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Quasi perdida talvez, porque tem contra si inimigos poderosos, a lavoura ainda
poderá resistir, se concentradas as forças, ella empenhal-as na defeza de seus direi-
tos, isenta de paixões partidárias, de preoceupações políticas, de bairrismo provincial,
e de individualidades que a contemplam atra vez do interesse momentâneo de uma
eleição.
E* preciso mais do que a resistência. Cumpre reagir, porque contra a lavoura
congregaram-se as forças governamentaes. r
A coroa, abandonando a sua immobilidade constitucional, para levan-ar um
10 DK JULHO DE 1884. ANNO VI.-TOMO XI.—N £6i.
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M 3ORNAL DO AGRICULTOR
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res.nos sujeitaremos ao que decidirem os futuros legisladores.
Neste sentido convidamos V. S. a suffragar aquelles três nomes, na certeza de
esta escolha que fizemos exprime perfeitamente bem o pensamento e avontade da
que
liga eleitoral cuja direeção nos foi confiada.
Subscrevemo-nos de V. S. patrícios/ attentos, e creados, José Alves. Pereira.—
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Antônio Alvares de Almeida Pereira, Carlos Teixeira Leite Sobrinho, Antônio PiUa de
Castro^
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lonto emetico, e cathartico, e as cascas de
(fuasi todas as da serie tem propriedades ex-
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Meliaceae tty
Íntegros, compostos ou não; pennaclos, ra- nheiro de folha larga ou ajitó. Guarea spi-
ras veze§ dentados, estames superpostos, caefòlia S. Hil, é empregada nas hydro-
monodelphos, antheras biloculares, intror- pizias e engorgitamentos dasviceras abdo-
sas,flores hermaphroditas regulares, ealyoe mihaes.
de5 sepalos muitas vezes, alternando com 5 A Açafrôa. Guarea spicaetolia Juss.,
petalos; fructo drupaceo unioupíuriovular, de flores odoriferas,éapreciada na perfuma- V v-
tendo um grão em cada loja. ria pelo oleo essencial que produz as
As flores são dispostas na axilla das fo- suas flores, e na medicina emprega-se a
lhas em cachos pedicellados e ramificados. casca da raiz como tonicae estomachica.
Habitão as regiões intertropicaes do globo. Andiroba, Jandiroba, Nandiroba. Ca-
rapa Guianensis. Aubl. :xxm
E' typo da. familia o Cinnamono, arvore
asiática que prospera nas provincias aus- Arvore de folhas compostas de 8—10
traes do Brazil. A casca é amarga adstrin- pares de foliolos oblongas, glabras, acu- -: . .,!
minadas e coriaceos, flores dispostas em
gente, antelminthica, e quando em doze
elevada, vomitiva. paniculas aggregadas, fructo drupaceo,
secco, globoso, interiormente lenhoso, de-
V; Na serie das Trichilias* e gênero Cabra- 4 ou 5 vulvas monospernas.
lia possuímos a Cangerana, Trachilia can- As Andirobas, branca,ferrea, e vermelha,
gerana Well. Cair alia Cangerana. Sald, são empregadas nas construcçoes civis, e
arvore alta ; de pequeno diâmetro, folhas navaes, e do fructo descascado se extrahe
imparipennadas, peciolo commum de 30 70 % de oleo.
centímetros, longo, arqueado, crasso, cani- As florestas amozonicas poderião forne-
culado, pubesconte, foliolos oppostos, flores cer a maior parte do oleo empregado em
numerosas axillares em paniculas, sepalos illuminação domestica, no fabrico de sa-
5, imbricados orbiculares, petalos 5, alter- bão, e em usos medicinaes.
nando com os sepalos, estames 10, mona- Emprega-se o cozimento da casca, o XYX^tt
delphos, ovario livre e supero, óvulos pe- mesmo das folhas, internamente, contra as
quenosnas lojas, l-2em cada uma. febres palustres, e externamente contra g,s liÍ$L=
Segundo expõe o muito distincto pro- impigens, e picadas de insectos. A lava-
fessor Saldanha daGama.é de notável ceie- gem com essa decoeção preserva dos inse-
bridade a Cangerana por elle observada no ctos os animaes cavallares, do mesmo modo
Valle daParahybadoSul, província do Rio que na Europa o con«seguem com a das fo-
de Janeiro, quer pelas febri- lhas de nogueira.
fugas da casca de-sua raiz, propriedades
quer pelo im-
mensoprestimo da madeira nas construo- Menispermaceae
Ções civis, e fabrico de moveis de luxo.
Familia
ilia de vegetaes arbuslivos* trepa-
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Com effeito a madeira da Cabralea can-
dores* alguns subarbustivos* e raros ar*
gerana Sald. consitue o.verdadeiro Maho- borescentes,
goni ou A cajou tão apreciado na marce- alternas, folhas de ordinário simplices,
naria (C. De Cand.) embora no commercio integras, palminervias, raras vo-
tenhão sido acceitas outras ma- zes peitadas, sem stipulas, e depeciolosal-
deiras do Brazil com a denominação de Ma- gumas vezes curtíssimos; flores pequeni-
Juropeu
iiogonos, como acontece com o Sebastião nas, unisexuaes verdoengas, ou de cores
d Arruda, Phisocalima pouco brilhantes, dioicas, raras vezes mo-
setim, Asmdorperma eburneum floribunda* o Pio noicas, ou hennaphroditas, trimeras, ex-
Freire Al- cepcionalmente dimeras, ou tetrameras,
inflorescencia em cymas, umbrellas, ou m
1 Vide tomo Xf,
pag, 88,. /
cachos, axillar, e raras vezes solitária, ca- ,'-*¦¦;
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44 JORNAL DO AGRICULTOR
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mucilaginosa, apreciada contra as debili- A água, este liquido sem o qual os seres
dades do estômago, eólicas nephriticas, e deixariam de existir, este elemento que
as mordeduras de animaes venenosos ; po- activa todas as forças orgânicas, que pe-
rém hoje não são essas plantas tão usadas, netra e circula em todos os corpos, quer
como outr'ora, na matéria medica. animados, quer inanimados, que faz parte
As Butuas ou Parreiras bravas, porem, de quasi todos os phenomenos, preenche na
do Gênero Cocculus, discripto por Martius vida da humanidade um papel de alta im-
e Baillon, como os C. C. Cinerascens, e Pia- portancia, sobre qualquer ponto de vista
tiphylla S. Hil., são, conforme a opinião que se encare.
do Dr. Ladisláo Netto, as empregadas com Como uai elemento physico-chimico, so-
íyr mais efficacia em certas enfermidades : se- bre a influencia de outros agentes cònser-
ou va-se no estado liquido, formando as diver-
guindo-se as espécies B. rufescens,
abulua rufescens Aubl., a Butua raiuda, sas massas n'agua que oecupam uma terça
C. fUipenduta Mart., o Martü, o C, imene parte do orbe terrestre.
Mart., o C. tuberosus C. C. o C. patini
Mart., e depois %s plantas do gênero Cis- 1 Vide tomo XI, pag W*
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JORNAL DO AGRICULTOR 45
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N'este estado, uma parto infiltra-se pela que constituo a humidade da atmosphera,
terra, a qual, pela força capillar, é levada e outra cahe na superfície da terra, onde
em differentes direcções, subindo ou des- vae supprir a essas massas de agua, a parte
cendo, segundo a natureza do terreno, até que ellas perderam, e também ao terreno
sahirá superfície para constituir differentes e á vegetação, que concorrerem por sua vez
origens. \ a augmentar a evaporação. v"sSrve .*
N'este trajecto a agua, pelo seu poder No estado cie vapor, a agua tam-
bem de força motora, utilisada pelo gênio
physico-chimico, desagrega, arrasta, dis- do Wott e Papin^ é hoje empregada para
solve e combina substancias de naturezas
diversas, depositando aqui e ali, influindo todos os mysteres da vida serve para mover
sobre toda natureza. as industrias, para levar a paragens inha-
bitaveis a vida, o trabalho, a civilisação,
Nada resiste a este seu poder ; destroe
para sulcar os mares em todos os sentidos e
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aqui rochas iminensas, ali deposita uma emfim sendo utilisada ate na agricultura,
nova camada, a qual, com o perpassar do A,„
A agua serve de vchiculo, do qual o ho- tecidos, levar o ar ao seu interior, para com
mem se serve para estreitar as relações um de seus elementos, queimar o seu car-
entre os differentes paizes, levando e tro- bono, que deve entrar na formação do seus
cando os produetos de sua intelligencia, e tecidos e contribuir portanto, para, seu de-
de seu trabalho. senvolvimento, isto é, até que o germem
Vejamos agora o papel qne representa possua raizes e appareça á luz do dia.
sobre a vida vegetal. N'este estado, ella continua a prestar-
Ella infiltrando-se nos tererenos, ele- nos serviços ; leva do solo os alimentos de
va-se, como dissemos, á superfície ; porem que elle necessita e o ácido carbônico, gaz,
antes de chegará este ponto perde uma este de quo elle apodera-se para a continua-
parte, a qual e>palha-se sobre o terreno, ção do seu desenvolvimento.
refrescando as suas camadas, dissolve e A planta, durante a sua vegetação, apo-
combina as matérias, que i.'elle existiam no dera-se da agua do solo, serve-se dos ali-
estado insoluvel, sem poder influir sobre as mentos que ella trouxe em dissolução; e a
plantas. agua com a temperatura mais elevada, do
Ella inda preenche outros phenomenos, que a do ar ambiente, evapora-se, apode-
como ò de activar os alimentos a fazerem rando-se a planta de nova quantidade.
parte da nutrição, sendo absorvidos pela Quando o solo conserva o equilíbrio na
força endosraotica, em contacto com as ra- marcha da agua, do solo para a planta eda
diculas. planta para o ar; conserva a planta suas
Sobre a influencia do calor, estas grandes funeçõesem um estado inalterável, apre-
massas do agua perdem pela evaporação sentando um vigor na vegetação.
grande parte, a qual tornando se mais leve Porém, si o solo estiver secco, de modo
do que o ar,sobe que a agua absorvida pela planta não es-
para as regiões mais altas,
para formar as nuvens as quaes sobre a in- teja em equilíbrio, com a evaporação, a
fluencia de um abaixamento de tempera- planta torna-se languida, suas folhas mur-
tura, conden.«-am-se o formam a chuva, que, cham-se, e si o nhenomeno continuar, pôde
atravessando o ar, ser causa de morte.
perde neste uma parte
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JORNAL DO AGRICULTOR
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nas abertas que apparecem, e á noite pôl-o Se o tempo estiver humido ou chuvoso,
sempre em montes ou caixas cobertas, como padejar e revolver o cacáo freqüentemente
fica dito, afim de que não absorva a humi- em logar coberto, aproveitar as abertas do
dade do ar. sol, e à noite pôr em montes ou caixas e
Recommenda-se particularmente de nun- cobrir e proceder como fica dito antes. Re-
ca seccar o cacáo directamente sobre a ter- peta- a operação os dhs necessários para •m
ra, porque absorve sempre a humidade do obter a boa sécca.
solo, embora .este pareça muito secco; e a Evitar espalhar o cacáo sobre a terra,
humidade, venha ella donde vier, é a cansa deexpol-o ao sol intenso ou á chuva e hu-
principal do enxoframento, mofo gorgulho midade.
e podridão do fructo. Para ensacar, fazel-o só quando o fructo
Recommenda-se tampem de não expor o tiver esfriado e estiver bem secco.
cacáo nem ao sol muito intenso do meio dia, Em Venezuela e na ilha da Trindade,
nem por mais tempo do que vai indicado— paizes os mais adiantados na cultura e bom
quatro ou cinco horas por dia. preparo do cacáo, praticão-se os processos
Para seccar o cacáo natural procede-se que deixo indicados.
exactamente como para o fermentado.
ENSAQUE
Naquelles paizes, os cultivadores bem mm
Antes de ensacar o cacào é indispensável aquinhoados têem armazéns em que fer-
que esteja este bem secco, e que nada tenha mentão e guardão o fructo, e taboleiros em
esfriado completamente. • que seccão ; estes são montados em sapatas : Ü1*
e rodas e movem-se sobre trilhos de ferro,
COR E GRANULÀÇlo DA CASCA para poderem com rapidez sahir e entrar
nos armazéns; sao elevados á altura de um
homem, de 7 a 8 pés. Os taboleiros de mão
Qnerendo dar-se á casca das amêndoas são da tamanho adequado para que dous
cor barrenta e apparencia granulosa, como
faz-se em Venezuela aos cacàos finos, logo homens possam pegar-lhes, estando carro-
depois da fermentação, em quanto o cacáo gados.
está ainda suado e humido, espalha-se sobre Os cultivadores menos abastados seccão
este um pó barrento, muito finamente pe- o fructo em lonas de 8 a 10 pesque esten-
neiraclo. dem sobre terrenos bem seccos, e vigião
Esta operação é de pura phantasia, em attentamente para protegel-os contra a
nada melhorando a qualidade do fructo, chuva.
Quando for absulutamente impossível em-
SEPARAÇÃO DE TAMANHOS pregar taboleiros ou lonas para seccar o
cacào, dever-se-ha polo menos protegei o
com folhas seccas.
Querendo separar se as amêndoas dos di- . ¦
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do e virando de vez omquando á noite re- muito de valor, como são hoje procurados e
colher, pôr em montes ou*caixas; e cobrir acreditados em fados os mercados da Eu-
repetir a operação três ou ;
quatro dias. ropa e da America do Nortei
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Acabamos de ver o modo por que devem
ser semeados os viveiros ; resta-nos, pois,
| O fumo é uma planta exótica da Ame- indicar quaes os cuidados que exigem.
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rica meridional e foi levada para Europa Io Conservar a humidade, regando-os,
por Nicot, no reinado de Henrique II. quando é preciso, tendo-se a precaução de
servir-se de regador com buracos muito
finos, como jà dissemos anteriormente.
Osmezes de Agosto e Setembro são os 2o Arrancar o mato, que sempre é pre-
próprios para o plantio do inhame. judicial ás plantas, pela razão de que dimi-
nueo espaço e impede a circulação do ar,
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que é muito necessário, e absorve quanti-
dade considerável de alimento. A's vezes é
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necessário arrancar certo numero de plantas
O systema dentário varia nos differentes de fumo, por estarem muito apinhadas, pre-
animaes segundo o regiraen alimentar.
judicando-se assim umas ás outras. E' ne-
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cessario arrancar sempre as mais débeis.
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TRAKSPLANTAÇlO
O húmus de folhas é o melhor corre-
ctivo de um excesso da estrumação. -, Quando as plantas teem três ou quatro
folhas, e estas medem de três a quatro cen-
timetros, se procede á transplantação em
vil tempo nublado, e si for possível, depois que
A água distillada, quando se agita com haja chovido.
uma solução alcoólica e sabão, levanta
immediatamonte espuma. Abrem-se com o arado sulcos largos nô
terreno, pouco profundos e à distancia de-
terminada um do outro, que varia segundo
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os paizes. Em Cuba se planta á distancia de
;^í:: meia vara em todas as direcçoes; na Hol-
A historia natural é a sciencia que se oc* landa quasi á mesma distancia ; em alguns
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j8|s<§; cupa de todos os corpos vivos ou brutos que lugares da França a noventa centímetros, e
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existem sobre a terra. nós devemos collocar as plantas a cincoenta
I centímetros quando as cultivamos em nossas
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JORNAL DO AGPIOULTOR 51
ral-as com lentidão e não fazer pressão no de dez a doze folhas. Nailhade Cuba deixam
talo da planta, porque é muito delicada. Não de quatorze a dezeseis.
se deve arrancar senão mui pequeno nu- A suppressão da parte superior do talo
mero de plantas de uma vez, e logo pôl-as dá lugar ao desenvolvimento de alguns re-
em um cesto, em cujo fundo se tenham dei- novos lateraes que nascem na base de cada
tado previamente algumas plantas agrestes folha, e que se deve ter cuidado era sup-
verdes, ou um pouco de palha molhada, para* primir, porque sem isto seria inútil tirar-se
conservar a frescura. E' preciso não tel-as a parte superior do talo, não podendo as"
muito tempo fora da terra. Si esta estiver folhas desíTuctar augmento de seiva para
muito secca, será bom humedecel-a um seu maior desenvolvimento. Estes renovos
pouco e cobrir a planta com pedaços de pita brotam oilo ou dez^dias depois de haver-se
ou com folhas de couve, ou com qualquer praticado a referida operação. Ao mesmo
outra cousa que as substitua. Costuma tempo arranquem-se as folhas que houverem vi; <
succeder que não podemser plantadas no sido deterioradas por qualquer modo, e forem
mesmo dia todas as plantas arrancadas; consideradas inúteis. A suppressão dos re- •-:
neste caso, si quizermos aproveital-as no novos se faz com a mão, e quantas vezes
diajseguinte, será preciso conserval-as em queiram appareeer.
um lugar humido e fresco, como, por
exemplo, em uma adega. INSECTOS E ACCIDENTES QUE PODEM PREJUDI-
*
O modo de collocar a planta nos sulcos CAR A SAFRA DO FUMO
tem sua importância, e se faz do modo se-
guinte: Alguns autores.como Girardin, Du Breuil
Toma-se um páo redondo, com o qual se e Gasparin, crêem que o sabor acre que
faz um buraco pequeno no sulco traçado de tem o fumo impede que seja atacado pelos
antemão, e nesse buraco se introduzem as insectos. Estos aurores estão em erro, pois
raizes e uma pequena parte do talo, com- ha na America e também na Hespanha um
primindo aterra mui ligeiramente coma grande numero de insectos qne atacam o
mão contra a planta, fumo e diminuem consideravelmente a safra,
podendo calcular-se em dez para vinte por
CUIDADOS QUE PRECISAM AS PLANTAS cento a pe^dapor elles oceasionada.
Na ilha de Cuba existem seis classes
Quinze ou vinte dias depois de haver-se daquelles insectos, dos quaes citaremes tão
plantado é preciso capinar o terreno pela somente os mais prejudiciaes, e que são
primeira vez ; quando as plantas têm adqui- conhecidos alli sob os nomes seguintes: 1° o
rido de trinta para trinta e cinco centi- Cogollero; 2o a Primavera ; 3o o Veguero;
metros de altura, limpa-se-a pela segunda 4o o Cachazitão^
Vez, amontoando-se ao mesmo tempo ao O primeiro, que é o Cogollero, è terrível
redor de cada planta uma porção de terra,
tendo-se primeiro o cuidado de arrancar as pelo estrago que faz em toda a planta, porém
especialmente na folha, que deixa toda fu-
folhas inferiores que, do contrario, ficariam radae por conseguinte inútil. Este insecto
cobertas. - se encontra na medulla da planta. O tempo
Na cultura em grande escala estas ope- mais favorável para destrnil-oé de manhã
rações se fazem com instrumentos especiaes cedo, quando se retira de seu escondrijo.
e^com cavallosou bois adestrados,
para não A Primavera pica a planta no talo, e es-
pisarem as plantas. Cultivandó-se, porém, colhe as melhores. Todas as folhas que se
sm escala pequena, podem ser leitas com acham na parte superior ao lugar das pica-
enxada ou pá. das se perdem.
Quando o fumo principia a mostrar seus O Veguero ataca as folhas e as arruina. As
botões, ou cápsulas de flor, se
outra operação, procede a ovas deste insecto são depositadas nas folhas
que consiste em supprirair por uma borboleta chamada palomila, e
* parte superior do talo favorecer o sendo de cor verde, não são visíveis. Mata-se
para
desenvolvimento das folhas, fazendo a seiva a qualquer hora do dia, e depois de matal-o
retroceder para a raiz. O numero de folhas deve-se polvilhar com cal a folha atacada,a
que se podem deixar em cada planta varia fim de não reproduzir-se o damno.
como clima e as terras; nos climas Ao Cachazuclo podemos chamar no-
como o nosso, cremos quentes,
que se podem deixar cturao, porque executa seus trabalhos du-
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52 JORNAL DO AGRICULTOR
rante a noite; procedendo de um modo di- O fumo, ainda que requeira muito Ira-
verso de outros insectos damujnhos. Corta ballio braçal, não deve assustar pelas des.
o é va-
os talos na parte inferior, e por conseguin- pezas que isto exige, pois producto os des-
te arruina a planta, se procrêa cora muita lioso, e retribuo com crescido juro
facilidade. 0 modo de destruil-o consis^ embolsos feitos.
te em procural-o na base da planta, que A maior parte dos trabalhos podem ser
é onde reside, tendo-se cuidado de nao executados por mulheres e meninos, dimi-
-tocar nas raizes, e em queimar a terra nuindo deste modo as despezas.
que se tira do pé da planta, substituindo-a
por outra.
Entre nós existem também alguus destes
insectos ou vermes que procedem do mes- Não aconselharíamos que entre nós se cul-
mo modo que em Cuba, segundo noticias tivàsseofumo em grande escala, sem contar
que temos recebido de vários agriculto- com pessoas intellígeutes e praticas no cul-
res que fizeram pequenas plantaçSos. O tivo, porque qualquer descuido poderia dar
Dr* Sagastizabal, que cultiva fumo nos resultados negativos.
arredores de Pueblo de Ia Paz nos disse A planta nos indica o momento em que
que «o peior inimigo que esta planta tem se deve fazer a colheita, pela mudança que
entre nós são uns vermes, um branco soffrem suas folhas passando da verde á
e outro preto, que destróem de dez para amarella. Além disto, principiam as folhas
quinze por cento da safra.» A nosso ver a inclinar-se para a terra, teem um cheiro
estes dous vermes são os mesmos que mais activo, e apresentam algumas rugas,
na ilha de Cuba chamam Cachazudo e Co- tornando-se mais ásperas. Não se deve
gollero. deixar a folha tornar-se completamente
amarella, porque perderia nao só em peso,
mais também em qualidade.
O Sr. Wendestàdt, agricultor de Pay-
sandú, nos disse também que «o bicho (Gonlima)
Moro e o Chinche Verde, em um ensaio
que fizemos na cultura do fumo, nos
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destruíram grande parte da plantação.»
Em Cerro-Largo existe também um in- GHDflGi VEGETAL
-Vi, - r;r
secto que chamam Vaquilla, que destróe
muitas plantas de fumo. PER A
Ainda temos de accrescentar aos inse-
ctos já nomeados outro que se designa com o
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Analyse
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nome de Baboso, não occasionando, porém
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sinSo poucos prejuízos.
Estes sío todos os conhecimentos que A pêra listada contêm:
m temos a respeito dos insectos que são da- 7,00
mninhos para o fumo. Sentimos nao ter tido Assucar de uva . . . . .
Ácido malico . . . . . 0,07
occasiâo de estudar estes animalsinhos dV- 0,26
*%.<- rante a vegetação do tabaco, para poder Carne.... . . . .
W; Ácido pectico e goro ma 6,20
dar pormenpres mais detalhados acerca dos 4,51
Lenhoso, epiderme e caroço,
que aqui existem. (jinzas. • ?. • « • • . 0.34
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JORNAL DÓ AGRICULTOR 53
meslicas. Si embrenham*se nas mattas, dei-
A BAIXA DO ASSUGAR EM PERNAMBUCO1 xamdescuidosos ou propositalmente a scen-
telha que em poucas horas reduz a cinzas
(Conclusão) as florestas. ¦¦-¦>:&$
54 JORNAL DO AGRICULTOR
pessoal, como no tempo da guerra, pois to- produzirem muito com a menor despesa.
dos, quer proprietários de escravos quer Nelles consiste a grandeza e prosperida-
abolicionistas, devemos concorrer na for- de da industria da beterraba.
ma da Constituição, para as despesas do Pernambuco, 19 de Maio do 1881.
• Estado.
A. S.
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-D'este modo,
parece-nos, a abolição se
fará sem os prejuízos que nos ameaçam.
Marfim artificial
ç*s .
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JORNAL DO AGRICULTOR 55
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JORNAL DO AGRICULTOR
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