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PEDIATRIA

IMUNIZAÇÃO

IMUNIDADE:
 Imunidade Inata (natural): desde o nascimento
o Barreiras externas
o Mecanismos inespecíficos
o Primeira linha de defesa do organismo → garante uma resposta rápida
 Imunidade adquirida (adaptativa):
o Proteção específica
o Resposta ao contato com diversos antígenos imunogênicos
o Há o reconhecimento dos agentes pelos linfócitos B nos órgãos linfoides
o Imunidade humoral: anticorpos específicos
o Imunidade celular: linfócitos T
o Produção de células de memória imunológica
o Tipos:
 Ativa: requer exposição ao agente infeccioso e há produção de anticorpos
 Natural: após infecção
 Artificial: vacinação
o Necessita de pelo menos 2 semanas para produção de Ac e estimulação de
células de memória
 Passiva: obtenção de Ac já prontos
 Natural: passagem transplacentária, amamentação
 Artificial: uso de Ig e soros heterólogos
o Proteção transitória, não induz a formação de linfócitos de memória
VACINAÇÃO:
 Varíola: única doença erradicada no mundo através da vacinação (vacina atenuada).
o Vaccinia (VACV) é um vírus do gênero Orthopoxvirus da família Poxviridae que, em seres humanos, é
causador de doença não letal, pustular e localizada  deu origem a primeira vacina que se tem
registro (século XVIII).
 Únicos laboratórios hoje com o vírus da varíola humana: EUA e Rússia.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA VACINA: indução de resposta imune adaptativa ativa artificial
 Natureza dos antígenos utilizados nas vacinas:
o Agentes atenuados: febre amarela, SCR e varicela (tetra viral), rotavírus, VOP (Sabin), BCG
o Agentes inativados: Influenza, coqueluche, VIP, hepatite A e hepatite B, HPV, raiva
o Partes dos agentes etiológicos: HiB, PNEUMO 10V, Pneumo 23V, Meningo C e ACWY
o Produtos modificados do metabolismo: toxoides purificados da difteria e do tétano (DTP)
 Vias de administração:
o Intramuscular: Pentavalente/DTP/DTPa/DT/dT; VIP, Pneumo 10V, Pneumo23V, Meningo C, HPV,
Influenza, Hepatite A, Hepatite B.
o Subcutânea: FA, SCR, varicela
o Oral: VOP, rotavírus
o Intradérmica: BCG
 Vacina combinada (+ de 1) ≠ vacina conjugada (adição de proteína ao polissacarídeo)
o Vacina conjugada é mais cara  Ex: Pneumo 10.
 Microrganismos Encapsulados (com polissacarídeos): Hib, meningococo (meningite) e pneumococo
(pneumonia).
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o Crianças < 2 anos tem resposta timo dependente boa (contra proteína) e timo independente ruim,
dessa forma, bactérias encapsuladas causam doenças graves.
 Exemplo de resposta timo dependente: é o que ocorre na alergia ao leite de vaca (proteínas,
principalmente de baixo peso molecular).
 Para combater microrganismos encapsulados é necessário que o baço responda de maneira
eficiente, o que não ocorre com crianças menores de 2 anos.
o A cápsula é o ponto de ataque das indústrias farmacêuticas  a vacina tem pedaços da cápsula para
que o corpo produza Ac contra essa.
 No entanto, esse artifício não funciona para as crianças < 2 anos, precisando de vacina
conjugada  adição de proteína de baixo peso molecular (hapteno) ao polissacarídeo  o
corpo reconhece e ativa a produção de Ac.
 Cria memória imunológica que facilita a opsonização da bactéria.
o Vacina Pneumo 23: é feita com a cápsula e não funciona com crianças pequenas (é dada para
idosos).
 Booster: produção rápida de Ac com uma dose de reforço.
o No caso da vacina contra tétano, isso ocorre quando já houver as 3D e não for imunossuprimido.

PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI)/ BRASIL: Vacinas atendem todas as faixas etárias e pessoas em
condições específicas.
 Salas de vacinas (públicas e privadas) e CRIEs (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais).
 Proteção de rebanho: índice vacinal >95%  vírus não consegue circular.
o A única vacina com boa cobertura nacional é a BCG (dada no RN).
o As campanhas pensam no coletivo e não no individual  todos podem tomar, inclusive quem já foi
vacinado.
o Em caso de reação anafilática, não toma outra dose  confia na imunização de rebanho.
 Intervalo mínimo entre as doses de uma mesma vacina: 30 dias.
o Não existe intervalo máximo entre doses (não existe isso de “perder dose”).

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO (2020):


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Idade Vacina
RN BCGid, HB
2m Penta + Pneumo 10V + VIP + Rota
3m MnC
4m Penta + Pneumo 10V + VIP + Rota
5m MnC
Penta + VIP
6m SCR (DOSE 0), Influenza
9m FA
12 m Pneumo 10V + MnC + SCR
DTP + VOP + HepA + SCRV
15 m (tetraviral)
4 anos DTP + VOP + Varicela + FA
Anual Influenza
dT a cada 10 anos
meningo ACWY 11-12 anos
Adolescent HPV 2 doses (meninos e meninas 9-
e 14)
dTpa 1 dose a cada gestação (20-36
Gestantes sem)

CONTRAINDICAÇÕES DE VACINA:

 Contraindicação formal –válida para todas as vacinas quando pessoas que sofreram anafilaxia provocados
por qualquer componente da fórmula da vacina ou que tenham apresentado anafilaxia com dose anterior da
vacina.
 Vacinas de agentes atenuados:
o Contraindicadas em imunodeprimidos: imunodeficiências primárias, transplantados, terapia
imunossupressora (quimioterapia, corticoide), grávidas
 Filhos de HIV positivo:
o Devem receber a BCG o mais rápido possível após o nascimento
 BCG (intradérmica): adiar a aplicação em caso de lesão de pele extensa e RN com < 2000g
 Vacinas IM: cautela ao aplicar em pacientes com distúrbios de coagulação
o Pode ser usado fatores de coagulação antes ou via subcutânea
 VOP:
o Contraindicada se criança convive com imunossuprimidos
o Devem ser adiadas se quadro de gastroenterite aguda e vômito
 Contraindicada se histórico de reação anafilática a algum componente ou a dose anterior
o FA e influenza: precaução com pacientes com histórico de reação anafilática a ovo
 Situações que indicam adiamento da vacina:
o Doença febril grave (para não confundir como uma reação vacinal)
o Uso de imunossupressores ou corticoides:
 Dose imunossupressora > 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente para crianças e acima
de 20 mg/dia para adultos por tempo superior a 14 dias;
 Vacinar 90 dias depois
 Via inalatória (asma) ou tópicos ou em esquemas de altas doses em curta duração (menor
do que 14 dias) não contraindica vacinação.
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o Uso de imunoglobulinas e hemoderivados


 Se usou em menos de 2 semanas depois de aplicar a vacina, deve reaplicá-la
 Vacinar 90 dias depois

VACINA BCGid:
 Bacilo de Calmette-Guérin intradérmica: proteção cruzada pela Micobacterium in bovis atenuada.
 Objetivo: prevenir formas graves de tuberculose no início da vida (miliar e meníngea).
o Não protege contra TB pulmonar (forma mais leve).
 Características: Dose única; Via Intradérmica (ID), braço direito
o Antes, era logo ao nascimento ou alguns dias depois (quanto mais precoce melhor). Agora, no Brasil,
a criança só vai receber a vacina BCG após chegar resultado do teste do pezinho ampliado.
o Se contactante intradomiciliar de hanseníase (qualquer forma clínica): quimioprofilaxia adicional em
> 1 ano
o Não é recomendado reaplicação se não houver cicatriz vacinal
 Até quando? 4 anos 11 meses e 29 dias
 Evolução da lesão (vacina intradérmica)
o 1-2 semanas: macula avermelhada com enduração 5-15mm
o 3-4 semanas: amolecimento do centro da lesão com formação de pústula e aparecimento de crosta
o 4-5 semanas: formação de úlcera com 4-10 mm
o 6-12 semanas: cicatriz 4-7mm
o Fenômeno de Koch: cicatrização precoce com lesão vacinal maior em indivíduos já infectados
previamente
 A úlcera não deve ser ocluída ou tratada com medicação tópica
 Pode associar (10%) ao quadro: enfartamento ganglionar regional homolateral, não supurado, único ou
múltiplo, firme, móvel, indolor, sem sinais flogísticos.
o Pode permanecer por até 3 meses.
o Não puncionar, não administrar isoniazida
 Complicações: ELAS DEVEM SER NOTIFICADAS!
o Abscesso subcutâneo quente: contaminação de aparecimento precoce (15 dias após).
 Antibioticoterapia
o Abscesso subcutâneo frio: tardio (entre 3 meses)
 Decorrente de erro na técnica de aplicação (subcutânea)
 Isoniazida (10mg/Kg/dia) até regressão da lesão e acompanhamento por 3 meses
o Úlcera > 1cm que não cicatriza, granuloma no local, linfadenopatia SUPURADA
 Decorrente de aplicação incorreta da vacina
 ALERTA! Pensar em imunodeficiência primária
 Isoniazida (10mg/Kg/dia) até regressão da lesão e acompanhamento por 3 meses
o Reação lupoide, linfonodos em outras regiões ou órgãos, lesões disseminadas (pele, osteoarticular):
esquema tríplice
 2 meses: Rifampicina (10mg/kg/dia) + Isoniazida (10mg/kg/dia) + Etambutol (25mg/kg/dia)
 4 meses: Rifampicina (10mg/kg/dia) + Isoniazida (10mg/kg/dia)

VACINA PENTAVALENTE: HB + DTP + Hib


 5 antígenos: Hepatite B + DTP (difteria, tétano, coqueluche) + Hib (Hemophilus influenza tipo B).
o Combinada (mais de 1 no mesmo frasco)  Diminui desconforto, economiza materiais e melhora
cobertura vacinal.
o A vacina pentavalente combina a antiga vacina tetravalente (DTP+Hib) com a vacina da hepatite B.
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o Via: IM (é inativada).

 Hepatite B (HB):
o 2 picos de transmissão:
 Transmissão vertical no nascimento (mãe  filho).
 Transmissão sexual ou parenteral (adulto/adolescente).
o Vacina: Intramuscular contendo fragmentos (HBSAg).
 1ª dose: primeiras 12 horas de vida até 1 mês incompleto (procedimento universal).
 Independente da mãe ter HB ou não.
 Não tem sentindo tomar depois de 30 dias.
 Introduzida depois de 1998.
 Quanto mais precoce melhor, pois aumenta proteção contra transmissão vertical (85%).
 A HB na infância está muito relacionada com o desenvolvimento de
hepatocarcinoma e cirrose.
 Se a mãe HB positiva (colhido no pré-natal)  vacina + imunoglobulina contra HB 
fazer nas primeiras 12 horas ou em até 7 dias após o nascimento  aumenta a
proteção contra a transmissão vertical para 95%.
o Só o Ac não oferece boa proteção.
o Deve ser feito uma aplicação em cada glúteo para que não ocorra a
neutralização dos dois.
o A amamentação não traz riscos adicionais ao RN que tenha recebido a
primeira dose da vacina e a imunoglobulina
 Obs: contraindicação só para HIV.
 Total: 4 doses (ideal)  HB nascimento + 3 penta (2,4 e 6 meses).
 Se a criança perdeu a 1ª dose ou crianças mais velhas e adultos  vai ter 3 doses (0-
1- 6 meses).
o Esquema mínimo (indivíduos maiores): Na rede pública está disponível para todas as idades (barata e
segura)  99% de proteção.
 0 (dia atual) – 1 ou 2 meses – 6 meses.
 0 (dia atual) – 1 ou 2 meses – 4 meses  mais rápido.
 Intervalo mínimo:
o Entre 1ª e 2ª dose = 30 dias;
o Entre 1ª e 3ª = 4 meses.
 Exemplo: se a criança tomou 1ª dose com 2 anos e hoje esta com 20 anos.
o Como não há intervalo máximo para as vacinas, ela pode tomar a 2ª dose
hoje e a 3ª depois de 1 mês. Assim, respeita o intervalo entre a 1ª e a 3ª
dose (4 meses) e a 2ª e 3ª dose (30 dias, entre doses da mesma vacina).
 Anti-HBs: Marcador que a pessoa tomou a vacina.
o Muito frequente dar resultado negativo na sorologia (1%). Tem q refazer o
esquema da HB.
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o Não se faz sorologia de rotina (não dá pra saber se não teve soro conversão
ou se os anticorpos caíram ao longo dos anos).
o Títulos protetores ≥ 10 UI/mL
 Se faz muito tempo que tomou a vacina, fez o anti-HBs e deu < 10UI,
tomar uma dose de reforço (booster)
 Se faz até 30 dias que tomou a vacina e resultado foi < 10 UI, é
necessário fazer um 2ª esquema vacinal de HB (0,2,6meses), com
recoleta posterior (2 meses) de anti-HBs.
o Contraindicação: Púrpura trombocitopênica idiopática (atualmente chamada de trombocitopenia
primária imune) com início dos sintomas até 30 dias após a aplicação.
 Ocasiona uma plaquetopenia.
 Suspende as outras doses pelo risco de sangramento em SNC (é raro, mas pode acontecer).
o Grupos de risco (adulto) para HB: profissionais de saúde, usuários de drogas, prostitutas, indígenas,
comunicantes sexuais de portadores de HB, população carcerária, manicures/pedicures.
 DTP: toxóide diftérico + toxóide tetânico + Bordetella pertussis inativada em suspensão
o Via: intramuscular profunda
o Dose: 0,5 mL
o Esquema básico: 2, 4, 6 meses (penta).
 Depois: duas doses de reforço com DTP (15m e 4a).
o Conceitos Gerais:
 DIFTERIA = Corynebacterium diphtheriae: é uma doença infectocontagiosa causada pela
toxina produzida pela bactéria.
 Provoca inflamação e lesão em partes das vias respiratória (principalmente
membrana da amigdala).
 A vacina é feita com o toxoide.
o Toxoide: toxina atenuada com substâncias químicas, que perdeu sua
propriedade tóxica, mas mantém a capacidade de estimular a produção de
anticorpos específicos, us. como base de vacinas.
 TÉTANO = Clostridium tetani (terra e ferrugem).
 A vacina também é feita com toxoide.
 Após as 3 doses, toma-se a cada 10 anos.
 COQUELUCHE (Bp): Bordetella pertussis gram negativa, de alta contagiosidade, que causa
tosse grave, vômito, dispneia, cianose, crises de apneia em lactentes.
 Doença selvagem/wild: doença adquirida pela bactéria na natureza.
 Indivíduo tosse por mais de 15 min, fazendo apneia  podendo causar cianose,
hipóxia e óbito de crianças pequenas.
o Quanto mais jovem, mais grave (principalmente bebês de 2-3m).
o No adulto a forma é leve.
o DTPw (tríplice celular): pode ser dada até no máximo 6 anos, 11 meses e 29 dias
 Componente P: suspensão de Bordetella pertussis inativada contendo todos seus antígenos
(altamente reatogênica e imunogênica). Apresenta elevada incidência de efeitos adversos
sistêmicos
 Febre (50%), sonolência (48%) → autolimitadas, bom prognóstico
 Reações mais graves: choro inconsolável, episódio hipotônico-hiporresponsivo
(completar esquema com DTPa), convulsão parcial ou generalizada (completar
esquema com DTPa), encefalopatia pós vacinal (completar com DT), anafilaxia
(contraindica qualquer outra dose)
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 DT (dupla infantil):
 Indicada para < de 7 anos que tenham contraindicação ao componente pertussis,
após encefalopatia pós-vacinal.
 A partir de 2 meses até 6 anos, 11meses e 29 dias
 Efeitos adversos: dor, rubor, enduração local, febre (38,5°)
 DTPa: é a vacina acelular infantil (menos reatogênica) disponível para crianças menores de 7
anos (disponível nos CRIE).
 Componentes purificados da bactéria: toxina pertussis, hemaglutinina filamentosa,
pertactina, fímbrias (1, 2 3 )
 É também indicada para crianças que já tiveram reação com 1 dose de DTP
(convulsão febril ou afebril, síndrome hipotônico-hiporresponsiva)
 Indicada para quem tem maior risco com a DTP: doença convulsiva crônica,
cardiopatas, pneumopatas crônicos, doenças neurológicas crônicas, RN prematuro
extremo (< 1000g), pacientes oncológicos, transplantados e com doenças
imunemediadas.
 Não é produzida no Brasil, por isso tem custo mais caro.
o dT (dupla adulta):
 O “d” é porque essa vacina tem menor quantidade de toxoide diftérico.
 Não tem a porção da coqueluche, porque no adulto essa doença é mais branda.
 Após os 7 anos de idade, a vacina contra coqueluche pode ter como efeitos
colaterais graves como encefalopatias, convulsões, etc.
 Os anticorpos declinam com o tempo: é necessário fazer a revacinação com dT a cada 10
anos, durante toda a vida (adolescentes e adultos).
o dTpa: tríplice bacteriana acelular do adulto
 É produzida com pedaços da bactéria, e dessa forma provoca menor efeito colateral.
 Também consigo uma soro conversão melhor (mais eficaz).
 A dTpa é dada para todas as gestantes preferencialmente a partir da 20ª semana
(idealmente 27ª-36ª). Em cada gestação, uma nova dose de dTpa.
 Objetivo: Proteção para o bebê.
 Se não receber na gestação pode receber no puerpério.
 Profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal
(UTI/UCI neonatal) a cada dez anos.
o Tétano:
 Agente Clostridium tetani
 Esporos se multiplicam e produzem exotoxinas, que são disseminadas no organismo
 Doença grave, alto risco de morte
 Transmissão:
o Tétano acidental: ferimentos contaminados com terra, poeira, fezes de
animais, fezes humanas
o Tétano neonatal: corte do cordão umbilical com instrumento contaminado.
 Reforço a cada 10 anos com dT (adolescentes, adultos, idosos)
 3 doses mínimas para garantir a imunização (efeito booster).
 PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO:
 Ferimento risco mínimo: superficial, limpo, sem corpos estranhos ou tecidos
desvitalizados
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 Ferimento alto risco: profundos ou superficiais sujos, com corpos estranhos ou


tecidos desvitalizados; queimaduras; feridas puntiformes ou por armas brancas ou
de fogo; mordedura, politraumatismo, fratura exposta.

o Na profilaxia do tétano pós-ferimento, também está indicada a limpeza do ferimento com água
corrente e sabão e, se necessário, fazer o desbridamento o mais rápido e profundo possível. Se não
houver sinais de infecção secundária não é necessário antibiótico profilático.
 Ferimento limpo nunca faz soro.
 Ferimento sujo só faz soro com menos de 3 doses.
 100% dos indivíduos estão protegidos quando a vacinação de tétano ocorreu a menos de 5
anos. No entanto, após 5 anos de vacinação, 15-20% da população não estará mais
imunizada.
 HEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B (Hib - polissacarídeo conjugado): Ver sobre microrganismos
encapsulados nas características gerais da vacina.
o Hi normal não é encapsulada, causando doenças respiratórias altas (sinusite e otite).
o Hib (bactéria)  Influeza (vírus).
 Hib: capsulado  cápsula de polissacarídeo (PRP) que oferece patogenicidade (maior
resistência).
 Cepas capsuladas são responsáveis por causar doenças invasivas: epiglotite, meningite,
pneumonia, sepse, celulite, artrite séptica, osteomielite
 95% HiB
 Atinge lactentes (acentuada mortalidade em < 1 ano)
o Vacina de polissacarídeo conjugado (modifica para se comportar como antígeno T- dependente, aí é
capaz de induzir memória imunológica)
 VIA: IM, dose 0,5mL
 Hib não precisa de reforço (em pessoas imunocompetentes).
 Protege indiretamente os não vacinados (diminui a colonização dos assintomáticos)
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POLIOMIELITE (vacina VOP e VIP):


 Poliomielite: Vírus transmitido pela via fecal-oral, que causa paralisia infantil (sequela neurológica).
o Albert Sabin: criou a vacina atenuada (“gotinha”, de VO)  por ser um vírus atenuado, ocorre a sua
replicação no intestino. Portanto, são excretadas milhares de partículas virais nas fezes de quem é
vacinado. Em países com baixas condições de saneamento básico, essa vacina é muito útil, pois a
imunização ocorre de forma indireta (as pessoas entram em contato com vestígios de fezes humanas
na agua e nos alimentos e ingerem as partículas virais)  a vacinação ocorre de forma exponencial.
 Esse esquema de vacinação diminuiu muito os casos de poliomielite selvagem, pois os vírus
que ficaram circulando eram vírus da poliomielite vacinais.
o Problema atual: enorme carga de vírus vacinal circulante.
 Esse vírus atenuado foi ingerido acidentalmente por imunossuprimidos. Como essas pessoas
não possuem um sistema imunológico eficiente, as partículas virais vacinais ingeridas ficam
no intestino compartilhando material genético. Esse vírus vacinal tem a particularidade de
readquirir a capacidade de neurovirulência, deixando de ser inofensivo para o hospedeiro.
Essa capacidade de causar poliomielite atinge imunossuprimidos e pessoas sem deficiência
imunológica.
 Portanto, com essa vacina, a poliomielite nunca será erradicada. A poliomielite selvagem foi
substituída pela poliomielite vacinal. Dessa forma, o planejamento é substituir esse tipo de
vacina, pois agora ela não é mais tão interessante.
o Novo vírus utilizado na vacina contra poliomielite: Salk  vacina injetável IM de vírus inativado.
 Portanto:
 VOP (Sabin): oral atenuado.
 VIP (Salk): IM inativado.
 VOP:
o Oral (VOP): Vírus vivo atenuado bivalente (poliovírus 1 e 3).
o Utilizada nas campanhas de vacinação em massa.
o A VOP apresentava bom resultado para o P2, porém é a principal causa de pólio vacinal. Dessa
forma, a OMS instituiu para esses países a vacina bivalente em 2016 VOP (P1 e P3), que não tem o
tipo P2 que faz maior soroconversão.
 O vírus vacinal pode sofrer mutação para neurovirulência → febre, déficit motor flácido,
assimétrico, predomínio de MMII, dores espontâneas, atrofias, hipotonia, abolição de
reflexos.
o Desvantagens da VOP:
 Ocorre a replicação no intestino explicada anteriormente. A excreção é cerca de 6 semanas,
possibilitando a ocorrência de mutações.
 Imunodeficientes: maior replicação e excreção dos vírus vacinais (até 10 anos), maior taxa
de mutação: Surgimento de cepas mais virulentas.
o Contraindicações:
 Mulheres gravidas e seus contactantes
 Situações de pacientes com imunossupressão
 VIP
o Intramuscular (VIP): vacina inativada trivalente (P1, P2 E P3)
o Excreção de vírus vacinais após a VIP: nula
o Vacinação prévia com VIP reduz a excreção dos vírus vacinais após o uso da vacina oral.
o Paralisias flácidas: substituir VOP por vacina inativada contra a poliomielite (VIP).
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 Esquema vacinal: a imunização mais adequada seria com 5 doses de VIP, porém isso encarece o sistema (VIP
mais cara do que a VOP). As 3 doses oferecidas no Brasil já oferecem um bom nível de imunização, sem
aumentar muito os custos e mantem um pouco de partículas virais circulantes através da VOP.
o Básico:
 2 meses: VIP (Imunização Básica)
 4 meses: VIP (Imunização Básica)
 6 meses: VIP (Imunização Básica)
 15 meses: VOP
 4a: VOP
o Campanhas anuais com VOP para indivíduos com esquema VIP completo até os <5 anos.
 Só dá VOP quando já deu 3 VIP (medida para diminuir carga viral vacinal no meio).
 Espera-se que o adulto já esteja imunizado.
o VOP: não usar em imunodeprimidos ou seus contactantes .
 Crianças HIV+: VIP, VIP, VIP, VIP, VIP.
 5 doses pelo risco de não soroconverter.
 Tudo VIP e não vai nas campanhas (que é oferecido VOP).
 Mãe HIV + e filho HIV -: VIP, VIP, VIP, -, -.
 A criança não toma VOP por causa da mãe, para que ela não tenha pólio vacinal.
 Mesmo caso quando a criança tem um irmão fazendo quimioterapia, por exemplo.
o Reforço: vacinação nos viajantes, conforme a situação vacinal encontrada.
 Quando for viajar para determinadas regiões é importante reforço com VOP (ajuda na
imunização do local), exceto países com casos de pólio vacinal, nesse caso recomenda-se
VIP.
 Exemplo de caso 1: sou profissional da saúde e vou fazer um trabalho voluntário no
Afeganistão. Qual vacina irei tomar? VOP: porque é adulto e nesse país a prevalência é de
poliomielite selvagem.
 Exemplo de caso 2: sou profissional da saúde e vou fazer trabalho voluntario no Congo. Qual
vacina irei tomar?  VIP: porque no Congo a incidência maior é de vírus vacinal.

ROTAVÍRUS (ROTA):
 Vacina atenuada de Via Oral: 2 doses
 Impacto altíssimo em mortalidade infantil por diarreia.
o Houve tentativas de desenvolver a vacina contra o Rotavirus, porém os efeitos colaterais eram
maiores do que o benefício da vacina.
 Intussuscepção intestinal (invaginação das alças intestinais): fezes como geleia de
morango.
o 2006: nova vacina, com menor risco de intussuscepção. Foi introduzida no calendário.
o 2 tipos: VRH1 (monovalente – esquema 2,4 meses) E VRH5 (pentavalente – esquema 2,4,6
meses)
 A 1ª dose só deverá ser administrada a partir de seis semanas até no máximo 3 meses e 15 dias .
o Se perdeu a 1ª não toma a 2ª.
 2ª dose: até 7 meses e 29 dias
 O intervalo mínimo entre as doses é de quatro semanas.
 Não repetir a dose se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação.
 Criança HIV+ toma normalmente.

INFLUENZA (GRIPE):
PEDIATRIA

 A vacina contra Influenza.


o Recomendação: Crianças (todas) dos 6 meses até < 5 anos.
o Como há queda dos Ac  toma 1x por ano.
o Tipos: trivalente (2A 1B, SUS) e quadrivalente (2A 2B)
 Via: Intramuscular
 Tipo: inativada
 Primovacinação (1 ª vez que vai tomar): 6 m - 8 anos 2 doses com intervalo de 1 mês (para garantir
imunização).
o Acima de 9 anos é dose única, mesmo na primo vacinação.
o Geralmente, a vacina esta disponível em uma determinada época do ano (abril a agosto). Portanto,
não há uma data especifica para a criança tomar a primeira dose, ela toma quando atingir a faixa
etária necessária e quando estiver disponível nos postos de saúde.
 Vacina é indicada nos meses de maior prevalência da gripe, estando disponível apenas nessa época do ano,
sendo desejável a sua aplicação nos meses que antecedem o inverno.
 > 5 anos grupo de risco  asma e outras doenças de base, grupos de risco (institucionalizados,
profissionais de saúde e escola, idosos (>60anos), pessoas com doenças crônicas, obesos e gestantes).
o Exemplo de caso 1: criança de 8 anos chega de outro pais com os pais. Toma a vacina da gripe? 
não.
o Exemplo de caso 2: criança de 8 anos chega ao país sem os pais e é institucionalizada (orfanato).
Toma a vacina da gripe?  sim, pois esta em uma condição de risco. Essa criança tomara 2 doses,
com diferença de 30 dias entre elas.
 Se existir algum registro que ela tenha tomado a primeira dose quando pequena, ai ela toma
apenas 1 dose.
 A composição da vacina é atualizada a cada ano, de acordo com os vírus circulantes, para garantir a eficácia
do produto.
 Vacina da gripe não causa gripe... Só previne determinadas cepas  portanto, se a pessoa fica gripada
depois de vacinar-se, provavelmente é porque a vacina não contemplou essa cepa viral.

PNEUMOCOCO
 Doença sistêmica grave em extremos de idade (crianças e idosos).
 Cápsula do pneumococo tem papel importante na sua virulência porque serve para evitar e dificultar a
fagocitose
 Anticorpos anticapsulares são protetores contra infecção pneumocócica.
 Via : IM
 Esquema:
o Se primeira dose no 1º ano: 2 doses (2m e 4m) + reforço (12 meses).
o Se primeira dose com 1-2 anos: 2 doses (intervalo de 2 meses)
o Se primeira dose com 2-5 anos: 1 dose (sem reforço).
o Se a criança nunca tomou vacina e tem mais de 1 ano vai tomar apenas 1 dose (mesmo não tendo
sido vacinada antes).
 Pacientes com alto risco para doença pneumocócica: anemia falciforme, asplenia funcional e anatômica,
síndrome nefrótica/IR crônica, imunossupressão, infecção pelo HIV, fistula liquórica, doenças crônicas (DCV,
hepática, pulmonar), DM insulinodependente, trissomias, fibrose cística, transplantados de órgãos sólidos ou
hematopoiéticos.
o Se iniciados com 2 meses: 3 doses e 1 reforço (pneumo 10V)
o Se iniciado com 7-11 meses: 2 doses e 1 reforço (pneumo 10V)
o Se iniciado entre 1-5 anos: 2 doses (pneumo 10V)
PEDIATRIA

o E receber reforço > 2 anos com Pneumo 23


 Vacinas Conjugadas:
o Polissacarídeo Conjugada com proteína carreadora (hapteno)
o Fazem a resposta imune de T-independente passar a ser T-dependente.
 Estimula células T auxiliares;
 Produção de anticorpos tipo-específicos que se ligam ao polissacáride da superfície da
bactéria;
 Estimulam a opsonização, fagocitose e morte do pneumococo;
 Influenciam no estado de portador do pneumococo
 Memória na nova exposição.

 Pneumocócica 10V:
o Vacina inativada
o Conjugada com proteína D do Hib, toxoide tetânico e toxoide diftérico
PEDIATRIA

o Previne contra os 10 tipos mais prevalentes (70%)


 Pneumo 13V: disponível no sistema particular
o Vacina inativada
o Conjugada com proteína CRM197
o Sorotipos adicionas: 3 (pneumonia complicada com empiema), 6A, 19ª (previne 90%)
o Recomendado (SBP): 3 doses (2,4,6 meses) + reforço (12-15 meses)
 Pneumo 23V:
o VACINA ANTIPNEUMOCÓCICA POLISSACARÍDICA: vacina inativada. Antígenos de polissacarídeo
capsular purificado dos 23 sorotipos de pneumococo mais prevalentes.
 A resposta a antígenos polissacarídeos é T-independente, de curta duração, e não induz
memoria imunológica
 Polissacarídeo + receptor BCR nas células B → produz Ac, mas não induz memória
 < 2 anos: não é eficaz  Os antígenos polissacarídicos são T-independentes. A resposta aos
antígenos T-independentes é pobre  com baixa produção de anticorpos específicos, queda
rápida dos seus níveis e não ocorre fenômeno de memória quando há nova exposição.
 Indicado apenas 2 doses ao longo da vida, com intervalo de 5 anos entre elas.
 Outras pessoas que tem indicação: indígenas, idosos > 60 anos, residentes em instituições
fechadas, pré esplenectomia eletiva (2 semanas antes), transplantados de células
hematopoiéticas (após 3 meses do transplante)
 Reações adversas: dor local, inchaço, vermelhidão, dor de cabeça, cansaço, dor muscular
 Esquema combinando Pneumo 10V/13V + Pneumo 23V: é mandatório fazer a primeira dose
com vacina conjugada.
 Iniciar esquema: Pneumo 10V ou Pneumo 13
 6-12 meses depois: 1 dose Pneumo 23V
 5 anos depois: 1 dose Pneumo 23 V

MENINGOCÓCICA C:
 Meningo C: sorogrupo mais prevalente desde 2006 no Brasil nas doenças meningocócicas.
o Transmissão: por secreções respiratórias (vais respiratórias).
o Meningite é tida como uma doença da infância. Há alguns anos, houve um aumento da sua
incidência em adolescentes e adultos jovens. Isso levantou a hipótese de que os títulos da vacina
dessas pessoas vacinadas na infância foram caindo ao longo dos anos.
o Esse desvio do comportamento da doença mostrou ser necessário um reforço de MnC dos 11-12
anos.
o Previne contra meningite e meningococemia
 Via: IM profunda
 Esquema de vacinação:
o Primeiro ano de vida: 2 doses da vacina contra Meningococo C conjugada.
o 12-15 meses até < 5 anos: 1 dose (reforço).
o (1º ano =2D + 1-5 anos = 1D).
o 2º reforço: 11 a < 15 anos.
 Vacina Meningo ACWY: previne contra meningite e doença meningocócica
o Adolescentes 11-12 anos (nunca vacinados para meningococo): 2 doses com intervalo de 5 anos
entre elas
 Vacina meningo B recombinante: atualmente (2019) é o sorotipo que esta crescendo
o Apenas rede privada
o Via IM
PEDIATRIA

o Previne contra meningite e infecções generalizadas provocadas por meningo B


o Esquema: 3, 5 meses + 12-15 meses (total 3 doses)

FEBRE AMARELA

 Vírus atenuado (cultivado em ovo de galinha)


 Via subcutânea.
 Indicação: Imunização dos 9 meses aos 59 anos, em todo o território nacional.
o Para viajar para regiões de risco, tomar dose integral.
 Esquema:
o Até 4 anos: 2 doses (9 meses, 4 anos)
o > 4 anos: não há consenso sobre a duração da vacina
 ACRV: dose única integral
 Antigamente dava-se reforço a cada 10 anos, hoje não dá reforço pela falta  proteção coletiva e não
individual.
 Contraindicação: < 6 meses de idade; Imunossuprimidos; mulheres que estão amamentando bebes < 6
meses (se tiver que tomar, suspender aleitamento materno por 10 dias), transplantados, pacientes
oncológicos, gestantes (exceto caso de surto), historia pregressa de doença no timo.
 Observação: não pode ser dado ao mesmo tempo a vacina de FA e de SCR, em menores de 2 anos de idade.
Esperar 1 mês entre elas.

HEPATITE A:
 Vacina inativada
 Via IM
 Transmissão: fecal-oral. Como o a rede de esgoto esta em um nível satisfatório em algumas cidades, essa
transmissão entre as crianças não esta ocorrendo mais. Atualmente, esta ocorrendo uma epidemia entre
homossexuais (adulto jovem), pois é uma faixa etaria que não foi vacinada quando pequena.
 Esquema de vacinação:
o DOSE ÚNICA 15 meses até menores 4 anos 11 meses e 29 dias
o Não tem reforço, apenas no setor privado.
 2 doses com intervalo de 6 meses (12 e 18 meses)

SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA (SCR) ou TETRA VIRAL (+ VARICELA, SCRV).


 Vacina: vírus vivo atenuado por via subcutânea.
o Pode ser tetra ou tríplice viral.
 Esquema de vacinação:
o 12 meses SCR (porque tem risco aumentado de convulsão quando 1ªD é combinada com varicela).
o A segunda dose da SCR (+varicela): tetravalente viral 15 meses.
o Reforço varicela: 4 anos (até < 7anos).
o Se momento de surto: crianças menores (>9 meses)
 SCRV
o SCR: 2 doses (até 29 anos ou 1 dose até de 30 a 49 anos).
o Objetivo: Manter a eliminação do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita, além de
diminuir número de casos de caxumba.
o Sarampo tem letalidade maior em países desenvolvidos.
 Contraindicação: gestantes, anafilaxia
PEDIATRIA

HPV
 Prevenção:
o Infecções persistentes e lesões pré cancerosas causadas pelo HPV
o Câncer de colo do útero, vulva, vagina, anus e verrugas genitais (condiloma)
 Vacina inativada
 Via IM
 A vacina da rede pública é igual da dose privada.
 Vacina tetravalente: HPV 6, 11, 16 e 18.
 HPV: 2 doses  0, 6m
o Meninas e Meninos: 9 anos até 14 anos, 11 meses e 29 dias (intervalo de 6 meses entre doses)
o Estudo da OMS diz q 2 doses são suficientes.
o Na rede privada geralmente são 3 doses
 15 anos: 3D
 < 15 anos: 2D
 Imunossuprimidos, HIV/Aids: 9- 26 anos 3 doses (0, 2 e 6 meses).
 Contraindicação: gestantes

DENGUE
 Vírus atenuado
 Via subcutânea
 Composta pelos 4 sorotipos da dengue
 Indicação:
o Crianças > 9 anos
o Até 45 anos (previamente infectados por 1 dos tipos)
 Esquema: 3 doses com intervalo de 6 meses
 Contraindicação: imunossuprimidos
 Disponível apenas na rede privada, por enquanto.

VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA
 DEFINIÇÃO:
o DOENÇA ANTROPOZOONÓTICA
o ALTA LETALIDADE
o ENCEFALITE AGUDA PROGRESSIVA
 FISIOPATOLOGIA:
o AGENTE: VÍRUS DA RAIVA (RHABDOVIRIDAE, VIRUS RNA)
o TRANSMISSÃO: SALIVA DO ANIMAL INFECTADO
 MORCEGOS, CACHORROS, GATOS, ANIMAIS SILVESTRES, GERALMENTE MAMÍFEROS,
ROEDORES NÃO TRANSMITEM
o NA PORTA DE ENTRADA:
 MULTIPLICAÇÃO VIRAL
 ACOMETIMENTO DE SNP E SNC
 DISSEMINAÇÃO PARA GLÂNDULAS SALIVARES E MULTIPLOS ÓRGÃOS
o PERÍODO DE INCUBAÇÃO E EVOLUÇÃO VARIÁVEL
 SINTOMAS-ÓBITOS: 5-7 DIAS
 INCUBAÇÃO MAIS CURTA EM CRIANÇAS
 QUADRO CLÍNICO:
PEDIATRIA

o PRÓDROMOS: FEBRE BAIXA, MAL ESTAR GERAL, NAUSEA, ANOREXIA, DOR DE GARGANTA, CEFALEIA,
LINFADENOPATIA DOLOROSA PRÓXIMA DO LOCAL DA LESÃO, IRRITABILIDADE
o FASE NEUROLÓGICA
 FASE FURIOSA: SIALORREIA INTENSA, HIDROFOBIA, ESPASMOS DOS MUSCULOS DA LÍNGUA,
FARINGE E LARINGE, FOTOFOBIA, AEROFOBIA, HIPEROSMIA, HIPERACUSIA, DISFAGIA
 FASE PARALÍTICA: PARALISIA, RETENÇÃO URINÁRIA, CONSTIPAÇÃO, ALTERAÇÃO
CARDIORRESPIRATÓRIA, DISAUTONOMIA, BRADICARDIA, BRADIARRITIMIA, TAQUICARDIA,
TAQUIARRITMIA, HIPER OU HIPOTENSÃO, COMA, ÓBITO
o COMPLICAÇÕES: HIPERTENSÃO INTRACRANIANA (HIC), HERNIAÇÕES CEREBRAIS, VASOESPASMO
CEREBRAL, CONVULSÕES
 DIAGNÓSTICO
o IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA (IFD): FRAGMENTOS DE BIÓPSIA; SWAB DE MUCOSA LINGUAL
o CULTURA DE CÉLULAR E ISOLAMENTO VIRAL
o SOROLOGIA (SORO OU LÍQUOR)
o RT- PCR PARA DETECÇÃO DE RNA VIRAL: SALIVA, FOLICULO PILOSO, LÍQUOR
o DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: TÉTANO, INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO, PASTEURELOSE, INFECÇÃO
POR VÍRUS B, BOTULISMO, FEBRE POR MORDIDA DE RATO (SODOKU), ENCEFALITE PÓS VACINAL,
TULAREMIA
 VACINA DE CULTIVO CELULAR (IMUNIZAÇÃO ATIVA)
o INATIVADA
o INTRAMUSCULAR: MAIS USADA; DELTOIDE OU VASTO LATERAL DA COXA
 ESQUEMA: 0-3-7-14
o INTRADÉRMICA: RARO NA PRÁTICA; TÉCNICA DIFÍCIL
 LOCAIS DE DRENAGEM LINFÁTICA, COMO INSERÇÃO DO MUSCULO DELTÓIDE
 ESQUEMA: 0-3-7-28
 SORO (IMUNIZAÇÃO PASSIVA)
o HETERÓLOGO: SORO ANTIRRÁBICO / SAR
 ADVINDO DO EQUINOS IMUNIZADOS COM ANTÍGENOS RÁBICOS
 METODOLOGIA: APLICADO NO LOCAL DO FERIMENTO
 NAS BORDAS, DENTRO DA LESÃO
 TEM QUE COBRIR TODA A LESÃO
 FERIMENTO EXTENSO OU MULTIPLO: PODE DILUIR EM SF 0,9%
 VIA INTRADÉRMICA
 SOBRA DE SORO: APLICAR O RESTANTE VIA INTRAMUSCULAR, REGIÃO GLÚTEA
 NÃO APLICAR O SORO NA MESMA REGIÃO QUE FOI APLICADA A VACINA
 NÃO DEVE SER USADO: SE REEXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA; SE TRATAMENTO ANTERIOR
COM SAR
o HOMÓLOGO: IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTIRÁBICA: IgHAR
 NÃO TEM MUITO DISPONÍVEL
 USA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS: HIPERSENSIBLIDADE AO SAR , HISTÓRIA DE UTILIZAÇÃO DE
SAR ANTERIORMENTE, CONTATO PROFISSIONAL FREQUENTE COM ANIMAIS (VETERINÁRIO)
 ADMINISTRAÇÃO INTRAMUSCULAR
 MAIS CARO
 NÃO DÁ REAÇÃO
 CONDUTA
o SE TIVER FERIMENTO
 LIMPAR O FERIMENTO: ÁGUA E SABÃO
PEDIATRIA

 NOTIFICAÇÃO IMEDIATA
o PROFILAXIA PRÉ EXPOSIÇÃO
 INDICAÇÃO
 ALTA EXPOSIÇÃO (PROFISSINAL OU LAZER)
 ÁREAS ENDÊMICAS OU EPIDÊMICAS
 VACINA DE CULTIVO CELULAR
 ESQUEMA DE 3 DOSES: 0-7-28
 MUSCULO DELTOIDE OU VASTO LATERAL DA COXA
 CONTROLE SOROLÓGICO A PARTIR DO 14º DIA APÓS A ÚLTIMA DOSE DO ESQUEMA
 SATISFATÓRIO: TÍTULOS DE ANTICORPOS > OU IGUAL A 0,5UI/mL
o PROFILAXIA PÓS EXPOSIÇÃO
 INDICAÇÃO
 SABER O TIPO DE FERIMENTO
o LOCAL: SE PRÓXIMO A NERVOS E VASOS SANGUÍNEOS; VIA DE ACESSO AO
SNC
o PROFUNDIDADE: LABEDURA, MORDIDA, SAIDA DE SANGUE (FERIMENTO
PROFUNDO)
o FERIMENTO GRAVE:
 MÃOS, PÉS, CABEÇA, PESCOÇO
 FERIMENTO PROFUNDO EM QUALQUER REGIÃO DO CORPO: se
MULTÍPLOS, EXTENSOS
 LAMBEDURA DE MUCOSAS
 MORCEGOS E ANIMAIS SILVESTRES
 QUALQUER TIPO DE CONTATO: LAMBEDURA,
ARRANHADURA, MORDEDURA
 SE TIVER DÚVIDA SOBRE CONTATO: FERIMENTO PODE SER
INPERCEPTÍVEL E INDOLOR
 CARACTERISTICA DOS ANIMAIS
o ANIMAIS SILVESTRES E MORCEGO
 NÃO EXISTE MUITO ESTUDO SOBRE O PERÍODO DE INCUBAÇÃO
 NECESSITA FAZER SOROVACINAÇÃO
 INDEPENDENTE DO LOCAL E PROFUNDIDADE
 NÃO PRECISA SER SÓ MORCEGO HEMATÓFAGO
o CACHORROS E GATOS: OBSERVAR 10 DIAS
 TEM QUE VER SE ELES VÃO MORRER OU PERMANECER SAUDAVEIS
 DEPENDE DA CIRCUNSTÂNCIAS DO ACIDENTE
 A VACINAÇÃO DO ANIMAL NÃO MUDA A CONDUTA EM SERES
HUMANOS
 ESQUEMA PROFILÁTICO
 ACIDENTES LEVES
o CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO E
QUE PODE SER OBSERVADO
 OBSERVAR O ANIMAL 10 DIAS
 PERMANECEU SAUDÁVEL: ENCERRAR O CASO EM 1O DIAS
 ADOECEU, MORREU, MUDOU COMPORTAMENTO, DESAPARECEU
 APLICAR 4 DOSES DA VACINA (0-3-7-14)
 NÃO FAZ SORO
PEDIATRIA

 POSSO ENVIAR O MATERIAL DO ANIMAL PARA ANÁLISE


LABORATORIAL
o CÃO OU GATO COM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO E
QUE PODE SER OBSERVADO
 INICIAR O TRATAMENTO COM 2 DOSES DA VACINA (0-3)
 OBSERVAR O ANIMAL 10 DIAS
 PERMANECEU SAUDÁVEL E SUSPEITA DESCARTADA: ENCERRAR O
CASO EM 1O DIAS. SUSPENDE O ESQUEMA PROFILÁTICO
 ADOECEU,MORREU, MUDOU COMPORTAMENTO, DESAPARECEU:
TERMINAR AS 4 DOSES DA VACINA (7 E 14)
 NÃO FAZ SORO
 POSSO ENVIAR O MATERIAL DO ANIMAL PARA ANÁLISE
LABORATORIAL
o CÃO OU GATO COM RAIVA DIAGNOSTICADA, OU DESAPARECIDO/MORTO,
ANIMAIS SILVESTRES (MESMO DOMICILIADO), ANIMAIS DOMÉSTICOS DE
INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
 INICIAR ESQUEMA PROFILÁTICO COM 4 DOSES DA VACINA 0-3-7-14
IM
 ACIDENTES GRAVES
o CÃO OU GATO SEM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO E
QUE PODE SER OBSERVADO
 SE ÁREA DE CIRCULAÇÃO DO VÍRUS: INICIAR O TRATAMENTO COM 2
DOSES DA VACINA (0-3)
 OBSERVAR O ANIMAL
 PERMANECEU SAUDÁVEL: ENCERRAR O CASO EM 1O DIAS
 ADOECEU, MORREU, MUDOU COMPORTAMENTO,
DESAPARECEU: TERMINAR AS 4 DOSES DA VACINA (7 E 14)
o FAZ SOROTERAPIA
o POSSO ENVIAR O MATERIAL DO ANIMAL PARA
ANÁLISE LABORATORIAL
 ÁREA DE RAIVA CONTROLADA:
 DISPENSAR PACIENTES SE
o ANIMAIS VIVEM DENTRO DE DOMICÍLIOS
(EXCLUSIVAMENTE)
o ANIMAIS NÃO TEM CONTATO COM OUTROS
ANIMAIS DESCONHECIDOS
o ANIMAIS QUE SOMENTE SAEM À RUA
ACOMPANHADOS DE SEUS DONOS E QUE NÃO
CIRCULAM EM ÁREAS QUE TEM MORCEGOS
 EM CASO DE DÚVIDA: INICIAR ESQUEMA DE PROFILAXIA
o INICIAR O TRATAMENTO COM 2 DOSES DA VACINA
(0-3)
o OBSERVAR O ANIMAL 10 DIAS
o PERMANECEU SAUDÁVEL: ENCERRAR O CASO EM
1O DIAS
PEDIATRIA

o ADOECEU,MORREU, MUDOU COMPORTAMENTO,


DESAPARECEU: TERMINAR AS 4 DOSES DA VACINA
(7 E 14)
 FAZ SOROTERAPIA
 POSSO ENVIAR O MATERIAL DO ANIMAL
PARA ANÁLISE LABORATORIAL
o CÃO OU GATO COM SUSPEITA DE RAIVA NO MOMENTO DA AGRESSÃO E
QUE PODE SER OBSERVADO
 INICIAR O TRATAMENTO COM 2 DOSES DA VACINA (0-3)
 INICIAR SOROTERAPIA
 OBSERVAR O ANIMAL (10 DIAS)
 PERMANECEU SAUDÁVEL: ENCERRAR O CASO EM 1O DIAS
 ADOECEU,MORREU, MUDOU COMPORTAMENTO, DESAPARECEU:
TERMINAR AS 4 DOSES DA VACINA (7 E 14)
 POSSO ENVIAR O MATERIAL DO ANIMAL PARA ANÁLISE
LABORATORIAL
o CÃO OU GATO COM RAIVA DIAGNOSTICADA, OU DESAPARECIDO/MORTO,
ANIMAIS SILVESTRES (MESMO DOMICILIADO), ANIMAIS DOMÉSTICOS DE
INTERESSE ECONÔMICO OU DE PRODUÇÃO
 INICIAR SOROTERAPIA
 INICIAR ESQUEMA PROFILÁTICO COM 4 DOSES DA VACINA 0-3-7-14
IM
o CASOS GRAVES NECESSITAM DE INTERNAÇÃO COM ISOLAMENTO DE CONTATO E GOTÍCULAS
 PROTOCOLO DE RECIFE: NESSE CASO, NÃO RECEBE VACINA NEM SORO ANTIRRÁBICO
 ADMISSÃO EM UTI
 INDUÇÃO DE COMA
 REPOSIÇÃO DE ENZIMAS
 USO DE ANTIVIRAIS
 MEDIDAS DE SUPORTE
PEDIATRIA

CASOS DE IMUNIZAÇÃO ESPECIAL: VER SLIDES DA AULA

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