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FISIOLOGIA DO SONO
RECIFE
2023
BÁRBARA VICTÓRIA LISBOA DE SOUZA
BIANCA BEZERRA TAVARES
IVSON DE ARAÚJO BANDEIRA FILHO
LARISSA ELLEN DA SILVA TEIXEIRA
LÁYSA RODRIGUES LINS
RAFAELA DE LIMA FELIPE DO NASCIMENTO
VITÓRIA MARQUES FERREIRA DELGADO
FISIOLOGIA DO SONO
RECIFE
2023
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RESUMO
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 6
2. FASES DO SONO............................................................................................. 7
3. NEUROFISIOLOGIA DO CICLO SONO-VIGÍLIA E SUA REGULAÇÃO....…. 8
4. DIFERENÇA ENTRE AS ESPÉCIES……………………………...…………..…. 12
5. DISTÚRBIOS DO SONO……………………………………………………….….. 14
5.1 Transtorno da fase atrasada do sono………………………………..… 15
5.2 Transtorno da fase avançada do sono…………………………….…... 16
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1. INTRODUÇÃO
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O estudo dos distúrbios do sono é de interesse da medicina veterinária,
tanto para os animais de produção que terão sua produtividade reduzida caso
não estejam dormindo o suficiente, quanto para os animais de companhia que
terão sua qualidade de vida reduzida. Dentre eles, existem os que estão
relacionados com a dificuldade em dormir ou manter-se nesse estado, como a
insônia, afetando o ritmo circadiano, seja um despertar precoce ao longo do
sono ou uma alteração hormonal que vai influenciar nos horários referentes ao
ciclo vigília-sono do animal.
Dessa maneira, esse trabalho tem como objetivo compreender o sono e
sua fisiologia, os seus mecanismos de regulação, alterações relacionadas ao
ciclo vigília-sono, bem como particularidades entre espécies de animais.
2. FASES DO SONO
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ondas lentas de grande amplitude (chamadas de ondas delta) e ele é
conhecido como sono profundo. Durante o sono NREM vai haver uma
diminuição no consumo energético e na atividade do sistema nervoso
autônomo, nesse estágio a atividade mental atinge o mínimo e normalmente é
caracterizado como fase onde não há sonhos (NETO, TAKAYANAGUI ,2013).
O sono REM é determinado pela dessincronização eletroencefálica, a
presença de movimentos oculares rápidos (rapid-eye-movement) e
relaxamento muscular com atonia vão ser característicos desse sono, vai haver
ativação do SNA e o ato de sonhar indica a presença de atividade mental.
Durante esse sono vai haver aumento do metabolismo cerebral em regiões
controladoras do comportamento e do controle visual, mas haverá desativação
metabólica no córtex das regiões relacionadas com funções cognitivas
executivas (NETO, TAKAYANAGUI, 2013).
Após o sono NREM, ocorre a transição para o sono REM. Após um
período de sono REM, pode ou não haver um breve despertar ou despertar
total (IRWIN, OPP, 2017).
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GOMES et al, 2010). Isso acontece pois os estímulos luminosos são
responsáveis por estimular células ganglionares da retina, que irão, por sua
vez, via trato retino-talâmico, sincronizar a atividade do NSQ (NETO,
TAKAYANAGUI, 2013).
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(eletroencefalograma), o qual mede potenciais de ritmo de atividade encefálica
cortical e pelo alerta cognitivo. Assim sendo, ele possui conjuntos de núcleos
com várias populações neuronais responsáveis por ativar o córtex e regiões do
hipotálamo. Os principais grupos dividem-se em grupos colinérgicos,
secretores de acetilcolina, e em grupos monoaminérgicos, em especial os
noradrenérgicos, serotoninérgicos, dopaminérgicos e histaminérgicos. (NETO,
TAKAYANAGUI, 2013). Dessa forma, infere-se que o SARA é formado por
diversos núcleos da formação reticular e suas projeções, bem como de núcleos
colinérgicos e monoaminérgicos situados nesse nível e suas projeções (DA
MOTA GOMES et al, 2010).
Ademais, é válido ressaltar que além do SARA ser essencial para a
manutenção da vigília, ele também está envolvido no sono REM. Isso ocorre
haja vista que os grupos neuronais colinérgicos também são ativados durante
essa fase do sono. No caso dos grupos monoaminérgicos, eles são inibitórios
para o sono REM e estimulam o estado de vigília. (DA MOTA GOMES et al,
2010)
Outrossim, o hipotálamo lateral é outra região fundamental para o ciclo
sono-vigília, haja vista que é a região na qual é produzida a
hipocretina/orexina. Ela é um neurotransmissor, sintetizado por um grupo
neuronal presente nessa região do hipotálamo, a qual é essencial para a
manutenção do estado de vigília. Isso só é possível pois esses neurônios
possuem projeções para várias populações neuronais que promovem a vigília
no cérebro, tais como neurônios colinérgicos, noradrenérgicos e
dopaminérgicos. Dessa forma, a orexina pode exercer seu efeito excitatório
sobre eles, contribuindo, assim, para o estado de alerta. (EBAN-ROTHSCHILD
et al, 2018)
Por outro lado, substâncias do processo S, ou homeostático, se
acumulam durante a vigília e provocam o sono quando são detectadas pelo
sistema homeostático. Eles são vinculados principalmente ao acúmulo de
metabólitos, em especial a adenosina. Outras substâncias como
prostaglandina D2 e citocinas também modulam essa resposta. A adenosina
se acumula nas fendas sinápticas, principalmente no prosencéfalo basal (PB),
durante as atividades elétricas neuronais que acontecem no estado de vigília.
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A ação desse neuromodulador se dá nos auto receptores específicos de
adenosina-1 nas células colinérgicas do PB de modo inibitória. (SCAMMELL et
al, 2017). Esses fatores realizam a inibição de áreas monoaminérgicas, ativos
em vigília. Isso é determinante para a redução do grau de alerta e indução do
sono (EBAN-ROTHSCHILD et al, 2018) .
Portanto, o prosencéfalo basal (PB) é o grande sítio de controle
homeostático do ciclo sono-vigília. Isso ocorre porque essa é a região do
sistema nervoso central em que há o maior acúmulo de adenosina extracelular
durante a vigília, a qual possui ação inibitória sobre as células colinérgicas do
PB (NETO, TAKAYANAGUI 2013). A redução da atividade destas células
desinibe os neurônios gabaérgicos do VLPO, além de pararem de estimular a
secreção de orexina no hipotálamo lateral, o que induz o início do sono NREM.
(ALOÉ et al,2005).
No prosencéfalo basal, é possível encontrar grupos neuronais que
liberam acetilcolina (colinérgicos), glutamato e GABA. Durante a vigília e no
sono REM, o prosencéfalo basal encontra-se ativo, sendo a principal diferença
entre os dois estados o fato do sono REM possuir atonia muscular. (DA MOTA
GOMES et al, 2010). Em contraste com o fato da atividade dos grupos
aminérgicos estarem inibidas no sono REM, a atividade colinérgica do PB é
máxima (ALOÉ et al, 2005).
Há também a região pré-óptica do hipotálamo, em especial o núcleo
pré-óptico ventro-lateral (VLPO), que é uma área do cérebro essencial para o
sono. Nela, há a liberação de neurotransmissores que irão ser responsáveis
por inibir os neurônios do SARA, responsáveis pela vigília: Galanina e Gaba
(NETO, TAKAYANAGUI 2013). Dessa forma, por meio do GABA e da Galanina,
o VLPO induz o estado de sono ao inibir regiões ligadas à vigília e também ao
despertar (DA MOTA GOMES et al, 2010).
Em resumo, durante a vigília, os fatores circadianos irão estimular o
núcleo supraquiasmático do hipotálamo. Por sua vez, ele irá estimular os
grupos neuronais do SARA a ativar o córtex e dessincronizar o EEG, além de
inibir o núcleo pré-óptico ventro-lateral (VLPO), mantendo assim o estado de
alerta do indivíduo. A orexina também ajuda na manutenção do estado de
vigília, pois ela mantém esses grupos neuronais ativos.
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Por outro lado, o desencadeamento do processo de sono ocorre
principalmente graças ao acúmulo de substâncias que são detectadas pelo
sistema homeostático, ou seja, pelo processo S. Assim, esse estímulo de
detecção ativa o VLPO, causando um efeito inibitório sobre os neurônios
monoaminérgicos do Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA) e dos
produtores de orexina. Por essa razão ocorre redução do grau de consciência
e desencadeamento do sono.
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manifestação de vigília, enquanto espécies com hábitos diurnos (como o
homem e a galinha) exibiram sonolência.
Um exemplo bastante destacável de animais sonolentos são os furões,
que dormem, aproximadamente, durante 20 horas diárias. A despeito das
fêmeas apresentarem comportamento diurno, os furões são predadores
noturnos. Dessa forma, eles demonstram elevado grau de atividade, seguido
por longos períodos de sono. O sono, frequentemente, revela profundidade, e
o despertar abrupto pode gerar susto, resultando até mesmo em morte. Da
mesma forma, indivíduos idosos podem necessitar de alguns minutos para
retomar a consciência, mesmo quando submetidos a estímulo. Outra espécie
notadamente singular no tocante ao sono são as aves, que enfrentam a
influência da quantidade de horas expostas à luminosidade e escuridão, as
quais podem incidir sobre a saúde e o ciclo reprodutivo. O período de repouso
representa um pré-requisito fundamental tanto para a saúde física quanto
mental, não apenas das aves, mas virtualmente de todas as espécies.
Múltiplos distúrbios comportamentais encontram correção ao se estender a
duração do sono. A rotina dos habitantes do ambiente doméstico
frequentemente impacta o ritmo de sono e vigília das aves. De modo geral, a
alternância entre 12 horas de luz e 12 horas de escuridão mantém as aves em
estado de inatividade sexual, e a manipulação artificial do período de
exposição à luz surge como uma medida recomendada para interromper a
ocorrência de posturas excessivas de ovfos (CUBAS et al, 2020).
Além disso, nota-se que o sono é utilizado como mecanismo de
sobrevivência para muitos animais, o que se relaciona diretamente com a
capacidade térmica deles. Os mecanismos, utilizados como modo de reserva
de energia por eles nesse período, são definidos como estivação, hibernação e
torpor.
A estivação é caracterizada por um estado de letargia, isto é, um estado
de exaustão que resulta em redução da vitalidade e da capacidade cognitiva.
Esse estado é provocado por condições de calor extremo. Ademais, é de
natureza transitória e os seres vivos costumam se ocultar em escavações onde
a temperatura é mais amena. Um exemplo de criaturas que passa pelo
processo de estivação são os peixes dipnóicos (que habitam águas doces),
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além de variadas espécies de moluscos, artrópodes, répteis e mamíferos. Já a
hibernação, de maneira bastante similar à estivação, é induzida por situações
de frio intenso. Sua utilidade reside na significativa diminuição da atividade
respiratória, do metabolismo e da frequência respiratória. Este fenômeno é
predominante em animais encontrados no hemisfério norte. Além disso, tem-se
o estado de torpor, que pode ser considerado uma forma breve de hibernação,
dada a curta duração da redução metabólica no organismo do animal. O
propósito principal desse estado é a preservação da energia durante períodos
de escassez de alimentação. Uma ilustração de ser vivo que experimenta o
estado de torpor é o colibri, também conhecido como beija-flor (ALCOCK, J.
2009).
5. DISTÚRBIOS DO SONO
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noturnos de longa duração, sem influência de qualquer outro fator, como sono
de má qualidade, fadiga ou estresse. (NETO, TAKAYANAGUI, 2013).
As insônias primárias possuem três subtipos: insônia psicofisiológica,
insônia idiopática e insônia paradoxal. Respectivamente, a primeira é também
chamada de “insônia aprendida”, caracterizando-se pela ansiedade
relacionada à ação de dormir, associada, portanto, a um estado de hiper alerta
cognitivo do animal. A segunda é iniciada na infância, normalmente associada
a fatores genéticos hereditários e a terceira, fundamenta-se em um sono de má
qualidade e sintomas diurnos do distúrbio (NETO, TAKAYANAGUI, 2013).
As insônias associadas são definidas a partir do momento em que o
sintoma insônia ocorre, de forma paralela a outros fatores associados, como
depressão e ansiedade generalizada ou uso de medicamentos que causam
este efeito (NETO, TAKAYANAGUI, 2013). Dessa forma, perturbações
psicológicas, podem contribuir, de forma intensa, com o agravamento de
episódios insones no animal.
As insônias comórbidas e secundárias ocorrem quando o agente causal
desse problema é o principal fator responsável pela continuação dessa
perturbação. Dessa forma, o agente causal e a insônia gerada a partir dele,
possuem uma relação diretamente proporcional. De forma que, a partir do
momento em que esse agente é retirado ou eliminado, essa insônia também
será resolvida (NETO, TAKAYANAGUI, 2013).
Para a insônia ocorrer, é necessário que haja algum tipo de transtorno do
ritmo circadiano, desse modo, sabe-se que há transtornos de fase avançada
do sono e transtornos de fase atrasada do sono:
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de insônias primárias idiopáticas, por esse gene está ligado à vespertinidade,
característica em que episódios insones são mais frequentes em humanos
(NETO, TAKAYANAGUI, 2013)
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5.5 Alteração dos mecanismos intrínsecos de controle do
sono-vigília:
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6. CONCLUSÃO*
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7. REFERÊNCIAS
ALÓE, Flávio; AZEVEDO, Alexandre Pinto de; HASAN, Rosa. Mecanismos do ciclo
sono-vigília.Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 27, p. 33-39, 2005.
CUBAS, Zalmir Silvino; SILVA, Jean Carlos Ramos; CATÃO-DIAS, José Luiz.
Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. Edição 2. Editora Roca ,2020.
DUKES, Henry Hugh; SWENSON, Melvin J.; REECE, William O. Dukes fisiologia
dos animais domésticos. Editora Guanabara Koogan, 1996.
IRWIN, Michael R.; OPP, Mark R. Sleep health: reciprocal regulation of sleep and
innate immunity. Neuropsychopharmacology, v. 42, n. 1, p. 129-155, 2017.
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