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No dia 08 de Abril tivemos a terceira vivência sobre Grupo Psicoterápico.

O grupo
Psicoterápico ou Grupo Terapêutico, possui esse nome porque consiste de pessoas que
apresentam o mesmo tipo de necessidades. Destacamos alguns nomes e suas contribuições de
suas teorias, sendo eles: Bion, M. Klein e Zimmermann.
Bion fortemente influenciado por M. Klein, criou e difundiu conceitos totalmente
originais acerca da dinâmica do campo grupal, entre as suas contribuições, vale destacar a sua
concepção de que qualquer grupo movimenta-se em dois planos: o primeiro, que ele
denomina como “grupo de trabalho”, opera no plano do consciente e está voltado para a
execução de alguma tarefa; e o grupo de “pressupostos básicos”, o qual está radicado no
inconsciente e suas manifestações clínicas correspondem a um primitivo atavismo das pulsões
e de fantasias inconscientes.
Bion formulou três tipos de supostos básicos, sendo eles:
- Dependência (o grupo é bastante incapaz de enfrentar os medos e as emoções) onde irão
operar numa dependência, ou seja, ficará totalmente dependente do líder.
- Luta e Fuga, operam de natureza paranoide, requer uma liderança de natureza tirânica para
enfrentar o suposto inimigo ameaçador.
- Pareamento: também conhecido como “acasalamento”, alude à formação de pares no grupo,
que podem se acasalar e gerar um messias salvador; portanto, é um suposto inconsciente que,
para se manter, exige um líder que tenha algumas características místicas.
Em todo grupo coexistem duas forças contraditórias permanentemente em jogo: uma
tendente à sua coesão e a outra à sua desintegração.
No campo grupal circulam ansiedades, que resultam tanto de conflitos internos como
podem emergir em função das inevitáveis e necessárias frustrações impostas pela realidade
externa, e precisa ser e precisa ser trabalhado pelo coordenador, essas ansiedades podem ser
de natureza:
- persecutória (ansiedade paranoide)
- depressiva (medo da perda)
- confusional (de confusão, de não saber como lidar)
- aniquilamento (ninguém me vê; não me vejo nesse grupo)
- engolfamento (A pessoa não irá se manifestar
- perda de amor ou a de castração (angustia de perder o grupo) que resultam tanto de conflitos
internos como podem emergir em função das inevitáveis e necessárias frustrações impostas
pela realidade externa, e precisa ser e precisa ser trabalhado pelo coordenador.
A vivência foi realizada no salão de Atos logo após o intervalo, a coordenadora do
grupo foi a professora Katiê, que nos expôs qual seria a tarefa: sentar em círculo e construir
juntos uma música com as potencialidades e dificuldades da turma. O início foi como nas
outras vivências, houve resistência da turma e quase ninguém se manifestou.
Nessa vivência pude identificar alguns papéis onde a Adriane, iniciou como a porta-
voz do grupo na tentativa de liderar a tarefa, no entanto ao expor suas ideias o grupo não
concordou, tornando-a o bode expiatório, onde o conteúdo falado foi apenas opinião dela e
não do grupo. .
A pré tarefa foi caracterizada pela ansiedade, onde os alunos conversavam entre si e
não participavam em conjunto, o grupo não estava coeso e trabalhamos na desintegração não
conseguimos concluir a tarefa, ou seja, a música não foi construída, quando questionados de
tal atitude, alguns relatos foram de desconforto em expor suas ideias.
Identifiquei também o papel de sabotador onde o Gabriel interrompendo o grupo,
apresentou a música que havia feito de forma individual, querendo sabotar o que estava sendo
feito pela turma, usando também um mecanismo de defesa da negação, onde ignorou o que
estava sendo feito pela turma e resolveu fazer sozinho.
Houve também uma atuação, como mecanismo de defesa feita pelo Pedro, onde num
determinado momento ele virou-se para a professora e gritou em sua direção “PAAAH”,
atuação foi o significado dessa atitude, querendo que os colegas ajudassem na atividade, ele
não conseguiu se expressar de forma verbalmente, por isso atuou.
Nessa terceira vivência, o pressuposto básico observado foi a luta e fuga, gerando uma
ansiedade paranoide, formando um conflito interno transcorrido pelo grupo, ficando nítido o
silêncio e a resistência em falar durante a atividade, por medo de se expor e não ser aceito,
não acolhido ou ao falar sentir-se-ia mal. A vivencia teve uma duração de aproximadamente
40 minutos.
Finalizando as três vivencias, entende-se o quão rica foram essas experiências
enquanto fenômeno grupal. O grupo em sim mostrou-se desintegrado no aspecto “grande
grupo”, no entanto, nos subgrupos mostrou-se coeso.
Referencias Bibliográficas

LIMA, Adriana Bezerra. Trabalho em grupo: ferramenta para mudança. Petrópolis:


Vozes, 2001.

PICHON-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes,


2009. 286 p.

ZIMERMAN, D. E. Psicoterapia Analítica em Grupo. In:_______. Fundamentos


Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999. p.437-450

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