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Objetivos:
A isquemia miocárdica ocorre quando a oferta de oxigênio para o coração não satisfaz as
necessidades metabólicas. Esse desequilíbrio pode ocorrer por diminuição na oferta de
oxigênio, aumento da sua demanda ou ambos. A causa subjacente mais comum de isquemia
do miocárdio é a obstrução das artérias coronárias por aterosclerose. Na presença dessa
obstrução, os episódios isquêmicos transitórios são habitualmente precipitados por um
aumento na demanda de oxigênio em consequência de esforço físico. Entretanto, a isquemia
também pode resultar de estresse psicológico, febre ou refeições volumosas ou devido à
redução do transporte de oxigênio por anemia, hipoxia ou hipotensão. A hipertrofia
ventricular secundária a cardiopatia valvar, miocardiopatia hipertrófica ou hipertensão arterial
pode predispor o miocárdio a isquemia, devido à penetração reduzida do fluxo sanguíneo das
artérias coronárias epicárdicas para o endocárdio.
Semiologia Médica- Porto
Dor na isquemia miocárdica. A dor de origem isquêmica tem origem na hipoxia celular. Sempre
que houver desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio, vale dizer, quando há
isquemia miocárdica, ocorre estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias
e do próprio músculo por substâncias químicas liberadas durante a contração. Não se sabe se
tais substâncias são produzidas somente durante a isquemia ou se são metabólitos normais
que se acumulam até atingir concentrações capazes de determinar dor se houver
inadequada irrigação sanguínea. É provável que as substâncias que estimulam ou aumentam a
excitabilidade das terminações nervosas sensoriais sejam o ácido láctico, o potássio, as cininas,
as prostaglandinas e os nucleotídeos. A causa mais comum de isquemia miocárdica é a
aterosclerose coronária, assumindo características especiais na angina de peito e no infarto
agudo do miocárdio.
ANGINA DE PEITO
A dor torácica da isquemia miocárdica é um desconforto visceral, que costuma ser descrito
como uma sensação de peso, compressão ou constrição (Quadro 4.2). Outros adjetivos
comuns para referir-se à dor da angina incluem a característica ardente e contínua. Alguns
pacientes negam qualquer “dor”, mas admitem que têm dispneia ou uma vaga sensação de
ansiedade. Às vezes empregam a palavra “aguda” para descrever mais a intensidade que o
caráter da dor. A localização da angina do peito é geralmente retroesternal; a maioria dos
pacientes não localiza a dor em qualquer área pequena. O desconforto pode irradiar-se para o
pescoço, a mandíbula, os dentes, braços ou ombros, refletindo a origem comum dos neurônios
sensoriais que suprem o coração e essas áreas a partir do corno posterior da medula espinal.
Alguns pacientes têm como o único sintoma da isquemia uma dor contínua nos locais da dor
irradiada. Outros queixam-se de desconforto epigástrico durante os episódios isquêmicos. A
irradiação abaixo do umbigo ou para o dorso é menos comum.
A angina usualmente acomete portadores de DAC com comprometimento de, pelo menos,
uma artéria epicárdica. Entretanto, pode também ocorrer em casos de doença cardíaca valvar,
cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão não controlada. A angina é também classificada
como estável e instável. É importante identificar a angina instável, pois está muito relacionada
com o evento coronariano agudo. A angina instável pode ser dividida em três grupos,
conforme certas características clínicas: em repouso, de aparecimento recente e em crescendo.
Angina instável e infarto do miocárdio, os pacientes com essas síndromes isquêmicas agudas
geralmente se queixam de sintomas cujas características se assemelham às da angina do peito,
estável porém prolongados e com maior intensidade. O início dessas síndromes pode ocorrer
com o paciente em repouso ou mesmo acordá-lo do sono, e o alívio produzido pela
administração de nitroglicerina sublingual pode ser transitório ou nulo.
Os sintomas associados podem incluir sudorese, dispneia, náuseas e tontura. O exame físico
pode ser totalmente normal em pacientes com dor torácica de origem isquêmica. A ausculta
cuidadosa durante os episódios isquêmicos pode revelar uma terceira ou quarta bulha
cardíaca, refletindo disfunção miocárdica sistólica ou diastólica. Um sopro transitório de
insuficiência mitral sugere disfunção isquêmica do músculo papilar. Os episódios graves de
isquemia podem resultar em congestão e até́ mesmo edema pulmonares.
ELETROCARDIOGRAMA
O ECG tem utilidade limitada na DAC crônica, já que alterações da repolarização não
implicam obrigatoriamente em DAC, além de poderem estar relacionadas a outras causas
(sobrecarga ventricular esquerda, distúrbios eletrolíticos, Bloqueio do Ramo Esquerdo (BRE),
onda T cerebral, entre outras). Por isso, associado a essa limitação, o ECG normal não exclui a
presença de obstrução coronariana. Entretanto, o ECG apresenta importância diagnóstica:
Assim, o ECG é indicado nos pacientes com suspeita de causa cardíaca para dor torácica
durante um episódio de dor torácica.
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
É o método não invasivo utilizado com maior frequência na angina estável, visando
especialmente à confirmação diagnóstica, à determinação prognóstica e à definição de
conduta terapêutica. Para interpretação do TE, devem ser consideradas as respostas clínicas
relacionadas aos sintomas e à capacidade funcional, as eletrocardiográficas e as
hemodinâmicas. Em pacientes já revascularizados, especialmente aqueles que apresentam
ECG com alterações basais do segmento ST, devem-se levar em consideração, durante o teste,
as respostas hemodinâmicas, clínicas e a capacidade funcional. É recomendável, nesses
pacientes preferir testes de imagem (cintilografia, eco ou ressonância cardíaca de estresse),
para detectar a presença e o local da isquemia residual.
ECOCARDIOGRAFIA
Constitui importante subsídio, tanto para a elucidação diagnóstica como para a avaliação do
prognóstico, em pacientes com doença arterial coronária crônica. O ecocardiograma pode
fornecer auxílio diagnóstico importante, especialmente quando a história clínica e o ECG não
são conclusivos, ao demonstrar anormalidades, reversíveis ou não, da motilidade segmentar
em pacientes com quadro clínico de DAC. Como a ecocardiografia possibilita a avaliação em
tempo real da motilidade ventricular esquerda, técnicas que utilizam estresse pelo esforço
físico ou farmacológico, seja ele inotrópico ou vasodilatador, permitem a documentação da
extensão e da gravidade das alterações transitórias da motilidade ventricular esquerda.
RADIOISÓTOPOS
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Eletrocardiografia