Você está na página 1de 2

A ciência contra o racismo e o preconceito!

A ciência foi utilizada na construção do racismo no Brasil, mas tem um papel essencial
na mudança desse cenário. Foi o que mostraram as discussões sobre diversidade com
a filósofa Sueli Carneiro e a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz durante o 4º
Encontros Serrapilheira. O evento reuniu 30 pesquisadores grantees entre os dias 8 e
11 de dezembro em Itatiba, interior de São Paulo.
Sueli Carneiro abriu o encontro mostrando como, historicamente, a ciência foi uma das
responsáveis pela ideia de superioridade e inferioridade entre os diferentes grupos
humanos. Fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra e ativista feminista e
antirracista, ela destacou que estudos do século 19 acerca da frenologia e da
craniologia, campos que analisavam características fenotípicas, como o tamanho do
crânio, em pessoas brancas e negras, foram usados como “provas” de hierarquias
entre as raças.
A relação entre ciência e racismo, no entanto, não está restrita a exemplos antigos. Um
caso famoso de má conduta científica é o do estudo da sífilis de Tuskegee (EUA), que,
entre 1932 e 1972, utilizou 600 homens negros (399 com sífilis e 201 saudáveis) como
cobaias humanas, sem consentimento, para analisar a evolução da doença sem que
recebessem o tratamento adequado.
No Brasil, o racismo se manifesta, por exemplo, em debates sobre cotas, quando com
frequência é evocada a falácia da raça biológica que alega que, geneticamente não há
raças humanas.
O racismo persiste dentro e fora do Brasil (97% da população acredita que há racismo
no país, segundo a última pesquisa do Datafolha, de 2009) e há muito tempo deixou de
ser algo visto como natural e passou a ser combatido. A ciência, intrigada, se pergunta
se há razões evolutivas e/ou biológicas que possam explicar esse tipo de
comportamento, além dos claros motivos históricos e sociais.

O racismo brasileiro, entretanto, não deve ser lido apenas como reação à igualdade
legal entre cidadãos formais, que se instalava com o fim da escravidão; foi também o
modo como as elites intelectuais, principalmente aquelas localizadas em Salvador e
Recife, reagiam às desigualdades regionais crescentes que se avolumavam entre o
Norte e o Sul do país, em decorrência da decadência do açúcar e da prosperidade
trazida pelo café. Quem não se lembra do temor de Nina Rodrigues ao ver se
desenvolver no Sul uma nação branca, enquanto a mestiçagem campeava no Norte3?
O racismo duro da Escola de Medicina da Bahia e da Escola de Direito do Recife,
entrincheirado nos estudos de medicina legal, da criminalidade e das deficiências
físicas e mentais, evoluiu, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, em direção
a doutrinas menos pessimistas que desaguaram em diferentes versões do
"embranquecimento", subsidiando desde as políticas de imigração, que pretendiam a
substituição pura e simples da mão-de-obra negra por imigrantes europeus, até as
teorias de miscigenação que pregavam a lenta mais contínua fixação pela população
brasileira de caracteres mentais, somáticos, psicológicos e culturais da raça branca, tais
como podem ser encontrados em escritos de Batista Lacerda (1911) e Roquette Pinto
(1933). Foi também no Sul, centro da vida econômica e política, que as campanhas de
sanitarização e higienização públicas ganharam vigência, forçando a amenização das
teorias eugenistas em versões que privilegiavam as ações de saúde pública e de
educação, em detrimento de políticas médicas de controle da reprodução humana e
dos casamentos.
.Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda
por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, elas podem ser ensinadas a amar.
.Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de uniã
. E de pai pra filho o racismo passa, em forma de piadas que teriam bem mais graça se
não fosse o retrato da nossa ignorância, transmitindo a discriminação desde a infância.
E o que as crianças aprendem brincando, é nada mais nada menos do que a estupidez
se propagando.

Você também pode gostar