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Sumário:
Resumo
Introdução
1
Artigo produzido sob a orientação do Professor Doutor Luiz Henrique Urquhart
Cademartori, professor do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica da Universidade do
Vale do Itajaí, na Linha de Pesquisa em Hermenêutica e Principiologia Constitucional.
2
Mestranda do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica da Universidade do Vale do
Itajaí. Sob orientação do professor Doutor Álvaro Borges de Oliveira. Endereço
eletrônico: rubia_nazari@hotmail.com
3
ARISTÓTELES. A Política. Tradução Roberto Leal Ferreira. 2 ed., São Paulo: Martins
Fontes. 1998. p. 09
OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
www.univali.br/direitoepolitica
Segundo Coulange
Ainda, no dizer de Coulange, como nas famílias o pai era o responsável pelo
culto, ”pois a concepção religiosa foi, entre os antigos, o sopro inspirador e
organizador da sociedade,” o rei era o sumo sacerdote e o chefe político.
Portanto, “o Estado não admitia que ninguém permanecesse indiferente aos
seus interesses.”6
Já para Locke,
4
ARISTÓTELES. A Política. p. 09
5
COULANGE, Fustel de. A Cidade Antiga: estudo sobre o culto, o direito, as instituições
da Grécia e de Roma. Tradução Jonas Camargo Leite e Eduardo Fonseca. 12 ed., São
Paulo: Editora Hemus, 1975. p. 101.
6
COULANGE, Fustel de. A Cidade Antiga. p. 183
7
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo: ensaio relativo à verdadeira
origem, extensão e objetivo do governo civil. Texto integral, coleção Obra Prima de Cada
Autor, tradução Alex Marins, São Paulo: Editora Martin Claret, 2004. p. 99
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
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Para Bobbio8 as duas fontes principais para o estudo do Estado são: a história
das instituições políticas e a história das doutrinas políticas.
Esta distinção também foi adotada por Weber que “sustenta a necessidade de
distinguir o ponto de vista jurídico do ponto de vista sociológico”, sendo
8
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade: por uma teoria geral da política.
Tradução Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 53
9
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade; por uma teoria geral da política. p 73
10
BOBBIO, Norberto.Estado, Governo, Sociedade; por uma teoria geral da política. p.
55
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
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Deve ser observado que essas teorias, da origem dos agrupamentos sociais,
de certa forma se incorporam às teorias de formação do Estado,
especificamente à de formação originária que parte do pressuposto dos
agrupamentos humanos, sejam de maneira natural ou contratual. Não
olvidando, todavia, a formação derivada que pode ser típica ou atípica.
1 Conceito de Estado
11
BOBBIO, Norberto.Estado, Governo, Sociedade; por uma teoria geral da política. p 57
12
BOBBIO, Norberto.Estado, Governo, Sociedade; por uma teoria geral da política. p 57
13
O conceito de Estado evolui com o tempo: surgiu do termo polis na Grécia, civitas em
Roma e estado durante a Idade Média, tendo sido Maquiavel o introdutor do termo na
literatura política.
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2 Estado Moderno
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. p. 54
15
CADEMARTORI, Luiz H. U.. A Discricionariedade Administrativa no Estado
Constitucional. p. 27
16
FRIEDE, Reis. Curso de Teoria Geral do Estado: Teoria Constitucional e Relações
Internacionais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. p . 05
17
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo: síntese de uma
proposta. in CADEMARTORI, Luiz Henrique Urquhart (org). Temas de Política e Direito
Constitucional Contemporâneos. Florianópolis: Momento Atual, 2004. p. 35
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18
CORVISIER, André. História Moderna. São Paulo: Difel, 1980. p. 45
19
ZAGREBELSKI, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia. Traducción Marina
Gascón. 4 ed. Madrid: Editorial Trotta, 2002. p. 10
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O direito relativo aos atos do Estado tinha significado duplo, pois incluía a idéia
de um direito criado exclusivamente pelo Estado e posto exclusivamente a seu
serviço. “La soberania estatal era así el punto de partida y de retorno de este
derecho, el criterio de sentido y orientación de todos sus elementos.”21
20
ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justiça. p 11
21
ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justiça. p. 11
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Para aumentar o poder do Estado Absolutista diante dos outros Estados, era
estimulada a exportação de mercadorias. Na realidade, para o mercantilismo,
o Estado era o centro, sujeito e objeto. “A doutrina mercantilista afirma que a
arte de governar deve aplicar-se no sentido da acumulação das moedas e de
metais preciosos. A finalidade precípua do Estado, no entender dos
mercantilistas, deveria ser a de encontrar os meios necessários para que o
respectivo país adquirisse a maior quantidade de ouro e prata.”23
22
GASTALDI, J. Petrelli. Elementos de Economía Política. 17 ed., São Paulo: Saraiva,
2001. p. 50
23
GASTALDI, J. Petrelli. Elementos de Economia Política. p. 50
24
WEBER, Max. Economia y Sociedad. José Medina Echovarria e outros. 4 ed., México:
Fondo da Cultura e Economia, 1969. p. 1053
25
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico. Tradução Marcio Pugliesi. São Paulo:
Ícone, 1996. p. 55
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Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
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26
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo: síntese de uma
proposta. p. 39
27
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. 3 ed.,
Curitiba: Juruá, 2002. p. 92
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28
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 94
29
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 92
30
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 102
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Com base nesta realidade da época, as idéias liberais receberam uma forte
oposição, pois a igualdade perante a lei não significou igualdade econômica e
nem igualdade de oportunidades. Essa desigualdade social, onde a burguesia
consentia em que todos teriam cidadania civil, mas não a cidadania política,
gerava sérias conturbações. O trabalho era considerado como simples
mercadoria, sujeita as variantes de oferta e procura. Os burgueses faziam com
o pobre o que receberam da nobreza durante o feudalismo e o absolutismo.
31
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 110
32
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 112
33
GASTALDI, J. Petrelli. Elementos de Economia Política. p. 450
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É bem verdade, porém, que os abusos do Liberalismo pelo desvio do uso das
liberdades por ele próprio preconizadas, levaram a séria desigualdade. O
sofrimento das classes assalariadas, agravamento das condições de trabalho,
exploração de operários e trabalhadores aliados à busca capitalista incansável
pelo lucro, motivaram a explosão da questão social moderna.
34
WOLKMER, Antonio Carlos. Ideologia, Estado e Direito. 3 ed., São Paulo: RT, 2000. p.
125
35
WOLKMER, Antonio Carlos. Ideología, Estado e Direito. p 426
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Destaque-se, ainda, o Marxismo que nas primeiras décadas do século XIX era
um movimento de idéias com finalidades culturais de ajuda mútua e
conspiração contra a situação atual, principalmente em Paris.
36
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. p. 1197
37
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 134
38
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 141
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
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3 Estado Constitucional
Assim é que o autor “defende a tese de que em 1916 encerra-se, pelo menos
do ponto de vista Constitucional, o período do Estado Moderno e surge, a
39
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. p. 141
40
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo. p. 44
41
PASOLD, Cesar Luiz. Função Social do Estado Contemporâneo. p. 21
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42
PASOLD, Cesar Luiz. Função Social do Estado Contemporâneo. p 25
43
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo. p. 40
44
CADEMARTORI, Luiz HENRIQUE Urquhart. A Discricionariedade Administrativa no
Estado Constitucional de Direito. 3a tir., Curitiba: Juruá, 2003. p. 63
45
ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justiça. p.13
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
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As crises e pressões políticas sofridas pelo Estado nos tempos atuais geram,
automaticamente, sérias crises e pressões sociais. Assim sendo, é certo que o
Estado tenha sofrido alterações e mudanças favoráveis a sua manutenção,
adequando-se às situações existentes. Essas mudanças, por imposição da
própria sociedade, visam a primazia do coletivo, ou seja o Bem Estar.
46
ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justiça. p. 40
47
PASOLD, Cesar Luiz. Função Social do Estado Contemporâneo. p. 25
48
MOURA, Carmem de Carvalho e Souza. O Estado Contemporâneo. Jus Navigandi,
Teresina, ª3, n.35, out. 1999. Disponível em <http://www1.jus.com.br/doutrina. Acesso
em: 23 mai, 2005..
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
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Considerações finais
Assim como a crise do Estado Moderno levou ao que é proposto como Estado
Constitucional, esse deve se firmar e buscar seu objetivo para que se mostre
como uma alternativa segura contra o que a história já mostrou ser ineficaz.
49
PASOLD, Cesar Luiz. Função Social do Estado Contemporâneo. p. 34
50
PASOLD, Cesar Luiz. Função Social do Estado Contemporâneo. p. 43
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
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ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justiça. p.14
52
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo. p. 49
53
PASOLD, Cesar Luiz. Concepção para o Estado Contemporâneo. p.49
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OLIVEIRA, Rúbia Nazari. Do estado moderno ao estado constitucional – algumas considerações.
Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v. 1, n. 1, 3º quadrimestre de 2006. Disponível em:
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