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BREVE CATECISMO - EXALTAÇÃO DE CRISTO

Pergunta 28. “Em que consiste a exaltação de Cristo?

Resposta: A exaltação de Cristo consiste em ele ressurgir dos mortos


no terceiro dia (I Co 15. 3, 4); em subir ao céu e estar sentado à mão direita
de Deus Pai (At 1.9; Ef 1.19, 20); e em vir para julgar o mundo no último
dia” (At 1.11; 17. 31 cf Fp 2.9-11).

MISTÉRIO DA EXALTAÇÃO
Não somos habilitados suficientemente para compreendermos os
mistérios da humilhação e da exaltação de Cristo. Sabemos que ele, ao
mesmo tempo, humilhou-se e foi humilhado; exaltado e exaltou-se. Com
base nos relatos bíblicos e na certeza que a fé nos confere afirmamos,
preliminarmente, sobre a exaltação de nosso Senhor Jesus Cristo, o
seguinte:

a) A exaltação reverte o quadro da humilhação e, neste sentido, é um


retorno ao estado original.

b) A exaltação, tanto quanto a humilhação, realizou-se por exclusiva


iniciativa divina: Deus se humilhou, esvaziando-se de sua glória, mas não
de sua divindade e de sua majestade, para ombrear-se com o homem e com
ele verdadeiramente identificar-se. Não se concluirá, portanto, que Jesus foi
um homem que, por suas extraordinárias virtudes e méritos, exaltou-se ou
foi exaltado a um nível superior tão elevado aponto de reingressar-se no
sublime universo da divindade, tornando-se, novamente, semelhante ao Pai
ou a ele se comparando. A realidade da encarnação não lhe permite
ultrapassar as fronteiras da humanidade, isto é, deixar de ser humano.
c) Só podemos compreender a exaltação pela humilhação, isto é, o
Filho de Deus se humilhou ao encarnar-se, ao tornar-se verdadeiramente
homem, sem, contudo, abdicar-se de sua divindade, soberania, santidade e
eternidade. Humilhação e exaltação são consequências da encarnação.
O Verbo eterno humilhou-se e se exaltou sem comprometer em nada, ainda
que temporariamente, o atributo da imutabilidade, pois ele é o mesmo
ontem, hoje e eternamente. Variabilidade e mutabilidade não existem no
Invariável, no Imutável. Deus não pode sofrer, por poderes externos a ele,
nenhuma humilhação ou exaltação. A admissão do conceito da mutabilidade
no processo de encarnação redunda em negação de sua plena divindade.
Portanto, humilhação e exaltação são caminhos percorridos exclusivamente
por Deus, segundo seus eternos, divinos e insondáveis propósitos, para
salvação e exaltação dos eleitos. Deus não mudou; permanece o mesmo;
EM QUE CONSISTE A EXALTAÇÃO DE CRISTO?
Segundo o Breve Catecismo, lídimo intérprete do pensamento
reformado, a exaltação de Cristo consiste:
a) Na ressurreição. A ressurreição de Cristo não foi mero retorno à
vida, mas total e definitiva vitória sobre o pecado e a morte com a
eliminação, portanto, da corruptibilidade física, moral e espiritual bem como
da mortalidade de todo ser humano participante (por incorporação,
integração e identificação) de seu sacrifício vicário. Eis porque Paulo,
inspirado pelo Espírito, podia afirmar que Cristo é a primícia dos eleitos (I
Co 15. 20), o primogênito de entre os mortos (Cl 1. 18). A ressurreição é,
sem dúvida, o fato visível, historicamente confirmado pela Igreja, da
exaltação de Jesus Cristo, realização e garantia da ressurreição dos
regenerados. A morte da morte já aconteceu. O pecado está vencido. O
maligno foi derrotado. O caminho da reconciliação com Deus está
preparado. A porta da eternidade abriu-se para os eleitos.
b) Na ascensão. A ascensão é consequência lógica da ressurreição,
marcando a “subida” daquele que “desceu” ao mais baixo nível de nossa
humanidade; esteve conosco, foi um dos nossos, assumiu verdadeiramente o
nosso estado, conservando, porém, a verdadeira natureza divina. A ascensão
marcou a sublimação do ser humano completo e complexo: espírito-corpo,
indivíduo peneumossomático.
c) Na entronização. O Cristo ressurreto, verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, ocupou pela entronização, levando e elevando a nossa humanidade,
o trono da realeza divina, à destra do Pai. A dignificação do homem, criado
à imagem e semelhança de Deus, em Jesus Cristo atingiu o mais elevado
estágio de nobreza. Podemos afirmar, com base escriturística, que o
universo inteiro é governado po um verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Assim, o ser humano, criado para reger, está regendo.
d) No julgamento. O que foi julgado e condenado à morte pelos homens
é e será o Juiz de todos os ressurretos, justos e injustos. Perante ele se
dobrarão todos os joelhos dos que, na terra humilharam-se aos seus pés ou
foram humilhados, tanto quanto os réprobos.
O Cristo exaltado, de servo sofredor tornou-se Reis dos reis, Regente
do universo, Supremo Juiz. Ele reina e reinará.

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