,6 mg de ácido ascórbico·100 mL de
amostra-1, respectivamente (p < 0,05). Independentemente da época de colheita, não houve
modificações no conteúdo de ácido ascórbico ao longo do armazenamento (Figura 4).

60 Época 1 Época 2 Época 3


mg de ácido ascórbico·100 mL de

50

40
amostra-1

30

20

10

0
0 39 6 12 15 18
Armazenamento (dias)
Figura 4 - Teor ácido ascórbico (mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra -1) em tangerinas ‘IAC
2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18
dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro
padrão da média (n=5).

15
Independentemente da época de colheita, houve um incremento linear na perda de
massa durante a pós-colheita. Aos 12 dias de armazenamento a 24 ºC a perda de massa já era
de aproximadamente 8%. Houve diferença significativa na perda de massa quando
comparamos as três épocas de colheita (p < 0,05). Frutos colhidos na época 2 apresentaram a
maior perda média de massa, 7,5%, quando considerando o período todo de pós-colheita. Já
os colhidos nas épocas 1 e 3 apresentaram valores de 6,6 e 6,1, respectivamente (Figura 5).

18 Época 1 Época 2 Época 3


16
14
Perda de massa (%)

12
10
8
6
4
2
0
3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 5 - Perda de massa (%) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra
de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e
Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Durante todo o período estudado, frutos colhidos na época 1 permaneceram com


firmeza significativamente maior que os frutos colhidos nas épocas 2 e 3 que por sua vez
apresentaram firmeza bastante similar. No dia da colheita houve diferença entre os frutos
colhidos nas três épocas (p < 0,05). Os frutos da época 1, 2 e 3 apresentaram firmeza de 121,
90,3 e 77 N, respectivamente. Aos 9 dias a 24ºC os frutos colhidos na época 1 apresentavam
aproximadamente 85 N diferindo estatisticamente dos frutos colhidos nas épocas 2 e 3 com
firmeza ao redor de 60 N. Ao longo dos 18 dias de armazenamento houve perda de firmeza
dos frutos independentemente da época de colheita (p < 0,05) (Figura 6).

16
140 Época 1 Época 2 Época 3

120
100
Firmeza (N)

80
60
40
20
0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 6 - Firmeza (N) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra de
2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e
Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).
Os frutos colhidos na época 1 apresentaram maior incidência de podridões
(Penicillium digitatum, Penicillium italicum e Colletotrichum spp.), sendo que os primeiros
frutos com sintomas apareceram no início do armazenamento (3 dias). A incidência de
podridão foi crescente nesses frutos. Aos 9 dias de armazenamento a 24ºC, 6% desses frutos
estavam com sintomas de podridão. Ao final do período estudado a incidência foi de 17%.
Frutos colhidos na época 2 apresentaram os primeiros sintomas aos 12 dias de
armazenamento. Mesmo aos 18 dias de armazenamento esses frutos tinham somente 6% de
podridão. Nos frutos colhidos na época 3 os primeiros sintomas manifestaram-se aos 9 dias de
armazenamento, aos 18 dias de armazenamento os sintomas de podridão chegaram a 13%.
Não houve diferença significativa entre os frutos colhidos na época 1 e 3. A diferença foi
encontrada apenas entre os frutos colhidos na época 1 e 2 e para os frutos colhidos na época 2
e 3 (p < 0,05) (Figura 7).

17
20 Época 1 Época 2 Época 3
18
Incidência de podridões (%)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 7 - Incidência de podridões (Penicillium digitatum, Penicillium italicum e Coletotrichum spp.)


em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra de 2017 e armazenadas a 24
ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e Época 3: 27 de junho.

Figura 8 - Incidência de podridão (Penicillium italicum e Penicillium digitatum) pós-colheita em


tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias.

Para a coloração da casca, avaliou-se o ângulo hue. Frutos colhidos na época 2


apresentaram maiores valores de ºhue até os 15 dias de armazenamento. Ao longo do
armazenamento não houve variação significativa no ºhue da casca (p ≥ 0,05) (Figura 9).

18
100 Época 1 Época 2 Época 3
90
80
70
60
ºHue

50
40
30
20
10
0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 9 - ºHue da casca de tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra de
2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e
Época 3: 27 de junho. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Para a análise sensorial, avaliou-se os atributos aparência e sabor. Quando


consideramos todo o período de avaliação, os frutos colhidos na época 1 apresentaram
menores notas para a aparência quando comparado com os frutos colhidos nas épocas 2 e 3 (p
< 0,05). Os frutos da época 1 receberam em média nota de 3,9, enquanto que a época 2 e 3 a
nota média recebida foi de 4 (Figuras 10 e 11).

5 Época 1 Época 2 Época 3

3
Aparência

0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 10 - Aparência de tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas em três épocas durante a safra de 2017
e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7 de junho e Época 3:
27 de junho. Escala: Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito
Ruim (nota 1). Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

19
Figura 11 - Aparência de tangerinas ‘IAC 2019Maria’, da época 1 no dia da colheita(A), colhidas na
época 1 aos 18 dias de armazenamento a 24 ºC ±2/70% UR (B), época 2 no dia da colheita (C),
colhidas na época 2 aos 18 dias de armazenamento a 24 ºC ±2/70% UR (D), época 3 no dia da colheita
(E) e colhidas na época 3 aos 18 dias de armazenamento a 24 ºC ±2/70% UR (F).

No dia da colheita, os frutos colhidos na época 3 receberam melhores notas para o


sabor com valor de 4,6, diferindo estatisticamente dos frutos da época 1 com nota 3,7 (p <
0,05) e os frutos colhidos na época 2 receberam nota de 4,2 não apresentando diferença entre
os frutos colhidos nas demais épocas. Aos 3 dias de armazenamento houve diferença
significativa entre os frutos colhidos na época 1 e 2 com valores de 3,8 e 4,3, respectivamente.
No 15º dia de armazenamento os frutos colhidos na época 2 receberam nota 4,4 e os frutos
colhidos na época 3 nota 3,8 diferindo entre si (Figura 12).

20
5 Época 1 Época 2 Época 3

3
Sabor

0
0 3 6 9 12 15 18
Armazenamento (dias)

Figura 12 - Sabor de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas em três épocas de colheita durante a safra de
2017 e armazenados durante 18 dias 24 ºC ±2/70% UR por 18 dias. Época 1: 18 de maio, Época 2: 7
de junho e Época 3: 27 de junho. Escala: Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim
(nota 2) e Muito Ruim (nota 1). Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

4.2 Experimento 2 – Refrigeração

Para o teor de sólidos solúveis as médias encontradas foram de 11 e 10,6 para os frutos
armazenados a 24 e 10 ºC, respectivamente (p < 0,05). Não houve diferença significativa
entre os frutos armazenados a 5 ºC e aqueles armazenados nas demais temperaturas. Ao longo
do armazenamento não houve variação significativa no teor de sólidos solúveis (Figura 13).

14
24 ºC 10 ºC 5 ºC
12
Sólidos solúveis (ºBrix)

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 13 - Teor de sólidos solúveis em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017,
armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR, 10 ºC ±2/86% UR, 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais
indicam o erro padrão da média (n=5).

21
Após os 18 dias de armazenamento, os frutos mantidos sob refrigeração (10 e 5 ºC)
foram transferidos para a temperatura de 24 ºC ±2 e 70% UR (Figura 14).
Independentemente da temperatura prévia a que os frutos foram expostos houve um
aumento no teor de sólidos solúveis após a transferência. No dia da transferência o teor de
sólidos solúveis era de 10,23 e ao final da transferência foi de 11,62 (p < 0,05).

14
10 ºC 5 ºC
12
Sólidos solúveis (ºBrix)

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 14 - Teor de sólidos solúveis (ºBrix) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017,
armazenadas a 10 ºC ±2/86% UR, 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR
por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

As temperaturas de armazenamento não interferiram no teor de acidez das tangerinas.


O valor médio encontrado foi de 0,88 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1 para os frutos
armazenados a 24 ºC, para os frutos mantidos a 10 ºC foi de 0,87 g de ácido cítrico·100 mL
de amostra-1 e 0,94 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1 para os frutos armazenados a 5 ºC
(p ≥ 0,05). Ao longo do armazenamento foi possível afirmar que não houve variação no teor
de acidez (Figura 15).

22
1,2 24 ºC 10 ºC 5 ºC

g de ácido cítrico·100 mL de 1,0

0,8
amostra-1

0,6

0,4

0,2

0,0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 15 - Teor de acidez em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017, armazenadas a
24 ºC ±2/70% UR, 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro
padrão da média (n=5).

Durante o período de transferência, os valores médios encontrados foram 0,81 e 0,85 g


de ácido cítrico·100 mL de amostra-1 para os frutos anteriormente armazenados a 10 e 5 ºC,
respectivamente (p ≥ 0,05). Não houve variação no teor de acidez presente nos frutos ao longo
da simulação comercial, independentemente da temperatura a que foram refrigerados
anteriormente (Figura 16).

1,2
10 ºC 5 ºC
g de ácido cítrico·100 mL de

1,0

0,8
amostra -1

0,6

0,4

0,2

0,0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Arrmazenamento (dias)

Figura 16 - Teor de acidez (g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’


colhidas na safra de 2017, armazenadas a 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e
transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média
(n=5).

23
Frutos mantidos a 24 e 10 ºC apresentaram ratio maior quando comparados com os
frutos armazenados a 5 ºC (p < 0,05). Os valores médios observados foram de 12,7, 12,2 e
11,3 para os frutos armazenados a 24, 10 e 5 ºC, respectivamente. Não houve variação no
ratio ao longo do armazenamento (Figura 17).

35
24 ºC 10 ºC 5 ºC
30

25

20
Ratio

15

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 17 - Ratio (sólidos solúveis/acidez) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR, 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais
indicam o erro padrão da média (n=5).

Com relação os ratio não houve diferença entre os frutos armazenados a 10 e 5 ºC (p ≥


0,05) durante a simulação de comercialização. Os valores médios encontrados foram 13,8 e
13,1 para os frutos anteriormente mantidos a 10 e 5 ºC, respectivamente. Ao longo do
armazenamento, independentemente da temperatura de armazenamento anterior, houve
aumento no ratio, assumindo valores médios de 12,1 na saída da refrigeração e 14,22 ao final
do período de transferência (Figura 18).

24
35 10 ºC 5 ºC

30

25

20
Ratio

15

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 18 - Ratio (sólidos solúveis/acidez) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017,
armazenadas a 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR
por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Para o teor de ácido ascórbico, os valores médios encontrados foram 32,3, 31 e 30,8
mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1 para os frutos mantidos a 24, 10 e 5 ºC,
respectivamente (p ≥ 0,05). A temperatura de armazenamento não influenciou a quantidade de
ácido ascórbico presente no fruto. Ao longo do armazenamento houve aumento do teor de
ácido ascórbico das tangerinas, independentemente da temperatura de armazenamento, com
valor médio de 33,57 mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1 ao final do armazenamento
(Figura 19).

60
24 ºC 10 ºC 5 ºC
mg de ácido ascórbico·100 mL de

50

40
amostra-1

30

20

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 19 - Teor de ácido ascórbico (mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1) em tangerinas 'IAC
2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR , 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC
±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

25
O teor de ácido ascórbico presente nos frutos durante o período de transferência não
foi influenciado pela temperatura de armazenamento (p ≥ 0,05). Ao longo do período de
transferência não houve variação no teor de acidez presente nos frutos (Figura 20).

60 10 ºC 5 ºC
mg de ácido ascórbico·100 mL de

50

40
amostra-1

30

20

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 20 - Teor de ácido ascórbico (mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra -1) em tangerina ‘IAC
2019Maria’ colhidas na safra de 2017, armazenadas 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias
e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da
média (n=5).

A refrigeração contribuiu para menor perda de massa das tangerinas. Frutos


armazenados a 24 ºC apresentaram perda de massa maior quando comparado com os frutos
armazenados a 10 e 5 ºC (p < 0,05) durante todo o período estudado. A partir do 12º dia de
armazenamento, quando comparamos as duas temperaturas de refrigeração, foi possível
verificar que os frutos armazenados a 10 ºC perderam menos massa que aqueles que
permaneceram a 5 ºC. Aos 12 dias de armazenamento a perda de massa era de 8% para os
frutos mantidos a 24 ºC, para os frutos mantidos a 10 ºC a perda de massa era de 2,5% e de
3% para os frutos armazenados a 5 ºC (p < 0,05). Aos 18 dias de armazenamento a perda de
massa dos frutos mantidos a 24 ºC era maior que 11%, enquanto que para os frutos mantidos
nas demais temperaturas a perda de massa aos 18 dias não passou de 4,5% (Figura 21).

26
14
24 ºC 10 ºC 5 ºC
Perda de massa (%) 12

10

0
6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 21 - Perda de massa (%) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas a 24 ºC ±/70% UR, 10 ºC ±/86% UR e 5 ºC ±/84% UR por 18 dias. Barras verticais
indicam o erro padrão da média (n=10).

Para a perda de massa durante o período de transferência, os frutos anteriormente


armazenados a 10 ºC apresentaram menor perda de massa quando comparado com os frutos
armazenados a 5 ºC, assumindo valores médios de 8,8 e 10,1, respectivamente (p < 0,05). Ao
longo do período de simulação comercial houve um aumento progressivo, independentemente
da temperatura refrigeração anterior à transferência (Figura 22).

27
18
10 ºC 5 ºC
16
Perda de massa (%) 14
12
10
8
6
4
2
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 22 - Perda de massa (%) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017,
armazenadas a 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR
por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

A temperatura influenciou significativamente a firmeza da polpa. Os frutos


armazenados a 5 ºC permaneceram com firmeza maior durante todo o período pós-colheita.
Os valores médios encontrados, considerando todo o período de avaliação, foram de 94,8 N
para os frutos mantidos a 24 ºC, 104,1 N para os frutos a 10 ºC e para os frutos a 5 ºC, 113,1
N (p < 0,05). Independentemente da temperatura houve perda de firmeza dos frutos ao longo
do armazenamento, principalmente a partir do 12º dia de armazenamento (Figura 23).

160 24 ºC 10 ºC 5 ºC
140
120
Firmeza (N)

100
80
60
40
20
0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 23 - Firmeza (N) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24
ºC ±2/70% UR, 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro
padrão da média (n=10).

28
Com relação a firmeza dos frutos, foi observado que, no dia da transferência, os frutos
que estavam mantidos a 5 ºC apresentavam maior firmeza quando comparados com os frutos
que tinham sido armazenados a 10 ºC, apresentando valores de 95,7 N e 85,9 N,
respectivamente (p < 0,05). Essa diferença encontrada no dia da transferência não se manteve
ao longo da comercialização. Quando considerado todo o período de transferência, houve uma
diminuição da firmeza (Figura 24).

160
10 ºC 5 ºC
140
120
Firmeza (N)

100
80
60
40
20
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 24. Firmeza (N) em tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017, armazenadas a 10
ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias.
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Houve diferença estatística entre os frutos armazenados nas três temperaturas (p <
0,05) para a incidência de doenças (Penicillium digitatum, Penicillium italicum e
Colletotrichum spp). O armazenamento refrigerado (10 e 5 ºC) contribuiu para uma menor
incidência de podridões nos frutos. Os frutos mantidos a 24 ºC apresentaram a maior
porcentagem de incidência, onde os primeiros sintomas apareceram aos 6 dias de
armazenamento e ao final do período pós-colheita a incidência de podridões era de 17%. Ao
final do período de armazenamento (18 dias) os frutos mantidos a 10 ºC tiveram uma
incidência de 8%, enquanto nos frutos armazenados a 5 ºC, os sintomas de podridões
apareciam em 1% dos frutos (Figura 25).

29
30
24 ºC 10 ºC 5 ºC

Incidência de podridões (%) 25

20

15

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 25 - Incidência de podridões (Penicillium digitatum, Penicillium italicum e Colletotrichum


spp.) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC ±2/70% UR, 10
ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias.

Com relação á incidência de podridões, os frutos que haviam sido armazenados a 10


ºC apresentaram, durante a comercialização, maior incidência quando comparado com os
frutos mantidos a 5 ºC (p < 0,05). Ao final do armazenamento, a incidência era de 26% e 11%
para os frutos mantidos a 10 e 5 ºC, respectivamente. Aos 3 dias (18+3) de transferência a
incidência para os frutos anteriormente armazenados a 10 ºC já era maior que 10%, enquanto
que para os frutos mantidos a 5 ºC a incidência alcançou os 10% aos 15 dias (18+15) após a
transferência (Figura 26).

30
10 ºC 5 ºC
25
Incidência de doenças (%)

20

15

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 26 - Incidência de podridões (Penicillium digitatum, Penicillium italicum e Colletotrichum


spp.) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 10 ºC ± 2/86% UR e 5
ºC ± 2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias.

30
Os frutos armazenados sob refrigeração (10 e 5 ºC) apresentaram maiores valores de
ºhue quando comparado com os frutos mantidos a 24 ºC (p < 0,05). A partir do 12º dia de
armazenamento houve diferença significativa entre os frutos armazenados sob refrigeração,
onde frutos mantidos a 5 ºC tiveram maior ºhue. Para os frutos armazenados a 24 e 10 ºC ao
longo do armazenamento não houve variação para o ângulo Hue, enquanto para os frutos
mantidos a 5 ºC houve um aumento a partir do 6 dias de armazenamento (p < 0,05) (Figura
27).

100
24 ºC 10 ºC 5 ºC
90
80
70
60
ºHue

50
40
30
20
10
0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 27 - ºHue da casca de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a
10 ºC ± 2/86% UR e 5 ºC ± 2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média
(n=10).

Para a coloração da casca, avaliou-se o ângulo ºhue (h), os frutos mantidos a 10 ºC


apresentaram menor ºhue quando comparado com os frutos que haviam sido armazenados a 5
ºC, assumindo valores médios de 70 e 73 ºhue, respectivamente (p < 0,05).
Independentemente da temperatura de armazenamento houve diminuição no ºhue ao longo do
armazenamento pós-refrigeração (Figura 28).

31
100
10 ºC 5 ºC
90
80
70
60
50
ºHue

40
30
20
10
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 28 - ºHue da casca de frutos de tangerina 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas a 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR
por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média. (n=10).

Para análise sensorial avaliou-se a aparência e o sabor das tangerinas ‘IAC


2019Maria’. Os frutos mantidos a 24 ºC receberam nota 4 (bom) até os 12 dias, enquanto, os
frutos armazenados sob refrigeração mantiveram nota 4 até o final dos 18 dias de
armazenamento. Aos 18 dias, os frutos armazenados a 10 e 5 ºC receberam maior nota quando
comparados com os frutos armazenados a 24 ºC (p < 0,05) (Figuras 29 e 30).

5 24 ºC 10 ºC 5 ºC

4
Aparência

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 29 - Aparência de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC


±2/70%UR, 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Escala: Muito Bom (nota 5); Bom
(nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito Ruim (nota 1). Barras verticais indicam o erro
padrão da média (n=30).

32
Figura 30 - Aparência de tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 e armazenadas por 18
dias a 24 ºC ±2/70% UR (A), 10 ºC ±2/86% UR (B) e 5 ºC ±2/84% UR (C).

Houve diferença significativa ao longo do armazenamento para os frutos


anteriormente mantidos a 10 ºC, que no dia da transferência (18 dias) receberam nota de 4,3 e,
ao final do período avaliado (18+18 dias), 2,5 (p < 0,05), ou seja, abaixo de “bom”. Durante o
período de transferência os frutos mantidos a 5 ºC não apresentaram diferença significativa e
permaneceram com notas superiores a 3 (p ≥ 0,05) (Figuras 31 e 32).

5
10 ºC 5 ºC

3
Aparência

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 31 - Aparência de tangerina 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 armazenadas a 10 ºC


±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias.
Escala: Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito Ruim (nota 1).
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

33
Figura 32 - Aparência de tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 10
ºC ±2/86% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 6 dias (A), 5 ºC ±2/84%
UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 6 dias (B)10 ºC ±2/86% UR por 18 dias
e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias (C) 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas
para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias (D).

Para o atributo sabor, não houve influência da temperatura de armazenamento, nem


tão pouco do tempo de armazenamento. Quando considerado todo o período de avaliação, a
média de notas foi de 3,8, 3,9 e 3,6 para os frutos armazenados a 24, 10 e 5 ºC,
respectivamente (p ≥ 0,05) (Figura 33).
5 24 ºC 10 ºC 5 ºC

3
Sabor

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)
Figura 33 - Sabor de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 24 ºC
±2/70% UR, 10 ºC ±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Escala: Muito Bom (nota 5); Bom
(nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito Ruim (nota 1). Barras verticais indicam o erro
padrão da média (n=30).

34
Para o atributo sabor não houve diferença significativa entre os frutos previamente
armazenados a 10 ºC e a 5 ºC, apresentando valores médios de 3,5 e 3,6, respectivamente,
quando considerado todo o período de comercialização (p ≥ 0,05). Ao longo do período de
transferência foi possível observar um decréscimo na média das notas, sendo que no ínicio da
transferência (18 dias) a média das notas era de 3,7 e ao final (18+18 dias) era de 2,9 (p <
0,05) (Figura 34).

5
10 ºC 5 ºC

3
Sabor

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 34 - Sabor de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas a 10 ºC


±2/86% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias.
Escala: Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito Ruim (nota 1).
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

4.3 Experimento 3 – Refrigeração e recobrimento com cera

Para o teor de sólidos solúveis durante os primeiros 18 dias de armazenamento, a


aplicação cera, independentemente da temperatura, não apresentou efeito significativo (p ≥
0,05). A média do teor de sólidos encontrado para os frutos armazenados a 24 ºC foi de 10,6,
enquanto que para os frutos a 5 ºC foi de 10,3 (p < 0,05). Para os frutos armazenados a 24 ºC,
o teor de sólidos solúveis aumentou a partir do sexto dia de armazenamento, que não se
manteve até o período final de pós-colheita. Quando considerado todo o período pós-colheita,
os frutos mantidos a 5 ºC apresentaram um aumento no teor de sólidos quando comparado o
dia da colheita (dia 0) e o último dia de refrigeração (dia 18), assumindo média de 10,2 e 10,9,
respectivamente (p < 0,05) (Figura 35).

35
14
24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera
12
Sólidos Solúveis (ºBrix)
10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 35 - Teor de sólidos solúveis (ºBrix) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de
2017 e armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias.
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Durante o período de transferência não houve variação no teor de sólidos solúveis,


independentemente da aplicação do recobrimento (p ≥ 0,05). O valor médio encontrado foi de
10,9 no dia da saída da refrigeração e 11,5 após o período de simulação da comercialização
(Figura 36).

14 Sem cera Com cera


12
Sólidos solúveis (ºBrix)

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 36 – Teor de sólidos solúveis (ºBrix) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017
e armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR
por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

O teor de ácidez não apresentou diferença significativa entre as temperaturas e


armazenamento e a aplicação de cera (p ≥ 0,05). Quando considerado todo o período pós-
colheita, houve diminuição no teor de acidez, com 0,6 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1

36
no início do armazenamento e 0,5 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1 no último dia de
armazenamento (Figura 37).

1,2
24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera
g de ácido cítrico·100mL de

1,0

0,8
amostra-1

0,6

0,4

0,2

0,0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 37- Teor de acidez (g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1) em tangerinas 'IAC 2019Maria'
colhidas durante a safra de 2017 e armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5
ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Para os frutos transferidos, o teor de acidez foi menor nos frutos tratados quando
comparado com os frutos sem aplicação de cera (p < 0,05). Os valores médios foram de 0,47 e
44 g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1 para os frutos sem e com cera, respectivamente. Ao
longo do armazenamento houve diferença entre os frutos no dia da transferência (18 dias)
quando comparado os frutos do final do período de avaliação (18+18), independentemente do
tratamento (p < 0,05) (Figura 38).

37
1,2
Sem cera Com cera

g de ácido cítrico·100 mL de 1
amostra -1
0,8

0,6

0,4

0,2

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 38 - Teor de acidez (g de ácido cítrico·100 mL de amostra-1) em tangerinas 'IAC 2019Maria'


colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas
para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Para o ratio, a aplicação de cera não apresentou efeito significativo,


independentemente da temperatura de armazenamento (p ≥ 0,05). Os frutos mantidos a 5 ºC
apresentaram menor ratio quando comparados com os frutos armazenados a 24 ºC. Ao longo
do período pós-colheita houve um aumento significativo no ratio, apresentando valores
médios de 17,6 no dia da colheita e 23,8 aos 18 dias de armazenamento (Figura 39).

35
24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera
30

25

20
Ratio

15

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 39 - Ratio (sólidos solúveis/acidez) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de
2017 e armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias.
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

38
Após a transferência, os frutos tratados apresentaram valor médio de 25,7, enquanto os
frutos não encerados 24,2 (p < 0,05). Durante o período de comercialização simulada houve
um aumento significativo no ratio a partir dos 9 dias de comercialização quando comparado
com os frutos no dia da transferência (Figura 40).

35 Sem cera Com cera


30

25

20
Ratio

15

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 40 - Ratio (sólidos solúveis/acidez) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por
mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Durante o pós-colheita, não houve variação no teor de ácido ascórbico


independentemente da temperatura de armazenamento e da aplicação de cera (p ≥ 0,05).
Quando considerado os primeiros 18 dias de armazenamento, o teor de ácido ascórbico não
apresentou mudança significativa. O valor médio encontrado foi de 35,7 e 34,8 mg de ácido
ascórbico·100 mL de amostra-1 para o dia da colheita e ao final dos 18 dias de
armazenamento, respectivamente (p < 0,05) (Figura 41).

39
60 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera

mg de ácido ascorbico·100mL de 50

40
amostra-1

30

20

10

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 41- Teor de ácido ascórbico (mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra -1) em tangerinas 'IAC
2019Maria' colhidas durante a safra de 2017 e armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC
±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=5).

Durante a comercialização simulada, os frutos sem tratamento apresentaram valor


médio de 38,1 mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1 e o valor médio observado nos
frutos com cera foi de 36,8 mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1 (p ≥ 0,05). Após o
período de transferência o teor de ácido ascórbico apresentou um aumento significativo
pontual aos 9 dias, que não se manteve ao longo do armazenamento (Figura 42).

60
Sem cera Com cera
mg de ácido ascórbico·100 mL de

50

40
amostra -1

30

20

10

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 42- Teor ácido ascórbico (mg de ácido ascórbico·100 mL de amostra-1) em tangerinas 'IAC
2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e
transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média
(n=5).

40
Para a perda de massa, os frutos mantidos a 24 ºC sem cera apresentaram maior perda
de massa quando comparados com os frutos com aplicação de cera (p < 0,05). Para os frutos
mantidos a 5 ºC não houve efeito significativo para a aplicação de cera até os 12 dias de
armazenamento (p ≥ 0,05). Aos 18 dias de armazenamento a perda de massa dos frutos
mantidos a 24 ºC era de 11 e 8,1 % para os frutos sem e com aplicação de cera. Nos frutos
armazenados a 5 ºC a perda de massa era de 2,9 e 1,9 para os frutos sem e com a aplicação de
cera, respectivamente (p < 0,05) (Figura 43).

18 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera


16
Perda de massa (%)

14
12
10
8
6
4
2
0
6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 43 - Perda de massa (%) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de 2017 e
armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Após o período de refrigeração (5 ºC) os frutos sem aplicação de cera apresentaram


maior perda de massa quando comparado com os frutos tratados (p < 0,05). Aos 18+12 dias
de armazenamento os frutos sem cera apresentavam uma perda de massa de 12% enquanto os
frutos que receberam cera tinham uma perda de massa de 9% (Figura 44).

41
18 Sem cera Com cera
16
14
Perda de Massa (%)

12
10
8
6
4
2
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 44 - Perda de massa (%) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por
mais 18 dias. Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Para a firmeza dos frutos, quando consideramos todo o período de armazenamento, foi
possível verificar que a aplicação de recobrimento contribuiu para ligeira redução de perda de
firmeza dos frutos (p < 0,05). Os valores médios encontrados foram de 64,3 para os frutos
sem aplicação de cera e 67,4 para os frutos que receberam a aplicação de recobrimento (p <
0,05). Frutos armazenados a 24 ºC perderam mais firmeza ao longo do armazenamento
quando comparado com os frutos mantidos a 5 ºC. Enquanto frutos armazenados a 24 ºC
apresentavam firmeza média de 54,4 N, aqueles armazenados sob refrigeração apresentavam
77,3 N (Figura 45).

140 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera


120

100
Firmeza (N)

80

60

40

20

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)
Figura 45 - Firmeza (N) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de 2017 e
armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

42
Quando os frutos saíram da refrigeração, os que não receberam aplicação de cera
apresentaram, no período da simulação comercial, menor firmeza com valor médio de 58,1 N,
quando comparado com os frutos tratados com 61,5 N (p < 0,05). Independentemente do
tratamento, houve perda de firmeza dos frutos ao longo do armazenamento. No início da
simulação comercial, os frutos apresentavam firmeza média de 76,8 N e ao final desse
período a firmeza dos frutos era de 44,9 N (Figura 46).

160 Sem cera Com cera


140
120
Firmeza (N)

100
80
60
40
20
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 46 - Firmeza (N) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem
e com cera a 5 ºC ±2/80% UR por 18 dias e transferidas para 24 ºC/70% UR por mais 18 dias. Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Frutos mantidos a 5 ºC com aplicação de cera não apresentaram sintomas de podridão.


Apesar dos frutos não tratados armazenados a 24 ºC terem apresentado maior incidência
durante todo o período de avaliação, essa diferença não foi significativa quando comparado
com os frutos sem cera (p ≥ 0,05). Aos 18 dias de armazenamento, os frutos mantidos a 24 ºC
apresentaram incidência de 13 e 9% para os frutos sem aplicação de cera e com cera,
respectivamente. Para os frutos mantidos a 5 ºC a incidência foi de 1% para os frutos sem
aplicação de cera significativamente menor quando comparado com os demais tratamentos (p
< 0,05) (Figura 47).

43
20 24 ºC sem cera 24 ºC com cera 5 ºC sem cera 5 ºC com cera
18
Incidência de podridões (%)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 47- Incidência de podridões (%) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas sem e com cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/UR 84% por 18 dias.

A incidência de podridões durante o período de transferência foi maior nos frutos não
tratados com a cera, quando comparado com os frutos com aplicação de cera. Os frutos
armazenados sem aplicação de cera apresentaram uma incidência de 17% ao final do período
de avaliação, enquanto que nos frutos com cera a incidência foi 9% (p < 0,05) (Figura 48).

20 Sem cera Com cera


18
Incidência de podridões (%)

16
14
12
10
8
6
4
2
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 48 - Incidência de podridões (%) em tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e
armazenadas sem e com cera a 5 ºC ±2/84% por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais
18 dias.

Para coloração da casca das tangerinas ‘IAC 2019Maria’, avaliou-se o ângulo hue.
Houve diferença significativa apenas aos 18 dias de armazenamento para os frutos mantidos a
24 ºC quando comparados com os frutos sob refrigeração (5 ºC), independentemente da

44
aplicação de cera (p < 0,05). Para os frutos armazenados á 24 ºC, ao longo do período pós-
colheita houve uma diferença entre os frutos no dia da colheita quando comparado com os
frutos aos 18 dias de armazenamento (p < 0,05) (Figura 49).

100 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera


90
80
70
60
ºHue

50
40
30
20
10
0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 49 - ºHue da casca de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de 2017 e
armazenadas sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

Durante o período de transferência, não houve diferença entre os tratamentos para o


ºhue da casca (p ≥ 0,05). Os valores médios encontrados foram 68,07 e 68,2 para os frutos
sem aplicação de cera e com aplicação, respectivamente. Não foi observada variação ao longo
do armazenamento, independentemente da aplicação de cera (Figura 50).

100 Sem cera Com cera


90
80
70
60
ºHue

50
40
30
20
10
0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 50 - ºHue da casca de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem
e com cera a 5 ºC ±2/UR 70% por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias.
Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=10).

45
Na análise sensorial foram avaliados os atributos aparência e sabor. A utilização de
recobrimento não contribuiu para o atributo aparência dos frutos de ‘Maria’. Os frutos
mantidos a 24 ºC, independentemente da aplicação de cera, receberam as menores notas a
partir do 12 dias de armazenamento (p < 0,05). Aos 12 dias os frutos mantidos a 24 ºC
receberam notas a baixo de 4, sendo essa, atribuída aos frutos que são considerados bons.
Quando considerado todo o período de armazenamento houve um decréscimo nas notas
independentemente da temperatura (Figuras 51, 53 e 51).

5 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera

4
Aparência

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 51- Aparência de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas durante a safra de 2017 e armazenadas
sem e com aplicação de cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/84% UR por 18 dias. Barras verticais
indicam o erro padrão da média (n=30).

Figura 52 - Tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 sem aplicação de cera a base de
carnaúba no dia da colheita (A) com aplicação de cera a base de carnaúba no dia da colheita (B).

46
Figura 53 - Tangerinas ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 sem aplicação de cera a base de
carnaúba a 24 ºC aos 18 dias de armazenamento (A), com aplicação de cera a base de carnaúba a 24 ºC
aos 18 dias de armazenamento (B), sem aplicação de cera a base de carnaúba a 5 ºC aos 18 dias de
armazenamento (C), com aplicação de cera a base de carnaúba a 5 ºC aos 18 dias de armazenamento
(D).

A aplicação da cera não influenciou a aparência dos frutos durante a comercialização


simulada pós-refrigeração. A média de notas durante todo o período de avaliação foi de 3,5,
independentemente da aplicação de cera. Ao longo do armazenamento houve redução das
notas (p < 0,05) (Figuras 54 e 55).
5
Sem cera Com cera

3
Aparência

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 54 - Aparência de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem e
com cera a 5 ºC/UR 70% por 18 dias e transferidas para 24 ºC/70% UR por mais 18 dias. Escala:
Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2); Muito ruim (nota 1). Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

47
Figura 55 - Aparência de tangerina ‘IAC 2019Maria’ colhidas na safra de 2017 sem aplicação de cera
a base de carnaúba após 18 dias de armazenamento (A) com aplicação de cera a base de carnaúba após
18 dias da transferência (B).

Para o parâmetro sabor, não houve diferença significativa para a temperatura de


armazenamento e aplicação de cera (p ≥ 0,05). Quando considerado todo o período pós-
colheita houve diminuição das notas quando comparados os frutos no dia da colheita com o
último dia de armazenamento (p < 0,05). Os frutos receberam notas com média 4,5 no dia da
colheita e ao final do período de armazenamento a nota média atribuída aos frutos foi de 3,6
(p < 0,05) (Figura 56).

5 24 ºC Sem cera 24 ºC Com cera 5 ºC Sem cera 5 ºC Com cera

3
Sabor

0
0 6 12 18
Armazenamento (dias)

Figura 56 - Sabor de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem e com
cera a 24 ºC ±2/70% UR e 5 ºC ±2/UR 84% por 18 dias. Escala: Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4);
Regular (nota 3); Ruim (nota). Barras verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

Frutos durante a transferência não apresentaram diferença no sabor entre os


tratamentos, a média das notas atribuída pelos provadores foi 6,6 e 6,5 para os frutos sem
tratamento e para os frutos com aplicação de cera, respectivamente (p ≥ 0,05). Ao longo do

48
armazenamento a média de notas se manteve desde o dia da transferência (18 dias) até o final
do período de avaliação (18+18 dias) (Figura 57).

5 Sem cera Com cera

3
Sabor

0
18 18+3 18+6 18+9 18+12 18+15 18+18
Armazenamento (dias)

Figura 57- Sabor de tangerinas 'IAC 2019Maria' colhidas na safra de 2017 e armazenadas sem e com
cera a 5 ºC ±2/UR 84% por 18 dias e transferidas para 24 ºC ±2/70% UR por mais 18 dias. Escala:
Muito Bom (nota 5); Bom (nota 4); Regular (nota 3); Ruim (nota 2) e Muito Ruim (nota 1). Barras
verticais indicam o erro padrão da média (n=30).

5 DISCUSSÃO

Os frutos do grupo de tangerina são considerados não climatéricos, o que significa que
eles precisam ser colhidos em uma fase apropriada da maturação, com teores de açucares e
ácido adequados (Chitarra e Chitarra, 2005). O índice de maturação e o tempo de colheita
ideal para cada variedade pode ser determinado pela caracterização dos sólidos solúveis, teor
de acidez e pela coloração da casca (Rossi e Torkomian, 2015). A época de colheita ideal é
essencial para o desenvolvimento de qualidade pós-colheita e o prolongamento da vida útil
(Ahia et al. 2011). O estádio de maturação e a época de colheita são fatores importantes no
armazenamento de frutos cítricos e afetam diretamente a qualidade da fruta.
A época de colheita influenciou principalmente o teor de acidez (Figura 2), quanto
mais tardia a colheita menor o teor de acidez encontrado nas tangerinas ‘Maria’, uma redução
de 70% no teor de acidez. Geralmente, o teor de ácidos orgânicos diminui durante o
amadurecimento (Ahia et al. 2011) pelo processo de oxidação. Segundo Brackmann et al
(2008), o teor de ácidos nas frutas, geralmente, aumenta durante os primeiros estádios de
desenvolvimento e decresce lentamente durante a maturação e o armazenamento. A acidez da

49
fruta afeta muito o sabor e a qualidade organoléptica, em combinação com açúcares (Liu et al.
2016).
Um maior ratio foi observado devido à diminuição da acidez (Figura 3). Segundo
Jungsakulrujirek and Noomhorm (1998), frutos de tangerineira colhidos em estádios mais
avançados apresentam um aumento no ratio. O ratio é um dos fatores mais importantes que
influenciam o sabor e determina o tempo de colheita da fruta (Chaudhary et al. 2017). O ratio
é um parâmetro normalmente utilizado como índice de amadurecimento (Ahia et al. 2011;
Raithore et al. 2016).
Mesmo o ratio dos frutos da época 3 ter sido maior, vale ressaltar que, frutos colhidos
na época 1 não apresentaram notas ruins para o parâmetro sabor (Figura 12). Acredita-se que
o que pode ter levado a isso é que mesmo os frutos colhidos no início da safra, apresentando
um ratio baixo de 12,6, quando comparado com os frutos colhidos na época 3 com ratio de
21,6, esse era maior que o mínimo ideal para o consumo. Segundo a cartilha de citros de mesa
da CEAGESP o ratio mínimo para o consumo in natura de tangerina é de 9,5. A faixa de
ratio preferida pelos consumidores é de 15 a 18 (Ramalho et al. 2005).
A perda de massa foi crescente ao longo do armazenamento (Figura 5). Segundo
Bonani et al. (2013) o principal processo envolvido na perda de massa das frutas após a
colheita é a perda de parte da água que ocorre pelo processo de transpiração, através da
cutícula. A perda de massa é um atributo importante que reflete a perda de qualidade dos
frutos (Bajwa and Anjum, 2007). Perda de massa superior a 6% pode tornar o fruto
inadequado para a comercialização por causar perceptível perda na qualidade visual dos
cítricos, geralmente ocasionada por enrugamento e desidratação da casca (Pereira et al. 2014).
Nesse caso, mesmo a perda de massa ter sido maior nos frutos colhidos na época 2, ela não
afetou a avaliação da aparência desses frutos, que foram avaliados como bons até os 15 dias
de armazenamento (Figuras 10 e 11). Aos 12 dias de armazenamento a perda de massa já era
de 8%, mas que até os 15 dias receberam notas acima de 4.
A firmeza dos frutos colhidos nas épocas 2 e 3 foi menor com relação aos frutos
colhidos no ínicio da safra (Figura 6). A perda progressiva da firmeza ou seu amaciamento
ocorre como consequência do amadurecimento normal, um processo que envolve a perda de
turgor e ação das enzimas hidrolíticas (Chitarra e Chitarra, 2005). O amadurecimento afeta a
anatomia celular, conteúdo de água e composição das paredes celulares que são fatores que
influenciam na textura das frutas (Ahia et al. 2011). Com o avanço da maturidade ocorre a
decomposição de macromoléculas como as protopectinas, celulose, hemicelulose e amido

50
com diminuição da força coesiva que mantém as células unidas e a firmeza esta diretamente
relacionada com a integridade da parede celular.
A maior incidência de podridões na época 1 pode ser explicada pelas condições
climáticas da época, com precipitação superior às demais datas de colheita (Figuras 7 e 8). Na
época 1 a precipitação foi de 45 mm, enquanto que para as épocas 2 e 3, a precipitação foi de
0,2 e 0,3 mm , respectivamente. Nessas condições, a umidade na superfície dos frutos fica
maior, o que favorece o surgimento de podridões. Na época 3 a alta incidência pode estar
relacionada com as características fisiológicas do fruto, ou seja, avanço na maturação. As
paredes celulares são barreiras físicas que limitam o acesso de patógenos ao conteúdo celular,
assim, o amolecimento das frutas promove o crescimento dos patógenos (Prusky et al. 2013).
A época 3 apresentou maior teor médio de ácido ascórbico (Figura 4). Em alguns
frutos, o teor de ácido ascórbico aumenta devido à liberação de açucares percursores da
biossíntese do ácido ascórbico durante o processo de degradação da parede celular (Jacomino
et al., 2008).
Uma vez colhido com a qualidade máxima, para a manutenção dessa qualidade e
prolongamento da vida dos frutos é necessário a utilização de métodos de conservação. A
refrigeração é o método mais utilizado para manter a qualidade dos produtos hortícolas
frescos após a colheita, pois contribui com a diminuição da perda de água, crescimento de
patógenos e atraso da senescência (Kader, 2002). A temperatura de armazenamento segura
para tangerinas é de 5-8 ºC (Kader, 2002; Burns, 2004; Obenland et al. 2013). Nas condições
deste estudo a tangerina ‘IAC 2019Maria’ não foi prejudicada pelo armazenamento a
temperatura de 5 ºC, não demonstrando sintomas de danos causados pela baixa temperatura
(Figuras 30 e 32). As frutas cítricas demonstram sensibilidade a temperaturas baixas,
acarretando na morte das células da casca (“pitiing”), formação de manchas circulares
deprimidas de coloração marrom e com alterações no sabor dos frutos (Sala, 1998; Porat et al.
2004; Agostini et al. 2014;). As mudanças na temperatura não resultaram em efeitos
importantes na aceitabilidade sensorial (Figuras 27 e 29) e nas características físico-químicas
dos frutos (Figura 17).
A refrigeração contribuiu na redução da perda de massa e firmeza. A média de perda
de massa dos frutos a 24 ºC foi 7,9%, já os frutos mantidos a 5 ºC perderam em média 3,1%
de massa e nos frutos armazenados a 10 ºC a perda de massa foi de 2,4%. Destaca-se que
houve maior perda de massa nos frutos a 5 ºC a partir dos 12 dias de armazenamento, no
entanto essa diferença em perda de massa foi de apenas 1%. Aos 12 dias de armazenamento,
os frutos a 24 ºC já apresentava perda de massa de 8% (Figura 21). A umidade relativa dos

51
frutos armazenados a 5 ºC encontrava-se mais baixa com 84% UR, enquanto os frutos
mantidos a 10 ºC a umidade era de 86%, o que pode ter levado a essa maior perda de massa.
Quanto maior a diferença de pressão de vapor entre o produto e a atmosfera externa, maior
será a perda de água por ele.
A maior firmeza foi encontrada nos frutos mantidos a 5 ºC, o que pode ser explicado
pela menor temperatura que diminuiu ainda mais a ação das enzimas hidrolíticas, e
decomposição das protopectinas, pois temperaturas mais baixas reduzem o metabolismo dos
frutos e as reações podem acontecer mais lentamente. Quando transferidos, não apresentaram
diferença (Figuras 23 e 24).
A temperatura de refrigeração contribuiu para menor incidência de podridões, porém a
temperatura de 5 ºC demonstrou-se mais eficiente no controle de podridões (Figura 25). As
condições de armazenamento afetaram o crescimento de patógenos importantes na pós-
colheita de citros como o Penicillium digitatum e Penicillium italicum, apresentando um
efeito fungistático, ou seja, dificultou e até mesmo impediu o desenvolvimento do patógeno.
A faixa ideal para o desenvolvimento desses patógenos é a 24 ºC e muito lentamente em
temperaturas acima de 30 ºC e abaixo de 10 ºC (Bassanezi et al. 2016). Segundo Plaza et al.
(2002), o P. digitatum é capaz de germinar e crescer na faixa de 4-30 ºC. A temperatura ideal
de desenvolvimento é 25 ºC e apresenta um ciclo de vida curto de 3-5 dias (Sukorini et al.
2013). Nas temperaturas de refrigeração houve o desenvolvimento do P. italicum. Em
temperaturas mais baixas o P. italicum se desenvolve melhor que o P. digitatum (Bassanezi et
al. 2016).
A refrigeração manteve a aparência dos frutos até o final do armazenamento, sem uma
diminuição das notas, os frutos mantidos a 24 ºC apresentaram uma queda das notas ao final
do armazenamento (Figuras 29 e 30), que pode ter sido causada pela perda de massa dos
frutos que causa prejuízo a aparência dos frutos, por consequência do enrugamento e
murchamento.
Outros métodos de conservação podem ser utilizados em conjunto com a refrigeração,
com o intuito de aumentar o tempo de vida útil, visando a manutenção da qualidade de
maneira mais efetiva. Uma dessas alternativas é a utilização da aplicação de cera. Nas
condições desse experimento, a aplicação de cera não contribuiu para as notas aparência e
sabor e qualidade físico química dos frutos ‘IAC 2019Maria’. Não houve maior preferência
pelos frutos com aplicação de cera (Figuras 51 e 52).
Como a aplicação de cera cria-se uma atmosfera controlada, com aumento de CO2 e
redução nos níveis de O2, o aparecimento de sabores desagradáveis e de off-flavor é um dos

52
riscos ligados à aplicação de cera, sendo esse fator determinante na escolha ou não aplicação.
A aplicação de cera nas condições experimentais não trouxeram prejuízos para o sabor dos
frutos de tangerina ‘IAC 2019Maria’ (Figuras 56 e 57 ).
A cera contribuiu para a redução na perda de massa dos frutos armazenados a 24 ºC
(Figura 39) e também durante a comercialização simulada dos frutos anteriormente
armazenados sob refrigeração (Figura 43). Os revestimentos de cera criam uma barreira
protetora que possui essencialmente quatro propriedades esperadas: melhoria de aparência
(brilho), redução de perda de massa, retardo de envelhecimento e, com muita frequência,
controle de decomposição adicional pela adição de fungicidas compatíveis com a cera (Parra
et al. 2014). Além disso, como a perda de massa se dá principalmente pelo processo de
transpiração, através dos estômatos, cutículas e lenticelas, a cera cobre essas estruturas
dificultando o processo de transpiração.
Outra ação importante da aplicação de cera é a diminuição da perda de firmeza dos
frutos (Figura 45). Segundo Li et al. (2018), a aplicação de cera cria atmosferas modificadas,
que podem influenciar o metabolismo das frutas, e com isso a menor perda de massa e
firmeza. Com redução da transpiração e consequentemente menor perda de água pelos frutos,
a perda de turgor das células diminuiu o que acarreta em manutenção da firmeza, visto que o
turgor é componente importante da firmeza dos frutos.
A menor perda de massa e firmeza nos frutos foi possível pela aplicação de cera. A
utilização de cera a base de carnaúba em laranja cv. Navelina proporcionou maior brilho,
redução da perda de massa e menor ocorrência de podridões (Malgarim et al. 2007).
A incidência de podridão nas tangerinas, durante a comercialização simulada, foi
reduzida pela aplicação de cera em frutos anteriormente armazenados a 5 ºC (Figuras 47 e
48). A cera aplicada forma uma película protetora, revestindo os possíveis ferimentos da
casca, utilizados como porta de entrada para os patógenos, como os Penicillium spp. A
infecção ocorre através de ferimentos onde os nutrientes estão disponíveis e estimulam a
germinação dos esporos depositados na superfície do fruto (Fischer et al. 2007). Outra
justificativa pode ser a redução da taxa dos processos bioquímicos do amadurecimento e
senescência que a cera possibilita pela modificação da atmosfera. Com o atraso, o fruto pode
manter sua capacidade de produzir compostos antifúngicos. Esses efeitos acarretam inibição
da doença e atraso na transformação de quiescentes em infecções ativas. Além disso, a
supressão de oxigênio promovida pela cera também contribui para inibição do crescimento
dos patógenos (Cia e Benato et al. 2011; Cia e Benato et al, 2006).

53
6 CONCLUSÃO

A época de colheita influenciou a qualidade de tangerinas ‘IAC 2019Maria’, para as


condições de Capão Bonito/SP. Frutos colhidos nas épocas 2 e 3 apresentaram melhor
qualidade, principalmente pelo maior ratio e notas maiores de aparência.
A refrigeração a 5 e 10 ºC por 18 dias foi um método eficiente para a conservação da
tangerina ‘IAC 2019Maria’, principalmente pela redução na perda de massa, perda de
firmeza, incidência de doença e manutenção da aparência. A temperatura de 5 ºC foi mais
eficiente, quando considerada a incidência de podridões.
A aplicação da cera a base de carnaúba na concentração de 12%, não afetou a
qualidade sensorial da tangerina ‘IAC 2019Maria’. Houve efeito aditivo da cera na
refrigeração, quando considerada a incidência de podridões, perdas de massa e firmeza.

54
7 REFERÊNCIAS

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61
ANEXO I

Ficha de Avaliação
Análise Sensorial de Tangerinas
Você está recebendo amostras de tangerina. Por gentileza as avalie quanto à aparência e sabor

Amostra Aparência Sabor


1-Muito ruim 1-Muito ruim
2-Ruim 2-Ruim
XXX 3-Regular 3-Regular
4-Bom 4-Bom
5-Muito Bom 5-Muito Bom

Data: nº análise:

62

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