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Fichamento de Artigo
Fundo de Investimento Imobiliário: Uma
alternativa para diversificação
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Resumo (p.229)
Os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) vem ganhando espaço no mercado de
capitais brasileiro e se discute as semelhanças e distinções com as negociações em bolsa, o
mercado de ações. O principal comportamento verificado é a diversificação de tais
investimentos, analisando os riscos da diversificação intra-classe, composta por carteiras de FIIs,
e analisar os possíveis ganhos com a diversificação extra-classe, composta por carteiras de FIIs
juntamente com ações.
O potencial de diversificação dos FIIs supera o das ações, e quando tratados em conjunto
percebe-se uma redução na taxa de risco em 15% em relação às tratadas isoladamente, ou seja,
quando há negociação apenas com ações ou apenas com os FIIs. Para reduzir o risco
diversificável é aconselhado aos investidores em potenciais adicionar os FIIs em suas carteiras,
podendo conter diversos tipos de ativos.
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Introdução (p.231-232)
Cada vez mais nota-se uma busca para se adquirir uma renda variável através de
investimentos. Esses possíveis investidores vão em busca do investimento mais comum e prático
do mercado, as ações negociadas na bolsa. O que passa despercebido na hora de investir são os
FIIs (Fundo de Investimentos Imobiliários), um classe de ativos que vem crescendo no mercado
e que pode possibilitar uma diversificação na carteira capaz de reduzir riscos e aumentar os
ganhos. Mas, para isso, é preciso saber quantos FIIs são necessários para ocasionar essa redução
e favorecer a remuneração.
Os riscos de investir em um ativo, seja ele ações ou fundos, são inevitáveis. Por isso,
analisasse a possibilidade de redução desses riscos, transformando-o em um risco diversificável,
ou seja, diversificar sua carteira com os FIIs (diversificação intra-classe). O risco diversificável é
o mais vantajoso para o investidor, tendo em vista que seguir o caminho do risco não
diversificável não irá gerar remuneração, havendo uma constância nos ganhos obtidos na
carteira.
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Fundamentação teórica (p.232-237)
O que entra em questionamento nesse tópico é saber se é realmente possível a
proporcionalidade de maximizar os ganhos ao mesmo tempo que reduz os riscos. O que se
entende de primeira mão é que o investidor, para obter a remuneração desejada, deve aceitar os
riscos para se obter o ganho. Contudo, entra em análise e em pesquisas de mercado a
possibilidade de diversificar a carteira com novas oportunidades de investimento, ocasionando
no resultado esperado pelo por qualquer investidor, reduzir seus riscos e alavancar seus ganhos.
Esse desvio padrão dos retornos é o que irá medir o seu risco total, sendo separado entre o
risco diversificável e o risco não diversificável. Ao incluir ativos em uma carteira, o risco
diversificável irá diminuir, e o investidor irá se aproximar do risco não diversificável, que está
diretamente ligado aos riscos atribuídos pelas variações de mercado. Percebe-se a exclusão do
risco diversificável ao incluir a 8º ação na carteira, sendo que ultrapassar o número de 18 ações
não apresenta uma parcela de ganhos significativa.
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enquanto as ações negocia-se uma fração ideal do capital social de uma sociedade anônima de
capital aberto. As cotas das FIIs são negociadas na bolsa de valores através do mercado à vista.
Há uma diferenciação nas carteiras quando elas são compostas apenas por ações ou
apenas por FIIs. Quando isolados, essas duas classes de ativos apresentam um certo risco para o
investimento, mas quando as duas compõem a mesma carteira percebe-se um aumento na
performance do investimento, notando-se as FIIs trazem os efeitos esperados pela diversificação,
a diminuição dos riscos e um crescimento no retorno, diferente das carteiras compostas somente
por ações.
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Metodologia (p.237-239)
A pesquisa apresenta uma natureza aplicada, pois a pesquisa trouxe informações que
beneficiarão as ações práticas da área, solucionando problemas relacionados aos riscos dos
investimentos. O problema foi abordado por uma pesquisa quantitativa, pois analisou o problema
de maneira ampla, utilizando de fatores quantificáveis relacionados às carteiras de investimentos.
Para se chegar ao resultado do objetivo do problema foi utilizado como estratégia de pesquisa o
procedimento experimental ou explicativo, trazendo causas e efeitos para a diversificação dos
investimentos através das FIIs, apresentando as variáveis que agem sobre os riscos e os ganhos
com as carteiras de investimentos através da análise feita por métodos matemáticos de 64 ações e
65 FIIs.
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Considerações Finais baseadas na apresentação dos
dados (p.239-249)
Identificou-se que a diversificação intra-classe apresentou-se maior para as FIIs, tendo
um maior potencial de diversificação, do que para as ações, havendo um aumento quando
apresentado com a diversificação extra-classe, com diferentes classes de ativos. Constatou-se que
as carteiras de FIIs apresentariam uma diminuição nos riscos de 60,6%, em relação aquelas que
possuem-se apenas uma FII, resultado esse percebido através do desvio padrão de retorno
semanal. No mesmo período, carteiras com ações teriam possibilitado a eliminação de 42,5% do
risco. Era esperado que as ações mostrassem uma maior diminuição nos riscos devido à
possibilidade de investir em diferentes setores, o que não é o caso das FIIs, onde o investimento
é feito apenas no mercado imobiliário.
Quando essas duas classes de ativos são tratadas de maneira conjunta, uma combinação
entre as FIIs e as ações (diversificação extra-classe), percebe-se uma maior eficiência de
diversificação. Para se obter uma redução adicional no risco e um aumento adicional na
remuneração, maiores que na diversificação intra-classe, é apresentado aos investidores a
possibilidade de aperfeiçoar suas carteiras utilizando da diversificação extra-classe, investindo
em ações e FIIs.
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Citações
Identifiquei no artigo apenas citações indiretas.
“Nos Estados Unidos, onde tiveram origem em 1960, constituem a terceira classe de ativos mais
importante, após ações e debêntures (BROUNEN; DE KONING, 2013).” (p.231)
“Para Downs et al. (2003), o retorno dos FIIs não possui ligação próxima aos retornos do
mercado de ações.” (p.231)
“[...] durante períodos de crises financeiras e bancárias, quando se comportam mais como
imóveis do que como ações (RAUDSZUS; OLLIGES; MUELLER, 2012).” (p.231)
“Markowitz (1952) trouxe para a análise de investimento o componente risco, dando início a
uma nova fase em análise de investimentos, a partir de quando os investidores começaram a
pautar sua decisão no binômio: risco e retorno.” (p.232)
“O desvio padrão dos retornos de um ativo mede o seu risco total que é composto por duas
parcelas: (i) o risco não diversificável — parcela do risco atribuído às variações do mercado, e
(ii) o risco diversificável — parcela do risco não atribuída às variações do mercado (SHARPE,
1963).” (p.233)
“Evans e Archer (1968) verificaram que o risco de uma carteira está linearmente relacionado ao
inverso do número de ações nela incluídas.” (p.233)
“Em que pese a crítica de Whitmore (1970), para quem tal metodologia só seria aplicável para
carteiras aleatórias, o modelo de Evans e Archer (1968) segue aceito na literatura acadêmica
(BERK; DEMARZO, 2009; ROSS; WESTERFIELD; JAFFE; LAMB, 2015).” (p.233)
“[...] ) considerou (a) como variável dependente a relação entre o desvio padrão da carteira e a
média do desvio padrão de 1 ação ao invés do desvio padrão da carteira além (b) da inclusão de
ações internacionais, concluindo que quanto menor a restrição de ativos, maior tende a ser o
resultado da diversificação (SOLNIK, 1995).” (p.233)
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“[...] Chance, Shynkevich e Yank (2011) a sugerir que os indivíduos deveriam preferir manter
carteiras mais numerosas a fim de capturar os efeitos da diversificação.” (p. 233-234)
“No Brasil, Brito (1981) e Eid Jr. (1991) corroboraram os benefícios decrescentes da
diversificação indicando (i) que carteiras com 8 a 10 ações já são capazes de capturar elevada
parcela do ganho da diversificação e (ii) que 87% do risco diversificável já teria sido eliminado
com a inclusão da 12º ação.” (p.234)
“Sanvicente e Bellato (2004) concluem que, para os níveis brasileiros de custos de transação, é
ideal optar por 6 ações na carteira.” (p.234)
“Oliveira e Paula (2008), estudando especificamente usuários de home brokers, indicam que o
número ótimo de ações é 12.” (p.234)
“O'Neal (1997) concluiu que, o aumento de um para seis fundos gera uma redução na
variabilidade do valor terminal entre 40 a 70%, indicando que é vantajoso alocar os
investimentos em mais do que um mutual fund.” (p.234)
“Louton e Saraoglu (2008) concluíram que o investidor que tivesse de 10 a 12 fundos de diversas
classes de mutual fundsteria reduzido o risco em 60% comparativamente a alternativa de ter
apenas 2 fundos (1 de cada classe).” (p.234)
“Para Lee e Stevenson (2005), fundos de investimentos imobiliários situam-se entre as ações e
renda fixa.” (p.234)
“Os efeitos da diversificação em FIIs comparativamente a ações foram estudados por Kuhle
(1987). O autor concluiu que (i) o potencial de redução de risco é maior entre as ações do que
entre os FIIs e (ii) as carteiras com ambos os ativos (FIIs e ações), sendo 8 ou mais FIIs, têm
performance superior a carteiras equivalentes (com mesmo número de ativos) compostas apenas
por ações.” (p.235)
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“Chong, Krystalogianni e Stevenson (2012) e Anderson, Benefield e Hurst (2015) observaram
que a diversificação do patrimônio imobiliário contribui para a diminuição do risco.” (p.235)
“Akbulut, Chan e Letdin (2015) que examinaram a existência de efeito calendário em ações (dia
da semana, segunda-feira, virada de mês, virada de ano, sazonalidade e feriados) e FIIs de 22
países diferentes, dos cinco continentes.” (p.235)
“Yokoyama (2014) concluiu que (a) os indicadores do mercado de imóveis e de renda fixa não
são significantes para influenciar os retornos dos fundos de investimentos imobiliários, enquanto
(b) os indicadores do mercado de capitais, os fatores macroeconômicos e as características
próprias dos FII (risco idiossincrático) o são.” (p.236)
“As semelhanças e diferenças (i) conceituais, (ii) legais e (iii) financeiras dos FIIs brasileiros e
seus análogos existentes na Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido foram analisadas
por Cosentino e Alencar (2011).” (p.236)
“No que diz respeito ao risco diversificável dos FIIs, Moraes e Serra (2017) indicam que o
tamanho do fundo é determinante, sendo que o mesmo não pode ser dito para (i) número de
imóveis nem (ii) concentração de ativos.” (p.237)
“[...] Yokoyama (2014) identificou que os fundos de diferentes objetivos (escritório, shopping,
galpões ou recebíveis imobiliários) têm diferentes fatores determinantes dos seus retornos, sendo
bem heterogêneos entre si.” (p.248)
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Possível problema
A diversificação da carteira de investimentos através da diversificação extra-classe, ações e FIIs,
trazem efeitos positivos para o investidor?
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