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Chutando a escada - Ha Joon Chang

Protecionismo: pode ser definido como um conjunto de ações governamentais para proteger
a economia de seu país. Tais ações são feitas, na maioria das vezes, por medidas que
restringem ou proíbem importações de determinados bens, visando proteger o mercado
interno da concorrência externa.

2.2.1 Grã-Bretanha

➔ Ele procura desmistificar algumas afirmações sobre, primeiramente, a Grã-Bretanha e seu


laissez faire, pois ela nem sempre foi um país puramente liberal e “ sem a intervenção do Estado” e
por meio do do séc XVII, houve sucesso na exportação por causa da substituição a importação de tecido
de lã fomentando a indústria nascente. → uso de tecido inglês;
➔ Foram influenciados pela produção de lã e tecido dos Países Baixos que possuíam tecnologia mais
avançada, tanto que a Grã- Bretanha apenas aumentou os impostos sobre as importações quando a
indústria estava mais consolidada - enfoque gradualista; Mas, foi só quando houve a política de
substituição de importação, a migração dos tecelões do Flandres após a guerra de Independência contra
a Espanha e trâmites feitos pela Rainha Elizabeth I na questão naval (o que possibilitou a entrada de
novos mercados e da colonização), que a Grã- Bretanha levou os países à ruína; (Segundo Defoe) →
estratégia moderna de fomentar a indústria nascente
➔ A reforma da legislação mercantil de 1721: mudou o foco das indústrias e comércio do
país;
➔ Antes a intenção da indústria era gerar renda para o governo, após a reforma, ela passou
a se voltar à manufatura, tomando as seguintes medidas:
◆ Diminuir ou abolir tarifas alfandegárias de matérias primas importadas pela manufatura;
◆ elevou-se o reembolso aduaneiro pelas manufaturas de exportação - o imposto reduzido
podia ser reembolsado em caso de exportação;
◆ aboliu-se o imposto de exportação de manufaturados;
◆ aumento da tarifa aduaneira dos bens manufaturados;
◆ estenderam subsídios (subvenções) e aumentaram os já existentes na exportação;
◆ regulamentações para controlar a qualidade dos produtos manufaturados;
➔ eram tomadas medidas para proteger as manufaturas, garantir livre exportação e
incentivos por meio de isenções e subversões;
➔ Proteção tarifária e proibição de exportação das colônias → motivos do sucesso da Inglaterra
na Revolução Industrial e da decadência de diversos países
➔ Houve uma pressão por parte dos manufatureiros ingleses, visto a supremacia da
Inglaterra na indústria (com exceção em algumas poucas áreas), de um comércio mais livre;
➔ Revogação da Corn Law: vitória final da doutrina econômica clássica liberal sobre o
mercantilismo;
➔ Corn Law: ?
➔ Contudo, a verdadeira guinada para o livre comércio se deu em 1860 com o acordo anglo-francês
(Tratado Cobden-Chevalier) → aboliu a maior parte das tarifas
➔ Vale lembrar que a tecnologia conquistada foi por meio de barreiras tarifárias e que
ocorreu na égide do Estado e não pelo laissez-faire. → mas foi lenta e penosa (84 anos)
➔ Mas não durou muito, e políticas protecionistas foram pedidas dadas as dificuldades
encontradas, assim o livre comércio chegou ao fim em 1932 em que a primazia manufatureira
foi perdida e instituídas tarifas em longa escala.

2.2.2 Estados Unidos

➔ Quem tirou “proveito” da industrialização britânica foram os EUA, e mesmo que não seja tão
citada, as taxas tarifárias também foram utilizadas na América do Norte → não era totalmente liberal.
Assim, é impossível subestimar a importância da proteção da indústria para o desenvolvimento do país;
➔ Indústrias nascentes;
➔ Quando se obteve o poder de tributar, foi aprovada uma lei tributária liberal. Hamilton,
preconizava um sistema abrangente de proteção e subsídios à indústria nascente;
➔ Medidas protecionistas foram tomadas, especialmente para o algodão, lã e ferro, que
poderia ser benéfico para os Estados do Sul dos EUA, acabou não sendo, pois não se
implantaram tais indústrias no seu território e queriam importar produtos de melhor qualidade
da Inglaterra.Mas mesmo assim, leis tarifárias e medidas protecionistas foram empregadas;
➔ Essas barreiras americanas foram piores que as européias;
➔ A questão tarifária e o trabalho serviu entre o Sul e o Norte desembarcou na Guerra da
Secessão;
➔ Lincoln foi um dos principais protecionistas linhas-duras;
➔ Na guerra elevou-se as alíquotas, e elas continuaram mesmo com o seu fim;
➔ Guerras e conflitos levam ao aumento de tarifas;
➔ Após a Segunda Guerra Mundial foi que os EUA - com a sua incontestável
supremacia industrial - liberaram o comércio e passaram a pregar o livre-comércio ; →
não igual a Grã-Bretanha em seu período livre cambista
➔ Mas continuaram utilizando o protecionismo (que está ligado com o crescimento do país),
o que possibilitou o crescimento de determinadas indústrias e do PIB per capita;
➔ Fase catch-up dos EUA: momento de convergência; hipótese de que a renda per capita
de economias mais pobres tenderá a crescer com taxas mais rápidas que as economias mais
ricas, assim todas as economias devem convergir em termos de renda per capita;
➔ O papel do Estado foi fundamental para o desenvolvimento nacional com a
implementação de infraestrutura de transporte, concessão de terras a subsídios às empresas
ferroviárias, além de universidades e P & D (Pesquisa e Desenvolvimento) etc.
➔ Dois principais economistas do séc. XIX: Daniel Raymond e Mathew Carey e Henry
Carey, seu filho, que aliás foi o mais proeminente protecionista;

2.2.3 Alemanha

➔ O berço da proteção à indústria nascente;


➔ o país possuía pouca proteção tarifária, mas isso não significava que havia adotado a
visão do laissez-faire;
➔ No séc. XVIII foram empregadas medidas convencionais como: proteção tarifária, que não
era tão significante, concessão de monopólios e o fornecimento de produtos baratos pelas
fábricas reais, além da intervenção direta do Estado nas indústrias-chave
(universidades, reorientação da instrução teológica, rumo à ciência e à tecnologia);
➔ As fábricas porém empregadas, não não dariam conta da concorrência do mercado
britânico e norte americano, mas, foram importantes para a introdução de novas tecnologias e
na geração de “efeitos de demonstração”;
➔ Tinham o objetivo de construir uma forte base militar no país (na Silésia), assim usavam
da espionagem e outros formas para trazer tecnologias para a Alemanha da Grã-Bretanha e
EUA;
➔ A partir de 1840, como o crescimento do setor privado, diminuiu-se a interferência do
Estado, mas isso apenas significou uma transição para um papel mais orientador;
➔ junker: aristocracia rural;
➔ No segundo reich, o papel do Estado Alemão foi mais restrita à políticas tarifárias e
cartelização (o que não significa que não houve crescimento econômico nas indústrias
pesadas, pelo contrário);

2.2.4 França

➔ Também foi marcada pelo intervencionismo do Estado (principalmente no governo de


Napoleão);
➔ Eram criados cargos públicos de espionagem industrial, motivo de diminuir a defasagem
de desenvolvimento econômico em comparação à Grã-Bretanha;
➔ Com a queda de Napoleão perdurou-se o regime de política de laissez-faire até a
Segunda Guerra Mundial; → o que causou relativa estagnação
➔ O protecionismo na França sempre foi menor que na Grã-Bretanha;
➔ Com Napoleão III, o Estado incentivou o desenvolvimento infraestrutura, instituições de
pesquisa e ensino, contribuiu para a modernização do setor financeiro;
➔ Após esse momento o Estado apenas influenciava no chamado “Estado mínimo”:
administração geral, transporte e educação, sendo a França então governada basicamente
pela burocracia permanente e o comando conservador e tecnocrático o Ministério da
Fazenda;
➔ O Ministério da Indústria e Comércio francês não era tão eficiente, não era voltado ao
upgrading industrial;
➔ Após a Segunda Guerra Mundial foi que a França promoveu uma bem sucedida
transformação estrutural da economia, ultrapassando a Grã-Bretanha em termos de
produção e tecnologia;

2.2.5 A Suécia

➔ No pós-guerra a Suécia adotou medidas protecionistas e tarifárias semelhantes a da Grã-


Bretanha no séc XVIII e como as praticadas por países como Coréia e Taiwan no pós-guerra;
➔ Os elevados impostos levava a proibição da importação de produtos acabados de de
algodão, levando a um grande aumento do vestuário desse tecido;
➔ Em 1830 a proteção começou a recuar (fase livre-cambista) → durou pouco, pois o Estado teve que
intervir por causa da ameaça de concorrência norte-americana no setor agrícola;
➔ Ofereceu proteção tarifária e subsídios às indústrias;

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