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POEMA DA GRATIDÃO

Senhor Jesus, muito obrigada!  Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são
Pelo ar que nos dás,  minhas  alavancas da ação, do progresso, da
pelo pão que nos deste,  redenção. 
pela roupa que nos veste,  Agradeço pelas mãos que acenam adeuses, 
pela alegria que possuímos,  pelas mãos que fazem ternura, 
por tudo de que nos nutrimos e que socorrem na amargura; 
Muito obrigada, pela beleza da paisagem,  pelas mãos que acarinham, 
pelas aves que voam no céu de anil,  pelas mãos que elaboram as leis
pelas Tuas dádivas mil! pelas mãos que cicatrizam feridas 
retificando as carnes sofridas 
Muito obrigada, Senhor!  balsamizando as dores de muitas vidas! 
Pelos olhos que temos...  Pelas mãos que trabalham o solo, 
Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o que amparam o sofrimento e estacam
mar,  lágrimas, 
que contemplam toda beleza!  pelas mãos que ajudam os que sofrem, 
Olhos que iluminam de amor  os que padecem... 
ante o majestoso festival de cor  Pelas mãos que brilham nestes traços, 
da generosa Natureza! como estrelas sublimes fulgindo em meus
braços! 
E os que perderam a visão? 
Deixa-me rogar por eles  ...E pelos pés que me levam a marchar, 
Ao Teu nobre coração!  ereta, firme a caminhar; 
Eu sei que depois desta vida,  pés da renúncia que seguem
Além da morte,  humildes e nobres sem reclamar.
voltarão a ver com alegria incontida... E os que estão amputados, os aleijados, 
os feridos e os deformados, 
Muito obrigada pelos ouvidos meus,  os que estão retidos na expiação
pelos ouvidos que me foram dados por Deus.  por ilusões doutra encarnação, 
Obrigada, Senhor, porque posso escutar  eu rogo por eles e posso afirmar 
O Teu nome sublime, e, assim, posso amar. que no Teu Reino, após a lida 
Obrigada pelos ouvidos que registram:  dolorosa da vida, 
a sinfonia da vida,  hão de poder bailar
no trabalho, na dor, na lida... e em transportes sublimes outros braços
O gemido e o canto do vento nos galhos do afagar... 
olmeiro,  Sei que a Ti tudo é possível 
as lágrimas doridas do mundo inteiro  Mesmo o que ao mundo parece impossível!
e a voz longínqua do cancioneiro... Obrigada, Senhor, pelo meu lar, 
E os que perderam a faculdade de escutar? o recanto de paz ou escola de amor,
Deixa-me por eles rogar...  a mansão de glória.
Sei que em Teu Reino voltarão a sonhar. Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho 
Obrigada, Senhor, pela minha voz.  e pelo lar que é meu... 
Mas também pela voz que ama,  Mas, se eu sequer 
pela voz que canta,  nem o lar tiver 
pela voz que ajuda,  ou teto amigo para me aconchegar 
pela voz que socorre,  nem outro abrigo para me confortar, 
pela voz que ensina,  se eu não possuir nada, 
pela voz que ilumina...  senão as estradas e as estrelas do céu, 
E pela voz que fala de amor,  como leito de repouso e o suave lençol, 
obrigada, Senhor! e ao meu lado ninguém existir, vivendo e 
Recordo-me, sofrendo, daqueles  chorando sozinha, ao léu... 
que perderam o dom de falar  Sem alguém para me consolar 
E o Teu nome não podem pronunciar!...  Direi, cantarei, ainda: 
Os que vivem atormentados na afasia  Obrigada, Senhor, 
e não podem cantar nem à noite, nem ao porque Te amo e sei que me amas, 
dia...  porque me deste a vida 
Eu suplico por eles  jovial, alegre, por Teu amor favorecida... 
sabendo, porém, que mais tarde, 
No Teu Reino voltarão a falar. Obrigada, Senhor, porque nasci, 
Obrigada, porque creio em Ti. 
...E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre, 
Obrigada, Senhor!

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