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Índice

0. Introdução…………………………………………………………………………...………….2
0.1. Objectivos da pesquisa:…………………………………………………………………….…
2
0.1.1. Geral:……………………………………………………………………………….
……….2
0.1.2. Específicos:…………………………………………………………………………..……..2
0.2. Metodologia………………………………………………………………………….……….2
1. Contextualização sobre as
afasias……………………………………………………………….3
1.1. Conceito das afasias……………………………………………………………………….….3
1.2. Visão geral sobre as afasias………………………………………………………….
………..3
2. As tipologias das afasias……………………………………………………………………..…5
a) Afasia de Broca ou Motora (Não-fluente)…………………………………………………
5
b) Afasia de Wernicke ou Sensorial (fluente)…………………………………………………
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c) Afasia Global……………………………………………………………………..……….7
3. Os sinais, sintomas e efeitos das afasias………………………………………………….…….8
Conclusão………………………………………………………….……………………………..10
Bibliografia………………………………………………………………………………………11
0. Introdução

O presente trabalho tem como tema: Afasia. Conceptualmente, as afasias são condições que
alteram a capacidade dos pacientes de se comunicar de forma adequada. O assunto em
abordagem já mereceu atenção de vários pesquisadores, trazendo conclusões com simetrias e
assimetrias em muitos aspectos. Nisso, talvez seja essencial sublinhar as reflexões e constatações
comuns em COUDRY (1988), FEDOSSE (2000) e FORIGO (2007), ao considerarem que a
origem da semiologia das afasias é marcada pela preocupação localizacionista que caracterizou
os estudos do cérebro no século XIX.

Broca (1861/1969) foi o primeiro a postular uma localização para a linguagem e a mostrar que
ela é, de certa forma, independente de outros processos cognitivos. O mesmo descreveu um caso
de afasia motora, correlacionando alterações linguísticas de um sujeito a uma lesão na terceira
circunvolução frontal do hemisfério esquerdo – até hoje conhecida como “área de Broca” – e
usou o termo “afemia” para designar o que julgava ser a perda da faculdade da linguagem
articulada, responsável por traduzir as imagens mentais em imagens motoras ou, em outras
palavras, em movimentos.

0.1. Objectivos da pesquisa:


0.1.1. Geral:
 Analisar as afasias

0.1.2. Específicos:

i. Contextualizar as afasias;
ii. Descrever as tipologias das afasias;
iii. Explicar os sinais, sintomas e efeitos das afasias.

0.2. Metodologia
A pesquisa é de natureza bibliográfica, pelo que, o seu desenvolvimento resulta da adopção do
método bibliográfico. Vale ainda ressaltar que, quanto as técnicas de pesquisas usadas
consistiram primeiro na selecção de obras bibliográficas, após a identificação e selecção do
material, passamos para a fase da leitura e elaboração das fichas.

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1. Contextualização sobre as afasias
1.1. Conceito das afasias
Segundo COUDRY (1988: 26), a afasia é grosso modo definida como uma alteração de
linguagem e processos a feitos a ela, decorrente de uma lesão cerebral adquirida (em geral, no
hemisfério esquerdo). O mesmo autor acrescenta que, distintas etiologias, como acidentes
vasculares cerebrais, traumatismos cranioencefálicos e tumores podem causar afasia, que pode
ser acompanhada de sinais neurológicos (por exemplo, a hemiplegia) e distúrbios cognitivos
(como apraxias, agnosias, amnésias) de distintas ordens e graus de severidade.

Por seu turno, FEDOSSE (2000: 19), acrescenta que a afasia é uma perturbação da formulação e
compreensão da linguagem. Trata-se de uma alteração da função da linguagem, depois de ter
sido adquirida de maneira normal e não causada por dificuldade intelectual. Na mesma ordem de
ideias, MORATO (2000: 32), acredita que nem todas as afasias são não fluentes, ou seja, existem
pacientes (por exemplo com afasia de Wernicke) que apresentam um discurso fluente, sem
pausas nem alterações sintácticas mas com paragramatismo.

Das leituras feitas, percebemos que afasia1 se caracteriza, mais especificamente, por falhas na
compreensão e na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção
verbal, gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras. As constatações
sustentam-se ainda da ideia de FEDOSSE (2000: 19), que considera que a afasia pode ser
observada em criança que: ouve a palavra, mas não a interioriza com significado; demora a
compreender o que é dito; apresenta gestos deficientes e inadequados; confunde a palavra ou
frase com outras similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas
ou tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.

1.2. Visão geral sobre as afasias


A afasia pode ser definida como uma alteração na linguagem oral e ou escrita causada por lesões
cerebrais adquiridas, seja por Acidente Vascular Cerebral (AVC), tumor cerebral ou traumatismo
cranioencefálico. A afasia pode, na visão de FEDOSSE (2000: 19), de diferentes formas e com
graus de severidade, prejudicar a capacidade da pessoa de se expressar através da fala e da
escrita ou de compreender o que lhe é dito. De forma mais sintética, MORATO (2000: 32),

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Atualmente, há alguma confusão entre os termos disfasia e afasia. Ambos são distúrbios de linguagem e têm
consequências semelhantes; eles podem afetar a compreensão, expressão, nomenclatura e repetibilidade. No entanto,
como já mencionamos, essas consequências na afasia são o resultado de uma anomalia cerebral; Por outro lado, na
disfasia não há causa orgânica demonstrável que produza as anomalias. A disfasia se refere mais especificamente a
um problema no desenvolvimento da linguagem.
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reitera que a afasia é uma dificuldade de linguagem que decorre de lesão cerebral e que pode de
diversas maneiras afetar a comunicação e a vida prática de muitas pessoas.

Segundo COUDRY (1988: 27), a afasia pode e geralmente é acompanhada por alterações de
outros processos cognitivos e sinais neurológicos, como a hemiplegia (paralisia de um dos lados
do corpo), a apraxia (distúrbio da gestualidade), a agnosia (distúrbio do reconhecimento), a
anosognosia (relacionada à falta de consciência do problema por parte do sujeito cérebro-lesado),
dificuldades de deglutição (dificuldade para engolir a saliva e alimentos), etc. Sobre o mesmo
assunto, FEDOSSE (2000: 19), acrescenta que, em termos neurológicos, a afasia é uma das
sequelas possíveis das lesões cerebrais; dada à alta taxa de mortalidade dos AVCs, o afásico,
nesse sentido, é um sobrevivente.

O mesmo autor reitera que as afasias têm sido descritas no terreno da Neurolinguística como
perda ou alteração da metalinguagem (em geral, em seu sentido mais estrito, isto é, relativo à
capacidade de realizar operações metalinguísticas concernentes ao sistema linguístico e seus
diferentes níveis de constituição e funcionamento: semântico, sintático, fonético-fonológico,
pragmático, textual), com implicações. Por exemplo, na capacidade de evocar e selecionar
palavras, predicar, categorizar, argumentar, proceder a construções gramaticais, desenvolver e
manter o tópico conversacional, manipular processos textuais (como coesão, coerência,
informatividade, focalização, dentre outros) na fala e na escrita de acordo com a intenção
comunicativa e os propósitos discursivos, interpretar e produzir inferências de forma relevante,
participar a contento da dinâmica interacional.

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2. As tipologias das afasias
Segundo FORIGO (2007: 56), a afasia não é um conceito unidimensional. Existem várias
classificações para esta patologia, contudo, neste estudo, será dado maior ênfase, a apenas uma
classificação, que aponta três principais categorias essenciais, sendo:

a) Afasia de Broca ou Motora (Não-fluente)

Para FREIRE (2005: 35), a afasia de broca é um transtorno neurológico em que há


comprometimento da região do cérebro conhecida como área de Broca2, que é responsável pela
linguagem e, por isso, a pessoa possui dificuldade para falar, formar frases completas e com
sentido, apesar de conseguir compreender normalmente o que se é falado. Essa situação pode
acontecer com mais frequência como consequência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC),
no entanto também pode ser devido à presença de tumores no cérebro ou acidentes que possam
ter envolvido a cabeça. Por seu turno, FEDOSSE (2000: 20), realça que, a afasia de broca pode
ser permanente ou temporária dependendo da extensão do comprometimento. Independente da
gravidade, é muito importante que a pessoa seja acompanhada por um fonoaudiólogo, pois dessa
forma é possível estimular a região de Broca e, consequentemente, desenvolver a linguagem.

FORIGO (2007: 56), esclarece que, apesar de haver comprometimento da fala e da escrita, as
pessoas com afasia de broca conseguem compreender perfeitamente o que é lhe dito. No entanto,
como muitas vezes é difícil estabelecer uma comunicação efetiva, as pessoas com afasia de broca
podem tornar-se mais introvertidas, frustradas e com auto-estima mais baixa. Por isso, é
importante o apoio o apoio da família e dos amigos e realização de tratamento juntamente com o
fonoaudiólogo para melhorar a comunicação do dia-a-dia.

O tratamento da afasia de broca3 é feito juntamente com o fonoaudiólogo com o objetivo de


estimular a área de broca e, consequentemente, promover o desenvolvimento da linguagem,
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A afasia de Broca acontece nas regiões frontais do hemisfério, locais responsáveis pela expressão, ou seja, em
como as palavras vão se unir para formar frases. Por isso, o paciente não consegue formar frases completas nem
entender quando ditas por outras pessoas. Não usa artigos (o, a), conjunções (e, mas, logo, porque etc.) ou verbos de
ligação (verbos ser e estar, por exemplo). Quando não consegue encontrar as palavras corretas, muitas vezes usa
palavras próximas para dizer o que quer, podendo dizer “carro” quando quer dizer “caminhão”. Além disso, a pessoa
acometida por essa afasia não consegue encontrar os termos corretos para orientações espaciais ou de tempo, como:
esquerda, direita, para cima, para baixo.
3 Além da dificuldade para formar frases e com sentido completo, a afasia de broca tem algumas outras

características que permitem que seja identificada, como por exemplo: A pessoa sente dificuldade em dizer palavras
que querem, fazendo substituições que não fazem sentido no contexto; Dificuldade em construir uma frase com mais
de duas palavras; Alteração do som da palavra devido à mistura das letras, como por exemplo no caso de "máquina
de lavar" por "láquima de mavar"; A pessoa diz palavras que acha de existe e que acha que faz sentido, quando na
verdade não existe; Dificuldade em acrescentar palavras de ligação nas frases; A pessoa pode sentir dificuldade em
nomear objetos que já conhece; Fala lenta e pausada; Gramática simplificada; Pode haver também
comprometimento da expressão escrita.

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facilitando a comunicação. Inicialmente pode ser solicitado pelo fonoaudiólogo que a pessoa
tente se comunicar sem recorrer aos gestos ou aos desenhos, para que se possa saber de fato qual
o grau de afasia. Nas sessões seguintes, o fonoaudiólogo normalmente realiza atividades para
melhorar a linguagem da pessoa, podendo ser utilizados desenhos, gestos, cartões, entre outros
(Idem).

b) Afasia de Wernicke ou Sensorial (fluente)

Segundo COUDRY (1988: 29), a afasia de Wernicke, também conhecida por afasia fluente,
sensorial ou receptiva, caracteriza-se por uma alteração da comunicação verbal devido a uma
lesão cerebral na área de Wernicke, localizada na região posterior e superior da face externa do
lobo temporal do hemisfério esquerdo, responsável pela compreensão da linguagem falada. Uma
lesão na área de Wernicke pode conduzir à afasia de Wernicke. A área de Wernicke corresponde
a uma área de associação auditiva do hemisfério esquerdo. Não existe consenso sobre quais são
os limites exatos da área de Wernicke. Para FEDOSSE (2000: 22), a área auditiva primária
corresponde à Área de Brodmann (BA) 41 e alguns autores também incluem a área BA42. Pode-
se assumir que a área de Wernicke corresponde à área BA22, 21 e 37; normalmente a área BA39
também é incluída. A Afasia de Wernicke é uma síndrome clínica com características bem
definidas, mas com variabilidade significativa. Verifica-se:
 Afeção do repertório vocabular e dificuldades de compreensão;
 Podem existir dificuldades na discriminação da informação acústica da fala;
 Podem existir dificuldades na associação entre o léxico (palavras) e a semântica
(significado);
 O déficit situa-se na fonologia e nas palavras;
 Dificuldade na seleção de palavras e de fonemas; a sintaxe está preservada e às vezes
é mesmo usada em demasia;
 A fala é produzida sem esforço;
 Não é observada disartria;
 Fluência normal (frequentemente há um excesso de output linguístico);

Na visão de FEDOSSE (2000: 19), a afasia Sensorial é a mais comum. Para FREIRE (2005: 35),
a mesma caracteriza-se pela manifestação de sintomas como realização de um discurso fluente
mas confuso e sem sentido, com palavras trocadas ou inventadas, incapacidade para perceber o
discurso de outras pessoas ou para detetar erros no seu próprio discurso. O mesmo pode ser
causado por lesões nas áreas cerebrais da linguagem, devido a acidentes vasculares cerebrais,

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lesões no cérebro, tumores cerebrais ou outras lesões que afetem o cérebro, distúrbios
neurológicos ou infecções na região. O diagnóstico pode ser realizado com recurso a meios de
diagnóstico como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada e através da
avaliação da linguagem com a ajuda do médico, que pode testar a leitura e a escrita, solicitar a
repetição de palavras ou fazer perguntas, de forma a avaliar a doença.

c) Afasia Global
Na óptica de GOODGLASS & KAPLAN (1986: 23), a afasia global é uma “Perturbação
adquirida da linguagem caracterizada pela presença de discurso não fluente4, sendo frequente a
ausência de discurso ou a produção de estereótipo verbal numa fase inicial, no entanto a
linguagem automática poderá estar preservada. A capacidade de nomeação e repetição estão
perturbadas, bem com a compreensão auditiva de material verbal simples. A leitura e a escrita
encontram-se muito perturbadas. Frequentemente associada a apraxia bucofacial. Relacionada
com lesões extensas na região peri-sílvica com possível envolvimento subcortical.

Quando o ramo principal da artéria cerebral média esquerda fica afetado, pode resultar uma
afasia global. A afasia global é uma afasia com implicações extensas na linguagem observada em
casos nos que envolvem toda a área peri-sílvica do hemisfério esquerdo (área frontal, temporal e
parietal). A sua etiologia mais frequente é a oclusão do ramo major da artéria cerebral média do
hemisfério esquerdo, mas também pode resultar de múltiplas lesões. Pessoas com afasia global
apresentam tanto défices de expressão como de compreensão. Tipicamente, numa fase inicial a
pessoa apresenta uma ausência de fala ou uma linguagem expressiva limitada a estereótipo. A
hemiparesia direita é significativa. A compreensão de linguagem está seriamente afetada e pode
estar limitada só a alguns comandos muito curtos (Idem).

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Na afasia global: A repetição é impossível; Leitura e escrita severamente afetadas; Embora se possam observar
melhorias durante os meses e anos seguintes. A recuperação da linguagem é ligeira; A compreensão da linguagem
normalmente evolui e a pessoa normalmente torna-se capaz de compreender algumas palavras de alta frequência e
expressões estereotipadas (ex: Adeus); Num número significativo de casos pode ser necessária a introdução de
sistemas aumentativos de comunicação para compensar a perturbação severa.
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3. Os sinais, sintomas e efeitos das afasias

Sendo a Afasia uma alteração da linguagem, a mesma apresenta diferentes sintomas em cada
indivíduo, já que, a severidade e a extensão da afasia dependem, entre outras coisas, da
localização e da severidade da lesão cerebral, da competência linguística anterior e da
personalidade do indivíduo. Segundo COUDRY (1988: 29), algumas pessoas com afasia podem
entender a linguagem, mas tem problemas para achar as palavras certas. Outros ao contrário
tendem a falar em demasia, porem, o que eles falam é difícil de compreender.

Para GOODGLASS & KAPLAN (1986: 23), a reabilitação da afasia deve cumprir com os
objetivos de aumentar as capacidades linguísticas do paciente e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a
enfrentar a sua nova situação, reelaborando a confiança nele próprio. Quanto antes se iniciar o
tratamento e quanto mais frequentes forem as sessões, a recuperação será maior, sobretudo
durante o primeiro mês depois da lesão e no decurso dos seis meses seguintes. Posteriormente, a
taxa de evolução diminui, mas não cessa.

FORIGO (2007: 57), apresenta as principais causas da afasia, que são:

a) Trombose: causada principalmente por arterosclerose e hipertensão, costuma ser


rara em crianças;

b) Aneurisma: um desenvolvimento defeituoso ou inflamação nos vasos;


c) Tumores: dos tipos infiltrantes ou aquosos.

d) Doenças Infecciosas: como abscessos cerebrais e inflamações das meninges;


e) Traumatismo Craniano: são responsáveis pela maioria das afasias infantis;

f) Infarto Cerebral: ocasionado pelo não suprimento de sangue numa determinada


área do cérebro;

g) Trauma: podem ocorrer com traumas emocionais muito fortes, causando um


bloqueio na área da fala no cérebro.

MORATO (2000: 39), acrescenta que a interrupção do fluxo sanguíneo em alguma parte do
cérebro pode provocar uma lesão cerebral, levando ao acidente vascular encefálico (AVE). O
AVE é um quadro neurológico importante e deve ser tratado imediatamente, alguns sintomas
podem melhorar de forma espontânea ou terem consequências permanentes. Um indivíduo é
considerado afásico quando, do ponto de vista linguístico, o funcionamento de sua linguagem,
após lesão cerebral, não leva em conta determinados recursos de produção ou interpretação.
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Crianças que estão se desenvolvendo normalmente podem perder habilidades de linguagem,
devido a dano cerebral. Este distúrbio de linguagem adquirido é conhecido como afasia infantil.
A afasia, em crianças, é mais frequentemente causada por um dano cerebral traumático, mas
pode também ser causada por um derrame, doença infecciosa, tumor e convulsões. Semelhante à
afasia em adultos tipicamente as crianças adquirem déficit de linguagem após danos ao
hemisfério esquerdo (Idem).

Por seu turno, FEDOSSE (2000: 28), admite que, muitas crianças com afasia apresentam
problemas em compreender a linguagem falada, apesar da audição e da inteligência normais. Os
problemas de compreensão incluem dificuldade de entender frases complexas, seguir instruções
e ler. Já que ler, escutar e seguir instruções são atividades escolares frequentes, não é
surpreendente que crianças com afasia experimentem dificuldades acadêmicas. A afasia pode ser
observada em criança que: ouve a palavra mais não a interioriza com significado; demora a
compreender o que é dito; apresenta gestos deficientes e inadequados; confunde palavras ou
frases; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou tentativas
incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.

A Afasia se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e na expressão verbal,


relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal, gramática deficiente e anormal,
escolha equivocada de palavras. A revelação dos sintomas da afasia depende pela maior parte da
causa subjacente e afecta todos diferentemente. Os sintomas podem tornar-se de repente ou
podem tornar-se gradualmente durante um período de tempo nas condições tais como a
demência. Dificuldade na expressão da língua - isto pode envolver problemas em encontrar
palavras apropriadas, o uso aumentado de únicas palavras e de frases curtos, o uso do discurso
telegráfico etc. Dificuldade na compreensão da língua - isto pode envolver problemas com a
compreensão de palavras e de mensagens faladas. Os pacientes igualmente têm problemas
compreender a gramática e seguem o discurso rápido. Agrafia ou incapacidade comunicar-se
através das palavras escritas. Alexia ou prejuízos na capacidade da leitura (Idem).

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Conclusão

As afasias constituem transtornos adquiridos da linguagem expressiva e/ou recetiva devidos à


lesão cerebral. Salvo exceções, também se apresentam com alterações da leitura e escritura. São
transtornos muito frequentes em pessoas que sofrem algum acidente cerebrovascular e uma
patologia desconhecida para grande parte da sociedade atual. A afasia é provavelmente a maior
sequela ou limitação, do ponto de vista pessoal, social e económico, causada por um dano
cerebral. Portanto, a adaptação a uma perda brusca das capacidades linguísticas implica
numerosos ajustes emocionais e cognitivos, uma vez que é através da linguagem que as pessoas
canalizam o seu pensamento e se comunicam com a envolvente. A afasia não é um conceito
unidimensional.

As afasias têm sido descritas no terreno da Neurolinguística como perda ou alteração da


metalinguagem (em geral, em seu sentido mais estrito, isto é, relativo à capacidade de realizar
operações metalinguísticas concernentes ao sistema linguístico e seus diferentes níveis de
constituição e funcionamento: semântico, sintático, fonético-fonológico, pragmático, textual),
com implicações.

Sendo a Afasia uma alteração da linguagem, a mesma apresenta diferentes sintomas em cada
indivíduo, já que, a severidade e a extensão da afasia dependem, entre outras coisas, da
localização e da severidade da lesão cerebral, da competência linguística anterior e da
personalidade do indivíduo. Algumas pessoas com afasia podem entender a linguagem, mas tem
problemas para achar as palavras certas. Outros ao contrário tendem a falar em demasia, porem,
o que eles falam é difícil de compreender.

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Bibliografia
COUDRY, M. I. (1988). Diário de Narciso: afasia e discurso. Martins Fontes Ed. Ltda. São
Paulo, SP, Brazil.

FEDOSSE, E. (2000). Da relação linguagem e praxia: estudo neurolinguístico de um de afasia.


Dissertação de mestrado. Instituto de estudos da Linguagem.

FORIGO, D. (2007). A significação imagética no contexto das baterias de avaliação de afasias e


diagnósticos de demências e declínios cognitivos. Língua, Literatura e Ensino. V.3, p. 203-
213.

FREIRE, F. Agenda Mágica: linguagem e memória. Tese de Doutorado. Inédita. Campinas,


Instituto de Estudos da Linguagem, 2005.

GOODGLASS, H. & KAPLAN, J. Evaluación de La Afasia y de Transtornos Relacionados.


Editorial Medica Panamericana, Madrid, España, 1986

MORATO, E. M. “As afasias entre o normal e o patológico: da questão neuro(lingüística) à


questão social”. In: SILVA, F. L. da; MOURA, H. M. de M. (org.) Direito à fala: a questão
do preconceito lingüístico. Florianópolis: Insular, 2000.

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