O documento discute a responsabilidade civil do Estado por danos causados a terceiros por seus agentes. Aponta que a responsabilidade do Estado é objetiva, enquanto a dos agentes é subjetiva, dependendo de dolo ou culpa. Também aborda a teoria da dupla garantia, que permite o regresso do Estado contra o agente caso fique comprovada sua culpa ou dolo.
O documento discute a responsabilidade civil do Estado por danos causados a terceiros por seus agentes. Aponta que a responsabilidade do Estado é objetiva, enquanto a dos agentes é subjetiva, dependendo de dolo ou culpa. Também aborda a teoria da dupla garantia, que permite o regresso do Estado contra o agente caso fique comprovada sua culpa ou dolo.
O documento discute a responsabilidade civil do Estado por danos causados a terceiros por seus agentes. Aponta que a responsabilidade do Estado é objetiva, enquanto a dos agentes é subjetiva, dependendo de dolo ou culpa. Também aborda a teoria da dupla garantia, que permite o regresso do Estado contra o agente caso fique comprovada sua culpa ou dolo.
A resposta da questão se dá pela Teoria do Risco Administrativo, sendo aplicado o
Art. 37, § 6º, da Constituição Federal - CF/88, que estabelece "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". Dessa maneira temos que a responsabilidade do estado em regra é objetiva, enquanto a de seus agentes é subjetiva. O estado responde pelo nexo causal, este devendo ser comprovado. No caso descrito na questão, está nítido o nexo causal, uma vez que o portão da escola se encontrava aberto e sem vigilância alguma.
Compartilha deste entendimento e tece comentários a respeito Yussef Cahali:
Em outros termos, a responsabilidade implica a assunção de responsabilidades pelo
risco criado pelas atividades impostas ao órgão público; ao nível da responsabilidade objetiva – e, consequentemente, da teoria do risco criado pela atividade administrativa, descarta-se qualquer indagação em torno da falha do serviço ou culpa anônima da Administração. (2012, p. 33)
De acordo com esta teoria não há a necessidade de provar a responsabilidade do
Estado, ou do agente estatal, apenas demonstrar o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano/ experimentado.
O que é explicado com clareza por Yussef Cahali:
A responsabilidade objetiva tende a se bastar com o simples nexo de causalidade
material, eliminada a perquirição de qualquer elemento psíquico ou volitivo; a aceitação incondicionada da teoria da responsabilidade objetiva, bastando-se com a identificação do vínculo etiológico – atividade do Estado, como causa e dano sofrido pelo particular, como consequência. (2012, p. 30). Neste sentido, o Tribunal de Justiça decidiu
REEXAME NECESSARIO - AÇAO DE INDENIZAÇAO
POR DANOS MORAIS, ESTETICOS E MATERIAIS - ATROPELAMENTO DE MENOR ENQUANTO ESTAVA AOS CUIDADOS DA ESCOLA MUNICIPAL - ANALISE DO PLEITO COM BASE NA TEORIA SUBJETIVA - REQUISITOS PARA CONFIGURAÇAO DA RESPONSABILIDADE CIVIL PREENCHIDOS - DEVER DO MUNICIP IO DE REPARAR OS DANOS - QUANTUM INDENIZATORIO E PENSIONAMENTO CORRETAMENTE FIXADOS - ADEQUAÇAO DOS CONSECTARIOS LEGAIS - REMESSA PARCIALMENTE PROVIDA. (Reexame Necessário n. 2008.005642-7, de Trombudo Central, rel. Des. Cláudio Barreto Dutra, j. em 24/03/2011).
QUESTÃO 2
RESPOSTA
No caso em questão, há a possibilidade de afastamento da legitimidade passiva do
motorista sendo aplicado o Art. 37, § 6º, da Constituição Federal - CF/88, que estabelece "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa".
O STF tem diretriz jurisprudencial utilizando da teoria da Dupla Garantia, que
entende que um servidor público não poderia ser responsabilizado, porém havendo dolo ou culpa a Administração deve entrar com ação contra o mesmo.
REEXAME NECESSARIO E APELAÇOES CIV EIS.
AÇAO DE INDENIZAÇAO POR DANOS MORAIS. ACIDENTE DE TRANSITO. MORTE DE INFANTE (5 ANOS) TRANSPORTE ESCOLAR MUNICIPAL. SENTENÇA DE PROCEDENCIA. (...)ILEGITIMIDADE PASSIVA DO SERVIDOR PÚBLICO DECLARADA DE OFÍCIO, ANTE O QUE RESTOU DECIDIDO PELO STF NO RE 1027633 (TEMA 940 DA REPERCUSSÃO GERAL). RECURSO INTERPOSTO PELO MOTORISTAQUE SE MOSTRA PREJUDICADO. NÃO CONHECIMENTO. (...) (Apelação n. 0000097-82.2013.8.24.0007, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, rel. Vilson Fontana, Quinta Câmara de Direito Público, 10-12-2020).
Neste sentido a doutrina de José Afonso da Silva conclui pela possibilidade de de
responsabilização direta apenas do Estado
“A obrigação de indenizar é da pessoa jurídica a que
pertencer o agente. O prejudicado há que mover a ação de indenização contra a Fazenda Pública respectiva ou contra a pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, não contra o agente causador do dano. O princípio da impessoalidade vale aqui também.” (SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 8.ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 355)
Hely Lopes Meirelles comunga da mesma compreensão:
A responsabilização civil de servidores por danos
causados a terceiros no exercício de suas atividades funcionais depende da comprovação da existência de dolo ou culpa de sua parte em ação regressiva proposta pela pessoa jurídica de Direito Público obrigada, objetivamente, à reparação do dano, nos termos do art. 37, §6º, da CF. De fato, o §6º do art. 37 estabelece a responsabilidade sem culpa, por isso denominada objetiva, das entidades de Direito Público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, suas autarquias e fundações públicas de Direito Público) e de Direito Privado prestadoras de serviço público pelos prejuízos causados por seus agentes a terceiros em decorrência da atividade administrativa. Todavia, o dispositivo constitucional veda a transferência dessa responsabilidade ao servidor imputável, impondo seu chamamento a juízo não pelo lesado, mas pela entidade interessada em ressarcir-se, a qual, para tanto, deverá demonstrar a culpa do referido servidor, em ação autônoma.” (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41.ed. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 569)