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INTERPRETAÇÃO DO

HEMOGRAMA – da teoria á
prática
Bárbara Staack Michel Caldas
HEMATOLOGIA = HEMOGRAMA

Exame mais solicitado entre os médicos


Não fecha diagnóstico mas sugere
Pré analítico, analítico e pós analítico
Coleta, homogeneização, equipamento,
calibração e controles, esfregaço, análise
microscópica, liberação

RESULTADO PACIENTE
Layout recomendado

Fonte: Hemograma – Renato Failace


Fonte: Hemograma – Renato Failace
RESPONSABILIDADES DO ANALISTA

üInterpretar resultados
üFlags do equipamento
üGráficos
üDomínio da morfologia
üDominar a teoria (saber o que
está liberando e o porque, saber
o que procurar)
ERROS MAIS COMUNS

PRÉ ANALÍTICO
• Erro de coleta (tubo incorreto, troca de paciente, diluição da amostra, paciente muito tempo
garroteado, falta de homogeneização do tubo pós coleta)
• Coágulo
• Fibrina
• Hemólise
• Sangue “velho” - amostra muito tempo em contato com EDTA (pode dar vacuolização
citoplasmática nos neutrófilos, cariorrexe/células em apoptose) – temperatura ambiente 4h,
refrigerado 12h, ideal é que não passe de 24h
• Falta de homogeneização do tubo na hora de processar amostra
• Presença de crioaglutininas
• Lipêmia - Aumenta CHCM

ANALÍTICO
• Erro de equipamento (calibração e controle em dia)
Lipemia, como corrigir e liberar?

Esperar sedimentar bem Retirar o plasma Pegar mesma quantidade de Homogeneizar e


a amostra lipêmico diluente processar a amostra

LEUCÓCITOS E PLAQUETAS DEVEM SER LIBERADAS DA PRIMEIRA PASSAGEM. ESSE


PROCEDIMENTO SERVE APENAS PARA LIBERAÇÃO DA SÉRIE VERMELHA.
Como é a sedimentação do sangue total?

hiperleucocitose
DILUIÇÃO DA AMOSTRA

• VOLUME FINAL = 1.000 µL – 1ml


• FATOR DE DILUIÇÃO = 1/2 ou 1/10
• Cálculo:

VOLUME FINAL ÷ FATOR DE DILUIÇÃO = VOLUME DA AMOSTRA

VOLUME FINAL – VOLUME DA AMOSTRA = VOLUME DE DILUENTE

Exemplo: Exemplo:

• Volume final = 1.000 µL • Volume final = 1.000 µL


• Fator de diluição = 1/2 = 2 • Fator de diluição = 1/10 = 10

1000 ÷ 2 = 500 µL amostra 1000 ÷ 10 = 100 µL amostra

1000 – 500 = 500 µL diluente 1000 – 100 = 900 µL diluente

Série vermelha Série branca


DILUIÇÃO DA AMOSTRA

• VOLUME FINAL = 1.000 µL – 1ml


• FATOR DE DILUIÇÃO = 1/2 ou 1/10
• Cálculo:

VOLUME FINAL ÷ FATOR DE DILUIÇÃO = VOLUME DA AMOSTRA

VOLUME FINAL – VOLUME DA AMOSTRA = VOLUME DE DILUENTE


NÃO ESQUECER DE MULTIPLICAR O RESULTADO PELO FATOR
DE DILUIÇÃO!!!
Exemplo: Exemplo:

• Volume final = 1.000 µL • Volume final = 1.000 µL


• Fator de diluição = 1/2 = 2 • Fator de diluição = 1/10 = 10

1000 ÷ 2 = 500 µL amostra 1000 ÷ 10 = 100 µL amostra

1000 – 500 = 500 µL diluente 1000 – 100 = 900 µL diluente

Série vermelha Série branca


Termos importantes:

“PENIA” = diminuição
“CITOSE”/”FILIA” = aumento
• Leucopenia
• Leucocitose
• Neutropenia
• Neutrofilia
• Linfopenia
• Linfocitose
• Eosinopenia
• Eosinofilia
• Monocitopenia
• Monocitose
• Trombocitopenia
• Trombocitose
• Pancitopenia (diminuição das três
partes)
• Bicitopenia (diminuição de duas partes)
Todo hemograma é completo!

SÉRIE VERMELHA – ERITROGRAMA

SÉRIE BRANCA - LEUCOGRAMA

PLAQUETAS
SÉRIE VERMELHA – ERITROGRAMA

RBC - Hemácias

HGB - Hemoglobina

HCT - Hematócrito

INDICES
HEMANTIMÉTRICOS:
VCM
HCM
CHCM

RDW
HEMOGLOBINA

• HEME + GLOBINA
• Transporte de oxigênio
• Hb A é a hemoglobina mais abundante no adulto (em situações normais)
• ANEMIA É DEFINIDA PELA HEMOGLOBINA BAIXA
• Anemia pode vir acompanhada, mas não necessariamente, de eritrocitopenia. Hb e eritrócitos
não são necessariamente paralelos.
O2

PULMÃO TECIDOS

CO2
ANEMIA = ↓ 𝐻𝑏, ↓ 𝑂2, ↑ 𝐶𝑂2
HEMATÓCRITO

• Volume da massa eritróide no sangue total, expresso em porcentagem


ou fração decimal do volume desta.

NORMAL BAIXO AUMENTADO


INDICES HEMANTIMÉTRICOS

• VCM = volume corpuscular médio

• HCM = hemoglobina corpuscular média (quantidade média de


hemoglobina por eritrócito)

• CHCM = concentração média de hemoglobina nos eritrócitos


VCM HCM/CHCM CHCM
↑ macrocitose
↓ hipocromia ↑ esferocitose,
↓ microcitose crioaglutinina
normocromia
normocitose
CRIOAGLUTININA – Anticorpos IgM
entre 5-25°C causam uma aglutinação
das hemácias. VCM e CHCM
falsamente elevados

COMO CORRIGIR?

BANHO MARIA 37°C por 30 min

Processar amostra imediatamente


ATENÇÃO: CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR!
COMO LIBERAR?
Presença de hemácias em
rouleaux

HEMÁCIAS EM ROULEAUX – Empilhamento de CRIOAGLUTININA


hemácias em situações que ocorre o aumento de
proteínas plasmáticas. Mieloma múltiplo.
A presença de crioaglutininas deve ser reportada no laudo,
pois embora ocorra normalmente em pessoas sadias pode
aparecer em: doença do colágeno, neoplasias, doenças
crônicas, podem surgir também em pacientes com
pneumonia por mycoplasma ou mononucleose infecciosa.
Existe também uma doença rara, chamada doença de
crioaglutininas que pode provocar distúrbios na circulação
periférica, com púrpura e anemia hemolítica.

COMO LIBERAR?
Presença de autoaglutinação eritrocitária. Valores hemantimétricos
obtidos após incubação em banho-maria a 37 graus

HEMÁCIAS EM ROULEAUX – Empilhamento de CRIOAGLUTININA


hemácias em situações que ocorre o aumento de
proteínas plasmáticas. Mieloma múltiplo.
HIPOCROMIA (hemácias com halo central aumentado)
• CHM/CHCM baixo
• Deficiência de ferro

COMO LIBERAR?
Hipocromia discreta, moderada ou acentuada /
Hipocromia +, ++ ou +++
Outros termos...

• POLIGLOBULIA: Aumento da massa eritróide/hemoglobínica (não é recomendado


falar o termo policitemia, porque esse termo é utilizado pra se referir apenas a
policitemia vera, uma neoplasia mieloproliferativa crônica em que há proliferação
autônoma do tecido eritróide)

• ERITROCITOSE: Refere-se ao aumento da contagem de eritrócitos, nem sempre


acompanhado de aumento da massa eritróide/hemoglobínica
RDW

• Variação no tamanho das hemácias


• RDW aumentado: Anisocitose (hemácias de tamanhos diferentes)
• RDW diminuído não tem significado clínico (população homogênea)

• COMO LIBERAR? Anisocitose discreta, moderada ou acentuada /


Anisocitose +, ++ ou +++

• CUIDADO: Não confundir com alteração na forma das hemácias


(poiquilocitose)
Posso ter duas populações de hemácias na mesma lâmina?

Exemplo: Pacientes anemia ferropriva em tratamento (hemácias microcíticas + normocíticas), paciente


transfundido (hemácias dele + hemácias doador), anemia megaloblástica

COMO FICA O GRÁFICO?

Histograma hemácias normais Histograma dupla população


Posso ter duas populações de hemácias na mesma lâmina?

Exemplo: Pacientes anemia ferropriva em tratamento (hemácias microcíticas + normocíticas), paciente


transfundido (hemácias dele + hemácias doador), anemia megaloblástica
COMO LIBERAR?
Presença de dupla população eritrocitária. Descrever as duas
populações (normo + micro, micro + macro, normo + macro)

COMO FICA O GRÁFICO?

Histograma hemácias normais Histograma dupla população


Valores de referência – Nascimento até 12 anos

Fonte: https://www.pncq.org.br/uploads/2019/VNH2019.pdf
Valores de referência – Adultos

Saber o
fisiológico do
paciente

Fonte: https://www.pncq.org.br/uploads/2019/VNH2019.pdf
OUTROS ACHADOS – O QUE O
EQUIPAMENTO NÃO VÊ
POLICROMASIA/POLICROMATOFILIA

Liberadas durante o estimulo da medula (medula está trabalhando na produção de hemácias).


São reticulócitos corados com corante hematológico normal. A hemácia policromática também
pode ser diferenciada das hemácias normais
COMO noLIBERAR?
esfregaço do sangue periférico, pelo diâmetro
geralmente aumentado.PRESENÇA DE DISCRETA, MODERADA OU ACENTUADA
/ Policromasia +, ++ ou +++
CORPÚSCULOS DE HOWELL-JOLLY PONTILHADO BASÓFILO CORPOS DE PAPPENHEIMER

Basofílico, redondo. Grânulos finos, médios ou Grânulos de ferro dispersos


Após esplenectomia, grosseiros, distribuídos de modo irregular na
esplenomegalia, função esplênica uniformemente pelo eritrócito – periferia do eritrócito –
diminuída, hemoglobinopatias, Intoxicação por chumbo, Anemia sideroblástica,
anemia megaloblástica, algumas anemias (anemia hemoglobinopatias,
mielodisplasias. Em situações hemolítica, talassemias), artefato hipoesplenismo.
normais são removidos pelo baço. coloração.
CORPÚSCULOS DE HOWELL-JOLLY PONTILHADO BASÓFILO CORPOS DE PAPPENHEIMER

COMO LIBERAR? COMO LIBERAR?


RAROS / MODERADOS / ACENTUADOS ou +, ++ e Presença de corpúsculos de
+++ pappenheimer

Basofílico, redondo. Grânulos finos, médios ou Grânulos de ferro dispersos


Após esplenectomia, grosseiros, distribuídos de modo irregular na
esplenomegalia, função esplênica uniformemente pelo eritrócito – periferia do eritrócito –
diminuída, hemoglobinopatias, Intoxicação por chumbo, Anemia sideroblástica,
anemia megaloblástica, algumas anemias (anemia hemoglobinopatias,
mielodisplasias. Em situações hemolítica, talassemias), artefato hipoesplenismo.
normais são removidos pelo baço. coloração.
Como eu sei quando é Howell-Jolly?

DICA!!! Objetiva 1000x


Cristal de Hb C

A hemoglobina C é uma variante da hemoglobina A. Em geral, pacientes com


homozigose de hemoglobina C (Hb CC) e com valores de hemoglobina fetal acima do
normal apresentam este cristal.

Como liberar?
A recomendação é a
de reportar a presença
destas estruturas.
Exemplo: Presença de
cristais de Hb C
Outras inclusões eritrocitárias:

CORPÚSCULOS DE HEINZ
Anemia hemolítica, pacientes esplenectomizados (coloração azul de metileno, azul cresil brilhante).

ANEL DE CABOT (Resto de fuso mitótico)


Vistos raramente em casos de desordem na formação das hemácias, principalmente na anemia
perniciosa, talassemia beta maior e SMD.

Fotos: Laboratório de Hematologia – Márcio Melo


Outras inclusões eritrocitárias:

MALÁRIA

Fotos: Laboratório de Hematologia – Márcio Melo


TRYPANOSSOMA CRUZI

Fotos: Células Sanguíneas – Bárbara J. Bain


POIQUILOCITOSE – alterações no
formato da hemácia
Esferócitos
Esferocitose hereditária, anemia hemolítica
Eliptócitos
Eliptocitose hereditária, anemia ferropriva
Drepanócitos (irreversível)
Anemia falciforme, doenças falciformes (decorrentes da
presença de Hb S)
Drepanócitos (reversível)
Anemia falciforme, doenças falciformes (decorrentes da
presença de Hb S)

Mancha escura no seu interior


Extremidades mais afuniladas
IMPORTANTE:

Anemia falciforme é diferente de doença falciforme.

Anemia falciforme: Homozigoto para Hb S (SS)


Doença falciforme: Homozigoto (SS) ou Heterozigoto para Hb S
(SD, SC, S beta-talassemia...) – O que vai definir é a eletroforese
de Hb! (não damos diagnóstico pelo hemograma!!!)

A presença do drepanócito indica a presença de Hb S – não


necessariamente uma homozigose.

Portanto: DREPANÓCITOS = DOENÇA FALCIFORME


DREPANÓCITOS X ELIPTÓCITOS
Ovalócitos
Anemia megaloblástica
Codócitos/hemácias em alvo
Hepatopatias graves, talassemias, hemoglobinopatias
Dacriócitos
Mielofibrose, anemia megaloblástica
Estomatócitos
Doenças hepáticas, estomatocitose hereditária, anemia
hemolítica congênita rara
Equinócitos/hemácias crenadas
Artefato (decorrente de amostra muito tempo em contato
com EDTA - hemácias crenadas), pacientes em tratamento
com heparina, insuficiencia renal
Acantócitos
Hepatopatias, pacientes esplenectomizados. Pode ser artefato
também
Esquizócitos
Traumas mecânicos, anemia hemolítica, agressão química
pelo uso de fármacos, CIVD (Coagulação intravascular
disseminada), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
Como liberar no laudo?

Fonte: Hemograma – Renato Failace

https://www.pncq.org.br/uploads/2015/qualinews/edicaoSET/HEMATOSCOPIA_Fleury.pdf
ERITROPOIESE
ERITROPOIESE - Processo de formação
das hemácias
• Mediada pela Eritropoietina (EPO) nos rins (na vida adulta).

• Em condições normais essa produção ocorre exclusivamente na medula óssea. Na


eritropoiese a produção de hemácias dura cerca de 7 a 8 dias com produção final de 16
hemácias (um proeritroblasto dá origem à 16 eritrócitos).

• Uma hemácia tem uma sobrevida de 120 dias, após isso sofre hemólise, e a medula
compensa mantendo os níveis hemantimétricos dentro do normal (em condições
normais)

• Eritropoiese extramedular: Orgãos responsáveis pela produção das hemácias no período


embrionário e fetal (baço e fígado) voltam a produzir hemácias: Muito comum na
mielofibrose, mas também pode acontecer em resposta à um estímulo proliferativo
intenso (como em anemias hemolíticas) – DACRIÓCITOS
ERITROBLASTO ERITROBLASTO ERITROBLASTO
PROERITROBLASTO BASÓFILO POLICROMÁTICO ORTOCROMÁTICO POLICROMASIA

ERITRÓCITO

ü ERITROPOIESE DURA EM MÉDIA 7 DIAS


ü HEMÁCIA TEM VIDA MÉDIA DE 120 DIAS
ü PRODUÇÃO FINAL DE 16 HEMÁCIAS

RETICULÓCITOS
PROERITROBLASTO

É a primeira célula da série vermelha, apresenta


citoplasma intensamente basofílico, com halo claro
ao redor do núcleo. Em geral, pode exibir extrusões
citoplasmáticas. O núcleo é grande e arredondado,
com cromatina frouxa e nucléolos. Constitui 1% da
medula óssea.
ERITROBLASTO BASÓFILO

É a célula do segundo dia da eritropoiese. O núcleo


apresenta condensação de cromatina, já sem
nucléolos visíveis. O citoplasma é mais basofílico
devido ao início da hemoglobinização. Constitui
aproximadamente de 1 a 4% das células da medula
óssea.
ERITROBLASTO POLICROMÁTICO

Citoplasma de cor azul escuro, resultante da


acidófilia da hemoglobina e da basofilia do RNA. O
núcleo apresenta cromatina condensada. Os
eritroblastos policromáticos constituem em média,
2% a 5% das células da medula óssea.
ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO

Essa forma de maturação surge entre o quarto e


quinto dia do início da eritropoiese. Apresenta um
núcleo picnótico e geralmente lateralizado. O
citoplasma se parece mais com os das hemácias
em volta. O eritroblasto ortocromático constitui em
média 5 a 10% das células da medula óssea.
Proeritroblasto e eritroblasto basófilo em Eritroblasto policromático e
sangue periférico: Infiltração medular, ortocromático: Anemia hemolítica,
eritropoiese extramedular (mielofibrose), hemorragias graves, resposta medular
SMD, LMA acelerada, leucemias
Como realizar a contagem e
liberação de eritroblastos?

• Eritroblasto é hemácia jovem/imatura, não é leucócito

• Realizar a contagem de 100 leucócitos e anotar a quantidade de eritroblastos que viu


durante a sua contagem de 100 leucócitos (Exemplo: durante a contagem de 100
leucócitos observei 5 eritroblastos. Liberação: Presença de 5 eritroblastos em 100
leucócitos observados)

• Valor de referência para eritroblasto é zero.

• Realizar cálculo de correção de leucócitos (equipamento conta eritroblasto como


leucócito – por ter núcleo).

• Existem equipamentos que já realizam a contagem dos eritroblastos separadamente.


PACIENTE COM 52.100 LEUCÓCITOS

687 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS OBSERVADOS

𝑳𝒆𝒖𝒄ó𝒄𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒊𝒔 𝒙 𝟏𝟎𝟎


𝑳𝒆𝒖𝒄ó𝒄𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐𝒔 =
𝑬𝒓𝒊𝒕𝒓𝒐𝒃𝒍𝒂𝒔𝒕𝒐𝒔 + 𝟏𝟎𝟎

𝟓𝟐. 𝟏𝟎𝟎 𝒙 𝟏𝟎𝟎


𝑳𝒆𝒖𝒄ó𝒄𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐𝒔 =
𝟔𝟖𝟕 + 𝟏𝟎𝟎

𝑳𝒆𝒖𝒄ó𝒄𝒊𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒐𝒔 = 𝟔. 𝟔𝟐𝟎

A contagem global de
leucócitos foi corrigida
em razão da presença
de eritroblastos
Como fica no laudo?
Eritroblastos displásicos

Eritroblastos binucleados e multinucleados.


Eritroblastos displásicos

Ponte intercitoplasmática.
POLICROMASIA/RETICULÓCITO

Importante indicador da capacidade funcional da


medula óssea diante da anemia: elevação de
Corante Azul cresil brilhante
hematológico reticulócitos indica atividade proliferativa
normal compensatória por parte da medula óssea (por
exemplo, nas anemias hemolíticas), enquanto uma
porcentagem reduzida indica uma medula
Coloração azul cresil brilhante (precipita os
ribossomos com RNA em grânulos, que se
hipoproliferativa (anemia por menor produção de
encadeiam e formam um retículo de fácil hemácias).
observação)
Como preparar a
lâmina:
• 100µL de sangue
total
• 100µL de azul cresil
• Homogeneizar
• 20 minutos em
banho maria 37ºC
• Homogeneizar
• Fazer lâmina

Contagem %:
• Contar 1.000
hemácias (10
campos com 100
hemácias ou 5
campos com 200
hemácias)
• Fazer média
• Liberar em %
ERITRÓCITO

Disco bicôncavo, possui um halo central.


Transporte de oxigênio
LEUCÓCITOS
(“leuco” =
branco, “cito”=
célula)
LEUCÓCITOS

Os leucócitos são células que fazem parte do sistema imunológico do organismo e têm como
principais funções o combate e a eliminação de microrganismos e estruturas estranhas ao organismo
– sejam eles patogênicos ou não.
O que o equipamento conta?

• Equipamento conta 5 partes: neutrófilo, eosinófilo, basófilo,


linfócito e monócito = “normais” do sangue periférico

neutrófilo segmentado eosinófilo basófilo linfócito monócito

Polimorfonucleares/granulócitos Monomorfonucleares/agranulócitos
NEUTRÓFILO SEGMENTADO Os neutrófilos têm propriedades de defesa contra
microrganismos, principalmente bactérias e fungos.

EOSINÓFILO
Geralmente, a eosinofilia aparece em processos alérgicos
ou doenças parasitárias.

BASÓFILO
• Os basófilos estão envolvidos nas reações de
hipersensibilidade imediata, participando de processos
alérgicos produzindo histamina e heparina.
• LMC

LINFÓCITO
• Geralmente associados a respostar virais.
• Doença linfoproliferativa crônica (pacientes
adultos/idosos)

MONÓCITO
A monocitose está presente nas infecções crônicas e em
processos inflamatórios. Além disso, é um valioso marcador
de bom prognóstico na recuperação das infecções
agudas.
WBC = LEUCÓCITOS TOTAIS

/µl = VALOR ABSOLUTO

% = VALOR RELATIVO

IMG = Células grandes imaturas


Flags

• Desvio à esq.? • IMG


• Gran imaturo ? • Gráfico DIFF
• Linfócito atípico
• Linf/blast anorm?
• Blastos?
• Leucocitose
• Neutrofilia/neutropenia
• Basofilia
• Linfocitose/linfopenia
• Monocitose
• Eosinofilia
Valores de referência – porque é
importante saber a idade do paciente?

• Criança desenvolvendo
o sistema imunológico =
linfócitos ↑

• Adulto/Idoso = doença
linfoproliferativa?

https://www.pncq.org.br/uploads/2019/VNH2019.pdf
GRANULOPOIESE

Processo de formação dos granulócitos


(neutrófilo, eosinófilo e basófilo).
Mieloblasto Mielócito Bastão Neutrófilo
Promielócito Metamielócito segmentado

DESVIO À ESQUERDA (imaturas)

Vida adulta = sai de


casa
(sai da medula óssea
e vai para sangue
periférico)
Morfologia: DUAS PERGUNTAS:

Primeira pergunta Segunda pergunta

COMO ESTÁ O COMO ESTÁ O


CITOPLASMA? NÚCLEO?

COR? GRANULAÇÃO? FORMATO? CROMATINA?


PORQUE?

Ø Citoplasma azul azinzentado Ø Citoplasma lilás com leve granulação


Ø Núcleo em forma de rim/feijão Ø Núcleo em forma de feijão/rim
Ø Cromatina um pouco frouxa Ø Cromatina um pouco mais condensada
MIELOBLASTO (blasto)

Ø Relação núcleo/citoplasma alta


Ø Pouco citoplasma IMPORTANTE: Nunca classificar
Ø Basofílico como mieloblasto ou
Ø Bordas escuras
Ø Nucléolos geralmente evidentes
linfoblasto. Apenas a
Ø Cromatina frouxa/delicada (espaços de luz passando entre o núcleo) imunofenotipagem vai saber.
Quando saber/suspeitar que é
mieloblasto? Laudo = blastos

Bastonete de auer – Mieloblasto (LMA)


Quando saber/suspeitar que é
mieloblasto? Laudo = blastos

Corpos de Phi
Quando saber/suspeitar que é
mieloblasto? Laudo = blastos

Morfologia Cup Like (invaginação nuclear proeminente)


Quando saber/suspeitar que é
mieloblasto? Laudo = blastos

Granulação citoplasmática
“Asa de borboleta” - blastos bilobados
Cromatina frouxa vs. Cromatina condensada
Monócito Blasto
Como liberar no laudo?
Como liberar no laudo?
Caso da rotina:
PROMIELÓCITO

Ø Núcleo redondo/ovalado
Ø Citoplasma basofílico com granulação inespecífica – Grânulos primários grosseiros de coloração roxa escura
Ø Pode apresentar nucléolo
Ø Pode apresentar área perinuclear (área central clara que corresponde ao complexo de Golgi)
Promielócitos anômalos – Blastos – Leucemia promielocítica aguda (LPA)

• Intensa granulação
citoplasmática

• Núcleo bilobado ou em
halter (lembrando asa de
borboleta)

• Faggot cells – vários


bastonetes de Auer
aglomerados

• ATENÇÃO: URGÊNCIA!!!
• Faggot cells – vários bastonetes de Auer aglomerados
Sobre as leucemias...

Leucemias agudas: Leucemia mielóide crônica Leucemia linfóide crônica (LLC)


• Geralmente tríade (LMC) • Paciente adulto/idoso
leucêmica: leucocitose, • Leucocitose, Hb normal a • Linfocitose acima de 5 mil (valor
Hb baixa, plaquetas baixas diminuído, plaquetas absoluto)
(mais pode aparecer em normais a aumentadas • Manchas nucleares (se
leucócitos normais ou • Granulócitos imaturos diagnóstico confirmado de LLC:
leucopenia) • Basofilia Manchas de Gumprecht)
• Mais de 20% de blastos • Pode ter blastos mas • Pode ter prolinfócitos
• Imunofenotipagem vai menos de 20% • Blastos são raros
diferenciar • BCR-ABL vai confirmar • Imunofenotipagem confirma
MIELÓCITO

Ø Núcleo redondo/ovalado
Ø Citoplasma mais claro (lilás) e com menos grânulos primários – Granulação rosa evidente, granulação específica
Promielócito vs. Mielócito
MIELÓCITO:
Citoplasma lilás
Granulação
específica

PROMIELÓCITO:
Citoplasma mais
basofílico
Granulação
inespecífica – roxa
escura, grosseira
METAMIELÓCITO

Ø Núcleo em formato de D, feijão/rim, achatado (reentrância discreta)


Ø Núcleo ocupa metade do citoplasma
Ø Grânulos finos (areia)
BASTÃO

Ø Formato de S, C ou U (reentrância bem acentuada)


Ø Núcleo com bordas uniformes
Ø Não apresenta segmentação
Ø Cromatina um pouco mais condensada que o metamielócito
NEUTRÓFILO SEGMENTADO

Ø 3 a 4 lóbulos
ALTERAÇÕES NOS NEUTRÓFILOS

ALTERAÇÕES NO CITOPLASMA
• Granulação tóxica
• Vacuolização citoplasmática
• Hipogranulação
• Corpúsculo de Döhle
• Anomalia de May-Hegglin Inclusões citoplasmáticas
• Chediak-Higashi
• Cristais da morte
ALTERAÇÕES NO NÚCLEO
• Hiposegmentação
• Hipersegmentação
• Neutrófilo em anel (Donut cell)
• Neutrófilo em apoptose (cariorrexe)
GRANULAÇÃO TÓXICA

• Infecções agudas, inflamações graves, fármacos, gravidez, queimaduras e tratamento quimioterápico.


• Presença de granulações tóxicas nos neutrófilos
VACUOLIZAÇÃO CITOPLASMÁTICA

• Infecção bacteriana, induzida por EDTA (amostra velha) ou ingestão aumentada de álcool.
• É muito comum haver granulação tóxica e vacuolização citoplasmática na mesma célula
• Presença de vacuolização citoplasmática nos neutrófilos
CORPÚSCULOS DE DÖHLE

• Inclusões basofílicas na periferia do neutrófilo


• Os corpúsculos de Döhle são geralmente associados a quadros infecciosos graves, queimaduras e
inflamação, na administração das citocinas G-CSF e GM-CSF (fator de estimulação de colônia de
granulócitos e macrófagos) e na gravidez.
• Presença de corpúsculos de Döhle
HIPOGRANULAÇÃO

• Com muita frequência nas SMD, mas podem aparecer também em infeções graves
• Neutrófilo perde a função
• Presença de neutrófilos hipogranulares
ANOMALIA DE MAY-HEGGLIN

• Distúrbio hereditário autossômico raro, que causa trombocitopenia com macroplaquetas e plaquetas
gigantes e inclusões citoplasmáticas levemente basofílicas nos neutrófilos.
CHEDIAK-HIGASHI

• Distúrbio raro que se apresenta no citoplasma dos neutrófilos sob a forma de granulações gigantes de
coloração roxa escura
• A síndrome de chediak-Higashi é uma doença autossômica que causa comprometimento das funções
celulares e frequentemente leva à fotofobia e ao albinismo oculocutâneo parcial
CRISTAIS DA MORTE

• São encontrados em maior frequência em casos de doenças hepáticas, injuria tecidual grave,
podendo ser vistos também em pacientes com câncer e sepse.
• Levam esse nome pois a sua presença na lâmina está associada a uma alta taxa de mortalidade a
curto prazo.
• Apesar de serem conhecidos como cristais da morte, a liberação no laudo deve ser feita como:
Presença de inclusões azul-esverdeadas no citoplasma dos neutrófilos.
HIPOSEGMENTAÇÃO

• SÍndrome mielodisplásica (SMD)


• Anomalia de Pelger-huet ou Pseudo pelger-huet
• Presença de neutrófilos hiposegmentados
hiposegmentados bastão

hiposegmentados mielócito
HIPERSEGMENTAÇÃO

• Anemia megaloblástica ou síndrome mielodisplásica


• A hipersegmentação é definida quando qualquer neutrófilo exibe mais de 6 lóbulos ou mais de 3% dos
neutrófilos apresentam mais de 5 lóbulos.
• Desvio à direita
• Presença de neutrófilos hipersegmentados
NEUTRÓFILO EM ANEL

• Sindrome mielodisplásica (SMD), leucemias (LMC)


• Presença de neutrófilos em anel
NEUTRÓFILO EM APOPTOSE – CARIORREXE

• Artefato (geralmente amostra muito tempo em contato com EDTA)


• Nova coleta?
CUIDADO!

APOPTOSE ERITROBLASTO
eritroblasto

apoptose
Apoptose:

monócito eosinófilo basófilo

Núcleo escuro = morte celular

linfócito neutrófilo
EOSINÓFILO

Ø Granulação bem evidente de coloração rosa/alaranjada


Mielócito eosinófilo Metamielócito eosinófilo Bastão eosinófilo Eosinófilo

Contar como eosinófilo e escrever na observação: Presença de células imaturas da


linhagem eosinofílica
• Geralmente, a eosinofilia aparece em processos alérgicos ou doenças parasitárias.
• A eosinopenia costuma ocorrer em processos infecciosos agudos e na utilização de
glicocorticoides
• A ação defensiva do eosinófilo é feita pela liberação do conteúdo dos grânulos
para o meio extracelular, bem como a liberação de mediadores químicos.
• Os eosinófilos também podem estimular a liberação de histamina armazenada nos
basófilos.
BASÓFILOS

Ø Granulação grosseira por toda a célula (núcleo + citoplasma)


Ø Granulação dificulta visualização do núcleo
Ø Parece um brigadeiro
• Os basófilos estão envolvidos nas reações de hipersensibilidade imediata,
participando de processos alérgicos produzindo histamina e heparina.
• Na LMC, o aumento da contagem de basófilos é importante para o prognóstico, pois
frequentemente indica fase acelerada da doença e transformação blástica
iminente.
Leucemia mielóide
crônica – LMC
MONOCITOPOIESE

Processo de formação dos monócitos

Monócito é a maior célula do sangue periférico

A monocitose está presente nas infecções crônicas e em processos


inflamatórios. Além disso, é um valioso marcador de bom prognóstico na
recuperação das infecções agudas.

Monócito sai do sangue periférico e vai para os tecidos como macrófago


Monoblastos = blastos

LMA M5
(monoblástica
aguda)
PROMONÓCITO

Ø Citoplasma azul acinzentado com pequena quantidade de grânulos finos


Ø Núcleo convoluto (dobrado por cima dele mesmo)
MONÓCITO

Ø Núcleo formato irregular


Ø Citoplasma abundante
Ø Coloração azul opaco/acinzentado com aspecto “empoeirado”/sujo
Ø Vacuolização citoplasmática (Única célula que pode ter vacúolos citoplasmáticos sem ser patológico)
Monócito: citoplasma azul-acinzentado, aspecto sujo, Bastão: citoplasma lilás
cromatina frouxa (comparada com o bastão) com granulação,
cromatina mais
condensada
Monócito Bastão
• Citoplasma azul acinzentado • Citoplasma lilás com granulação
• Cromatina frouxa • Cromatina mais condensada
LINFOPOIESE

Processo de formação dos linfócitos


LINFOBLASTO (blasto)

• L1: Blastos pequenos com citoplasma escasso


• L2: Blastos são maiores, com citoplasma moderado (diagnóstico diferencial com LMA)
• IMUNOFENOTIPAGEM
• L3 um subtipo particular (variante leucêmica de Burkitt)

Fonte: https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/hematologia/artapfadel.pdf
Cromatina frouxa (blasto)

Cromatina condensada (linfócito)


Blasto (cromatina frouxa)

Linfócito (cromatina condensada)


Cromatina condensada (linfócito)

Cromatina frouxa (blasto)


Linfoma de Burkitt
PROLINFÓCITO

Ø Tamanho maior que o linfócito maduro, com um pouco mais de citoplasma e um nucléolo bem
evidente
Ø Cromatina mais condensada que do linfoblasto
Ø LLC (leucemia linfocítica crônica), leucemia prolinfocítica
Ø Paciente adulto/idoso
Leucemia prolinfocítica
LINFÓCITO

Ø Citoplasma regular
Ø Cromatina densa/condensada
Ø Pouco citoplasma
Ø Citoplasma azul claro
Ø Tamanho aproximado de uma hemácia normal
• Os linfócitos são classificados em três tipos: linfócitos B, linfócitos T e linfócitos NK
(natural killers).
• A porcentagem no sangue periférico de linfócitos B é de 5% a 15%; linfócitos T, de
75% a 85%; e linfócitos NK, de 5% a 10%.
• Geralmente associados a respostar virais.
• Doença linfoproliferativa
• Em crianças é normal
Linfocitose em crianças

• Crianças estão desenvolvendo o seu


sistema imune.
• Após os 6 anos de idade, os linfócitos
vão diminuindo até os 15 anos que é
quando se estabelecem os limites de
referência próprio do adulto (1 a 3 mil
linfócitos)
LINFÓCITO GRANDE GRANULAR (LGG)

Ø Linfócitos grandes com citoplasma abundante contendo granulações azurófilas


Ø A maioria dessas células ( aproximadamente 80%) são células NK (Natural killer). Pertencentes ao sistema imune
inato, são responsáveis pela destruição de células tumorais ou virais.
Ø O restante (20%) são linfócitos T citotóxicos ativados.
Ø Podem representar de 10 a 20% dos linfócitos totais em indivíduos normais.
PLASMÓCITO

Ø Citoplasma hiperbasofílico
Ø Área perinuclear
Ø Núcleo lateralizado (forma de cometa)
PLASMÓCITO

• Aparecem no sangue periférico, originados de distúrbios neoplásicos


(mieloma múltiplo, leucemia plasmocítica e condições relacionadas) ou
como um fenômeno reacional (rubéola, dengue...)

• Hemácias em rouleaux
Mielograma de paciente com leucemia de células plasmáticas
LINFÓCITO REATIVO/ATÍPICO

Ø Hiperbasofilia citoplasmática (azul caneta “BIC”) em todo o citoplasma ou apenas na membrana do citoplasma
que está em contato com as hemácias
Ø Cromatina bem condensada (em blocos) – heterogênea
Ø Pode ter nucléolo
Ø Infecções virais
Tinta aquarela

BLASTOS

LINFÓCITOS REATIVOS

Salame
CÉLULA DE MOTT

Ø Linfócitos plasmocitóides,
que apresentam inclusões
intracelulares hialinas e
redondas, contendo
imunoglobulinas da classe
igM (corpos de Russell).

Ø Casos reativos (dengue) ou


doenças de células
plasmáticas
ALTERAÇÕES DE LINFÓCITOS

LINFÓCITOS
ATÍPICOS/REATIVOS ≠ LINFÓCITOS ANÔMALOS

Reagindo a algo (geralmente viral) Linfócitos pleomórficos


(doenças linfoproliferativas,
linfomas)
LINFÓCITO ASPECTO DE TERRA RACHADA

• LLC (leucemia linfocítica crônica)


• Lâmina de
paciente com
leucemia
linfocítica crônica
(LLC)
FLOWER CELL/CÉLULA EM TREVO

• Leucemia/linfoma de células T do adulto


• Causada pelo vírus HTLV 1
TRICOLEUCÓCITOS/HAIRY CELL/LINFÓCITOS CABELUDOS

• Tricoleucemia
LINFÓCITOS VILOSOS

• Linfoma de zona marginal esplênico


CÉLULA LINFÓIDE COM ENDENTAÇÃO

• Linfoma de células do manto

“Cabeça de tartaruga”
CÉLULA DE SÈZARY

• Micose fungóide ou síndrome de Sèzary

Foto: Laboratório de hematologia – Márcio Melo


CÉLULA LINFÓIDE CLIVADA

• Linfoma folicular

Foto: Laboratório de hematologia – Márcio Melo


PLAQUETAS

• As plaquetas, são derivadas do citoplasma dos


megacariócitos na medula óssea. Cada
megacariócito origina, em média, 3.000
plaquetas.

• A produção, a diferenciação e a maturação das


plaquetas são reguladas primariamente pela
trombopoetina. Este fator de crescimento é
produzido constantemente em pequenas
quantidades nas células do parênquima do
fígado e rins.
Megacariócito
• Valor de referência: 150 – 400
MEGACARIOBLASTO MEGACARIÓCITO BASÓFILO MEGACARIÓCITO ACIDÓFILO

Núcleo megacariócito em sangue periférico: mielodisplasia, leucemia mieloide crônica ou


trombocitemia essencial
Foto: Laboratório de hematologia – Márcio Melo
TROMBOCITOSE (aumento de plaquetas)
• Anemia ferropriva
• Hipotireoidismo
• Inflamações (a elevação de interleucinas acaba elevando a produção de
trombopoetina pelo fígado que aumenta as plaquetas)
• Terapias com corticosteroides
• Trombocitose essencial ou trombocitemia essencial (distúrbio mieloproliferativo
crônico, caracterizado pela proliferação de megacariócitos na medula óssea).
• Leucemia mielóide crônica

TROMBOCITOPENIA (diminuição de plaquetas)


• Associada a episódios como petéquias, equimoses, hematomas e sangramento
anormal (hemorragia)
• Falha na produção por agentes citotóxicos (quimioterapia ou radioterapia)
• Redução da sobrevida (causas periféricas)
• Coagulação intravascular disseminada (CIVD)
• Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
• Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
• Hiperesplenismo
• Leucemias
• Plaquetopenias hereditárias
Erros mais comuns:

• Erro de coleta (paciente muito tempo garroteado, coágulo)


• Plaquetas gigantes (equipamento não conta como plaquetas – falsa plaquetopenia)
• Paciente com acentuados esquizócitos (falsa trombocitose)
• Agregados plaquetários (coleta difícil, falta de homogeneização da amostra ou induzido pelo
EDTA)
• Satelitismo plaquetário
• Hemólise pode elevar falsamente a contagem das plaquetas
• Amostra muito tempo em contato com o EDTA (falsas macroplaquetas)
PLAQUETOGRAMA

• Contagem de plaquetas

• Volume plaquetário médio (VPM)

• IPF (fração de plaquetas imaturas)

• Plaquetócrito (PCT)

• Amplitude de distribuição das


plaquetas (PDW).
VPM (volume plaquetário médio)

• O tamanho das plaquetas pode ser avaliado pelo índice


automatizado VPM e pela microscopia óptica.

MACROPLAQUETA/PLAQUETA GIGANTE
• Capacidade de adesão maior
• Renovação plaquetária (produção de plaquetas na medula)

• Plaquetopenia sem macroplaquetas pode sugerir um defeito de


produção.
SETA PRETA: Plaqueta gigante

SETA TRACEJADA: Macroplaquetas

SETA VERMELHA: Plaquetas normais


IPF (fração de plaquetas imaturas)

• Plaquetas recém desprendidas dos megacariócitos na medula e


ainda imaturas, mantém quantidade significativa de RNA, que pode
ser evidenciadas com um corante fluorescente.

• Um aumento da porcentagem de IPF é indicativo de produção


aumentada de plaquetas, distinguindo trombocitopenia por
destruição periférica de trombocitopenia por falta de produção.

• Modo fluorescência – modo RET do equipamento (reticulócitos)


Plaquetas por fluorescência
• Modo RET do equipamento
• Elimina todos os interferentes
Caso da rotina:

Ø Paciente com 2.000 plaquetas (pânico)

Ø Sem coágulos

Ø Na lâmina:
CONCLUSÃO:

Ø Presença de macroplaqueta e plaquetas gigantes

Ø Aparentemente muito mais que 2.000 plaquetas

Ø COMO PROCEDER?

1. Processar em modo RET (fluorescência)

2. Contagem manual (caso não houver opção de modo RET)


ANTES DEPOIS
PLT-I = impedância (contagem
prejudicada pela pela presença
de macroplaquetas e plaquetas
gigantes)

PLT-O = óptica (contagem sem


interferentes, mostrando o real
valor de plaquetas nessa
amostra)
Caso da rotina 2:

Ø Paciente com 1.534.000 plaquetas

Ø Sem hemólise

Ø Na lâmina:
CONCLUSÃO:

Ø Presença de acentuados esquizócitos (interferente)

Ø Aparentemente muito menos que 1.534.00 plaquetas

Ø COMO PROCEDER?

1. Processar em modo RET (fluorescência)

2. Contagem manual (caso não houver opção de modo RET)


ANTES DEPOIS
CONTAGEM DE PLAQUETAS MANUAIS: apenas em último caso

Ø Nunca por fônio

Ø Método de Bárbara H. O`connor:

Objetiva de 1000x

Contar plaquetas em 10 campos

Fazer média

Multiplicar o resultado por 13


EXEMPLO:
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NAS PLAQUETAS
PLAQUETAS SEM GRANULAÇÕES
(HIPOGRANULARES)

Plaquetas azul-pálidas ou
acinzentadas, sem os grânulos
alfa.

• Síndrome das plaquetas


cinzentas
• SMD (devido a displasia de
megacariócitos)

Lembrando que é a granulação


da plaqueta que dá função a
ela. Ou seja, plaquetas sem COMO LIBERAR?
Presença de plaquetas hipogranulares.
grânulos = sem função
PSEUDOTROMBOCITOPENIA POR EDTA

Auto-anticorpos presentes no
plasma do paciente, na presença
do EDTA, se ligam á superfície das
plaquetas, promovendo
aglutinação das plaquetas.
COMO CORRIGIR:

• Nova coleta em EDTA e


CITRATO. Deve-se multiplicar o
resultado por 1,1

• VÓRTEX: Alíquota de 1 ml e
agita no vórtex por 3 a 5 min,
repetir a passagem em
seguida. Após o vortex serve
apenas para liberação do
resultado das plaquetas (serie
branca e vermelha devem ser
liberados do tubo primário)
SATELITISMO PLAQUETÁRIO

Plaquetas se aderem in vitro aos neutrófilos (geralmente aos neutrófilos, mas pode ser
em outros leucócitos também). Não tem significância clinica, pois não ocorre in vivo e
sim in vitro.

COMO CORRIGIR: Recoleta


em tubo de citrato.
Fluxograma para liberação das plaquetas

< 150

> 400
IMPORTÂNCIA DE UM BOM
ESFREGAÇO PARA UMA
LEITURA CORRETA E
CONFIÁVEL DA LÂMINA
DOMINAR A MORFOLOGIA NÃO ADIANTA NADA SE...
COMO FAZER O ESFREGAÇO?
CAUDA

CORPO

CABEÇA
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2017/06/erros-mais-comuns-na-confeccao-do.html?m=0
Campo não ideal – Hemácias juntas e Campo ideal para leitura– Hemácias espaçadas Campo não ideal – Hemácias muito espaçadas
sobrepostas
Mesma lâmina, campos diferentes:

Muito na cauda da lâmina (hemácias muito espaçadas) Muito para dentro da lâmina (hemácias juntas e Campo ideal (entre corpo e cauda)
sobrepostas)
COLORAÇÃO É IMPORTANTE!!!

Ø Panótico ❌

Ø Giemsa ✅

Ø Leishmann ✅
Manual vs. Automação
Ø May Grunwald ✅

Ø Wright ✅
Wright Giemsa Leishmann Panótico

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