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Vimos como as moções são todo movimento interior, impulso, atração da “alma” que aparecem
sobretudo na oração, mas também a partir da vida, dos acontecimentos e de situações eclesiais
e sociais. Como experiências espirituais concretas podem preceder ou acompanhar uma
escolha, uma decisão e também decorrer dela como confirmação.
A desolação é também um estado interior intenso, fora do normal, perceptível, que repercute
nos outros níveis da pessoa: afetivo, mental, corporal. Uma pessoa desolada sente sua
afetividade ferida se intensificar, amargurada, confusão de idéias, apavorada, mal-estar físico,
preguiça, pesada, mal-estar e desconfiança com os outros.
Não se deve confundir a desolação com a depressão. A desolação tem origem numa situação
interna, se dá na oração, no confronto com a Palavra de Deus, refere-se ao sentido da vida,
aponta para a frente, para o novo, para o desafio. A depressão é provocada por uma situação
externa, por alguém ou por uma frustração, uma derrota, minando as forças da pessoa,
isolando-a, desanimando-a. A desolação está no nível da fé, a depressão está no nível afetivo. A
desolação faz referência ao futuro, a depressão faz referência ao passado. A desolação pode se
aproveitar de uma depressão, somar-se a um estado afetivo frágil.
Quando certas desolações são constantes ao longo de uma caminhada, podem indicar
resistências e conflitos diante de um possível convite ou chamado de Deus. Se a pessoa está
buscando sinceramente o Senhor e a vocação pessoal e sente confusão interior, inquietação,
tristeza..., apesar da busca sincera, significa que algo não está bem com respeito à escolha. Com
efeito, a doação a Deus e aos irmãos sempre deixa a pessoa intimamente satisfeita, apesar do
sacrifício que exige.
Finalmente, a desolação é conhecida pelos pensamentos que saem dela. Exemplo recente de
prolongada e dolorosa desolação é a Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá, que escrevia a
um de seus orientadores espirituais: “Não sabia que o amor podia fazer alguém sofrer tanto”.
Ela “estava dilacerada entre o sentimento de ter perdido a Deus e um insaciável desejo de
alcançá-lo”. E tantos outros testemunhos de vários santos e santas, de ontem e de hoje,
passando por períodos de intensa desolação espiritual, lembram-se da “noite escura” de São
João da Cruz e Santa Teresa d'Ávila. A “noite escura da alma", uma espécie de deserto espiritual
onde se experimenta o silêncio de Deus, é um tema muito frequente nas meditações dos santos
da Igreja.
Enfim, são várias as experiências na vida humana, viver bem não é fácil, mas exigente!!! E
podemos aprender com tudo na vida, não é mesmo? Deus nos ensina através da desolação. Ela
pode ser lição do Senhor! Assim, tudo na vida vivido com profundidade pode ser um
aprendizado constante, somos eternos aprendizes!!!