Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – UFOP

CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA – CEAD

ESTUDO SOBRE OS PCN´S

Trabalho apresentado a
Profª. Maria Antônia Tavares de Oliveira Endo
regente da Disciplina Geografia II

Por:
Adriana Tosta Rêgo

Dias D’Avila – Bahia


Outubro, 2009
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s são diretrizes elaboradas pelo
Governo Federal que orientam a educação no Brasil e são separados por
disciplina. Além da rede pública, a rede privada de ensino também adota os
parâmetros, porém sem caráter obrigatório; os PCN’s propõem parâmetros de
qualidade estabelecidos pelo Governo Federal desde 1996 cujas diretrizes são
voltadas, sobretudo, para a estruturação e reestruturação dos currículos
escolares de todo o Brasil.

Dentre os objetivos dos PCN podemos destacar alguns, quais sejam:


 padronizar o ensino no país, estabelecendo pilares fundamentais para
guiar a educação formal e a própria relação escola-sociedade no
cotidiano;
 oportunizar aos sistemas de ensino, particularmente aos professores,
subsídios à elaboração e/ou reelaboração do currículo, visando à
construção do projeto pedagógico, em função da cidadania do aluno. 
 garantir que crianças e jovens tenham acesso aos conhecimentos
necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos
conscientes, responsáveis e participantes.

Em outras palavras os PCN’s se propõem ser um elemento integrador entre a


aprendizagem e o ensino. O trabalho escolar no território nacional estar
organizado tendo como contribuições das diretrizes do PCN ocorre na medida
em que indica estratégias de ação, respeita os limites do aluno e não
representa um empobrecimento das expectativas educacionais. Um outro
ponto positivo dos PCNs ao ensino é a proposta de abordagem de temas
transversais, cuja visão de educação considera que ensinar é mais do que
fazer com que o aluno domine conhecimentos sistêmicos além da premissa de
que ensinar é tornar o aluno um cidadão social e consciente, capaz de interagir
e agir no mundo, tudo isso mediante a busca de criar oportunidades para a
inserção da matéria no meio social.
Com relação às contribuições que os PCN oferecem para a organização e
uniformização do trabalho escolar no território nacional, no que se refere ao
ensino fundamental, é importante considerar quais são as categorias da
Geografia mais adequadas para os alunos em relação a essa etapa da
escolaridade e às capacidades que se espera que eles desenvolvam. Assim,
“espaço” deve ser o objeto central de estudo, e as categorias “território”,
“região”, “paisagem” e “lugar” devem ser abordadas como seu desdobramento.
Na concepção ratzeliana de Geografia, esse conceito define-se pela
apropriação do espaço, ou seja, o território, para as sociedades humanas,
representa uma parcela do espaço identificada pela posse. É dominado por
uma comunidade ou por um Estado. Na geopolítica, o território é o espaço
nacional ou a área controlada por um Estado-nacional: é um conceito político
que serve como ponto de partida para explicar muitos fenômenos geográficos
relacionados à organização da sociedade e suas interações com as paisagens.
O território é uma categoria fundamental quando se estuda a sua
conceitualização ligada à formação econômica e social de uma nação. Nesse
sentido, é o trabalho que qualifica o território como produto do trabalho social.
Além disso, compreender o que é território implica também compreender a
complexidade da convivência, nem sempre harmônica, em um mesmo espaço,
da diversidade de tendências, idéias, crenças, sistemas de pensamento e
tradições de diferentes povos e etnias. É reconhecer que, apesar de uma
convivência comum, múltiplas identidades coexistem e por vezes se
influenciam reciprocamente. No caso específico do Brasil, o sentimento de
pertinência ao território nacional envolve a compreensão da diversidade das
culturas que aqui convivem e que, mais do que nunca, buscam o
reconhecimento de suas especificidades, daquilo que lhes é próprio.
Esta questão aborda a relevância de estudar e compreender buscando ter
senso crítico sobre a relação entre o indivíduo e o seu espaço, sua realidade,
pois o ser social busca uma relação com o seu território estabelecendo
identidade com ele.
Observa-se que a geografia trabalha conteúdos para contribuir no melhor
desenvolvimento ao conhecimento e formação de consciência dos educandos
em relação a comunicação de massa e a mídia muitas vezes tentam e até
mesmo conseguem interferir na comunicação que se estabelece entre o
homem e o mundo pela imagem de espaço, paisagem, território e lugar
abordando um modelo de um mundo fora da realidade vista naquele território e
até mesmo naquele grupo social; a Geografia está em toda parte, para
destacar a cultura e o simbolismo nas paisagens, o estudo da cultura afirma
que o grupo que domina vai impor suas experiências de mundo como
verdadeiras para os demais grupos dos dominados. O poder é mantido na
reprodução da cultura, através da mídia, o simbolismo da paisagem reproduz
as normas culturais estabelecendo os valores de grupos dominantes na
sociedade, mesmo que esses valores estejam fora da realidade desse grupo
social.
A categoria paisagem, por sua vez, também está relacionada à categoria lugar,
tanto na visão da Geografia Tradicional quanto nas novas abordagens. O
sentimento de pertencer a um território e a sua paisagem significa fazer deles o
seu lugar de vida e estabelecer uma identidade com eles. Nesse contexto, a
categoria lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm vínculos
afetivos: uma praça onde se brinca desde criança, a janela de onde se vê a
rua, o alto de uma colina de onde se avista a cidade. O lugar é onde estão as
referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes
formas de perceber e constituir a paisagem e o espaço geográfico. É por
intermédio dos lugares que se dá a comunicação entre homem e mundo.
Assim, pode-se compreender por que o espaço, a paisagem, o território e o
lugar estão associados à força da imagem, tão explorada pela mídia. Pela
imagem, muitas vezes a mídia utiliza-se da paisagem para inculcar um modelo
de mundo. Sendo a Geografia uma ciência que procura explicar e compreender
o mundo por meio de uma leitura crítica a partir da paisagem, ela poderá
oferecer grande contribuição para decodificar as imagens manipuladoras que a
mídia constrói na consciência das pessoas, seja em relação aos valores
socioculturais ou a padrões de comportamentos políticos nacionais.
Ao analisar a necessidade de se estabelecer uma relação saudável entre as
propostas de ensino, o cotidiano escolar, os meios de comunicação e as TICs
podemos verificar que cada vez mais os meios de comunicação penetram na
vida das pessoas. A televisão, os computadores permitem que todos, inclusive
as crianças, interajam ao vivo com diferentes lugares do mundo.
Os programas de televisão interativos, ao colocar públicos de diferentes
lugares em transmissão simultânea e instantânea dos fatos, permitem que os
alunos “entrem” e “saiam” dos lugares pelo imaginário de forma muito rápida. A
internet cada vez mais facilita que uma parte significativa dos alunos “navegue”
pelas infovias do computador.
 Para realmente trabalhar e valorizar o imaginário do aluno, não se pode
encarcerá-lo à idéia de que seu espaço esteja limitado apenas à sua paisagem
imediata. Pela mídia, o aluno acaba incorporando ao seu cotidiano paisagens e
vivências de outras localidades. No ensino fundamental, é essencial que se
aprofundem as mediações de seu lugar com o mundo, percebendo como o
local e o global interagem.
É de extrema importância que o educador crie situações que propicie uma
aprendizagem significativa; os meios de comunicação e as TIC´s são recursos
rico para que se desenvolva uma prática pedagógica que leve os educandos a
desenvolver o senso crítico, a comunicação e aprender a representar os
processos de construção dos diferentes tipos de paisagens, territórios e
lugares, compreendendo assim a realidade local que tem sempre uma relação
com o contexto global.

Você também pode gostar