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Rokan – Alicerce do Paraíso

(S.AN/3) O QUE É A VERDADEIRA CIVILIZAÇÃO

A Outra Face da Doença pág. 13

Creio que minha palestra é bastante original. Pretendo


tratar de assuntos que nunca foram tratados antes.

Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que muita gente,


confundindo cultura com civilização, diz que a cultura da
atualidade é avançada, ou que estamos na Era da Cultura. Na
verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes.
Civilização é um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso
nós chamamos de mundo civilizado. Já a cultura é o estágio
intermediário entre a selvageria e a civilização. Portanto, o que
se chama BUN-NO-KE, ou seja, BUNKA (Cultura), é uma
sombra, é um fantasma.

Observando o estado atual da humanidade, notamos que


os homens estão apaixonados por essa sombra, achando que
ela é o que há de melhor e que, com o seu progresso, o mundo
se tornará aprazível. Mas o mundo civilizado a que eu me refiro é
diferente daquilo que as pessoas têm em mente.

O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é


sinônimo de vida. Deve ser a época em que a humanidade possa
viver com segurança. Mas, como o Sr. Suzuki disse há pouco,
hoje há coisas realmente temíveis, como a bomba atômica, a
bomba bacteriológica, o Juízo Final, etc. São temíveis porque
põem em risco a segurança da vida. Isso não é um mundo
civilizado. É a cultura; a Era da Cultura. Isto é, estamos na fase
de transição entre a selvageria e a civilização. O que vou falar
agora não é sobre a cultura, e sim sobre a civilização.

As doenças e as guerras são o que mais põem em risco a


vida. Se não tivéssemos guerras nem doenças, teríamos garantia
de vida, e este seria o verdadeiro mundo civilizado. Já chegamos
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à época em que precisamos ir até aí. Daí a razão de ser do lema


da Igreja Messiânica Mundial: o mundo absolutamente isento de
doença, pobreza e conflito. Como a guerra é um conflito em
maior escala, propomos a construção do mundo sem doença,
pobreza e guerra.

Todos os infortúnios são decorrentes da doença.


Costuma-se entender como doença aquilo que provoca dores,
coceira ou outras reações; interpreta-se sempre no sentido físico.
Mas não é bem assim. Há dois tipos de doenças: doenças físicas
e doenças do espírito. Dizem que este ano a tuberculose e outras
doenças contagiosas, a disenteria, etc. aumentaram bastante e
por isso as pessoas estão receosas. Entretanto, se hoje não se
conseguir encontrar solução para esse problema, jamais se
formará um mundo civilizado, nem mesmo daqui a centenas ou
milhares de anos.

Quanto à pobreza, sua origem é a doença do corpo. Basta


escolher uma pessoa pobre e procurar saber a causa da sua
pobreza. É invariavelmente a doença. São casos como a perda
de emprego devido à enfermidade, ou a impossibilidade de
trabalhar pelo mesmo motivo. A doença, acrescida do fato de não
se receber salário, constitui uma dose dupla de sofrimento. Isso
se reflete negativamente não só no próprio doente como em seus
parentes e amigos.

A causa das guerras também é a doença. Trata-se da


doença mental. É comum utilizar-se a expressão "fabricantes de
guerras", para aqueles que as causam. Observando-se a
História, encontramos inúmeros exemplos. E eles recebem o
nome de heróis. Esses indivíduos importantes têm força e
inteligência, mas no fundo sofrem de uma espécie de doença
nervosa. Por isso torna-se necessário erradicar não só a doença
do corpo como também a do espírito. Quanto à do corpo, as
pessoas acreditam que é possível curá-la através da Medicina e

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se esforçam nesse sentido, mas não há nada que resolva a


doença espiritual. Para isso, só existe um meio: a Religião.

Na teoria pode ser assim, mas surge a dúvida: conseguir-


se-á, na prática, erradicar ambos os tipos de doenças? Aí é que
entra o JOHREI, ao qual se referiu há pouco o Sr. Suzuki: ele irá
erradicar a doença da mente e a do corpo. Dessa forma, surgirá
o mundo civilizado.

Observando o estado em que se encontra a humanidade e


a cultura, concluo que de maneira alguma isto é civilização. Pelo
contrário, é até um estado extremamente bárbaro. As guerras de
hoje são mais terríveis que as da época selvagem. Sendo assim,
podemos afirmar que a cultura ou civilização da atualidade não
passa de aparência; a humanidade está iludida com essa
aparência, e as pessoas se sentem gratas. Analisando seu
conteúdo, veremos que ele é selvagem; ou melhor, meio
civilizado e meio selvagem. A cultura contemporânea assemelha-
se a uma bela mulher, vestida com um bonito quimono, com a
qual todos ficassem impressionados, mas que, quando tirasse a
roupa, se mostrasse corroída pela sífilis, toda coberta de pus.

Acredito, por conseguinte, que a nossa Igreja Messiânica


Mundial não é uma religião. Se fosse possível resolver os
problemas do homem com a Religião, eles já teriam sido
resolvidos, pois até o presente apareceram importantes líderes e
fundadores de religiões, filósofos, moralistas, etc. É verdade que
selvagens nus e de rosto pintado restam poucos. Conseguiu-se,
também, que tudo assumisse um aspecto bonito, culto. Mas
ainda não foi possível garantir a vida humana, porque as religiões
que surgiram até hoje não tinham força suficiente. Tiveram força
para tornar cultos os selvagens, mas não para ir além, ou seja,
para tornar os homens civilizados.

Há, ainda, inúmeros inventos que não são utilizados no


bom sentido: muito pelo contrário. Dizem que a bomba atômica
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pode matar vinte milhões de pessoas de uma só vez; entretanto,


se essa energia for aplicada para o bem, com uma pequena
porção do tamanho da ponta de um dedo, poder-se-á fazer rodar
trens ou automóveis por muitos dias. O avião, sendo utilizado
como meio de transporte, não existe nada mais rápido e útil;
utilizado para lançar bombas, não há máquina mais temível.

Esta é a cultura científica de hoje. Chegamos até aqui com


o progresso da cultura científica, mas falta algo - algo muito
importante. Devido a essa falta, tende-se a fazer mau emprego
das coisas. Eis o motivo da aflição da humanidade. Para utilizar
as coisas em sentido positivo, torna-se necessário ir às raízes,
isto é, ao Espírito. Mudando o Espírito das criaturas do Mal para
o Bem, elas saberão utilizar tudo no bom sentido e assim se
conseguirá um mundo maravilhoso. Cristo referiu-se a isso com a
expressão "É chegado o Reino dos Céus". Sakyamuni, por sua
vez, disse: "Após a extinção do Budismo, aparecerá Miroku
Bossatsu, e surgirá o Mundo de Miroku". Só que Sakyamuni falou
que seria após 5,67 bilhões de anos. Acredito, entretanto, que ele
quis apenas se referir aos números 5 6,7. Se realmente estivesse
profetizando algo para daí a 5,67 bilhões de anos, Sakyamuni
não estaria bom da cabeça, pois não há nenhum sentido em
profetizar algo para um futuro tão distante. Nessa época, a
humanidade e a Terra já teriam passado por uma mudança tão
grande que nem se poderia imaginar.

Os messiânicos conhecem bem o significado dos números


5,6,7. Caso eu fosse explicá-lo, isso me tomaria bastante tempo
e aí eu não poderia falar de coisas importantes. Com relação à
profecia de Cristo, ao invés de dizer "É chegado o Reino dos
Céus", ele poderia ter dito "Vou construir o Reino dos Céus". Mas
naquela época o mundo ainda não havia alcançado o estágio
necessário para isso, ou seja, o progresso da cultura ainda era
insuficiente para a construção do verdadeiro mundo civilizado.

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No entanto, a cultura material progrediu, chegando ao


estágio em que se encontra atualmente; o progresso foi tal que
se estendeu ao mundo todo. O que eu estou dizendo pode ser
ouvido, através dos modernos meios de comunicação, nos quatro
cantos do mundo. Os meios de transporte se desenvolveram
tanto que é possível ir de avião até os Estados Unidos num dia.
Dessa forma, o progresso da cultura material já atingiu o ponto
em que estão preenchidas quase todas as condições
necessárias ao mundo civilizado. O primordial dessa questão é
que a alma humana ainda não evoluiu o suficiente para a
utilização do progresso no bom sentido. Sobre essa alma, é
imperativo empenhar-nos para que as pessoas a utilizem
positivamente e, ao mesmo tempo, para que a humanidade tome
conhecimento disso. Em várias oportunidades falei sobre o
assunto, e os fiéis já têm alguma noção a respeito.

A propósito, comecei a escrever, há cerca de seis meses,


um livro intitulado "A Criação da Civilização". Meu objetivo é
esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e
que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão
bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase
pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente
às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo
traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele seja
lido por professores universitários, cientistas, enfim, por
intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão
Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no início, não o
receberão bem, pois a Comissão é integrada por eminentes
personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um
livro que aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes
estão buscando, acredito que os integrantes da Comissão não
deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!" Assim, poderiam
conceder-me dez ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for
publicado, eu gostaria que todos os povos o lessem.

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Dessa forma, ao mesmo tempo que mostramos como


estará constituída a verdadeira civilização, damos a conhecer o
JOHREI. Com o JOHREI as doenças saram milagrosamente,
mas ele não se destina a curar doenças. Em resumo, o JOHREI
cura o espírito, ou seja, o mal que existe nele. Em termos mais
claros, o mal é o caráter selvagem, e este não pode ser
removido, pois não se pode viver sem espírito. O que se pode
fazer é mudar a maneira de pensar das pessoas, ou seja,
diminuir-lhes as partes más, fazendo com que as partes boas
aumentem. Assim, todos farão apenas coisas boas, isto é,
acharão que devem fazer o bem.

Costumo dizer aos fiéis que os homens da atualidade


estão sempre pensando em praticar o mal. Mesmo que não
queiram fazê-lo, acham que é bobagem praticar o bem, que isso
só traz prejuízos, que se deve fazer as coisas de maneira mais
"fácil". Entretanto, essa forma de pensar é o oposto da verdade.
Faço tal afirmativa porque já houve época em que eu também
pensava assim. Gradativamente, porém, comecei a ter melhor
compreensão sobre Deus, através da Fé, e vi que estava
totalmente do "avesso". Aí passei a querer praticar o bem e
sempre buscava um meio para isso. Estava sempre procurando
fazer algo em benefício das outras pessoas, algo que as
deixasse felizes, satisfeitas. Com essa atitude, minha sorte
melhorou. Mesmo antes de me dedicar inteiramente à Fé,
aconteciam-me coisas boas quando eu ficava nesse estado de
espírito. Assim, pensei como seria bom se as pessoas
soubessem os benefícios que nos advêm quando procuramos
fazer a felicidade do próximo.

À medida que eu ia acumulando tais experiências da vida


real, comecei a ter plena compreensão de que realmente Deus e
o demônio existiam. A partir daí passei por uma fase de
aprimoramento espiritual. Com a ocorrência de vários milagres,
pude compreender a grande missão que me era destinada. Foi

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assim que instituí a Igreja Messiânica Mundial e estou


desenvolvendo minhas atividades.

Outro ponto que eu gostaria de abordar é o "Juízo Final",


do cristianismo, e o "Fim do Budismo", profetizado por
Sakyamuni. Apesar de muitos líderes e fundadores de religiões
terem feito profecias semelhantes, vou tratar, aqui, apenas
destas duas.

Que vem a ser o Juízo Final? Os homens estão


imaginando que virá um Deus para fazer o julgamento neste
mundo, mas isso não corresponde à verdade. É um ponto de
difícil entendimento para os não-fiéis, mas o Mundo Espiritual é
uma realidade. O mundo em que vemos e sentimos a matéria é o
Mundo Material; além deste, há o Mundo Espiritual e, no meio
dos dois, o Mundo Atmosférico. Este último já é conhecido, mas
ainda não se conhece o Mundo Espiritual. É como a ordem em
que se dispõem a era do barbarismo, a era da cultura e a era da
civilização. Da mesma forma, o Universo obedece a uma
constituição tripla: Mundo Material, Mundo Atmosférico e Mundo
Espiritual.

Há, ainda, os ciclos do mundo: assim como existe


transição entre o claro e o escuro, entre o dia e a noite no espaço
de um dia, há a mesma transição no espaço de um ano. O claro
e o escuro em um ano podem ser comparados ao verão e ao
inverno, respectivamente. Os raios solares são mais fortes no
verão e mais fracos no inverno, ocasionando o contraste entre o
claro e o escuro. E existem períodos idênticos no espaço de dez
e de cem anos. A História registra épocas de paz e de guerra,
que correspondem ao claro e ao escuro. Refiro-me, portanto, a
esse ritmo.

Igual período existe também no espaço de mil e de dez mil


anos.

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Estávamos até agora na escuridão, no período das trevas;


vamos passar para o período da claridade. Passando-se para o
período da claridade, tudo que existia no período das trevas
sofrerá uma seleção. Esses ciclos do mundo nós designamos
com as expressões Mundo da Noite, Mundo do Dia, Cultura da
Noite, Cultura do Dia. Assim, desaparecerá uma série de coisas
que não serão mais necessárias. Durante o dia, por exemplo,
não é preciso lâmpadas. Tudo aquilo que pertence à Era da Noite
e se tornar desnecessário será eliminado.

O Juízo Final representa a separação do que é do Dia e


do que é da Noite. O que for inútil ficará inativo ou será destruído.
A partir de agora, as coisas do Dia irão sendo construídas
gradativamente.

O que acontecerá quando o Mundo Espiritual se tornar


claro? Vejamos o homem. Nele, entre a matéria e o espírito,
existe a água, que corresponde ao ar. Ela existe em grande
quantidade no corpo humano. Assim, o homem apresenta uma
constituição tripla; dela, faz parte o espírito, a que também se
poderia chamar alma. O espírito está subordinado ao Mundo
Espiritual. Tornando-se claro esse mundo, aqueles cujo espírito
não corresponder a essa claridade terão de ter as suas máculas
removidas. Não significa que elas serão arrancadas, mas
ocorrerá naturalmente a purificação, para limpar o que está sujo.
À medida que o Mundo Espiritual vai clareando, as pessoas
possuidoras de máculas no espírito passam por uma limpeza,
que é o sofrimento. O princípio da doença obedece a essa
explicação. Através dela pode-se compreender perfeitamente o
que é a doença.

Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a


sua existência. Como o Sr. Tokugawa disse há pouco, é uma
questão de alma. A ação da alma é muito grande.

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Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há


cerca de um ano. Anteontem eu tinha pensado: "Como estará ele
passando?" No dia seguinte ele apareceu. Aí eu disse para mim
mesmo: "Ah, o espírito dele veio aqui antes!‖ Digamos, por
exemplo, que o Sr. Tokugawa pense: "O Sr. Matsunami está
escrevendo com afinco." Então este pensamento vai até o Sr.
Matsunami, penetra no seu corpo e se aloja na sua cabeça. Aí,
ele se lembra do Sr. Tokugawa. É como se a pessoa chegasse,
após ter avisado. Nessas ocasiões, as criaturas se comunicam
através dos elos espirituais. O trabalho desses elos, no caso do
relacionamento amoroso, é muito interessante. Mas o meu
objetivo, no momento, não é o problema do amor. O assunto se
tornará claro, para os senhores, quando abraçarem a Fé. O amor
é muito bom, mas quase sempre acaba em tragédia. Para
entender melhor esse fim trágico, é necessário conhecer o lado
espiritual, a existência dos elos espirituais. Isso não pode ser
menosprezado. Em vários problemas da vida há mulheres; dizem
mesmo que por trás dos crimes existe sempre uma mulher, ou
melhor, o amor. Com a compreensão das causas, é possível
eliminar as tragédias e os males sociais. Mas vamos deixar este
assunto por aqui.

Como eu estava falando há pouco, as máculas do espírito


irão sendo eliminadas para ele corresponder à claridade do
Mundo Espiritual. Se isso terminar numa simples doença, está
tudo bem, mas pode acontecer que a pessoa fique gravemente
enferma e acabe falecendo. A doença chega aos poucos, e por
isso é que se chama doença. Se vier de uma vez, a pessoa
morre. Juízo Final é isso. Com o clarear do Mundo Espiritual, a
transformação pode ocorrer repentinamente e aí as criaturas não
resistiriam. Haveria mortes em massa. Deus quer evitá-las e por
isso manda avisos. É vontade de Deus que a humanidade seja
avisada, para que ela se salve. E Ele me incumbiu dessa tarefa.
Estou, portanto, avisando.

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Tanto Sakyamuni como Cristo profetizaram o advento do


Paraíso, a chegada do Novo Mundo. Eles foram os profetas, e eu
sou o concretizador. Deus me ordenou que concretizasse essas
profecias, ou seja, que eu construísse o Paraíso Terrestre, livre
de doença, pobreza e conflito. Entretanto, eu não me canso, pois
não sou eu quem planeja. Tudo é planejado por Deus. Apenas
dou forma às coisas. Isso realmente é fácil, mas de enorme
responsabilidade. Provavelmente não houve ninguém com
responsabilidade maior que a minha em toda a História da
humanidade. Dessa maneira, as profecias de Cristo e Sakyamuni
começam a ter sentido: se elas não tivessem possibilidade de ser
concretizadas, seriam falsas profecias. Falsas profecias
significam mentiras. Mas não seria possível pessoas tão
importantes terem mentido. Por conseguinte, era preciso haver
alguém que tornasse realidade tais profecias, e o escolhido fui
eu. Na verdade, me é penoso afirmar um empreendimento de
tamanha grandeza. Não falei nisso até agora justamente por ser
uma missão demasiado grande. Mas o tempo se aproxima, já é
chegada a Era do Dia. Para salvar a humanidade, preciso avisar
rapidamente o maior número de pessoas, e é por isso que estou
hoje falando aos senhores.

O Sr. Suzuki falou há pouco sobre o Dilúvio e a Arca de


Noé, mas isso é algo semelhante ao Juízo Final. Há duas
versões a respeito: uma diz que choveu quarenta dias seguidos,
outra diz que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o que
interessa é que choveu durante muitos dias consecutivos. A água
foi subindo cada vez mais e se tornou um dilúvio, salvando-se
apenas os que estavam na arca. Aqueles que estavam em
barcos comuns ou que subiram às montanhas acabaram
perecendo; estes últimos, devorados por animais que também
haviam subido. Apenas oito pessoas se salvaram, e dizem que
os representantes da raça branca são seus descendentes.
Acredito que, em linhas gerais, essa história não está errada.

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No Japão, conta-se a história de Izanagui-no-Mikoto e de


Izanami-no-Mikoto. Estes dois deuses, de cima da ponte
flutuante dos Céus, empunhando uma espada, mexeram algo
semelhante a espuma, e daí surgiram as ilhas e os continentes.
Essa deve ter sido a causa do Dilúvio. De acordo com a tese
xintoísta, houve ação da maré alta e da maré baixa. A maré baixa
é o recuo das águas, e Izanagui-no-Mikoto encarregou-se disso.
O nascimento das ilhas e das nações significa que se jogou fora
a água do Dilúvio, fazendo emergir aquilo que estava submerso.
Penso que essa ocorrência corresponde à época do Dilúvio.

Com relação ao cristianismo, dizem que João fez o


batismo pela água e Cristo fará o batismo pelo fogo. Agora está
para vir o batismo pelo fogo, o extraordinário acontecimento que
promoverá a eliminação do Mal. Isso tem muitos outros sentidos,
mas, como já está se esgotando o tempo, vou parar por aqui.

Auditório do Hibiya Public Hall, Tóquio, 22 de maio de 1951

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