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A Bíblia e as profecias

Sábado à tarde
Ano Bíblico: Jó 15-17
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e
o santuário será purificado” (Dn 8:14)
LE ITU R A S D A SEMA N A :  Dn 2:27-45; Jo 14:29; Nm 14:34; Dn 7:1-25; Dn
8:14; 1Co 10:1-13

As profecias bíblicas são essenciais para nossa identidade e missão. Elas apresentam um
mecanismo interno e externo para confirmar a exatidão da Palavra de Deus. Jesus disse:
“Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais” (Jo 14:29;
veja também
Jo 13:19). A pergunta crucial é: como podemos interpretar as profecias corretamente a fim
de saber quando elas realmente aconteceram?

Durante a Reforma, os reformadores adotaram o método historicista. Esse método é o


mesmo que Daniel e João usaram como chave para sua própria interpretação. O método
historicista considera as profecias um cumprimento progressivo e contínuo da História,
começando no passado e terminando com o reino eterno de Deus.

Nesta semana estudaremos os pilares da interpretação profética historicista. “Devemos ver


na História o cumprimento da profecia, estudar as operações da Providência nos grandes
movimentos reformatórios, e entender o progresso dos acontecimentos ao ver as nações -
mobilizando-se para o combate final do grande conflito” (Ellen G. White, Testemunhos
Para a Igreja, v. 8, p. 307).
Domingo, 07 de junho
Ano Bíblico: Jó 18, 19

O historicismo e as profecias
O método fundamental aplicado pelos Adventistas do Sétimo Dia para estudar as profecias
chama-se historicismo. É a ideia de que muitas das principais profecias da Bíblia seguem
um fluxo linear ininterrupto da História, do passado ao presente, e ao futuro. Esse método
é semelhante à maneira pela qual a História é estudada nas escolas. Adotamos esse
método porque a própria Bíblia interpreta as profecias dessa maneira.

1. Leia Daniel 2:27-45. Quais aspectos do sonho indicam uma sucessão contínua e
ininterrupta de poderes ao longo da História? De que maneira a própria Bíblia nos
mostra como interpretar a profecia apocalíptica (relacionada ao tempo do fim)?

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Observe que o reino de Nabucodonosor é reconhecido como a cabeça de ouro. Portanto,


Daniel identificou Babilônia como o primeiro reino (Dn 2:38). Em seguida, ele disse:
“Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino” (Dn 2:39) e
depois um quarto (Dn 2:40). O fato de que esses reinos tinham uma sequência, um após o
outro, sem quaisquer lacunas, também está implícito na própria estátua, pois cada reino é
representado em partes de um corpo maior, movendo-se da cabeça aos dedos dos pés.
Essas partes estavam conectadas, assim como o tempo e a História estão conectados.

Em Daniel 7 e 8, em vez de uma estátua, são usados símbolos específicos de animais


para ensinar sobre os mesmos acontecimentos. Vemos uma sequência ininterrupta de
quatro reinos terrestres (três em Daniel 8). Eles começam na Antiguidade e atravessam a
História até o presente e o futuro, quando Cristo retornará, e Deus estabelecerá Seu reino
eterno.

Portanto, a estátua de Daniel 2 e as sucessivas visões de Daniel 7 e 8 proveram o


fundamento para a interpretação historicista protestante das profecias, que os Adventistas
do Sétimo Dia ainda defendem.

2. Leia João 14:29. Segundo as palavras de Jesus, como as profecias podem


funcionar? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Como sinais para confirmar nossa fé no Senhor.


B.(  ) Como indicações para calcularmos a data da volta de Cristo.
Segunda-feira, 08 de junho
Ano Bíblico: Jó 20, 21

O princípio do dia/ano
Uma das chaves interpretativas do historicismo é o princípio do dia/ano. Ao longo dos
séculos, muitos estudiosos aplicaram esse princípio às profecias de tempo de Daniel e
Apocalipse. Eles o retiraram de vários textos fundamentais e do contexto imediato das
próprias profecias.

3. Leia Números 14:34 e Ezequiel 4:6, 7. Nesses textos, como Deus explicou o
princípio do dia/ano?

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Nesses textos, vemos muito claramente a ideia do princípio do dia/ano. Mas como
justificamos o uso desse princípio com algumas profecias de tempo, como em Daniel 7:25
e 8:14, bem como Apocalipse 11:2, 3;
12:6, 14; e 13:5?

Três outros elementos apoiam o princípio do dia/ano nessas profecias de Daniel e


Apocalipse: o uso de símbolos, longos períodos de tempo e expressões peculiares.

Primeiramente, a natureza simbólica dos animais e chifres representando os reinos sugere


que as expressões de tempo também devam ser entendidas simbolicamente. Os animais e
chifres não devem ser considerados de maneira literal. Eles simbolizam outra coisa.
Portanto, visto que o restante da profecia é simbólico, não literal, por que deveríamos
considerar literais as profecias de tempo? Evidentemente, não devemos.

Em segundo lugar, muitos acontecimentos e reinos descritos nas profecias abrangem um


período de muitos séculos, o que seria impossível se as profecias de tempo que as
descrevem fossem tomadas literalmente. Aplicando o princípio do dia/ano, o tempo se
ajusta aos eventos de maneira precisa, o que seria impossível se as profecias de tempo
fossem consideradas literalmente.

Por fim, as expressões peculiares usadas para designar esses períodos de tempo
sugerem uma interpretação simbólica. Em outras palavras, não são normais as maneiras
pelas quais o tempo é expresso nessas profecias (por exemplo, “2.300 tardes e manhãs”,
em Daniel 8:14), mostrando-nos que os períodos de tempo descritos devem ser tomados
simbolicamente e não literalmente.

Terça-feira, 09 de junho

Ano Bíblico: Jó 22-24

Identificando o chifre pequeno


Durante séculos, os reformadores protestantes identificaram o poder do chifre pequeno em
Daniel 7 e 8 como a igreja romana. Por quê?

4. Leia Daniel 7:1-25; 8:1-13. Quais são as características comuns do chifre pequeno
em ambos os capítulos? Como podemos identificá-lo?

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Existem sete características comuns entre o chifre pequeno de Daniel 7 e o de Daniel 8:
(1) ambos são descritos como um chifre; (2) ambos são poderes perseguidores (Dn 7:21,
25; 8:10, 24); (3) ambos são blasfemos e exaltam a si mesmos (Dn 7:8, 20, 25; 8:10, 11,
25); (4) ambos têm como alvo o povo de Deus (Dn 7:25, 8:24); (5) ambos têm aspectos de
sua atividade descritos pelo tempo profético (Dn 7:25; 8:13, 14); (6) ambos se estendem
até o fim dos tempos (Dn 7:25, 26; 8:17, 19); e (7) ambos devem ser destruídos de
maneira sobrenatural (Dn 7:11, 26; 8:25).

A História identifica o primeiro reino como Babilônia (Dn 2:38), o segundo como a Média-
Pérsia (Dn 8:20) e o terceiro como a Grécia (Dn 8:21).
A História mostra, de maneira incontestável, que depois desses impérios mundiais vem
Roma.

Em Daniel 2, o ferro que representa Roma continua nos pés de ferro misturado com barro;
isto é, até o fim dos tempos. O chifre pequeno de Daniel 7 surge do quarto animal, mas
permanece como parte desse quarto animal.

Qual poder surgiu de Roma e exerceu influência político-religiosa por pelo menos 1.260
anos? Apenas um poder se encaixa na História e na profecia: o papado, que chegou ao
poder entre as dez tribos bárbaras da Europa e exterminou três delas. Esse poder era
“diferente dos primeiros” (Dn 7:24), indicando sua singularidade em comparação com as
outras tribos. O papado falava “palavras contra o Altíssimo” (Dn 7:25) e “engrandeceu-se
até ao príncipe do exército” (Dn 8:11), usurpando a função de Jesus e substituindo-a pela
figura do papa. Durante a Contrarreforma, o papado cumpriu a profecia de perseguir “os
santos do Altíssimo” e lançar por terra “alguns do exército” (Dn 8:10), quando os
protestantes foram massacrados. O papado buscou “mudar os tempos e a Lei” ao remover
o segundo mandamento e mudar o sábado para o domingo.

Quarta-feira, 10 de junho
Ano Bíblico: Jó 25-28

O juízo investigativo
O esboço profético estudado nesta semana tem encontrado apoio majoritário entre
historicistas protestantes desde a Reforma. Porém, somente com o movimento milerita, no
início dos anos 1800, os 2.300 dias e o juízo investigativo foram reconsiderados. Veja o
seguinte gráfico:

Daniel 7 Daniel 8

Babilônia (leão) ------

Média-Pérsia (urso) Média-Pérsia (carneiro)

Grécia (leopardo) Grécia (bode)

Roma pagã (quarto animal) Roma pagã (o chifre se move horizontalmente)

Roma papal (chifre


Roma papal (o chifre se move verticalmente)
pequeno)

5. Leia Daniel 7:9-14; 8:14, 26. O que estava acontecendo no Céu? Assinale a
alternativa correta:

A.(  ) Uma cena de juízo.


B.(  ) Uma festa do Cordeiro.

Em Daniel 7 e 8, o juízo acontece após o período de perseguição medieval, que terminou


em 1798 com a prisão do papa Pio VI pelo general Berthier (Ap 13:3). O juízo ocorre no
Céu, onde “assentou-se o tribunal” (Dn 7:10, 13). Essa cena ocorre depois de 1798, antes
da segunda vinda de Jesus.

O juízo em Daniel 7 está em paralelo com a purificação do santuário (Dn 8:14). Os dois


capítulos falam sobre a mesma coisa. O tempo dessa purificação, que é a terminologia do
Dia da Expiação, é de 2.300 tardes e manhãs, ou dias. Com o princípio do dia/ano, esses
dias representam 2.300 anos.
O ponto de partida dos 2.300 anos é a profecia das 70 semanas (490 anos), que é
“cortada” (chatak) da visão dos 2.300 dias (Dn 9:24). Muitos estudiosos veem a profecia
dos 2.300 dias (anos) e a profecia das 70 semanas (490 anos) de Daniel 9:24-27 como
uma mesma profecia, sendo esta última a parte inicial da primeira. O verso seguinte à
profecia das 70 semanas, Daniel 9:25, apresenta o início do período de tempo: “desde a
saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. Esse evento ocorreu no “sétimo
ano do rei Artaxerxes” (Ed 7:7), ou 457 a.C. Se contarmos 2.300 anos a partir dessa data,
chegaremos a 1844, que não é muito depois de 1798 e precede a segunda vinda de
Jesus. Foi quando Cristo entrou no santíssimo e começou a obra de intercessão e
purificação do santuário. Veja o gráfico no estudo de sexta-feira.

Quinta-feira, 11 de junho
Ano Bíblico: Jó 29-31

Tipologia como profecia


Os símbolos das profecias apocalípticas, como os encontrados em Daniel e Apocalipse,
têm um único cumprimento. Por exemplo, o bode se cumpriu na Grécia, um reino singular
(Dn 8:21). Afinal de contas, o texto o nomeou para nós! Isso poderia ser mais claro?

Contudo, a tipologia se concentra em pessoas, eventos ou instituições reais do Antigo


Testamento, fundamentados em uma realidade histórica, mas que apontam para uma
realidade maior no futuro. O uso da tipologia como método de interpretação remonta a
Jesus e aos escritores do Novo Testamento e se encontra até mesmo no Antigo
Testamento. O único guia para reconhecer um tipo e antítipo é quando um escritor
inspirado das Escrituras os identifica.

6. Leia 1 Coríntios 10:1-13. A quais eventos na História Paulo se referiu quando


admoestou a igreja de Corinto? Como isso se relaciona conosco hoje?

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Paulo se referiu à realidade histórica do Êxodo e desenvolveu uma tipologia com base na
experiência dos antigos hebreus no deserto. Ele mostrou que Deus, que inspirou Moisés a
registrar esses eventos, tinha a intenção de que essas coisas fossem “exemplos para nós”
(1Co 10:6), exortando, assim, o Israel espiritual a suportar a tentação enquanto vive nos
últimos dias.
7. Leia as passagens abaixo e anote cada tipo e o seu cumprimento antitípico,
conforme descritos por Jesus e pelos escritores do Novo Testamento:

Mt 12:40 _______________________________

Jo 19:36 ________________________________

Jo 3:14, 15 ______________________________

Rm 5:14 ________________________________

Jo 1:29 ________________________________

Em cada um desses casos, Jesus e os escritores do Novo Testamento aplicaram a


interpretação de tipo e antítipo que permite que o significado profético se destaque. Dessa
maneira, eles apontam para um cumprimento maior da realidade histórica.

Sexta-feira, 12 de junho
Ano Bíblico: Jó 32-34

Estudo adicional
Leia, de Clifford Goldstein, 1844: Uma explicação simples das principais profecias de
Daniel (Casa Publicadora Brasileira) e encontre mais informações sobre a profecia dos
2.300 dias. Veja também http://1844madesimple.org. Estude o quadro abaixo:

Daniel 7 Daniel 8

Babilônia (leão) ------

Média-Pérsia (urso) Média-Pérsia (carneiro)

Grécia (leopardo) Grécia (bode)

Roma pagã (quarto animal) Roma pagã (o chifre se move horizontalmente)

Roma papal (chifre


Roma papal (o chifre se move verticalmente)
pequeno)

Juízo no Céu Purificação do santuário celestial


É crucial que a cena do juízo (Dn 7), que ocorre após 1.260 anos de perseguição (Dn
7:25), representa o mesmo que a purificação do santuário
(Dn 8:14). E essa cena de juízo no Céu leva, em última análise, ao estabelecimento do
reino de Deus. Por isso, temos uma evidência bíblica da importância que a Bíblia dá a
Daniel 8:14 e ao evento que esse texto anuncia.

Perguntas para consideração

1. O método historicista é revelado em Daniel 2: uma sequência ininterrupta de impérios


começa na Antiguidade e termina com o reino de Deus. O Senhor nos deu a chave para
interpretar as profecias. Poucos usam o método historicista. O que isso mostra sobre a
condição do cristianismo? Por que esse fato confirma a relevância da mensagem
adventista?

2. Você entende as 2.300 tardes e manhãs? Se não, deseja estudá-la para compartilhar?
Surpreenda-se com a solidez da nossa interpretação profética.

3. Leia Daniel 7:18, 21, 22, 25, 27. O que o poder do chifre pequeno faz com os santos? O
que o Senhor faz por eles? Quais são as boas-novas para os santos em relação ao juízo?

Respostas e atividades da semana: 1. A sequência ininterrupta de poderes mundiais


após a cabeça de ouro, Babilônia, simbolizada na inteireza do corpo da estátua em que
não há intervalos. A interpretação das profecias apocalípticas deve ter uma sequência
histórica contínua. 2. A. 3. Cada dia em que os homens haviam espiado a terra seria
considerado um ano. 4. Ele representa um poder; blasfema contra o Altíssimo; persegue
os santos de Deus; seu poder dura até o tempo do fim; ele é destruído de maneira
sobrenatural. Esse poder é Roma papal. 5. A. 6. Ao Êxodo, quando os israelitas estavam
no deserto rumo a Canaã. Lições que aprendemos: confiança em Deus, o fato de que não
devemos cobiçar as coisas desta Terra, etc. 7. Mateus 12:40: Jonas permaneceu três dias
e três noites no grande peixe; Jesus esteve morto por três dias; João 19:36: os ossos de
Jesus não seriam quebrados; João 3:14, 15: Jesus seria levantado assim como Moisés
havia levantado a serpente no deserto; Romanos 5:14: Adão prefigurava Aquele que havia
de vir; João 1:29: João Batista identificou Jesus como o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo.

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