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ARTICULAÇÃO DA REDE

DE ATENÇÃO À SAÚDE
NO ATENDIMENTO DOS
CASOS DE COVID-19

Secretaria de
Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde
Créditos
Reitor
Prof. Dr. Natalino Salgado

Coordenadora Geral
Profa. Dra. Ana Emilia Figueiredo de Oliveira

Adaptação Técnica
Cadidja Dayane Sousa do Carmo, Deysianne Costa das Chagas, Isabelle Aguiar Prado,
Karoline Corrêa Trindade, Larissa Di Leo Nogueira Costa, Paola Trindade Garcia,
Steffi Greyce de Castro Lima e Stephanie Matos Silva

Design Instrucional
Cadidja Dayane Sousa do Carmo e
Deysianne Costa das Chagas

Design Gráfico
Victor Gabriel Mendonça Sousa

Tecnologia da Informação
Diego Costa Figueiredo

Revisão Textual
Camila Cantanhede Vieira

Gestão de Projetos
Katherine Marjorie Mendonça de Assis

Coordenação de Produção Pedagógica


Profa. Dra. Paola Trindade Garcia

Coordenação de Ofertas Educacionais


Profa. Dra. Elza Bernardes Monier

Coordenação de Tecnologia da Informação


Dilson José Lins Rabêlo Junior

Coordenação de Comunicação
José Henrique Coutinho Pinheiro

Como citar este material: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS -


UFMA. Articulação da Rede de Atenção à Saúde no atendimento
dos casos de COVID-19. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS -
UFMA. Curso Orientações gerais ao paciente com COVID-19 na
Atenção Primária à Saúde. São Luís: Março, 2020.
Apresentação
Olá aluno(a)!

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) caracterizam-se pela articulação


de um conjunto de ações e serviços de saúde em diferentes níveis de
complexidade, que tem como finalidade garantir a integralidade da assistência
à saúde. Nessa perspectiva, para garantir o cuidado integral à saúde da
população, é necessária uma eficaz associação dos pontos de atenção à saúde.

Diante dos casos de COVID-19, você sabe como se dá o funcionamento


das RAS? Além disso, você sabe indicar quais são os pontos de atenção que
devem ser acionados para garantir o cuidado integral à saúde dessas pessoas?

Para ajudar a responder a essas questões, abordaremos, neste material,


além das características da RAS, os pontos de atenção à saúde que devem ser
mobilizados para garantir a atuação da RAS nos casos de COVID-19.

Bons estudos!

OBJETIVO

Ao final deste material, espera-se que você seja capaz de


apontar os principais pontos da Rede de Atenção à Saúde e
a importância de sua articulação para o atendimento dos
casos de COVID-19.

Os conteúdos deste material são passíveis de atualizações conforme


protocolos das organizações nacionais e internacionais da saúde, sob
orientação do Ministério da Saúde.
Material produzido em: 31/03/2020.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Redes de Atenção à Saúde


Antes de nos referirmos à articulação da RAS no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS) para o atendimento de casos de COVID-19, que tal
abordarmos primeiramente as características da RAS?

A RAS é definida como arranjos organizativos de ações e serviços


de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, as quais, integradas por
meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a
integralidade do cuidado1.

Seu objetivo é promover a integração sistêmica de ações e serviços


de saúde, com provisão de atenção contínua, integral, responsável,
humanizada e de qualidade, bem como incrementar o desempenho do
Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência
econômica1.

São características da RAS1:

A formação de relações horizontais entre os pontos de atenção e


o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS);

A centralidade nas necessidades em saúde de uma população;

A responsabilização na atenção contínua e integral;

O cuidado multiprofissional;

O compartilhamento de objetivos, e compromisso com os


resultados sanitários e econômicos.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

A RAS fundamenta-se na compreensão


de que a APS representa o primeiro nível
de atenção, enfatizando a função resolutiva
dos cuidados primários sobre os problemas
mais comuns de saúde, e a partir da qual se
coordena e se realiza o cuidado em todos os
pontos de atenção1.

IMPORTANTE
Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços nos
quais são ofertados determinados serviços de saúde, por meio de uma
produção singular.

São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios,


as Unidades de Saúde da Família (USF), as unidades ambulatoriais
especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros
de apoio psicossocial, as residências terapêuticas, entre outros.

Os hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção à


saúde: o ambulatório de pronto atendimento, a unidade de cirurgia
ambulatorial, o centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia
intensiva, a unidade de hospital/dia, entre outros1.

Vale destacar que todos os pontos de atenção à saúde são igualmente


importantes para que se cumpram os objetivos da RAS e se diferenciam,
apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam1. Os
pontos de atenção secundária e terciária são os nós da rede que ofertam
serviços especializados e servem de apoio à APS. Os pontos de atenção
terciária são tecnologicamente mais densos, porém não há entre eles relação
de principalidade ou subordinação, uma vez que constituem uma rede
poliárquica. Veja na figura a seguir alguns exemplos de pontos de atenção
secundária (Unidade de Pronto Atendimento - UPA), terciária (hospital) e centro
coordenador (USF e Atenção Domiciliar) na RAS2.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Figura 1 – Estrutura Operacional da Rede de Atenção à Saúde.

Fonte: UNA-SUS/UFMA, 2018.

No Brasil, o SUS foi organizado em redes prioritárias ou redes temáticas,


a partir da necessidade de enfrentamentos de vulnerabilidades, agravos
ou doenças que acometam as pessoas ou as populações. E em 2011, após
pactuação tripartite, foram priorizadas as seguintes redes temáticas3:

Rede de Atenção
Rede Cegonha às Urgências e Rede de Atenção
Emergências Psicossocial

Rede de Atenção
Rede de Cuidado
às Doenças
à Pessoa com
e Condições
Deficiência
Crônicas

Diante deste cenário, você já se perguntou como a RAS se articula no


atendimento dos casos de COVID-19?

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Articulação da RAS nos Casos de COVID-19

De acordo com as recomendações do


Protocolo de Manejo clínico do coronavírus
(COVID-19) na APS, do Ministério da Saúde
(2020)4, o manejo clínico da Síndrome Gripal
(SG) na APS/Estratégia de Saúde da Família
(ESF) deve diferir frente à gravidade dos casos.

Para casos leves, é necessário incluir


medidas de suporte e conforto, isolamento
domiciliar e monitoramento até a alta
do isolamento. Para os casos graves, é
necessário incluir a estabilização clínica e o
encaminhamento e transporte a centros de
referência ou serviço de urgência/emergência
ou hospitalares4.

A APS/ESF deve assumir papel resolutivo diante dos casos leves e da


identificação precoce e encaminhamento rápido e correto dos casos graves,
mantendo a coordenação do cuidado destes últimos. A estratificação de
intensidade da SG é a ferramenta primordial para definir a conduta correta
para cada caso, seja para manter o paciente na APS/ESF ou para encaminhá-lo
aos centros de referência, urgência/emergência ou aos hospitais4.

Nesse contexto, para garantir a articulação da RAS em relação ao fluxo,


logística e transporte nos casos de COVID-19, é importante que5:

Os gestores municipais estabeleçam a Unidade


de Referência para atendimento e suporte dos
casos mais graves de COVID-19. Os indivíduos em
isolamento domiciliar que apresentem sinais de
agravamento do caso devem ser encaminhados
à Unidade de Referência. Portanto, é importante
que você conheça a Unidade de Referência de seu
município, de modo a indicar ao seu paciente para
qual local ele será encaminhado.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Em casos de translado da pessoa em isolamento


domiciliar com agravamento para a Unidade de
Referência, é necessário acionar o Serviço Móvel de
Urgência (SAMU), a fim de evitar o deslocamento
e a possível disseminação do vírus. Portanto, é
importante que, ao orientar o paciente e sua família
e/ou cuidador sobre o isolamento domiciliar, você
comunique que em situações de agravamento da
doença o deslocamento será realizado pelo SAMU,
para diminuir o risco de transmissão do vírus.

Os profissionais da APS devem estabelecer


estratégias de comunicação rápida e eficaz com
a família e/ou cuidadores durante todo o tempo
de isolamento domiciliar, até que a pessoa com
COVID-19 esteja sem sinais e sintomas. É importante
que você converse com a família e/ou cuidadores
sobre qual seria a melhor estratégia de comunicação
a ser utilizada neste caso.

As equipes da APS, da vigilância e dos hospitais/


unidades de referência da região devem estabelecer
um fluxo de compartilhamento de informações
sobre os casos de COVID-19, em especial sobre os
casos de isolamento domiciliar, para monitoramento
e acompanhamento. Além do acompanhamento dos
contatos próximos de uma pessoa com suspeita de
COVID-19 e do monitoramento quanto à apresentação
de sinais e sintomas.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

PARA SABER MAIS!

Segundo o Protocolo de Manejo clínico do coronavírus


(COVID-19) na APS, do Ministério da Saúde (2020)4, a
estratificação da gravidade da SG definirá se o paciente receberá o
acompanhamento na APS/ESF ou se será encaminhado ao serviço de
Urgência ou Hospital, de acordo com o contexto local da RAS. Procure
informações junto a Secretaria de Saúde de seu município acerca dos
serviços de urgência e/ou hospitalares que foram definidos como
Centros de Referência para a COVID-19 em sua região.

O encaminhamento será de responsabilidade da equipe da


atenção primária onde ocorreu a classificação do caso. Deve-se
articular na rede local de saúde a necessidade de recepcionamento
priorizado desse cidadão, garantindo transporte sanitário adequado4.

Para conhecer como a RAS de seu estado está articulada


para atender os casos de COVID-19 e saber quais são os pontos de
atenção à saúde estratégicos nesse atendimento, você pode acessar
o site “Coronavírus: profissionais e gestores de saúde do Ministério
da Saúde”, no qual é possível encontrar publicações e documentos
sobre o novo Coronavírus, incluindo os planos de contingência por
Estado.

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Considerações finais
Neste material, foram apresentadas e discutidas as características das RAS
e a importância de todos os pontos de atenção à saúde no cumprimento dos
seus objetivos.

A partir disso, diante do cenário de um sistema de saúde organizado em


RAS, discutimos a importância da articulação dos pontos de atenção da RAS
para o cuidado integral dos casos de COVID-19. Também apresentamos alguns
pontos de atenção à saúde que são fundamentais neste atendimento.

Esperamos que o conteúdo abordado seja útil para sua prática e que,
a partir de agora, você consiga apontar os principais pontos da RAS para o
atendimento de casos de COVID-19 e como eles devem se articular para atender
aos diferentes níveis de gravidade dos casos. Até a próxima!

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Articulação da Rede de Atenção à Saúde no Atendimento dos Casos de COVID-19

Referências
[1] BRASIL. Ministério da Saúde. Gabiente do Ministro. Portaria de
Consolidação no 3, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas
sobre as redes do Sistema Único de Saúde. Acesso em: 22 de mar. de 2020.

[2] UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. UNA-SUS/UFMA. A atenção à


Saúde Organizada em Redes. São Luís, 2018. Acesso em: 22 de mar. de 2020.

[3] BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Redes


Prioritárias, [s.d.]. Acesso em: 22 de mar. de 2020

[4] BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS).


Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (Covid-19) na Atenção Primária
à Saúde. Versão 6. Brasília: 2020. Acesso em: 31 de mar. de 2020.

[5] BRASIL. Ministério da Saúde. Atendimento a pessoas com suspeita de


infecção pelo coronavírus 2019 (COVID-19) em isolamento domiciliar na
Atenção Primária à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Procedimento
Operacional Padronizado. 2020. Acesso em: 22 de mar. 2020.

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Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde

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