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Material Teórico
Noções Preliminares I
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Graziela de Faria Santos Soares
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Rosemary Toffoli
Noções Preliminares I
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Desenvolver os principais conceitos sobre o Sistema Tributário Nacional e seus Princípios
Tributários Constitucionais. Abordaremos também, sobre os tributos brasileiros e suas
divisões e após essa introdução, iniciaremos o conceito de planejamento tributário.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Noções Preliminares I
Contextualização
A utilização do planejamento tributário como ferramenta da gestão tributária
eficaz e eficiente
Não há dúvida que o Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Tanto
é que ocupa a terceira posição dos países com carga tributária elevada, ficando atrás só
de países como a Suécia e a Alemanha, conforme estudo elaborado pelo IBPT (Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário). A diferença é que nos países com carga tributária
equivalentes à do Brasil, os contribuintes têm retorno do gasto com o desembolso tribu-
tário, enquanto por aqui há dúvidas em relação à administração dos tributos arrecada-
dos. Um dos maiores consumidores de tributos em nosso país é a corrupção.
Diante dessa situação, uma alternativa importante inclusive para a sobrevivência das
empresas e garantia da competitividade num mercado cada vez mais globalizado, é a uti-
lização do planejamento tributário como ferramenta de gestão estratégica empresarial.
Entretanto, quando se fala em planejamento tributário, nos deparamos com um universo
de normas e conceitos de várias naturezas, de modo que fica confuso ao contribuinte
optar por esta ou aquela forma de tributação. É neste ponto que entra o papel do pro-
fissional contábil, orientando-o a escolher legalmente a opção que for menos onerosa à
sua capacidade contributiva.
Planejamento tributário é sem dúvida uma prática lícita. Tanto é que a distinção entre
planejamento tributário e sonegação consiste em que este reside na legalidade, enquanto
aquela reside na ilicitude. Por licitude do planejamento tributário entende-se a existência
de previsão legal para fazê-lo. E tal previsão está contida na própria Constituição Fe-
deral no artigo 5.º, inciso II que diz: “[...] ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”. Todo contribuinte tem o direito de organizar sua
vida, de modo que o imposto incidente de acordo com previsões legais seja menor do
que seria de outra forma, ou seja, se não planejasse seus negócios.
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Uma importante estratégia de planejamento tributário a nível federal é a comparação
entre os regimes de tributação do IRPJ e da CSLL, quais sejam o Lucro Real, Lucro
Presumido, Lucro Arbitrado e SIMPLES (este último destinado a Microempresas e Em-
presas de Pequeno Porte). O Lucro Arbitrado não é considerado uma alternativa de
planejamento tributário e ocorre quando não se conhece a receita bruta do contribuinte
ou que tenha escrituração contábil considerada imprestável. Pelas modalidades do Lucro
Presumido e Lucro Real é possível elaborar estudos comparativos, como por exemplo,
comparar a margem de lucro com o percentual aplicável sobre a receita bruta do lucro
presumido. Se a lucratividade for superior ao percentual aplicável, é conveniente ofere-
cer esse montante à tributação.
Outra importante observação a ser feita no momento da opção pelo lucro real ou pre-
sumido é a vinculação com o sistema de tributação do PIS/COFINS. A diferença é que
pelo presumido o sistema é cumulativo, ou seja, aplica-se a alíquota estabelecida direta-
mente ao faturamento, enquanto pelo lucro real o sistema é não-cumulativo, a alíquota
é superior e aproveita-se créditos na mesma proporção conforme determina a legislação
do PIS/COFINS.
Em tempos de Economia globalizada, com mercados cada vez mais competitivos e com
grupos econômicos cada vez mais reduzidos, outra forma de planejamento tributário é a
reorganização societária como instrumento de planejamento tributário.
Disponível: http://www.classecontabil.com.br/artigos/ver/1455
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UNIDADE Noções Preliminares I
Características Conceito
Eficiência Quando a receita arrecadada é alocada corretamente.
Toda a sistemática envolvida (cálculo, cobrança e fiscalização) deve ser simples e o
Simplicidade
valor arrecadado deve ser superior ao gasto com essa rotina.
O sistema tributário deve evoluir com as mudanças nas condições econômicas, de
Flexibilidade
forma rápida e simples.
Conhecimento de quanto está se pagando e onde está sendo aplicado o recurso
Transparência
arrecadado.
Equidade Contribuir com uma quantia “justa”.
Fonte: Barbosa e Barbosa, 2004
Por outro lado, o Estado necessita de recursos financeiros para cumprir suas
atividades. Essas receitas são obtidas de duas formas: receitas ordinárias e receitas
derivativas, vejamos:
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Fontes do Direito
As fontes do direito, ou seja, o nascimento da norma jurídica pode ocorrer de
duas formas, através de (i) fontes reais ou materiais ou (ii) fontes formais.
As fontes reais são os fatores e elementos que determinam o conteúdo das nor-
mas jurídicas, ou seja, são os fatores políticos, sociais e econômicos que contribuem
para a formação da lei. Já as fontes formais são as normas que compõem o ramo
do direito tributário.
Sendo assim, esse conjunto de normas, que visam o bem comum, forma um
conjunto único e harmônico. Este conjunto é estruturado, mais de uma hierarquia
se estabelece o grau de importância para cada norma.
Hierarquia Conceito
Na Constituição encontra-se a matriz de todas as competências; nela se demarcam os
Constituição (principal
1ª limites de tributar e se estruturam os princípios, inclusive os de natureza especificamente
fonte do direito)
tributária, que constituem as pilastras de sustentação de todo o sistema tributário.
As emendas constitucionais, uma vez observado o processo previsto para sua elaboração
2ª Emendas à Constituição e promulgação, incorporam-se à Constituição, com igual hierarquia. A CF não cria
tributos, define competências para fazê-lo, assim como suas emendas
Tem a função de estabelecer as normas gerais em matéria tributária, podendo ainda,
3ª Leis Complementares
criar tributos.
É o veículo legislativo que cria o tributo. A lei ordinária é aprovada no Congresso Nacional
4ª Leis Ordinárias
por maioria simples (maioria dos presentes na votação).
São elaboradas pelo Presidente da república sobre matérias específicas. Dentro da
5ª Leis Delegadas
hierarquia das normas, a lei delegada se equipara à lei ordinária.
É um ato normativo, com força de lei, de que o executivo poderá lançar mãos em caso
6ª Medidas Provisórias
excepcionais, isto é, em caso de urgência e relevância,e que terão força de lei.
Servem para regular matéria de competência do Congresso Nacional com efeitos
7ª Decretos Legislativos
externos. Independem de sanção e veto do Presidente da República.
Estabelecem alíquotas de ICMS, alíquotas máximas de Imposto de transmissão de Causa
8ª Resoluções
mortis e doação.
Serão os tratados internacionais fontes de Direito Tributário quando forem aprovados por
9ª Tratados Internacionais
decreto legislativo e promulgados por decreto do Presidente da República.
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UNIDADE Noções Preliminares I
Para que o tributo não tenha a característica de confisco, o mesmo deve ser
razoável sem que extraia do contribuinte grande parte do valor de seus bens
e renda. Assim, esse princípio tem como função limitar o poder de tributação
e prover proteção aos contribuintes.
g) G
eneralidade, Universalidade e Progressividade –
Artigo 153, § 2º, Inciso I
h) Seletividade
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Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Ser-
viços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação – ICMS,
através do artigo 153, § 3º, Inciso I para o IPI e artigo 155, § 2º, Inciso III
para o ICMS.
j) Uniformidade Geográfica
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabele-
cer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.
l) Princípio da Transparência
O artigo 150, § 5º determina que o consumidor tenha ciência dos tributos que
incidem sobre as mercadorias e serviços.
m) Tipologia Tributária
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UNIDADE Noções Preliminares I
Tributos
A Lei nº 5.172 de outubro de 1966, denominado Código Tributário Nacional –
CTN, em seu artigo 3º define o entendimento de tributo, vejamos:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada. (BRASIL, 1966)
Tributo Conceito
É um tributo que custeia parte das despesas da administração e deve ser utilizado como investimento em
obras de estrutura e serviços essenciais a população. Pode ser direto ou indireto e é pago tanto por pessoas
Imposto físicas quanto jurídicas, além disso, tem caráter pessoal e a capacidade contributiva é considerada para
o seu pagamento. Imposto é de competência privativa e exclusiva de um determinado ente federativo
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Seu fato gerador é a contraprestação de um serviço público, ou seja, é o valor dispensado em troca de
algum serviço prestado. Diferente do imposto, na taxa há um destino certo para a aplicação do dinheiro
arrecadado. Assim, o ente público que presta o serviço é quem institui essa cobrança. Podemos dividir
Taxa o tributo taxa de duas maneiras: (i) taxa de polícia, que conforme Alexandre (2010, p. 60) conceitua “é o
exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança” e a taxa de serviço propriamente dita, onde
segundo o mesmo autor (2010, p. 60) é “a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”.
As contribuições são subdivididas em: contribuições de melhoria, quando são cobradas em uma situação
que represente melhora aos contribuintes. Já as contribuições especiais, são instituídas em três grupos:
Contribuições (i) as contribuições sociais, (ii) as contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e, (iii)
as contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas) que possuem
destinação específica para um determinado grupo.
São empréstimos forçados, mas restituíveis. Isto porque, em uma situação de guerra, calamidade pública
Empréstimos
ou conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, o contribuinte é obrigado a recolher
Compulsórios
uma determinada quantia a título de empréstimo para depois resgatá-lo
Fonte: Alexandre, 2010 e LOPES, 2011
Tributos Diretos: recaem sobre a pessoa (física e jurídica), incidem sobre o patrimônio e a renda e são
de responsabilidade pessoal.
Ex.: IRPJ, IRPF, IPTU, ITR, IPVA etc.
Tributos Indiretos: Recaem sobre a produção e circulação de bens e serviços, são repassados para os
preços dos produtos e serviços, o consumidor é o contribuinte de fato, o produtor, vendedor ou presta-
dor do serviço é o contribuinte de direito responsável pelo recolhimento do tributo.
Ex.: IPI, ICMS, ISS, COFINS etc
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Nesse sentido, a nossa carga tributária que é composta pelos tributos citados
acima, assim o montante arrecadado é comparado ao Produto Interno Bruto (PIB)
para descobrir seu impacto.
Por este motivo dizemos que a carga tributária atingiu em 2017, 32,43% do PIB,
apresentado aumento pelo terceiro ano consecutivo. Em 2014 estava em 31,84%,
passou para 32,10% em 2015, no ano de 2016 foi para 32,29%, e em 2017 totali-
zou o percentual de 32,43%, conforme dados disponibilizados pela Receita Federal
do Brasil.
O gráfico a seguir apresenta a evolução da carga tributária brasileira em percen-
tual do PIB do período de 2002 a 2017.
Planejamento Tributário
Segundo Zanluca (2012, p.1) “planejamento tributário é a metodologia para
se obter um menor ônus fiscal sobre operações ou produtos, utilizando-se meios
legais”. Ou ainda:
Importante! Importante!
Planejamento tributário é a busca, dentro das regras legais, que tem como finalidade a
redução tributária.
Podemos também pontuar, como a escolha dentre as diversas opções legais buscando a
redução ou anulação dos valores a recolher ao fisco.
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UNIDADE Noções Preliminares I
A elisão é um procedimento lícito, que busca a supressão do pagamento tributário, podendo anular,
reduzir ou adiar o ônus fiscal.
Já a evasão é considerada um ato fraudulento que através de procedimentos ilegais fere o regulamen-
to fiscal. Ademais é considerado um ato voluntário de omissão tributária, podendo inclusive sofrer
sanções penais.
Que a contabilidade é a ciência que auxilia e que fornece as informações necessárias para
um bom planejamento tributário.
Isso mesmo! A contabilidade através de seus controles permite um estudo detalhado
sobre ações futuras buscando a anulação, redução ou adiamento do ônus tributário.
Tipos de Planejamento
O planejamento tributário pode ocorrer de 3 maneiras: (i) preventivo, (ii) correti-
vo ou (iii) especial, vejamos suas características:
Características Conceito
Sua aplicação é continua isso porque trabalha de modo preventivo evitando pagamentos
Preventivo
indevidos ou a maior, organizando também as rotinas fiscais.
O fato já ocorreu, mas por algum motivo foi verificado um erro de procedimento. Assim, busca-se
Corretivo
a correção evitando o menor desembolso possível.
Seu estudo é elaborado para uma determinada ação, para um caso específico, por exemplo, a
Especial
abertura de uma filial, reestruturação societária, etc.
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Qualquer ato fora desse contexto é considerado uma sonegação fiscal. Nessa
esteira, pode-se elencar:
• Simulação: onde cria-se uma aparente situação para alcançar vantagens
tributárias;
• Fraude: procedimentos intencionais violando a legislação pertinente, inclusive
sendo caracterizado como ato voluntário, consciente.
• Abuso de personalidade jurídica: são criadas empresas com os mesmos só-
cios ou com “laranjas” buscando benefícios fiscais caracterizado pelo desvio de
finalidade ou confusão patrimonial, realizando transações comerciais duvidosas.
Mas antes, vamos realizar alguns exercícios para aplicar o conhecimento adqui-
rido nessa unidade.
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UNIDADE Noções Preliminares I
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
Você sabia que o “IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) atua desde
1992 para diminuir o impacto dos impostos sobre as empresas e racionalizar a
arrecadação de tributos nos níveis municipais, estaduais e federal. O objetivo é o
aumento da lucratividade empresarial o crescimento da economia e da sociedade como
um todo, além de contribuir para uma governança tributária mais eficiente e inteligente
para as empresas, governos e organizações.” João Eloi Olenike – presidente do IBPT.
Acesse o site do IBPT é veja a quantidade de informações que esse instituto elabora,
é muito interessante!
http://www.ibpt.com.br/
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Referências
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 4. ed. Rio de Janeiro:
Forense, São Paulo: Método, 2010.
AMARAL, Gilberto Luiz do. OLENIKE, João Eloi. AMARAL, Letícia Mary Fer-
nandes do. Carga Tributária Brasileira 2012 – Instituto Brasileiro de Planeja-
mento Tributário (IBPT). 4 març. 2013. Disponível em: < http://www.ibpt.com.
br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf> Acesso em:
01 mai. 2013.
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