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Semestre VI
2020
FAM - SP
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
Ambiente cirúrgico
• Setor do hospital onde se realizam intervenções
cirúrgicas, visando atender a resolução de intercorrências,
por meio de uma equipe integrada.
• Realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do
paciente, quanto ao controle de infecções;
• O ambiente cirúrgico e as atitudes dos participantes do
ato operatório são peculiares.
• Calmo e silencioso;
• Atenção com detalhes próprios e sistematização;
• Paramentação;
• Escovação das mãos e antebraços;
• Conhecimento dos materiais cirúrgicos.
Localização
• Deve ocupar uma área independente da circulação geral,
de preferencia de um andar separada;
• Livre de trânsito de pessoas e materiais estranhos ao Intervenção/Operação cirúrgica
serviço;
• Mínimo ruído possível; • É o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o
• Fácil acesso de pacientes provenientes das Unidades de cirurgião executa, na intenção da realização de ato
internação cirúrgicas, pronto socorro e UTI. cruento, com finalidade terapêutica, diagnóstica ou
estética.
Equipe • Operações fundamentais são atos cirúrgicos simples, que
associados permitem a execução de cirurgias complexas.
• Composta por médicos, cirurgiões, anestesistas,
instrumentadores, enfermeiros, técnicos de enfermagem Paramentação
e pessoal da limpeza;
• Integração com laboratório, radiologia, banco de sangue, • Utilização de roupas especiais – pijama cirúrgico.
anatomia patológica [...]. • Remover joias, pulseiras, anéis e relógios.
Cicatrização
“O processo de cicatrização tem como objetivo limitar o dano hemostasia) → posteriormente ocorre uma
tecidual e permitir o restabelecimento da integridade e vasodilatação (aumento de fluxo de sanguíneo para
funções dos tecidos afetados.” região).
Fases da cicatrização:
- Fase inflamatória;
- Fase proliferativa ou de fibroplasia; 2ª fase: inflamatória – vasodilatação
- Fase de maturação ou remodelação.
• Vasodilatação que ocorre decorrente de mediadores
Todas essas fases ocorrem imbricadas, ou seja, uma químicos; → chegada de um grande número de
é parcialmente coberta pela anterior e assim cobre a células para o local - leucócitos, neutrófilos,
subsequente. monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos.
- Neutrófilos: primeiras células a chegar no local →
combate e previne bactéria.
- Os monócitos, que estão dentro do vaso, ao saírem
do vaso e migrarem para o tecido se tornaram
macrófagos→ irão fazer a limpeza da ferida através
de fagocitose.
Os macrófagos são imprescindíveis para o processo
da cicatrização.
Maturação
• Duração: Aproximadamente 7 dias a meses;
• Remodelação, contração da ferida e ganho de força tênsil;
• Evolução da cicatriz que se torna mais claro e plana;
• Diminuição progressiva da vascularização, dos
fibroblastos e macrófagos; aumento do colágeno.
• Substituição do colágeno tipo III → colágeno tipo I;
- O colágeno tipo I é mais rígido e tem disposição em um
único sentido; já o colágeno tipo III é produzido
aleatoriamente e tem disposição em vários sentidos.
A força de tração é recuperada:
- 3% em 1 semana;
- 20% em 3 semanas;
- 80% em 3 meses. • Cicatrização por terceira intenção: ferida não suturada
inicialmente; em um primeiro momento fica aberta e após
a melhora do quadro infeccioso tem suas bordas
aproximadas e suturadas, no intuito de diminuir o tecido
de granulação. • Poucos pontos, mais largos – para
diminuir a área de cicatriz, mas nunca se compara a uma
cicatriz em “fio de cabelo”.
HABILIDADES CIRÚRGICAS
- Material de incisão: bisturi (muito mais delicado) x
tesoura; abrir a pele com o bisturi elétrico não é o mais
adequado, pois ele queima a pele;
- Uso de eletrocautério;
- Tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento;
- Bandagens;
- Área de tesão ou movimento – indicado fazer uma maior
imobilização do local.
• Fatores locais:
- Uso de corticosteróides;
- Radioterapia ou quimioterapia;
- Idade;
- Diabetes melitus descompesada;
- Hiperadrenocorticismo;
- Fumo;
- Hipoproteinemia;
- Hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação (a
primeira fase da cicatrização não ocorre como deveria);
- Choque hipovolêmico;
- Uso de anti-inflamatórios – no pós operatório é
interessante o uso para o controle da dor, porém, por
poucos dias, para não atrapalhar o processo cicatricial;
- Oxigênio hiperbárico e fototeratia.
Cicatrização patológica
1. Coloração;
2. Malignização;
3. Cicatrização excessiva.
TRANSTORNOS DA PIGMENTAÇÃO
Hiperpigmentação: cicatriz fica mais corada. Pode ocorrer
em qualquer raça, mas é mais comum na raça negra.
MALIGNIZAÇÃO
QUELOIDE
• Ocorre quando há feridas crônicas, dificuldade de
cicatrizar – acomete geralmente diabéticos, pacientes • Estágio avançado de cicatriz hipertrófica;
com insuficiência vascular; • Elevado, avermelhado e muito pruriginoso;
• Essa úlcera que não cicatriza ao longo do tempo pode • Ultrapassa o limite do trauma;
gerar uma alteração da inibição por contato da • Invade o tecido normal adjacente de forma irregular;
celularidade quando encosta uma borda na outra → Pode • Não tem tendência à regressão;
formar carcinomas de células escamosas na ferida. • Pouca resposta ao tratamento.
CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA
• Vários fatores podem influenciar: infecção, desnutrição,
hipóxia, irradiação, idade e drogas (corticosteróides, beta-
aminopropionitrila, D-penicilamidacochicina, colchicina e
agentes quimioterápicos).
CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA
Cicatriz hipertrófica e queloide: são praticamente iguais –
ocorrem em estágios diferentes.
• Incidência:
- Raça negra e amarela;
- Jovens entre 10 e 30 anos;
- Hereditariedade: inconclusivo;
- Regiões torácica anterior e posterior, e deltóidea;
- Raro: pálpebras, genitais, região palmar e plantar.
CICATRIZ HIPERTRÓFICA
• Cicatrizes mais elevadas, avermelhadas e pouco Cicatriz hipertrófica x queloide
pruriginosas;
• É mais elevada, mas não ultrapassa a área do trauma;
• Podem regredir espontaneamente;
• Boa resposta ao tratamento.
HABILIDADES CIRÚRGICAS
• TRATAMENTO:
- Cirúrgico;
- Corticóides;
- Placas de silicone que fazem pressão local para cicatriz
hipertrófica;
- Radioterapia local;
HABILIDADES CIRÚRGICAS
Instrumentação Cirúrgica
- Exemplo: escolhe uma gastrostomia ao invés de uma
Cirurgia gastrectomia ou determinada via de acesso.
• Tática cirúrgica: estuda as vantagens e desvantagens da - Tipo arco de violino: incisões longas retilíneas ou curvas
aplicação de um dos métodos, entre os vários existentes: suaves.
- De acordo com a situação;
- Aspectos clínicos e anestésicos do paciente;
- Alterações anatômicas locais;
- Opção do cirurgião – visando o melhor para o paciente;
HABILIDADES CIRÚRGICAS
Incisão: feita de uma vez só, em um único movimento. Iniciar A tesoura de Metzenbaum, apesar de ser maior que a de
perpendicular ao tecido, prosseguir em 45º e terminar vertical Mayo, é mais delicada.
(entra em 90º, puxa em 45º e termina em 90º).
- Tesoura vascular de Potts-smits: tem pontas finas e
- A incisão deve ser feita em um único movimento, de uma anguladas em vários ângulos - cortar vasos.
vez só, sem levantar o bisturi – movendo o pulso ao
mesmo tempo que traciona o braço.
Nº 3 tem uma incisão mais delicada que o nº 4 - Bisturi elétrico: ato de cortar com corrente elétrica; gera
• Tesura: Secção - ato de cortar com tesoura, serra ou calor. Pode ser monopolar ou bipolar:
bisturi elétrico. ▪ Bisturi monopolar:
- Metzembaum: utilizada para divulsionar tecidos o Corrente através do paciente;
orgânicos e fios na cavidade. Menos traumática, com o Hemostasia rápida e efetiva;
extremidades finas e delicadas. o Mais agressivo;
o Necessita placa (terra);
o Dispersa mais energia;
o Maior risco de queimadura;
▪ Bipolar:
o Corrente entre duas mandíbulas;
o Corrente não dispersa no paciente;
o Mais lento;
o Maior precisão de coagulação;
o Permite uso próximo a estruturas delicadas;
o Área coagulada é menor;
- Mayo: mais traumático; para secção de fios na superfície
o Menor risco de lesão;
e para cortar tecidos não orgânicos (gaze, fio).
o Não corta, apenas coagula;
- Bisturi de Argônio: secção – ato de cortar com gás Rugina Doyen: para costelas
ionizado. Coagulação mais homogênea e pouco profunda.
A energia térmica produz calor superficial e de maneira
uniforme, coagulando os vasos superficiais.
Vela de Hegar
Dilatador uretral
HABILIDADES CIRÚRGICAS
Hemostasia
• Processo que tem por objetivo impedir ou coibir a
hemorragia.
• A recuperação da hemostasia eficiente ultrapassa a
própria duração da cirurgia.
- Evita perde excessiva de sangue; • Crile: entalhe em toda a pinça;
- Propicia melhores condições técnicas pra cirurgia; - Pinçamento de vasos viscerais – curva;
- Favorece a cicatrização da ferida; - Repara de fios – reta.
- Previne a infecção e deiscências;
- Evita reoperação para drenagem de hematomas.
TIPOS DE HEMOSTASIA
• Temporária: executada no campo operatório ou a
distância, sendo restabelecido o fluxo sanguíneo a seguir.
Pode ser cruenta ou não;
→ Pinçamento: Com pinças hemostáticas atraumáticas, por
curto tempo; • Halsted: mosquito, pequeno e delicado, entalhe em toda
→ Compressão: Cruenta ou à distância, digital (entre a pinça → A mais delicada.
indicador e polegar) ou contra a superfície óssea;
- Pinçamento de vasos pequenos superficiais – curva;
→ Garroteamento: é incruento. Faixa de Smarch, manguito
- Reparo de fios mais delicados – reta.
pneumático;
→ Ação farmacológica: Drogas hipotensoras ou
hemostáticas (vasoconstritoras)
→ Parada circulatória com hipotermia: Sofisticado, de
aplicação limitada. Ex: Cirurgia cardíaca;
→ Oclusão endovascular: Balão introduzido na luz do vaso.
Ex: Cirurgia vascular
INSTRUMENTOS
• Kelly: possui entalhe na matade anterior da pinça;
- Pinçamento de vasos – curva;
- Pinçamento de fios – reta.
HABILIDADES CIRÚRGICAS
ESPECIAIS OBS: Toda vez que uma pinça tem o cabo dourando,
significa que é um equipamento de maior delicadeza,
• Mixter: pinça hemostática mais longa e curva, entalhe maior qualidade, maior precisão;
parcial na pinça;
- Para pinçamento de vasos mais profundos e pedículos
vasculares e também para dissecção de tecidos e
passagens de fios cirúrgicos.
Síntese
• Aproximação das bordas de tecidos seccionados ou
ressecados.
PINÇAS DE DISSECÇÃO: utilizadas para segurar o tecido
- Manutenção da contiguidade dos tecidos;
durante a síntese; mas são utilizadas também durante a
- Visa facilitar o processo de cicatrização;
diérese, por exemplo.
- Deve resistir às trações e tensões;
- A síntese deve resistir até que a cicatrização esteja com • Pinça anatômica
resistência suficiente para unir os tecidos;
- Suturas, grampos e adesivos cirúrgicos.
INSTRUMENTOS
PORTA AGULHAS
AGULHAS
Instrumentos especiais
5. Afastador de Doyen: para cavidade abdominal – de
- Ficam no 4º quadrante da mesa cirúrgica; maior empunhadura.
- Instrumentos com finalidades variadas e de acordo com a
especialidade cirúrgica;
- Podem auxiliar na apresentação do campo operatório,
vedar a saída de líquidos ou secreções corpóreas, auxiliar
na hemostasia, levar fios ao campo cirúrgico, variam
amplamente com o tipo de cirurgia.
INSTRUMENTOS
• AFASTADORES MANUAIS
1. Afastador de Farabeuf: mais comum; utilizado na pele, • AFASTADORES AUTOSTÁTICOS – possuem mecanismo de
subcutâneo e músculos. trava, permanecendo abertos.
1. Afastador de Gosset: usado para parede abdominal – vem
na caixa de laparotomia exploratória;
- Espátula maleável;
- Espátula de Deaver.
HABILIDADES CIRÚRGICAS
SINAIS
- Especiais: 4º quadrante;
- Síntese: 3º quadrante (encostado no paciente);
- Hemostasia: 2º quadrante;
- Diérese: 1º quadrante. (encostado no paciente);
MESA DE INSTRUMENTAÇÃO
Ferimentos e feridas
Qualquer lesão ou perturbação produzida em qualquer tecido
por um agente externo.
Classificação
Feridas
É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos,
podendo ser superficial ou profunda, e que deve se fechar em
até 6 semanas;
intensa.
• Tecido necrótico: isquemia, tecido não viável;
Fios de sutura
• São materiais flexíveis, de secção circular, com diâmetro
muito reduzido em relação ao comprimento, utilizados
para aproximar tecidos incisados cirurgicamente,
lacerados em traumatismos ou para ligar vasos
sanguíneos;
• As suturas favorecem a cicatrização de ferimentos ou
incisões por primeira intenção;
• Tem como objetivo manter a aproximação das bordas de
tecidos seccionados, com materiais que resistam as
tensões e trações da ferida, até pelo menos a segunda
fase da cicatrização (fibroplasia).
- Se for absorvível, ter seu tempo de absorção
previsível;
- Se for inabsorvível, que seja encapsulado sem
complicações. Escolha do fio
• O fio de sutura deve ter força proporcional ao tecido que
está sendo suturado;
• 3.500 anos A.C. já haviam referências às suturas; • A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo
• 1.000 anos A.C. uso de mandíbulas de formigas; ganho de resistência da cicatriz;
• Século IV A.C uso de tendão como fio; • As alterações biológicas provocadas no processo de
• Século II A.C, Galeano usou intestino de herbívoros como cicatrização pelo fio de sutura devem ser conhecidas;
fio. • Tipo de tecido a ser suturado;
• Século XIX, Lister desinfetava os fios cirúrgicos com ácido • Localização do tecido a ser suturado (área de
carbólico;
movimentação, tensão)
• 1900 Amplo uso de suturas: intestino animal, seda e
• Espessura do tecido a ser suturado;
tendões de canguru;
• Tamanho da incisão;
• Na I Guerra Mundial aconteceu grande salto na
• Tempo necessário para a cicatrização do tecido;
industrialização e esterilização dos fios cirúrgicos;
• Se há tensão sobre o tecido;
• A partir da segunda metade do século XX (1970),
• Características do paciente (idade, estado nutricional,
produzidos os fios sintéticos absorvíveis.
doenças);
• Preferência do cirurgião.
Memória/plasticidade
• É a capacidade que o fio tem de manter-se sob nova forma • Quanto ao fundo:
após tracionado; - Traumática: deve-se montar o fio na agulha;
• Dificuldade de manuseio;
• Os nós ficam torcidos;
• Fios Monofilamentares apresentam mais memória.
Coeficiente de atrito
• Fios com alto coeficiente de atrito tendem a não deslizar
nos tecidos, mas também são mais difíceis de desatar o nó
cirúrgico espontaneamente;
• Os fios monofilamentares, em geral, tem mais facilidade - Atraumática: fio já vem montado na agulha e o calibre
em desatar seus nós (menor coeficiente de atrito) – do fio não é maior que o próprio calibre da agulha.
suturar um vaso.
Reação tecidual
• É o grau de reatividade causada pelo fio. Varia conforme
o material e o calibre do fio;
• Fios inabsorvíveis dão menor reação tecidual;
• Reação tecidual excessiva, favorece a infecção.
Agulhas de sutura
• Quanto à ponta:
→ Cilíndrica
Características dos fios
• Catgut Simples (embalagem amarela):
- Feito a partir de fitas de colágeno da submucosa do
intestino delgado de carneiro;
- Biológico, Absorvível, Multifilamentar - não indicados;
→ Prismática/cortante/triângular muito pouco usados;
- Simples mantém força tênsil por 7 dias e absorção em
10-14 dias;
HABILIDADES CIRÚRGICAS
paciente que esteja um pouco mais desnutrido, idoso –
será que 21 dias é o suficiente?
• Catgut Cromado:
- Catgut Cromado (sais de Cromo) mantém força tênsil
por 10 dias e absorção em 90 dias;
- Desencadeiam reação inflamatória tecidual intensa ao
• Poliglecaprone 25 - Monocryl, Caprofyl, Midsorb
seu redor, mais evidente no simples. Reação de corpo
(embalagem rosa):
estranho. Quebradiço, se ressecado.
- Sintético, Absorvível, Monofilamentar – vantagens de ser
- Cada vez menos usado, usado em pele, mucosas, em
monofilamentar: menor chances de infecção, pode ser
ginecologia.
usado em um sítio infeccioso;
- Único fio que vem embebido no álcool – para manter o
- Perda total da resistência tênsil em 14 dias e absorção em
fio hidratado.
90 - 120 dias;
- Indicado na pele e em suturas em tecidos delicados em
geral – fio de escolha para sutura intradérmica;
- Pouca reação tecidual.
• Aço - Aciflex
• Poliamida – Nylon (embalagem verde):
- Biológico, Inabsorvível, Monofilamentar;
- Sintético, Inabsorvível, Monofilamentar;
- Composto por ferro, cromo, níquel e molibdênio;
- Derivado das poliamidas;
- Maior resistência tecidual de todos os fios, permanente;
- Grande resistência tênsil, perde 20% ao ano;
- Tendência a cortar os tecidos, manuseio difícil, pode se
- De difícil manipulação, duro, não produz nó firme (firmar
quebrar;
bem o 3º semi nó);
- Pode ocorrer necrose tecidual pelo trauma das pontas;
- Elástico e resistente a água;
- Nós muito seguros;
- Muito usado em sutura da pele;
- Usado em tecidos de cicatrização lenta. Cirurgia
- Pouca reação tecidual.
ortopédica;
- Ausência de reação tecidual.
Indicações de uso:
• Para pele: Nylon ou Poliglecaprone (Monocryl, Caprofyl, Midsorb);
• Para fechar aponeurose ou suturas intestinais: Vicryl (indivíduo
jovem, com boa condição física) ou prolene (indivíduos com uma
cicatrização ruim);
• Vias urinárias, vias biliares: PDS
HABILIDADES CIRÚRGICAS
Anestésicos Locais
Anestésicos locais
• Drogas que injetadas localmente, interrompem de forma
transitória os impulsos nervosos em células
neuroexcitáveis, sem produzir inconsciência.
• Substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma
reversível.
→ Nativos dos Andes – Mastigavam folhas de Erythoxylon
coca (cocaína) –dormência na língua;
→ Carl Koller (1884) – Cocaína como anestésico tópico para
cirurgias oftálmicas;
→ Halstead popularizou sua aplicação na infiltração e
anestesia;
→ Substituição da cocaína (toxicidade e propriedades
estimulantes);
→ Procaína – Substituo sintético da cocaína em 1905;
• Lidocaína – xilocaína atual
Aplicação
Podem ser administrados por injeção ou de forma tópica, na
área das fibras nervosas a serem bloqueadas.
Mecanismo de ação
• Agem na membrana celular dos nervos, bloqueando o
processo de excitação - condução;
Infiltração direta – sob o local; • Interrompem a condução do estímulo nervoso por
bloquearem a condutância dos canais de sódio da
membrana, impedindo a deflagração do potencial de
ação;
• São bases fracas que carregam uma carga positiva no
grupo amida, em pH fisiológico → se tiver um pH ácido o
anestésico não tem uma boa ação.
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
• Apesar dos AL serem bases fracas, os preparados
farmacêuticos são levemente ácidos.
• Nos tecidos orgânicos - pH alcalino (pH = 7,4), há
tamponamento do ácido e liberação da base não-
ionizada, passível de ser absorvida;
• Quando o pH do meio é ácido, como nos tecidos
inflamados, a absorção do AL fica prejudicada,
prejudicando sua ação;
• Suplementação excessiva de doses no mesmo local,
determina menor resposta, pois esgota a capacidade de
tamponamento do meio, não liberando a base;
• Dependendo da dose podem provocar paralisia motora.
Classificação
• Ésteres
- Cocaína (não é utilizada);
- Procaína – Novocaína;
- Cloroprocaína – Nesacaína;
- Tetracaína (uso tópico);
- Benzocaína (uso tópico) – pastilhas para gargante, por
exemplo.
Características
• Potência: relação direta com a lipossolubilidade da droga
– quanto mais ela consegue entrar na membrana da
célula;
• Duração: relação direta com o grau de ligação com
proteínas plasmáticas – quanto mais ela se liga às
proteínas plasmática mais vai durar;
• Velocidade de ação: relação inversa com o grau de
ionização – quanto mais ioniza a droga menor vai ser a
velocidade
Farmacologia
Efeitos adversos
• Ações Cardiovasculares: Toxicidade
- Redução da frequência cardíaca;
- Colapso cardíaco • Taxa de absorção sistêmica depende do local da injeção:
• Ações Centrais Intravenosa > Intratraqueal > Intercostal > Caudal >
- Ansiedade com tremores, euforia e agitação; Paracervical > Epidural> Plexo Braquial > Isquiático >
- Convulsões; Subcutâneo
- Depressão respiratória • Ocorre quando o anestésico local atinge outras
• Reações Alérgicas membranas excitáveis em quantidade suficiente para
causar bloqueio;
• Quanto mais potente, maior sua toxicidade!
Tratamento de toxicidade
• Suporte clínico
- Ventilação - Oxigenação à 100%
• Evitar drogas depressoras!
• Manter débito cardíaco - Combater taquicardia;
• Corrigir acidose;
• Abortar convulsões;
Em caso de PCR:
Gestantes
• O AL mais seguro para a gestante é a lidocaína associada
a vasoconstritor (adrenalina ou noradrenalina) a
1:200.000;
• Os vasoconstritores felipressina e fenilefrina são
contraindicados por apresentarem ação ocitóxica;
• A prilocaína pode provocar meta hemoglobinemia fetal,
com sérias consequências;
• A ropivacaína só foi suficientemente avaliada em Lidocaína
bloqueios peridurais, até agora com bons resultados;
• Lidocaína em casos de suturas de emergência; • Início de ação: rápido (1-5 minutos);
• Tempo de ação:
Doses máximas de anestésicos locais - Sem Vasoconstritor: curto (30-60 minutos);
- Com Vasoconstritor: médio (120-360 minutos);
• Dose máxima:
- Sem Vasoconstritor: 4,5 mg/kg; - Não exceder 300mg
- Com Vasoconstritor: 7 mg/kg
Bupivacaína
• Início de ação: em média 15 minutos;
• Tempo de ação:
- Sem Vasoconstritor: médio (120-240 minutos);
Associação com a adrenalina: Diminui o efeito tóxico - Com Vasoconstritor: longo (180-420 minutos)
• Dose máxima:
- Sem Vasoconstritor: 2,5 mg/kg - Não exceder 175mg;
- Com Vasoconstritor: não exceder 225mg
Ropivacaína
• Início de ação: lento (10-30 minutos);
• Tempo de ação: médio (120-360 minutos);
• Dose máxima: não exceder 200mg
2. Antissepsia da pele
Principais anestésicos locais: Lidocaína, Bupivacaína,
3. Com Cloroxedina ou iodopovidine;
Ropivacaína
4. Introdução da agulha à 30 ou 45 graus;
Apendicite aguda
• É a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico;
Drenagem
• É a causa mais comum de abdome agudo inflamatório não
traumático; Veia apendicular → veia íleo-ceco-apendico-cólica → Veia
• Patologia mais importante do apêndice cecal; cólica direita → Veia mesentérica superior → veia porta
• Ocorre em qualquer idade, mais comum entre 20-40 anos;
• Acomete 7-10% da população;
• Incidência semelhante entre os sexos;
• 10% das apendicectomias são desnecessárias – difícil
diagnóstico
ANATOMIA
• Localizada no FID;
• É um divertículo intestinal com fundo cego;
• Massa de tecido linfoide;
• Origem na face póstero-medial do ceco, inferior a junção
ileocecal;
• Inervação: plexo mesentérico superior;
• Fibras simpáticas e parassimpáticas.
Localizações do apêndice
•
Vascularização •
Posição clássica: Fossa ilíaca direita – Subcecal;
Retrocecal – fica atrás do ceco (bloqueado): o quadro
Artéria mesentérica (seu primeiro ramo é a cólica média e o clínico é mais insidioso e com diagnóstico tardio;
segundo ramo é a cólica direita); → Cólica direita → ramo: • Pélvica (mais longo);
artéria íleo-ceco-apêndico-cólica → ramo: artéria • Pré-ileal;
apendicular . • Pós-ileal
• Subcecal
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
• Febre baixa;
• Disúria em alguns casos – apêndice longo encostado na
parede da bexiga;
• Em 50% dos casos sintomas típicos;
→ Imunodeprimidos:
• Igual aos idosos.
EXAME FÍSICO
DIAGNÓSTICO
❖ Clínico
• primeiro sintoma é habitualmente perda de apetite,
anorexia;
• A dor começa no mesogástrio (dor visceral) e depois migra
para a FID (dor parietal);
• Náuseas e vômitos;
• Alteração do hábito intestinal;
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
• US de abdome total
- Diâmetro do apêndice maior que 6 mm;
- Líquido periapendicular;
- Fecalito dentro da luz apendicular;
- Apêndice não depressível.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
TRATAMENTO
• Linfadenite Mesentérica;
• Antibioticoterapia;
• Gastroenterites agudas;
• Hidratação;
• DIPA;
• Analgesia – só após confirmar o diagnóstico;
• Ruptura de folículo ovariano;
• Cirurgia.
• Gravidez ectópica;
❖ O prognóstico depende do diagnóstico precoce.
• Cisto ovariano hemorrágico;
• Pielonefrite aguda;
• Cólica nefrética; Apendicectomia aberta x
• Doença de Crohn;
• Diverticulite de Meckel; apendicectomia laparoscópica:
• Úlcera péptica perfurada;
• Tuberculose intestinal; A literatura não é conclusiva quanto a recomendação
• Outras. preferencial à um dos métodos.
• Indicações:
- Ausência de equipamento;
- Cirurgias abdominais prévias;
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
- Hérnias abdominais;
- Distensão abdominal;
- Peritonite difusa (?);
- Coagulopatias graves;
- Insuficiência cardiopulmonar.
→ Mais acessível;
→ Menor taxa de abcessos intracavitários;
→ Maior taxa de infecção da ferida cirúrgica;
→ Menor custo
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello
Apêndice fase 1
• Anestesia geral;
• Colocação dos trocaters;
• Apêndice na junção das tênias;
• Ligadura da artéria apendicular com clips metálicas;
• Ligadura e secção do coto apendicular com grampeador Apêndice fase 2
linear cortante;
• Exérese do apêndice com saco coletor;
• Limpeza da cavidade.
Aspecto final
Causas
• Apendicite aguda;
• Colecistite aguda;
• Pancreatite aguda;
• Diverticulite aguda;
• Doença inflamatória pélvica;
• Abcessos intra-abdominais – de qualquer origem;
• Peritonites primárias e secundárias;
• Colangite;
• Hepatite fulminante;
• Pielonefrite aguda
Exames de imagem
• Radiografia simples de abdome em decúbito, ortostase e
cúpulas diafragmáticas;
• US abdome total: é diagnóstico na maioria dos casos;
• TC de abdome com contraste VO e EV se US não esclarecer
ou em forte suspeita de diverticulite aguda grave;
Exames de imagem
Exames de imagem • Radiografias simples de abdome em decúbito, ortostase e
• Radiografia simples de abdome em decúbito, ortostase e cúpulas diafragmáticas;
cúpulas diafragmáticas; • US: abdome - pouco efetivo;
• US: abdome não ajuda; • TC de abdome com contraste VO e EV se Rx não
• TC abdome com contraste VO e EV se não houver esclarecer.
resolução em 48h de tratamento clínico ou de acordo com
suspeita clínica.
Pneumoperitôneo
Causas
• Gravidez ectópica rota;
• Cisto ovariano hemorrágico;
• Ruptura de aneurisma de aorta abdominal;
• Ruptura de baço espontânea;
• Necrose tumoral;
• Endometriose
Exames de imagem
• Radiografia simples de abdome em decúbito, ortostase e
cúpulas diafragmáticas (apenas para descartar outras
causas);
• US abdome é o exame mais importante;
• US transvaginal pode ser muito útil;
• TC abdome em casos selecionados.
Causas
• Isquemia intestinal;
• Trombose mesentérica;
• Torção do grande omento;
• Torção de pedículo de cisto ovariano;
• Infarto esplênico
Exames de imagem
• Radiografia simples de abdome em decúbito, ortostase e
cúpulas diafragmáticas;
• US: abdome não ajuda;
• TC abdome em contraste EV e VO: angiografia (fase
arterial e portal) é o melhor exame. EXAMES LABORATORIA IS
❖ Hemograma:
• Dosagem de ureia e creatinina;
• Eletrólitos e gasometria arterial;
• Bilirrubina, transaminases, fosfatase alcalina, gama GT,
amilase e lipase;
• Coagulograma;
• Exame de urina
❖ Exames de imagens:
Sofrimento de alça intestinal • Radiografia abdominal;
• Ultrassom;
• Tomografia computadorizada de abdome total;
• Ressonância magnética;
• Arteriografia;
• Cintilografia;
• Endoscopia digestiva alta;
• Colonoscopia;
• Paracentese abdominal;
• Laparoscopia.
TRATAMENTO
• Tratamento varia conforme a etiologia;
• Na maioria das vezes a definição da síndrome clínica
permite iniciar o tratamento, mesmo sem o diagnóstico
etiológico preciso;
• O tratamento definitivo depende do diagnóstico correto
da etiologia do abdome agudo;
• Abdome agudo perfurativo e hemorrágico tem
tratamento cirúrgico na grande maioria dos casos.
→ Alguns exemplos:
• Abdomên agudo inflamatório:
- Apendicite aguda: cirurgia aberta ou laparoscopia;
- Colecistite aguda: antibioticoterapia ou cirurgia;
- Pancreatite aguda: jejum, hidratação e sintomáticos;
- Salpingite aguda: antibioticoterapia ou cirurgia;
- Diverticulite aguda: antibioticoterapia ou cirurgia.
• Abdomên agudo perfurativo:
- Úlcera perfurada: cirurgia;
- Perfuração por corpo estranho: cirurgia;
• Abdomen agudo vascular:
- Trombose mesentérica: anticoagulação;
• Abdômen agudo hemorrágico:
- Sangramento digestivo: embolização;
- Prenhez ectópica: cirurgia;
- Embolia arterial: embolectomia (arteriografia)
• Abdomen agudo obstrutivo:
- Aderências intestinais: sondagem nasogástrica;
- Tumor de cólon obstrutivo: cirurgia