Você está na página 1de 85

Aula 03

Normas da Corregedoria Geral da Justiça p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) -


Com videoaulas

Professores: Felipe Petrachini, Tiago Zanolla


Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

AULA 03 – Dos Ofícios da Justiça em Geral – Das


Intimações, Da Consulta e da Carga dos Autos, Do
Desentranhamento de Peças e Documentos dos Autos e
Do Arquivamento de processos.

SUMÁRIO PÁGINA

Sumário
2. Dos Ofícios da Justiça Em Geral ............................................................. 1

2.12 Das Intimações ................................................................................. 1

2.13 Da Consulta e da Carga dos Autos ................................................ 15

2.14 Do Desentranhamento de Peças e Documentos dos Autos ........... 35

2.15 Do Arquivamento de Processos ..................................................... 42

Questões Comentadas .................................................................................. 58

Questões Propostas ...................................................................................... 77

Gabarito ......................................................................................................... 84

Pronto para mais uma aula? Então comecemos!


03469106177

2. Dos Ofícios da Justiça Em Geral

2.12 Das Intimações

Intimações e citações têm, em essência, o mesmo objetivo: comunicar!


Comunicar as partes, advogados, e demais sujeitos envolvidos no processo dos
atos que nele são praticados. O exercício do contraditório perante o Magistrado é a
garantia das partes de que a decisão do Juiz é a mais próxima possível da ideal, e
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 1 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

só é possível contraditar quando conhecemos o que a outra parte do processo está


dizendo.

Também é importante lembrar que existem momentos específicos no


processo nos quais as partes podem se manifestar. Ao deixarem passar este
momento, as partes perdem a chance de expor seus argumentos ao magistrado.
Assim, é importantíssimo que elas sejam comunicadas sobre quando este momento
ocorrerá.

Todavia, precisamos diferenciar as intimações das citações, para que você


possa entender o que vai acontecer nos artigos do provimento.

A primeira comunicação que chega à parte, dando-lhe ciência que existe um


processo contra ela é a citação. Vocês ouvirão falar bastante dela em Processo
Civil, mas já posso adiantar-lhes que é através da citação que o réu é integrado ao
processo.

Antes deste ato, há apenas autor e Juiz no processo. O réu, coitado :P, não
faz ideia do que está acontecendo no processo (aliás, ele nem sabe que há um
processo).

Dada a importância desta comunicação inicial, queremos ter absoluta certeza


de que o réu foi, realmente, integrado ao processo, e que tem ciência da existência
daquele processo. Assim o sendo, esta comunicação costuma ser pela via postal,
com Aviso de Recebimento, para confirmar a entrega da carta. Em alguns casos,
será até mesmo pessoal, como nos casos do artigo 247 do Código de Processo
Civil:
03469106177

Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer


comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
II - quando o citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega
domiciliar de correspondência;

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 2 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.

Apenas a título de curiosidade: grande parte da doutrina processual vê no


vício de citação (processo que corre sem que o réu tenha sido citado a participar da
relação processual) insanável e insuscetível de convalidação. Mesmo passado o
prazo da ação rescisória, há quem sustente que ainda é possível desconstituir os
efeitos de uma sentença em um processo com vício de citação através de uma ação
específica, a “querela nullitatisinsanabilis” (perdoe o latim enferrujado, mas não há
equivalente em português preciso para esta expressão :P).

Enfim, tenha em mente: a citação é importantíssima, por isto precisa ser


pessoal. Sem ela, não há processo.

A intimação também tem o objetivo de comunicar as partes, neste caso,


sobre certo ato ou termo processual, mas se difere da citação em um ponto crucial:
já há uma relação processual formada no processo entre autor, réu e juiz. Antes da
citação havia apenas juiz e autor.

E já que a intimação só ocorre quando todos já sabem que o processo existe


e está correndo, não há mais necessidade de se certificar de que o réu sabe da
existência do processo, indo pessoalmente olhar nos olhos dele e dizer: "filho, você
tem de fazer isso, em face da decisão x do magistrado".

O ônus de acompanhar e se manifestar no processo passa a ser da parte, a


qual, aliás, já sabe que o processo existe, sabe o seu número, o nome completo do
autor, o nome completo do réu e tem uma noção dos documentos que se encontram
03469106177

juntados ao mesmo.

Ou seja, a parte tem as ferramentas necessárias para buscar as intimações


diretamente no Diário da Justiça Eletrônica:

Art. 132. A intimação dos atos e termos do processo ou de


expediente administrativo far-se-á, sempre que possível, por meio
eletrônico e mediante publicação no Diário da Justiça Eletrônico.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 3 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Mas professor: quem é que abre o Diário da Justiça Eletrônico todos os dias?
Eu te digo: quem sabe que existe um processo correndo envolvendo seu nome. Daí
essa diferença gritante de tratamento entre a citação e a intimação, baseada
primordialmente no fato de a parte ter ou não conhecimento prévio da existência de
um processo.

Parágrafo único. É vedado ao servidor dos ofícios de justiça


prestar informações por telefone aos advogados, aos membros do
Ministério Público, às partes e ao público em geral acerca dos atos e
termos do processo.

Isso foi uma opção da sua Corregedoria. A Consolidação Normativa Judicial


do Rio de Janeiro, por exemplo, prevê a possibilidade de prática de atos
processuais por telefone, obedecidas determinadas formalidades.

Em São Paulo a prática é vedada. E é bastante justificada essa providência:


você verá que cada ofício da justiça expede, diariamente, dezenas de
comunicações pelo Diário de Justiça Eletrônico. Se cada intimado quiser "só tirar
uma dúvida", "rapidinha", por telefone, as únicas duas coisas que você vai ouvir no
ofício de justiça é o som ininterrupto do telefone tocando, seguido do som de sua
própria voz (ou do seu colega de cartório).

Art. 133. Os despachos, decisões interlocutórias e sentenças


devem ser encaminhados à publicação no Diário da Justiça
Eletrônico, dentro do prazo máximo de 3 (três) dias, a contar da
devolução dos autos em cartório.
Parágrafo único. O mesmo prazo deverá ser observado para
fins de cumprimento da intimação por meio eletrônico.
Já sabemos que a sala do Juiz é um ambiente diferente daquele do cartório.
03469106177

Os autos vão para o Juiz em "conclusão" e lá ele pratica uma das três modalidades
de atos:

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças,


decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 4 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de


natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de
ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Vou manter também a redação do artigo equivalente no antigo Código de
Processo Civil, por considera-la um pouco mais didática:

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões


interlocutórias e despachos.
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações
previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei nº
11.232, de 2005)
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do
processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no
processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito
a lei não estabelece outra forma.
Pois bem, o Magistrado fez o trabalho dele, praticou o ato adequado, e
devolveu o processo para o cartório.

Onde o ofício de justiça entra? Simples meu caro: a manifestação do Juiz é


só um pedaço de papel que não vai chegar ao conhecimento das partes sozinho.

O que você faz? Você comunica! É para isso que serve uma intimação. Está
na hora de intimar as partes, pelo Diário de Justiça Eletrônico, que o juiz praticou o
ato.

E atenção ao prazo: o cartório tem 3 dias para fazer isto!


03469106177

Só que tem o jeito certo de fazer isso:

Art. 134. As intimações de atos ordinatórios, despachos,


decisões interlocutórias e sentenças, qualquer que seja o meio
empregado, consumar-se-ão de maneira objetiva e precisa, sem
ambiguidades e omissões, e conterão:

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 5 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Não enrole: o sistema aceita um número limitado de caracteres e o espaço


reservado para essas publicações é limitado. Quanto menos você puder escrever,
melhor, desde que não se esqueça de escrever isso:

I – o número dos autos, o objeto do processo, segundo a tabela


vigente, e o nome das partes; [amarelo]
O inciso I resume o conjunto de dados capazes de individualizar o processo,
de forma que o advogado intimado saiba a que a intimação se refere (sim, as
publicações costumam sair em nome dos advogados, até porque são eles quem
costumam acompanhar esses atos).

II – o resumo ou transcrição daquilo que deva ser dado


conhecimento, suficientes para o entendimento dos respectivos
conteúdos; [verde]
Isso aqui evita as tais irritantes ligações e o deslocamento do advogado ao
balcão do seu cartório (o que tornará sua vida muito, mas muito mais fácil, e a dele
também). O texto elaborado para a intimação aparece na publicação do Diário de
Justiça Eletrônico. Se for bem resumido, o advogado já saberá do que se trata, e
talvez nem venha ao seu balcão, porque já sabe o que tem de fazer.

Agora, se a informação for insuficiente, ele terá de sair de onde está para ir
até o seu ofício de justiça, e talvez descobrir que aquela publicação não lhe
interessava.

III - o nome dos advogados das partes com o número de suas


respectivas inscrições na Ordem dos Advogados do Brasil.
[azul]
Essa informação é vital! Vou te contar um segredo de estagiário de direito:
03469106177

desde que o Diário de Justiça se tornou eletrônico, nós conseguíamos fazer as


pesquisas utilizando a ferramenta de busca de todo leitor de pdf (o popular Ctrl+L).
Bastava entrar todo dia no site do Tribunal, acessar o DJe e buscar pelo número da
OAB do advogado do escritório (normalmente as publicações são concentradas no
"gerente de equipe"). E boom! Trabalho realizado.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 6 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Lógico: só funciona se o número da OAB estiver certinho. Ou seja, você fará


um estagiário de direito muito mais feliz se tomar cuidado ao inserir esses dados na
publicação da intimação.

Veja você mesmo um modelo de intimação, retirado do próprio DJe, apenas


com os dados pessoais dos envolvidos trocados:

Processo 0066574-21.1999.8.26.0100 - Procedimento Ordinário - Prestação de


Serviços– Felipe Cepkauskas Petrachini- Fulano de Tal- Vistos. A ordem de bloqueio
de ativos financeiros não frutificou, conforme se vê do detalhamento que segue.
Requeira a parte credora em termos de prosseguimento, apresentando demonstrativo
do débito atualizado e indicandobens da parte devedora passíveis de penhora. Nada
vindo em trinta dias, aguarde-se provocação eficaz no arquivo. Intimem-se.

- ADV: ERNESTO CAUDÊNCIO (OAB 42576/SP), SAPROVINO SILVA (OAB 587432/SP)

Você vai fazer várias destas e pegará o jeito. Leia a intimação e volte um
pouco, para saber por que grifei cada coisa de uma cor, assim, você conseguirá
fixar os elementos essenciais da intimação.

O artigo 135 traz algumas especificidades.

Art. 135. Nas intimações pela imprensa:


I - quando qualquer das partes estiver representada nos autos por
mais de 1 (um) advogado, o ofício de justiça fará constar o
nome de qualquer subscritor da petição inicial, da contestação
ou da primeira intervenção nos autos, com o número da respectiva
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, a não ser que a
parte indique outro ou, no máximo, 2 (dois) nomes, ou indique o
nome da sociedade de advogados a que seu advogado
pertença.
Esse é um dos motivos pelos quais os escritórios procuram concentrar as
intimações em um advogado só: é complicado demais fazer diferente disso :P. Se
03469106177

nada for dito, o ofício de justiça pode escolher qualquer dos nomes das pessoas que
assinaram a petição (e o estagiário desavisado, lá na ponta, pode acabar
esquecendo de dar busca justamente no advogado intimado).

Outra opção é a parte indicar até dois advogados para serem intimados.

II - as decisões interlocutórias e sentenças serão publicadas


somente na sua parte dispositiva; os atos ordinatórios e
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 7 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

despachosde mero expediente serão transcritos ou resumidos


com os elementos necessários à explicitação do conteúdo da ordem
judicial (quem e sobre o que se deve manifestar, ter ciência,
providenciar, etc.).
O texto entre parênteses aponta apenas alguns exemplos do que pode ir na
explicitação do conteúdo da ordem judicial.

Vamos espiar o artigo 489 do Código de Processo Civil para você saber do
que estamos falando:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro
das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato
e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais
que as partes lhe submeterem.

O dispositivo de uma sentença (ou mesmo de uma decisão interlocutória) é a


própria decisão do magistrado: o que ele decidiu que seria feito no caso concreto
daquele processo que lhe foi submetido pelas partes. É só o dispositivo que tem de
constar na intimação!

Se a parte ou o advogado quiser saber mais, pode ir até o cartório tomar vista
do processo. E porque não colocar a sentença inteira no DJe? Você já sabe! :P

O número máximo de caracteres no sistema é limitado, assim como o espaço


reservado para essas publicações. 03469106177

Quanto aos atos ordinatórios e despachos de mero expediente, basta


transcrever a manifestação do Juiz, ou resumi-la. O importante é a informação a ser
comunicada ser recebida adequadamente pelo intimado.

Parágrafo único. Será publicada apenas a parte dispositiva das


decisões proferidas em procedimentos de natureza disciplinar
ou em processos de dúvida, podendo o Corregedor Geral da
Justiça, se entender necessário, determinar a sua publicação
integral, após o trânsito em julgado
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 8 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Bom, e qual a consequência de uma intimação feita incorretamente? Pense


um pouco: o contraditório e a ampla defesa são princípios seguidos pelo processo,
seja civil, penal ou administrativo.

Para exercer esses direitos inerentes à defesa, antes de qualquer coisa, eu


preciso conhecer os fatos que me são imputados ou que são apresentados pela
outra parte. Do contrário, como é que eu me defenderia satisfatoriamente?

Se, por qualquer razão, a mensagem da realização do ato não chega até
mim, eu não tomo conhecimento do mesmo, e perco a oportunidade que possuía de
me manifestar.

Agora, porque a comunicação não chegou até meus ouvidos (ou olhos)? Eu
abri o DJe todos os dias, e dei aquele Ctrl+L maroto, e não achei nada!

É isso que você precisa entender, futuro escrevente: nenhum advogado lê o


DJe na íntegra! Ninguém, mas ninguém mesmo lê linha por linha da publicação. Se
lesse, a falta de alguma informação dos artigos 134 e 135 não traria qualquer
problema, afinal, o restante do texto permitiria a identificação do processo.

Só que não é assim que é feito: os escritórios, e mesmo algumas


procuradorias estaduais, utilizam sistemas de busca e mesmo força braçal de
estagiários para pesquisar as publicações. Se faltar justo a informação que é
utilizada como chave de pesquisa pelo sistema ou estagiário, ela vai passar batida.

Por isso:
03469106177

Art. 136. A publicação omissa em relação aos requisitos


constantes dos arts. 134 e 135e que cause efetivo prejuízo a
qualquer das partes será considerada nula.
Faltou informação na intimação? Essa omissão foi prejudicial? A
consequência é simples: nulidade! Aquilo simplesmente não aconteceu, e uma nova
intimação terá de ser feita.

Aliás, nem espere a parte reclamar, corrija você mesmo, assim que perceber
que errou:
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 9 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Art. 137. Quando ocorrer erro ou omissão de elemento


indispensável na publicação, independentemente de despacho
ou de reclamação da parte, proceder-se-á imediatamente à
retificação e nova publicação, encartando-se aos autos cópia do
ato incorretamente publicado.
Professor! E o segredo de justiça? O Diário da Justiça Eletrônico é público,
todo mundo pode lê-lo. E o Sr. Disse na aula passada:

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam


em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos,
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda
de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito
constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento
de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na
arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em
segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de
inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Se eu fizer a publicação, não estaria violando o segredo de justiça? E se não


fizer, como é que a parte vai tomar conhecimento do ato ou termo processual?

Muito pertinente a dúvida, e a solução é mais simples do que se imagina:

Art. 138. Da publicação no Diário da Justiça Eletrônico a respeito


03469106177

de processos sujeitos ao segredo de justiça constarão as


iniciais das partes.
Fácil de resolver: o nome dos advogados vem inteiro (assim, eles tomam
conhecimento do ato ou termo processual), mas só constam as iniciais dos nomes
das partes. Informação mais que suficiente para o advogado identificar o processo,
mas, para o público em geral, aquelas letras não vão significar nada.

Art. 139. Os escrivães judiciais farão publicar no Diário da


Justiça, juntamente com as respectivas intimações, o valor da
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 10 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

taxa judiciária que deve ser recolhida pelas partes, bem como o
valor das importâncias que, objeto de cálculo, devam ser
depositadas, em quaisquer processos e a qualquer título.
Tudo começa lá na Constituição Federal:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
[...]
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
[...]
Os serviços judiciais são serviços públicos específicos e divisíveis, logo,
suscetíveis à cobrança de um tributo pouco estudado pelos concurseiros da área
fiscal, mas que você vai aprender a conhecer muito bem no Poder Judiciário: as
taxas.

Só que não sou eu quem vai te explicar isto: é o teu chefe, o todo poderoso
escrivão! A você, por agora, basta saber que cabe ao escrivão informar à parte,
juntamente com a intimação, o valor a ser recolhido a título desse tributo.

Parágrafo único. Todas as intimações, publicadas para que as


partes se manifestem sobre cálculos e contas, conterão os
respectivos valores, em resumo, limitando-se a publicação ao
que baste para a perfeita ciência das partes sobre o objeto do
cálculo ou da conta.
Eu já fiz atualização de valor enquanto trabalhava no TRT de Franco da
Rocha (é uma das comarcas da 2ª Região do Tribunal Regional do Trabalho) e já te
aviso: o cálculo normalmente ocupa uma página inteira, quando não mais. Reitero
03469106177

que o espaço no DJe para intimações é limitado, então, nada de descrever a


memória de cálculo completa dos valores: coloque apenas o suficiente para que a
parte saiba do que se trata e, se as contas não baterem com as que ela fez, fique
tranquilo: o advogado virá atrás do processo.

Art. 140. A publicação de atos ordinatórios, despachos, decisões


interlocutórias e sentenças, no Diário da Justiça Eletrônico, será
documentada pelo encarte, aos autos, da respectiva certidão
gerada automaticamente pelo sistema informatizado oficial ou,
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 11 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

na impossibilidade, pela certidão aposta na mesma folha, ao pé,


ou, se não houver espaço, no verso da folha em que lançado o
ato publicado.
Relembrando:

CERTIDÃO: Declaração feita por escrito, objetivando comprovar ato ou


assentamento constante de processo, livro ou documento que se encontre em
repartições públicas. Podem ser de inteiro teor - transcrição integral, também
chamada traslado - ou resumidas, desde que exprimam fielmente o conteúdo do
original. Neste caso, as chamaremos de certidões em breve relatório.

A publicação é também um ato, e sendo um ato, sua prática precisa ser


certificada nos autos, através de certidão. Tão logo você escreva a intimação, o
sistema vai gerar uma certidão. Tudo que você tem de fazer é juntar essa certidão
ao processo.

O artigo 140 prevê uma ordem preferencial para a juntada da certidão:

- Imprima a certidão e junte-a ao processo;

- Se não puder imprimir a certidão, lance-a na mesma folha do ato (escreva,


ao pé da folha, que a publicação daquele ato foi feita);

- Se não houver espaço, certifique no verso da folha que o ato foi publicado.

O importante é a informação estar consignada no processo!

ATENÇÃO:
03469106177

Parágrafo único. As publicações feitas no Diário da Justiça


Eletrônico comprovam-semediante certidão, independentemente
da juntada do exemplar impresso.
Não adianta nada trazer a própria página do Diário de Justiça impressa (nem
mesmo naquele papel de jornal). A única forma de se comprovar a publicação é
através da certidão!

Art. 141. Nas intimações por edital:

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 12 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

A intimação por edital também é uma comunicação, mas possui


peculiaridades. Digamos que nós não temos certeza de que a parte está tomando
ciência dos atos e termos do processo neste caso.

Como isso? A relação processual completa não se instaura com a citação, e


esta, via de regra, pela via postal, com aviso de recebimento? Ou então, não foi
pessoalmente, nas hipóteses em que o Código de Processo Civil previu?

Sim, mas e se o local da citação for inacessível?

Por exemplo (Código de Processo Civil):

Art. 256. A citação por edital será feita:


I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se
encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.

Essa citação é válida, muito embora não tenhamos certeza de que o réu
realmente tomou ciência da mesma. Afinal, o que temos é a presunção absoluta de
que todos os brasileiros, assim que acordam, leem todas as edições de todos os
diários oficiais dos municípios, estados e União, página por página.

Só que é bem provável que alguém citado desta forma não tenha sido
realmente encontrado, ou que seu endereço continua inacessível. Dito isto, as
intimações provavelmente terão de ser feitas também por edital, seguindo as
mesmas premissas que são utilizadas para a citação editalícia, lá no Código de
03469106177

Processo Civil:

Art. 232. São requisitos da citação por edital: (Redação dada


pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às
circunstâncias previstas nos ns. I e II do artigo
antecedente; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo
escrivão; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 13 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias,


uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal
local, onde houver; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20
(vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira
publicação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o
litígio versar sobre direitos disponíveis.(Incluído pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação,
bem como do anúncio, de que trata o no II deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973 e
parágrafo único renumerado pela Lei nº 7.359, de 10.9.1985)
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial
quando a parte for beneficiária da Assistência
Judiciária. (Incluído pela Lei nº 7.359, de 10.9.1985)
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando
dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa
de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
O que está grifado é o que afeta o seu trabalho no ofício de justiça. Juntando
o que você já sabe sobre as intimações com o que acabamos de ver sobre citações
por edital, você será capaz de entender os requisitos das intimações por edital:

I - extraído o edital, conferido e assinado, serão autenticadas as


respectivas folhascom a chancela do ofício de justiça, devendo
escrivão rubricar cada uma delas;
II - as publicações de edital feitas no Diário da Justiça Eletrônico,
na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo
tribunal ou na plataforma de editais do Conselho Nacional de
Justiça comprovam-se mediante certidão, independentemente
da juntada do exemplar impresso;
III - a publicação de edital em jornal de ampla circulação local
03469106177

será providenciada pela parte ou por agência de publicidade de


sua escolha e comprovada nos autos mediante a juntada do
exemplar original;
IV - a entrega da minuta, para fins de publicação, sempre
mediante recibo, poderá ser feita a estagiário ou advogado com
procuração nos autos.
Somente este inciso necessita de um esclarecimento: mesmo que fique a
cargo da parte a publicação do edital, quem vai elaborar o texto é o ofício de justiça.
Logo, é algo que deve ser entregue por você ao advogado ou estagiário. Para que
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 14 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

não digam posteriormente que “ninguém entregou nada” e que foi por isso que a
parte não providenciou a publicação, a entrega da minuta é, SEMPRE, feita
mediante recibo!

Art. 142. Caberá aos escrivães judiciaisvelar pelo adequado


cumprimento das normas atinentes às publicações ou às
intimações por carta, conferindo diariamente seu teor, sem
prejuízo da fiscalização ordinária dos Juízes Corregedores
Permanentes
Nada mais que isso!

Seguindo.

2.13 Da Consulta e da Carga dos Autos

Contemplai “o balcão”. Este local será citado recorrentemente neste capítulo,


então, é melhor você ter uma ideia de como ele se parece.

03469106177

É tudo um grande processo (aqui no sentido mais amplo do termo). Você


intima o advogado, ele aparece no seu balcão dias depois. É como a gravidade:
inevitável. E como a aprovação em concurso público, você pode até não saber
quando exatamente vai ocorrer, mas vai.

Ok, a intimação saiu no Diário de Justiça Eletrônico. Como é de praxe, você


colocou as informações essenciais, porque é o que te mandaram fazer. Mas, para o
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 15 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

advogado, sua publicação foi apenas um alerta: ele precisará ver o processo todo
para tomar as providências cabíveis.

Aí chegamos ao momento maravilhoso da consulta de processos:

Art. 157. O acesso aos autos judiciais e administrativos de


processos em andamento ou findos, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado
aos advogados, estagiários de Direito e ao público em geral, por
meio do exame em balcão do ofício de justiça ou seção
administrativa, podendo ser tomados apontamentos, solicitadas
cópias reprográficas, bem como utilizado escâner portátil ou
máquina fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o desencarte das
peças processuais para reprodução.
Primeira regra: se o processo não está sujeito a segredo de justiça,
QUALQUER pessoa pode consulta-lo. O processo é público!

Eu posso muito bem visitar seu ofício de justiça amanhã e pedir-lhe para
consultar um processo que não tem nada, mas absolutamente nada a ver comigo.
Posso fotografá-lo integralmente, na sua frente, no balcão, sem ter qualquer
interesse jurídico ou econômico na causa simplesmente porque me deu vontade de
fazê-lo. E eu posso!

Desde que o exame seja feito no balcão do ofício de justiça. Agora, muito
cuidado: se qualquer pessoa pode consultar o processo, em regra, um advogado
sem procuração nos autos pode consulta-lo? Sim! Isso é uma pegadinha muito
comum, e o candidato acaba se concentrando na ausência de procuração. Ele não
precisava nem mesmo ter interesse no processo (podia ser só um curioso), então,
não será a ausência de procuração que impedirá a consulta. Fique atento!
03469106177

Parágrafo único. Os escrivães judiciais e os chefes de seção


judiciária manterão, pessoalmente ou mediante servidor
designado, rigorosa vigilância sobre os autos dos processos,
sobretudo quando do seu exame, por qualquer pessoa, no balcão
do ofício de justiça ou seção administrativa.
O ofício de justiça é o guardião dos processos. E a consulta no balcão o
momento mais vulnerável dos mesmos. Todo ofício de justiça tem alguma história

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 16 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

de alguém tentando subtrair páginas do processo, isso quando não empurram o


processo todo para dentro da mala e tentam sair como se nada tivesse acontecido.

Essas ações só puderam ser evitadas porque havia um servidor mantendo


vigilância constante sobre os autos do processo enquanto eles eram examinados. E
é para ser rigorosa (não se distraia com outras coisas enquanto estiver fazendo
isso, não mexa no celular e, tanto quanto possível, nem mesmo espirre durante a
consulta :P).

Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos autos que não
corram em segredo de justiça, poderão os advogados ou
estagiários de Direito, regularmente inscritos na OAB, que não
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das
partes, retirar os autos para cópia, pelo período de 1 (uma) hora,
mediante controle de movimentação física, devendo o
serventuário consultar ao sítio da Ordem dos Advogados do
Brasil da Internet, à vista da Carteira da OAB apresentada pelo
advogado ou estagiário de Direito interessado, com impressão
dos dados obtidos, os quais serão conferidos pelo servidor antes
da entrega dos autos, observadas, ainda, as demais cautelas
previstas para a carga rápida, conforme o disposto no art. 165.
Cuidado que este é um procedimento completamente diferente. Em função
das atividades desempenhadas pelo advogado (e pelos estagiários de Direito), e por
ser considerado “indispensável à administração da justiça” (art. 133 da Constituição
Federal), os advogados às vezes recebem tratamento diferenciado do restante do
público.

Em condições normais, uma pessoa comum não pode consultar o processo


em outro lugar que não seja o balcão do cartório. Se essa pessoa precisar de cópias
do processo, pode solicitar ao ofício de justiça ou fotocopiar o processo ali mesmo
03469106177

no balcão, mas o processo não pode sair do ofício.

Pois bem, um advogado sem procuração nos autos é, para quase todos os
efeitos, uma pessoa comum. Porém, levando-se em conta a importância deste
profissional na administração da Justiça, resolveu-se facilitar um pouco a vida dele:
ao invés de ter de ficar ali no balcão tirando cópias, ou então, solicitando à própria
serventia que o fizesse (o que aumentaria os custos do advogado e a sua carga de

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 17 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

trabalho no ofício de justiça, afinal, quem tiraria as cópias seria você :P), o
advogado ou estagiário de Direito com inscrição na OAB pode retirar o processo do
ofício por 1 hora (e é exatamente 1 hora!).

Basta apenas ao advogado ou estagiário comprovar sua condição de


advogado ou estagiário, o que implica a exibição da carteirinha da OAB e a
conferência no próprio site da ordem para ver se o documento é realmente
verdadeiro.

Art. 159. Nos casos complexos ou com pluralidade de interesses,


a fim de que não seja prejudicado nem o andamento do feito e nem
o acesso aos autos, fica autorizada a retirada de cópias de todo o
feito, que ficarão à disposição para consulta dos interessados.
Imagine um caso bem cascudo, com 5 litisconsortes de cada lado, todos
querendo consultar os autos (e, provavelmente, no mesmo dia, já que a intimação
pelo DJe e os prazos nela apontados atingirão a todas as partes ao mesmo tempo).
Esse processo vai ser consultado pelo menos 10 vezes, e isso se for um caso
simples (é provável que algumas das partes o consultem mais de uma vez).

Isso vai atrapalhar bastante o andamento do processo e vai, sem dúvida


alguma, atravancar o seu balcão.

O Provimento já se antecipou a esse desastre: o ofício de justiça está


autorizado a tirar cópias integrais do processo (no plural mesmo), e permitir a
consulta à cópia (ao invés da consulta ao processo). O processo continua andando,
as partes continuam acessando a informação, o seu balcão fica livre e todo mundo
fica feliz.
03469106177

Art. 160. Na hipótese de os processos correrem em segredo de


justiça, o seu exame, em cartório, será restrito às partes e a
seus procuradores devidamente constituídos.
Esqueça agora tudo que você leu sobre consulta a qualquer interessado e
advogados sem procuração. Se o processo corre em segredo de justiça, somente
as partes podem ter acesso à informação. Procuradores devidamente constituídos
não são mais do que pessoas autorizadas pela própria parte a consultar o processo
(em geral, os advogados que representam essas partes).
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 18 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Como um advogado sem procuração é, para quase todos os efeitos, uma


pessoa comum, se ele não estiver constituído nos autos, não poderá consultar o
processo!

Preste atenção nos parágrafos: eles resolvem alguns casos práticos que
você vai experimentar no ofício de justiça.

§ 1º As entidades que reconhecidamente prestam serviços de


assistência judiciária poderão, por intermédio de advogado com
procuração nos autos, autorizar a consulta de processos que
tramitam em segredo de justiça em cartório pelos acadêmicos
de Direito não inscritos na OAB. Referida autorização deverá
conter o nome do acadêmico, o número de seu RG e o número
e/ou nome das partes do processo a que se refere a autorização,
que será juntada posteriormente aos autos.
§ 2º É vedado o acesso a autos de processos que correm em
segredo de justiça por estagiários não inscritos ou com inscrição
vencida na OAB.
Bom, até agora falamos de acesso aos autos. A consulta realizada no balcão
do próprio ofício de justiça. Mas ser advogado ou estagiário inscrito na OAB vem
com mais uma vantagem: a possibilidade de dar carga nos processos.

O tio já falou que quando alguém retira o processo do ambiente do cartório,


está dando carga no mesmo. E o profissional externo à estrutura do Poder Judiciário
que mais faz isso é o advogado.

Art. 161. A carga de autosjudiciais e administrativosem


andamento no cartório é reservada unicamente a advogados ou
estagiários de Direito regularmente inscritos na OAB,
constituídos procuradores de alguma das partes, ressalvado,
nos processos findos e que não estejam sujeitos a segredo de
justiça, a carga por advogado mesmo sem procuração, pelo
03469106177

prazo de 10 (dez) dias.


Calma meu filho. Vamos por partes.

Primeiro: só pode dar carga em processo em andamento (processo ainda


não encerrado) o advogado constituído procurador (aquele que está representando
a parte no processo). Ele é o único que está autorizado a retirar o processo do
ambiente do cartório para analisa-lo em seu escritório.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 19 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Diga-se de passagem, isso é uma prerrogativa prevista no estatuto da OAB:

Art. 7º São direitos do advogado:


[...]
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de
qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou
retirá-los pelos prazos legais;

Caso ele não esteja constituído nos autos, existe outra opção, que seria
retirar os autos do processo do cartório, por 1 hora, seguindo os mesmos
procedimentos da carga rápida do artigo 165:

Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida pelo escrivão
ou o escrevente responsável pelo atendimento, pelo período de
uma hora, mediante controle de movimentação física dos autos,
conforme formulário a ser preenchido e assinado por advogado
ou estagiário de Direito devidamente constituído no processo,
respeitado o seguinte procedimento:
O prazo é pequeno justamente para o processo voltar rapidamente para o
cartório.

Só tome cuidado: a carga rápida somente é concedida a advogados e


estagiários devidamente constituídos nos autos. O que foi previsto no artigo 158 foi
algo parecido, com o mesmo procedimento, mas que não é a mesma coisa :P.

Relembre:

Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos autos que não
corram em segredo de justiça, poderão os advogados ou
estagiários de Direito, regularmente inscritos na OAB, que não
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das
03469106177

partes, retirar os autos para cópia, pelo período de 1 (uma) hora,


mediante controle de movimentação física, devendo o
serventuário consultar ao sítio da Ordem dos Advogados do
Brasil da Internet, à vista da Carteira da OAB apresentada pelo
advogado ou estagiário de Direito interessado, com impressão
dos dados obtidos, os quais serão conferidos pelo servidor antes
da entrega dos autos, observadas, ainda, as demais cautelas
previstas para a carga rápida, conforme o disposto no art. 165.
Pois bem, vimos as regras para consulta de processos em andamento (só
pode dar carga “normal” no processo o advogado ou estagiário nele constituído).

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 20 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Caso o processo já tenha sido encerrado (“processo findo”) E não esteja sujeito
ao segredo de justiça, o advogado sem procuração pode dar carga “normal” no
mesmo, por 10 dias.

Art. 162. O escrivão ou o escrevente responsável pelo


atendimento registrará a retirada e a devolução de autos,
mediante anotação no sistema informatizado oficial e no
relatório de carga emitido pelo sistema (carga eletrônica),
observadas as seguintes cautelas:
Se você prestou bem atenção nas aulas passadas, já deve ser capaz de
entender completamente o que significam os incisos:

I - na retirada dos autos, o advogado ou estagiário de Direito


lançará sua assinatura no relatório de carga emitido pelo sistema
informatizado, arquivando-se o documentoprovisoriamenteem
classificador próprio;
II - na devolução do feito, o servidor do ofício de justiça ou da
seção administrativa efetuará a baixa no relatório de carga,
juntando-o imediatamente aos autos.
Se você entendeu tudo que está escrito nesses dois incisos, é porque foi
capaz de se lembrar de todos esses artigos:

Art. 46. Os procedimentos de registro e documentação dos


processos judiciais e administrativos realizar-se-ão diretamente no
sistema informatizado oficial ou em livros e classificadores,
conforme disciplina destas Normas de Serviço, e destinam-se:
[...]
Art. 52. Os distribuidores e os ofícios de justiça deverão, no
sistema informatizado oficial, observadas suas respectivas
atribuições:
[...]
II - anotar a movimentação e a prática dos atos processuais
03469106177

(citações, intimações, juntadas de mandados e respectiva data,


termos, despachos, cargas, sentenças, remessas à instância
superior para recurso, entrega ou remessa de autos que não
importem em devolução etc.);
[...]
Art. 57. Nos ofícios de justiça, o registro e controle da
movimentação dos feitos realizar-se-ão exclusivamente pelo
sistema informatizado oficial, vedadas a elaboração de fichário
por nome de autor e a utilização de fichas individuais
materializadas em papel ou constantes de outros sistemas
informatizados.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 21 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

[...]
Art. 63. Os ofícios de justiça em geral possuirão os seguintes livros:
[...]
III - Cargas de Autos;
[...]
Art. 71. Todas as cargas receberão as correspondentes baixas,
assim que restituídos os autos ou mandados, na presença do
interessado, sempre que possível ou por este exigido.
Parágrafo único. Quando não utilizada a carga eletrônica, será
lançada certidão nos autos, mencionado a data da carga e da
restituição, de acordo com os assentamentos do livro de carga.
[...]
Art. 75. Os ofícios de justiça possuirão os seguintes
classificadores:
[...]
VII - para relatórios de cargas eletrônicas;
[...]
Viu o caminho que você já percorreu até aqui? Isso é conhecimento
consolidado, e não memorização!

§ 1º O livro de carga de autosparaadvogadosserá utilizado


quando não for possível a utilização do sistema informatizado,
caso em que serão lançados, no livro, a assinatura do
destinatário e, nos autos, o termo de carga e recebimento.
Eu disse a você, lá no começo do curso, que o sistema informatizado estava,
aos poucos, ganhando importância enorme no Poder Judiciário (tanto que, mesmo
não caindo nas provas baseadas no provimento anterior, era de se esperar que
fosse ser cobrado neste edital).

Pois bem, carga se faz pelo sistema informatizado! Você só vai pegar
03469106177

aquela relíquia da antiga tradição (vulgo livro de carga de autos para advogados) se,
e apenas se o sistema informatizado não estiver funcionando.

De resto, os procedimentos da informática buscam imitar o funcionamento no


nosso mundo analógico. Você verá que a assinatura do advogado é necessária em
ambos os procedimentos.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 22 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Em condições normais, o escrevente ou escrivão lança a carga no sistema,


imprime o relatório e o advogado o assina. Quando usamos o livro, o advogado
assina a carga no próprio livro.

Depois, quando utilizamos o sistema informatizado, aquele relatório de carga


que o advogado assinou sai do classificador onde foi colocado (a pastinha) e vai
direto para os autos, no momento em que o advogado devolver o processo. Por
outro lado, quando utilizamos o livro de carga, a devolução é certificada nos autos.

Em ambos os casos, nos concentramos em:

1 – ter uma prova de que o advogado deu carga nos autos (com a assinatura
do mesmo)

2 – registrar toda a operação no próprio processo (com a juntada de algum


documento que comprove a operação, seja o relatório de carga emitido pelo
sistema, seja a certificação do escrevente responsável de que a operação ocorreu).

A estrutura é sempre a mesma.

E sendo a mesma estrutura, os documentos devem cumprir os mesmos


requisitos:

§ 2º No relatório eletrônico ou no livro de carga constarão o


número da carteira profissional e respectiva seção, expedida pela
OAB, em nome do destinatário, facultado ao servidor, na dúvida,
solicitar sua exibição.
Não ache que é excesso de desconfiança: em algumas ocasiões, um dos
advogados empresta sua carteira ao estagiário ainda sem inscrição, para que este
03469106177

faça a carga do processo em seu nome (para evitar o deslocamento do próprio


advogado). A prática em si é condenável e poucos escritórios se permitem a
tamanha ousadia, mas é fato que isto ocorre aqui e ali.

O problema é que a assinatura que será lançada no relatório eletrônico não


será aquela do advogado cuja OAB consta no documento, e sim um rabisco
qualquer feito por outra pessoa. Você, por sua vez, estará dando carga de um
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 23 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

processo para alguém não autorizado, e terá sérias dores de cabeça caso este
processo não retorne.

Daí a prerrogativa que você tem de solicitar a carteira da OAB do advogado:


para que você próprio possa conferir se o número dela corresponde ao do
destinatário da carga. Estando tudo certo, basta pedir para que se assine o relatório
eletrônico ou o livro de carga.

Aliás, da última vez que olhei, o modelo de OAB para advogados era esse:

E o de estagiário seguia o mesmo padrão, só que em azul.

Mais por curiosidade, isso só será importante na sua vida profissional e para
lembra-lo que o número da OAB do solicitante tem de constar do relatório de
carga ou do registro no livro de carga.

§ 3º A baixa da carga de autos, constante de relatório eletrônico


ou de livro de carga, far-se-á imediatamente, à vista do
interessado, sendo-lhe facultada a obtenção de recibo de autos,
03469106177

assinado pelo servidor, em instrumento previamente


confeccionado pelo interessado e do qual constarão
designação da ofício de justiça ou da seção administrativa,
número do processo, tipo de demanda, nome das partes e data
da devolução. A cada autoprocessualcorresponderá um recibo e
a subscrição pelo servidornãoimplicareconhecimento da
respectiva regularidade interna.
Calma meu filho, deixa o tio explicar o que esse emaranhado de coisas
significa para você e para o advogado.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 24 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Primeira a coisa a se ter em mente: a preocupação de devolver o processo é


do advogado. Ele quer ter uma prova de que devolveu o processo ao ofício de
justiça, caso o mesmo venha a extraviar. Pense nisso como uma brincadeira de
“batata quente”: se o processo sumir, a última pessoa que o custodiou é quem fica
com a dor de cabeça. Quando você dá carga para o advogado, você está ansioso
para que ele assine o relatório eletrônico ou o registro de carga, pois, a partir deste
ponto, a responsabilidade não é mais sua e sim do advogado.

Quando o advogado vai devolver o processo, ele está desesperado para que
se declare que o processo foi devolvido.

Pois bem: já que o advogado tem tanto interesse em provar que o processo
foi devolvido, o provimento deu a ele direitos. O primeiro deles é o de ver, com seus
próprios olhos, o servidor dando baixa na carga dos autos. E, dada a ansiedade do
advogado em se livrar da “batata”, ele quer que a baixa seja feita imediatamente, no
caso de um desastre ocorrer nos dois minutos seguintes.

Mais ainda: ele confeccionará o instrumento (a manifestação) que o servidor


vai assinar. Com isso, ele tem certeza absoluta de que tudo que precisava ser
afirmado pelo servidor, o será.

Ele também não deve se esquecer de, ao confeccionar o instrumento, fazer


constar as informações necessárias sobre qual processo está sendo devolvido e a
quem. Isso se faz com as seguintes informações:

- designação do ofício de justiça ou da seção administrativa;


03469106177

- número do processo;

- tipo de demanda;

- nome das partes;

- data da devolução;

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 25 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Mas o advogado pode fazer tudo isso em uma lista só? Pense um pouco:
você tem uma vida extremamente movimentada no cartório. Você só vai parar
quieto quando estiver na hora de ir embora.

De repente, chega um advogado com uma relação de 31 processos sendo


devolvidos. Você dificilmente terá condições de verificar cada um dos processos
com o item da lista correspondente e corre o risco de assinar que recebeu 31
quando, em verdade, recebeu 30. E a dor de cabeça ficará com você.

Para evitar isto, o advogado deve confeccionar um instrumento de recibo por


processo que pretenda devolver. Assim, o servidor confere o recibo e o processo,
um a um, com poucas chances de erro.

Pois bem, só que você estará assinando apenas a recepção do processo (é a


única coisa que você terá tempo de conferir no balcão). Ao assinar que você está
recebendo aquele processo, em nenhum momento você está dizendo que o seu
interior está regular.

Um exemplo clássico: o fato de você dar baixa na carga do processo “w” não
quer dizer que você confirmou que nenhuma das folhas foi arrancada, não quer
dizer que você confirmou que a numeração não foi adulterada, ou que uma petição
não foi substituída.

Você não faz ideia de como a parte de dentro do processo está, e o


provimento sabe disso.

Essa disposição foi feita para que você tivesse segurança para receber o
03469106177

processo rapidamente, sem atravancar o balcão. Do contrário, você se sentiria


obrigado a abrir processo por processo, e ver folha por folha, manifestação por
manifestação, de cada uma das pessoas que chegaram ao seu ofício de justiça.
Obviamente, se não quisesse correr o risco de perder o emprego tão duramente
conquistado.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 26 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Assim, guarde: a subscrição do servidor não implica reconhecimento da


respectiva regularidade interna.

§ 4º O procedimento previsto neste artigo poderá ser aplicado a


outras modalidades de cargas, desde que disponível a
funcionalidade (carga eletrônica) no sistema informatizado para
outros destinatários e o método se revele eficiente.
Art. 163. Os representantes judiciais da Fazenda Pública e os
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública,
mediante petição dirigida ao Juiz Corregedor Permanente,
poderão indicar funcionários ou estagiários autorizados a
retirarem, em nome daqueles, os autos em carga.
Cada um desses órgãos está abarrotado de processos até o teto. E, na
qualidade de funcionários que são, eles não podem simplesmente dizer para o
chefe “essa causa não é interessante”, “já estou com muito trabalho”, ou qualquer
outra consideração que lhes permitisse recusar alguma incumbência.

Ter de sair da repartição onde se encontram e gastar algum tempo com


deslocamento e filas nos balcão de cada cartório não soa como uma forma
produtiva de passar o tempo (que poderia ser utilizado para fazer desaparecer mais
processos daquela pilha gigante em sua mesa).

Por outro lado, esses três órgãos dispõem de um corpo de funcionários que
não são formados em direito. Até há estagiários na Defensoria, Ministério Público
e Procuradorias, mas eles existem em número reduzido e permanecem apenas o
tempo necessário para que aprendam o que o órgão pode lhes ensinar. Depois vão
embora.

Pensando em tudo isso, abriu-se uma exceção à regra de que as cargas


03469106177

somente podem ser feitas por estagiários de direito e advogados (que têm em
comum o fato de serem portadores de inscrição na OAB): funcionários desses
órgãos, desde que autorizados pelos defensores, promotores e procuradores, e,
mais ainda, em petição dirigida ao Juiz Corregedor Permanente, poderão fazer
a carga dos processos, em nome daqueles profissionais.

Desde que observadas as formalidades:

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 27 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

§ 1º Da petição, que será arquivada em pasta própria, constarão


os nomes completos, os números dos documentos de
identidade, do CPF e os números das identificações funcionais,
se o caso.
§ 2º O funcionário ou estagiário deverá portar o documento de
identidade e a cédula ou crachá funcional, conforme o caso, no
momento da retirada dos autos, para que o ofício de justiça
possa verificar, mediante conferência das petições arquivadas,
se a pessoa encontra-se autorizada a subscrever a carga.
Lembre-se meu caro: a regra é que apenas estagiários com registro na OAB
e advogados podem fazer carga de processo. E eles próprios tem de apresentar a
carteira da ordem no momento da assinatura do livro ou relatório eletrônico.

Assim como eles, o funcionário ou estagiário dos órgãos que mencionamos


precisam provar que possuem condições de subscrever (assinar) a carga dos autos.
E você tem o dever de conferir o nome que consta do crachá do funcionário com
aquela petição que foi entregue ao Juiz Corregedor Permanente (aquela que ficou
guardada em pasta própria do parágrafo 1º).

Só que o sistema informatizado não foi feito para lidar com essa exceção.
Quem faz carga é estagiário de direito com inscrição na OAB e advogado. O registro
será feito justamente na pessoa que assinou a autorização prevista neste artigo.
Afinal de contas, foi o defensor, promotor ou procurador quem concedeu a
autorização: o mínimo que se pode esperar é que confie na pessoa que está
realizando o trabalho.

Veja só:

§ 3º A carga dos autos será feita em nome da pessoa que


03469106177

subscreveu a autorização e dela constarão os dados da pessoa


que estiver retirando os autos.
§ 4º Qualquer alteração no rol de pessoas autorizadas a retirar os
autos deverá ser imediatamente comunicada ao Juiz Corregedor
Permanente.
Muito bem meu caro! Agora voltemos um pouco: porque um advogado faz
carga do processo? Afinal, é um risco ficar com o processo no escritório, risco pelo
qual o próprio advogado que fez a carga responde em caso de extravio (não só
perante o Poder Judiciário, mas perante a própria OAB).
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 28 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Em regra, o advogado somente quererá fazer carga do processo quando


precisar se manifestar. É muito mais confortável escrever a petição olhando para o
processo em sua mesa, do que tentar tomar nota dos pontos no balcão do ofício de
justiça.

Isso não é exatamente uma regra: está mais para um comportamento lógico.
Tanto que o próprio provimento estranha quando alguém tenta fazer carga sem que
haja fluência de prazo para manifestação:

Art. 164. Não havendo fluência de prazo, os autos somente serão


retirados em carga mediante requerimento.
Ok, se não tem prazo, basta um requerimento. Mas quando há prazo então, a
carga é livre?

Mais ou menos :P

§ 1º Na fluência de prazo, os autos não sairão do ofício de


justiça, salvo nas hipóteses expressamente previstas na
legislação vigente, ressalvado, porém, em seu curso ou em
outras hipóteses de impossibilidade de retirada dos autos, o
direito de requisição de cópias quando houver justificada
urgência na extração respectiva, mediante autorização judicial,
observando-se o procedimento próprio.
Como é que é? Quando não há prazo, tem de fazer requerimento, e quando
há, não pode retirar o processo? Ué, então, como o advogado fará para elaborar
sua petição.

Calma meu filho! O que você leu só faz sentido se visitarmos o Código de
Processo Civil:
03469106177

Art. 107. O advogado tem direito a:


I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal,
mesmo sem procuração, autos de qualquer processo,
independentemente da fase de tramitação, assegurados a
obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese
de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído
terá acesso aos autos;
II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer
processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 29 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo


legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do
juiz, nos casos previstos em lei.
Uma das hipóteses “previstas expressamente na legislação” para retirada
dos autos do cartório é justamente a abertura de prazo para a parte se manifestar. É
neste momento que o advogado pode fazer a carga, sem necessidade daquele
requerimento previsto no caput do artigo 164.

Ok, mas já parou para pensar o que acontece quando ambas as partes tem
prazo para se manifestar? Sim, isso pode acontecer!

Caso clássico: litisconsórcio! Mais de uma pessoa no mesmo polo da relação


processual (seja como autor, seja como réu). Eles normalmente terão de se
manifestar no processo na mesma oportunidade em diversos momentos, afinal,
possuem o mesmo papel na relação processual.

E aí? Vai virar uma corrida ao cartório? O primeiro a conseguir dar carga no
processo vai ficar com ele por todo o prazo disponível, prejudicando os demais?

Pior ainda: se o prazo conjunto corre para partes ocupam papéis opostos no
processo, como, por exemplo autor e réu. Já imaginou se um deles fica com o
processo, e, propositalmente, só o devolve no último dia do prazo? Soa razoável?

É, nem um pouco! E o próprio Código de Processo Civil pensou nisso:

Art. 107. [...]


[...]
§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão
03469106177

retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio


ajuste, por petição nos autos.
O Provimento adotou disposição semelhante:

§ 2º Na fluência de prazo comum, só em conjunto ou mediante


prévio ajuste por petição nos autos, os procuradores das partes
retirarão os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual
cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 2 (duas) a 6
(seis) horas, mediante carga rápida, independentemente de
ajuste, observado o término do expediente forense.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 30 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Resumindo a história: os procuradores das partes, conjuntamente, devem


peticionar requerendo a carga do processo. Isso demonstra que eles chegaram a
um acordo sobre como dividirão o tempo que cada um passará com o processo.
Assim, nenhum dos envolvidos poderá alegar que foi prejudicado ou que não teve
acesso aos autos.

Mas isto é complicado demais! Depender de outra pessoa para fazer


qualquer coisa costuma ser um problema (se você já teve de fazer algum trabalho
em grupo na escola ou faculdade, sabe do que estou falando).

Assim, existe outra opção: carga rápida! Já te dei uma prévia sobre o
assunto e falaremos sobre ela ainda no artigo 165.

Mas você já sabe o suficiente para concluirmos o raciocínio aqui: cada


advogado poderá dar carga no processo pelo período de 2 a 6 horas e nada mais
que isso (antes do provimento CG 17/2016, este prazo era de apenas uma hora).

Todo mundo fica com a informação, o processos permanece no cartório e a


felicidade é geral. Tanto que essa modalidade de carga é saída favorita dos
procuradores para os casos de fluência de prazo comum.

Já que ela é tão legal e requisitada, melhor sabermos do que se trata:

Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida pelo escrivão
ou o escrevente responsável pelo atendimento, pelo período de
uma hora, mediante controle de movimentação física dos autos,
conforme formulário a ser preenchido e assinado por advogado ou
estagiário de Direito devidamente constituído no processo,
respeitado o seguinte procedimento:
03469106177

Essa é a verdadeira carga rápida! Aquela que é concedida a advogado ou


estagiário de Direito devidamente constituído no processo, e no qual o profissional
tem exatamente 1 hora para devolver o processo.

E como é que funciona?

Ora, veja por si mesmo:

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 31 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

I - os requerimentos serão recepcionados e atendidos desde que


formulados até às 18h;
Este horário não é por acaso: o expediente para o público externo (incluídos
os advogados) se encerra no TJ as 19 horas. Assim, para que o processo seja
devolvido a tempo, deve ter sido retirado em carga rápida no máximo uma hora
antes:

II - o formulário de controle de movimentação física será juntado


aos autos no exato momento de sua devolução ao ofício de
justiça, certificando-se o respectivo período de vista;
III - na hipótese dos autos não serem restituídos no período
fixado, competirá ao escrivão judicialrepresentar, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, ao Juiz Corregedor Permanente,
inclusive para fins de providências competentes junto à Ordem
dos Advogados do Brasil (EOAB, arts. 34, inciso XXII, e 37, inciso
I).
Dê uma olhada no artigo 34, inciso XXII do estatuto da OAB, bem como no
37, inciso I:

Art. 34. Constitui infração disciplinar:


[...]
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com
vista ou em confiança;
[...]
Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
[...]
Este é o motivo pelo qual os inscritos na OAB que tiverem retirado os autos
em carga rápida voltarão correndo, sem que nenhuma força no universo seja capaz
de pará-los: se os autos não forem devolvidos em exatamente 1 hora, o
03469106177

escrivão informará o Juiz Corregedor Permanente, e este tomará providências


junto à OAB.

A OAB, por sua vez, suspenderá o advogado ou o estagiário de Direito.

Não sei você, mas para mim, parece incentivo suficiente para devolver o
processo em carga rápida depois de 1 hora.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 32 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Art. 166. É vedada a retenção do documento de identificação do


advogado ou do estagiário de Direito no ofício de justiça, para a
finalidade de controle de carga de autos, em qualquer
modalidade ou circunstância.
Talvez você tenha se perguntando: poxa, e se eu ficar com a carteira da OAB
do advogado? Tenho certeza de que ele vai devolver o processo, pois sem a
carteira, não pode trabalhar.

Só que você não pode fazer isto! O exercício da profissão de advogado é tido
na mais alta conta por nossa Constituição, tanto que é uma das poucas atividades
predominantemente privadas que mereceu lugar no texto constitucional. Cogitar
alguma ação por parte de um órgão público que possa restringir a atuação do
advogado (nem que seja a simples e inocente retenção de sua carteira da ordem) é
sacrilégio :P.

O ofício de justiça não pode reter a identificação do advogado ou estagiário


com finalidade de controle de carga de autos, NUNCA!

E RG? NÃO! Reservista? NÃO! Habilitação? NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ok, vimos o que fazer quando o advogado ou estagiário de Direito não


devolve os autos em carga rápida.

E na carga normal? Seremos tão severos assim? Seremos, mas de forma


diferente, mais adequada ao caso.

Uma coisa é o advogado sair com um único processo ou alguns poucos,


sabendo que tem de devolvê-los uma hora depois.
03469106177

É praticamente impossível que alguém, a menos que esteja imbuído de má fé


ou tenha sofrido um contratempo gravíssimo nesse meio tempo, vá deixar de
devolver os autos. Se não devolver, bom, o ofício de justiça, na pessoa do escrivão,
tomará providências

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 33 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Entretanto, quando falamos de dias, e de um escritório de advocacia lotado


de processos dos mais variados clientes, todos com prazo para manifestações, o
esquecimento já não soa mais tão absurdo.

Só que, ainda assim, esse esquecimento terá consequências.

Veja só:

Art. 167. O advogado deve restituir, no prazo legal, os autos que


tiver retirado do ofício de justiça. Se intimado pessoalmente, o
advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias,
perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa
correspondente à metade do salário mínimo.
Cuidado aqui: até a alteração do provimento 11/2017, não havia exigência de
que a intimação fosse pessoal, bastando que o advogado fosse intimado. A partir da
alteração, a intimação precisa ser, necessariamente, pessoal.

§ 1º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da


Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e
imposição das penalidades.
Tirando aquilo que a OAB considerar adequado, o advogado ainda enfrentará
problemas no que diz respeito àquele processo: não terá mais direito a vista fora do
cartório (só poderá ter vista no balcão do ofício de justiça, como qualquer pessoa
comum) e arcará com multa correspondente à metade do salário mínimo.

A propósito, como o processo já está sendo devolvido fora do prazo,


precisamos ser rápidos:

§ 2º O expediente de cobrança de autos receberá autuação


singela, sem necessidade de registro.
03469106177

§ 3º Devolvidos os autos, o ofício de justiça, depois de seu


minucioso exame, juntará o expediente de cobrança de autos,
certificando a data e o nome de quem os retirou e devolveu.
Bom, e se o advogado não devolveu o processo porque o perdeu? Não vai
adiantar nada intimá-lo, pois ele não terá condições de cumprir a intimação. Ele vai
sorrir constrangedoramente para os servidores do ofício de justiça, e nada mais que
isso.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 34 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Aí meu caro, só resta a restauração. E já que abrimos um expediente de


cobrança lá no começo, vamos aproveitá-lo para instruir o procedimento que levará
a restauração dos autos do processo:

§ 4º Na hipótese de extravio dos autos, o expediente de


cobrança instruirá o respectivo procedimento de restauração.
Art. 168. O escrivão ou o chefe de seção deverá, mensalmente,
até o décimo dia útil do mês subsequente, verificar o
cumprimento dos prazos de devolução dos autos retirados,
relacionar, em duas vias, os autos em poder das partes além dos
prazos legais ou fixados, a primeira encaminhada, sob forma de
representação, ao Juiz Corregedor Permanente, para as
providências previstas no art. 167 e a segunda via, para
acompanhamento e controle, arquivada em pasta própria.
Art. 169. O disposto nesta seção aplica-se, no que couber, a
todos os demais destinatários de carga.
Sim, afinal, os advogados, embora sejam os destinatários mais comuns do
serviço de carga de processos, não são os únicos. Um profissional quase
despercebido, mas que também retira os processos em carga é o perito judicial.
Afinal, ele precisa do processo para elaborar sua peça técnica, para, por exemplo,
fazer remissão a documentos que foram juntados no próprio processo, ou ainda,
retirar outros dados.

Vamos para o próximo capítulo.

2.14 Do Desentranhamento de Peças e Documentos dos Autos

O provimento não diz o que é o desentranhamento. Ele parte do princípio que


você sabe o que significa o termo. E, sendo bem sincero, se você ler os artigos e
bater um pouco a cabeça, chegaria a conclusão sozinho.
03469106177

Mas eu existo para poupar seu tempo em algumas coisas e direcionar sua
atenção apenas ao que realmente importa :D.

O desentranhamento é a retirada de uma peça ou documento do


processo.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 35 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Seguindo uma velha frase ensinada nas aulas de processo civil e penal que
tive na faculdade, "aquilo que não está nos autos, não está no mundo". De tal forma,
o desentranhamento, em alguns casos, trará um efeito prejudicial à parte: as
alegações ali constantes não serão conhecidas nem pelo Juiz, nem pelos
Desembargadores, ou por qualquer pessoa que tenha contato com o processo, pois
terão desaparecido do mesmo.

Em outros casos, o ofício de justiça substituirá a peça desentranhada por


uma cópia simples, entregando o original ao peticionário.

Esta diferença de tratamento depende justamente da finalidade pela qual se


realiza o desentranhamento.

No primeiro caso, a intenção é justamente fazer com que a manifestação


desapareça do processo e não seja considerada para qualquer efeito (pelos motivos
do artigo 171 do Provimento).

No segundo caso, tratam-se usualmente de documentos originais que já


cumpriram sua finalidade, e que podem ser devolvidos à parte. Mas, como a
informação neles contida é útil, o processo fica com uma cópia simples daquele
documento.

Feita a introdução, vamos aos artigos:

Art. 170. O desentranhamento de peças e de documentos,


facultada a substituição por cópia simples, poderá ser
requerido pelo interessado ou determinado de ofício pelo juiz.
Muito bem! O desentranhamento é provocado pelo próprio interessado ou
03469106177

determinado pelo juiz (de ofício, ou seja, sem provocação prévia dos
interessados).

Em alguns casos, uma cópia simples ficará no processo, mas em outros, tudo
que restará é uma folha branca, sem qualquer vestígio do que estava escrito na
manifestação anterior.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 36 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

E o que a peça ou documento juntado pode conter de tão inadequado a


ponto de seu registro ser apagado da memória do processo?

Eu gosto de enquadrar as situações em dois critérios: ou a informação é


completamente inútil ao processo (incisos II e III), ou foi entregue fora do prazo, e
assim o sendo, perdeu-se a oportunidade de se expor o conteúdo da manifestação
ao magistrado (inciso I).

Art. 171. Não haverá substituição das peças ou dos documentos


desentranhados por cópia quando, a critério do juiz do processo,
referirem-se a:
I - manifestação intempestiva do peticionário;
O tio já te disse em outra oportunidade que as partes possuem oportunidades
específicas no decorrer do processo para se manifestarem. Passado este momento,
a oportunidade se perde, em um fenômeno conhecido no processo civil como
"preclusão" (esta preclusão em particular é a chamada "preclusão temporal", caso
seu examinador esteja de muito, mas muito mau humor).

Intempestivo, por outro lado é aquilo que é feito fora do momento apropriado.
O meu sinônimo favorito é "inoportuno". Assim, uma manifestação intempestiva é
simplesmente uma manifestação que foi feita fora do prazo correto, e que, como tal,
não deverá ser levada em consideração pelo magistrado.

II – documentação evidentemente estranha aos autos;


E já aviso: a estranheza tem de ser gritante. Eu estou falando aqui de
desenhoscoloridos que o filho do advogado guardou dentro da pasta do pai, ou
qualquer outra coisa que um ser humano comum, só de bater o olho, tem quase
03469106177

certeza de que foi juntada por engano.

III - documentos que não tenham servido de base para


fundamentação de qualquer decisão proferida nos autos ou para a
manifestação da parte contrária.
São documentos que estão "sobrando" no processo e ocupando espaço
físico inútil ali dentro. Veja: se a própria parte que juntou o documento não fizer
referência ao mesmo, nem o utilizar como argumento, ele é evidentemente estranho

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 37 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

aos autos (afinal, se não foi juntado para reforçar um argumento, o que é que ele
está fazendo ali?).

Agora, se o documento juntado não teve manifestação da parte contrária, e


era relevante para o caso, o juiz inevitavelmente o utilizará em sua decisão (afinal,
se o documento dizia respeito ao caso e não foi combatido por quem se prejudicaria
por seu conteúdo, é porque a informação ali constante é verdadeira). Por outro lado,
se a parte contrária nada falou sobre o mesmo, e o juiz nem se importou em utilizá-
lo como fundamento, novamente, é porque este documento é completamente inútil
ao julgamento do processo.

Assim o sendo, o melhor que pode acontecer a ele é que desapareça.

§ 1º Nestas hipóteses, será colocada uma folha em branco no


lugar das peças ou documentos desentranhados, anotando-se a
folha dos autos em que lançada a certidão de
desentranhamento, vedada a renumeração das folhas do
processo.
Embora nós não queiramos saber o que estava escrito nas peças ou
documentos desentranhados pelos motivos do artigo 171, queremos que a
integridade do processo seja preservada.

Tudo, mas tudo mesmo que acontece no processo precisa ser documentado,
normalmente através de certidões (você teve uma boa noção disto nas aulas
passadas).

Assim, embora o conteúdo das peças seja esquecido da memória do


processo, precisamos documentar que havia peças ou documentos naquele
03469106177

intervalo de folhas, fazendo referência inclusive à sua numeração, que será


integralmente preservada (não se renumerará o processo, e uma folha branca será
colocada no lugar dos documentos desentranhados).

Só que, às vezes, o engano cometido não foi da parte ou de seu advogado,


mas do próprio ofício de justiça:

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 38 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

§ 2º As peças e documentos juntados por equívoco aos autos


serão imediatamente desentranhados e juntados aos autos
corretos ou, quando não digam respeito a feitos da vara ou
ofício de justiça, devolvidos ao setor de protocolo, de tudo
lavrando-se certidão.
Falemos do procedimento agora:

Art. 172. Deferido ou determinado de ofício o desentranhamento,


caberá ao ofício de justiça:
I - desentranhar as peças, certificando-se;
Afinal, a menos que haja disposição em contrário, todos os atos praticados
no processo devem ficar registrados no processo, mesmo o desentranhamento!

II - manter os documentos em local adequado, para sua


posterior entrega;
III - intimar o interessado a retirar a documentação no prazo de
5 (cinco) dias, se outro não for assinalado pelo Juiz.
Bem simples, né? Em suma, é isso que se espera que você faça em seu
futuro emprego no que diz respeito ao desentranhamento de documentos e petições
do processo. Mas, além do que acabamos de ver, você deve tomar alguns
cuidados:

§ 1º A certidão de desentranhamento mencionará a numeração


das folhas desentranhadas e, quando o caso, daquela na qual se
determinou o ato e a eventual substituição por cópias simples.
§ 2º As peças desentranhadas dos autos, enquanto não
entregues ao interessado, serão guardadas em classificador
próprio, sendo vedado grampeá-las na contracapa dos autos.
Outro costume de tempos ancestrais. Nós não queremos fazer com que os
documentos saiam do processo? Às vezes, inclusive, queremos que todo e qualquer
vestígio do que estava ali escrito desapareça da memória de todos os envolvidos.
03469106177

Como é que vamos conseguir esse objetivo se, toda vez que mexermos no
processo, lá estarão os documentos desentranhados, pendurados na contracapa?

A ideia é que o documento desentranhado perca qualquer contato com o


processo de onde foi retirado.

§ 3º A devolução de peças desentranhadas efetuar-se-á mediante


termo nos autos, lançado imediatamenteapós a certidão de
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 39 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

desentranhamento, constando o nome e documento de


identificação de quem as recebeu em devolução, além do
competente recibo.
Art. 173. Salvo motivada determinação judicial em sentido
contrário e os títulos de crédito, fica dispensada a certificação
do número do processo nas peças e documentos
desentranhados dos autos.
Olha que legal! Em alguns casos, o documento desentranhado vai sair de lá
com uma certificação do processo a que pertencia.

Agora, porque isso? O primeiro caso (motivada determinação judicial) só


quem poderá explicar é o próprio magistrado que ordenou a certificação (afinal, sua
determinação virá acompanhada de uma breve exposição dos motivos pelos quais
determinou a providência).

Mas o título de crédito é mais interessante. Um título de crédito é um papel


que representa uma obrigação, emitido conforme legislação específica. Temos
como exemplo mais comum o cheque, e ainda, se você tiver sido comerciante na
vida, as duplicatas e as notas promissórias.

Os detalhes não são importantes no momento (por mais que eu goste do


assunto). Só que existe um princípio muito importante que se aplica aos títulos de
crédito: o princípio da "cartularidade".

Este princípio nos diz que o credor da obrigação constante no título deve
estar de posse do próprio documento para exigir seu direito ao crédito.

O exemplo torna as coisas mais simples: Você só consegue sacar o cheque


se estiver com ele na mão e exibi-lo. Não vale uma cópia: o direito a receber o
03469106177

crédito constante no título está na própria "cártula", no próprio papel. Você se prova
credor por ter o cheque na mão.

Ok, mas porque você precisa saber disso? :P.

Simples: quem recebe um cheque "voador", "borrachudo", ou simplesmente,


"sem fundo", ao ingressar com uma ação de cobrança, terá de juntar o cheque

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 40 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

original para exigir o pagamento. E isso funciona dessa forma com qualquer título de
crédito.

O credor perde a posse do título, o que o impede de exigir o valor em


qualquer outro lugar, que não seja no próprio processo.

Agora, se eu desentranho o título de crédito do processo, e este continua


correndo, temos um problema! O credor está exigindo o pagamento do devedor no
processo, e dispõe, novamente, do título de crédito em seu poder.

Viu onde quero chegar? Ele passou a poder exigir aquela dívida duas vezes
(no processo e com a exibição da própria cártula, que por si, representa a obrigação
de pagar). Soa razoável? Claro que não!

Assim, o título de crédito, sempre que for desentranhado, vai ser devolvido
com a certificação do número do processo onde esteve.

Quem aceitar o cheque vai ter a informação de que ele pertenceu a um


processo, possibilitando ao menos uma consulta para saber se o mesmo já não foi
quitado, por exemplo.

Novamente, os detalhes não são importantes (menos ainda a discussão


sobre a possibilidade de se substituir o título por cópia autenticada), tudo que você
precisa saber é que:

Art. 173. Salvo motivada determinação judicial em sentido


contrário e os títulos de crédito, fica dispensada a certificação
do número do processo nas peças e documentos
desentranhados dos autos.
03469106177

O restante da explicação foi apenas para facilitar a assimilação do conteúdo.

Art. 174. Transitada em julgado a sentença, os objetos anexados


às manifestações processuaisserão devolvidos às partes ou
seus procuradores, mediante solicitaçãoouintimaçãopara retirada
em até 30 (trinta) dias, sob pena de destruição.
Não estamos falando aqui de documentos, mas de qualquer outra coisa que
anexada ao processo que tenha de ser devolvida às partes.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 41 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Anexou uma camisa ao processo? Agora que a sentença transitou em


julgado (ou seja, que não cabe mais recurso contra a decisão tomada no processo),
a parte tem 30 dias para vir buscar o objeto, sob pena deste ser destruído.

2.15 Do Arquivamento de Processos

Aqui chegamos ao local de descanso final dos processos, antes de serem


arremessados na grande fornalha ou para o grande triturador.

O provimento dividiu este capítulo em duas subseções. A primeira delas trata


das regras gerais de arquivamento e a segunda se concentra nos procedimentos
específicos pertinentes à Comarca da Capital (que é onde é lotada a esmagadora
maioria dos novos escreventes).

O que você precisa ter em mente quando falamos de arquivamento? Esta


será nossa regra de ouro: é muito pouco provável que um processo que vá para o
arquivo dele consiga retornar. Assim, precisamos tomar um cuidado enorme para
garantir que aquele processo está mesmo encerrado e que todas as informações
pertinentes foram anotadas (evitando-se, assim, desarquivamentos inúteis).

Entenda a gravidade da situação: os processos arquivados não foram feitos


para retornar para o ofício de justiça. Existe um procedimento próprio para o
desarquivamento, mas, por sua raridade, ele não é, nem foi feito, para ser rápido.
Se você arquivar indevidamente um processo, a solução daquele litígio vai demorar
muito mais tempo para ser dada.

E o ofício de justiça, com um único gesto de distração, conseguiuatrasar em


03469106177

alguns meses a solução de um problema. Não é para se sentir culpado não: apenas
se dedique a fazer isto corretamente! :D.

Pois bem, a regra de ouro e sua exceção estão no artigo 176:

Art. 176. Nenhum processo será arquivado sem sentença


definitiva ou terminativa, incluindo nesse último caso a hipótese de
decisão de extinção do processo em razão da estabilização da tutela
de que trata o art. 304, §1º do Código de Processo Civil, salvo os

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 42 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

casos legais de suspensão do processo por prazo


indeterminado, quando não será comunicada a sua extinção.
Só vai para o arquivo o processo que tenha uma sentença definitiva ou
terminativa (a diferença entre uma e outra pertence ao estudo do Código de
Processo Civil).

A exceção a essa regra é o processo suspenso por prazo indeterminado.


Preste bem atenção nisso, pois se um processo for suspenso por prazo
determinado, ele NÃO VAI PARA O ARQUIVO: fica aguardando em escaninho
próprio até que o prazo de suspensão se esgote.

Afinal de contas, já que a suspensão vai durar um período de tempo


indefinido, o melhor que se pode fazer com aquele processo é guardá-lo em um
local onde dele vá ocupar menos espaço (já te explico porque eles ocupam menos
espaço no arquivo). O dia em que a suspensão terminar, o processo volta para o
ofício de justiça.

Ok, mas basta a sentença para que o processo seja arquivado? Não! Embora
qualquer pessoa possa reconhecer que o processo esteja em condições de ser
arquivado, você está no serviço público. E no serviço público, sempre existe alguém
competente para fazer alguma coisa, nem que seja para tirar uma simples
conclusão.

Coloquemos assim: qualquer pessoa poderia fazer aquilo, mas a atribuição


compete a uma pessoa em particular.

Assim, deve-se aguardar a decisão que determina o arquivamento (a ser


03469106177

proferida pelo Juiz). Ainda depois deste momento, os autos permaneceram durante
30 dias no ofício de justiça.

E tudo isso está no artigo 177:

Art. 178. Após a publicação da decisão que determinou o


arquivamento, os processos permanecerão no ofício de justiça
por 30 (trinta) dias, findo os quais serão confeccionados os

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 43 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

pacotes de arquivo em, no máximo, 30 (trinta) dias, realizadas as


anotações e atos necessários.
Muito bem, o processo fica 30 dias no ofício de justiça, paradinho,
aguardando qualquer manifestação final que as partes queiram fazer. Passado este
tempo, o ofício de justiça tem MAIS 30 dias para confeccionar os pacotes de
arquivo.

Ou seja: é possível que um processo permaneça mais 60 dias no ofício de


justiça depois da publicação da decisão de arquivamento, se os prazos foram
seguidos no limite.

Art. 178. Quando o cumprimento da sentença condenatória cível


se der em juízo diverso daquele que a proferiu (art. 516, parágrafo
único, do CPC), o arquivamento dos autos, no âmbito do Poder
Judiciário do Estado de São Paulo, deverá ser promovido pelo
juízo da execução, que realizará todos os cadastramentos
pertinentes à extinção do processo, quando for o caso.
Calma meu filho, vamos espiar o artigo 516 do Código de Processo Civil:

Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:


I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou
de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente
poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo
juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução
ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de
fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do
processo será solicitada ao juízo de origem.
03469106177

Muito bem. Aí vai uma breve noção de processo civil.

Alguém bateu no seu carro, e você foi ao Poder Judiciário exigir indenização.

Este primeiro momento em que se discute se você tem ou não razão no que
pede é chamado “processo de cognição” ou "processo de conhecimento".

Pois bem, digamos que você ganhou, e ainda assim, o réu não pagou.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 44 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Neste caso, iremos para a próxima fase: a fase de cumprimento de sentença


(também tem o processo de execução, mas não pensemos nisso agora). Nesta
fase, você vai pedir ao Juiz que o ajude a satisfazer o crédito, buscando fazer com
que o devedor pague a dívida.

Vai pedir que se bloqueie a conta bancária, que se penhore o carro, enfim, o
que for suficiente para que o dinheiro saia do bolso do devedor e chegue ao seu.

Essas duas fases (conhecimento e cumprimento de sentença) costumam


ocorrer perante o mesmo juízo (quem conheceu da causa normalmente é
competente para proceder à execução). Todavia, nos raros casos em que o Juízo
que processar a execução for diferente daquele que julgou o processo na fase de
conhecimento (como na hipótese do artigo 475-P, parágrafo único do Código de
Processo Civil que acabei de te mostrar), o juízo que providenciará o arquivamento
é o que promoverá a execução (afinal, é a última fase do processo).

Não haverá, portanto, necessidade de se devolver o processo ao juízo de


origem para arquivamento: quem deve arquivar o processo é o juízo da
execução.

Tudo indo muito bem até aqui.

Agora chegou o momento arquivologia.

Quando você estiver em um ofício de justiça, vai se familiarizar com este


móvel aqui:
03469106177

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 45 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

É o chamado "escaninho", mencionado no artigo 100 do provimento, e em


várias outras oportunidades.

Art. 100. [...]


III - nos escaninhos, os autos dos processos serão
acondicionados na posição vertical, em ordem numeral
crescente, de forma a permitir rápida localização e perfeita
identificação e visualização;
Quando colocamos os processos no escaninho, na posição vertical, é bem
mais fácil e rápido fazer a consulta dos mesmos pois você terá duas vantagens:

- É mais fácil manusear o processo para verificar a numeração da capa sem


tirá-lo do escaninho, e sem ter de manusear os processos vizinhos (se estivessem
na horizontal, você precisaria tirar todos os processos de cima da pilha, para chegar
naquele que você quer ver);

- É possível visualizar a etiqueta lateral do processo (que contém sua


numeração) diretamente, às vezes, sem necessidade de manuseio.

Só que no arquivo, agilidade na consulta não é uma vantagem, afinal, os


processos que estão ali dificilmente serão consultados.

Queremos economizar espaço!

Quando eu trabalhava no TRT, os processos ainda em curso ficavam em


prateleiras, bonitinhos e no lugar. Entretanto, quando eram arquivados, iam para
caixas de papelão e eram empilhados em uma sala que permanecia trancada. Se
03469106177

eu precisasse de algum processo dali (que apenas eram armazenados para


aguardar o decurso de prazo prescricional), eu teria de procurar a caixa, e pegar o
processo dali de dentro.

Repare: a consulta de um processo no arquivo é extremamente lenta, pois


envolve procurar a caixa, baixá-la da prateleira, abri-la, procurar o processo lá

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 46 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

dentro, retirá-lo e, finalmente, enviá-lo ao ofício de justiça. Por isso o


desarquivamento demora muito para ser realizado

Mas a caixa arquivo permite que coloquemos um grande número de


processos em um único lugar, o que reduz o espaço total utilizado no arquivo.

E aí meu caro: como você acha que o arquivo acondiciona os processos:


escaninho, como você em seu ofício de justiça, ou caixas arquivo?

Caixas Arquivo!

Contemplai:

Art. 179. O arquivo de processos será organizado em caixas


padronizadas, com volumes que não ultrapassem a capacidade
das caixas de arquivo, adotadas, ainda, as seguintes cautelas:
I - as caixas de arquivo serão numeradas,independentemente do
número do feito, pelo critério ordinal crescente e sem
interrupção quando da passagem de um ano para outro,
mudando-se somente o ano em que ocorreu o arquivamento
(por exemplo, admitindo-se que a última caixa do ano de 2011
recebeu o número 200/11, a próxima, do ano seguinte, receberá o
número 201/12 e assim sucessivamente);
03469106177

Vamos lá: o número do feito que será colocado dentro da caixa é irrelevante
na numeração da mesma. Isto tem de ficar bem claro.

À medida em que vamos colocando processos nas caixas arquivo e as


fechando, elas vão ganhando números. E estes números seguem uma sequência
sem interrupção (ao contrário, por exemplo, dos ofícios).

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 47 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Usando o exemplo do próprio provimento:

O ano mudou, a numeração da caixa continuou seguindo a mesma lógica.

II - havendo necessidade de desdobramento, por motivo de


apensamentos ou aumento de volumes que impossibilitem a
acomodação na mesma caixa, o arquivamento será renovado
(nova caixa com numeração atual), feitas as devidas anotações
e comunicando a ocorrência ao Arquivo Geral, mediante ofício.
É vedado, no caso de desdobramento de caixas, o uso de letras
aditivas (por exemplo, 1-A, 1-B, 1-C etc);
Vamos lá. O processo foi arquivado inicialmente. Entretanto, por qualquer
motivo que seja, houve acréscimo de dois volumes no processo, e ele já não cabe
mais na caixa originalmente designada.

Sua primeira ideia talvez seja: bom, vou criar a caixa 200-B/11, preservando
a sequência, e mantendo a coesão do arquivamento.
03469106177

Isso é vedado!

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 48 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

O que deve ser feito então? Renove o arquivamento!

O processo vai sair da caixa original e ser arquivado novamente, em uma


caixa nova, como se nunca tivesse sido arquivado antes. Obviamente, isto tem de
ser anotado e comunicado ao Arquivo Geral, para que os registros sejam
atualizados.

03469106177

Seguindo:

III - na tampa da caixa de arquivo será colado o impresso


próprio, emitido pelo sistema informatizado oficial, onde serão
anotados a denominação completa do ofício de justiça
correspondente e os números dos processos, em ordem
crescente, desprezando-se o ano do registro do feito. Será
anotado na parte inferior do impresso, o número da respectiva
caixa, de forma destacada.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 49 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

A etiqueta parecerá mais ou menos com isto (pelo menos no que diz respeito
às informações :P):

Repare que os anos de atuação dos feitos (esse número que aparece
depois da barra) são irrelevantes para definir a ordem em que eles serão
guardados: devemos levar em conta apenas o restante da numeração do processo.

E, por favor: denominação completa do ofício de justiça!

De outra parte, devemos anotar o número da caixa de arquivamento do


respectivo processo no sistema informatizado oficial:

Parágrafo único. No sistema informatizado oficial será anotado o


número da caixa de arquivamento do respectivo processo.
03469106177

Art. 180. Todos os processosconterão, obrigatoriamente, o


número correspondente da caixa em que arquivado, escrito na
autuação, de forma bem legível.

Se você já esqueceu, relembre da aula passada:

Autuação: é a ação através da qual se dá início aos autos de um processo.


Antes da autuação, a petição inicial não era mais do que um calhamaço de folhas
endereçada pelo advogado ao Juízo competente para decidir sua causa. Depois da
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 50 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

autuação, aquele documento estará contido em um processo, onde novos


documentos poderão ser juntados.

Antes de colocarmos o processo na caixa arquivo, vamos anotar na capa


dele em qual caixa ele está sendo colocado. Apenas isso!

Parágrafo único. Na autuação constará a denominação completa


do ofício de justiça e, quando houver necessidade de fazer nova
capa, será conservada a denominação originária.
Bom, o processo não vai para o arquivo para dele voltar. Mas, às vezes,
acontece. O artigo 181 nos diz como realizar o desarquivamento:

Art. 181. Os requerimentos de desarquivamento de autos,


ressalvadas as exceções legais, serão instruídos com o
comprovante de recolhimento da respectiva taxa.
Sim meu caro! Desarquivar um processo custa dinheiro! E a parte que
desejar a realização deste procedimento deve providenciar o recolhimento da
respectiva taxa.

§ 1º Na ausência da guia de recolhimento, o advogado (subscritor


ou responsável indicado) será intimado a recolher as respectivas
custas ou retirar a petição, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º Da publicação no Diário da Justiça Eletrônico, com a
observação de se tratar de “petição irregular”, constará, quando
possível, todos os dados necessários a sua identificação.
E já que o processo está arquivado, se o advogado não provar o
recolhimento das custas, a petição de desarquivamento não terá onde ser juntada.
Ao invés de ficarmos acumulando esses papéis, o provimento pensou em uma
saída bem mais interessante:
03469106177

§ 3º Desatendida a intimação no prazo estabelecido, a petição


será encaminhada à Ordem dos Advogados do Brasil local.
Tudo que nós vimos aqui se aplica a todas as comarcas de São Paulo, desde
o aprazível município de Rosana, na fronteira com o Mato Grosso do Sul e Paraná,
no glorioso município de Extrema, na fronteira com Minas Gerais, em Santos, no
litoral, enfim, em cada pedacinho de terra deste maravilhoso estado.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 51 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Mas, considerando que é gigantesca a probabilidade de que a sua lotação se


dê na comarca da capital (que é, de longe, a comarca com o maior número de
vagas), seu examinador ainda quer que você se familiarize com os procedimentos
de arquivamento específicos para esta comarca.

Fique tranquilo que a essência é a mesma:

Art. 182. Na Comarca da Capital, determinado o arquivamento


do feito e observados os dispositivos da subseção precedente, os
escrivães remeterãoosautos ao Arquivo Geral.
Parágrafo único. A remessa de processos ao Arquivo Geralserá
feita pelo ofício de justiçade acordo com a escala de retirada
periodicamente publicada no Diário da Justiça Eletrônico.
Primeira sacada: a comarca da Capital é monstruosa. Se você quiser ter uma
ideia da quantidade de varas e foros que existem só na Capital, dê uma olhada
neste link:

http://www.tjsp.jus.br/Download/PrimeiraInstancia/FolhetosInformativos/Capital/FolhetoForunsCentraiseRegionais.pdf

Imagine se cada um desses órgãos resolvesse mandar seus processos para


o arquivo à medida em que eles vão sendo encerrados, e, pior: um por um.

O pessoal do arquivo geral ficaria bastante chateado com a quantidade


infindável e fracionada de serviço com que teria de lidar.

Aí alguém teve uma ideia: elaborou-se uma escala, apontando as datas em


que os ofícios de justiça poderiam enviar processos para o Arquivo Geral. O ofício
de justiça vai enchendo as caixas de processos e encaminha tudo de uma vez nas
datas constantes da escala de retirada. Bem mais prático! 03469106177

Art. 183. Os ofícios de justiça requisitarão, quando necessário, os


processos depositados no Arquivo Geral, mediante impresso
próprio, a ser preenchido em todos os seus campos, conferido e
assinado pelo escrivão.
O processo não está mais sob a guarda do ofício de justiça, que perdeu
qualquer poder de disposição sobre o mesmo. Assim, até mesmo ele tem de se
submeter aos procedimentos necessários para retirada do Arquivo Geral.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 52 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

§ 1º Se o interesse recair sobre processo em apenso, da


requisição constará o processo principal ao qual ele se
encontra apensado.
É um engano bastante comum de escreventes novos (seu próprio professor
cometeu este erro): se você precisa de um processo apensado que se encontra no
Arquivo Geral, a requisição é feita pelo número de processo principal (o
processo apensado estará preso a ele por um grampo). Até porque o registro no
sistema do Arquivo Geral será feito justamente pelo número de processo principal
(se você pedir o processo apenso, ele dificilmente será encontrado).

§ 2º Antes de requisitar o processo, os ofícios de justiça


verificarão se a caixa de arquivamento foi de fato remetida ao
Arquivo Geral, bem como se o processo solicitado não se
encontra no próprio ofício.
Pense um pouco: a escala de retirada de processos tem datas pré-fixadas. É
possível que o processo que está sendo requisitado ainda esteja em uma das
caixas que não foi enviada para o Arquivo Geral.

Antes de fazer uma solicitação cuja negativa vai demorar um pouco para
chegar, é preferível rezar para que o processo ainda esteja em uma daquelas caixas
que não foram enviadas :P.

§ 3º Quando se tratar de requisição de processos por parte dos


ofícios de justiça integrantes de foro regional, o requisitante
deverá mencionar na requisição a que vara distrital pertencia o
feito.
Professor: o que é um Foro Regional?

Pense no seguinte problema


03469106177

A Comarca da Capital tem uma sede? Sim! Só que a Capital é grande e


densamente povoada.

E lá na pontinha da cidade (portanto, ainda dentro da cidade e da área


abrangida pela comarca), longe pacas da sede da Comarca ou de qualquer fórum
que seja, existe uma enorme concentração de pessoas vivendo suas vidas, em um
núcleo urbano densamente povoado.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 53 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Para evitar que um número monstruoso de pessoas precisasse se deslocar


de longe apenas para ser atendida pelo Poder Judiciário, este fez o que qualquer
empresa faria: criou uma filial :P. O foro regional não é nada mais que isso: um foro
da capital com varas distritais que não têm endereço no foro central.

O foro regional e as varas distritais fazem parte da estrutura da comarca, mas


estão descentralizadas em relação à sede.

Exemplo prático: O Foro Central da Comarca da Capital fica na Praça João


Mendes (bem no Centro de São Paulo). Todavia, temos, por exemplo, o Foro
Regional VII - Itaquera, na região leste da cidade, a aproximadamente 20 km de
distância (o que, em uma cidade de intenso tráfego de veículos, é bastante coisa).

Esse Foro Regional facilita muito a vida de quem mora na região leste da
cidade, e que teria de atravessar o município inteiro para chegar ao Centro.

Agora que você já sabe o que é um foro regional e uma vara distrital, o resto
é simples: a requisição deve apontar a que vara distrital pertence o feito que está
sendo solicitado. Só isso!

Só que... o processo está demorando!

O tio falou que demora mesmo! Não é culpa do pessoal do Arquivo Geral: o
método de arquivamento utilizado não foi concebido para consultas rápidas e sim
para diminuição do espaço total do arquivo. O pessoal do Arquivo Geral faz o que
pode, e você pode ajudar, não os incomodando recorrentemente:
03469106177

§ 4º Não será permitida a reiteração de requisiçãoantes de


decorridos (dez) dias contados da data do protocolo.
Acha que o Arquivo Geral esqueceu a sua solicitação? Não seja ansioso:
espere 10 dias antes de requisitar novamente o mesmo processo! É mais ou menos
a mesma regra sobre ficar ligando de dez em dez minutos para sua paquera: é
irritante e não vai resolver nada! :P

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 54 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Mas professor: eu preciso do processo! É urgente! Mas muito urgente! O


grande livro pensou em tudo:

§ 5º Em casos de urgência, o processo poderá ser retirado


diretamente no Arquivo Geral, mediante regular requisição,
acompanhada de memorando assinado pelo escrivão do ofício
de justiça requisitante e visado pelo juiz. Nessa hipótese, o
processo somente será entregue a funcionário do ofício de
justiça requisitante.
Vou ter de sair de onde estou? Mas a urgência é do advogado que está no
meu balcão. Já sei! Vou sugerir que ela vá buscar o processo no Arquivo Geral!

Negativo! O Arquivo Geral só fala com o ofício de justiça, e só um funcionário


do ofício de justiça pode pegar os processos que estão no Arquivo Geral!

§ 6º Fica vedada às partes e advogados a retirada de processos


nos depósitos do Arquivo Geral.
§ 7º Assim que recebidos os autos do arquivo, o ofício de justiça
lançará o recebimentono sistema informatizado oficial,
evitando-se novas requisições de processos que já se
encontram nas unidades judiciais.
Simples: se o recebimento não for lançado, e outro ofício de justiça quiser o
processo, vai pensar que o mesmo ainda está no Arquivo Geral, e fará uma
requisição normalmente.

Até o Arquivo Geral descobrir que aquele processo não está mais lá e
informar isto ao ofício de justiça vai levar alguns dias, perda de tempo esta que
poderia ser evitada com o simples lançamento do recebimento.

§ 8º Para rearquivamento de processos, os ofícios de justiça


utilizarão a relação de devolução ao arquivo.
03469106177

Art. 184. Qualquer irregularidadeconstatada no preenchimento da


requisiçãoque impossibilite a localização do feito no Arquivo
Geralimplicará no desatendimento da requisição e imediata
devolução ao expedidor, para regularização.
Sejamos sinceros: o ofício de justiça não é o principal interessado no
desarquivamento do processo. Aliás, a partida de um processo para o Arquivo Geral
é uma das maiores alegrias que você vai sentir no seu trabalho.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 55 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Quem costuma querer desarquivar o processo são as partes e seus


advogados. É direito deles e não há problema algum com isso.

Além de solicitar os processos através do ofício de justiça, os interessados


também podem utilizar o serviço disponibilizado pela Coordenadoria de Arquivos,
Setor de Consultas:

Art. 185. Além do requerimentoformulado ao ofício de justiça


onde tramitou o feito, o interessado poderá solicitar o
desarquivamento, consultar e obter cópias reprográficas dos
processosdepositados no Arquivo Geraldiretamente nas
dependências da Coordenadoria de Arquivos, Setor de
Consultas.
§ 1º A requisição de consultaseráfeita em 4 (quatro) vias,
servindo uma delas de protocolo à parte interessada.
§ 2º. Os processos permanecerão à disposição do interessado no
local de consulta pelo prazo de 8 (oito) dias úteis, findo o qual
serão devolvidos ao arquivo.
Mas, se o interessado preferir fazer a requisição pelo próprio ofício de justiça,
quem fará a requisição é o escrivão:

Art. 186. O interessado poderá consultar os processosno


próprio ofício de justiça de origem, promovendo o escrivão a
expedição da requisição.
Parágrafo único. O interessado no desarquivamento será
intimado, por qualquer meio idôneo de comunicação, da chegada
dos autos ao cartório e do prazo de 30 (trinta) dias para
manifestação, bem como de que, decorrido o prazo sem
manifestação, os autos retornarão ao arquivo.
Art. 187. Caberá ao Arquivo Geralaextração e remessa de cópias
reprográficas de autos arquivados, em atendimento à solicitação
da Secretaria da Administração Penitenciária ou da direção de
estabelecimento prisional, desde que o ofício de justiça
03469106177

encaminhe, mediante relação, o próprio ofício de referidos


órgãos, com as anotações necessárias à localização do processo,
observado o § 2º do art. 966.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos
ofícios de justiça do Fórum Criminal da Barra Funda.
O Fórum Criminal da Barra Funda, desde a última vez que seu professor
conferiu, abriga quase todas as varas criminais da Comarca da Capital. E como eu
me recordo de ter dito, processos criminais não podem ficar parados: a liberdade de
pessoas está em jogo!
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 56 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Assim, tanto quanto possível, a força de trabalho alocada no Fórum Criminal


da Barra Funda deve ter um único propósito: fazer com que os feitos criminais
avancem.

Toda ajuda que puderem receber neste sentido é bem vida, inclusive o "não
trabalho". A rigor, deveria ser o próprio ofício de justiça quem deveria extrair e
remeter cópias reprográficas (vulgarmente conhecidas por "xerox") dos processos
em atendimento a solicitações da Secretaria de Administração Penitenciária ou da
direção de qualquer estabelecimento prisional.

Mas, para dar uma mãozinha para os ofícios de justiça, será o próprio
Arquivo Geral quem fará esta tarefa. Tudo que precisamos fazer é garantir que
todas as informações necessárias cheguem ao Arquivo Geral.

Ah sim: o arquivamento ou desarquivamento não transformaram os


processos que corriam em segredo de justiça em processos comuns. A informação
ali contida continua protegida por sigilo, sendo que:

Art. 188. É expressamente vedado o manuseio de autos


processados em segredo de justiça, exceção feita às partes e
aos advogados por elas constituídos, oumediante ordem judicial
expressa.
Parágrafo único. A extração de cópia reprográfica ou certidão de
processoscom segredo de justiça, bem como o
desentranhamento de documentos, dependerão de despacho
do juiz competente.
Art. 189. Permiti-se a pesquisa histórica em dependência
apropriada junto ao Arquivo Geral, desde que previamente
autorizada.
E terminamos meu caro! Foi um prazer enorme apresentá-lo às suas futuras
03469106177

funções no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Tudo que posso desejar a
você é sucesso!

Quer dizer... Quase :P. Eu disse que vocês teriam uma aula de exercícios e
você terá uma aula de exercícios! Por acaso, é a nossa próxima aula.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 57 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Sugestões? O email está ali! Acha que algo poderia ter sido mais bem
explicado: manda no fórum que a gente explica ali mesmo (aliás, o fórum é parte do
seu material de estudos!).

Até a próxima!

Questões Comentadas

1 - VUNESP – TJ SP - 2013 – Mediante controle de movimentação física


para garantia do direito de acesso aos autos que não corram em segredo de justiça,
poderá ser deferida ao advogado ou estagiário de Direito, regularmente inscritos na
OAB, que não tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das partes, a
carga rápida, pelo período de

a) 24 (vinte e quatro) horas.

b) 1 (uma) hora.

c) 48 (quarenta e oito) horas.

d) 2 (duas) horas.

e) 6 (seis) horas.

Comentário:

Opa, carga rápida! Procedimento bastante comum no cartório e que aliviou


bastante o balcão do ofício de justiça desde a época em que foi “inventado”.
03469106177

Carga rápida é aquela efetuada por advogado constituído nos autos e aos
estagiários de direito devidamente registrado na OAB, em que se retira o processo
do cartório por um período de tempo curto

Lembre-se também de que existe um procedimento semelhante para


advogados não constituídos nos autos, mas o provimento não se refere a ele como

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 58 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

“carga rápida” (embora o restante das regras seja o mesmo). Esta hipótese está
prevista no artigo 158:

Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos autos que não
corram em segredo de justiça, poderão os advogados ou
estagiários de Direito, regularmente inscritos na OAB, que não
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das
partes, retirar os autos para cópia, pelo período de 1 (uma) hora,
mediante controle de movimentação física, devendo o
serventuário consultar ao sítio da Ordem dos Advogados do
Brasil da Internet, à vista da Carteira da OAB apresentada pelo
advogado ou estagiário de Direito interessado, com impressão
dos dados obtidos, os quais serão conferidos pelo servidor antes
da entrega dos autos, observadas, ainda, as demais cautelas
previstas para a carga rápida, conforme o disposto no art. 165.
De qualquer forma, só inscritos na OAB (sejam estagiários, sejam
advogados) podem levar os autos pra fora do cartório.

Dito isso, qual o prazo que os autos podem permanecer fora do cartório por
carga rápida? Veja, se você não se lembra do prazo de cabeça, vamos fazer um
exercício.

O tempo tem que se curtíssimo, pois a carga rápida existe apenas para
pequenas pesquisas por partes dos advogados, ou para fotocopiar as folhas do
processo. Prazo como 6, 24 e 48 horas, são demasiadamente exagerados e se
contrapõem à finalidade da carga rápida.

Neste ponto, basta se lembrar do que seu professor marretou na sua cabeça
a aula inteira:

Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida pelo escrivão
03469106177

ou o escrevente responsável pelo atendimento, pelo período de


uma hora, mediante controle de movimentação física dos autos,
conforme formulário a ser preenchido e assinado por advogado ou
estagiário de Direito devidamente constituído no processo,
respeitado o seguinte procedimento:
1 HORA!!!!!!! Não mais que isso!

Letra b)

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 59 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

2 – VUNESP – TJ SP - 2013 - O acesso aos autos judiciais e administrativos,


por meio do exame em balcão do Ofício Judicial ou Seção Administrativa, de
processos em andamento ou findos, quando não estejam sujeitos a segredo de
justiça, é

a) vedado aos estagiários de Direito.

b) assegurado somente aos advogados e estagiários de Direito que possuam


procuração juntada aos autos.

c) assegurado somente aos advogados que possuam procuração juntada aos


autos.

d) vedado ao público em geral.

e) assegurado ao público em geral.

Comentário: Olha outra regra clássica que vai acompanhar você pelo resto
da vida: em regra, o processo é PÚBLICO!

Eu posso muito bem visitar seu ofício de justiça amanhã e pedir-lhe para
consultar um processo que não tem nada, mas absolutamente nada a ver comigo.
Posso fotografá-lo integralmente, na sua frente, no balcão, sem ter qualquer
interesse jurídico ou econômico na causa simplesmente porque me deu vontade de
fazê-lo. E eu posso!

A questão menciona também o segredo de justiça. Você só vai encontrar


uma definição satisfatória no Código de Processo Civil:
03469106177

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam


em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos,
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda
de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito
constitucional à intimidade;

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 60 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento


de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na
arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em
segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e aos seus procuradores.
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de
inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
Tais processos não podem ser consultados livremente, e a própria questão
fez ressalva de não estar se referindo a eles.

E, pelo amor de Deus: Não confunda com o procedimento de cargas, seja a


normal ou rápida.

A questão é explícita em afirmar que se trata de vistas do processo dentro do


Ofício Judicial (no balcão):

Art. 157. O acesso aos autos judiciais e administrativos de


processos em andamento ou findos, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado
aos advogados, estagiários de Direito e ao público em geral, por
meio do exame em balcão do ofício de justiça ou seção
administrativa, podendo ser tomados apontamentos, solicitadas
cópias reprográficas, bem como utilizado escâner portátil ou
máquina fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o desencarte das
peças processuais para reprodução.
Letra e)

3 – VUNESP – TJ SP –2012 - Assinale a alternativa que está de acordo com


o texto expresso das Normas da Corregedoria Geral de Justiça.
03469106177

a) O acesso aos autos judiciais de processos em andamento ou findos,


quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado aos advogados,
estagiários de Direito e ao público em geral por meio do exame em balcão do Ofício
Judicial.

b) Não se deverá juntar documento ou petição aos autos, sem que seja
lavrado o respectivo termo de juntada, salvo petições que tenham sido despachadas
diretamente pelo juiz competente.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 61 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

c) Ao advogado que não restituir os autos no prazo legal, e só o fizer depois


de intimado pessoalmente, não será mais permitida a vista fora do cartório e nem
poderá falar ou peticionar nos autos até o encerramento do processo.

d) Recebida petição inicial ou intermediária acompanhada de objetos de


inviável entranhamento aos autos do processo, o escrivão deverá devolvê-los,
imediatamente, à parte mediante carga no livro próprio.

e) Na hipótese de os processos correrem em segredo de justiça, fica vedado


o seu exame, em cartório, sendo, entretanto, permitido o seu acesso por meio de
vista fora de cartório às partes e a seus procuradores.

Comentário: E vamos falar sobre vistas e carga de processos novamente


(você já deve ter percebido que o tema é bastante querido pela banca).

A letra b) está errada: é necessário o termo de juntada, sem a exceção


proposta pela assertiva, conforme o artigo 93 do Provimento:

Art. 93. Por ocasião da juntada de petições e documentos (ofícios


recebidos, laudos, mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o
respectivo termo de juntada.
A letra c) está errada. Atualmente, a penalidade para o advogado que deixa
de restituir os autos é a cominação de multa de meio salário mínimo e a perda do
direito de vista fora do cartório (a redação anterior do provimento ordenava também
o desentranhamento das manifestações em processos cíveis, mas foi revogada).

Art. 167. O advogado deve restituir, no prazo legal, os autos que


tiver retirado do ofício de justiça. Se intimado pessoalmente, o
advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias,
03469106177

perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa


correspondente à metade do salário mínimo.
A letra d), por sua vez, apresenta erro quando permite a devolução dos
objetos. Aqueles objetos ainda são parte do processo, e não estão sendo juntados
apenas por inviabilidade física. Assim, devem continuar sob a guarda da Justiça:

Art. 93. Por ocasião da juntada de petições e documentos (ofícios


recebidos, laudos, mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o
respectivo termo de juntada.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 62 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

[...]
§ 4º Recebida petição inicial ou intermediária acompanhada de
objetos de inviável entranhamento aos autos do processo, o
escrivão deverá conferir, arrolar e quantificá-los, lavrando
certidão, sempre que possível na presença do interessado,
mantendo-os sob sua guarda e responsabilidade até
encerramento da demanda
A letra e) também está errada, pois diz justamente o contrário do artigo 160:
o exame em cartório pode sim ser realizado, porém, apenas pelas partes e seus
procuradores devidamente constituídos.

Art. 160. Na hipótese de os processos correrem em segredo de


justiça, o seu exame, em cartório, será restrito às partes e a
seus procuradores devidamente constituídos.
Só restou a letra a)

Art. 157. O acesso aos autos judiciais e administrativos de


processos em andamento ou findos, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado
aos advogados, estagiários de Direito e ao público em geral, por
meio do exame em balcão do ofício de justiça ou seção
administrativa, podendo ser tomados apontamentos, solicitadas
cópias reprográficas, bem como utilizado escâner portátil ou
máquina fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o desencarte das
peças processuais para reprodução.

Letra a)

4 – VUNESP – TJ SP –2012 - Perseu Vitale, estagiário de direito constituído


no processo n.º 123/12, comparece ao Cartório, onde tramita esse processo, às
17h05, pedindo para retirar com carga os respectivos autos de Cartório. O
Escrevente responsável pelo atendimento verifica que se trata de processo que está
sob a fluência de prazo comum às partes.
03469106177

a) Perseu Vitale terá direito à carga rápida dos autos por até uma hora, mas o
Escrevente terá que reter o documento do estagiário para fins de controle de movi-
mentação física até a efetiva devolução dos autos em Cartório.

b) Perseu Vitale, por ser estagiário de direito e não o advogado da parte, não
poderá retirar os autos com carga.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 63 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

c) Mesmo sendo estagiário de direito, Perseu Vitale pode ria retirar os autos
com carga rápida de uma hora, vez que está devidamente constituído no processo,
mas, em razão do horário em que compareceu ao Fórum, os autos não poderão sair
do Cartório.

d) Será concedida a carga rápida dos autos por até uma hora, mediante
controle de movimentação física, conforme formulário a ser preenchido e assinado
por Perseu Vitale.

e) O fato de ser estagiário de direito não impede Perseu Vitale de retirar os


autos, porém, por se tratar de prazo comum às partes, os autos não poderão sair do
cartório, podendo, apenas, ser consultados no balcão

Comentário: Situação enrolada :P. E não serão poucos os estagiários que


chegarão ao seu balcão com a corda no pescoço e com pouca ou nenhuma ideia
das opções de que dispõem (não é culpa deles, o estágio serve justamente para se
pegar a prática do trabalho, praticando!). Procure ajudá-los no que for possível, mas
sempre dentro dos limites do provimento.

Pois bem, o estagiário quer dar carga no processo. O que sabemos sobre
ele?

Ele está constituído nos autos. Isso é excelente. Em tese, ele pode dar carga
normal ou rápida no processo.

Mas... estamos diante de uma situação de prazo comum. Se deixarmos o


nobre estagiário de direito sair com o processo, a parte contrária não terá como
03469106177

consultar os autos e elaborar suas manifestações. E, acredite, o advogado vai


reclamar com o juiz, o juiz vai ralhar com o escrivão, e adivinha quem será o
próximo da lista: você!

Assim:

Art. 164. Não havendo fluência de prazo, os autos somente


serão retirados em carga mediante requerimento.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 64 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

[...]

§ 2º Na fluência de prazo comum, só em conjunto ou mediante


prévio ajuste por petição nos autos, os procuradores das partes
retirarão os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual
cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 2 (duas) a 6
(seis) horas, mediante carga rápida, independentemente de
ajuste, observado o término do expediente forense.
Ok, carga normal não pode, mas carga rápida pode!

Estagiário de direito pode fazer carga rápida? Sim! Já estudamos isso


anteriormente: é permitida ao estagiário regularmente inscrito na OAB fazer carga
rápida do processo (a questão omitiu este detalhe, mas costuma ser a regra, afinal,
se o estagiário não está inscrito na OAB, ele costuma dar vista no balcão, como um
cidadão comum, afinal, é isso mesmo que ele é neste caso).

Isto nos leva agora para o procedimento referente à carga rápida.

A carga rápida tem duração de uma hora e somente é permitida quando o


requerimento é formulado até as 18 horas, pois o horário para o encerramento das
atividades do fórum para o público em geral ocorre às 19 horas.

Nosso caro estagiário chegou dentro do horário:

Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida pelo escrivão
ou o escrevente responsável pelo atendimento, pelo período de
uma hora, mediante controle de movimentação física dos autos,
conforme formulário a ser preenchido e assinado por advogado ou
estagiário de Direito devidamente constituído no processo,
respeitado o seguinte procedimento:
I - os requerimentos serão recepcionados e atendidos desde que
formulados até às 18h;03469106177

[...]

Ah sim, o documento de identidade pode ser retido? Inspire fundo, e solte um


alto e retumbante NÃO!

Art. 166. É vedada a retenção do documento de identificação do


advogado ou do estagiário de Direito no ofício de justiça, para a
finalidade de controle de carga de autos, em qualquer
modalidade ou circunstância.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 65 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Letra d)

5 – VUNESP – TJ SP – 2011 - O desentranhamento de documentos do


processo

a) deverá ser efetuado mediante termo ou certidão nos autos, constando o


nome e documento de identificação de quem os recebeu em devolução, além do
competente recibo.

b) deverá ser substituído por folha em branco onde conste apenas a data do
desentranhamento.

c) necessitará de autorização do Oficial do Cartório quando estes se


prestarem à propositura de nova ação com idêntico objeto.

d) ultimar-se-á com anotação, em folha apensa à contracapa dos autos, do


teor do documento desentranhado.

e) somente será permitido à parte vencedora da demanda.

Comentário

Vamos bem devagar aqui.

Em tese, nada deve ser retirado do processo. Mas, existem exceções. E a


autoridade competente para reconhecer tais situações é a autoridade judicial

Assim, o desentranhamento é possível, mas somente com determinação


judicial.
03469106177

Uma vez determinado o desentranhamento, temos uma sequência rígida de


procedimentos para que o processo não se torne uma bagunça. Afinal, se houver
qualquer falha no registro desse procedimento, é possível que a pessoa que pegar o
processo logo depois não entenda absolutamente nada do que está acontecendo ali
e, inclusive, ache que algumas folhas foram subtraídas indevidamente (o que
significa a cabeça de alguém rolando...).

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 66 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Dito isto, o escrevente deve certificar tudo, isso vale dizer: as folhas que está
desentranhando, registrar a parte que está levando o processo, e solicitar recibo
para que não haja dúvida de quem retirou. A letra a)corresponde ao conjunto mais
completo de providências a serem tomadas..

Art. 172. Deferido ou determinado de ofício o desentranhamento,


caberá ao ofício de justiça:
I - desentranhar as peças, certificando-se;
II - manter os documentos em local adequado, para sua
posterior entrega;
III - intimar o interessado a retirar a documentação no prazo de
5 (cinco) dias, se outro não for assinalado pelo Juiz.
§ 1º A certidão dedesentranhamento mencionará a numeração
das folhas desentranhadas e, quando o caso, daquela na qual se
determinou o ato e a eventual substituição por cópias simples.
§ 2º As peças desentranhadas dos autos, enquanto não
entregues ao interessado, serão guardadas em classificador
próprio, sendo vedado grampeá-las na contracapa dos autos.
§ 3º A devolução de peças desentranhadas efetuar-se-á mediante
termo nos autos, lançado imediatamenteapós a certidão de
desentranhamento, constando o nome e documento de
identificação de quem as recebeu em devolução, além do
competente recibo.
A proposta da letra b) é incompleta. As letras c) e e) são absurdas e a letra
d), por fim, comete o pecado mortal de apensar informações referentes ao
documento na contra capa dos autos. Ora, o desentranhamento é, no mais das
vezes, a remoção completa de todo e qualquer vestígio do documento
desentranhado. Mas, na essência, é a remoção da própria informação nele contida.

Daí a incongruência em se manter qualquer referência à informação nele


03469106177

contida junto ao processo, ainda que na contracapa.

Letra a)

6– VUNESP – TJ SP – 2011 - Assinale a alternativa correta.

a) Não se deverá juntar nenhum documento ou petição aos autos, sem que
seja lavrada a respectiva certidão de intimação.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 67 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

b) Não poderão ser recebidas petições via fac-símile diretamente no Ofício


Judicial ou na Vara.

c) Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 5 (cinco) dias, e


executados os atos processuais no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

d) Nenhum processo deverá ficar sem andamento por mais de 20 (vinte) dias,
no aguardo de diligências (informações, respostas a ofícios ou requisições,
providências das partes etc.).

e) Os documentos desentranhados dos autos poderão ser substituídos por


cópias simples.

Comentário:

Ponto por ponto:

Alternativa a) está errada: o nome do documento a ser lavrado é o “termo de


juntada”:

Art. 93. Por ocasião da juntada de petições e documentos (ofícios


recebidos, laudos, mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o
respectivo termo de juntada.
Alternativa b) também dá para jogar fora:

Art. 93. Por ocasião da juntada de petições e documentos (ofícios


recebidos, laudos, mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o
respectivo termo de juntada.
[...]
§ 3º Recebidas petições via fac-símile ou por correio eletrônico (e-
03469106177

mail) diretamente no ofício de justiça ou na vara, será


imediatamente lançado número de protocolo no corpo do
documento, para oportuno controle dos prazos previstos no
caput e parágrafo único do art. 2º da Lei Federal nº 9.800, de
26.05.1999
Alternativa c) está errada também (embora o conteúdo não tenha sido exigido
no edital de 2014):

Art. 97. Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 1 (um)
dia e executados os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 68 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Alternativa d) é um pesadelo:

Art. 99. Nenhum processo permanecerá paralisado em cartório,


além dos prazos legais ou fixados, ou ficará sem andamento
por mais de 30 (trinta) dias, no aguardo de diligências
(informações, respostas a ofícios ou requisições, providências das
partes etc.).
E antes que você pergunte, também não foi exigida no edital da prova de
2014 :P.

Alternativa e) correta,

Só restou a letra e)

Art. 170. O desentranhamento de peças e de documentos,


facultada a substituição por cópia simples, poderá ser
requerido pelo interessado ou determinado de ofício pelo juiz.
Letra e)

7 - VUNESP – TJ SP –2007 - A retirada de autos judiciais em andamento no


Cartório pode ser realizada

a) por qualquer interessado.

b) por qualquer advogado regularmente inscrito na OAB.

c) pelas partes envolvidas no litígio.

d) por estagiário regularmente inscrito na OAB e constituído como procurador


de uma das partes.
03469106177

e) por qualquer membro do Ministério Público, ainda que não esteja atuando
naquela causa específica.

Comentário: Sinta os corredores do fórum e o balcão do ofício de justiça em


suas veias. E também os problemas inerentes ao exercício da sua futura profissão.

Eis que mais um ser humano deseja retirar os autos do processo do ofício de
justiça. E quem é este ser humano?
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 69 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Primeiro: Quem pode retirar os autos do processo do cartório (dar carga) é o


advogado e o estagiário de direito regularmente inscrito na OAB.

“Qualquer pessoa” pode? NÃO!

Aliás, pasme: as partes não podem retirar os autos do processo em carga!


Isso mesmo, você, cidadão comum, em um processo do qual é réu ou autor, não
pode sair com o processo embaixo do braço. Por quê? Porque você não é estagiário
de direito regularmente inscrito na OAB e nem advogado.

Letras a) e c) podem ser descartadas.

Agora vem uma curiosidade histórica: a carga rápida somente passou a


existir com um direito do advogado a partir da Lei 11.969/2009 (e eu só sei disso
porque era estagiário justamente nessa época).

A questão é de 2007, por tanto, não levou em conta a existência desse


instituto. Dessa forma, segundo as regras vigentes naquele ano, somente o
estagiário e o advogado e constituídos nos autos poderiam dar carga do processo.
Atualmente, se levarmos em conta a existência da “carga rápida”, qualquer
advogado e estagiário inscrito na OAB, mesmo quando não constituído nos autos,
pode dar carga do processo por 1 hora.

Letra d)

8 - VUNESP- ESCREVENTE – 2011 - Quando houver fluência de prazo


comum às partes, será concedida pelo Diretor de Serviço do Ofício de Justiça ou
03469106177

pelo escrevente responsável pelo atendimento, vista dos autos em cartório, fora do
balcão, pelo período de

a) 30 minutos.

b) 45 minutos.

c) duas a seis horas.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 70 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

d) duas a cinco horas.

e) até 5 horas.

Comentário:

À época em que a prova de 2011 foi realizada, o prazo para carga rápida era
de 45 minutos.

Entretanto, no provimento atual, este mesmo prazo é de duas a seis horas.

Aliás: como é que eu sei que esta questão é sobre a carga rápida? Porque há
fluência de prazo comum, e nenhuma das alternativas levantou a bola de que a
carga seria vedada.

Assim, só nos resta o artigo 164:

Art. 164. Não havendo fluência de prazo, os autos somente serão


retirados em carga mediante requerimento.
[...]
§ 2º Na fluência de prazo comum, só em conjunto ou mediante
prévio ajuste por petição nos autos, os procuradores das partes
retirarão os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual
cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 2 (duas) a 6
(seis) horas, mediante carga rápida, independentemente de
ajuste, observado o término do expediente forense.
Letra c)

9 – AUTORIA PRÓPRIA - Transitada em julgado a sentença, os objetos


anexados às manifestações processuais serão devolvidos às partes ou seus
03469106177

procuradores, mediante solicitação ou intimação para retirada sob pena de


destruição em:

a) 24 horas

b) 48 horas

c) 5 dias

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 71 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

d) 15 dias

e) 30 dias

Comentário

Esse prazo aqui não é muito conhecido por quem estuda o provimento. Ótima
razão para inventarmos uma pergunta com ele. Se cair, só você vai acertar.

E Por que este prazo é incomum?

Pois é bastante dilatado com relação aos demais prazos que estudamos.

Enfim, o prazo é de 30 dias, conforme o artigo 174 do provimento:

Art. 174. Transitada em julgado a sentença, os objetos anexados


às manifestações processuais serão devolvidos às partes ou
seus procuradores, mediante solicitação ou intimação para
retirada em até 30 (trinta) dias, sob pena de destruição.
Letra e)

10 – AUTORIA PRÓPRIA - Assinale a alternativa correta.

a) É permitido que o processo seja arquivado sem sentença definitiva ou


terminativa, além dos casos legais de suspensão do processo por prazo
indeterminado, quando não será comunicada a sua extinção.

b) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


inclusive os casos legais de suspensão do processo por prazo indeterminado,
quando não será comunicada a sua extinção. 03469106177

c) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva. É permitido o


arquivamento de processo com sentença terminativa e os casos legais de
suspensão do processo por prazo indeterminado, quando não será comunicada a
sua extinção.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 72 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

d) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


salvo os casos legais de suspensão do processo por prazo determinado, quando
não será comunicada a sua extinção.

e) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


salvo os casos legais de suspensão do processo por prazo indeterminado, quando
não será comunicada a sua extinção.

Comentário

Questão sobre arquivamento, bem simples sobre a regra geral.O que você
precisa ter em mente quando falamos de arquivamento?

Esta será nossa regra de ouro: é muito pouco provável que um processo
que vá para o arquivo dele consiga retornar. Assim, precisamos tomar um cuidado
enorme para garantir que aquele processo está mesmo encerrado e que todas as
informações pertinentes foram anotadas (evitando-se, assim, desarquivamentos
inúteis).

Entenda a gravidade da situação: os processos arquivados não foram feitos


para retornar para o ofício de justiça. Existe um procedimento próprio para o
desarquivamento, mas, por sua raridade, ele não é, nem foi feito, para ser rápido.
Se você arquivar indevidamente um processo, a solução daquele litígio vai demorar
muito mais tempo para ser dada.

E o ofício de justiça, com um único gesto de distração, conseguiuatrasar em


alguns meses a solução de um problema. Não é para se sentir culpado não: apenas
03469106177

se dedique a fazer isto corretamente! :D.

Pois bem, a regra de ouro e sua exceção estão no artigo 176:

Art. 176. Nenhum processo será arquivado sem sentença


definitiva ou terminativa, incluindo nesse último caso a hipótese de
decisão de extinção do processo em razão da estabilização da tutela
de que trata o art. 304, §1º do Código de Processo Civil, salvo os
casos legais de suspensão do processo por prazo
indeterminado, quando não será comunicada a sua extinção.
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 73 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Só vai para o arquivo o processo que tenha uma sentença definitiva ou


terminativa (a diferença entre uma e outra pertence ao estudo do Código de
Processo Civil).

A exceção a essa regra é o processo suspenso por prazo indeterminado.


Preste bem atenção nisso, pois se um processo for suspenso por prazo
determinado, ele NÃO VAI PARA O ARQUIVO: fica aguardando em escaninho
próprio até que o prazo de suspensão se esgote.

Letra e)

11 - VUNESP – TJ SP - 2014 Sobre o acesso aos autos judiciais e


administrativos de processos em andamento ou findos, tendo em vista as Normas
da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, é
correto afirmar que

a) as entidades que reconhecidamente prestam serviços de assistência


judiciária poderão, por intermédio de advogado com procuração nos autos, autorizar
a consulta de processos que tramitam em segredo de justiça em cartório por,
exclusivamente, acadêmicos de Direito inscritos na OAB.

b) poderá ser deferida – quando os autos não estiverem em segredo de


justiça, ao advogado ou estagiário de Direito, regularmente inscritos na OAB, que
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das partes – a retirada de
autos para cópia, pelo período de 2 (duas) horas, mediante controle de
movimentação física.
03469106177

c) os escrivães judiciais e os chefes de seção judiciária manterão,


pessoalmente ou mediante servidor designado, rigorosa vigilância sobre os autos
dos processos, sobretudo quando do seu exame, por qualquer pessoa, no balcão do
ofício de justiça ou seção administrativa.

d) nos casos complexos ou com pluralidade de interesses, a fim de que não


sejam prejudicados nem o andamento do feito nem o acesso aos autos, ficará

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 74 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

vedada a retirada de cópias de todo o feito, que somente ficará à disposição para
consulta dos interessados.

e) quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado aos


advogados, estagiários de Direito e às partes, por meio do exame em balcão do
ofício de justiça ou seção administrativa, não cabendo, no entanto, acesso ao
público em geral.

Comentário:

Letra a).

Vamos exercitar a mente um pouco:

Art. 160. Na hipótese de os processos correrem em segredo de


justiça, o seu exame, em cartório, será restrito às partes e a seus
procuradores devidamente constituídos
§ 1º As entidades que reconhecidamente prestam serviços de
assistência judiciária poderão, por intermédio de advogado com
procuração nos autos, autorizar a consulta de processos que
tramitam em segredo de justiça em cartório pelos acadêmicos
de Direito não inscritos na OAB. Referida autorização deverá
conter o nome do acadêmico, o número de seu RG e o número
e/ou nome das partes do processo a que se refere a autorização,
que será juntada posteriormente aos autos.
Ora, se fosse necessária a inscrição na OAB, o referido acadêmico seria
também um estagiário de Direito ou um Advogado, e, em ambos os casos, as
prerrogativas conferidas aos membros da ordem já lhe confeririam essa
possibilidade.

Letra b):
03469106177

Se o Advogado ou o Estagiário foram constituídos procuradores nos autos,


estão submetidos ao prazo de carga "normal", de 10 dias:

Art. 161. A carga de autos judiciais e administrativos em


andamento no cartório é reservada unicamente a advogados ou
estagiários de Direito regularmente inscritos na OAB,
constituídos procuradores de alguma das partes, ressalvado,
nos processos findos e que não estejam sujeitos a segredo de

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 75 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

justiça, a carga por advogado mesmo sem procuração, pelo


prazo de 10 (dez) dias.
E mesmo quando não estão constituídos nos autos como procuradores, o
prazo de carga para cópia é de 1 hora:

Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos autos que não
corram em segredo de justiça, poderão os advogados ou
estagiários de Direito, regularmente inscritos na OAB, que não
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das
partes, retirar os autos para cópia, pelo período de 1 (uma) hora,
mediante controle de movimentação física, devendo o
serventuário consultar ao sítio da Ordem dos Advogados do
Brasil da Internet, à vista da Carteira da OAB apresentada pelo
advogado ou estagiário de Direito interessado, com impressão
dos dados obtidos, os quais serão conferidos pelo servidor antes
da entrega dos autos, observadas, ainda, as demais cautelas
previstas para a carga rápida, conforme o disposto no art. 165.
Letra c): Perfeita!

Art. 157. O acesso aos autos judiciais e administrativos de


processos em andamento ou findos, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado
aos advogados, estagiários de Direito e ao público em geral, por
meio do exame em balcão do ofício de justiça ou seção
administrativa, podendo ser tomados apontamentos, solicitadas
cópias reprográficas, bem como utilizado escâner portátil ou
máquina fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o desencarte das
peças processuais para reprodução.
Parágrafo único. Os escrivães judiciais e os chefes de seção
judiciária manterão, pessoalmente ou mediante servidor
designado, rigorosa vigilância sobre os autos dos processos,
sobretudo quando do seu exame, por qualquer pessoa, no balcão
do ofício de justiça ou seção administrativa.
Letra d)
03469106177

Art. 159. Nos casos complexos ou com pluralidade de interesses,


a fim de que não seja prejudicado nem o andamento do feito e nem
o acesso aos autos, fica autorizada a retirada de cópias de todo o
feito, que ficarão à disposição para consulta dos interessados.
Imagine um caso bem cascudo, com 5 litisconsortes de cada lado, todos
querendo consultar os autos (e, provavelmente, no mesmo dia, já que a intimação
pelo DJe e os prazos nela apontados atingirão a todas as partes ao mesmo tempo).
Esse processo vai ser consultado pelo menos 10 vezes, e isso se for um caso
simples (é provável que algumas das partes o consultem mais de uma vez).
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 76 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Isso vai atrapalhar bastante o andamento do processo e vai, sem dúvida


alguma, atravancar o seu balcão.

O Provimento já se antecipou a esse desastre: o ofício de justiça está


autorizado a tirar cópias integrais do processo (no plural mesmo), e permitir a
consulta à cópia (ao invés da consulta ao processo). O processo continua andando,
as partes continuam acessando a informação, o seu balcão fica livre e todo mundo
fica feliz.

Letra e)

Art. 157. O acesso aos autos judiciais e administrativos de


processos em andamento ou findos, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado
aos advogados, estagiários de Direito e ao público em geral, por
meio do exame em balcão do ofício de justiça ou seção
administrativa, podendo ser tomados apontamentos, solicitadas
cópias reprográficas, bem como utilizado escâner portátil ou
máquina fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o desencarte das
peças processuais para reprodução.

O público em geral também pode consultar livremente os autos judiciais,


desde que não se encontrem em segredo de justiça.

Letra c)

Questões Propostas

1 - VUNESP – TJ SP - 2013 – Mediante controle de movimentação física


para garantia do direito de acesso aos autos que não corram em segredo de justiça,
03469106177

poderá ser deferida ao advogado ou estagiário de Direito, regularmente inscritos na


OAB, que não tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das partes, a
carga rápida, pelo período de

a) 24 (vinte e quatro) horas.

b) 1 (uma) hora.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 77 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

c) 48 (quarenta e oito) horas.

d) 2 (duas) horas.

e) 6 (seis) horas.

2 – VUNESP – TJ SP - 2013 - O acesso aos autos judiciais e administrativos,


por meio do exame em balcão do Ofício Judicial ou Seção Administrativa, de
processos em andamento ou findos, quando não estejam sujeitos a segredo de
justiça, é

b) vedado aos estagiários de Direito.

b) assegurado somente aos advogados e estagiários de Direito que possuam


procuração juntada aos autos.

c) assegurado somente aos advogados que possuam procuração juntada aos


autos.

d) vedado ao público em geral.

e) assegurado ao público em geral.

3 – VUNESP – TJ SP –2012 - Assinale a alternativa que está de acordo com


o texto expresso das Normas da Corregedoria Geral de Justiça.

a) O acesso aos autos judiciais de processos em andamento ou findos,


quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado aos advogados,
estagiários de Direito e ao público em geral por meio do exame em balcão do Ofício
03469106177

Judicial.

b) Não se deverá juntar documento ou petição aos autos, sem que seja
lavrado o respectivo termo de juntada, salvo petições que tenham sido despachadas
diretamente pelo juiz competente.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 78 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

c) Ao advogado que não restituir os autos no prazo legal, e só o fizer depois


de intimado, não será mais permitida a vista fora do cartório e nem poderá falar ou
peticionar nos autos até o encerramento do processo.

d) Recebida petição inicial ou intermediária acompanhada de objetos de


inviável entranhamento aos autos do processo, o escrivão deverá devolvê-los,
imediatamente, à parte mediante carga no livro próprio.

e) Na hipótese de os processos correrem em segredo de justiça, fica vedado


o seu exame, em cartório, sendo, entretanto, permitido o seu acesso por meio de
vista fora de cartório às partes e a seus procuradores.

4 – VUNESP – TJ SP –2012 - Perseu Vitale, estagiário de direito constituído


no processo n.º 123/12, comparece ao Cartório, onde tramita esse processo, às
17h05, pedindo para retirar com carga os respectivos autos de Cartório. O
Escrevente responsável pelo atendimento verifica que se trata de processo que está
sob a fluência de prazo comum às partes.

a) Perseu Vitale terá direito à carga rápida dos autos por até uma hora, mas o
Escrevente terá que reter o documento do estagiário para fins de controle de movi-
mentação física até a efetiva devolução dos autos em Cartório.

b) Perseu Vitale, por ser estagiário de direito e não o advogado da parte, não
poderá retirar os autos com carga.

c) Mesmo sendo estagiário de direito, Perseu Vitale pode ria retirar os autos
com carga rápida de uma hora, vez que está devidamente constituído no processo,
03469106177

mas, em razão do horário em que compareceu ao Fórum, os autos não poderão sair
do Cartório.

d) Será concedida a carga rápida dos autos por até uma hora, mediante
controle de movimentação física, conforme formulário a ser preenchido e assinado
por Perseu Vitale.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 79 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

e) O fato de ser estagiário de direito não impede Perseu Vitale de retirar os


autos, porém, por se tratar de prazo comum às partes, os autos não poderão sair do
cartório, podendo, apenas, ser consultados no balcão

5 – VUNESP – TJ SP –2011 - O desentranhamento de documentos do


processo

a) deverá ser efetuado mediante termo ou certidão nos autos, constando o


nome e documento de identificação de quem os recebeu em devolução, além do
competente recibo.

b) deverá ser substituído por folha em branco onde conste apenas a data do
desentranhamento.

c) necessitará de autorização do Oficial do Cartório quando estes se


prestarem à propositura de nova ação com idêntico objeto.

d) ultimar-se-á com anotação, em folha apensa à contracapa dos autos, do


teor do documento desentranhado.

e) somente será permitido à parte vencedora da demanda.

6– VUNESP – TJ SP – 2011 - Assinale a alternativa correta.

a) Não se deverá juntar nenhum documento ou petição aos autos, sem que
seja lavrada a respectiva certidão de intimação.

b) Não poderão ser recebidas petições via fac-símile diretamente no Ofício


03469106177

Judicial ou na Vara.

c) Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 5 (cinco) dias, e


executados os atos processuais no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

d) Nenhum processo deverá ficar sem andamento por mais de 20 (vinte) dias,
no aguardo de diligências (informações, respostas a ofícios ou requisições,
providências das partes etc.).
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 80 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

e) Os documentos desentranhados dos autos poderão ser substituídos por


cópias simples.

7 - VUNESP – TJ SP –2007 - A retirada de autos judiciais em andamento no


Cartório pode ser realizada

a) por qualquer interessado.

b) por qualquer advogado regularmente inscrito na OAB.

c) pelas partes envolvidas no litígio.

d) por estagiário regularmente inscrito na OAB e constituído como procurador


de uma das partes.

e) por qualquer membro do Ministério Público, ainda que não esteja atuando
naquela causa específica.

8 - VUNESP- ESCREVENTE – 2011 - Quando houver fluência de prazo


comum às partes, será concedida pelo Diretor de Serviço do Ofício de Justiça ou
pelo escrevente responsável pelo atendimento, vista dos autos em cartório, fora do
balcão, pelo período de

a) 30 minutos.

b) 45 minutos.

c) uma hora.
03469106177

d) duas horas.

e) até 5 horas.

9 – AUTORIA PRÓPRIA - Transitada em julgado a sentença, os objetos


anexados às manifestações processuais serão devolvidos às partes ou seus
procuradores, mediante solicitação ou intimação para retirada sob pena de
destruição em:
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br
Página 81 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

a) 24 horas

b) 48 horas

c) 5 dias

d) 15 dias

e) 30 dias

10 – AUTORIA PRÓPRIA - Assinale a alternativa correta.

a) É permitido que o processo seja arquivado sem sentença definitiva ou


terminativa, além dos casos legais de suspensão do processo por prazo
indeterminado, quando não será comunicada a sua extinção.

b) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


inclusive os casos legais de suspensão do processo por prazo indeterminado,
quando não será comunicada a sua extinção.

c) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva. É permitido o


arquivamento de processo com sentença terminativa e os casos legais de
suspensão do processo por prazo indeterminado, quando não será comunicada a
sua extinção.

d) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


salvo os casos legais de suspensão do processo por prazo determinado, quando
não será comunicada a sua extinção. 03469106177

e) Nenhum processo será arquivado sem sentença definitiva ou terminativa,


salvo os casos legais de suspensão do processo por prazo indeterminado, quando
não será comunicada a sua extinção.

11 - VUNESP – TJ SP - 2014 Sobre o acesso aos autos judiciais e


administrativos de processos em andamento ou findos, tendo em vista as Normas

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 82 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, é


correto afirmar que

a) as entidades que reconhecidamente prestam serviços de assistência


judiciária poderão, por intermédio de advogado com procuração nos autos, autorizar
a consulta de processos que tramitam em segredo de justiça em cartório por,
exclusivamente, acadêmicos de Direito inscritos na OAB.

b) poderá ser deferida – quando os autos não estiverem em segredo de


justiça, ao advogado ou estagiário de Direito, regularmente inscritos na OAB, que
tenham sido constituídos procuradores de quaisquer das partes – a retirada de
autos para cópia, pelo período de 2 (duas) horas, mediante controle de
movimentação física.

c) os escrivães judiciais e os chefes de seção judiciária manterão,


pessoalmente ou mediante servidor designado, rigorosa vigilância sobre os autos
dos processos, sobretudo quando do seu exame, por qualquer pessoa, no balcão do
ofício de justiça ou seção administrativa.

d) nos casos complexos ou com pluralidade de interesses, a fim de que não


sejam prejudicados nem o andamento do feito nem o acesso aos autos, ficará
vedada a retirada de cópias de todo o feito, que somente ficará à disposição para
consulta dos interessados.

e) quando não estejam sujeitos a segredo de justiça, é assegurado aos


advogados, estagiários de Direito e às partes, por meio do exame em balcão do
ofício de justiça ou seção administrativa, não cabendo, no entanto, acesso ao
03469106177

público em geral.

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 83 de 84
Normas da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03

Gabarito

1 B 6 E 11 C
2 E 7 D
3 A 8 C
4 D 9 E
5 A 10 E

03469106177

Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br


Página 84 de 84

Você também pode gostar