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SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO CEARÁ

12ª COORDENADORIA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA


EDUCAÇÃO ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
VENCESLAU VIEIRA BATISTA
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Exercício de Filosofia- Semana de 23/08/2021 A 27/08/2021

⮚ Conteúdo: Heidegger: a volta à questão do ser.


⮚ Sartre: o ser e o nada.
⮚ Página: 309,310 e 311

✔ Turma: 3ª série

✔ Orientações:
⮚ Leitura direcionada pelo professor, com a finalidade de enriquecer os
conhecimentos dos educandos sobre _sentido do ser / Sartre: o ser e
o nada.

✔ Realização de atividade:
⮚ 01- Resolver exercícios direcionados pelo professor, sobre o conteúdo
proposto.

✔ Como Enviar? Usando o Google Classroom, (Caso não tenha acesso


ao Classroom, informar ao professor e enviar no whatsapp do mesmo).

✔ Observação: Se surgir alguma dúvida, entrar em contato com a


professora da disciplina através do Whatsapp.

Introdução

Martin Heidegger nasceu em 1889 em uma cidade Alemã, onde os fortes valores
católicos dominavam o modo de vida. Por conta disso, seus estudos foram
direcionados para que se tornasse membro dos altos escalões da igreja católica.

No entanto, durante a adolescência, interessou-se pela filosofia clássica grega e o


pensamento dos filósofos Kierkegaard e Maurice Blondel. A aproximação com a
filosofia abriu portas para formas de pensamento não religiosas e influenciou a maior
aproximação de Heidegger com os temas filosóficos.
Com a ascensão de Hitler em 1933, Heidegger tornou-se reitor da Universidade de
Friburgo, aproximou-se das ideias nazistas e passou a apoiar Hitler e os ideais do
novo político. Por conta dessa aproximação, a obra de Heidegger foi evitada durante
muito tempo e ainda hoje não é bem recebida por muitos pensadores e nem em todos
os meios acadêmicos. O autor faleceu em 1976 na Alemanha.

Principais Ideias

As obras de Heidegger partem, primeiramente, do afastamento das questões


metafísicas. No entanto, para que aconteça a superação da metafísica clássica é
preciso uma releitura das obras em que exista certa violência interpretativa, segundo o
autor.

Para Heidegger é preciso haver a superação da teoria, entretanto a destruição da


metafísica depende de mais do que apenas a simples negação da teoria, por isso a
necessidade de uma leitura mais violenta, mais enfática e que de fato, consiga acabar
definitivamente com as ideias antigas.

O autor defende que os questionamentos filosóficos devem estar centrados no ser e o


homem é o único capaz de propor esse tipo de questionamento, de pensar sobre ele e
de desenvolver teorias. A centralidade no ser, afasta ainda mais a teoria
metafísica. Para complementar as explicações e questionamentos sobre o ser,
Heidegger propõe o conceito de daisen.

Heidegger considera o homem como sendo um daisen, verbo alemão que significa
ser, ou seja, o homem é a própria representação do ser no mundo, por isso a
importância do questionamento sobre o ser e sobre o homem ser o único no mundo
capaz de fazê-lo.

Cada daisen tem a capacidade de escolher aquilo que deseja ser e, para isso, é
capaz de reunir esforços para garantir seus objetivos. O homem não escolhe estar
no mundo e nem mesmo tem escolhas sobre o tempo, mas é capaz de
transformar sua própria existência até a morte.

Ao centrar os questionamentos no ser o daisen passa a existir de maneira autêntica,


efetiva e a partir de escolhas transformadoras. Os homens que não compreenderam a
importância do ser ou que, de alguma maneira, não aceitam o fim da vida, são
chamados de dasman e vivem em uma realidade de existência inautêntica.

Na existência inautêntica, o homem perde seu poder de escolha, de percepção e de


decisão, apenas vive sendo levado pelo mundo, deixando que os outros decidam o
rumo de sua vida, que pensem por ele. O dasman torna-se então parte da massa e
encontra-se perdido sobre seu posicionamento em relação ao mundo.

A existência e a Angústia

Por ter plena noção de sua condição no mundo e portanto, de sua morte, Heidegger
afirma que os homens enxergam as possibilidades infinitas como limitadas, já que a
morte é inevitável.

Essa consciência gera no homem angústia e é este o sentimento que determinará as


ações e comportamentos do homem diante dos acontecimentos. Para que o homem
consiga atingir o estado de existência autêntica é necessária a aceitação da morte.
Existencialismo
As ideias de Heidegger foram as precursoras para o desenvolvimento do
existencialismo, desenvolvido posteriormente por Jean-Paul Sartre. O
existencialismo defende a liberdade como de extrema importância, além da ligação
entre liberdade e condições de existência do ser.

Para os existencialistas a essência humana é formada a partir das escolhas, por isso a
importância da liberdade, para que o homem consiga livremente formar sua própria
essência. A responsabilidade sobre as escolhas e ações é também de inteira
responsabilidade do homem. Heidegger, Camus, Sartre, Merleau Ponty e Kierkegaard
são os principais nomes dessa corrente.

Exercício.

01- Martin Heidegger (1889-1976) afirmou: “ser homem já significa filosofar”. Sua tese
é a seguinte: O homem se caracteriza pela distinção entre o “é” e as características de
qualquer coisa, ou seja, de qualquer ente; com isso, no encontro cotidiano com os
entes, antecipadamente (antes de encontrá-los e conhecê-los) sabemos (a) que eles
são e (b) que eles não são o “ser”, que são diferentes de sua “existência”. Eis por que
todos podemos, a qualquer instante, nos lançar às perguntas pelo ser dos entes e pelo
sentido do ser em geral, ou seja, às perguntas filosóficas.

Independente de filosofarmos expressamente, as questões e a força para a


investigação, portanto, estariam na raiz mesma de nosso ser, e precedem todo
conhecimento e pensamento aplicado.

De modo análogo, a primeira frase da Metafísica de Aristóteles afirma: “Todos os


seres humanos tendem essencialmente ao Saber”. Essa tendência essencial significa
que uma propensão para o Saber está presente, ainda que inexplorada, em todos os
seres humanos. Como Aristóteles escolheu, para o Saber, uma palavra grega que se
assemelha ao “Ver” imediato (eidénai), pode-se compreender que se trata tanto do
conhecimento em geral quanto (e principalmente) do Saber metafísico, sobre o
princípio essencial ou estrutura metafísica da realidade. Em suma, Aristóteles já
estaria dizendo que ser homem significa filosofar.

Com base no que foi dito, marque a alternativa CORRETA:

A - Uma contradição total reina entre as teses contemporâneas e gregas, em filosofia.


B - Não tem importância central a atenção nem a interpretação das formulações e
termos filosóficos.

C - Segundo Heidegger, a distinção entre o ente e o ser torna possível o pensamento.


D - Aristóteles afirma a tendência essencial do ser humano a ficar preso ao sentido da
visão, nas sombras.
E - Heidegger e Aristóteles têm como tese que filosofar expressamente é um destino
humano comum.

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