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M A C H A D O DE A S S I S
JOAQUIM N A B U C O
COMMENTARIOS E NOTAS Á
CORRESPONDÊNCIA ENTRE
ESTES DOUS ESCRIPTORES
JOAQUIM NABUCO
GRAÇA ARANHA
M a c h a d o de Assis
e Joaquim N a b u c o
COMMENTARIOS E NOTAS Á CORRESPON-
DÊNCIA ENTRE ESTES DOUS ESCR1PTORES
porque não fazemos tudo para que elle não nos venha a
faltar! Essa é a minha intuição e tive por isso o maior pra-
zer com esse renascimento da sympathia entre as duas na-
ções por occasião da visita da esquadra americana..."
E como arrependido deste desvio por assumptos secundários,
como são os da politica, volve-se rapidamente: "Basta
porem de confidencias de alcance politico. Aqui vão outras
intimas." E fala do seu drama sobre o desmembramento
da Alsacia e Lorena, que escrevera em francez, ha trinta an-
nos, acabado em 1877, em New-York, e do qual dissera em
Minha Formação "elevar-se como composição literária
acima do espirito de nacionalidade, visar á unidade de jus-
tiça, do direito e ao ideal entre as nações." Recomposto de-
finitivamente em 1908 com outro desfecho, Nabuco explica
o seu pensamento inspirador: "O assumpto como talvez V.
se lembre é a conquista, ou antes o desmembramento, da
Alsacia e Lorena. Nenhum francez poderia falar com a minha
imparcialidade sobre a Allemanha que também apparece
grande no drama. Toda a questão é o direito de conquista.
Não posso apparecer na publicação, apezar de ser a creação
puramente literária, como drama, e de principio, como mo-
tivo. Estão agora estudando o caso amigos meus de França.
Estou muito contente da obra depois da revisão e da mu-
dança do final. Antes parecia-me mal acabada. A morte de
Nabuco permittiu que o drama, que se denominou VOption,
porque o motivo da obra é a luta de consciência dos Alsa-
cianos em optar pela França ou pela Allemanha, appare-
cesse com o claro nome de seu autor. Mas essa voz que
aspirara á imparcialidade numa tragédia, que se desenrola
ha dous mil annos ás margens do Rheno entre latinos e
MACHADO DE ASSIS 89
GRAÇA ARANHA
MACHADO DE ASSIS
1865
II
NABUCO A MACHADO
E' por isso que por ora dou azas á minha imaginação;
mas um dia virá, e este dia talvez esteja perto, no qual me
desligue completamente d'esse mundo de visionários, para
ir tomar parte no grêmio d'aquelles, que, mais chegados
ás realidades da vida, considerão este mundo como elle
realmente é. São estas as duas considerações, que por ora
julguei dever fazer ás linhas a meu respeito.
Disponha do pouco prestimo d'aquelle seu
Criado obrigado
JOAQUIM NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
:• MACHADO A NABUCO
Rio, 24 de Março de 1896.
Meu caro Nabuco,
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
Caro Nabuco,
MACHADO A NABUCO
Caro Nabuco,
MACHADO A NABUCO
Velho am.°
MACHADO DE Assis
NABUCO A MACHADO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
Velho amigo
MACHADO DE Assis
JOAQUIM NABUCO
Londres - 1901
MACHADO DE ASSIS 121
NABUCO A MACHADO
NABUCO A MACHADO
(1) "Poesias"
(2) Rodolpho Dantas e Eduardo Prado morreram nesse mesmo
anno. Aquelle em Pariz a 12 de setembro e Eduardo Prado em
S. Paulo a 30 de agosto.
(3) Machado de Assis recolheu o seu juiso critico sobre Eduardo
Prado ás "Reliquias de Casa Velha" pg. 147.
(4) Por occasião da installação da herma de Gonçalves Dias
no Passeio Publico no dia 2 de junho de 1901, a Academia Brasi-
leira realisou uma sessão solemne em que Olavo Bilac fez o elogio
de Gonçalves Dias, seu patrono na Academia. São estas as palavras
de Machado de Assis, presidente, e as de Medeiros e Albuquerque,
secretario geral interino, que se referem a Joaquim Nabuco:
Machado de Assis: — "Quando em 1897 celebrámos a nossa
primeira sessão inaugural, Joaquim Nabuco, entre outras beilas coisas,
disse esta:
"Si a Academia florescer, os críticos deste fim de século terão
razão em ver nisso milagre." Não sei o que pensaram os críticos
daquelle fim de século, mas os do principio deste podem já ver alguma
coisa menos commum. A Academia vive. Os poderes públicos, por
uma lei votada c sancionada com tanta simpathia, concederam-lhe
favores especiaes. Cumpre-nos agradecer-lhes cordialmente. Si o não
fazemos em casa nossa, é só porque a escolha de um próprio nacional
JOAQUIM NABUCO
124
ainda se não fixou, mas a Academia tem por si a lei e a boa vontade.
Opportunamente estará aposentada de vez, e poderá então dispensar
a magnífica hospedagem, que lhe dá agora o Gabinete Portuguez de
Leitura."
Medeiros e Albuquerque: — "A substituição interina do nosso
illustre secretario geral põe-me na contingência de occupar a attenção
desta assembléa, lendo o relatório do movimento da Academia. Nunca
a substituição me foi mais penosa. Não porque me dôa o amor
próprio ferido, sentindo que todos hão de estar a evocar a bella
figura eloqüente de Joaquim Nabuco e a fazer uma comparação, que
só pôde ser esmagadora. O amor-próprio desapparece neste momento,
O que ha apenas é ao contrario, que eu reclamo para mim ser nesta
assembléa quem mais sente a desproporção entre o substituído e o
substituto, e, por um desdobramento cerebral, emquanto profiro estas
palavras mal alinhadas, lembro o que seria aqui a voz eloqüente do
dominador das multidões, que tanto soube outróra arrastar um povo
inteiro á conquista da redempção para uma raça opprimida, como
saberia hoje tornar-se persuasiva e harmoniosa para nos falar da
arte e do bello."
NABUCO A MACHADO
NABUCO A MACHADO
Brazilian Legation
London
Dez. 6 1901.
Meu caro Machado,
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
Roma - 1904
MACHADO DE ASSIS 133
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
MACHADO DE Assis
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
Brazilian Embassy
Jackson, N. H.
28-7-05.
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
MACHADO A NABUCO
19 de Agosto de 1906. ( ! )
MACHADO A NABUCO
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MACHADO DE ASSIS 169
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
Brazilian Embassy
Washington
Maio, 27-1907.
MACHADO A NABUCO
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MACHADO A NABUCO
saudação; sinto que não vou longe, por mais que amigos me
achem bom aspecto; esse mesmo achado me parece simples
consolação.
Tenho recebido cartões postaes seus, e cada um me re-
corda o amigo que em Abril de 1905 me enviou o galho de
carvalho de Tasso com aquella boa carta ao Aranha, e na
carta aquella doce e triste palavra que me lembrava a soli-
dão da minha velhice. ( J )
Ha três ou quatro semanas escreVi-lhe uma carta, que
remetti para a Legação de Londres, como me aconselharam,
para que dalli lhe dessem o destino certo. Esta vae pelo mes-
mo caminho e espero que a receba também.
Adeus, meu querido amigo; releve o que ahi vae mal
arranjado; estou em hora de tristeza grande e grande fadiga.
Apresente os meus cumprimentos a toda a família, e não
esqueça o
Velho adm. e amigo certo
MACHADO DE Assis
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
sua obra do que mesmo do seu nome. Mas a noite está ainda
muito longe. Pelo que vi no Rio em 1906 eu não apostaria em
mim contra V. no pareô de qual de nós dois verá ainda mais
coisas neste mundo. V. tirou o prêmio grande da vida. Ella
não pôde dar mais. Não tenha um momento de ingratidão,
isto é, de tristeza.
Mando-lhe duas collecções dos discursos que andei ulti-
mamente proferindo, uma para a nossa Academia. V. verá
com prazer que me tornei um propagandista aqui dos Lusía-
das. ( ! ) Faço isto também em honra da nossa lingua, que
é tomada como um dialecto do Hespanhol, o que dá á Ame-
rica Hespanhola, com as suas desoito Nações, certo prestigio
sobre nós. Encontrei na Universidade de Yale um scholar da
litteratura Portugueza, o Prof. Lang, que publicou o Cancio-
neiro do Rei Dom Diniz, com muitas notas, e o Cancioneiro
Gallego Castelhano também; um sábio. Vou receber este
anno o grau de Doutor em Lettras por Yale, e a Universidade
de Chicago convidou-me para pronunciar o discurso official
no encerramento do anno lectivo, ou no dia da collação dos
graus, o que é uma grande honra. V. vê que estou fazendo
render aqui as poucas forças que me restam. Também com-
prometti-me a pronunciar para o anno o discurso official
em um dos grandes dias da Univeisidade de Wisconsin, e já
me annunciam o convite de outra Universidade. Estou muito
contente pelo Brazil com todas essas honras, que são princi-
palmente feitas ao paiz.
Mas que saudade! Que falta da nossa gente, que toda
me esqueceu, excepto V., tão absorvente é o Rio Branco.
Parece-me impossível que eu não tenha a fortuna de voltar
MACHADO DE ASSIS 187
MACHADO A NABUCO
NABUCO A MACHADO
MACHADO A NABUCO
dão em que vivo. Depois que minha mulher falleceu soube por
algumas amigas delia de uma confidencia que ella lhes fazia;
dizia-lhes que preferia ver-me morrer primeiro por saber
a falta que me faria. A realidade foi talvez maior do que
ella cuidava; a falta é enorme. Tudo isso me abafa e en-
tristece. Acabei. Uma vez que o livro não desagradou basta
como ponto final.
Recebi os seus discursos e felicito-o por todos. ( ! ) O
Jornal do Commercio publicou os três. Dei os da Academia
á Academia. Já lá temos um principio de bibliotheca, a cargo
especial do Mario de Alencar, e elles ficam nella archiva-
dos. Obrigado por todos e particularmente pelo que trata
do logar de Camões na literatura. E' bom, é indispensável
reclamar para a nossa lingua o logar que lhe cabe, e para
isso os serviços politicos e intemacionaes que se prestarem
não serão menos importantes que os puramente literários.
Realmente é triste ver-nos considerados, como V. nota, em
posição subalterna á lingua hespanhola; V. será assim mais
uma vez o embaixador do nosso espirito. Um abraço pelas
distinções que ahi tem recebido e que são para o nosso Brasil
inteiro.
Não é verdade que a nossa gente esquecesse V.; fala-
mos muita vez a seu respeito e recordamos dias passados.
Se não lhe escrevem mais é porque a vida agora é absor-
vente, com as mudanças da cidade e affluencia de estranhos.
Tudo se prepara para a Exposição, que abre a l i .
A Academia vae andando; fazemos sessão aos sábados,
nem sempre e com poucos. A sua idéia relativamente ao
José Carlos Rodrigues é boa. Falei delia ao Graça e ao
Verissimo, que concordam; mas o Graça pensa que é melhor
192 JOAQUIM NABUCO
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TÚMULO DE JOAQUIM NABUCO NO RECIFE
III
MACHADO DE ASSIS 195
A CAMÕES
SONETO
UM DIA, JUNTO A FOZ DO BRANDO E AMIGO
RIO, DE ESTRANHAS GENTES HABITADO,
PELOS MARES ASPERRIMOS LEVADO
SALVASTE O LIVRO QUE VIVEU COMTIGO.
E ESSE QUE FOI AS ONDAS ARRANCADO,
JA LIVRE AGORA DO MORTAL PERIGO,
SERVE DE ARCA IMMORTAL, DE ETERNO ABRIGO,
NAO SÓ A TI, MAS AO TEU BERÇO AMADO.
ASSIM, UM HOMEM SÓ, NAQUELLE DIA,
NAQUELLE ESCASSO PONTO DO UNIVERSO,
LINGUA, HISTORIA, NAÇÃO, ARMAS, POESIA,
SALVA DAS FRIAS MÃOS DO TEMPO ADVERSO
E TUDO AQUILLO AGORA O DESAFIA,
E TAO SUBLIME PREÇO CABE EM VERSO.
MACHADO DE ASSIS.
IGNEZ E CATHARINA
DUAS MULHERES CHEGAM, MEDROSAS,
PARA PERTO DA ESTATUA, CUJA FRONTE
A MANHA QUE DESPERTA NO HORIZONTE
ENCHE DE CLARIDADES JUBILOSAS.
VESTEM AMBAS AS ROUPAS GLORIOSAS,
CUJOS FIOS DE LUZ NÃO HA QUEM CONTE.
MAS QUEM SAO ESSAS FÔRMAS VAPOROSAS.
COMO AS NEVOAS QUE CRESCEM SOBRE O MONTE?
UMA TRAZ AS HERV1NUAS. COM AS FLORES,
QUE ELLA COLHEU NA FONTE DOS AMORES
A QUEM DEPOIS DE MORTA A FEZ RAINHA;
A OUTRA, QUE ERA A VIDA, ERA O DESEJO,
QUE ENCHIA A GRANDE ALMA QUE ELLE TINHA.
NOIVA DA SUA GLORIA, — TRAZ-LHE UM BEIJO.
JOAQUIM NABUCO.
JOAQUIM NABUCO
vida politica, por uma força, em que, aos olhos dos seus
condiscipulos, dos seus amigos, dos seus conterrâneos, sem-
pre se enchergou uma das reservas preciosas do nosso porvir.
Façamos votos á Providencia, para que ella o laureie
vencedor.
Ruy Barbosa
GRAÇA ARANHA
O CARVALHO DE ZEUS
A VÉSPERA DO CAPITÓLIO
A IMAGEM DA BELLEZA
A IMAGEM DA BONDADE
A IMAGEM DA INTELLIGENCIA
A ACÇAO
A ABOLIÇÃO E NABUCO
O NACIONALISMO DE NABUCO
INVOCAÇÃO A NABUCO
GRAÇA ARANHA
Este l i v r o , iupresso em P a r i z , onde
f o i f e i t a a revisão f i n a l , contem
e r r o s , cujas correcç^es m.o foram
oToserviidue pela typo^rí-pSla, e, o
que e inais estranho* e r r o s que nao
eLUVaia nes provet c o r r i g i d a s a q u i .
Assim o nome de Joaquim Kabuco appa-
rece como Joachim Eabuco.
Pg. 28- cc-rtigala por c a s t i g a l - a .
Pg» 32- volatizavam-se por v o l a t i l i -
zavc,i,i- sc« "'
Pg* 39- sociepade por soei; d t d e .
Pgs. 41 e 73- drti dnouçts por dreed-
noughts.
Pg. SI- lQngiquo por longínquo.
Pg« 147- a b a l a por a fcala*
Pg. 152- pae do santo por pae de
3ar,tò.
Pg. 218- p r o t e g a l - a ppr p r o t e g e i - a .
Pgs. 283 e s e g u i n t e s - pae do santo
por pae de s a n t o .
Pgs. 237 e s e g u i n t e s - mSe do santo
por mãe de sà.nto.
Pg. 307- Santo,Onofre por Santo
Onofre.
Pg. 333- a baja por a b a l a .
Pg. 337- á força por a f o r ç a .
E otitros e r r o s i n s i g n i f i c a n t e s , co-
mo v á r i o s v i r i a por v e r i a .
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