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2o Prova de Álgebra Linear & EDO

2o Semestre de 2015

Solução

1. (1.0) Suponha que F : V → U é linear e que V é de dimensão finita. Mostre que V e


a imagem de F tem a mesma dimensão se e somente se F é injetora. Determine todas
as transformações lineares injetoras F : R4 → R3 . (Dica: Mostre que F é injetora se
e somente se Ker(F ) = {0V }).

Sol: Se é injetora então


F (v) = F (u) ⇒ u = v
Tome v ∈Ker(F ). Então F (u) = F (0) = 0 o que implica que u = 0 pois F é injetoria.
Conversamente, assuma que Ker(F ) = {0}. E considere

F (v) = F (u) ⇒ F (u − v) = 0,

Mas apenas o elemento nulo é mapeado no elemento nulo, portanto

u = v.

Portanto, pelo teorema do

dimV = dim KerF dim ImF

da injetividade temos dim KerF = 0 donde

dimV = dim ImF

e concluimos o resultado.
Utilizando o Teorema do Núcleo-Imagem concluimos que não existem transformações
injetoras de R4 para R3 .
2. (3.0) Considere a transformação linear T : R4 → R3 definida por

T (x, y, z, t) = (x − 2y + t, 2x + y − z, 5y − z − 2t)

a) Determine uma base para o subespaço Ker(T )


b) Determine uma base para o subespaço Im(T )
c) Determine uma base γ para o R3 contendo uma base de Im(T )

Sol:
a) Escalonando a matriz de T vemos que a segunda equação é combinação linear da
primeira e terceira. Portanto o Ker sera obtido de

x − 2y + t = 0 e 5y − z − 2t = 0

Donde obtemos
x = 2y − t e z = 5y − 2t
Portanto, uma base para o Ker é
   

 2 −1 

 , 0
1
   

  5   −2 
 
0 1
 

b) O escalonamente mostra que a duas primeiras colunas da matriz de T são L.I.


Portanto, uma base para a Im T é
   
 1 −2 
 2 , 1 
0 5
 

c) Primeiramente, supomos que o vetor (0, 0, m) seria um possivel completamento de


base. Isso pode ser confirmado calculando
 
1 −2 0
det  2 1 0  = 5m 6= 0
0 5 m

portanto tomando m = 1 obtemos o resultado.

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3. (2.0) Sejam V um espaço vetorial sobre R, T uma transformação linear injetora em
V e ~v um autovetor de T associado a um autovalor λ. Mostre que ~v é um autovetor
da transformação inversa T −1 associado ao autovalor λ1 .

Sol: Temos que


T v = λv
Como T é inversível T −1 T = I e

v = T −1 (T v)
= T −1 (λv)
= λT −1 v

como T é injetora, temos que λ 6= 0. Logo, dividindo por λ obtemos


1
T −1 v = v
λ
e concluímos o resultado.

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4. (3.0) Existe alguma matriz A ∈ Mat(2, R) e considere B = A + zI.
a) Mostre que se λ é autovalor de A então λ + z é autovalore de B.
b) B pode ser invertível para todo z ∈ C?
c) Encontre uma matriz com A + rI invertível para todo r ∈ R.

Sol: a) Considere o polinômio característico de B e assuma que β é autovalor

pB (β) = det(A + zI − βI) = det(A + (z − β)I) = pA (λ) = 0

onde λ = z − β. Logo, λ é autovalor A e portanto, β = λ + z é autovalor de B.


b) Não. Se λ é autovalor de A (possívelmente complexo) então B não será inversível
se z = −λ.
c) Sim. Tome uma matriz A com autovalores complexos. Por examplo,
 
0 −1
A=
1 0

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5. (2.0) Diga se é Falsa ou Verdadeira cada uma das afirmações, justifique.
a) Seja P ∈ Mat(2, R) inversível, então a transformação Φ : Mat(2, R) → Mat(2, R)
com Φ(A) = P −1 AP é linear. Além disso, Φ é um isomorfismo.

b) Se uma transformação linear F : U → U é tal que dim(Ker(F ))=dim(Im(F )) então


dim(U ) é par.

Sol: Φ é linear pois a multiplicação de matriz é distributiva

Φ(A + B) = P −1 (A + B)P = P −1 AP + P −1 BP = Φ(A) + Φ(B)

e dado λ ∈ R
Φ(λA) = P −1 (λA)P = λP −1 AP = λΦ(A)

Além disso, Φ é um isomorfismo se e somente se KerΦ = {0}. Tome

Φ(A) = P −1 AP = 0 ⇒ AP = P 0 = 0 ⇒ A = 0P −1 = 0

Logo a única solução é A = 0. Portanto, Φ é injetora.

b) Pelo Teorema de núcleo e imagem

dim U = dim KerT + dim ImT = 2dim ImT

Logo dim U é par.

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